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Comando Delta Espiritual


Data de publicação: 23/10/2011

Por: Rick Joyner

Durante o ano de 2002, recebi algumas visões a


respeito de uma força muito singular, embora
ainda bem pequena, que está sendo preparada
em diferentes lugares ao redor do mundo.
Aqueles que fazem parte desta força têm a mais
tenaz resolução de propósito que já vi em parte
alguma. De fato, sempre que me lembro deles, a
primeira coisa que me vem à mente é sua
profunda convicção a respeito de quem são e
para onde vão. Também têm uma devoção
inegociável à verdade e à integridade.

Embora tenham a tendência de serem severos em


suas atitudes, são impelidos por seu amor a Deus
e ao seu povo. Não se vê, absolutamente,
qualquer elemento de “graça barata” na vida
deles; pelo contrário, seu amor é tão grande que,
sem hesitação, arriscariam suas vidas até mesmo
por uma só das ovelhas do Senhor.

Demonstram surpreendente confiança por causa


do treinamento que receberam, porém ao mesmo
tempo são tão humildes que sinceramente
estimam os outros como mais importantes. É
possível que seja o povo mais sobrenaturalmente
poderoso que já andou sobre a terra num mesmo
período de tempo. Serão conhecidos como
“mensageiros do poder de Deus”. Serão “brasas
de fogo”, andando sobre a terra, vindos do próprio
trono de Deus, que ajudarão a desencadear
avivamento e o mover de Deus aonde quer que
forem enviados.

Estes mensageiros de poder já estão vivos e


espalhados por toda a terra. É difícil encontrar
mais do que três ou quatro em um mesmo lugar
atualmente, mas nos próximos meses e anos
começarão a formar núcleos um pouco maiores
em alguns lugares. Por enquanto, uma mesma
congregação que tenha até duas pessoas com
este chamado já seria algo extraordinário. Muitas
congregações não suportam o fogo que arde
dentro deste grupo emergente e, em alguns
casos, já estão tentando, ou ainda tentarão, se
livrar deles.

Estas pessoas têm dificuldade em se encaixar na


igreja como está hoje. Estão marchando de
acordo com outro ritmo, com outro som. O
inimigo vai tentar aproveitar-se desta situação
para fazer com que se tornem amarguradas e
rebeldes, pois sabe muito bem que esta seria a
maneira mais eficaz de desqualificá-las do seu
propósito. Mas mesmo que resistam à tentação
de serem amarguradas ou rebeldes, a maioria
está tão séria e concentrada no seu alvo que não
consegue se encaixar na vida da igreja típica de
hoje. Por causa disso, o Senhor já está
preparando lugares onde poderão se ajuntar com
outros que têm o mesmo chamamento. Estas são
as “forças especiais” de Deus. Se pudermos
compreendê-los, muitos problemas
desnecessários poderão ser evitados e toda a
igreja poderá se beneficiar grandemente do seu
ministério.

Uma das tarefas mais importantes das forças


especiais nos exércitos deste mundo é treinar
pessoas nativas em outros países para realizar
operações e táticas especiais. Da mesma forma,
estas forças especiais no campo espiritual serão
enviadas pelo mundo inteiro para treinar líderes
cristãos nativos em lugares onde grandes
avanços espirituais estão prestes a começar.
Serão os verdadeiros apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e mestres que cumprirão o
mandato de Efésios 4 de equipar os santos para
fazer a obra do ministério. Serão enviados para
equipar aqueles que estarão à frente do ministério
dos últimos dias. Sua grande eficácia em equipar
os santos para cumprir seu chamamento será por
si só uma grande fonte de poder que começará a
transformar radicalmente a igreja.

Um Exército de Jovens

Os mais velhos que vi nesta grande companhia


ainda estavam com menos de 30 anos de idade. A
maioria ainda são crianças e muitos estão por
nascer. Isto me leva a acreditar que o propósito
deles se tornará progressivamente mais e mais
claro durante as próximas décadas. É verdade
que estamos chegando ao fim desta época, mas é
também crítico entendermos que ainda temos
alguns anos (ou décadas) à nossa frente.
Devemos, portanto, preparar-nos para o futuro
com estratégia e visão – não com uma
mentalidade de escape.

Há alguns “Josués” e “Calebes” da geração


anterior que estão ajudando a preparar estes
jovens mensageiros de poder no seu
chamamento.

Quando Israel falhou e não entrou na Terra


Prometida a primeira vez, Josué e Calebe não
começaram a se queixar da sua própria geração.

Partiram imediatamente para treinar a próxima


geração para entrar na terra. Da mesma forma,
muitos que fazem parte da geração atual são
chamados para ajudar a preparar a próxima e a
guiá-la no meio dos acontecimentos vindouros.

Alguns daqueles que são chamados para guiar a


próxima geração já estão bem idosos. Serão
renovados e haverá uma poderosa unção sobre
eles para que ajudem a renovar a igreja. A noiva
de Cristo não terá mancha, o que significa que
será pura. Não terá rugas, ou seja, será
eternamente jovem. Esta unção de juventude virá
sobre a igreja de uma forma bem sobrenatural. Os
mais idosos começarão a ficar mais jovens e até
seus corpos físicos serão vivificados por aquele
que é capaz de ressuscitar nossos corpos
mortais. Um toque do Senhor poderá nos renovar
como nenhum Oil of Olay seria capaz de fazer.
Ninguém que está vivo será velho demais para
aquilo que virá. Podemos ser renovados em
nossas forças.
Entretanto, a maioria daqueles que vi nesta
grande companhia que está surgindo era
fisicamente jovem. Mesmo alguns que eram bem
jovens demonstravam uma atitude de resolução
tenaz em seu semblante. Esta era uma
característica que todos tinham em comum e era
assim que reconheciam um ao outro – por sua
concentração séria e inflexível no seu propósito.
Isto é impossível de demonstrar, a menos que
realmente se tenha uma profunda convicção de
quem é, do que está fazendo e do por quê.

Embora haja alguns “Josués” e “Calebes” nesta


geração atual, assim como Josué e Calebe eram
literalmente “um em um milhão” na sua geração,
seus números serão muito pequenos agora
também. Alguns dos líderes cristãos atuais estão
entre os maiores que já viveram e, como João
Batista, estão aqui para preparar o caminho para
aquilo que virá. Como João Batista, profetizarão
sobre os que virão após eles, mas mesmo assim
não os compreenderão plenamente, nem a sua
mensagem. Muitos nesta presente geração de
líderes estão cumprindo sua missão e o estão
fazendo muito bem.

Outra vez, é essencial que estes líderes da


presente geração compreendam que seu
propósito é preparar e equipar a próxima geração.
O ministério para jovens e crianças será o coração
e enfoque central de toda congregação que
quiser participar deste próximo mover de Deus
que se tornará o maior que já veio sobre este
mundo.

Uma visão se repetiu várias vezes sobre este


assunto: uma menina entre oito e dez anos lutava
contra demônios com a coragem, a perseverança
e a sabedoria da mais experimentada guerreira.
Esta pequena garota nunca teve chance de
brincar com bonecas, mas também nem tinha
vontade.

Ela estava liberando almas e dando coragem a


uma grande companhia que vivia todos os dias
com um só propósito – de fazer tudo em favor do
evangelho. Vi pequenos garotos que nunca
brincaram de exército porque estavam no exército
de Deus. Eram soldados e tinham uma sabedoria
muita além da sua idade. A seriedade nos
semblantes destas crianças era algo assombroso.
Porém, a paz e a alegria que se estampavam ali
também eram algo além do que crianças
brincando jamais poderiam experimentar. Estas
crianças realmente estavam ali com o objetivo de
ver sinais e maravilhas acontecerem.

Pessoas Sem Nome e Sem Rosto

Já ouvi Paul Cain falar muitas vezes sobre uma


visão reincidente, que teve através dos anos, de
“pessoas sem nome e sem rosto”. Serão pessoas
que encherão estádios de multidões para ouvir o
evangelho. Curarão toda espécie de doença e até
levantarão os mortos, mas ninguém saberá nem o
nome deles. Esta é uma visão verdadeira. Creio
que vi este mesmo grupo, antes mesmo de
conhecer Paul ou de ter ouvido falar da sua visão.

Durante os últimos meses, também tenho


recebido uma mesma visão, várias vezes, a
respeito deste grupo que virá. Cada vez que se
repetia, a visão dava um pouco mais de revelação
sobre como será este grupo e quem são as
pessoas que farão parte dele. Estou usando o
termo “Comando Delta Espiritual” aqui, porque vi
que há vários paralelos entre estes futuros
“mensageiros de poder” e o * Comando Delta do
exército norte-americano.

Os Estados Unidos não reconhecem oficialmente


nem que o Comando Delta exista, embora todos
agora saibam da verdade. Da mesma forma, a
igreja, em geral, raramente admitirá que seu
“Comando Delta” existe. O Comando Delta é a
elite da elite das forças militares dos Estados
Unidos e está entre os melhores lutadores e
agentes secretos do mundo, porém seus
membros jamais querem ser reconhecidos nem
receber fama por suas proezas. Por quê? Porque
assim que forem conhecidos, não conseguirão
mais fazer seu trabalho. De forma semelhante, o
Senhor está levantando uma força elite entre os
melhores dos melhores da igreja dos últimos dias.
Como o Comando Delta, temem o
reconhecimento porque comprometeria sua
capacidade de realizar sua missão. Eles vivem em
função de apenas um propósito – realizar
plenamente o que foram colocados nesta terra
para fazer. Por isto, seu grande temor realmente é
de receberem reconhecimento.

Nosso Maior Inimigo – O Ciúme

Embora a própria palavra “elite” seja ofensiva a


muitos cristãos, a verdade é que o processo de
chamar, treinar e equipar esta força especial de
cristãos é uma das coisas mais importantes que
está acontecendo na terra hoje. O nascimento,
desenvolvimento e disposição do Comando Delta
é um dos maiores exemplos de perseverança e
dedicação à visão profética demonstradas por um
pequeno grupo de indivíduos na história militar
dos Estados Unidos. Previram a ameaça do
terrorismo e, durante décadas antes deste
conflito atual, tentaram preparar o país para isto.

Enfrentando contínua oposição por parte dos


seus colegas oficiais e até de líderes civis do
exército, mantiveram firme sua direção e
prevaleceram. Quando a hora chegou, estavam
prontos e agora estão nas primeiras fileiras nesta
guerra. A maioria das pessoas nem sabe o que é o
Comando Delta, nem o que está fazendo. E é
assim que eles querem que seja.

A razão principal pela constante oposição que o


Comando Delta recebia do resto do Exército pode
ser resumida em uma palavra: ciúme. Já havia
algumas unidades de elite, como os Rangers e os
famosos “Boinas Verdes” ou fuzileiros navais,
todas as quais se achavam adequadas para o
desafio. Ficaram ainda mais ofendidos quando as
melhores tropas das suas unidades foram
recrutadas para uma força secreta que seria ainda
mais focada no alvo e mais elite que elas.

Assim, o maior desafio para a sobrevivência do


Comando Delta foi interno, vindo do próprio
Exército. Foi só através de um dos maiores
exemplos de liderança e visão na história do país
que um coronel e alguns generais conseguiram,
primeiro desenvolver a visão da Força, e depois
levá-la a superar todos os obstáculos.

O mesmo será necessário daqueles que forem


chamados para guiar as forças especiais que
estão sendo levantadas agora para enfrentar os
desafios que virão no mundo espiritual. A maior
batalha de sobrevivência será enfrentar ciúme de
dentro da igreja. Isto não é nada novo. Está
escrito que nosso Senhor foi crucificado por
inveja (Ver Mt 27.18; Mc 15.10).

Aqueles que ficarem ofendidos pela palavra “elite”


se tornarão em alguns dos maiores obstáculos à
preparação do ministério dos últimos dias.

Porém, lidar com isto faz parte do treinamento. Há


uma força elite de cristãos sendo levantada que é,
e precisa ser, muito diferente dos cristãos típicos
e mornos das nossas igrejas atuais. Não só terá
padrões mais altos, mas terá padrões muito mais
altos. Quando esta força for liberada para agir, um
só literalmente afugentará mil, e dois perseguirão
dez mil.

Muitos vão permitir que o ciúme os transforme em


opositores daquilo que virá, mas muitos outros
serão tocados em seus corações pela devoção
focalizada destes mensageiros de poder e serão
despertados do seu sono e das atitudes de
mornidão. O resultado final será que a igreja
inteira será transformada desta multidão
espiritualmente confusa, com que se parece hoje,
naquela força disciplinada e poderosa que sempre
foi o propósito de Deus para ela.

Conheça Seu Lugar

Assim como o Comando Delta não pode ganhar


sozinho uma guerra contra uma outra grande
potência, porém depende de toda a força militar
dos Estados Unidos, a igreja não poderá ganhar
suas batalhas dos últimos dias apenas com suas
forças de elite. As táticas em que o Comando
Delta foi treinado seriam inúteis num campo de
batalha convencional. Da mesma forma, os dons e
habilidades espirituais destes “mensageiros de
poder” que estão para surgir simplesmente não
funcionarão na igreja em geral, nem na maioria
das batalhas espirituais que precisam ser
travadas. Embora a maioria da igreja hoje esteja
dormindo em relação ao tempo em que vivemos e
precise ser despertada por esta grande força que
está sendo levantada, poucos cristãos foram
chamados para fazer parte deste grupo.

Isto significa que a maioria dos cristãos foi


chamada para uma posição inferior no exército
espiritual? De modo nenhum – apenas diferente.

Grande parte das tremendas proezas espirituais


será realizada por aqueles que estão labutando
regularmente no dia-a-dia das linhas de frente
nas suas igrejas locais. Aqueles que demonstram
a coragem de segurar a linha contra as grandes
investidas do inimigo e que depois ainda se
dispõem a deixar a segurança das trincheiras para
atacar as fortalezas do inimigo, não são menos
heróis do que os outros que estão envolvidos em
operações especiais. A maioria dos grandes
heróis na história militar foram cozinheiros ou
membros da equipe de apoio, que pegaram em
armas e lutaram como leões quando houve
necessidade. Alguns dos grandes líderes e heróis
da fé nos últimos dias também surgirão de
origens inesperadas.

A igreja precisa compreender que há uma “força


de elite” sendo preparada agora e também
descobrir como se relacionar com ela. Esta não
ganhará sozinha a vitória completa, contudo
contribuirá muito para que seja ganha. Poucos
saberão quem eram estas pessoas ou o que
fizeram, mas isto é exatamente o que estes
guerreiros preferem.

Lembremos também que os generais que dirigem


grandes exércitos, comandam navios ou pilotam
aviões certamente são tão importantes quanto
aqueles que podem liderar pequenas unidades
especiais. Todos precisamos uns dos outros e
todos precisamos estar seguros no nosso próprio
chamamento.

Porém, assim como as forças especiais do


exército dos Estados Unidos se dedicam à
excelência que ajuda a elevar o padrão de todo o
contingente militar, estas forças especiais que
estão sendo levantadas agora na igreja ajudarão a
despertar os demais e a elevar o padrão de todos
os verdadeiros cristãos.

Hierarquia no Reino?

A democracia é um dos grandes presentes de


Deus para a humanidade. Para a condição caída
do homem, é a melhor e mais segura forma de
governo. As liberdades que vieram através do
estabelecimento da democracia na Terra também
estão ajudando a preparar o mundo para a vinda
do reino, porque “onde o Espírito do Senhor
estiver, aí também haverá liberdade” (2 Co 3.17).
Mesmo assim, o reino não é uma democracia – e
nunca será. Há uma aristocracia no céu e muitas
das recompensas por nossa fidelidade na Terra
irão durar pela eternidade. A mais fundamental
dessas recompensas é justamente nossa posição
no céu. Nós não seremos todos iguais lá e as
Escrituras são bem claras sobre isto. Há posições
no céu, chegando até ao privilégio de sentar-se à
direita e à esquerda do Pai, as quais estão sendo
determinadas por nossas vidas aqui na Terra.

É exatamente sobre esta ordem e posição no céu


que o apóstolo estava falando, quando disse em
Filipenses 3.13-14: “Irmãos, quanto a mim, não
julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e
é que, esquecendo-me das coisas que atrás
ficam, e avançando para as que estão diante de
mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.
Paulo não estava falando sobre salvação aqui,
pois ele estava totalmente redimido e salvo desde
o primeiro momento em que creu na expiação da
cruz. O que ele chama de “chamado para o alto”
ou “alta vocação” era justamente o chamado para
subir para mais perto de Deus. Paulo entendia
que havia muito mais a buscar do que salvação, o
que se transformou na poderosa força motriz por
trás de sua grande devoção.

Todo aquele que começa a vislumbrar esta alta


vocação será compelido a deixar de lado todo e
qualquer obstáculo a fim de correr a corrida e
ganhar o prêmio. Não há nenhum
empreendimento semelhante no universo que
possa se comparar com a oportunidade que
temos de alcançar esta posição em Cristo. Para
aqueles que percebem o chamado, não haverá
maior ambição do que esta, de ouvir no dia do
grande julgamento:

“Bem está, servo bom e fiel” (Mt 25.21). Na


verdade, todo aquele que tenha visto o Rei
exaltado que servimos e que não esteja ardendo
com intensa paixão para fazer todas as coisas por
amor a ele, certamente já caiu num terrível
engano. Aqueles que verdadeiramente seguem o
Rei vivem para fazer a vontade do Mestre.

Mesmo assim, para vencer esta corrida, teremos


de subir acima do nível onde se busca a própria
ordem e posição. Isto parece um paradoxo – e é.

Para vencer esta corrida, precisamos nos esvaziar


a tal ponto de ambição egoísta e encher-nos
tanto de amor por Deus e por nossos
companheiros soldados da cruz, que faremos
todas as coisas para sua glória e para o benefício
deles, não apenas em função de uma possível
posição que possamos alcançar. Para vencer a
corrida, precisamos crescer em amor por nosso
semelhante, a ponto de entregarmos
voluntariamente nosso próprio lugar a ele. É
buscando nosso próprio interesse que perdemos
e, por estar prontos a perder nossa vida para o
bem do outro, que ganhamos. A mais alta posição
é realmente para aquele que quiser ser o servo de
todos.

Uma característica interessante do Comando


Delta do Exército dos Estados Unidos é que eles
não observam os protocolos militares normais.
Não fazem continência aos oficiais e até o homem
de menor graduação chama o coronel pelo seu
primeiro nome. Como pode uma força de elite ser
tão faltosa nessas disciplinas militares básicas?
Quando você é o melhor, realmente deixa de se
importar com títulos e ordem. Da mesma maneira,
aqueles que alcançaram as mais altas posições
no reino chegaram lá, em parte, justamente por
não mais se preocuparem com tais coisas. É
provavelmente por isto que até o grande apóstolo
Paulo, perto do fim da sua vida, não achou que
tinha atingido a alta vocação e estava
determinado a prosseguir firme para o alvo.

É claro que uma das razões pelas quais o


Comando Delta não observa protocolos militares
é que não querem ser reconhecidos nem como
militares e não querem que alguém chegue e os
chame por algum título ou tratamento hierárquico,
que denuncie sua verdadeira identidade. De toda
forma, se um sargento no Comando Delta é quem
tem maior perícia naquela área que será mais
importante numa determinada missão, é ele que
receberá a incumbência de conduzir aquela
missão e o coronel irá segui-lo. Num certo
sentido, eles subiram acima de questões de
posição e estão num lugar onde reconhecem que
os ungidos lideram. Isto é porque subiram ao
lugar onde o importante é dar atenção àquilo que
é importante, que é realizar o trabalho.

Da mesma forma, aqueles que forem os maiores


apóstolos, profetas etc., que em breve serão
liberados na Terra, ligarão pouco para tais títulos.
Na realidade, prefeririam não ser conhecidos por
títulos. Eles não fazem coisas para serem
reconhecidos, mas procurarão propositadamente
se tornar “sem reputação”. Entretanto, serão
usados para realizar os mais extraordinários
milagres, às vezes enchendo estádios e
conduzindo multidões à salvação; mas partirão
antes que alguém descubra quem são. É
suficiente para eles serem reconhecidos por seu
Rei e serem simplesmente capazes de fazer sua
vontade. Buscam sua recompensa no céu, não na
Terra.

Se o exército regular tentasse funcionar com as


regras do Comando Delta, logo degeneraria numa
multidão indisciplinada que seria presa fácil a uma
força muito menor que tivesse rígida disciplina
militar. Embora os títulos estejam sendo usados
de forma abusada em grande parte na igreja hoje,
ainda precisamos deles. Há posições de
autoridade na igreja que precisam ser
reconhecidas a fim de se receber benefício
espiritual delas (veja Mt 10.41).

Por este motivo, não é errado reconhecer as


posições de autoridade na igreja. Entretanto,
quanto mais verdadeira autoridade espiritual a
pessoa tiver, menos ela se importará com
reconhecimento humano. Aqueles que mais
quiserem exigir reconhecimento, menos
autoridade verdadeira terão – ou serão até
mesmo falsos. Jezabel se intitulou profetiza (Ap
2.20). Precisamos aprender a examinar aqueles
que se intitulam apóstolos e não o são, como
também aqueles que usam qualquer outro título.

Conclusão

Já fui acusado muitas vezes de tentar levantar


“uma elite cristã”. Quero deixar claro que sou
plenamente culpado das acusações. Quanto mais
o Senhor me mostra sobre esta força espiritual
que está para surgir, mais dedicado fico a este
propósito. Entretanto, não vejo em mim um líder
deste grupo, nem mesmo um dos seus líderes.
Estou simplesmente tentando abrir um espaço
para eles por ter visto algo da sua importância.

De fato, temos alguns que foram chamados para


fazer parte desta grande companhia nas nossas
congregações e em cada classe da nossa Escola
MorningStar de Ministério. Porém, são apenas
alguns poucos indivíduos em cada um destes
lugares. Posso discerni-los porque são muito
diferentes. Enquanto outros estão crescendo
espiritualmente, estes estão crescendo
radicalmente. Enquanto outros estão se
divertindo, estes estão orando, estudando, saindo
para as ruas para testemunhar, expulsar
demônios e orar pelos enfermos. É assim que
passam seu “tempo de lazer”.

A igreja perfeita se modela perfeitamente no


ministério do próprio Senhor. Seu ministério era
para as multidões, mas tinha outro grupo menor
ao qual dava mais atenção. E entre estes, havia
um outro grupo menor ainda com quem
compartilhava tudo. Esta é a razão, eu creio, por
que tanto o Tabernáculo de Moisés como os
diferentes templos tinham todos três repartições.

Se só quisermos ministrar à elite e não tivermos


nada para as multidões, ficaremos
desequilibrados e possivelmente enganados e
sectários. Se só ministrarmos às multidões e não
tivermos um grupo que estamos ajudando a
avançar mais para frente, para cima e com mais
profundidade, teremos uma tendência de ser
muito superficiais e de talvez promover a
mornidão e a misericórdia sem santidade.

Assim como o Átrio Exterior era a parte maior do


tabernáculo, onde se encontrava sempre o maior
número de pessoas, creio que a maior parte do
nosso ministério precisa ser justamente aquela
que atrairá a multidão. Porém, depois que as
pessoas entrarem, precisam entender que podem
avançar em Deus o quanto quiserem. Este é o seu
chamamento.

Aqueles que quiserem prosseguir também


precisam saber que o padrão para os que vão
ministrar no Santo dos Santos é muito diferente.

Algumas coisas que passavam no Átrio Exterior


podem matá-lo no Santo Lugar. O caminho está
aberto a todos, mas você precisa ir ao altar e
morrer, ir à bacia e ser purificado e entender que
quando você entra no Santo Lugar, não haverá
nenhuma luz natural lá. A única luz que iluminará
o local, depois de entrarmos lá, é a luz da unção
do Espírito Santo. Enquanto prosseguimos para
este compartimento final, que é o menor de
todos, a única luz é da glória do Senhor. Ser
capaz de ficar e ministrar na unção e na glória é
algo muito além da capacidade da maioria das
pessoas. Muitos desmaiam e ficam “prostrados
no Espírito”, apenas por chegarem perto.
Entretanto, nós devemos aprender a ficar e a
cumprir nossas tarefas, até na sua presença
manifesta. Os maduros aprenderam a não cair.
Mais do que qualquer coisa, precisamos daqueles
que possam ficar — ficar na sua presença, como
também ficar firmes contra qualquer investida do
diabo. O Senhor está novamente fazendo a
grande pergunta que fez através de Jeremias:

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