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Dentro da cavidade bucal existe uma série de receptores que nos permitem definir
algumas situações e levam esta cavidade a iniciar alguns processos. Essa cavidade está entre o
meio externo e o meio interno e pode ser tanto influenciada pelo que está entrando como
pelo que já está lá.
Presença de água
Secreção salivar
MASTIGAÇÃO
- Primeira Fase: Temos a abertura da boca com relaxamento reflexo dos músculos
levantadores da mandíbula e contração isotônica dos músculos abaixadores. Essa fase permite
que haja uma abertura para entrada do alimento.
- Segunda Fase: Temos o fechamento da boca com contração isotônica dos músculos
levantadores e relaxamento reflexo dos músculos abaixadores.
- Terceira Fase: É a chamada fase oclusal onde temos uma contração isomérica dos músculos
levantadores da mandíbula, que gera uma pressão e permite a quebra dos alimentos. Durante
esse mecanismo de quebra os dentes envolvidos não são mais os incisivos ou caninos, mas sim
os molares e pré-molares, que fazem uso de uma força muito grande.
Insuficiência Mastigatória
Pode ser determinada por diminuição da área dentária de oclusão – por ausência de
dentes ou anomalias de oclusão -, por hábitos mastigatórios – preguiça de mastigar -, por um
limiar de deglutição – de modo que o centro da deglutição é ativado muito rápido, fazendo
com que a deglutição se inicie precocemente -, diminuição da força mastigatória – por
presença de dor ou uso de próteses – ou movimentos mandibulares anormais – por
alterações na ATM ou alteração na contratilidade muscular.
SECREÇÃO SALIVAR
A medida que o alimento é mastigado ele é misturado com a secreção salivar, que é
produzida por dois tipos de glândulas salivares. As glândulas salivares maiores – parótida,
submandibular e sublingual – produzem cerca de 90% da saliva. As parótidas são
principalmente responsáveis por uma secreção serosa com grande quantidade de enzimas –
amilase principalmente. A sublingual e a submandibular são glândulas mistas, que produzem
muco e proteínas. As glândulas salivares menores – glândulas orais – se encontram
espalhadas por toda a cavidade bucal e são responsáveis pela secreção de muco – mucina.
Esse conjunto de glândulas produz uma saliva com vários constituintes e apresentam
uma regulação diferenciada. As glândulas orais possuem secreção constante uma vez que é
necessário manter a cavidade bucal umedecida, protegendo assim o epitélio. As glândulas
produtoras de enzimas, por sua vez, geralmente realizam uma produção basal que é
aumentada pela presença do alimento. Esse estímulo é necessário porque a produção de
amilase sem que haja digestão seria um grande gasto energético.
Funções
- Facilita a fala por manter a cavidade umedecida – pela presença de muco, água e eletrólitos.
- Inicia a digestão de amidos e também de lipídeos. A digestão de amidos ocorre por ação da
alfa-amilase, mas não é algo extremamente necessário uma vez que há secreção de grande
quantidade de amilase pancreática e de outras enzimas que digerem açúcar. Há presença
também de uma lipase, mas esta possui ação praticamente desprezível uma vez que o pH da
saliva é alcalino e a lipase precisa de um pH mais ácido para se ativar. O que se acredita é que
a ação lipídica que se tem no estômago – que é muito pequena – ocorra por ação dessa lipase.
- Funciona como uma primeira barreira de proteção, tendo ação antibacteriana por presença
de íons tiocianato, lisozimas e anticorpos.
Importante:
Vários acinos formam os lobulos.
cavidade
oral
A saliva primaria tem uma composição isotônica em comparação ao plasma. A passagem dessa
saliva primária ao longo dos ductos, especialmente o ducto estriado, permite uma modificação
da composição dessa saliva, uma reabsorção de sódio e cloreto e secreção de potássio e
bicarbonato, deixando-a hipotônica.
Se a passagem dessa saliva por esses ductos for lenta, ela vai ter mais tempo de ocorrer essas
trocas.
Por´wm, se a passagem for rápida, não haverá tempo para que ocorra as trocas e a
tonicicidade da saliva secundária fica quase similar à primária.
Comparação da composição da saliva no fluxo salivar alto e baixo:
Regulação
A regulação é feita pelo Sistema Nervoso Simpático (SNA.S) e Parassimpático (SNA.P),
com ação preponderante deste último, que é um grande estimulador. A inibição pode ocorrer
através da estimulação do SNA.S ou de inibição do SNA.P.
Inervação parassimpática:
Núcleo salivatório superior – nervo facial – nervo corda do tímpano – glândula submandibular
e sublingual.
Inervação simpática:
O SNA.P atua via N. Glossofaríngeo – que regula a glândula Parótida– e via N. Facial –
que regula as glândulas submandibulares e sublinguais.
Em relação à estimulação, temos como fatores estimulantes a visão, olfato e audição,
fatores já citados que, mesmo anteriormente à ingestão do alimento, já provocam aumento
da secreção salivar via SNA.P. Ocorre também aumento da secreção gástrica, pancreática e
biliar, mas só nos damos conta da secreção salivar. Todo esse estímulo à secreção acontece
para que haja uma preparação do TGI para receber o alimento. Esses fatores, entretanto, só
conseguem aumentar a secreção até certo ponto, promovendo um aumento limitado – até
30%. A secreção só alcança seu ápice com a presença de alimento na cavidade oral, que é o
principal estimulador desta.
A náusea também é um elemento estimulador da secreção salivar via SNA.P. Caso haja
a ingestão de algo maléfico ou potencialmente lesivo, há geração de um estímulo pelo TGI –
que também pode ocorrer nos pilares amigdalianos – que promovem a náusea, levando
posteriormente ao vômito com o objetivo de colocar para fora aquilo que está incomodando.
Em caso de desidratação, medo ou sono há inibição do SNA.P, de modo que o
estímulo para secreção salivar é diminuído.
O SNA.S possui um efeito bifásico. Embora ele haja como um inibidor, diminuindo a
secreção salivar por provocar intensa vasocontrição, ele antes promove contração das células
mioepiteliais, que fazem com que haja contração dos ácinos - levando a um aumento prévio
da secreção, antes que haja inibição.
Fatores como ansiedade, grande excitação ou fadiga estimulam o SNA.S, promovendo
inibição da secreção salivar.
A deglutição pode ser dividida em três fases, de acordo com o percurso percorrido
pelo bolo alimentar. Inicialmente a regulação é feita pelo centro da deglutição, sendo
responsabilidade no SNC. Entretanto, quando o bolo alimentar passa da musculatura estriada
para a musculatura lisa, o comando passa a ser do SNE(compreende plexo nervoso
mioentérico e submucoso).
+ Fase Oral
+ Fase Faríngea
Nessa fase temos elevação do palato mole(úvula) – que fecha a cavidade nasal – e
também elevação da epiglote – que fecha a laringe. O fechamento da laringe é garantindo
também pela ‘junção’ das cordas vocais, que impendem a passagem de qualquer coisa pela
traqueia. Nesse momento a respiração é inibida e o bolo alimentar é empurrado em direção à
faringe, onde se inicia a onda peristáltica primária, promovida pela ação dos músculos
constrictores. Essa onda direciona o bolo alimentar para baixo, em direção ao esôfago, de
modo que promove o relaxamento do EES, permitindo assim a entrada do alimento neste
tubo.
+ Fase Esofagiana
Distúrbios da Deglutição
+ Lesão do SNE
Acomete o TGI a partir dos 2/3 inferiores do esôfago. No caso de aumento do tônus
do EEI, não há ocorrência de relaxamento receptivo de modo que todo alimento ingerido se
acumula no esôfago. Com isso, ocorre uma dilatação do esôfago, chamada de acalasia. Já, no
caso de diminuição do tônus do EEI, ocorre lesão da mucosa esofagiana por conta do refluxo
do conteúdo gástrico.
+ Paralisia da Deglutição
Pode ser derivada de lesões centrais – lesões nos nervos cranianos ou no centro de
deglutição -, lesões na parede do esôfago – SNE ou doença de Chagas – ou insuficiência da
transmissão neuromuscular – botulismo ou miastenia grave.