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ATIVIDADE III E ATIVIDADE IV

SALVADOR
2023
Hanna dos Anjos, Catarina França, Marcos Vinicius, João Pedro
Gomes, Rodrigo Moreira, Raphael Fernandes e Wesley de Jesus

ATIVIDADE III E ATIVIDADE IV


Atividade para prática e obtenção de nota parcial na
disciplina de FISIOLOGIA EM MORFOFUNCIONAL II
ministrada pelo professor Marco Silvany.

SALVADOR
2023
1. Com o que você aprendeu nesta atividade, especule como os ratos do deserto são
capazes de concentrar significativamente sua urina mais do que os seres humanos.

Especula-se que, por conta da aridez do ambiente e da escassez de água nele por
conta disso, e dada a importância desse líquido para o metabolismo do rato, esse animal
utiliza mecanismos renais de reabsorção hídrica extremamente eficazes, fazendo com
que uma fração muito pequena da água do filtrado vá para a formação da urina. Isso é
muito importante do ponto de vista adaptativo, uma vez que, para um animal, ou mesmo
uma planta, por exemplo, que vive no deserto, não faz sentido evolutivamente a perda
desnecessária de água.

2. A julgar por esta atividade, qual seria um mecanismo razoável para substâncias
diuréticas?

As substâncias diuréticas são aquelas responsáveis, basicamente, por aumentar a


excreção de água através da urina, porém, de acordo com as leis da osmose, esse
processo também eleva a excreção de alguns solutos, dado que é justamente a maior
concentração dos solutos nos túbulos renais que faz com que a água também permaneça
ali.

Sendo assim, com base nesse conhecimento, as substâncias diuréticas devem


contar com mecanismos que atuem no processo de reabsorção de água e de alguns
solutos, como o sódio, estimulando, por exemplo, a exposição de aquaporinas. Essa
atuação pode se dar, principalmente, nos túbulos proximais, alça de Henle e ductos
coletores.

Já existem no mercado farmacêutico algumas classes de diuréticos que possuem


boa funcionalidade:

Diuréticos de Alça - são os mais potentes do mercado e o seu mecanismo de


ação se dá na alça de Henle, através da inibição da proteína transportadora de
1Na/2Cl/1K. Inibindo o transporte desses solutos para fora da alça, eles continuam
mantendo o poder osmótico que retém a água ainda nos túbulos renais.
Diuréticos Tiazídicos - atuam na parte inicial do túbulo distal, inibindo o
cotransportador de Na/Cl, mantendo-os retidos no túbulo e evitando a sua reabsorção. A
água, portanto, permanece junto aos solutos.

Diuréticos Poupadores de Potássio - atuam nas células principais do ducto


coletor e podem ser de dois tipos: antagonistas dos receptores de mineralocorticoides
(competem com a aldosterona) ou bloqueadores do canal de sódio (impede a entrada de
sódio pela membrana luminal).

3. O que aconteceu com a concentração de urina quando a concentração de soluto


no espaço intersticial aumentou? Quão bem os resultados se comparam à sua
previsão?

A urina se tornou mais concentrada e menos diluída, devido ao aumento da


reabsorção de água pelo túbulo renal. Isso ocorre, pois, a reabsorção progressiva de
solutos para o espaço intersticial cria um gradiente osmótico favorável à reabsorção de
água do líquido tubular em direção ao espaço intersticial e, em seguida, os capilares
peritubulares. Os resultados são compatíveis com a previsão do grupo.

4. O que aconteceu com o volume de urina quando a concentração de soluto no


espaço intersticial aumentou? Quão bem os resultados se comparam à sua
previsão?

Se há aumento da concentração de soluto no meio intersticial, haverá aumento


da pressão osmótica com o intuito de tornar esse meio intersticial menos hipertônico, ou
seja a água que está diluindo a urina irá ser reabsorvida na parte descendente da alça de
Henle por meio da osmose com o objetivo de tornar o meio medular, que estaria mais
concentrado, em meio hipotônico, deixando o líquido tubular com menos água e mais
concentrado.
5. O que você acha que aconteceria com o volume da urina se você não adicionasse
ADH ao ducto coletor?

Inicialmente, é importante compreender o que é o ADH e como ele atua. O


hormônio antidiurético (ADH), produzido pelo hipotálamo, tem a sua funcionalidade
voltada ao aumento da reabsorção de água para que, assim, possa ser efetivamente um
antidiurético. A sua atuação acontece, principalmente, nos túbulos e ductos coletores,
através da sua interação com os receptores V2 que estão associados à proteínas Gs
(estimulatórias). A partir dessa interação, dá-se início à cascata de sinalização que vai
culminar na fosforilação das aquaporinas-2 (AQP-2) presentes no citosol, para que,
assim, elas possam ser expostas na membrana luminal, aumentando a reabsorção de
água.

Sendo assim, se não houvesse a regulação da diurese por meio do ADH o


volume urinário seria muito maior do que realmente é e não seria possível aumentar a
nossa retenção de líquidos nos momentos de maior importância, tal como a
desidratação. Vale destacar que um tipo de diabetes - diabetes insipidus - se caracteriza
justamente pela ausência de ADH, o que causa um aumento do volume da urina que se
torna menos concentrada e o aumento da sede de forma constante.

6. A maior parte do filtrado tubular é reabsorvido no corpo ou excretado na


urina? Explicar. 6-A maior parte do filtrado tubular é reabsorvido pelo corpo,
enquanto uma pequena parte é excretada na urina.

O processo de filtração glomerular ocorre nos glomérulos renais, onde o plasma


sanguíneo é filtrado através dos capilares glomerulares e forma o filtrado tubular. Esse
filtrado contém água, eletrólitos, nutrientes, resíduos metabólicos e outras substâncias
que precisam ser reguladas pelo corpo. A reabsorção tubular é o processo pelo qual
essas substâncias são recapturadas e retornam ao sangue. As células epiteliais dos
túbulos renais possuem transportadores específicos que reabsorvem seletivamente
substâncias necessárias pelo corpo, como glicose, aminoácidos, íons e água. Cerca de
99% do filtrado tubular é reabsorvido de volta ao sangue, deixando apenas cerca de 1%
para ser excretado na urina.
7. A reabsorção de solutos pode influenciar a reabsorção de água do fluido
tubular? Explicar.

Sim, a reabsorção de solutos pode influenciar a reabsorção de água do fluido


tubular. O processo de reabsorção de água é passivo e ocorre por osmose, seguindo o
gradiente de concentração de solutos no fluido tubular e no tecido renal circundante.
Quando ocorre a reabsorção de solutos pelos túbulos renais, a concentração desses
solutos nos tecidos renais circundantes aumenta, criando um gradiente de concentração
que favorece a reabsorção de água.

8. Por que seu médico de família na virada do século XX provaria sua urina?

Para verificar se a urina é doce e, desta forma, comprovar se há glicosúria.

9. O que acontece com a concentração de glicose na bexiga urinária à medida que


aumenta o número de transportadores de glicose?

Com o aumento do número de transportadores de glicose, ocorre uma


reabsorção maior de glicose nos túbulos proximais e, consequentemente, a diminuição
de sua concentração na bexiga, até que os rins alcancem o limite de reabsorção desse
carboidrato, quando a concentração de glicose na bexiga começará a aumentar.

10. Que tipos de transporte são utilizados durante a reabsorção de glicose e onde
ocorrem?

A reabsorção da glicose ocorre principalmente nos túbulos proximais e envolve


a participação de transportadores específicos de cotransporte e de transporte facilitado.
Na membrana apical, a glicose entra na célula através do cotransportador Sódio -
Glicose e atravessa a membrana basolateral através do transportador GLUT-2,
ocorrendo a reabsorção efetivamente.
11. Por que a concentração de glicose na bexiga urinária torna-se zero nesses
experimentos?

Porque com uma quantidade de transportadores capaz de reabsorver os 180-220


gramas de glicose diários em um corpo saudável é possível que haja a reabsorção de
toda a concentração de glicose filtrada, ou seja não haverá glicose que consiga
atravessar todos os túbulos renais sem encontrar um transportador livre para realizar a
reabsorção. Com isso, toda a glicose filtrada será reabsorvida nos túbulos renais, de
modo que o líquido que seguir para a bexiga urina estará desprovido de glicose,
resultando na concentração nula da glicose nesse órgão.

12. Uma pessoa com diabetes tipo 1 não pode produzir insulina no pâncreas, e uma
pessoa com diabetes tipo 2 não tratada não responde à insulina que é produzida no
pâncreas. Em ambos os casos, por que você esperaria encontrar glicose na urina da
pessoa?

A glicose é 100% filtrada e 100% reabsorvida, nas situações normais. No


entanto, pessoas que possuem diabetes (tipo 1 e tipo 2) não controladas não serão
capazes de manter a taxa de reabsorção da glicose em 100%.

É preciso compreender que a glicose, para ser reabsorvida, depende do seu


cotransporte com o sódio. Ou seja, através do transporte ativo secundário, a glicose
utiliza a energia proveniente do movimento dos íons sódio para também ser
movimentada para dentro da célula tubular. Esse processo ocorre, principalmente, no
túbulo proximal, por meio das proteínas transportadoras SGLT (membrana luminal) e
GLUT (membrana basolateral para saírem da célula tubular). Essas proteínas
cotransportadoras SGLT, porém, possuem um ponto em que alcançam o seu transporte
máximo, ou seja, chega um momento em que elas estão saturadas e não conseguem
mais reabsorver a grande quantidade de glicose que está chegando. Essa taxa de
transporte máximo está em torno de 375 mg/min.

Sendo assim, uma pessoa com DM não controlada não consegue “enviar” a
glicose para ser utilizada dentro das suas células e, por isso, grande quantidade de
glicose acaba indo para o rim e são totalmente filtradas. Enquanto a SGLT é capaz de
reabsorver, ela vai reabsorvendo, porém quando os níveis de glicose no filtrada é
extremamente elevado ela já não vai conseguir reabsorver além da sua capacidade
máxima e, por isso, a glicose restante será excretada na urina.

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