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CONTROLE

HORMONAL

FISIOLOGIA RENAL
SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

CONTROLE
HORMONAL

CONTEÚDO: ADA CORDEIRO


CURADORIA: ALINE CORDEIRO

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 5

Síntese e secreção ....................................................................................................... 5

Mecanismos de ação ................................................................................................... 6

VITAMINA D .................................................................................................... 7

Síntese ............................................................................................................................. 7

Mecanismo de ação ..................................................................................................... 8

ERITROPOETINA ............................................................................................ 9

Síntese ............................................................................................................................. 9

Mecanismo de ação ..................................................................................................... 9

ANGIOTENSINA II ........................................................................................ 10

Síntese .......................................................................................................................... 10

Ações da angiotensina II ......................................................................................... 11

ALDOSTERONA ............................................................................................ 12

Síntese e secreção ..................................................................................................... 12

Mecanismos de ação ................................................................................................ 13

PEPTÍDEOS NATRIURÉTICOS ................................................................... 13

Síntese e secreção ...................................................................................................... 13

Mecanismos de ação .................................................................................................. 14

PARATORMÔNIO ......................................................................................... 15

Síntese ........................................................................................................................... 15

Mecanismo de ação ................................................................................................... 15

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

Referências..................................................................................................... 16

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

INTRODUÇÃO da osmolalidade do plasma, mediante


controle da excreção de água livre na urina.
Os processos de reabsorção e secreção Isso se dá por aumento da permeabilidade
desempenhados pelos rins são regulados do ducto coletor à água, o que contribui
por diversos hormônios, os quais alteram a para tornar o plasma menos osmolar à
permeabilidade da membrana apical medida que concentra os solutos a serem
tubular a diversas substâncias. Dentre excretados pelos rins.
estes, destacam-se o hormônio
antidiurético (ADH), a vitamina D, a Síntese e secreção
angiotensina II, a aldosterona, o peptídeo
O ADH é sintetizado por grandes
natriurético atrial, o peptídeo natriurético
neurônios dos núcleos supraóptico e
cerebral e o paratormônio.
paraventricular, ambos localizados no
Alguns desses hormônios atuam, dentre hipotálamo anterior. Ele é empacotado na
outras coisas, na regulação do volume forma de grânulos e, então, transportado
circulante e na osmolalidade plasmática desses neurônios até a neuro-hipófise,
através de modificações na reabsorção de local em que é armazenado.
Na+ e água. Dessa forma, são essenciais
para a perfusão adequada dos tecidos
corporais. Outros atuam modificando a
excreção de Ca2+ e fosfato, fazendo parte,
assim, do processo de remodelação óssea.

Ademais, muitos desses hormônios


possuem, em alguma etapa de sua síntese,
envolvimento renal. Por causa disso, e
também devido à síntese de eritropoetina
por células do parênquima renal,
considera-se que os rins possuem função
endócrina.
Síntese e secreção de ADH. Siverthorn, Fisiologia
Humana, 7ed.
ADH

O hormônio antidiurético (ADH), também Quando os osmorreceptores do SNC são

chamado de arginina vasopressina (AVP), estimulados, o ADH armazenado na

é um peptídeo responsável pela regulação hipófise posterior é liberado na circulação.

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

Esses osmorreceptores localizam-se, contribuindo para o aumento da pressão


principalmente, no tecido que circunda o sanguínea em situações de choque
terceiro ventrículo e são capazes de hipovolêmico, por exemplo. A atuação do
detectar alterações na osmolalidade do ADH mais relevante, porém, é no tecido
plasma. Assim, uma osmolalidade elevada renal, em que regula a excreção de água.
provoca abertura de canais de cátions
sensíveis a estiramento localizados na
membrana celular, despolarizando a célula
e, consequentemente, aumentando a
frequência de potenciais de ação. O
aumento da pressão osmótica do líquido
extracelular, portanto, é o principal fator
estimulante para a secreção de ADH. Já a
redução da osmolalidade tem um efeito
inibidor sobre a secreção de ADH.
Ação do ADH via receptor V2. Berne & Levy,
Outro estímulo importante para a liberação Fisiologia, 6ed.
de ADH é a redução abrupta de volume
O ADH aumenta a reabsorção de água nos
efetivo circulante. Essa estimulação tem
túbulos e ductos coletores por aumentar a
início nos barorreceptores sistêmicos, os
permeabilidade desses segmentos a essa
quais detectam uma redução acentuada
substância. Além disso, o ADH estimula o
do volume circulante ou da pressão arterial
transporte de ureia através das células do
e, por meio de vias reflexas neuronais,
ducto coletor medular, impulsionando os
provocam o aumento da secreção de ADH.
mecanismos de concentração da urina, e
Assim, em situações de hemorragia
aumenta a reabsorção de NaCl no ramo
intensa, por exemplo, o ADH é liberado
espesso ascendente da alça de Henle.
como forma de tentar manter a perfusão
tecidual adequada. Na ausência de ADH, os segmentos finais
do néfron possuem permeabilidade à água
Mecanismos de ação
muito baixa. Na presença de ADH, porém,
O ADH possui dois órgãos-alvo principais: canais para água AQP2 são inseridos na
tecido muscular liso vascular e tecido renal. membrana apical das células principais
Quando age sobre o músculo liso vascular, dos túbulos e ductos coletores. Na
o ADH provoca vasoconstrição, membrana basolateral dessas células

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

existem receptores V2 para o ADH. A transporte de água intracelular para o


ligação desse hormônio aos receptores interstício. Esse canal, assim como a AQP
ativa a proteína Gs, a qual, por sua vez, 1, é insensível ao ADH.
estimula a adenilil ciclase a gerar AMPc. O
Ademais, o ADH, por aumento na
AMPc ativa, então, a proteína quinase A,
concentração de AMPc intracelular,
que fosforila proteínas envolvidas com o
provoca fosforilação de transportadores
transporte de vesículas contendo AQP2 e
apicais de ureia, aumentando sua
com a fusão destas à membrana apical.
atividade. Dessa forma, impulsiona a
Dessa forma, o aumento da
reabsorção de ureia, elevando a
permeabilidade das células principais dos
concentração dela no interstício medular.
túbulos e ductos coletores ocorre por
Isso melhora o mecanismo de
aumento da densidade de canais para
concentração urinária.
água do tipo AQP2, a partir da fusão de
vesículas contendo esses canais à
VITAMINA D
membrana apical.
A vitamina D ativa (calcitriol) é um
hormônio regulador da homeostase do
cálcio no organismo e promotor da
Diabetes insipidus renovação óssea. Mediante aumento da
nefrogênico é uma condição reabsorção renal e intestinal de Ca2+ e
caracterizada por resposta fosfato, ela age impulsionando a síntese de
inadequada ao ADH, hidroxiapatita, principal constituinte
podendo ser causada por mineral ósseo.
mutações no receptor V2.
Síntese
Clinicamente, ela cursa com
polidipsia e poliúria, devido à A vitamina D existe no organismo em duas
perda de água livre resultante formas: a vitamina D2 (ergocalciferol) e a
da incapacidade dos rins de D3 (colecalciferol). Elas diferem entre si
concentrar a urina. somente nas cadeias laterais do anel D, já
que a cadeia lateral da vitamina D3 é
característica do colesterol, enquanto a da
Na membrana basolateral dos ductos D2 é característica dos esteroides de
coletores medulares estão presentes origem vegetal. Isso ocorre porque a
canais AQP3, cuja função é mediar o vitamina D2 é obtida por ingestão de

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

alimentos de origem vegetal, o que difere FGF23. O PTH estimula a ativação de


da obtenção da vitamina D3, a qual é vitamina D a calcitriol, enquanto o FGF23
sintetizada na pele a partir do precursor 7- inibe. O produto da reação, a 1,25-
de-hidrocolesterol, mediante exposição à diidroxivitamina D (calcitriol), também
radiação ultravioleta. inibe a reação em um mecanismo de
feedback negativo.
Para que a vitamina D obtenha atividade
biológica, ou seja, esteja ativada, é Mecanismo de ação
necessária a hidroxilação dos carbonos 1 e
A vitamina D atua por meio da regulação
25 de sua molécula. Por ter constituintes
da transcrição de proteínas. Essa molécula
lipídicos, a vitamina D circula no sangue
entra nas células dos tecidos-alvo e liga-se
associada a proteínas ou solubilizada em
a um fator de transcrição citosólico
quilomícrons. A proteína de ligação à
chamado VDR. Os tecidos-alvo principais
vitamina D (PLD) direciona esse pré-
desse hormônio são o intestino delgado,
hormônio ao fígado, onde sofre
os ossos e os rins.
hidroxilação do carbono 25 em reação
catalisada pela enzima 25-hidroxilase. No intestino delgado, o calcitriol aumenta
Dessa forma, a pré-vitamina D é a produção de proteínas envolvidas com a
convertida em 25-hidroxivitamina D absorção de Ca2+, como canais para Ca2+
(calcidiol). epiteliais, bombas e proteínas de ligação
ao Ca2+. Além disso, ele impulsiona a
Novamente na circulação, a molécula liga-
absorção de fosfato, mediante estímulo da
se a uma PLD e é direcionada para os rins,
síntese do cotransportador NaPi.
onde é livremente filtrada e,
posteriormente, reabsorvida nas células Nos ossos, o calcitriol atua de forma direta
tubulares proximais por um processo de e indireta. Ele atua mobilizando o Ca2+
endocitose mediada por receptor. Nessas para fora do osso, mas também aumenta a
células, o calcidiol sofre hidroxilação em deposição do Ca2+ para mineralizar o
seu carbono 1 a partir de uma reação osteoide.
catalisada pela 1-alfa-hidroxilase. Dessa
forma, os rins são responsáveis pela Nos rins, a vitamina D ativa atua
produção da forma ativa da vitamina D, juntamente ao PTH para aumentar a
chamada de calcitriol. Essa etapa de reabsorção de Ca2+ no túbulo distal. Ela
ativação da vitamina D que ocorre nos rins age elevando a transcrição de genes da
é regulada pelo paratormônio (PTH) e pelo proteína de ligação a Ca2+ nas células do

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

túbulo distal. Isso mantém a concentração como um sensor de oxigênio e ajustando a


de cálcio intracelular baixa e estimula, produção de EPO de acordo com a
portanto, a reabsorção de Ca2+. Além necessidade: redução da pressão parcial
disso, o calcitriol promove reabsorção de de oxigênio aumenta sua produção,
fosfato nos rins por regular de forma enquanto o aumento tem o efeito oposto.
positiva o cotransportador apical Na/Pi no
Síntese
túbulo contorcido proximal.

Durante a vida fetal, a EPO é produzida


pelos hepatócitos. Após o nascimento,
porém, as células renais da região do
Em estágios avançados da interstício justaglomerular assumem a
Doença Renal Crônica (DRC) função de sintetizar praticamente toda a
a 1-hidroxilação não ocorre EPO circulante.
de forma adequada e,
O principal estímulo para a produção e
portanto, a produção de
liberação de EPO é a hipóxia tecidual. Esta
calcitriol é comprometida. O
estimula a produção da subunidade α do
doente renal, portanto, tem
um fator de transcrição denominado fator
maior predisposição à
induzível por hipóxia 1 (HIF-1), o qual ativa
distúrbios minerais ósseos e,
o gene da eritropoetina e,
consequentemente, a
consequentemente, aumenta a síntese
fraturas. Para evitar que isso
dela.
ocorra, a reposição com
vitamina D exógena pode ser Mecanismo de ação
importante nesses pacientes.
O processo de formação das células
vermelhas sanguíneas em adultos ocorre
ERITROPOETINA na medula óssea, a qual está contida no
centro de ossos longos e chatos do
A eritropoetina (EPO) é um hormônio organismo. A EPO atua na eritropoese por
glicoproteico produzido pelos rins com meio da ligação a um receptor (EPOR) na
função de regular a eritropoese. Dessa superfície das células-alvo. Esse receptor é
forma, os rins também exercem um papel expresso em células eritroides nos
importante na capacidade do organismo estágios iniciais de desenvolvimento, de
de transportar O2 e CO2, funcionando modo que o processo de diferenciação da

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

unidade formadora de blasto-células ANGIOTENSINA II


eritroides em proeritroblastos é regulado
pela EPO. A angiotensina II (ANG II) é um dos
componentes do sistema renina-
A falta de EPO, portanto, pode causar angiotensina-aldosterona e exerce papel
anemia, já que há comprometimento da fundamental na manutenção do volume
diferenciação de células eritroides. Isso circulante e no aumento da pressão
ocorre, por exemplo, nos pacientes arterial. Isso se deve aos seus efeitos sobre
doentes renais crônicos em estágios o tecido muscular liso vascular, sobre a
avançados. Devido ao processo liberação de outras substâncias na
inflamatório renal que acompanha a circulação e sobre a reabsorção de Na+ em
doença, o rim se torna incapaz de realizar segmentos tubulares renais.
a produção adequada de EPO,
comprometendo a síntese de hemácias e, Síntese
consequentemente, levando a um quadro
A ANG II é produzida a partir do
de anemia de doença crônica. O excesso
angiotensinogênio em uma série de
desse hormônio, entretanto, pode resultar
reações envolvendo diversas enzimas do
em policitemia, aumentando a viscosidade
organismo. O angiotensinogênio é uma
sanguínea.
globulina sintetizada continuamente pelo
fígado e liberada na circulação sistêmica.
Essa proteína é convertida em
angiotensina I pela renina, uma proteína
A reposição de EPO exógena
produzida e armazenada pelas células
frequentemente é indicada granulares do aparelho justaglomerular
em estágios avançados de renal. A renina, ao contrário do
DRC, em que ocorre anemia. angiotensinogênio, só é liberada quando o
aparelho justaglomerular percebe redução
do volume efetivo circulante. Isso pode
Além do papel na eritropoese, a EPO tem ocorrer de três formas:
importância nos tecidos cerebral, cardíaco
• Estimulação simpática do aparelho
e vascular. Ela é um importante fator de
justaglomerular devido à redução
proteção contra isquemia e contra
na pressão arterial sistêmica,
apoptose induzida por hipóxia e radicais
detectada por barorreceptores da
livres, por exemplo.
circulação arterial central.

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

• Diminuição da concentração de Ações da angiotensina II


NaCl na mácula densa decorrente
A ANG II tem diversas ações no
da diminuição da TFG e,
organismo, todas envolvidas com o
consequentemente, da redução do
aumento da pressão arterial e do volume
volume circulante.
efetivo circulante. Ela estimula a liberação
• Redução do estiramento nas células
de aldosterona pela glândula adrenal,
granulares das arteríolas aferentes
promovendo a reabsorção de Na+ e,
(barorreceptores renais), o que
consequentemente, o aumento do volume
indica diminuição da pressão de
circulante, já que a reabsorção de Na+ é
perfusão renal.
acompanhada da reabsorção de água.
Após a renina clivar o angiotensinogênio Além disso, ela promove vasoconstrição
em angiotensina I, esta é convertida em arterial de leitos sistêmicos e renais. Por
angiotensina II pela enzima conversora de constringir predominantemente a arteríola
angiotensina (ECA), a qual está presente eferente em relação à aferente, a ANG II
no endotélio vascular corporal, em especial eleva a taxa de filtração glomerular e reduz
no endotélio pulmonar, em que é mais a pressão hidrostática dos capilares
abundante. peritubulares. Ela também eleva a pressão
coloidosmótica nestes, impulsionando a
reabsorção de fluido.

Ademais, a ANG II aumenta a sensibilidade


dos mecanismos de feedback
tubuloglomerular e aumenta a troca Na-H
no túbulo proximal, no ramo ascendente
espesso da alça de Henle e nos túbulos
coletores. No túbulo proximal, essa troca é
Estímulos para liberação de renina. Imagem realizada pelo trocador NHE3 da
modificada de Silverthorn, Fisiologia Humana, 7ed. membrana apical e impulsionada pela
bomba de Na/K e pelo simportador
A angiotensina II, portanto, é produzida
Na+/HCO3- basolaterais. Assim, a ANG II
principalmente nos pulmões. Porém, ela
liga-se aos receptores AT1 nas
também é produzida localmente nos rins,
membranas apicais e basolaterais dessas
de modo que os rins recebem ANG II
células e, mediante a proteína quinase C,
proveniente dessas duas origens
estimula o trocador NHE3 apical.
principais.

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

Ações da aldosterona no organismo. Imagem modificada de Silverthorn, Fisiologia Humana, 7ed.

Esse hormônio está envolvido com a


reabsorção de Na+ e excreção de K+,
O aparelho justaglomerular é sendo importante, portanto, para a
regulação da volemia e da pressão arterial.
composto por: mácula densa,
células mesangiais e células Síntese e secreção
granulares (produzem renina).
A aldosterona é sintetizada a partir do
colesterol na zona glomerulosa do córtex
adrenal em uma série de reações
ALDOSTERONA
envolvendo diversas enzimas. A ANG II, ao
A aldosterona é o produto final do sistema aumentar a atividade de muitas destas, é
renina-angiostensina-aldosterona. Ela um dos principais estímulos para a síntese
consiste em um hormônio esteroidal e secreção de aldosterona. Ela se liga ao
produzido pela glândula adrenal, sendo o receptor AT1 que existe na célula
principal mineralocorticoide endógeno. glomerulosa e, a partir do aumento da

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

concentração intracelular de Ca2+, a aldosterona atua na modulação da


promove a produção de precursores e transcrição gênica, o que ocorre mediante
estimula a enzima sintase de aldosterona. ligação a um receptor MR citosólico, com o
Outro importante estímulo para a síntese e qual forma um complexo que adentra o
secreção de aldosterona é o aumento da núcleo. Dessa forma, a aldosterona
concentração de K+ extracelular. O aumenta a transcrição da bomba Na/K na
hormônio hipotalâmico ACTH, embora membrana basolateral e dos canais ENaCs
também estimule a produção da apicais, o que impulsiona a reabsorção de
aldosterona, é um indutor secundário Na+ e, por consequência, aumenta a
desse processo. secreção de K+, já que o potencial lúmen-
negativo intensificado, bem como o
gradiente eletroquímico de K+, favorecem
a saída de K+ para o lúmen tubular. Além
disso, a aldosterona eleva a
permeabilidade do K+ na membrana
apical, também favorecendo a saída desse
íon.

Por meio desses mecanismos de aumento


da reabsorção de Na+ e de secreção de K+,
ocorre aumento da pressão arterial e da
volemia, haja vista a absorção de Na+ ser
acompanhada de água, e aumento da
excreção de K+. Não é à toa, portanto, que
os principais estímulos para secreção
Diagrama com estímulos para síntese e com os desse hormônio sejam a diminuição da
efeitos da aldosterona. Imagem modificada de pressão arterial, o que provoca a produção
Silverthorn, Fisiologia Humana, 7ed.
de ANG II, e o aumento da concentração

Mecanismos de ação plasmática de K+.

As ações principais da aldosterona são PEPTÍDEOS NATRIURÉTICOS


promover a reabsorção de Na+ e água e
Síntese e secreção
aumentar a secreção de K+ pelas células
principais dos túbulos e ductos coletores Os peptídeos natriuréticos atrial (PNA) e
dos rins. Como é um hormônio esteroidal, cerebral (PNC) são originados de células

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

cardíacas e atuam na regulação da volemia Mecanismos de ação


e da pressão arterial.
Esses hormônios agem principalmente na
O PNA é produzido nas células atriais hemodinâmica renal, exercendo seus
quando estas sofrem estiramento, como efeitos sobre o organismo por ligação a
em situações de aumento de volume ou de receptores associados à guanilil ciclase.
aumento da pressão arterial sistêmica.. O Esses efeitos são de estímulo para o
PNC, embora tenha sido identificado aumento da excreção de Na+ e água, a
inicialmente no cérebro, é secretado partir da elevação da taxa de filtração
principalmente pelas células miocárdicas glomerular (TFG) e da inibição de
ventriculares, tendo estímulos reabsorção de Na+ e água nos túbulos
semelhantes aos do PNA para sua renais. O aumento da TFG ocorre por
secreção. dilatação da arteríola aferente e constrição
da eferente, enquanto a diminuição da
reabsorção de Na+ ocorre por inibição da
Na/K-ATPase e dos canais ENaC das
células principais dos túbulos coletores. O
PAN e o PNC, por aumentarem o fluxo
sanguíneo na medula renal, também
comprometem os mecanismos de
concentração da urina, favorecendo a
excreção de água. Além disso, eles inibem
a liberação de renina e os efeitos do
sistema renina-angiotensina-aldosterona,
o que incrementa seus outros efeitos
renais.

Outros efeitos desses hormônios são:

• Vasodilatação, por ligação a


Estímulos para secreção dos peptídeos
receptores nas células musculares
natriuréticos. Imagem modificada de Silverthorn,
Fisiologia Humana, 7ed.
lisas.
• Inibição da ingestão de água e de
secreção do hormônio antidiurético

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

(ADH), por ativação de neurônios Ele age por meio da ligação ao receptor
sensíveis ao PNA no hipotálamo. PTH1R associado a proteínas G, ativando
• Diminuição do tônus simpático quinases. Isso aumenta a permeabilidade
periférico, devido a atuação no apical das células tubulares ao Ca2+, o que
tronco encefálico. impulsiona a concentração desse íon no
meio intracelular e, portanto, estimula o
Esses hormônios atuam, portanto, para
transporte dele pela membrana
reduzir a pressão arterial e o volume
basolateral, aumentando a reabsorção de
efetivo circulante.
Ca2+. O PTH, portanto, tem um efeito
hipercalcemiante.
PARATORMÔNIO
Outros efeitos do PTH nos rins são em
Síntese
relação à reabsorção do fosfato e à 1-
O paratormônio (PTH) é um hormônio hidroxilação da vitamina D. Em relação ao
produzido pelas glândulas paratireoides. O fosfato, o PTH promove a remoção de
principal estímulo para sua secreção é a cotransportadores Na/Pi da membrana
redução da concentração de Ca2+ apical do túbulo proximal, comprometendo
plasmática (hipocalcemia). Isso se dá sua reabsorção. Já em relação a 1-
mediante um receptor sensível a Ca2+ na hidroxilação da vitamina D, o PTH tem um
membrana plasmática das células da efeito estimulante, promovendo, portanto,
glândula, cuja ligação ao Ca2+ inibe a a produção de calcitriol.
secreção de PTH. Dessa forma, uma
redução na concentração de Ca2+
sanguínea inibe a inibição promovida pelo
receptor. Outro fator que afeta a secreção
de PTH é a vitamina D, a qual reduz a
transcrição de genes do PTH.

Mecanismo de ação

O PTH é o principal regulador da excreção


renal de Ca2+, uma vez que estimula a
reabsorção desse íon no ramo espesso
ascendente da alça de Henle, no túbulo
coletor distal e no túbulo conector.

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SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

REFERÊNCIAS

Fisiologia renal – Processo de Formação da Urina – Controle Hormonal.


(Riane Wanzeler e Pedro Sultano). Jaleko Acadêmicos. Disponível em: <
https://www.jaleko.com.br >.

AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 4ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2012.

BORON, Walter F.; BOULPAEP, Emile L. Fisiologia Médica. 2ed. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2015.

EATON, Douglas C.; POOLER, John P. Fisiologia renal de Vander. 8ed.


Porto Alegre: AMGH, 2016.

SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia Humana. 7e. Porto Alegre:


Artmed, 2017.

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