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Peritonite
Bacteriana
Espontânea
SUMÁRIO
1. Introdução...........................................................................................................3
3. Sinais e sintomas................................................................................................8
5. Diagnóstico.......................................................................................................12
6. Diagnóstico etiológico.......................................................................................13
7. Tratamento........................................................................................................17
Referências....................................................................................................................... 24
1. INTRODUÇÃO
A ascite é definida como o acúmulo de líquido de origem patológica na cavidade
abdominal, podendo se manifestar de forma aguda ou crônica. Existem várias do-
enças que cursam com ascite, como neoplasias, doenças cardíacas, infecciosas e
hepáticas. Sendo assim, a ascite não é uma doença, mas sim uma manifestação
de uma patologia. A principal etiologia da ascite é a hipertensão portal, principal-
mente decorrente da cirrose hepática. Acredita-se que cerca de 60% dos pacientes
com cirrose hepática cursem com ascite em algum momento da doença. Achados
do exame físico, como manobras semiológicas, também ajudam fortemente no
diagnóstico de ascite. Para o estabelecimento do diagnóstico diferencial da ascite,
a análise do gradiente de albumina soro-ascite tem um papel importante no escla-
recimento etiológico. Além disso, na avaliação diagnóstica da ascite, a paracentese
é o principal método utilizado, independentemente da sua etiologia. A paracentese
também pode ter a função de alívio nos pacientes muito sintomáticos devido à
distensão abdominal provocada pelo acumulo de líquido. Através desse método é
possível verificar a quantidade de polimorfonucleares existentes no líquido ascítico e
com isso fornecer o diagnóstico de peritonite bacteriana espontânea (PBE). A PBE é
a complicação mais comum na ascite de origem hepática, tendo alta mortalidade e
requerendo antibioticoterapia e às vezes antibioticoprofilaxia.
2. ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DA
ASCITE
A ascite é consequência de várias alterações anatômicas, fisiopatológicas e bio-
químicas que ocorrem em pacientes com cirrose hepática. Basicamente existem
3 grupos de etiologia para a ascite: Hipertensão portal, Doença peritoneal e outras
causas de ascite, sendo que os mecanismos de cada grupo se convergem em vários
pontos.
Se liga! Sabendo que o líquido que forma a ascite vai para o abdo-
me passando pelos sinusoides hepáticos, obstruções pré-sinusoidais, como as
que ocorrem na esquistossomose, não costumam apresentar ascite. Apenas
em casos incomuns de hipoalbuminemia ou cirrose, ocorre a formação de líqui-
do, mas não pela hipertensão portal em si.
Se liga! Esse mecanismo é tão importante que uma das bases tera-
pêuticas da ascite é a inserção de dieta hipossódica. Nos cirróticos o sistema
nervoso simpático (SNS) apresenta níveis aumentados de norepinefrina que
também estimula a reabsorção de sódio.
Hipertensão
portal
Vasodilatação esplâncnica
“Underfiil” arterial
Retenção de sódio
ASCITE
• Outras causas de ascite: Existem outras causas de ascite que são menos co-
muns. Geralmente cursam com ascite de pequeno volume, diagnosticada por
acaso por meio de exames de imagem e não estão associadas ao desenvolvi-
mento de sintomas clínicos.
• Ascite Pancreática: Ocorre raramente após um quadro de pancreatite, sendo
formada a partir da formação de uma fístula pancreática com o peritônio.
Geralmente é assintomática. Entretanto, a análise do líquido ascítico eviden-
cia aumento de proteínas, leucócitos e amilase, associada com amilase sé-
rica normal. O tratamento normalmente é conservador, com a introdução de
dieta parenteral.
• Ascite Biliar: Ocorre com a lesão da vesícula ou ductos biliares, levando ao
extravasamento de bile e formação de peritonite. Nesses casos, o líquido as-
cítico normalmente é esverdeado e tem altos níveis de bilirrubina.
• Ascite Nefrogênica: se forma devido ao quadro de síndrome nefrótica que
leva ao edema generalizado devido à retenção de sódio e hipoalbuminemia.
Nesses casos, o líquido ascítico tem baixos níveis proteicos.
Etiologia da ascite
HIPERTENSÃO PORTAL
Cirrose hepática
Hepatite alcoólica
Insuficiência cardíaca
Insuficiência hepática
Síndrome de Budd-Chiari
DOENÇAS PERITONEAIS
Neoplasias
Gastroenterite eosinofílica
Ascite pancreática
Hipotireoidismo
Ascite biliar
Melena Edema
Quadro clínico
Com isso, espera-se que doenças que provoquem aumento da pressão vascular,
como aquelas que geram somente hipertensão portal, promovam pouca saída de
proteínas para o espaço extravascular, pois apesar da saída de líquido, a permeabili-
dade do vaso às proteínas está preservada. Já nas doenças que cursam com lesão
do tecido peritoneal, há alteração da permeabilidade dos pequenos vasos, originando
um líquido rico em proteínas. Veja mais sobre isso no tópico a seguir.
6. DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO
Segundo a literatura, mais que 80% dos casos de ascite terão como etiologia a
cirrose hepática. No entanto, é importante entendermos como se dá o diagnóstico
diferencial da ascite.
Congestão Cardiogênica
Síndrome de Budd-Chiari
ASCITE
Tuberculose Carcinomatose
Ascite pancreática
peritoneal peritoneal
Restrição hídrica
TRATAMENTO
Repouso Tratar causa base
DA ASCITE
Desconforto
Dieta hipossódica
respiratório
SIM NÃO
>5L <5L
Reposição de
Sem Albumina
Albumina
8. PERITONITE BACTERIANA
ESPONTÂNEA (PBE)
A peritonite bacteriana espontânea (PBE) é uma infecção frequente em pacientes
com ascite, sobretudo de origem cirrótica. Estima-se que ela acometa cerca de 20%
dos pacientes com ascite e hospitalizados. Essa doença acarreta em grande morbi-
mortalidade nesses pacientes.
FISIOPATOLOGIA
Existem vários mecanismos implicados na fisiopatologia da PBE, esses fatores
frequentemente atuam em conjunto para o aparecimento da doença. Acredita-se
que na presença de um paciente imunodebilitado, alterações da motilidade gástrica,
FISIOPATOLOGIA
DA PBE
CAUSA BASE
DA ASCITE
Translocação bacteriana
Bacteremia prolongada
Colonização da ascite
PBE
Febre (69%)
Diarreia (32%)
Hipotensão (21-29%)
DIAGNÓSTICO
Para darmos o diagnóstico da PBE, é necessário termos em mente que a paracen-
tese é o melhor método diagnóstico, devendo ser realizada em todos os pacientes
com ascite. Isso se deve ao fato de que com o líquido ascítico podemos fazer o
estudo da citologia, bioquímica e microbiologia do material. Caracteristicamente, a
PBE é monobacteriana, sendo as bactérias aeróbicas Gram-negativas responsáveis
por 60% dos casos (E. coli 30-47% e K. pneumoniae 10-15%) e 25% Gram-positivos
(Streptococcus pneumoniae). Na presença de infecção polimicrobiana deve-se sus-
peitar de peritonite bacteriana secundária. Como a cultura demora 48 h para revelar o
resultado, o diagnóstico já pode ser considerado apenas pelo número de leucócitos.
PREVENÇÃO DA PBE
Nos pacientes que possuem alto risco de desenvolver PBE, como nos quadros de
sangramento digestivo ou com proteínas totais na ascite <1,5 g/dL, é recomendada
a realização de profilaxia para reduzir o risco de um novo quadro de PBE. É recomen-
dada por tempo indeterminado nos pacientes cirróticos após PBE. Para isso, utiliza-
-se norfloxacin ou ciprofloxacin. Já para aqueles pacientes com hemorragia digestiva
está indicado o uso de ceftriaxone intravenoso.
TRATAMENTO
Cirrótico com
Paracentese E PROFILAXIA Profilaxia para PBE
PBE prévia
DA PBE
Norfloxacina
S/ Infecção bacteriana 400mg/1x/dia
PBE
espontânea
Ciprofloxacino
+ Albumina
750mg/1x/semana
Antibioticoterapia
Avaliar ampliação ou
Cultura
manutenção do ATB
Manutenção de dor ou
febre após 2° dia de ATB
Paracentese
Profilaxia Antibioticoterapia
Complicações
Tratar causa base USG de abdome
Paracentese
Dieta hipossódica
diagnóstica
Tratamento ASCITE Diagnóstico
Tomografia
Paracentese de alivio
computadorizada
Anamnese +
Diurético
Quadro clínico CAUSAS exame físico
Cirrose
Desconforto respiratório
Neoplasias
ICC
Ganho de peso
Hipotireoidismo
Tuberculose
Síndrome nefrótica
Sanar
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