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e as complicações
da cirrose
Relevância: Alta
Todos as aulas da Mentoria possuem relevância moderada, alta ou muito alta,
baseado na incidência nas provas de residência médica dos últimos 5 anos.
Hipertensão porta e as complicações da cirrose
Tema com presença constante na parte de clínica médica e cirurgia. Portanto, estude com calma e
afinco todos os detalhes que explicitaremos aqui. Não se esqueça de complementar o conhecimento
com os flashcards e com as questões, hein! Vamos nessa?
A veia porta passa por dentro do ligamento hepatoduodenal junto com o colédoco e a artéria hepática.
Esse sistema dificilmente causaria um aumento da pressão normalmente, uma vez que este é
feito para que quase não gere resistência. Entretanto, caso você lembre da aula de cirrose, a
distorção do parênquima devido à fibrose e aos nódulos de regeneração, acaba por comprimir
os sinusoides hepáticos, aumentando a pressão intravascular nesse sistema. Além disso, a
resposta a esse déficit de vascularização é a liberação de um pool de fatores vasodilatadores
esplâncnicos (principalmente o óxido nítrico) e de fatores angiogênicos (VEGF), que irão auxiliar
na formação de varizes.
Tá bom, mas não entendo como o aumento da pressão nesse sistema causará varizes de esôfago...
veja a figura a seguir.
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Hipertensão porta e as complicações da cirrose
Sabendo que a veia gástrica esquerda é responsável pela drenagem do terço inferior do esôfago,
imagina-se que o aumento da pressão na veia porta acabe por gerar déficit do fluxo da veia gástrica
esquerda, ingurgitamento local e formação de varizes.
Ultrassonografia hepática com aumento do calibre da veia porta com fluxo hepatopetal (em direção ao fígado).
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Hipertensão porta e as complicações da cirrose
Sabendo que a principal causa de hipertensão portal é a cirrose (60% dos casos), vamos explicitar
exemplos das etiologias mais importantes de maneira bem resumida.
Pré-hepática
• Trombose de veia porta: causada por estados de hipercoagulabilidade na maioria das vezes.
É mais comumente vista na população pediátrica, tendo sua origem a partir de infecção na
veia umbilical, sendo a principal causa de hipertensão portal pré-hepática.
Intra-hepática
a) Pré-sinusoidal: marcada por esplenomegalia e varizes gastroesofagianas sangrantes.
• Outras causas: sarcoidose, cirrose biliar primária (fase pré-cirrótica), doença de Wilson
(fase pré-cirrótica), malignidade hepática, entre outros.
Apenas de maneira ilustrativa, devemos lembrar que a causa da ascite é justamente o excesso de
líquido nos sinusoides hepáticos, como a lesão é pré-hepática e pré-sinusoidal não causarão ascite!
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Hipertensão porta e as complicações da cirrose
Circulação colateral
Pós-hepática:
• Síndrome de Budd-Chiari (pode ser caracterizada por pós-sinusoidal por alguns
autores): trombose de algum dos três ramos da veia hepática. Associada a estados de
hipercoagulabilidade. Apresenta ascite volumosa de forma subaguda (semanas a meses),
dor abdominal, icterícia, hepatoesplenomegalia e varizes hemorrágicas.
• Obstrução de veia cava inferior: pode ocorrer por trombose venosa, tumores, cistos ou
abscessos.
• Doenças cardíacas: aumento na pressão das cavidades direitas. Comumente, pode gerar
ascite, entretanto, dificilmente gerará varizes esofagogástricas (exceto se concomitante
à lesão hepática prévia). As principais causas são pericardite constritiva, cardiopatias
orovalvares e cardiomiopatias.
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Hipertensão porta e as complicações da cirrose
Pré - sinusoidal:
Trombose de veia porta sarcoidose, Sind. budd Chiari
esquistossomose
Sinusoidal: cirrose
Hipertensão porta Doenças
hepática, hepatite
segmentar (trombose cardiacas(pericardite
aguda, hepatite
de veia esplênica) cosntritiva)
crônica
Ascite
A ascite é um acúmulo de líquido livre na cavidade peritoneal. É uma manifestação comum de
diversas doenças, sendo uma situação passível de investigação pelo clínico. Entretanto, em sua
prova, praticamente haverá duas condições primordiais: lesões peritoneais x hipertensão portal.
Semiologia da ascite
Existem sinais semiotécnicos para o diagnóstico da ascite, entre eles: sinal do piparote (só é positivo
acima de 5 litros de ascite, tendo baixa sensibilidade), Macicez móvel de decúbito e semicírculo de Skoda.
A macicez móvel de decúbito consiste na percussão do abdome em posição de decúbito dorsal com a
demarcação do ponto em que a submacicez/macicez substitui o timpanismo abdominal. Em seguida,
pede-se que o paciente assuma decúbito lateral e se verifica a modificação do som ao percutir o
mesmo ponto, devido, principalmente, à mobilização gravitacional do líquido ascítico.
Exames complementares
O exame de escolha é a ultrassonografia de abdome, por identificar pequenos volumes e por ser
segura e não oferecer riscos ao paciente.
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Hipertensão porta e as complicações da cirrose
Paracentese.
Na sequência, é realizada a análise desse líquido ascítico e do sangue do paciente com a verificação
da albumina em ambos. O GASA nada mais é do que o valor da albumina sérica (do sangue) menos
o valor da albumina da ascite.
O valor de referência para você é 1,1, assim:
• Se o GASA for maior ou igual a 1,1, temos um líquido ascítico pobre em proteínas, condição
inerente aos transudatos presentes em cirrose, ascite cardiogênica, entre outras condições
com hipertensão portal.
• Se o GASA for menor que 1,1, temos um líquido ascítico rico em proteínas (exsudatos), o que
configura lesão peritoneal ou de órgão do trato gastrointestinal ou urinário.
Como gravar isso? Eu uso o mnemônico “minha ex é alta e me causou muita lesão”.
Não esquecer que existem condições como ter duas doenças ao mesmo tempo.
Lembrar também que existem diversas análises possíveis do líquido ascítico. São obrigatórios
para uma análise completa: bioquímica, citologia oncótica, coloração de gram (bacterioscopia),
LDH, celularidade e diferencial, glicose, amilase, lipídios, proteínas totais e albumina e cultura do
material. ADA pode ser solicitada em caso de suspeita de tuberculose, assim como a cultura para
micobactérias.
Para ilustrar esse conceito, preste atenção na questão a seguir:
(SUPREMA/MG – 2019) Paciente cirrótico dá entrada no setor de emergência com dor abdominal.
O cirurgião colhe ascite e obtém um valor de albumina igual a 2,5g/dL. Sabendo que o valor da
albumina sérica é de 3,75g/dL pode-se concluir que:
Gabarito: letra D.
Após essa breve explicação, ficou muito mais fácil entendermos que se trata de uma ascite com
GASA maior ou igual a 1.1 (3,75 – 2,5 = 1,25), assim podemos marcar a letra D sem medo de sermos
felizes, uma vez que é a única alternativa que se encaixa nessa condição.
Tratamento
Primeiramente, devemos iniciar o tratamento da condição de base. Depois, a restrição diária de sódio
a 2g/dia e uso de diuréticos (espironolactona – poupador de potássio - e furosemida – diurético de
alça), visando melhor controle hídrico e de sódio. A espironolactona é essencial até mesmo em casos
de ascite na primeira apresentação devido a sua função excretora de sódio. O alvo da perda de peso
diário é de 0,5 kg/dia na ascite sem complicações e de aproximadamente 1 kg/dia em pacientes com
ascite e edema de membros inferiores. A restrição hídrica só é feita quando o sódio está abaixo de
125 mEq/L.
Relembrando a fisiopatologia deste distúrbio fica mais fácil entender porque a base terapêutica
da ascite é a restrição de sódio e o uso de diuréticos. Vamos a ela então: com a vasodilatação
esplâncnica, o corpo aumenta a atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona, impedindo
assim a excreção de sódio e aumentando o volume da ascite. Sacou o motivo da importância dessas
medidas neste tratamento?
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Hipertensão porta e as complicações da cirrose
Outra maneira de controle são as paracenteses seriadas (até de 15/15 dias), entretanto, em
paracenteses com volume retirado maior que 5 litros, deve-se fazer reposição de albumina (coloides)
para a manutenção do volume intravascular e evitar a síndrome hepatorrenal. A dose de albumina
é de aproximadamente 8g de albumina por litro retirado, lembrando que se deve considerar todo o
volume retirado. Exemplo: tirei 8 litros de ascite na paracentese, devo fazer cerca de 64g de albumina
e não apenas 24, entendeu?
E as ascites refratárias? Pode-se empregar esse termo para os pacientes que apresentam ascites
resistentes ao emprego de diuréticos. Nesses casos, a utilização de paracenteses seriadas com
reposição de albumina, se necessário, pode ser feita. Opções cirúrgicas para esse caso são a
derivação portossistêmica transjugular intra-hepática e o transplante hepático.
Complicações da ascite
Peritonite bacteriana espontânea
É a infecção do líquido ascítico sem uma fonte contígua de contaminação, necessitando da
translocação bacteriana a partir do tubo digestivo e a deficiência de opsoninas (proteínas do
complemento no líquido ascítico). Caracteristicamente, é monobacteriana, sendo causada por gram-
negativos entéricos (1º- Escherichia coli, 2º- Klebsiella pneumoniae, entre outros) na maioria das
vezes. Em crianças, a principal bactéria a causar PBE na síndrome nefrótica (principal causa de
ascite em crianças) é o pneumococo.
Diagnóstico:
→ OBS: lembre que todo paciente que interna com ascite em ambiente hospitalar deve passar por
uma paracentese diagnóstica.
a) Bacterascite não neutrofílica: cultura positiva, porém sem contagem de PMN positiva.
Autolimitada na maioria das vezes, entretanto, individualizar o tratamento de acordo com a
clínica. Sintomático? Trata. Não sintomático? Observa.
→ TEM BACTÉRIA NA ASCITE, LOGO, CULTURA POSITIVA.
b) Ascite neutrofílica: contrário à condição anterior, ou seja, com PMN maior que 250/mm³,
porém com cultura negativa. Deve receber antibioticoterapia igual à utilizada na PBE.
→ Tem neutrófilo na ascite, logo, ninguém falou de bactéria aqui!!
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Hipertensão porta e as complicações da cirrose
3. LDH elevado
Outra pista para pensar neste diagnóstico é caso a cultura seja positiva para vários germes e não
LDH Semelhante ao
Sérico Maior que o Sérico
apenas monobacteriana.
Tabela diferenciando PBE e PBS
Tratamento da PBE
Deve se iniciar antes do resultado da cultura, caso a celularidade seja condizente. O esquema de
escolha é uma cefalosporina de terceira geração (cefotaxime 2 g IV 8/8h por 5 dias). O ceftriaxone
seria uma alternativa. Clavulin e ofloxacino também são descritos como opções. Se PBS, adicionar
metronidazol, visando a cobertura de germes anaeróbios, realizar tomografia computadorizada de
abdome e avaliar indicação cirúrgica.
→ Não esquecer de realizar profilaxia para síndrome hepatorrenal com albumina (1,5 g/kg no 1º
dia e 1,0 g/kg no 3º dia).
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Hipertensão porta e as complicações da cirrose
Profilaxia de PBE
a) Creatinina maior ou igual a 1,2 mg/dL ou BUN maior ou igual a 25 mg/dL (ureia maior
que 53,5 mg/dL) ou sódio menor ou igual a 130 mg/dL.
b) Child-Pugh maior ou igual a 9 pontos e bilirrubina total maior ou igual a 3 mg/dL.
• Secundária (após já ter tido PBE uma vez): feita em todos os pacientes que
desenvolveram PBE, também por tempo indeterminado, com norfloxacino ou
sulfametoxazol/trimetoprima.
Síndrome hepatorrenal
Configura-se em um quadro de insuficiência renal aguda (IRA) funcional que ocorre em pacientes
com doença hepática avançada. Caracteristicamente, não há lesão no parênquima renal. A perda
da função renal está correlacionada ao distúrbio hemodinâmico típico da cirrose hepática, o qual
é caracterizado pela vasoconstricção renal associada à vasodilatação esplâncnica causada
principalmente devido à translocação bacteriana intestinal, dessa forma acaba simulando uma
injúria renal aguda pré-renal causada por hipovolemia.
Outra característica importante da síndrome hepatorrenal (SHR) é o sódio urinário geralmente
< 10 mEq/dia, isso ocorre devido a ávida retenção de sódio e água desses pacientes.
Diagnóstico
Sempre que um hepatopata apresentar oligúria ou aumento das escórias nitrogenadas, pensar em
síndrome hepatorrenal.
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Hipertensão porta e as complicações da cirrose
2) Creatinina sérica maior que 1,5 mg/dL (ou aumento maior ou igual a 0,3 mg/dL ou maior ou
igual a 50% do valor basal em até sete dias).
5) Hematúria menor que 50 hemácias por campo de maior aumento e proteinúria menor
que 500 mg/dia.
Tratamento
A melhor terapia é o transplante hepático, sendo considerado o único tratamento que efetivamente
aumenta a sobrevida. Já a abordagem farmacológica consiste no uso de vasoconstrictores sistêmicos
como terlipressina (fármaco de escolha), noradrenalina e octreotide mais midodrina, sendo pouco
efetivos na maioria das vezes.
Varizes esofagogástricas
Uma das principais complicações do aumento da pressão no sistema porta é a formação das
varizes esofagogástricas conforme a fisiopatologia apresentada brevemente na aula 1. A ruptura
dessas varizes é uma das complicações mais temidas de toda a hipertensão portal, sendo a
causa de hemorragia digestiva alta mais comum nos pacientes com cirrose hepática.
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e) Ascite volumosa.
Paciente sangrou
Primeiro ponto, realizar a estabilização hemodinâmica do paciente. Deve ser feita reposição volêmica
parcimoniosa (para não aumentar a pressão arterial e acabar por intensificar o sangramento),
podendo fazer uso de concentrado de hemácias (manter hemoglobina entre 7-8 mg/dL) e plasma
fresco congelado se INR > 1,7.
Em seguida, devemos interromper o sangramento. Existem cinco opções possíveis: endoscopia
digestiva alta com ligadura dos vasos, uso de drogas vasoconstrictoras esplâncnicas, uso do
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Hipertensão porta e as complicações da cirrose
1) Profilaxia de PBE: 7 dias de antibióticos (pode ser ceftriaxone 1 g/dia IV, substituindo
por norfloxacino 400 mg 12/12h quando o sangramento parar e o paciente tolerar a
via oral).
(HC – UFPR – 2019) Você é o médico responsável pelo primeiro atendimento de um paciente
masculino de 51 anos após ter sido realizado o diagnóstico de cirrose hepática por NAFLD. No
momento, não faz uso de medicamentos. Ele nunca apresentou hemorragia digestiva, ascite,
Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE) ou encefalopatia hepática. O paciente traz o resultado
de uma endoscopia digestiva alta que evidenciou cordões varicosos de grosso calibre no esôfago.
Ultrassom de abdome demonstrou achados compatíveis com hepatopatia crônica e ausência de
ascite. Nesse caso, a conduta correta é:
(A) Seguimento ambulatorial com exames de rotina, sem necessidade de tratamento adicional.
(B) Ligadura elástica endoscópica das varizes.
(C) Profilaxia de PBE com norfloxacino.
(D) Atenolol.
(E) Furosemida.
Gabarito: letra B.
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Vamos lá! Trata-se de um paciente com varizes esofagianas sem histórico de sangramento prévio.
Nesse momento, empregaremos a profilaxia primária contra ruptura dessas varizes, que podem ser
feitas com betabloqueadores ou ligadura elástica endoscópica das varizes. Entretanto onde está a
condição causadora de confusão nessa questão? O atenolol é um betabloqueador cardiosseletivo,
não apresentando evidências robustas como o propranolol, o nadolol e o carvedilol. Portanto, não
utilizado para varizes esofagianas.
Importante lembrar que, em caso de sangramento anterior, deveríamos somar os cuidados,
empregando o betabloqueador associado à ligadura elástica endoscópica.
As derivações parciais utilizam próteses com calibres menores, reduzindo o fluxo portal e, ao mesmo
tempo, reduzindo a pressão intravarizes. O risco de encefalopatia e insuficiência hepática é menor.
As derivações seletivas têm em seu maior exemplo a cirurgia de Warren (ou derivação esplenorrenal
distal), sendo essa a cirurgia de escolha na profilaxia secundária de hemorragia por varizes em
paciente sem ascite. Suas complicações mais comuns são a ascite refratária (uma vez que a pressão
intrassinusoidal é mantida) e presença de esplenectomia prévia (por aumentar o risco de trombose).
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Cirurgia de Warren
Outra opção cirúrgica é a desconexão ázigo-portal. Seu grande exemplo é a cirurgia de Sugiura.
Já nos casos de esquistossomose hepatoesplênica, a cirurgia de escolha para profilaxia secundária
de tratamento foi criada por um brasileiro. Chama-se cirurgia de Vasconcelos ou desconexão ázigo-
portal com esplenectomia.
Entretanto, com o desenvolvimento de meios endoscópicos, medicamentosos e transplante, as
técnicas cirúrgicas vêm sendo cada vez menos utilizadas.
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