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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE

TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE


ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA DOIS – 2023.1

TROCADOR DE CALOR

Professor (a): José Marcos Francisco da Silva


Aluno (a): José Max Silvestre
Turma: QA

Recife, 25 de agosto de 2023


1. INTRODUÇÃO

Trocadores de calor são equipamentos responsáveis pela transferência energética


eficiente entre fluidos com diferentes temperaturas através de uma superfície metálica. O
mecanismo de transferência de calor ocorre por meio da condução e convecção. O primeiro
mecanismo é promovido pelo contato direto das superfícies, enquanto que o segundo é
favorecido pelo contato entre os meios. Tal troca térmica tem o objetivo de atingir as condições
operacionais de um dado processo, como aquecimento ou resfriamento de um fluido
(BARBOSA, 2017). Dentre as diversas aplicações industriais dos trocadores de calor, cita-se a
destilação, esterilização, pasteurização, cristalização e, mais especificamente na indústria
petrolífera, a quebra de emulsões entre o petróleo e água (SHAH e SEKULIC, 2003).

Existem diversos trocadores de calor a depender do arranjo dos fluxos (escoamento) e


do tipo de construção. Com relação ao escoamento dos fluidos, podem ser classificados em
trocadores de calor com funcionamento em paralelo ou em contracorrente. Nessa primeira
configuração, os fluidos são escoados na mesma direção tanto na entrada quanto na saída do
trocador, já em contracorrente o fluido com maior temperatura entra por um lado e o de menor
temperatura pelo outro. Com relação à construção dos dispositivos de troca térmica, tem-se que
os tipos mais comuns são o de casca e tubo, o de duplo tubo e o de pratos (INCROPERA et al,
2008).

Os trocadores de calor de casca e tubo são os mais usados industrialmente e consistem


em um casco cilíndrico (carcaça) com diversos tubos em seu interior, onde ocorre o escoamento
do fluido quente (BARBOSA, 2017). Já os de duplo tubo são os mais simples devido a sua
configuração de tubos concêntricos separados por uma barreira cilíndrica, na qual acontece a
troca térmica. Outrossim, a aplicação desse tipo de trocador é mais comumente em operações de
altas temperaturas e pressões, pois os tubos possuem diâmetros muito pequenos (DARZI et al,
2013). Por fim, os trocadores de calor de pratos são mais compactos por seu arranjo depender de
placas e tubos paralelos. Ademais, eles promovem uma excelente transferência de calor, em
comparação com os de casca e tubo, e diversas vantagens, como uma facilidade de limpeza e
um ótimo controle térmico (ABU-KHADER, 2012).

2. OBJETIVO

A prática tem por objetivo estudar a troca térmica dos trocadores de calor de duplo tubo
e o de pratos a partir da análise da perda de energia para o ambiente. Além disso, deseja-se
analisar a configuração do escoamento em paralelo e contracorrente verificando a perda de
carga.
3. METODOLOGIA
3.1. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
3.1.1.DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO

A planta piloto dos trocadores está mostrada na figura 01, na qual se observa os
trocadores instalados no lado esquerdo da planta, onde está presente as alimentações das fontes
quentes e frias, os manômetros e rotâmetros para as medições de pressões e vazões,
respectivamente, e, por fim, as válvulas de controle de vazão que são operadas manualmente, ao
passo que na direita vê-se o módulo e interface de controle, onde define-se o “set-point” e são
acompanhadas, em tempo real, as temperaturas variando no tempo devido à transferência de
calor, até que o equilíbrio seja atingido.

O trocador duplo tubo da planta possui comprimento total de 2,5 m e tubo interior de
diâmetro interno e externo respectivamente iguais a 9,7 mm e 12,7 mm. O tubo mais externo
possui diâmetro interno e externo de 24,4 mm e 30,0 mm, respectivamente. Essa geometria
corresponde a uma área de troca térmica de 0,1 m2.

O trocador a placas do sistema foi fabricado em aço inox, com 10 placas de


comprimento igual a 0,207 m e largura de 0,077 m. Essas dimensões são totais e não
representam efetivamente a área de troca, que corresponde a 0,1 m 2. Na configuração de
escoamento desse trocador, o fluido frio passa uma vez e o fluido quente também escoa somente
uma vez pelo equipamento, caracterizando um trocador a placas 1-1.

Figura 01 - Esquema do módulo da planta piloto da Metalquim com trocadores de calor.


3.2. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
3.2.1.TROCADOR DUPLO TUBO

Tanto para a operação do trocador em paralelo e em contracorrente, a única diferença é


a posição das válvulas manuais que são ajustadas após terminar de operar em um sentido.
Procede-se da seguinte forma em ambos os casos:

 Deixar as válvulas manuais posicionadas para a operação desejada, quer seja em


paralelo ou contracorrente;
 Acionar a bomba da linha quente, fazendo a água circular. Ajustar o set-point
de temperatura para 60 °C e esperar estabilizar;
 Usando água externa, ligar a bomba da linha fria;
 Ajustar a vazão do fluido quente e frio para os valores especificados na tabela
01, abaixo;
 Esperar o sistema entrar em regime permanente e anotar os valores das
temperaturas de entrada e de saída das correntes de processo;
 Anotar o valor da pressão de entrada e da pressão de saída para a corrente
quente e para a corrente fria.

Vazão do fluido frio (VC) [L/h] Vazão do fluido quente (VH) [L/h]
200 200
200 215
215 215
215 245
230 230
230 245

Tabela 01 - Vazões adotadas no trocador duplo tubo operando em paralelo e contracorrente.


3.2.2.TROCADOR PLACA

O procedimento aqui descrito é válido para a operação do trocador de calor a placas, no


entanto, diferentemente do trocador de duplo tubo, esse trocador só opera em contracorrente,
procedeu-se do seguinte modo:

 Deixar as válvulas manuais posicionadas para a operação;


 Acionar a bomba da linha quente, fazendo a água circular. Ajustar o setpoint de
temperatura para 60 °C e esperar estabilizar;
 Usando água externa, ligar a bomba da linha fria;
 Ajustar a vazão do fluido quente e frio para os valores especificados na tabela 02,
abaixo;
 Esperar o sistema entrar em regime permanente e anotar os valores das temperaturas de
entrada e de saída das correntes de processo;
 Anotar o valor da pressão de entrada e da pressão de saída para a corrente quente e para
a corrente fria.

Vazão do fluido frio (VC) [L/h] Vazão do fluido quente (VH) [L/h]
200 200
200 215
215 215
215 245
230 230
230 245

Tabela 02 - Vazões adotadas no trocador placa operando em contracorrente.


3.3. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

As temperaturas de ingresso e egresso do fluido aquecido são designadas com o


subscrito “H” como: TH,in e TH,out, respectivamente. De forma similar, para o fluido frio, temos o
subscrito “C”: TC,in e TC,out. A carga térmica “q” do trocador pode ser calculada por meio do
equilíbrio energético entre os dois fluxos, sob a suposição de ausência de alterações de fase ou
transferência de calor com o entorno, sua equação está discriminada abaixo como equação 1
(KERN, 1982).

Uma das abordagens mais frequentemente empregadas para avaliar a eficiência térmica
e para o desenvolvimento de projetos de dispositivos de transferência de calor é o método da
temperatura logarítmica média. Esse método utiliza a equação 2 como seu fundamento (KERN,
1982).

A média logarítmica de temperaturas ∆T LM depende da configuração do trocador, mas


de modo geral pode ser calculada através da equação 3, na qual ∆T 1 e ∆T2 representam as forças
motrizes de cada lado do trocador, segue (KERN, 1982). Considere F t = 1 para duplo tubo e Ft =
0,9 para Placa.
Onde para o escoamento em paralelo:

𝛥𝑇1– TH, in - TC, in;

𝛥𝑇2– TH, out - TC, out;

E para o escoamento em contracorrente:

𝛥𝑇1– TH, in - TC, out;

𝛥𝑇2– TH, out - TC, in;

A avaliação do rendimento térmico de um trocador de calor está ligada à quantidade de


energia que as correntes trocam, comparativamente à máxima quantidade de energia que
poderiam trocar. Com essa concepção em mente, a eficácia “ε” de um permutador é definida
como segue (INCROPERA E DeWITT, 2002).

Nota: Os valores de perda de carga e das pressões não foram encontrados pois o
equipamento estava com esses dispositivos fora de calibração.

Para além, o valor da densidade pontual dos fluidos (𝜌) [Kg/m3 ] pode ser medido
através da equação (5) discriminada abaixo.
4. RESULTADOS E DISCUSÕES

Os resultados obtidos experimentalmente para o trocador duplo tubo operando em


paralelo, contracorrente e o trocador de placas estão dispostos nas tabelas 03, 04 e 05,
respectivamente.

Vazão do Vazão do
TC, in TH, in TC, out TH, out
fluido frio fluido quente
[℃] [℃] [℃] [℃]
(VC) [L/h] (VH) [L/h]
200 200 25 60 31,4 53,6
200 215 25 60 31,5 53,9
215 215 25 60 31,2 53,7
215 245 25 60 31,5 54,2
230 230 25 60 31,1 53,8
230 245 25 60 31,3 54,1

Tabela 03 - Resultados das temperaturas para o trocador de calor de duplo tubo operando em
paralelo.

Vazão do Vazão do
TC, in TH, in TC, out TH, out
fluido frio fluido quente
[℃] [℃] [℃] [℃]
(VC) [L/h] (VH) [L/h]
200 200 25 60 31,9 53,1
200 215 25 60 32,1 53,4
215 215 25 60 31,7 53,2
215 245 25 60 32,1 53,8
230 200 25 60 31,3 52,8
230 230 25 60 31,6 53,4
230 245 25 60 31,8 53,6
Tabela 04 - Resultados das temperaturas para o trocador de calor de duplo tubo operando em
contracorrente.

Vazão do Vazão do
TC, in TH, in TC, out TH, out
fluido frio fluido quente
[℃] [℃] [℃] [℃]
(VC) [L/h] (VH) [L/h]
200 200 25 60 31,9 53,1
200 215 25 60 32,1 53,4
215 215 25 60 31,7 53,2
215 245 25 60 32,1 53,8
230 200 25 60 31,3 52,8
230 230 25 60 31,6 53,4
230 245 25 60 31,8 53,6

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