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Disciplina: Cultura indígena e africana

Curso: enfermagem

Grupo: Aline Luiz Ferreira, Juliana Medeiros, Lays Silvestre, Nadini Venancio,

Nathalia Gonçalves, Maria Eduarda Borges e Thais Patricio de Figueredo.

Atividade 01

A África passou por vários séculos de opressão, foi escravizada, torturada e

explorada. O primeiro volume da “História geral da África” trata-se de uma

iniciativa científica e nos mostra a realidade, as sombras e obscuridades que

cercam o passado.

Existe três fontes principais que constituem os pilares de conhecimento: os

documentos escritos, são raros, difícil acesso e mal distribuídas no tempo. A

arqueologia, já deu uma contribuição valiosa à história africana e alguns deles

são particularmente significativos como indicadores e medidas da civilização. A

tradição oral, na linguística não apenas é uma ciência auxiliar, mas uma

disciplina autônoma que a conduz diretamente ao seu próprio objeto.

Os primeiros trabalhos sobre a história da África são tão antigos quanto o início

da história escrita. Os historiadores greco-romanos e os islâmicos medievais

tinham uma visão limitada da África tropical pela escassez de contatos que

podiam estabelecer com ela. Por isso, as informações fornecidas pelos antigos

autores eram raras e esporádicas. conforme foi passando o tempo e os

contatos estabelecidos os historiadores começaram a ter uma visão mais

ampla.
As pesquisas apresentaram o importante papel desempenhado pela África, que

foi o cenário principal da emergência do homem como espécie soberana na

terra e o aparecimento de uma sociedade política. As descobertas feitas até

aqui já classificam esse continente como um dos grandes berços do fenômeno

de hominização.

longo das margens do Nilo, entre a Primeira Catarata e a porção meridional do

Delta, tenha, pouco a pouco, tornado necessário o uso da escrita para

coordenar o sistema de irrigação, fundamental para a sobrevivência dos povos

aí fixados. Em contrapartida, o uso da escrita não foi essencial ao sul da

catarata de Assuã, região de baixa densidade populacional ocupada por

pequenos grupos somáticos que se mantinham independentes uns dos outros

Finalmente, a ecologia, que sofreu consideráveis alterações tanto no espaço

como no tempo, desempenhou um papel muito importante. O meio ambiente

de -7000 a -2400 era muito diferente daquele da segunda metade do 3º

milênio. Esse último parece ter sido muito semelhante ao meio ambiente atual,

e marcou profundamente as sociedades humanas que nele se desenvolveram.

A vida em comunidade não é a mesma nas grandes zonas desérticas

subtropicais do norte e do sul e na floresta equatorial, nas cadeias de

montanhas e nas bacias fluviais, nos pântanos e nos Grandes Lagos, O Vale

do Nilo, do Bahr el-Ghazal, ao sul, até o Mediterrâneo, ao norte, ocupa um

lugar muito especial na história da África antiga, Devido às variações

climáticas, a posição geográfica do médio Vale do Nilo, como a do Egito, não

teve, no período entre -7000 e -2400, o mesmo impacto que veio a ter depois.

Durante esse tempo, os grupos humanos e as culturas puderam deslocar-se


livremente pelo hemisfério norte, entre o leste e o oeste, África antiga 141

assim como entre o norte e o sul.

O Egito, pois, não é apenas uma dádiva do Nilo: é, acima de tudo, uma criação

do homem. Daí a importância dos problemas antropológicos do vale, existem

duas variantes da raça negra: os negros de cabelos lisos, representados na

Ásia pelos dravidianos e, na África, pelos núbios e os tubbou ou Tedda, todos

com pele negro-azeviche; e os negros de cabelo crespo das regiões

equatoriais. Os dois tipos entraram na composição da população egípcia, na

prática, é possível determinar diretamente a cor da pele, e, portanto, a filiação

étnica dos antigos egípcios, através de análises microscópicas de laboratório. A

melanina, substância química responsável pela pigmentação da pele, é,

geralmente, insolúvel, e preserva-se por milhões de anos na pele dos animais

fósseis. A avaliação do nível de melanina através de exames de microscópio é

um método de laboratório que nos permite classificar os antigos egípcios

inquestionavelmente entre as raças negras, as valiosas contribuições que o

Egito faraônico legou à humanidade podem ser verificadas em diversos

campos, como a história, a economia, a ciência, a arte e a filosofia. Há muito

tempo, especialistas nessas áreas – e em várias outras – reconheceram a

importância desse legado, embora frequentemente seja impossível determinar

de que modo foi transmitido às culturas vizinhas ou posteriores, uma das

indústrias mais importantes do antigo Egito foi a do papiro, de invenção

autóctone. Nenhuma outra planta teve, no Egito, papel tão significativo. As

fibras do papiro eram usadas na fabricação ou calafetagem de embarcações e

na confecção de pavios de candeeiros a óleo, esteiras, cestos, cordas e cabos.

Vinte folhas de papiro, unidas enquanto ainda úmidas, formavam um rolo de 3


a 6 m de comprimento. Vários rolos podiam ser unidos de modo a formar uma

unidade de 30 ou 40 m de comprimento; tais rolos constituíam os “livros”

egípcios. Eram segurados com a mão esquerda e desenrolados à medida que

se fazia a leitura. O herdeiro direto desse rolo é o “volume” da Antiguidade

Clássica

VII da Era Cristã e, posteriormente, a ele voltasse cinco séculos mais tarde –

aproximadamente em 1100 – facilmente concluiria com as suas observações

que a totalidade dos seus habitantes brevemente tornar-se-ia muçulmana. Por

ocasião da sua primeira visita à comunidade que se reunira em Meca, pequena

cidade perdida na imensidão de desertos da Arábia, em torno do pregador da

nova religião, o profeta Maomé, não totalizava sequer uma centena de

membros, os quais eram obrigados a enfrentar a crescente hostilidade dos

seus compatriotas. Cinco séculos mais tarde, os fiéis do Islã se haviam

disseminado sobre um território que se estendia das margens do Rio Ebro, do

Senegal e do Níger, no Oeste, até as margens dos rios Syr-Daria e Indus, no

Leste, e avançava ao norte até o Volga, em pleno coração do continente euro-

asiático, atingindo ao sul a costa oriental da África

e da Espanha, os nômades berberes somalis e turcos, os montanheses

afegãos e curdos, os párias da Índia, os comerciantes soninquês e os

dirigentes do Kānem. Inúmeros dentre esses povos se haviam tornado, por sua

vez, ardentes defensores do Islã, retomando a flâmula das mãos dos árabes e

propagando a fé em novas direções. As conquistas árabes dos séculos VII e

VIII tiveram dois efeitos marcantes e duráveis. O mais imediato e espetacular

foi a criação de um novo grande Estado na bacia mediterrânea e no Oriente

Médio. O segundo, mais lento e tumultuoso, embora igualmente importante, foi


o florescimento de uma nova cultura no interior desse Estado. O impacto que a

ascensão do Império islâmico teve sobre a África ao longo dos cinco séculos

estudados poderia assim ser resumido: a face mediterrânea do continente –

desde o Istmo de Suez até o Estreito de Gibraltar – e a costa atlântica

adjacente encontraram-se totalmente integradas ao mundo islâmico. Essas

regiões deixaram para sempre de ser terras cristãs e, inclusive, viriam a servir

de base para novos avanços do Islã, na Espanha e na Sicília, por um lado, e no

Saara e na zona sudanesa ocidental, por outra parte. No nordeste da África, a

expansão do Islã desencadeou o enfraquecimento dos Estados núbio e etíope,

sem que estes países fossem, contudo, submetidos. Enquanto a Núbia

passava progressivamente para o controle econômico e político do Egito

muçulmano e os árabes nômades penetravam em seu território até

conseguirem provocar a sua descristianização, a Etiópia conservava a sua

independência política e cultural, embora fosse conduzida a adaptar a sua

política externa a um ambiente circunvizinho de mais em mais dominado pelos

muçulmanos.

Um extraterrestre que tivesse visitado o Velho Mundo no início do século VII da

Era Cristã e, posteriormente, a ele voltasse cinco séculos mais tarde –

aproximadamente em 1100 – facilmente concluiria com as suas observações

que a totalidade dos seus habitantes brevemente tornar-se-ia muçulmana. Por

ocasião da sua primeira visita à comunidade que se reunira em Meca, pequena

cidade perdida na imensidão de desertos da Arábia, em torno do pregador da

nova religião, o profeta Maomé, não totalizava sequer uma centena de

membros, os quais eram obrigados a enfrentar a crescente hostilidade dos

seus compatriotas.
As conquistas árabes dos séculos VII e VIII tiveram dois efeitos marcantes e

duráveis. O mais imediato e espetacular foi a criação de um novo grande

Estado na bacia mediterrânea e no Oriente Médio. O segundo, mais lento e

tumultuoso, embora igualmente importante, foi o florescimento de uma nova

cultura no interior desse Estado.

Do ponto de vista islâmico, não é correto dizer que o profeta Maomé tenha sido

o fundador do Islã ou que ele pregasse uma nova fé. O Islã não é o nome de

uma fé única que fora pela primeira vez apresentada por Maomé, pois que este

seria o último de uma linhagem de profetas, os quais reafirmavam cada um a fé

do seu predecessor. Isso deriva da doutrina islâmica segundo a qual Deus,

desde que criou os homens, enviou-lhes profetas para guiá-los, mostrando-lhes

a melhor via a seguir na terra para prepará-los à eterna beatitude; tendo

finalmente estimado que a humanidade atingira um grau de perfeição

suficiente, a ponto de receber as suas últimas revelações, para compreender e

apreciar as leis que deveriam reger a sua conduta em todos as esferas, Ele

escolheu para desempenhar o papel de último entre os profetas um árabe,

habitante da cidade de Meca, chamado Muhammad ibn ‘Abd Allāh, membro da

cabila dos Kuraysh.

O Islã, à imagem do budismo e do cristianismo, é uma religião com vocação

missionária porque seu fundador impôs a todos os seus discípulos, e, portanto,

à comunidade inteira, o dever de propagar a verdade e converter os “infiéis”.

Os muçulmanos designam este proselitismo pelo termo árabe da’wa, que

significa literalmente “chamado, incitação, convite”, neste caso a verdade da fé

islâmica. Durante a vida do profeta Maomé, o Islã tornara-se a religião dos


árabes; coube aos seus sucessores imediatos, os primeiros califas, a tarefa de

expandir a nova religião além das fronteiras da península árabe.

A islamização do Egito, desde o século VII, é um processo assaz complexo, no

qual intervieram numerosos fatores: conversões religiosas sinceras, busca de

vantagens fiscais e sociais, temor de perseguições, decadência da Igreja copta,

imigrações muçulmanas. Em todo caso, desde o período dos mamlūk, no

século XVI, o Egito se tornara um país predominantemente muçulmano, onde

judeus e coptas encontravam-se em minoria. perficial da islamização desses

três povos berberes. O Islã se propagara através do deserto até o Sudão

ocidental antes mesmo que os próprios Magrebe e Saara fossem totalmente

convertidos. Segundo al-Zuhrī, os chefes da cidade comercial de Tādmekka, os

berberes de Banū Tānmak, foram islamizados sete anos após a população de

Gana ter sido forçada pelos novos convertidos ganenses. É muito provável

que, evidentemente, a conversão tenha consistido neste caso em impor o Islã

almorávida ortodoxo a um povo que já professava a fé kharidjita.

A fortiori, os muçulmanos mostraram-se prudentes quando abordaram as

regiões do continente onde se encontram povos com forte coerência cultural e

social – mesmo se essa coerência se aparenta insólita para mais de um autor

árabe – e onde existem, contrariamente ao que se pensou e se escreveu por

muito tempo, tão antigos e fortes Estados quanto aqueles encontrados no

mesmo momento na África do Norte e na Europa Ocidental.

A opinião generalizada dos linguistas hoje é que os povos bantos seriam

originários da zona onde as línguas bantas são mais divergentes; apoiando-se

nessa proposição, eles situam o berço desses povos na Nigéria, na região do

médio Bénoué, no Nordeste do vasto território onde as línguas estão


solidamente implantadas. Há consenso também que houve dois grandes

blocos de línguas bantas, aquele do Oeste, estendido sobretudo em toda a

floresta tropical, e aquele do Leste, ocupando as regiões de Uganda ao Cabo.

Um dos marcos principais na evolução cultural das populações da Gold Coast

é o início e o desenvolvimento da metalurgia do ferro. A sua adoção foi crucial

para a passagem da economia camponesa e isolacionista para uma economia

caracterizada por um nível tecnológico muito elevado, uma agricultura

extensiva, indústrias e artesanatos diversificados e sistemas comerciais e

sociopolíticos complexos. Os mais remotos sinais da tecnologia do ferro

provêm de Begho (+105 ±255) e de Abam, Bono Manso (+290 ±350). As

escavações realizadas permitiram encontrar vestígios de fornos, escórias e

artefatos cerâmicos, assim como o carvão de madeira posteriormente datado.

No decorrer do século VII, os etíopes permaneceram os senhores

incontestáveis do Mar Vermelho, e os muçulmanos apenas conseguiram

inverter progressivamente essa relação de força. Em 702, os etíopes atacaram

Hidjāz pela última vez, ao passo que sua frota ocupou Djidda por certo tempo,

provocando pânico em Meca. Não sabemos ao certo se esses ataques foram

perpetrados por forças regulares axumitas ou por piratas etíopes.

Um observador vivendo em 600 não poderia ter previsto, mesmo em grandes

linhas, o que seria a África por volta de 1100. Mas um observador vivendo em

1100 poderia ter predito as grandes linhas do que seria a situação humana

desse continente em 1500 e, no plano cultural, até mesmo por volta de 1900.

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