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UNICESUMAR - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ


LICENCIATURA EM FILOSOFIA
SUELEN SANTOS DE OLIVEIRA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO:
PROJETO NO ENSINO
A FILOSOFIA EXISTENCIAL DE SOREN KIERKEGAARD: UMA ANÁLISE
SOBRE O PENSADOR SUBJETIVO

RIO DE JANEIRO- RJ
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2023
UNICESUMAR - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ
LICENCIATURA EM FILOSOFIA
SUELEN SANTOS DE OLIVEIRA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO:
PROJETO DE ENSINO
A FILOSOFIA EXISTENCIAL DE SOREN KIERKEGAARD: UMA ANALISE
SOBRE O PENSADOR SUBJETIVO

Projeto de Ensino apresentado ao Curso de


Licenciatura em Filosofia da UNICESUMAR-
Centro Universitário de Maringá, como
requisito parcial para a obtenção da nota na
disciplina Estágio Supervisionado: Projeto de
Ensino.
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RIO DE JANEIRO- RJ
2023
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a Deus que tem me sustentado em fé, para acreditar


que é possível alcançar lugares que pareciam improváveis e que Ele continue
brilhando em toda boa obra realizada através da minha vida.
Agradeço a toda equipe do Colégio e Curso Ícone, por terem aberto as portas
da sua escola e me recebido tão bem, para concluir esta etapa tão importante da
minha formação como futura professora de Filosofia. Em especial, agradeço ao
professor Otávio Augusto Cunha, que me supervisionou e orientou nas etapas deste
estágio, com muita paciência e palavras de incentivo. E aos alunos que dividiram a
sala de aula comigo, me ensinaram e acolheram.
Agradeço também aos meus pais, Sueli e Marcondes, que mesmo sem
entender completamente a minha escolha, me apoiaram como sempre fazem, amo
vocês. Aos meus filhos que conviveram comigo neste tempo e ouviram muitas lições
filosóficas neste percurso. Aos amigos que me apoiaram para continuar os estudos,
principalmente minhas amigas Karine Cordeiro e Diana Magalhães.
Por último, mas não menos importante, agradeço a UniCesumar, por oferecer
condições acessíveis , um ótimo material de ensino e professores e mediadores
excelentes . Espero concluir esse trabalho fazendo jus ao conhecimento adquirido.
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 5
2. OBJETIVOS 6
2.1 Objetivo Geral 6
2.2 Objetivos Específicos 6
3. JUSTIFICATIVA 6
4. METODOLOGIA 7
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 7
6. RECURSOS 8
7. AVALIAÇÃO 8
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 9
9. REFERÊNCIAS 10
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1. INTRODUÇÃO

Soren Kierkegaard foi um filósofo do século XIX, que tratou de maneira


especial as questões individuais da existência humana, e fez isso mediante a
narrativas bíblicas. O autor é comumente relacionado ao movimento existencialista ,
mas o fato é que Kierkegaard não tinha a intenção de criar um novo sistema
filosófico, pelo contrário, sua reflexão perpassa pelas rachaduras da crise na
modernidade, com oposição ao sistema predominante de sua época, como diz Mazia
(2019, p.165):
“Ao invés de Kierkegaard reunir todo o seu pensamento em uma única obra,
formando um sistema filosófico, método bastante comum entre os filósofos
modernos como Kant e Hegel, o filosofo dinamarquês apresentou as suas
ideias em vários ensaios separados e em livros de estilos bastante
diferente.”

Para entender isso, é necessário levar em consideração que na Europa do


século XIX o pensar se reduzia a atividade intelectual e produzia um sujeito que
pensava em tudo, menos na própria existência particular. Assim, essas provocações
acerca do indivíduo singular inaugura a possibilidade de um pensador subjetivo.
Estudar Kierkegaard, os dilemas existências levantados pelo autor e as crises
de sua época é de grande relevância no contemporâneo, já que a filosofia
existencial difundida pelo autor se desdobrou e permanece até hoje. Em especial,
levantar as questões sobre o pensador subjetivo, segundo a visão do autor, abre
varias reflexões a respeito da identidade do sujeito diante de um sistema em massa,
vivenciado hoje pelas redes sociais de forma cada vez mais rápida e influente,
sobretudo aos jovens do ensino médio em suas questões existenciais específicas.
O tema deste projeto está atrelado a História da filosofia e desenvolve-se
também pelas disciplinas de Pensamento Crítico, Filosofia da Mente e Antropologia
Cultural. Com isso, meu objetivo é abordar todas estas disciplinas, através do
pensamento e da obra do autor Soren Kierkegaad, utilizando também outras
referências e fazendo uma contextualização com a geração presente. Espero gerar
reflexões e atividades práticas que auxiliem os jovens a encontrar o caminho para
reconhecer o seu “eu” no mundo.
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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral


Analisar através da obra Pós- Escritos as Migalhas Filosóficas, do autor Soren
Kierkegaard, entre outras fontes bibliográficas, o que constitui o pensador subjetivo.
Em seguida comparar esses conhecimentos com os dilemas atuais da Era Digital e
descobrir quais as implicações deste assunto no meio em que vivemos.

2.2 Objetivos Específicos


Introduzir o pensamento do autor Soren Kierkegaad, abordando também a
filosofia na modernidade como transfundo histórico, assim como a ruptura do
pensamento neste período.

Fazer um analise sobre a nossa época pensando nas possíveis rupturas que
temos passado desde a modernidade.

Relacionar a influência dos meios de comunicação no pensamento subjetivo e


a importância desses conhecimentos no pensamento crítico.

2. JUSTIFICATIVA
O estudo sobre o ser em Kierkegaard considera a subjetividade do ser, por
isso não concorda com as formas rígidas de definição sobre a existência, como na
premissa de Descartes: Penso, logo, existo; porque, o verbo pensar esta conjugado
na primeira pessoa do singular, logo, existe um sujeito implícito no verbo pensar, um
eu que pensa de forma singular, o que torna obvio a existência antes mesmo de
completar a frase. Por isso ele diz:

“Se alguém compreende o EU do cogito como um ser humano individual,


então a proposição é das que nada provam... Se alguém compreende o eu
do cogito um ser humano existente, aí a filosofia grita: tolice, tolice, não se
trata aqui do teu eu ou do meu eu, mas do puro eu. Mas este puro eu não
pode aqui ter uma existência além de uma existência do pensamento.”
(KIRKEGAARD 2016, p.30)

O interesse de Kierkegaard é entender quem é esse “eu” que pensa, ou seja,


as implicações da existência para além de entender o que é o ser por meio do puro
pensar:

“Mas o puro pensar está totalmente em suspenso, mas não como a


abstração, a qual de fato desconsidera a existência, mas ainda conserva
alguma relação com ela, enquanto que o puro pensar, em mística
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suspensão sem nenhuma relação com um existente, no interior de si


mesmo explica tudo, mas não explica a si mesmo.” (KIERKEGAARD, 2016,
P.29)

O desafio está para esse ser que pensa todas as coisas, pensar a própria
existência como o ponto de partida. Um pensamento moldado e analisado pelo fator
subjetivo.

Pensar sobre isso é relevante, sobretudo nesta geração, em que a identidade


dos jovens vem sendo fragmentada por meio de uma cultura globalizada e dos
padrões estipulados em redes sociais. Refletir como se configura o exercício da
subjetividade estimula os jovens a desenvolver um pensamento crítico que os
diferenciem da multidão.

4. METODOLOGIA

 O projeto deve ser aplicado na forma de palestra e debate, com as turmas do


terceiro ano do Ensino Médio.
 O conteúdo será transmitido por meio de slides com a ajuda de um projetor.
 Uma parte dos alunos deverão pesquisar sobre o autor Soren Kierkegaard e
como o seu pensamento foi reconhecido por filósofos contemporâneos,
enquanto a outra parte pesquisará sobre como a diluição da subjetividade
pode alienar uma geração.
 Os trabalhos devem ser apresentados para a escola, em cartazes e rodas de
conversa, como meio de conscientização.

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O caminho objetivo se faz de dentro para fora, para o pensador objetivo a
finalidade do pensamento é o objeto. O pensador subjetivo faz o caminho inverso,
ele examina sua própria existência, que é para o existente a única realidade efetiva.
Kierkegaard adverte que essa autorreflexão não deve se prender ao ato egoísta de
pensar-se a si mesmo como único fim, como um cão correndo atrás do próprio rabo,
mas a autorreflexão é um novo ponto de partida. O pensar a si mesmo é consumido
pelo próprio pensamento, uma vez que permanece até se transformar em puro
pensar.

Existe um caminho que reforça o ser individual, para alcançar a verdade, que
se manifesta na ação e revela o ser. O pensar é uma ação do sujeito, mas no
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pensamento (substancia) não há ação. Por outro lado pensar não é agir, tão pouco
deve se reduzir apenas a uma atividade intelectual. O mesmo sujeito que pensa é o
que age, e entre o pensar e o agir há uma fronteira. O que faz o sujeito agir
conforme o que ele pensa? Segundo James K. A. Smith, (2019,p.130):

“A lógica imaginativa da poiesis toca os nossos sentimentos mais profundos,


e essas ressonâncias estéticas reverberam em cantos profundos do nosso
inconsciente, suscitando em nós uma sintonia da qual nem sequer temos
consciência. Somos menos convencidos por argumentos e mais movidos
por histórias; nosso ser-no-mundo é mais estético do que dedutivo, mas
bem captado pela narrativa do que pela análise.”

Kierkegaard (2016, p.59) , diz:

“A transição da possibilidade à realidade efetiva é, como ensina


corretamente Aristóteles, um movimento. Isso não pode absolutamente, ser
dito na linguagem da abstração, ou ali compreendido, dado que a abstração
não pode dar ao movimento nem tempo nem espaço, que o pressupõe ou
são pressupostos pelo movimento. Há uma parada, um salto.”

Há um movimento entre o pensar e o agir, a esse movimento, Kierkegaard


chama de salto. Essa transição entre o pensar e o agir é o que Kierkegaard chama
de “tornar- se” e seu elemento principal para um movimento autentico é a fé. “Fé é o
ato de crer ou aceitar algo intangível ou improvável, com ou sem evidência empírica.
Salto na fé é o movimento para além do âmbito da racionalidade e é uma ação
volitiva da fé.” (PANIAGUA, 2016, p.16)

6. RECURSOS
Para este projeto serão utilizados: Projetor ou aparelho de TV pendrive para
passar os slides, biblioteca para pesquisa, Cartolinas, cópias de imagens e textos
xerocados para os alunos. Lousa para aplicação de conteúdo em sala de aula.

7. AVALIAÇÃO
A avalição será feita no decorrer do processo de aplicação do projeto, para
verificar se os objetivos estão sendo alcançados. Será compreendida como
resultado de um trabalho constante, sendo observados a participação do aluno,
percebendo seus erros e acertos, para assumir como professor o papel de
orientador e mediador do conhecimento, lançando também sobre os alunos novos
desafios, a medida que cada um dos objetivos forem alcançados. Sendo assim,
denominamos este tipo de avaliação como formativa.
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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A existência em Kierkegaard ganha uma nova dimensão. O sujeito não é mais
o ser porque pensa, o sujeito configura o próprio pensamento no exercício da
subjetividade. O autoconhecimento vai além do ser “ensimesmado”, a autorreflexão
é um ponto de partida para pensar o outro e o mundo, sem os equívocos do
pensamento geral.
O trabalho em torno deste projeto tem um aprofundamento interdisciplinar
através do pensamento de um autor específico, fundamentando de forma teórica
conteúdos diferentes. Essa metodologia envolve o aluno com o campo da pesquisa
e o instrui de forma individual para o fortalecimento do coletivo.
A contextualização do tema para os problemas vivenciados no
contemporâneo aproxima os alunos do conteúdo da pesquisa, produzindo reflexões
que podem ser aplicadas na realidade atual. Assim o aluno é o produtor do
conhecimento em matéria de conquista do saber pela pesquisa, e também é
transformado por ele.
Cabe ainda a estes alunos, conscientizar outras pessoas através do
conhecimento adquirido, o que confere a eles responsabilidade social na qualidade
de mediadores do conhecimento adquirido.
Em todo esse processo a avaliação ocorre de maneira fluida e formadora,
incentivando os alunos a participarem em grupo, mas cada um segundo as suas
especificidades. Dessa forma, o projeto se torna uma ótima ferramenta de ensino na
escola.
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9. REFERÊNCIAS

BACKHOUSE, Stephen. Kierkegaard: Uma vida extraordinária. Rio de Janeiro:


Thomas Nelson, 2019.

COLETTE, Jacques . Existencialismo: Uma breve introdução. Porto Alegre, RS:


L&PM, 2019.

KIERKEGAARD, Soren. Migalhas Filosóficas: ou um bocadinho da filosofia de João


Clímacus. 3. ed. Petrópolis- RJ: Vozes, 2011.

KIERKEGAARD, Soren. Pós-escrito às migalhas filosóficas: Vol I. Petrópolis- RJ:


Vozes, 2013.

KIERKEGAARD, Soren. Pós-escrito às migalhas filosóficas: Vol. II. Petrópolis, RJ:


Vozes, 2016.

KIERKEGAARD, Soren. Temor e Tremor. [S. l.]: Lebooks Editora, 2021. 153 p. E-
book Kindle.

LIMA, Eduardo Sales De. Pensamento crítico. Maringá PR: UniCesumar, 2023.

MARCONDES, D. Iniciação à História da Filosofia: dos pré-socráticos a


Wittgenstein.8. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2008.

MAZIA, Victor Hugo. História da Filosofia. Maringá-PR: UniCesumar, 2019.

PANIAGUA, W. Barros Dantas. O paradoxo da fé em Kierkegaard. [S. l.: s. n.],


2016. 51 p. E-book Kindle.

SAINT- EXUPÉRY, Antonie de. O pequeno Príncipe. 48. ed. Rio de Janeiro: Agir,
2006. 96 p.

SMITH, James . Imaginando o Reino: A Dinâmica do Culto. 1. ed. São Paulo - SP:
Vida Nova, 2019.

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