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Cadernos PDE
NRE Cascavel
IES UNICENTRO/Guarapuava
Caracterização do Objeto
Unidade – Didática
de Estudo
2. APRESENTAÇÃO
Não será pela arte, que o ser humano torna-se consciente da sua existência
individual e social? Ele se percebe e se interroga, sendo levado a interpretar o
mundo e a si mesmo?
“É certo que as vanguardas históricas, em especial o surrealismo, o futurismo
e, sobretudo, o dadaísmo, já anunciavam essas mudanças, apontando, cada qual de
uma maneira, uma certa pré-história da Arte Conceitual” (FREIRE, 2006, p.09).
Com as vanguardas artísticas, transformar esse tipo de competência e substituí-las
por outra é sem dúvida um processo longo e difícil. Conhecimentos já arraigados
causam dificuldades para compreensão e aceitação das poéticas contemporâneas.
Surge a “arte conceitual”, propondo a rediscussão da estrutura representativa e a
valorização do conceito e do processo artístico. A partir dessa perspectiva de estudo
da arte conceitual, entende-se, que esta opera não mais com objetos ou formas,
mas com idéias e conceitos. A característica principal de toda a obra chamada
conceitual não é ver objetos e formas, mas sim sua provocação, a discussão de um
assunto, a comunicação de idéias, crítica, denúncia, gestos que traduzem a
valorização de idéias significativas da obra, mais do que o produto acabado, sendo
que às vezes este produto, não precisa existir. Composições visuais que buscam
conceitos e de alguma maneira, permitem a discussão sobre o sistema em que se
vive e a interação entre o artista e o espectador derrubando os princípios que
nortearam a obra de arte tradicional arraigada na cultura ocidental, deixa de ser
primordialmente visual feita só para ser olhada, e passa a ser considerada como
uma idéia ou pensamento. E por isso a importância do estudo da arte conceitual
representa um momento tão significativo na história da arte contemporânea. `
Se pensarmos em arte conceitual no material de Coutinho e Orloski et al
(2006, p.04/Arte Conceitual), Leonardo da Vinci apontou indícios quando afirmou
que “a arte é uma coisa mental”, uma idéia que está no pensamento do artista, do
observador. Uma outra ligação mais imediata é a ação de Marcel Duchamp com
seus ready-made, como explica Celso Favaretto:
“Quando Duchamp inventou seu ready-made lá por volta de 1913,
podemos dizer que ele escolheu a roda de bicicleta, ou o porta
garrafas ou o urinol, aleatoriamente. Mas na verdade nunca essa
escolha é aleatória. O artista de certa forma tem uma idéia, uma idéia
da arte, uma concepção o que ele entende como arte e de que efeito
ele quer produzir. Ele escolhe o material que, implicitamente, já
manifesta a possibilidade dele configurar uma idéia. Eis o
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Referindo-se que a arte não deve ser feita pelo artista e sim pensada
intelectualmente por ele, já interessando no conceito da obra, e não mais a obra em
si. Depois de Duchamp com seu ready-made, a arte nunca mais voltou a ser a
mesma, ele dava a entender que a arte podia existir fora dos veículos
convencionais, que é o espectador quem faz a obra, seu ponto de vista era que a
arte relacionava-se mais com as intenções do artista do que qualquer coisa que ele
fizesse com as próprias mãos ou sentisse a respeito de beleza. Como explica
Cristina Freire em seu livro Arte Conceitual (2006, p.33). Do ponto de vista da
história da arte contemporânea, o resgate da obra de Duchamp é crucial para
qualquer revisão da Arte Conceitual, pois o princípio do ready-made fundamenta
uma de suas vertentes mais importantes.
Exercendo grande influencia na evolução da vanguarda artística no século
XX, a arte contemporânea dá origem aos movimentos conceituais do final da década
de 60 e 70.
“O americano Joseph Kosuth é referencia com sua desconcertante
obra Uma e três cadeiras (1965-66) que mostra uma cadeira real (o
objeto tridimensional), uma foto de cadeira (sua tradução
bidimensional) e uma ampliação fotográfica da definição oferecida
pelo dicionário ao vocábulo cadeira (sua versão simbólica). O título
enumera uma e três cadeiras: o nome do objeto apresentado
questiona os limites da representação, pois o próprio nome do objeto
também é usado para representá-lo, podendo substituir qualquer uma
das outras formas de representação” (COUTINHO; ORLOSKI; et al.
2006, p.04/Arte Conceitual).
Segundo FREIRE (2006, p.13), “mesmo que a Arte Conceitual seja circunscrita a um período de uma
década, as questões que ela lançou são bastante atuais [...] Faz-se necessário ampliar os sentidos
da Arte Conceitual, incluindo ações que partem do cotidiano, misturando arte e vida, e para as quais
o projeto e registro integram uma mesma obra.”
O conceito ou atitude mental tem prioridade em relação à aparência da obra.
Um exemplo de relação arte/vida segundo Cristina Freire é do alemão Joseph Beuys
ao comentar seu terno de feltro (1970). Toda a relação dele partiu de uma questão
profundamente vivencial. O uso do feltro tem uma relação simbólica do feltro, do
material feltro dentro da vida dele, o mito que ele cria dentro da própria história de
que ele era piloto aéreo durante a 2ª Guerra Mundial e o avião caiu. Os nômades
tártaros cuidaram dele enrolando todo o corpo gelado em feltro e parafina. Esses
são os dois materiais que ele utiliza muito em suas obras.
Escultura social - termo criado pelo artista alemão Joseph Beuys. A teoria da
escultura social parte dos conceitos de obra enquanto processo mutação e
evolução.
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“Acho que uma das obrigações, uma das condições exigidas para que
uma coisa seja um trabalho de arte é a capacidade de ele se impor
por si mesmo, explicar-se sem teorizações de fora. (...) Por outro
lado, quando você fala de arte conceitual, coisas da qual não me
consideram um representante, acho que ela corre um pouco esse
risco (ter que explicar.)” (MAIA, 2009, p.19).
Sinopse: O vídeo criado pela equipe do Itaú Cultural para abrir a exposição Trilhas
do Desejo e aproximar o público da arte contemporânea. A exposição é um dos
resultados do programa de Rumos Artes visuais 2008-2009, que busca identificar e
promover obras e artistas contemporâneos de todo Brasil.
Etapa 4: Provocar uma discussão entre os alunos através das seguintes perguntas:
Observação: Um modo de iniciar é dar ênfase para a arte conceitual e para Marcel
Duchamp que irão ver em seguida, pode ser discutido o que é feito atualmente na
área do design, fazendo uma conexão com os trabalhos dos irmãos Campana.
Duchamp coloca um objeto banal no lugar da arte e como obra de arte. Partindo
dessa substituição, o que não era arte passa a ser. Deste modo, ele mistura o
espaço da indústria com o espaço da arte, causando obviamente uma ruptura. O
design dos irmãos Campana desloca de seus locais ou funções habituais e os
transforma em objetos verdadeiramente artísticos por meio de sua manipulação. Por
exemplo, no design de uma mesa de centro, feita a partir de uma embalagem de
pizza, hoje exposta no MoMA, os designers deram à peça força expressiva e
funcional. Com papelão, eles fazem cadeiras, com plástico constroem mesas
infláveis, com cordas fabricam poltronas (COUTINHO; ORLOSKI; et al. 2006, p.15 -
Cildo Meireles-Gramática do Objeto).
Etapa 5: Após análise e discussão das obras, conceituar a Arte Contemporânea.
A arte contemporânea é a arte produzida da segunda metade do século XX até
os dias de hoje. Caracteriza-se pela liberdade na criação, o artista passa a
questionar a própria linguagem artística, a imagem em si, a qual dominou o cotidiano
do mundo contemporâneo. Os artistas nunca tiveram tanta liberdade criadora, com
tantos recursos e materiais em suas mãos. Um trabalho de arte podia ser definido
claramente como desenho, pintura, escultura ou gravura, hoje já não se acomoda
mais tão facilmente em uma dessas categorias, a incorporação de novos materiais
que não são mais os tradicionais, tanto quanto os títulos das obras podem atuar
como formas de linguagens artísticas, tais com o cheiro, o tato, paladar e sons
tornando-os difícil a catalogação ou classificação, pois nunca se centram em uma
única questão. As possibilidades e os caminhos são múltiplos, o experimentalismo e
inquietações mais profundas, o que permite a arte contemporânea ampliar seu
aspecto de atuação, pois ela não trabalha apenas com objetos concretos, mas
principalmente com idéias, conceitos e atitudes.
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Etapa 6: Após leitura e entendimento do texto e ter assistido o vídeo dos Irmãos
Campana, ler a e elaborar um poema visual para a frase:
“Há saberes em arte que são como estrelas para aclarar o caminho de um
território que se quer conhecer.” Trama inventiva (COUTINHO; ORLOSKI; et al.
2006, p.2 - Cildo Meireles-Gramática do Objeto).
Resultado esperado: Com a apresentação dos vídeos o objetivo é fazer um
comparativo entre as várias categorias artísticas e a grande liberdade de criação e
materialidade que não são mais os tradicionais. Fazendo uma conexão entre
Duchamp e Os irmãos Campanas dando ênfase a arte conceitual.
ATIVIDADE:
Etapa 1: Apresentar aos alunos o texto síntese sobre Cildo Meireles. Sugerido
abaixo, buscando a compreensão e curiosidade de quem é este artista brasileiro, e
sua arte que ainda muito tem influenciado gerações de criadores, pesquisadores,
estudantes e arte educadores que buscam uma identidade com características
Nacionais.
CILDO MEIRELES UM ILUSTRE ARTISTA BRASILEIRO
Cildo Meirelles (1948) nasceu no Rio de Janeiro, foi criado entre sertanistas
ligadas ao universo indígena brasileiro, motivo pelo qual trabalha o tema em muitas
de suas obras. Morou em várias cidades do Brasil e também em Nova York. Artista
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dos picolés, “arte ou água são bens raros não devem desaparecer” (MAIA, 2009,
p.114).
Etapa 2: Apresentar o vídeo Cildo Meireles: gramática do objeto – yotube - Luiz
Felipe Sá - feito em 2000- publicado em 2012.15min.
Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=vuJ4ETfHGSA - Vídeo enviado por
itaucultural
Zero dólar, 1978-84; Inserções em circuitos ideológicos: quem matou Herzog?, 1970
e Projeto Coca-Cola, 1970; Sermão da montanha: Fiat lux, 1973-79; Desvio para o
vermelho, 1967-84.
O vídeo é finalizado com Conhecer pode ser destruir, nome da obra de 1970,
que contém tal frase lacrada no início. Dessa maneira, Cildo Meireles sinaliza sua
ação propositora de questionar o sistema de arte por meio do próprio objeto que
constitui: a obra de arte.
Sugestões: você pode começar exibindo apenas a primeira parte do vídeo, em que
o artista tranca uma frase num papel: qual é o lugar de arte?A partir dessa cena,
proponha uma conversa, problematizando: o que causa estranhamento? O que os
alunos entendem por objeto de Arte? Qual simbologia está presente no ato de
esconder a frase, dobrando o papel? E trancá-lo, juntamente com a chave? É
possível saber a intenção do artista ao fazer esse trabalho? O que muda se não
tivesse visto o artista fazendo a obra? Até que ponto observar o artista produzindo é
importante para compreensão do trabalho? Como o olhar está presente nessa cena?
ATIVIDADE:
Orientar os alunos a fazer uma relação do texto com o vídeo, onde serão
respondidas as seguintes questões:
a - De que se trata o vídeo apresentado?
b - O que essas imagens representam pra você?
c - Quais suportes artísticos são usados para as obras de Cildo?
d - Que tipo de sentimentos este vídeo desperta em você?
e - Qual a proposta apresentada pelo artista em suas obras?
f - Quais as principais características das obras?
g - O que mais chamou atenção na arte de Cildo e o que você faria diferente?
h - que a trilha sonora desperta em você?
I - Classifique as diferenças entre a arte de Cildo e a arte que você conhece:
j - Quais focos de trabalho você percebe que o vídeo pode desencadear?
k - No vídeo, não há falas, apenas fragmentos de trabalhos de Cildo. Para você,
o que leva à escolha dessa estética? Em que medida contribui para conhecer o
trabalho do artista?
“A arte nunca é política, torna-se política”. (COUTINHO; ORLOSKI; et al. 2006,
p.3 - Cildo Meireles-Gramática do Objeto).
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função, dão a eles um novo significado, uma nova leitura da realidade. (COUTINHO;
ORLOSKI; et al. 2006, p.4 - Cildo Meireles-Gramática do Objeto).
ATIVIDADE: Trabalho em grupo
Apreciação das obras de Cildo Meireles (TV multimídia), em equipes de cinco
componentes. Onde cada equipe ficará responsável pela pesquisa, apreciação e
apresentação de uma obra para a classe, entre as quais apresentaremos: Projeto
Coca-cola, Cédulas, Desvio para o vermelho, Árvore do dinheiro, Inserções em
circuitos: quem matou Herzog?, Estojo de geometria, Ouro e paus, Eureka -
blindhotland, casos e sacos, os picolés e Para ser curvado com os olhos, seguindo o
roteiro abaixo:
a - Nome e data da obra apresentada:
b - Objeto utilizado?
c - Quais suportes artísticos são usados?
d - Que materiais são utilizados?
e - O que essa obra de Cildo representa pra você?
f - Que tipo de sentimentos este obra desperta?
g - Qual a proposta apresentada pelo artista em sua obra?
h - Quais as principais características desta obra?
i - O que mais chamou atenção na arte de Cildo e o que você faria diferente?
j - Como você interpreta o título escolhido com a obra apresentada?
“A arte nunca é política, torna-se política” (COUTINHO, ORLOSKI et al. 2006,
p.3 - Cildo Meireles-Gramática do Objeto).
O surgimento de Cildo Meireles, como um dos mais significativos artistas
brasileiros de sua geração, coincide com o fechamento político provocado pela
promulgação do AI-5, em 1968, e o conseqüente desenvolvimento de propostas
mais conceituais na arte. O que os alunos podem descobrir sobre esse período
histórico? Qual é a geração de artistas que emerge entre anos 1968-70? Como as
obras mais conceituais se contrapõem ao endurecimento do governo militar, à perda
da liberdade, às perseguições e torturas e aos desaparecimentos de pessoas? Em
quem matou Herzog?, 1970, Cildo carimba a pergunta em algumas notas de
cruzeiro, moeda corrente no Brasil do período, fazendo uso delas para criar com sua
obra uma forma de interrogação nacional sobre o assassinato do jornalista Vladimir
Herzog. Na época, como preso político pela ditadura militar, o jornalista é morto em
outubro de 1975, sendo o suicídio a causa oficial de sua morte. Em 1978, a justiça
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gráfica para confeccionar um carimbo, pode fazer molde vazado com cartolina e
parafina, usar outras técnicas que conhecer.
Professor no vídeo abaixo há informações referentes ao conteúdo:
http://bravonline.abril.com.br/busca?qu=sala+de+aula
http://bravonline.abril.com.br/materia/gravura-e-xilogravura-para-fazer-
arte#sthash.Rt1vLT1p.dpuf
ATIVIDADE:
a - Acompanhamento do professor na apropriação da técnica escolhida,
utilização do material.
b - Recolher os trabalhos para fazer uma exposição no final do projeto.
c - Poema visual – Técnica livre. Propor a leitura ou a escuta da composição
Metáfora (1982) de Gilberto Gil. Como os alunos a interpretam? Que relações
eles estabelecem entre o artista e a meta na arte enquanto “simplesmente
metáfora”?
Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: ”Lata”
Pode estar querendo dizer o incontível
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ATIVIDADE:
a - Apresentar aos alunos a citação da Cristina Freire para refletir e o vídeo
das vanguardas européias, em seguida a prática pedagógica.
http://www.slideshare.net/cacauarm/vanguardas-europias
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ATIVIDADE:
a - Fazer um poema Dadaísta de Tristan Tzara:
Receita:
Pegue um jornal.
Pegue uma tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você desejar dar ao seu poema.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e
meta-as num saco, ou um copo descartável.
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Cada vez mais temos nos afastado da natureza, se esquecendo que somos
parte integrante dela, e como conseqüência, estamos vendo o resultado do
desequilíbrio constante neste organismo chamado planeta terra. Além disso, esse
distanciamento nos transforma em seres frios como concreto que nos rodeia e nos
aprisiona.
Atualmente temos visto vários incentivos, propagandas e se fala muito sobre a
preocupação com a natureza, mas até onde essas preocupações não são apenas
jogadas de marketing ou uma moda passageira? Espero que não, porque sabemos
que quem vai sofrer as conseqüências no final das contas somos nós mesmos e, por
sinal,já estamos sofrendo. Mas esta preocupação não é de hoje, pois este
afastamento é de longa data e a arte tem cumprido um papel importante nesta
reflexão. Alguns artistas têm como tema esta questão em suas obras. Na pintura “A
Alegria de Viver”, Matisse (1869-1954) propôs uma visão de como seria o mundo
onde esta união entre homem e natureza estaria plena. Uma visão do ideal, como
nas obras clássicas, mas agora sem os cânones estabelecidos pelo classicismo.
Conforme Argan (1992), "La joie de vivre, de Matisse (1905-6), pretende ser
uma imagem mítica do mundo, como se gostaria que ele fosse: uma idade de ouro
em que não há distinção entre os seres humanos e a natureza, tudo se comunica e
se associa, as pessoas se movem livres como se feitas de ar, a única lei é a
harmonia universal, o amor."
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A Alegria de Viver ou La joie de vivre (1905-6), Óleo sobre tela, 174 x 238 cm, Barnes Foundation.
Disponível em http://www.campanicultural.com.br/2011/09/o-homem-e-natureza-em-alegria-de-
viver.html. Acesso em 02 de Dez. de 2013.
“Na obra La Joie de Vivre, Matisse retoma a busca do mitologismo
primitivo de Gauguin, ao mesmo tempo em que mistura isso com o
tema clássico de As grandes banhistas, de Cézanne, porém
eliminando a profundidade espacial ainda existente neste. Vejo esta
pintura como uma expressão da alegria de viver em um mundo
utópico, de um sonho revelado através das cores vivas e plenas,
linhas coloridas e dançantes. A imagem no centro da tela com as
figuras dançando em roda já revela um tema que Matisse irá trabalhar
alguns anos depois com A Dança (1909).(CAMPANI, 2011)”
c - Pintar os espaços abaixo em folhas sulfite, nas cores da obra com tinta
guache: amarelo, vermelho, azul, verde, laranja e cinza.
ATIVIDADE:
a - Propor aos alunos que imaginem a seguinte situação: Alguém percebe,
num velho pedaço de pano, sujo e cheio de manchas, um efeito estético
interessante. Expor esse pedaço de pano como uma obra de arte.
Conversando e provocando os alunos a expressarem seus pontos de vista, o
que eles revelam sobre suas concepções de arte? O importante nesta
conversa não é o julgamento sobre o que pensam, mas um aquecimento de
idéias que os prepare para a exibição do documentário.
b - Apresentação do vídeo aos alunos. (COUTINHO; ORLOSKI; et al. 2006, 23
min. - Arte Conceitual)
Sinopse - Uma exposição: Além dos pré-conceitos: experimento dos anos 60,
realizada em 2002, no Museu de Arte Moderna de São Paulo-MAM/SP, com
curadoria da tcheca Kalinovska, apresenta cento e vinte e cinco obras, abrangendo
o período que vai dos anos 50 a 70, reunindo alguns dos mais importantes nomes
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da arte conceitual: Joseph Beuys, Hanne Darboven, Eva Hesse (Alemanha); Bruce
Nauman, Sol Lewitt, Lawrence Weiner (EUA); onkawara (Japão); Ilya Kabakov
(Ucrânia); Betty Goodwin (Canadá); Jirikolar, Karel Malich (República Tcheca);
Dimitrije Mangelos (antiga Iugoslávia, hoje, Croácia); Edward krasiñski (Polônia);
John Latham (Zimbábue); Marcel Broodthaers (Bélgica); Piero Manzoni (Itália); Victor
Gripo (Argentino) e os brasileiros, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Anna Maria Maiolino e
Cildo Meireles.
O espaço da exposição se oferece como paisagem aberta para a câmara
passear lentamente pelas obras, tendo Cristina Freire (curadora e professora no
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo- MAC/USP) e Celso
Favaretto (filósofo e professor da Faculdade de Educação da USP) comentando as
idéias que regem a poética visual da arte conceitual (COUTINHO; ORLOSKI; et al.
2006, p.3 - Arte Conceitual).
No primeiro bloco As obras Filosofia e prática e Torre Skoob de John Latham
apontam para essa direção. Latham usa como matéria os livros, ora por inteiro, ora
pintados, cortados e queimados. O gesto de destruição e o gesto de reconstrução do
artista voltam ao livro, encarando como o símbolo da grande cultura ocidental e seus
valores, da forma como estava sendo construída a idéia de arte (COUTINHO,
ORLOSKI et al. 2006, p.3 - Arte Conceitual)
O americano Joseph Kosuth é referencia com sua desconcertante obra Uma
e três cadeiras (1965-66) que mostra uma cadeira real (o objeto tridimensional), uma
foto de cadeira (sua tradução bidimensional) e uma ampliação fotográfica da
definição oferecida pelo dicionário ao vocábulo cadeira (sua versão simbólica). O
título enumera uma e três cadeiras: o nome do objeto apresentado questiona os
limites da representação, pois o próprio nome do objeto também é usado para
representá-lo, podendo substituir qualquer uma das outras formas de representação
(COUTINHO; ORLOSKI; et al. 2006, p.4 - Arte Conceitual).
c - Propor que cada aluno escolha uma temática para mover a criação de uma
série de objetos, relacionado com as questões políticas, étnicas, éticas,
exclusão social dentro de muitas outras possíveis, apresente a classe e
explique.
Leonardo da Vinci sinaliza a arte conceitual com sua observação de que “a arte
é uma coisa mental”, uma idéia que está na cabeça do artista, do observador. Uma
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outra ligação mais imediata é a ação de Marcel Duchamp com seus ready-made
como explica Celso Favaretto:
Quando Duchamp inventou seu ready-made lá por volta de 1913,
podemos dizer que ele escolheu a roda de bicicleta,ou o porta
garrafas ou o urinol, aleatória mente. Mas na verdade nunca essa
escolha é aleatória. O artista de certa forma tem uma idéia, uma idéia
da arte, uma concepção do que ele entende como arte e de que efeito
ele quer produzir. Ele escolhe o material que, implicitamente, já
manifesta a possibilidade dele configurar uma idéia. Eis o
conceitualismo. (COUTINHO; ORLOSKI; et al. 2006, p.5 - Arte
Conceitual).
d - Quando Marcel Duchamp é focalizado e o conceitualismo é abordado por
Celso Favaretto. O que surpreende? Quais conexões percebe-se com os
pontos de vista que expressaram sobre a questão inicial?
“O conceito ou atitude mental tem prioridade em relação à aparência da obra.
Um exemplo de relação arte/vida segundo Cristina Freire é do alemão Joseph
Beuys ao comentar seu terno de feltro (1970). Toda a relação dele partiu de uma
questão profundamente vivencial. O uso do feltro tem uma relação simbólica do
feltro, do material feltro dentro da vida dele, o mito que ele cria dentro da própria
história de que ele era piloto aéreo durante a 2ª Guerra Mundial e o avião caiu. Os
nômades tártaros cuidaram dele enrolando todo o corpo gelado em feltro e parafina.
Esses são os dois materiais que ele utiliza muito em suas obras. (COUTINHO;
ORLOSKI; et al. 2006, p.5 - Arte Conceitual).
e - Propor aos alunos a pesquisa de um objeto ou materiais relacionado com
acontecimentos em sua vida, ou na vida de familiares. Fazer esta pesquisa
para apresentar a classe e associar a obra de Beuys. Esta proposta poderá ser
apresentada em grupos.
Prossegue Freire, Beuys, desenvolve a noção de “escultura social”, que
vai além de criar mais um objeto. “Escultura social seria criar novas idéias na cabeça
das pessoas. Essa seria a grande dimensão da arte, possibilidade de mudar
pensamentos, comportamentos e toda uma realidade social” (COUTINHO;
ORLOSKI; et al. 2006, p.5 - Arte Conceitual).
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Maria Cristina Machado. Arte Conceitual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
2006.
40
STAMM, Eliana; PILLOTTO Silvia Sell Duarte. A arte como propulsora da integração
escola e comunidade. Joinville- SC: Univille, 2007.