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JULLIER, L.; MARIE, M. Lendo as imagens do cinema.

Tradução Magda
Lopes. São Paulo: Editora Senac. p. 5-72

Resumo:
Lendo as imagens do cinema é um livro onde os autores se baseiam nas
ferramentas desenvolvidas ao longo da história do cinema para que seja
desenvolvido um método para análises fílmicas. As análises podem ser feitas
de acordo com suas “ordens de grandeza”: o plano, parte do filme situada entre
dois cortes; a sequência, que consiste em um agrupamento de planos que
formam uma unidade; e o filme, que é a união das sequências. No nível do
plano, a ferramenta de análise é o ponto de vista, onde a posição da câmera
garante ao expectador a mensagem que precisa ser passada à ele. Envolve
também a profundidade do campo, o movimento da câmera, as luzes e as
cores utilizadas e a relação audiovisual. A sequência expressa o fluxo visual, o
que relaciona um plano com outro, portanto os pontos da montagem são
extremamente importantes; as elipses, que garantem essa fluidez na narrativa;
a cenografia, o suspense e a simples surpresa, os efeitos clipes e efeito circo e
as metáforas audiovisuais fazem o papel de “amarração” das sequências. No
nível do filme contamos com os recursos da história, sua distribuição no
decorrer da narrativa, gêneros, estilos e dispositivos capazes de contar o
enredo. Após a apresentação das ferramentas, os autores fazem análises-
exemplo de 26 filmes ao longo da história do cinema.

Fichamento:
“O que diferencia a crítica da análise? A análise trabalha com conceitos e,
portanto, pode ser cobrada por utilizá-los. Possui metodologia diversa, em
função do conjunto teórico que sustenta o quadro de reflexão a que se remete.”
(pg. 9)

“Um passo a mais e, pela articulação das sequências entre elas, a obra se
constitui, acabada, quase autônoma - na verdade, ela não o é jamais, pois sua
leitura mobiliza muitos códigos e múltiplos conhecimentos previamente
requeridos, todos objetos exteriores a ela.” (pg. 20)

“O ponto de vista é apresentado antes de tudo pela localização da câmera. É o


ponto de observação da cena, aquele de onde parte o olhar. Nenhum ponto de
vista é neutro. Todas as posições de câmera conduzem sua série de
conotações.” (pg. 22)

“O ponto de vista talvez seja o parâmetro mais importante no nível do plano,


(...) se as câmeras comandadas eletronicamente pudessem ser colocadas em
piloto automático, mesmo assim seria preciso que o seu operador soubesse ou
decidisse em que lugar as instalar e sobre o que apontar a objetiva. (...) Na
verdade, o lugar onde se encontra a testemunha de uma cena com frequência
condiciona a leitura que ela fará da cena. Encontrar-se em um local significa
receber as informações sob certo ângulo e não sob outro - uma seleção de
informações das quais dependerá o julgamento.” (pg. 22-23)

“Graças a um hábito profundamente arraigado, o espectador de cinema tende a


ligar dois planos que se seguem. Esse vínculo é susceptível de assumir
diferentes formas, e as conexões que sustentam um plano A e um plano B
consecutivos estabelecem facilmente vários níveis de interpretação.” (pg. 44)

“Contar em imagens e em sons supõe, em primeiro lugar, selecionar algumas


peripécias de preferência a outras, depois as mostrar em certa ordem e em
certo grau de clareza, eventualmente inscrevendo-as em certo quadro de
apresentação, mas com certeza propondo ao público um posicionamento ético
e estético.” (pg. 60)

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