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Monografia Amanda Poeys Borges Morais
Monografia Amanda Poeys Borges Morais
Comissão examinadora:
Dedico este trabalho de conclusão de curso
aos meus pais, Carlos Ney e Joelma e a
minha irmã Carla que me apoiaram durante
essa etapa, ao meu orientador Marcelo
Bustamante Chillingue, por toda dedicação e
disponibilidade em me ajudar.
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO......................................................................................................... 12
2.2. Mobilidade................................................................................................... 21
3. EQUOTERAPIA ................................................................................................ 22
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 34
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INTRODUÇÃO
• QUESTÃO PROBLEMA
Como a equoterapia atua e influencia no desenvolvimento motor da criança
com deficiência visual?
• HIPÓTESE
Por ser uma terapia que envolve constantemente estímulos ao seu praticante,
a equoterapia atua diretamente no desenvolvimento motor, consequentemente no
ajustamento sensorial, assim como também no desenvolvimento biopsicossocial, e
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JUSTIFICATIVA
Este trabalho se justifica devido à esta prática terapêutica ser pouco utilizada
nos dias atuais, considerando seus benefícios para a pessoa que a pratica, mesmo
sendo um método utilizado desde a antiguidade com fins terapêuticos comprovados,
a equoterapia ainda é uma técnica pouco utilizada na recuperação e desenvolvimento
das pessoas com alguma deficiência e, principalmente, pelos deficientes visuais,
devido a insegurança gerada pela falta de percepção em relação ao ambiente.
A equoterapia proporciona ao praticante uma qualidade de vida melhor e um
bom desenvolvimento em sua relação social, em seu aspecto motor e até mesmo no
relacionamento interpessoal.
O deficiente visual de cegueira congênita ou adquirida, demonstra uma perda
sensorial significativa e que afeta diretamente no seu processo de percepção. Visando
ampliar a perceptividade do indivíduo no seu processo intrapessoal e interpessoal, a
terapia com animais tem sido uma aliada de sucesso. Ao se ter contato com o animal,
a pessoa automaticamente passa a ter que confiar no cavalo que está montado e no
seu terapeuta, criando segurança e autonomia.
A equoterapia pode causar em seus praticantes quatro efeitos terapêuticos
positivos, como: melhora na relação pessoal, psicomotricidade, natureza técnica e na
socialização. Considerando que a cada movimento que o cavalo faz o praticante o
recebe imediatamente, estes são considerados ajustes tônicos.
Portanto, está terapia tem ganhado espaço maior na atualidade, visando
sempre a reabilitação e o desenvolvimento global da pessoa com deficiência. Mas
para que a equoterapia aconteça de forma correta e tenha valor é necessário ter uma
equipe interdisciplinar, uma vez que uma completa a outra, os profissionais vão desde
o terapeuta, psicólogo, pedagogo, assistente social, fonoaudiólogo, educadores
físicos, equitadores, entre outros, que juntos proporcionam ao praticante o seu
desenvolvimento.
OBJETIVOS
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• OBJETIVO GERAL
• OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1- Analisar os diferentes benefícios da equoterapia.
2- Apontar quais os efeitos positivos da prática constante desta terapia.
3- Mencionar que a equoterapia traz uma melhora na qualidade de vida do seu
praticante.
1. DEFICIÊNCIA VISUAL
Cegueira por acuidade- significa que a pessoa possui uma visão de 20/200 ou inferior
com a melhora na correção (uso de óculos). É a habilidade de ver em 20 pés ou 6.096
metros o que o olho normal consegue ver em 200 pés ou 60,96 metros, ou seja, 1/10
ou menos que a visão normal.
Cegueira por campo visual- o indivíduo possui um campo de visão menor que 10º de
visão central, ou seja, sua visão é igualada a um túnel.
Cegueira total (não há percepção de luz) - neste caso há a ausência da percepção
visual ou a inabilidade de reconhecer uma luz intensa exposta diretamente nos olhos.
A deficiência de causa congênita, é determinada pelo fator de nascença, são
estas: albinismos, anirídia, atrofia ótica, catarata, corriorrentinite macular, estrabismo,
glaucoma, hipermetropia, miopia, retinose pigmentar, rubéola materna, sífilis e
toxoplasmose.
Já nas deficiências visuais adquiridas estão: ambliopia, ansiometropia,
astigmatismo, catarata, conjuntivite, descolamento da retina, diabetes, glaucoma,
presbiopia, retinoblastoma, retinopatia da prematuridade, sarampo, subluxação do
cristalino, toxoplasmose e traumatismos diversificados.
No contexto educacional a deficiência visual é definida por cegueira ou baixa
visão, na cegueira a pessoa possui a perda total ou um resíduo mínimo de visão,
enquanto na baixa visão a pessoa possui um grau mais elevado de resíduo visual,
sendo este insuficiente ainda para uma visão cem por cento.
A inclusão de uma pessoa com deficiência vai muito além de inseri-la no meio
da sociedade, pois existe uma diferença enorme entre a inclusão e a educação
especial. Quando se reporta uma pessoa com deficiência de modo especial, está
pessoa não está sendo tratada da forma devida, pois ela sempre será segundo ao
fator determinante, uma pessoa especial, onde as suas incapacidades são maiores
que as suas capacidades, limitando sempre a sua vida em uma determinada função,
depender sempre de alguém para realizar algo.
Uma sociedade segregada é pertinente aos dias atuais, uma vez que a divisão
entre inclusão e especial existe de modo tão acentuado e poucos estão dispostos a
adquirir o novo. Apesar de tal tema já ser alvo de inúmeras palestras, conflitos,
estudos, há ainda aqueles que acham que esse tipo de pessoa não fará parte do seu
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dia a dia. A cada ano que passa o número de pessoas com algum tipo de deficiência
aumenta e isso causa um impacto profundo no meio da sociedade.
Os que antigamente eram considerados loucos, débeis, aleijado, nos dias
atuais tem tido um olhar diferenciado dentro da sociedade. Leis, estatutos, decretos,
tem sido criado a fim de incluírem e garantirem os direitos deste a uma vida com
dignidade e respeito.
Lugares especializados que antigamente eram conhecidos como manicômios,
nos quais manteriam pessoa deficientes alojadas e dopadas de remédios longe dos
familiares para não causarem mal a sociedade, atualmente fora sido eliminado boa
parte, uma vez que o reconhecimento desta pessoa, passou a ser como o de qualquer
ser humano, digno de respeito, afeto, amor, humanidade.
Helena Antipoof, foi ícone na Educação Especial no Brasil. As ideias delas
resultaram na fundação da Sociedade Pestalozzi, na cidade de Belo Horizonte, Minas
Gerais, no ano de 1930. Partindo deste ponto, houveram inúmeras iniciativas que
geraram uns desapontamentos para a sociedade civil, institutos, associações e
sociedades, estas tinham o objetivo de atender as necessidades especiais de
escolaridades de uma pessoa com deficiência. Portanto, acreditam-se que houve
negligência por parte dos governantes do país acerca dos serviços prestados à está
parte da população.
Nascida de um movimento pioneiro no Brasil, a Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais- APAE, surgiu para proporcionar assistência médico-terapêuticas
as pessoas com deficiência.
Mas ainda assim, numa visão geral, não era possível ver inclusão destas
pessoas na sociedade. Foi então que foram criadas leis que garantissem o direito a
uma educação de qualidade e permanência em uma escola de ensino regular, sendo
estes colocados em classe prioritariamente que só possuía pessoas com deficiências,
anos depois, após estudos, ficou determinado que as pessoas deveriam estar
incluídas em uma sala de aula com pessoas típicas. A inclusão era e continua sendo
algo desafiador a todos, cada vez mais vemos a necessidade de incluir esta pessoa
no meio da sociedade.
Considerando que cada tipo de deficiência tem suas limitações, pedagogos,
mestres, qualquer pessoa que faça parte do crescimento global de um indivíduo, deve-
se estar sempre atento ao assunto. Há deficiências que necessitam de um suporte
maior e são visivelmente notadas como no caso da deficiência visual e há outras que
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não são evidentemente visíveis, mas afetam o cognitivo da pessoa, gerando graves
perdas em seu desenvolvimento global.
A inclusão de uma pessoa com deficiência visual, vai muito além de inclui-la na
sala de aula e ensinar o método Braille. É necessário que além dos aspectos
educacionais principais, está pessoa aprenda também a desenvolver suas
necessidades básicas, como: varrer, andar, correr, equilibrar, sentar, rir, conversar, se
banhar e alimentar-se.
Como pedagogo o foco é voltado somente para a educação global, mas como
um pedagogo humanizado o pensamento e os objetivos vão além de ensinar o básico,
o professor/pedagogo inclusivo, ensina a pessoa a viver no mundo, aceitando e
convivendo com suas limitações.
Segundo Rhuana Barreto (2022) em uma entrevista para o jornal da cidade diz
que: “todos nós podemos ir além e alcançar nossos objetivos, independente da nossa
deficiência”. Rhuana é deficiente visual, desde o seu primeiro mês de vida, ex-
moradora da cidade de Rio das Ostras e amiga em particular da autora deste, ela foi
alfabetizada de um modo inclusivo, não fora imposto nenhum limite a sua deficiência,
apenas apontados os pontos eficientes e capazes em sua vida. Rhuana não fez uso
da Terapia Assistida por Animais- TAA, mas fez uso da Terapia Assistida- TA, o
trabalho de inclusão desenvolvido garantiu que atualmente ela pudesse adquirir
autonomia para tudo.
Como incluir uma pessoa com cegueira? Parece difícil, considerando que a
mesma nunca teve contato visual com o mudo exterior e tudo o que se desenvolve
nela é com base no achismo. A imaginação de uma pessoa DV, deve ser aguçada e
explorada, para que esta tenha uma percepção imaginaria do mundo que o cerca.
Andar uma atividade simples para um vidente, mas extremamente difícil para um DV,
utilizar a bengala como suporte ajuda, mas não garante que este tenha segurança em
seu andar.
Portanto, incluir uma pessoa com DV, é necessariamente um dos métodos mais
desafiadores, não impossível, mas extremamente desafiador em toda a esfera,
governamental, municipal, estadual, educacional e familiar, vendo que um eixo é
dependente do outro.
2- DESENVOLVIMENTO MOTOR
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Por ser uma terapia que envolve constantemente estímulos ao seu praticante,
a equoterapia atua diretamente no desenvolvimento motor, consequentemente no
ajustamento sensorial, assim como também no desenvolvimento biopsicossocial, e
até no relacionamento intrapessoal. Tornando eficaz a prática da terapia associada
ao desenvolvimento motor da criança com deficiência visual.
2.2 Mobilidade
uso da bengala como apoio é fundamental para um DV, ela permite que este detecte
obstáculos, desníveis, escadas, entre outros, mas, quando o obstáculo por exemplo
for um orelhão telefônico, mesmo com a bengala não é possível “visualiza-lo” sem
encostar o rosto no orelhão.
Logo é necessário o estimulo precoce da sua mobilidade. Considerando que as
cidades não são totalmente adaptadas aos deficientes. Crescer sabendo a realidade,
sendo exposto aos desafios desde novo, faz com que o seu desenvolvimento e
habilidade não sejam prejudicados posteriormente.
3- EQUOTERAPIA
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A equoterapia teve com pioneiro, Hipócrates de Loo (458-370 a.C), no qual faz
menção da equoterapia em seu Livro das dietas, ele sugere a equoterapia deveria ser
utilizada para os transtornos da insônia, bem como melhoria na postura corporal de
uma pessoa.
os séculos XVI e XIX está terapia tem sido utilizada para beneficiar pessoas em seus
aspectos físicos e psíquicos.
O fisiatra Zander, afirma que uma pessoa para ter uma boa reabilitação/
estimulação do seu sistema nervoso simpático era preciso de 180 oscilações
transmitidas ao cérebro de uma só vez. Apenas 100 anos depois da descoberta de
Zander, o médico Rieder constatou que o dorso do cavalo em passos, provocavam
tais oscilações de uma só vez. Logo a equoterapia passou a ser uma terapia
certificada e funcional no Brasil.
Na equoterapia o paciente é considerado um praticante e não paciente. Essa
terapia no consiste apenas no estar sobre o dorso do cavalo, ela utiliza a
disciplinaridade da pessoa e uma abordagem multiprofissional dos terapeutas. É
necessário que a equipe formada a equoterapia seja composta por: pedagogo,
fisioterapeuta, equitador, profissionais da área de educação física, fonoaudiólogos,
psicólogos e assistentes sociais, além da presença de um cavalo com algumas
características especificas para estar apto a ser um cavalo terapeuta.
O atendimento na equoterapia é planejado e montado com base nas
peculiaridades dos seus praticantes. O psicólogo juntamente com o fisioterapeuta e o
instrutor de equitação, desenvolve um planejamento com base nas necessidades
daquele praticante, proporcionando lhe um bom desempenho, são feitas avaliações
para que possa ter objetivos a serem alcançados. O atendimento só é viável após
recomendação e avaliação médica e educacional. A prática é desenvolvida com o
auxílio de uma equipe multiprofissional atuando de forma interdisciplinar, buscando
um único objetivo, o desenvolvimento global do praticante. Consequentemente a
agregação de profissionais de diversas áreas e de conhecimentos distintos e múltiplas
especialidades promovem um desempenho maior na saúde mental e física do
praticante.
O psicólogo deve estar sempre atento as distintas fases que se desenvolvem
ao longo da equoterapia. Na primeira fase, a de aproximação, o praticante faz contato
com o animal, fazendo atividades básicas como: alimenta-lo, escova-lo, dar cainho e
a encilhar (apertar o cavalo/ colocar arreios). A segunda fase é a montaria, a prática
da equoterapia, está fase é a central do tratamento, o praticante durante as sessões
desenvolve atividades de equilíbrio, coordenação motora e outras atividades
propostas sobre o dorso do animal. Na terceira fase o psicólogo é indispensável, já
25
1
Disponível em: <http://gshow.globo.com/TV-Tem/De-Ponta-a-Ponta/noticia/2015/07/de-ponta-
mostra-os-beneficios-da-equoterapia-para-pacientes.html>. Acesso em: 20 jun. 2022.
26
2
Disponível em: <https://www.abaebahia.org.br/portfolio_item/nocoes-basicas-de-equoterapia/>.
Acesso em: 20 jun. 2022.
27
3
Disponível em: <https://equoterapia.wordpress.com/2012/10/22/o-trote-que-trata/>. Acesso
em: 24 jun. 2022.
28
4
Disponível em: <http://equitacaoespecial.blogspot.com/2009/08/rotacao-e-translacao-derivados-
do.html>. Acesso em: 23 jun. 2022.
29
4- CAMINHOS METODOLÓGICOS
5
Equoterapia: tratamento alternativo com o auxílio de cavalos – Cotidiano UFSC. Disponível
em: <https://cotidiano.sites.ufsc.br/equoterapia-tratamento-alternativo-com-o-auxilio-de-cavalos/>.
Acesso em: 20 jun. 2022.
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5- REVISÃO DA LITERATURA
Com isso, faz-se necessário saber que, conforme aponta CUNHA (2016)
“O que não se pode desconhecer é que o deficiente visual tem uma dialética
diferente, por causa do conteúdo que não é visual e da sua organização cuja
especificidade é a de referir-se ao tátil, auditivo, olfativo, cinestésico. Dispor
de todos os órgãos dos sentidos é diferente de contar com a ausência de um
deles: muda o modo próprio de estar no mundo e de se relacionar.” (apud-
Silva,Carlos H. Grubits, Sonia- 2004.).
Simultaneamente
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CUNHA, Andréa Beraldi et al. Terapia assistida por animais: equoterapia. Barueri-
Sp: Manole, 2016. p. 177-194