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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO


RIO GRANDE DO SUL

DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DA OBESIDADE E ESTILO DE VIDA DE


ESCOLARES DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DE CRISSIUMAL

RAQUEL CAROLINA SCHNEIDER

Ijuí – RS
2015
1

RAQUEL CAROLINA SCHNEIDER

ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DA OBESIDADE E ESTILO DE VIDA DE


ESCOLARES DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DE CRISSIUMAL

Monografia apresentada à Banca


Examinadora do Curso de Educação
Física da UNIJUÍ como exigência parcial
para obtenção do título de Licenciado em
Educação Física.

Orientador: Luiz Serafim de Mello Loi

Ijuí – RS
2015
2

Dedico este trabalho a todos os professores de


Educação Física que cumprem com afinco,
dedicação e amor, o seu compromisso com a
educação social e corporal. Tornando-se
responsáveis por acreditar que mudanças são
possíveis, que sonhos são acessíveis e que o
mundo ainda pode se tornar um lugar mais humano
e igualitário.
3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me permitir chegar até aqui.


Por reger minhas forças em todos os momentos,
inclusive naqueles em que pareciam não haver mais
esperanças.
Ao meu noivo, por estar presente em todos os
momentos sempre me apoiando.
À minha família por fazer-se um pilar forte e
constante em minha vida.
Aos “meus amigos da vida”, que hoje estão
distantes, mas que foram essenciais para minha
formação humana.
Aos amigos da faculdade sem os quais essa
caminhada teria sido incontáveis vezes mais árdua.
Aos alunos que perpassaram meu caminho e que
me permitiram ver sentido na prática docente.
Aos mestres, que contribuíram para minha formação
acadêmica e que se fizeram exemplos a serem
seguidos.
Ao Professor Luiz Serafim de Mello Loi por me
orientar.
Por fim, a todos aqueles que fizeram parte da minha
formação pessoal.
4

RESUMO

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no organismo. Ela


vem crescendo de forma assustadora em todo o mundo, ganhando status de
epidemia global. As causas da obesidade são de etiologia multifatorial, sendo as
principais delas a inatividade física e a alimentação inadequada, rica em gorduras. O
presente estudo caracterizou-se como descritivo transversal e teve como objetivo
analisar a prevalência da obesidade em escolares da rede estadual de ensino de
Crissiumal. A amostra foi constituída de 28 escolares, de ambos os sexos, na faixa
etária entre 8 e 10 anos de idade de três escolas estaduais sorteadas
aleatoriamente, provenientes da área urbana e rural do município. Os instrumentos
de coleta de dados foram dois: Questionários que verificaram os hábitos alimentares
na escola e o nível de atividade física. O peso e a estatura para estabelecer o IMC.
Os resultados apontaram uma maior prevalência de escolares com IMC normal
(39,4%), com diferença do percentual de crianças que já apresentam obesidade
(32,1%), e menor prevalência de crianças com excesso de peso (28,5%) que não
chegam a obesidade. O estudo ainda revela maior prevalência de sobrepeso e
obesidade em escolares do sexo feminino somando 72,2% enquanto o masculino
40%. Também revelou que 96% dos escolares admitem consumir alimentos
hipercalóricos na escola. Pode-se concluir que existe uma elevada prevalência de
sobrepeso e obesidade entre alunos de 8 á 10 anos, nas três instituições da rede de
ensino estadual de Crissiumal - RS que estiveram envolvidas na amostra. Foi
possível perceber também, uma relação positiva entre estar fisicamente ativo e estar
com o IMC considerado normal. Também percebeu-se que não estar fisicamente
ativo, ou seja, passar mais tempo parado, com atividades com pouco movimento,
tornando-se cada vez mais sedentário, aliado a constatação de que a maioria dos
alunos envolvidos na amostra, consome, na escola, alimentos hipercalóricos, ou
seja, alimentos com alto teor de gorduras podem estar influenciando
significativamente no aumento do peso corporal dos mesmos. A obesidade está
inserida na sociedade, porém é necessário que se conscientize a população da
importância de buscar soluções.

Palavras-chave: Obesidade. Escolares. Educação Física. Obesidade Infantil.


5

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Resultados de IMC do total da amostra ..................................................... 22


Gráfico 2: Distribuição do total de alunos do sexo masculino na classificação do
IMC ............................................................................................................................. 23
Gráfico 3: Distribuição do total de alunos do sexo feminino na classificação do
IMC ............................................................................................................................. 24
Gráfico 4: Resultados de IMC de estudantes de 8 anos de idade.............................. 25
Gráfico 5: Resultados de IMC de estudantes de 9 anos de idade.............................. 26
Gráfico 6: Resultados de IMC de estudantes de 10 anos de idade............................ 27
Gráfico 7: Percentual do total de obesos da amostra distribuídos por instituições..... 28
Gráfico 8: Resultado dos hábitos alimentares na escola da amostra. Consumo de
pelo menos uma vez por semana de alimentos hipercalóricos .................................. 29
Gráfico 9: Resultado dos hábitos alimentares na escola de ambos os sexos e
instituições (A, B e C). Descrição dos percentuais de consumo de alimentos
hipercalóricos (pizza, biscoito, salgadinhos, etc.) por semana na escola .................. 30
Gráfico 10: Resultado dos hábitos alimentares na escola do total da amostra.
Descrição dos percentuais de consumo de refrigerante ............................................ 31
Gráfico 11: Resultado do nível de atividade física dos escolares de ambos os
sexos e instituições (A, B e C). Descrição dos percentuais da forma de
deslocamento para a escola....................................................................................... 32
Gráfico 12: Resultado das aulas de Educação Física ofertada para os escolares
de ambos os sexos e instituições (A, B e C) .............................................................. 33
Gráfico 13: Resultado do nível de atividade física do total da amostra. Descrição
dos percentuais de atividades físicas regulares ou prática de esporte fora da
escola ......................................................................................................................... 34
Gráfico 14: Resultado do nível de atividade física do total da amostra. Descrição
dos percentuais de período sem fazer atividade física ............................................... 35
6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 7

1 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 10


1.1 A POPULAÇÃO CADA VEZ MAIS OBESA .......................................................... 10
1.2 OBESIDADE ........................................................................................................ 12
1.3 AS CAUSAS DA OBESIDADE ............................................................................. 13
1.4 AS CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE ............................................................ 14
1.5 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA OBESIDADE .............................................. 15
1.6 O PAPEL DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR DIANTE DA EPIDEMIA DA
OBESIDADE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ................................................... 17

2 METODOLOGIA ..................................................................................................... 19
2.1 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................ 19
2.2 AMOSTRA E SUJEITOS ...................................................................................... 19
2.3 INSTRUMENTOS ................................................................................................. 19
2.4 COLETA DE DADOS ........................................................................................... 20
2.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ..................................................... 20
2.6 CUIDADOS ÉTICOS ............................................................................................ 20

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................................... 22

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 36

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 37

ANEXOS .................................................................................................................... 40
7

INTRODUÇÃO

A prevalência da obesidade tem crescido de forma significativa nos últimos


anos transformando-se em um grave problema de Saúde Pública. Os crescentes
avanços tecnológicos nos proporcionam inúmeras facilidades, comodidade e
confortos. Atividades que antes exigiam grandes esforços físicos são hoje realizadas
sem esforço algum.
A infância que antigamente era baseada em brincadeiras nas ruas e bairros
com várias crianças, correndo e se divertindo, ou seja, baseada em movimento, hoje
foi substituída por uma vida totalmente sedentária em frente ao computador,
videogame e a televisão. A alimentação que antes se baseava no famoso arroz e
feijão, atualmente foi, em grande parte, substituída por alimentos industrializados,
frituras e doces, que são as preferências da maioria das crianças. Sendo assim o
sedentarismo associado a uma má alimentação, ou seja, uma alimentação não
balanceada é o principal fator que gera a obesidade.
É de se analisar que a obesidade pode incidir qualquer faixa etária, e
iniciada por fatores como o desmame precoce, a alimentação exagerada de
alimentos inadequados, distúrbios de comportamento alimentar e da relação familiar,
especialmente nos períodos de aceleração do crescimento.
Dados tais fatos, percebe-se que é importante identificar precocemente o
excesso de peso em crianças para que se possa diminuir os riscos de se tornarem
adultos obesos. Alguns autores dão ênfase a dois fatores que possivelmente podem
contribuir para dobrar o risco da obesidade em adultos jovens: obesidade em um dos
pais ou sua presença na infância.
8

Os avanços tecnológicos induziram as crianças a se tornarem menos ativas


nas últimas décadas. Nos anos 1990, as pesquisas já relatavam relação
positiva entre a inatividade, como o tempo gasto assistindo televisão, e o
aumento da adiposidade em escolares. [...] O tempo gasto pela criança na
frente de aparelhos eletrônicos, como televisão, computador e vídeo game,
resulta no sedentarismo, contribuindo para o aumento da prevalência de
sobrepeso e de obesidade infantil. Por outro lado, as brincadeiras realizadas
em casa e as atividades físicas na escola atuam na prevenção de
sobrepeso e de obesidade (BAUGHCUM et al., 2000 apud CORSO et al.,
2012).

Os crescentes índices de sobrepeso da população adulta gera grandes


preocupações para a saúde pública, que se reflete no controle do peso em crianças
e adolescentes. A obesidade não é algo que afeta somente os adultos, pode iniciar
nas primeiras fases da vida de um indivíduo, e pode ser mantida até a idade adulta,
sendo diretamente ligada a doenças cardiovasculares. Desta forma, diagnosticar a
obesidade precocemente, pode resultar em um tratamento mais eficaz e menos
oneroso.
Segundo o Ministério da Saúde, Porto Alegre capital do Rio Grande do Sul é
a capital que possui a maior quantidade de pessoas com excesso de peso, o que
chega a um percentual de 55,4% (VIGITEL BRASIL, 2014).
Portanto, significativas são as pesquisas que relatam o problema da
obesidade infantil atualmente, e as principais evidencias são a má alimentação e o
sedentarismo desde cedo, pois as crianças ocupam seu tempo em frente ao
computador e a televisão em vez de brincarem ao ar livre tendo um gasto calórico
como se deve.
O problema vem crescendo cada vez mais, e cada vez mais rápido,
tornando-se assim uma epidemia global. Para combater isso ou tentar diminuir,
deve-se conscientizar as crianças desde cedo sobre a necessidade de uma
alimentação saudável e práticas de exercícios regularmente e conscientizar
principalmente os pais, para que então em conjunto com a escola façam um trabalho
eficaz com relação à obesidade.
Este estudo teve como objetivo analisar a prevalência da obesidade em
escolares da rede estadual de ensino de Crissiumal. Também buscou analisar o
estilo de vida dos escolares, sua frequência alimentar na escola e o nível de
atividade física dentro e fora do ambiente escolar, relacionando esses pontos com o
sobrepeso e a obesidade.
9

O estudo está dividido em três capítulos, o primeiro consta a revisão de


literatura que traz dados sobre o aumento da obesidade, sobre sua definição, as
causas e consequências, prevenção e tratamento e também sobre o papel da
Educação Física escolar diante da epidemia da obesidade em crianças e
adolescentes. Após tem-se a metodologia onde explica como a pesquisa foi
desenvolvida, o tipo de pesquisa, a amostra, os instrumentos, coleta de dados e os
cuidados éticos. Seguida da análise dos dados que foram apresentadas através de
gráficos e discussão dos resultados. E por fim a conclusão, onde destaca-se uma
relação positiva entre estar fisicamente ativo e estar com o IMC considerado normal
e que a obesidade está inserida na sociedade, porém é necessário que se
conscientize a população da importância de buscar soluções para modificar ou
minimizar essa situação.
10

1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 A POPULAÇÃO CADA VEZ MAIS OBESA

Atualmente pode-se observar e refletir sobre a frequência em que


encontramos crianças acima do peso, e o que eram casos raros, hoje são
frequentes, havendo um aumento gradativo de tal situação devido a vários fatores
que influenciam a obesidade na infância.

A obesidade possui controvérsias relacionadas com o volume ou ingestão


alimentar. Não necessariamente o obeso ingere grandes volumes calóricos,
é fato que o balanço calórico negativo deve ser atingido, para que haja uma
redução no peso corporal total e peso de gordura (SANTOS; ALBERTO,
2007, p. 15).

A obesidade está relacionada a uma série de fatores, como hábitos


alimentares e atividade física, além de fatores biológicos, comportamentais e
psicológicos. Não se trata de um problema meramente estético.
Os pesquisadores do IBGE, entre julho de 2003 e junho de 2004, visitaram
48.470 residências. E a pesquisa colheu dados sobre orçamento doméstico, altura e
peso dos entrevistados. E desta forma obtiveram os seguintes resultados:

Cerca de 3,8 milhões de brasileiros, 4% da população, têm déficit de peso, e


40,6% da população adulta ou 38,8 milhões de pessoas chegam ao
excesso de peso. Desse total, 10,5 milhões são obesos, 13,1% das
mulheres e 8,9% dos homens. Os números indicam que a quantidade de
obesos é dez vezes maior que a de desnutridos (VEJA.COM, 2010).

Pode-se perceber através disso o grande avanço de obesidade entre os


brasileiro, pois os pesquisadores da VIGITEL, entre fevereiro e dezembro de 2014
realizaram entrevistas por telefone com 40.853 adultos com mais de 18 anos,
residentes das 26 capitais de estado e do Distrito Federal, e obtiveram como
resultado que cresceu o número de pessoas com excesso de peso no país.
Enquanto em 2006 os índices eram de 43% em 2014 esse percentual está em
52,5% de brasileiros acima do peso, e em relação à obesidade 17,9% da população
já se encontra obesa (VIGITEL BRASIL, 2014).
11

Os dados referentes a obesidade causam preocupação, pois em 1974,


apenas 2,8%dos homens e 7,8% das mulheres eram obesas, e agora estes números
chegam ao patamar de 52,6% dos homens está acima do peso ideal e 44,7% das
mulheres.
Cruz, Santos e Alberto (2007, p. 17) correlacionam fatores comportamentais
e sociais com a tendência de declínio de gasto energético:

O avançar da idade é acompanhado de uma tendência a um declínio do


gasto energético médio diário à custa de uma menor atividade física. Isso
decorre basicamente de fatores comportamentais e sociais como o aumento
dos compromissos estudantis e/ou profissionais. Alguns fatores contribuem
para um estilo de vida menos ativo. A disponibilidade de tecnologia, o
aumento da insegurança e a progressiva redução dos espaços livres nos
centros urbanos, reduzem as oportunidades de lazer e de uma vida
fisicamente ativa, favorecendo atividades sedentárias, tais como: assistir à
televisão, jogar videogames e utilizar computadores.

O Conselho Federal de Educação Física (CONFEF, 2005, p. 6) também


correlaciona os dois fatores:

As estimativas apontam que, no Brasil, o número de crianças obesas


cresceu cinco vezes nos últimos 20 anos. No mundo, as estimativas são
que um terço das crianças enfrentam problemas com a obesidade, um
número em torno de 700 milhões de crianças. Este aumento se deve,
principalmente, a dois motivos: a ingestão de alimentos com mais gordura e
açúcar e à falta de exercício físico. Junto com a urbanização vieram novos
hábitos, nem sempre saudáveis, como as refeições altamente calóricas e
feitas de forma rápida; e a troca das brincadeiras tradicionais, como o pique
e queimada, por jogos no computador e programas de televisão.

A pesquisa do Ministério da Saúde revela também que 34,6% dos brasileiros


comem em excesso carnes com gordura e mais da metade da população (56,9%)
bebe leite integral regularmente, tornando esse fator um dos principais responsáveis
do excesso de peso e da obesidade no Brasil. Além disso, 29,8% dos brasileiros
consumem refrigerantes pelo menos cinco vezes por semana. Por outro lado,
apenas 20,2% ingerem a quantidade recomendada pela Organização Mundial de
Saúde de cinco ou mais porções por dia de frutas e hortaliças.
Os hábitos alimentares do brasileiro não mudam, comem poucas frutas e
verduras. Da mesma forma que a carne gordurosa é a preferência nacional há muito
tempo. O que tem mudado ao longo dos anos é o aumento do consumo de
12

alimentos refinados, industrializados e produtos "prontos" para uso com alto teor
calórico.
Com isso, percebe-se que é de suma importância à conscientização da
população, que é extremamente importante ter uma alimentação saudável, ingerindo
pouco açúcar e pouca gordura, que atividades físicas regulares são muito
importantes para a saúde e que o desenvolvimento tecnológico é necessário para o
desenvolvimento econômico e social, porém também traz seus malefícios.
Se mantidas as tendências verificadas pelas pesquisas, os casos de
obesidade irão aumentar gradativamente, acarretando de mesma forma em uma
população menos saudável e o crescimento das doenças relacionadas à obesidade.
Portanto, a obesidade que atinge as crianças não se trata somente de um
problema estético e doenças físicas, ela poderá ser a causa de vários traumas
psicológicos gerados pelo frequente bullying que sofrem dos amigos e colegas.

1.2 OBESIDADE

A obesidade está cada vez mais presente no dia a dia da sociedade,


tornando-se um problema cada vez mais grave. As pessoas não se preocupam com
as crianças obesas, pois acham que é bonito ser gordinho quando pequenos, mas
não analisam os problemas futuros que isso pode causar.
Recine e Radaelli (2015, p. 3) definem obesidade como:

Uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal, ela


causa sérios prejuízos à saúde do indivíduo. A obesidade está ligada ao
aumento de peso, porém, nem todo aumento de peso está ligado com a
obesidade, como por exemplo, muitos atletas possuem um peso elevado
devido sua massa muscular e não adiposa.

A obesidade é a consequência de o indivíduo ingerir mais energia que seu


corpo necessita. Pode-se afirmar que tal consumo em excesso é possível de se
iniciar em qualquer fase da vida de uma pessoa, podendo sofrer influências culturais
ou dos próprios hábitos familiares. Por isso dizemos que a obesidade possui fatores
de caráter múltiplo, tais como os genéticos, psicossociais, cultural-nutricionais,
metabólicos e endócrinos. A obesidade, portanto, é gerada pela interação entre
fatores genéticos e culturais, assim como familiares.
13

Obesidade é definida, em vários estudos epidemiológicos que tratam da


questão, como sendo o acúmulo excessivo de gordura no organismo.
Considerada uma doença multifatorial, a obesidade, principalmente a
obesidade visceral, está intimamente relacionada ao desenvolvimento de
inúmeras desordens metabólicas, incluindo-se a intolerância à glicose,
hiperlipidemia, complicações cardiovasculares e acidente vascular cerebral.
(DÂMASO et al., 2003 apud COLLOCA; DUARTE, 2015, p. 192).

A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004) recomenda o Índice de


Massa Corporal (IMC), como método válido na verificação do estado
nutricional populacional, indicativo de prevalência de sobrepeso e
obesidade. Calculado a partir da relação entre “peso (kg)/ estatura
(metros)”, utilizando a equação matemática IMC = PESO (kg) / ALTURA
(m)2, em que o valor obtido classifica, indivíduos adultos, como estando com
peso normal se o índice obtido estiver entre os percentis < 20 e > 24,9
Kg/m2, com sobrepeso quando este percentual for < 25 e > 29,9 Kg/m2,
enquanto que, para indivíduos obesos, considera-se o índice > 30 Kg/m2.
(VIUNISKI;2000 apud COLLOCA; DUARTE, 2015; p.194)

Pode-se observar a partir destas informações, que a obesidade não é só um


problema de aumento de gordura corporal, acontece que junto a ela vem vários
problemas relacionados, prejudiciais à saúde dos seres humanos, e que é errado
usar como base o peso do indivíduo, uma vez que existem pessoas que são
pesadas e nem por isso são obesas.

1.3 AS CAUSAS DA OBESIDADE

Encontra-se hoje uma sociedade sedentária, que passa horas em frente de


aparelhos eletrônicos, e estas horas acarretam em um gasto energético mínimo. E
por outro lado acrescentam o consumo de alimentos enquanto assistem a televisão,
fazendo com que seu consumo calórico aumente mais ainda. Segundo o
Coordenador do LABSAU (Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde da
UERJ):

O aumento da obesidade ocorre em função, principalmente, das conquistas


tecnológicas, que permitiram uma maior sedentarização das pessoas, mas
também em razão de fatores conjunturais que levam a um padrão de
consumo alimentar desfavorável. “Dessa forma, trata-se de um problema
que não pode ser enfrentado de forma eficaz em uma dimensão individual.
Os aspectos contextuais, de responsabilidade coletiva, devem ser
enfrentados. Tal enfrentamento deve ter por objetivo tornar mais acessível a
todos uma rotina em que o tempo livre e as condições socioeconômicas
permitam a prática regular de atividades físicas como forma de lazer e a
aquisição de alimentos com maior poder nutritivo e menor nível calórico
(CONFEF, 2005, p. 4).
14

A rotina das pessoas passa por mudanças devido as inovações tecnológicas


e frequentemente nos deparamos com crianças e adolescentes que substituem as
atividades que demandam gasto energético por uma diversão diferente, que
consome menos energia e gera menos movimento físico. É com grande frequência
que às vemos por várias horas na frente da televisão, computador, videogame ou
navegando na internet. E para piorar, normalmente esta rotina é praticada comendo
alimentos nada saudáveis, como salgadinhos, batatas fritas e bolachas recheadas,
que são ricos em sódio, colesterol e calorias. Com o passar dos anos esta rotina
levará a criança à obesidade infantil.
Através das informações já levantadas, percebe-se que a principal causa da
obesidade está diretamente ligada a hábitos não saudáveis, sendo estes, a má
alimentação, somada ao sedentarismo. Estes fatores não são somente culpa da
tecnologia e da mídia, também estão relacionados aos pais, que ao mesmo tempo
não oferecem alimentos saudáveis a seus filhos, vão sempre pela opção mais
prática dos alimentos industrializados, e tampouco educam seus filhos sobre hábitos
saudáveis, os deixando livres para escolher suas tarefas no tempo livre.

1.4 AS CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE

A obesidade é causa geradora de várias patologias e condições clínica, que


afetam diretamente a saúde e a qualidade de vida das pessoas como descreve o
autor a seguir.

A obesidade é um sério problema de saúde, que já reduz a expectativa de


vida pelo aumento do risco de desenvolvimento de doença arterial
coronariana, hipertensão arterial, diabetes tipo II doenças pulmonar
obstrutiva, osteoartrite e certos tipos de câncer (GUEDES; GUEDES, 2002
apud CRUZ; SANTOS; ALBERTO, 2007, p. 21).

Sendo assim, a obesidade, nunca vem como uma doença isolada ela
geralmente traz outras doenças vinculadas com ela, e não bastando isso ela
prejudica principalmente a qualidade de vida das pessoas, que muitas vezes pelo
excesso de peso tem vergonha de sair de casa, tem dificuldades de fazer uma
caminhada e acabam no seu tempo de lazer ficando em casa, não possuindo uma
diversão ou entretenimento, o que muitas vezes causa a depressão.
15

Os prejuízos que o excesso de peso pode causar ao indivíduo são muitos e


envolvem desde distúrbios não fatais, embora comprometam seriamente a
qualidade de vida, até o risco de morte prematura. Os dados existentes são
alarmantes: estima-se que mais de 80 mil mortes ocorridas no país
poderiam ter sido evitadas se tais pessoas não fossem obesas (RECINE;
RADAELLI, 2015, p. 9).

Portanto, além de várias outras consequências relacionadas a obesidade,


uma delas é a rejeição por parte dos amigos e colegas, que acaba sendo percebida
tanto pelos adultos quanto pela própria criança, onde os gordinhos são excluídos de
brincadeiras por não conseguirem se movimentar rápido, acompanhar os outros ou
não conseguirem realizar algumas tarefas, essa rejeição causa um certo trauma
psicológico, que no decorrer da vida tende a aumentar.

1.5 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA OBESIDADE

A obesidade infantil não tem uma formula única para se tratar, o tratamento
varia em conformidade com a gravidade da doença, e sendo que, em certos casos
medidas extremas podem ser adotadas, como o uso de medicamentos e a
intervenção cirúrgica. No entanto, estas medidas são o último recurso para o
tratamento, que, em casos menos graves, que são a maioria, deve-se adotar a
reeducação alimentar e sair do sedentarismo com a participação da família e da
sociedade.

No entanto o tratamento para a obesidade pode-se tornar difícil, pois o


metabolismo basal dos indivíduos pode variar e até mesmo na mesma
pessoa em devidas algumas circunstâncias diferentes. Assim, com o
decorrer do tempo a pessoa com a mesma ingestão calórica, poderá
engordar e outra não (MELLO; LUFT; MEYER, 2004).

Portanto, cada pessoa possui um metabolismo diferente, e deve seguir uma


dieta diferente, pois o que pode ajudar para uma pessoa pode prejudicar outra, cada
pessoa deve conscientizar-se a ter uma vida ativa e saudável, para evitar problemas.
A melhor forma de prevenção é começar pela conscientização de cada um, para
após isso ter uma conscientização geral e um resultado eficaz.
16

A prevenção da obesidade é relativamente simples e consiste em equilibrar


a ingestão calórica com o dispêndio energético. Se um indivíduo ingerir
3.000 Kcal/dia e gastar 3.000 Kcal/dia (incluindo o metabolismo basal) este
manterá seu peso corporal. Se o indivíduo ingerir 3.000 Kcal/dia, mas
apenas gasta 2.000 certamente engordará e se o indivíduo ingere 3.000
Kcal dia e gasta 4.000 emagrecerá (AÑES; PETROSKI, 2002).

Constata-se que o principal causador da obesidade infantil é o ambiente em


que a criança vive, que resulta em uma má alimentação e uma vida sedentária. Pois,
constatou-se que as doenças endócrinas são causadoras de menos de 5% dos
casos de obesidade infantil, por que os casos de hereditariedade são meros fatores
de risco, fazendo com que a obesidade se manifeste apenas em um ambiente
favorável.

Com a evolução da tecnologia, é muito comum crianças e adolescentes


substituírem atividades que demandam gasto energético pelas brincadeiras
automatizadas. É frequente vê-las por horas na frente da televisão ou do
computador, jogando videogame ou navegando na internet. Na maioria das
vezes, essas atividades são praticadas consumindo petiscos nada
saudáveis, como salgadinhos, que possuem elevado teor de sal, colesterol
e calorias; batatas fritas, bolachas recheadas. Com o tempo, a prática
desses hábitos pode levar a criança à obesidade infantil, uma das doenças
mais comuns hoje e causada, em boa parte, pelo sedentarismo (SILVA,
2011).

Desta forma, a obesidade infantil causada pelo fator genético só irá se


manifestar caso o ambiente vivenciado pela criança for favorável. Já o
acompanhamento e o tratamento para as crianças obesas ou a cima do peso é
envolvedor de vários aspectos, com ênfase no comportamento da criança, visando a
reeducação alimentar e mudanças no estilo de vida sedentária, que acarreta no
envolvimento e no exemplo partido da família.

Para que haja um tratamento mais eficaz, é necessário que se faça uma
intervenção precoce nos hábitos da criança, quando constatado mudanças
motoras e o elevado ganho de peso na criança, antes mesmo dela se tornar
obesa. Pois, quanto mais velha for a criança e maior for o seu peso, mais
difícil será a reversão de tal quadro (VITOLO; CAMPOS, 1998 apud CRUZ;
SANTOS; ALBERTO, 2007).

Como o tratamento da obesidade é bem complexo, a principal indicação é


preveni-la, em escolares têm se um pouco mais de probabilidades de dar certo, pois
não possuem a ideia formada nem hábitos de vida ativos, então buscar ensina-los a
17

terem um habito alimentar saudável e praticarem atividade física regularmente é a


melhor solução encontrada para o problema.

1.6 O PAPEL DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR DIANTE DA EPIDEMIA DA


OBESIDADE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Fala-se, comprovadamente que são enormes as chances de que adultos


ativos foram crianças ativas, e da mesma forma a maior parte dos adultos obesos
também foram crianças obesas. Portanto torna-se necessário que se promova a
prática de exercícios físicos já na infância e adolescência, para que a criança não se
torne um adulto sedentário, assim prevenindo a obesidade infantil, previne-se a
obesidade quando se tornarem adultos.
Na atual realidade social em que vivemos, a obesidade infantil se tornou um
problema sério de saúde pública, sua incidência aumenta gradativamente em todas
as classes da população brasileira, tornando-se um problema que atinge as crianças
e se mantém até a vida adulta, trazendo consigo suas consequências. Como já
falado, é mais fácil e mais barato tratar este mal em seu início, focando o a
prevenção em crianças, para que a incidência em adultos diminua.
Para que isso seja possível, não há lugar em que se possa atingir
diretamente maior número de crianças possível do que a escola como concordam
Mello, Luft e Meyer (2004).

Em nosso meio, a obesidade infantil é um sério problema de saúde pública,


que vem aumentando em todas as camadas sociais da população brasileira.
É um sério agravo para a saúde atual e futura dos indivíduos. Prevenir a
obesidade infantil significa diminuir, de uma forma racional e menos
onerosa, a incidência de doenças crônico-degenerativas. A escola é um
local importante onde esse trabalho de prevenção pode ser realizado, pois
as crianças fazem pelo menos uma refeição nas escolas, possibilitando um
trabalho de educação nutricional, além de também proporcionar aumento da
atividade física. A merenda escolar deve atender às necessidades
nutricionais das crianças em quantidade e qualidade e ser um agente
formador de hábitos saudáveis (MELLO; LUFT; MEYER, 2004).

Como quase a totalidade das crianças fazem pelo menos uma refeição diária
na escola, deve-se começar por ela fazendo uma reeducação alimentar,
proporcionar aos escolares essa refeição balanceada e saudável, buscando a partir
dai um trabalho em sala de aula que busque trabalhar a conscientização, e
18

principalmente fazer com que as crianças criem esse habito saudável para o resto
de suas vidas.
Silva (2011) também concorda com o combate a obesidade dentro das
escolas no trecho a seguir.

Como a obesidade é uma doença de difícil tratamento, a grande arma que


possuímos é a prevenção. A escola parece ser o melhor local para ações
preventivas da obesidade por uma série de motivos: hoje em dia quase a
totalidade das crianças frequenta a escola, a educação física é matéria
obrigatória inserida na grade curricular, os alunos têm pelo menos dois
encontros semanais com os professores de educação física, que estão
habilitados para tratar com muita propriedade o assunto e, além de tudo, é
nessa idade que os hábitos se cristalizam e intervenções teóricas e práticas
no sentido da prevenção se tornam muito oportunas.

Portanto, o papel da Educação Física escolar é também trabalhar sobre a


saúde, não somente aliado com os esportes, pois os esportes talvez não
acompanhem todas as pessoas no decorrer de suas vidas e os hábitos saudáveis
com certeza farão uma diferença enorme para todas as pessoas, evitando doenças
e problemas futuros.
Guedes (1999, p. 4) acrescenta que:

A função proposta aos professores de educação física é a de incorporarem


nova postura frente à estrutura educacional, procurando adotar em suas
aulas, não mais uma visão de exclusividade à prática de atividades
esportivas e recreativas, mas, fundamentalmente, alcançarem metas
voltadas à educação para a saúde, mediante seleção, organização e
desenvolvimento de experiências que possam propiciar aos educandos não
apenas situações que os tornem crianças e jovens ativos fisicamente, mas,
sobretudo, que os conduzam a optarem por um estilo de vida saudável ao
longo de toda a vida.

Perante a realidade em que os índices de obesidade crescem, e ao mesmo


tempo crescem as consequências negativas trazidas pela obesidade, torna-se
necessário que os profissionais da saúde tomem medidas drásticas para o
diagnóstico, prevenção e controle desta enfermidade. Que no caso das crianças e
dos adolescentes o foco seja a conscientização sobre o problema, e seus pontos
negativos, também devem transmitir informações e aconselhamentos sobre hábitos
alimentares e prática de atividade física para aplicação no dia a dia, assim, levando
uma vida saudável.
19

2 METODOLOGIA

2.1 TIPO DE PESQUISA

Este estudo tem caráter descritivo transversal, de abordagem quantitativa, e


o tipo de delineamento adotado é o levantamento epidemiológico, que de acordo
com Pereira, “é a identificação do padrão de ocorrência de doenças nas populações
humanas e dos fatores que influenciam (determinam, condicionam).

2.2 AMOSTRA E SUJEITOS

A amostra foi constituída de 28 escolares, na faixa etária entre 8 e 10 anos,


de ambos os gêneros, de três escolas estaduais, sorteadas aleatoriamente,
provenientes da área urbana e rural de Crissiumal, que estão matriculados e
cursando o Ensino Fundamental no ano letivo de 2015.
Os escolares foram avaliados no horário da aula de Educação Física ou em
horário estabelecido pelas instituições.

2.3 INSTRUMENTOS

Foram aplicados dois questionários. O primeiro aplicado foi o de Gama


(1999), não validado, adaptado por Freitas (2010). O mesmo tem por objetivo
verificar a frequência alimentar dos alunos da amostra no ambiente escolar.
O segundo, um questionário simplificado de Silva (2009), com objetivo de
verificar o nível de atividade física e os hábitos sedentários da amostra. Foram
verificadas também as variáveis sexo e idade. Os dados foram coletados através de
questionário estruturado com os escolares envolvidos na amostra.
O cálculo do IMC foi realizado utilizando-se a fórmula Peso/Estatura²,
expresso em quilograma por metro quadrado (kg/m²).
Os resultados foram classificados, conforme o quadro que segue abaixo:
20

IDADE SEXO BAIXO PESO NORMAL SOBREPESO OBESO


8 ANOS MAS ABAIXO DE 14,3 14,3 – 18,0 18,0 – 19,1 ACIMA DE 19,1
FEM ABAIXO DE 14,1 14,1 – 18,7 18,7 – 19,8 ACIMA DE 19,8
9 ANOS MAS ABAIXO DE 14,6 14,6 - 19,0 19,0 – 19,9 ACIMA DE 19,9
FEM ABAIXO DE 14,6 14,6 – 19,8 19,8 – 21,2 ACIMA DE 21,2
10 MAS ABAIXO DE 15,0 15,0 – 19,8 19,8 – 19,8 ACIMA DE 19,8
ANOS FEM ABAIXO DE 14,5 14,5 – 20,7 20,7 – 22,0 ACIMA DE 22,0
Fonte: OMS (Organização Mundial da Saúde, 2004).

A massa corporal foi mensurada em uma balança digital de vidro EB-


9070+plus, marca BIOLAND, com precisão de 100 g. Toda a amostra foi submetida
às medidas descalços e com o mínimo de roupa possível e permaneceram na
balança com ligeiro afastamento lateral dos pés, mantendo-se sobre o centro da
plataforma da balança e com a cabeça e as costas eretas e, desta forma, foi aferida
e anotada a massa corporal em quilogramas.
As medidas de estatura foram realizadas com o avaliado em posição
ortostática, pés unidos, procurando pôr em contato com a parede as superfícies
posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital. A
medida foi feita com o indivíduo em apneia inspiratória, de modo a minimizar
possíveis variações sobre esta variável antropométrica. Para a medição foi utilizada
uma trena emborrachada com gancho magnetizado, marca DTOOLS.

2.4 COLETA DE DADOS

Após o consentimento dos pais e a autorização da escola, foram aplicados


os questionários e após feito as medições, toda a coleta foi feita durante as aulas de
Educação Física ou no tempo disponibilizado pela escola, durante o segundo
semestre de 2015.

2.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Todos os dados coletados foram tabulados utilizando o programa Microsoft®


Excel (2007), e apresentados em gráficos para melhor compreensão dos resultados
obtidos. Os dados foram analisados utilizando-se elementos da estatística descritiva,
com descrição da frequência (f) e frequência percentual (f%).

2.6 CUIDADOS ÉTICOS


21

Os indivíduos elegíveis para pesquisa baseado no critério de inclusão foram


convidados a participar da pesquisa pelo pesquisador principal. Neste momento,
foram apresentadas informações sobre a pesquisa (objetivos, riscos, benefícios, e
procedimentos aos quais foram submetidos). Confirmado o desejo de participar
voluntariamente da pesquisa, foi entregue uma cópia do termo de consentimento
livre e esclarecido (ANEXO A), para que lesse seu conteúdo, entendesse e pudesse
ser esclarecidas as dúvidas. Só então, com a assinatura do termo foi formalizada a
participação do indivíduo na pesquisa.
22

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O presente estudo avaliou 28 alunos de três instituições de ensino Estadual


do município de Crissiumal, definidas elas como Instituições A, B e C, onde a
Instituição A é do interior do município, a Instituição B é de uma vila considerada
periferia e a Instituição C é do centro da cidade e a maioria dos alunos de classe
média. A Instituição A, composta de 6 alunos, sendo eles 2 do sexo masculino e 4
do sexo feminino, a Instituição B, composta de 10 alunos, sendo eles 5 do sexo
masculino e 5 do sexo feminino e a Instituição C, composta de 12 alunos sendo eles
3 do sexo masculino e 9 do sexo feminino. A amostra foi composta de 28 alunos
entre 8 e 10 anos. Do total avaliado, 10 (35,7%) eram do sexo masculino e 18
(64,3%) do sexo feminino.

Gráfico 1: Resultados de IMC do total da amostra

Fonte: dados da autora

A classificação nos IMC do total dos alunos, apresentadas no gráfico 6,


revelam que 39,4% estão classificados com padrões de IMC Normal, também que
28,5% classificados com padrões de Sobrepeso e, 32,1% estão com o IMC
classificado como Obesidade. Os resultados desse estudo são semelhantes aos
encontrados por Fagundes et al. (2008), quando analisou a prevalência de
sobrepeso e obesidade em escolares da região de Parelheiros do município de São
23

Paulo, com idade entre 6 e 14 anos, cujo resultado encontrado foi de maior
prevalência de IMC normal. Também Bender (2006), em sua pesquisa cujo objetivo
foi verificar a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares e a influência dos
fatores ambientais no processo da obesidade infantil, com crianças de 7 á 10 anos,
estudantes de escola pública e particular, cujo resultado foi de 34% de toda a
amostra da pesquisa apresentar sobrepeso/obesidade, independente do sexo e tipo
de escola (pública ou particular).

Gráfico 2: Distribuição do total de alunos do sexo


masculino na classificação do IMC

Fonte: dados da autora.

Os resultados apontados no Gráfico 2 mostram que o grupo de escolares do


sexo masculino apresentou 60% dos avaliados na classificação do IMC considerado
Normal. Verificou-se que 10% estavam com o IMC na classificação de sobrepeso, e,
30% na classificação de Obesidade. Os resultados deste estudo estão com
percentuais abaixo do encontrado por Boneto et al. (2008), quando analisou a
prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de 8 a 10 anos em uma escola
da rede municipal de ensino de Campo Grande – MS, verificando que o sexo
masculino apresentou percentuais maiores de IMC considerado normal, seguido de
sobrepeso e apresentando apenas 5,88% de obesidade.
24

Gráfico 3: Distribuição do total de alunos do sexo feminino


na classificação do IMC

Fonte: dados da autora

O grupo de escolares do sexo feminino, onde os resultados estão descritos


no gráfico 2, apresentou 27,8% dos avaliados com o IMC na classificação
considerada Normal, 38,9% na de Sobrepeso e, 33,3% na de Obesidade. Os
resultados dessa pesquisa se comparados com a feita por Boneto et al. (2008), que
analisou a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de 8 a 10 anos em
uma escola da rede municipal de ensino de Campo Grande – MS, mostram
resultados que divergem deste estudo, pois o sexo feminino da pesquisa citada teve
uma maior prevalência de IMC normal, seguida de sobrepeso e apenas 10,26%
apresentando obesidade.
25

Gráfico 4: Resultados de IMC de estudantes de 8 anos de idade

Fonte: dados da autora

O gráfico 4 mostra que do total de 7 alunos com a idade de 8 anos


participantes da pesquisa, a maior prevalência é de IMC considerado normal com
57,14%, seguindo de 28,57% que apresentam sobrepeso e apenas 14,28% que já
apresentam obesidade nessa idade. Os resultados dessa pesquisa se comparados
com a de Camargo, Venditti Júnior e Martins (2009) que analisaram a incidência da
obesidade infantil em crianças de 1ª a 3ª series do ensino fundamental em uma
escola particular da zona sul da cidade de São Paulo, nos trazem divergências
quanto ao percentual de crianças obesas com 8 anos, pois na pesquisa citada o
percentual mais elevado foi das crianças diagnosticadas como obesas (35,38%).
26

Gráfico 5: Resultados de IMC de estudantes de 9 anos de idade

Fonte: dados da autora

O gráfico 5 mostra que do total dos 9 alunos com a idade de 9 anos


participantes da pesquisa, a maior prevalência é de sobrepeso com 55,56%,
seguindo de 33,33% apresentando obesidade e apenas 11,11% apresentando IMC
considerado normal. Os resultados desta pesquisa, mostram percentuais inferiores
de crianças com obesidade se comparados com a de Camargo, Venditti Júnior e
Martins (2009) que analisaram a incidência da obesidade infantil em crianças de 1ª a
3ª series do Ensino Fundamental em uma escola particular da zona sul da cidade de
São Paulo, onde nessa mesma idade a prevalência foi de 53,14% das crianças
diagnosticadas dentro desse nível, um percentual mais alto do que os encontrados
nesta pesquisa.
27

Gráfico 6: Resultados de IMC de estudantes de 10 anos de idade

Fonte: dados da autora

O gráfico 6 mostra que de um total de 12 alunos, com idade de 10 anos,


participantes da pesquisa, a prevalência é de 50% com o IMC considerado normal,
mas com pouca diferença em relação aos que apresentam obesidade ficando com
41,67%, restando assim 8,33% que apresentam sobrepeso nessa idade. Esses
resultados se comparados com a pesquisa de Camargo, Venditti Júnior e Martins
(2009) que analisaram a incidência da obesidade infantil em crianças de 1ª a 3ª
series do ensino fundamental em uma escola particular da zona sul da cidade de
São Paulo, mostram divergência quanto a prevalência de crianças obesas com 10
anos, pois a minoria (25%) foi classificada como obeso e somente dos alunos do
sexo feminino, o sexo masculino não apresentou nenhum aluno obeso.
28

Gráfico 7: Percentual do total de obesos da amostra


distribuídos por instituições

Fonte: dados da autora

O gráfico 7 mostra que de um total de obesos que foram identificados na


amostra que são de 9 pessoas, 55,56% dos alunos pertencem a instituição A que se
localiza no interior, 11,11% pertencem a instituição B que se localiza em uma vila da
cidade, e 33,33% pertencem a instituição C que se localiza no centro da cidade.
29

Gráfico 8: Resultado dos hábitos alimentares na escola da amostra. Consumo


de pelo menos uma vez por semana de alimentos hipercalóricos

Fonte: dados da autora

O gráfico 8, mostra o resultados do questionário de frequência alimentar na


escola, verificando-se que 96,4% dos alunos de ambos os sexos e instituições,
alegaram consumir alimentos hipercalóricos na escola, como pizza, batata frita, bolo,
bolacha, biscoito, e salgadinhos.
30

Gráfico 9: Resultado dos hábitos alimentares na escola de ambos os sexos e


instituições (A, B e C). Descrição dos percentuais de consumo de alimentos
hipercalóricos (pizza, biscoito, salgadinhos, etc.) por semana na escola

Fonte: dados da autora

No gráfico 9, estão expressos os resultados relacionados aos hábitos


alimentares na escola, de ambos os sexos e instituições, onde verificou-se os
percentuais de consumo de alimentos hipercalóricos na semana. Os resultados
mostram que 3,58% dos alunos não consomem alimentos hipercalóricos, que 75%
consomem esses alimentos 1 ou 2 vezes por semana, e que 21,42% alegam comer
pizza, biscoitos, bolachas, salgadinhos, entre outros de 3 a 5 vezes por semana na
escola. Esse estudo diverge da pesquisa realizada por Freitas (2010), quando da
avaliação da prevalência de obesidade em escolares da rede de ensino particular de
Morada Nova, pois aquela pesquisa encontrou um percentual maior de crianças que
admitem consumir esses alimentos de 3 a 5 vezes na semana diferente desta em
que a maioria admite consumir de 1 a 2 vezes na semana
31

Gráfico 10: Resultado dos hábitos alimentares na escola do total da


amostra. Descrição dos percentuais de consumo de refrigerante

Fonte: dados da autora

O gráfico 10, mostra que do total da amostra, apenas 10,72% dos alunos
admitem tomar refrigerante dentro do ambiente escolar e que o restante de 89,28%
dizem não consumir a bebida dentro da escola, até porque nas escolas não existe
cantina que venda lanches e bebidas então quem ingere a bebida traz de casa. Esse
estudo diverge da pesquisa realizada por Freitas (2010), que analisou a prevalência
de obesidade em escolares da rede de ensino particular de Morada Nova, que
obteve como resultado uma quantia considerável de alunos que consumiam
refrigerante de 3 a 5 vezes na semana na escola.
32

Gráfico 11: Resultado do nível de atividade física dos escolares de ambos os


sexos e instituições (A, B e C). Descrição dos percentuais
da forma de deslocamento para a escola

Fonte: dados da autora

Os próximos resultados mostram os percentuais relacionados ao nível de


atividade física dentro e fora da escola. O gráfico 11, apresenta resultados sobre a
questão 1 do questionário do nível de atividade física, e identifica que a mesma
quantidade de alunos da amostra que se desloca para a escola andando se desloca
para a cidade de transporte motorizado. Os percentuais são de 46,43% dos alunos
de ambos os sexos e instituições que se deslocam andando para a escola, 46,43%
se deslocam com transporte motorizado e apenas 7,14% se deslocam de bicicleta.
Os resultados desse estudo divergem dos resultados encontrados por Skolaude et
al. (2012), numa análise das práticas de atividade física e deslocamento para a
escola: relações com a obesidade em escolares de Santa Cruz do Sul - RS, que
obteve como resultados para o sexo masculino, que há uma tendência daqueles
com sobrepeso/obesidade realizarem o deslocamento de forma ativa, em
comparação com aqueles que realizam o deslocamento passivo. Entre o sexo
feminino, há uma prevalência de escolares com sobrepeso/obesidade que se
deslocam ativamente para a escola.
33

Gráfico 12: Resultado das aulas de Educação Física ofertada para


os escolares de ambos os sexos e instituições (A, B e C)

Fonte: dados da autora

A questão 2 do questionário do nível de atividade física refere-se se há


oferta pela Instituição ou não, de aulas de Educação Física. Identificou-se que todas
as Instituições participantes da pesquisa proporcionam essa aula, porém uma delas
oferece aulas teóricas e práticas e 2 vezes na semana, as outras duas Instituições
oferecem apenas aulas de cunho prático e apenas 1 vez na semana. O gráfico
acima mostra o percentual de aulas de Educação Física.
Sobre a questão 4 do questionário, que questiona o porque da não
participação das aulas de Educação Física, 100% deles relataram participar sempre
das aulas de Educação Física.
34

Gráfico 13: Resultado do nível de atividade física do total da amostra.


Descrição dos percentuais de atividades físicas regulares
ou prática de esporte fora da escola

Fonte: dados da autora

O gráfico 13, está relacionado á questão 5 do questionário de nível de


atividade física, onde perguntava se os alunos praticavam atividade física fora do
ambiente escolar. Os resultados apontam que 39,29% dizem participar sempre de
outras atividades físicas, 60,71% dizem participar algumas vezes e que nenhum
alunos participante da pesquisa admite nunca praticar outra atividade. Os resultados
desse estudo divergem dos resultados encontrados por Skolaude et al. (2012), numa
análise das práticas de atividade física e deslocamento para a escola: relações com
a obesidade em escolares de Santa Cruz do Sul - RS, que obteve como resultados
para o sexo masculino, apesar de não haver diferença significativa, é superior a
porcentagem de escolares com excesso de peso/obesidade entre os não praticantes
de atividade física, em comparação com os praticantes, e entre as meninas, também
é superior a porcentagem de escolares com excesso de peso/obesidade entre os
praticantes de atividade física.
35

Gráfico 14: Resultado do nível de atividade física do total da amostra.


Descrição dos percentuais de período sem fazer atividade física

Fonte: dados da autora

O gráfico 14, descreve os resultados do item C da questão 5 do questionário


do nível de atividade física, relacionado ao período no qual os alunos passam, por
dia, assistindo televisão ou DVD, no computador ou vídeo game, e falando ao
telefone. Os resultados mostram que apenas 28,57% admitem passar mais de 3
horas por dia fazendo uma das atividades citadas acima e que 71,43% dizem passar
menos de 3 horas diárias fazendo alguma dessas atividades. Os resultados dessa
pesquisa divergem se comparados com a de Xavier et al. (2009) onde determinaram
os fatores associados à prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças onde
naquele estudo os percentuais foram maiores dos encontrados nesse estudo, e as
crianças assistia TV por até quatro horas.
36

CONCLUSÃO

Através desta pesquisa pode-se perceber que a obesidade infantil é uma


enfermidade com várias causas e consequências, e está fortemente relacionada
com a obesidade na vida adulta, onde se agrava mais. Além de ser uma das
patologias que mais tem apresentado aumento de prevalência.
Pode-se concluir que existe uma elevada prevalência de sobrepeso e
obesidade entre alunos de 8 á 10 anos, nas três instituições da rede de ensino
estadual de Crissiumal - RS que estiveram envolvidas na amostra, sendo a maior
prevalência de sobrepeso e obesidade nos alunos do sexo feminino.
Foi possível perceber também, uma relação positiva entre estar fisicamente
ativo e estar com o IMC considerado normal. Também percebeu-se que não estar
fisicamente ativo, ou seja, passar mais tempo parado, com atividades com pouco
movimento, tornando-se cada vez mais sedentário, aliado a constatação de que a
maioria dos alunos envolvidos na amostra, consome, na escola, alimentos
hipercalóricos, ou seja, alimentos com alto teor de gorduras podem estar
influenciando significativamente no aumento do peso corporal dos mesmos.
O estilo de vida fisicamente ativo, aliado a uma alimentação saudável, sem
exageros, com frutas, legumes e verduras, deve ser incentivado desde os primeiros
anos de vida, como medida de prevenção de doenças.
A obesidade está inserida na sociedade, porém é necessário que se
conscientize a população da importância de buscar soluções. O profissional de
Educação Física não pode ver seus alunos estarem nessa situação de obesidade
sem intervir para mudar esse quadro. É dentro da escola que se tem contato com a
obesidade infantil, então é nela que se tem o compromisso de atuar no combate e
na prevenção.
37

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40

APÊNDICES
41

ANEXO A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Caro Sr(a),

Meu nome é RAQUEL CAROLINA SCHNEIDER, sou acadêmica de


Educação Física e estou realizando, neste momento, uma pesquisa intitulada
“ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DA OBESIDADE E ESTILO DE VIDA DE
ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE CRISSIUMAL”, no município
de Crissiumal/RS, cujos dados serão coletados pelo próprio acadêmico.
A obesidade vem crescendo de forma assustadora em todo o mundo,
fazendo-se necessário uma ação integrada de combate e prevenção principalmente
na infância. Neste estudo, pretendo identificar a situação da obesidade em escolares
no município e fazer uma ligação com o papel do profissional de Educação Física
em relação a essa epidemia.
Caso aceite, a pesquisa irá submeter crianças e adolescentes a um exame
físico, com ações tais como: pesar, medir a altura, medir a circunferência da cintura,
bem como, aplicar um questionário aos escolares envolvidos. Este exame físico não
trará riscos para a criança e o desconforto será o mínimo possível.
Este estudo trará como benefício um cuidado mais direcionado ao problema
da obesidade infanto-juvenil.
O(A) senhor(a) terá garantido o sigilo de todas as informações coletadas,
bem como o direito de se desligar da pesquisa a qualquer momento, sem que isso
lhe traga qualquer prejuízo e/ou despesa.
Os dados serão apresentados na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso
de Graduação em Educação Física da UNIJUÍ, respeitando o caráter confidencial
das identidades.
Caso precise entrar em contato comigo, informo-lhe meu nome e endereço:

Nome: RAQUEL CAROLINA SCHNEIDER


Endereço: Rua Rio Branco Nº 282 Crissiumal/RS
Fone: (55) 81154617 ou pelo e-mail raquelschneider59@yahoo.com.br

CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIMENTO
Declaro que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o
que me foi explicado, concordo em participar da pesquisa.

CRISSIUMAL, _______ de ______________de 2015.

______________________________________
Assinatura do responsável

_______________________________________
Assinatura do pesquisador
42

ANEXO B – Questionário de Frequência Alimentar na Escola

Mês e ano de nascimento: _____________ /_____________


Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Escola: _____________________________________________________
Série/ano: _________

1. NA ESCOLA VOCÊ:
( ) Traz seu proprio lanche – vezes p/semana_______
( ) Se alimenta na cantina da escola – vezes p/semana_______

2. O QUE VOCÊ COSTUMA COMER NA ESCOLA?


( ) Pizza – vezes p/semana_______ ( ) batata frita – vezes p/semana_______
( ) Sanduíche misto – vezes p/semana_______
( ) Bolo, blacha ou biscoito – vezes p/semana_______
( ) Salgadinho (caxinha, empada, rizole, outros) – vezes p/semana_______
( ) Sanduiche tradicional – vezes p/semana_______
( ) Outros ____________________________________ – vezes p/semana_______

3. O QUE VOCÊ COSTUMA BEBER NA ESCOLA?


( ) Refrigerante – vezes p/semana_______
( ) Suco artificial – vezes p/semana_______
( ) Suco natural – vezes p/semana_______
( ) Iogurte – vezes p/semana_______
( ) Leite – vezes p/semana_______
( ) Outros ____________________________________ – vezes p/semana_______

Retirado de Gama (1999). Não validado.


Modificado e adaptado por Freitas (2010, p. 58).
43

ANEXO C – Questionário sobre o Nível de Atividade Física dos Escolares

Mês e ano de nascimento: _____________ /_____________


Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Escola: _________________________________________________________
Série/ano: _________

PARA RESPONDER A ESTAS PERGUNTAS VOCÊ VAI PROCURAR SE


LEMBRAR DAS ATIVIDADES FÍSICAS OU HORAS SEM FAZER ATIVIDADE
FÍSICA NO ÚLTIMO MÊS

1. DESLOCAMENTO PARA A ESCOLA:


( ) vai andando ( ) vai de bicicleta ( ) vai de carro ou outro transporte motorizado
Se você vai para a escola andando, de bicicleta ou outro meio que gaste energia
(ex: patins, skate), quanto tempo gasta por dia somando ida e volta? _______
minutos por dia _____ vezes por semana

2. SUA ESCOLA OFERECE AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA?


( ) sim, teórica e prática ( ) sim, apenas teórica
( ) sim, apenas prática ( ) não

3. AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA:


( ) não faz ( ) 1 vez por semana ( ) 2 vezes por semana ( ) 3 vezes por semana
Tempo gasto fazendo exercícios: ________minutos por dia________ minutos por
semana

4. NÃO PARTICIPA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA POR QUÊ?


( ) porque não gosta das aulas ( ) porque se sente excluído
( ) porque tem problemas de saúde que o impedem de participar

5. OUTRA S ATIVIDADES FÍSICAS:


A) Faz atividades físicas regulares ou esportes?
( ) nunca ou quase nunca ( ) algumas vezes ( ) sempre
B) Pratica atividade física intensa - que o deixa cansado, com a respiração difícil ou
o coração acelerado (correr, bicicleta, natação, algum esporte – descreva):
Tipo de exercício:________________________ ______ minutos por dia ______
vezes por semana
Tipo de exercício:________________________ ______ minutos por dia ______
vezes por semana
Tipo de exercício:________________________ ______ minutos por dia ______
vezes por semana
TOTAL: ______ minutos por dia ______ horas por semana
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C) Pratica atividade física leve - que não o deixa muito cansado, nem com a
respiração difícil ou o coração muito acelerado (caminhar, outras atividades –
descreva):
Tipo de exercício:_____________________ ______ minutos por dia ______ vezes
por semana
Tipo de exercício:______________________ ______ minutos por dia ______ vezes
por semana
Tipo de exercício:______________________ ______ minutos por dia ______ vezes
por semana
TOTAL: ______ minutos por dia ______ horas por semana

6. PERÍODOS SEM FA ZER ATIVIDADE FÍSICA:


(descreva o tempo que passa assistindo televisão, vídeo, DVD, no computador,
videogame ou ao telefone)
Assistindo TV, vídeo ou DVD: _______ minutos por dia ______ horas por semana
Jogando no computador ou videogame: _______ minutos por dia ______ horas por
semana
Conversando ao telefone: _______ minutos por dia ______ horas por semana
TOTAL: _______ minutos por dia ______ horas por semana

Modificado e adaptado por Silva (2009)


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ANEXO D – Tabela IMC para Crianças e adolescentes. Fonte: OMS

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