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CLUBE LEITURA QUE TRANSFORMA

Escola Secundária de Chidenguele


Aparício F. Nhacole1
Henriques Chaibo2
Olga H. Manhique3
Introdução
O ensino da leitura e da escrita é um dos maiores desafios que o sistema educativo e a
sociedade moçambicana enfrentam, uma vez que o alcance de outras competências que
habilitem, tanto os adultos como as crianças, a ser cidadãos com reais possibilidades de aceder
ao conhecimento, continuar aprendendo ao longo da sua vida e participar activa e
conscientemente na sociedade, depende da aprendizagem efectiva da escrita e leitura.
Muitos pesquisadores sociais, políticos, educadores de diferentes tendências e outros,
consideram a alfabetização, isto é, a competência na leitura e escrita, um dos pilares do
desenvolvimento social e económico. Desde a Antiguidade até o Renascimento, a Reforma
Protestante e o Século das Luzes, a língua escrita esteve ligada ao progresso, à ordem, à
transformação e ao controle. Ao longo do século XX, a competência de ler e escrever passaram a
ser consideradas basas e requisitos para a consolidação da democracia, da estabilidade e
crescimento económico, para a harmonia social e, mais recentemente, para a competitividade nos
mercados mundiais.
A escola surge nesse contexto como a instituição social responsável pela educação de
novos “leitores e escritores”, que uma vez alfabetizados, estão aptos a desenvolver as
capacidades básicas e necessárias para se tornarem força de trabalho qualificado e aceder à
capacitação profissional e, eventualmente, ingressar no mercado de trabalho. Saber ler e escrever

1
Graduado em Ensino de História com Habilitações em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica, Mestre
em Antropologia Social pela Universidade Eduardo Mondlane, endereço: apariciofrance@gmail.com
2
Graduado em Ensino de Português pela Universidade Pedagógica
3
Graduada em Ensino de Português pela Universidade Pedagógica, endereço: olgataniamanhique@gmail.com
é assim considerado um pré-requisito e competência necessária para se atingir o
desenvolvimento económico, social e político de qualquer sociedade.
Ninguém pode negar que o acesso dos indivíduos ao conhecimento de qualquer natureza
e a sua participação cultural, social e política dependem, em grande parte, da sua competência
em literacia, fazendo desta habilidade uma das aprendizagens fundamentais. Se a leitura é um
conhecimento tão valioso, não podemos ficar passivos diante de um quadro comprometedor no
que diz respeito ao desempenho, de um número significativo de alunos, em relação à leitura e à
escrita. Esta situação requer uma profunda reflexão sobre a responsabilidade de todos,
principalmente, do Ministério de Educação e Cultura e daqueles que estão directamente
envolvidos na tarefa de ensinar a ler e escrever. Professores, educadores de adultos e outros
agentes do sistema educativo devem reflectir com profundidade sobre a prática educativa,
repensar o seu papel, as metodologias de ensino, a didáctica, a prática pedagógica em prol do
desenvolvimento de processos de aprendizagens mais efectivos, particularmente, em relação à
leitura e escrita.
É tomando por base, a realidade acima descrita, que a Escola Secundária de Chidenguele,
tomou iniciativa de criar o “Clube leitura que transforma”, com o objectivo de incentivar e
promover o gosto pela leitura, partindo da ideia de que o fracasso escolar, tem “sem dúvida”,
uma relação directa com a aprendizagem inadequada da leitura e da escrita. Indivíduos com
dificuldades de leitura dificilmente desenvolverão o gosto por ela, porque, sem o domínio dessa
competência, o acto de ler torna -se uma tarefa penosa, não atractiva. Nestas condições, ficam
muito limitadas as possibilidades de desenvolvimento intelectual e cultural, pré-requisito para a
participação consciente nas sociedades do nosso tempo.
A primícia central que orientou a coordenação do clube partiu do pressuposto que não
basta aprender a ler, é necessário aprender com o que se lê. Assim sendo, é necessário interpretar
os conteúdos e atribuir-lhes significado, para que a leitura, enquanto exercício de inteligência
cumpra o seu papel. Esta interpretação não é um acto mecânico de juntar letras e formar
palavras, mas um verdadeiro diálogo do leitor com o autor, em que aquele co-participa na
produção de sentido do texto.

Metodologia
O Clube de “LEITURA QUE TRANSFORMA” está sendo criado para atender aos
alunos da Escola Secundária de Chidenguele. Neste caso as potências beneficiadas são alunos
internos da Escola. Assim, o passo inicial para o Clube foi a criação do grupo de coordenação,
composto por três professores, tendo como critério a intimidade com a leitura. E coordenação
seria a responsável pela criação do plano de acção. O segundo será de apresentar o programa
junto a direcção da Escola para a sua aprovação. Feita a essa fase, será feita o lançamento oficial
do programa e sequencialmente as inscrições dos alunos.
Nesta fase piloto, o clube irá inscrever 20 alunos, obedecendo os seguintes critérios:
género, representatividade de classes e ter cesso a um aparelho que suporta literatura electrónica.
A escolha deste último critério, é justificado por duas razoes: a) a indisponibilidade de literatura
física na Escola; b) potencializar o uso das ferramentas electrónicas para os assuntos que
agregam valores na camada jovem, atendendo e considerando que o mundo virtual tem muita
aceitação na mesma camada.
Com vista aprimorar as leituras sistemáticas e continuas, nessa fase piloto, o grupo clube ter
encontros semanas. Podendo ser escolhida o dia e a horas por todos.

Literatura seleccionada

Titulo Sinopse
A menina que rouba Filha de uma comunista perseguida pelo nazismo, Liesel é adoptada por

um casal alemão em troca de dinheiro. A menina logo se afeiçoa ao


livro
padrasto Hans, que lhe ensina a ler e, assim dá o empurrão que faltava
Markus Zusak
para que ela desenvolvesse o hábito de roubar livros ou lê-los

furtivamente na biblioteca do prefeito da cidade. Inteligente, corajosa e

gentil, Liesel encontrara nos livros e na amizade a força necessária para

enfrentar as dificuldades.

De Quanta Terra Escrito por Liev Tolstói em 1886. É uma história envolvente sobre um

camponês chamado Pahom que, embora desfrute de saúde e da felicidade


Precisa o Homem
junto a sua família, começa a se sentir insatisfeito, quando fica saindo das
Lev Tolstói grandes fortunas de seus parente, já que vive na miséria.

Com a descoberta, começa a sentir a ganância crescer dentro dele e então

decide que precisa conseguir mais terras, não importa de qual forma.

Caso conseguisse terra bastante mesmo o diabo o temeria.

A cada nova aquisição de terras Pahom se vê diante de novos problemas.

A cobiça cada vez mais enraizada em seu ser e o diabo observando.

A CORAGEM DE SER A coragem de ser imperfeito. A autora Brené Brown propõe uma reflexão

sobre a importância de se arriscar, enfrentando a vida com coragem e


IMPERFEITO
vigor. Afinal, as incertezas e riscos são inevitáveis, mas é preciso
Autor: Brown, Brené
experimentar certas situações na vida, para só então descobrir o que é

bom ou ruim.

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