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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIENCIAS HUMANAS E FILOSOFIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA

DISCIPLINA: TEORIA SOCIOLOGICA I

PROFESSOR: LUCAS CARVALHO

ALUNO: LUCAS DE BRITO MUNIZ

Introdução

A proposta do trabalho aqui desenvolvido é descrever as principais contribuições que


Weber e Durkheim deram com relação ao conceito de Estado. Na primeira parte, coloca-se
alguns dos principais elementos da sociologia da ação social de Weber e seu conceito de
Estado que vincula a formação de uma burocracia racionalizada e ascensão do capitalismo de
tipo moderno. Na segunda parte, parte-se para as contribuições de Durkheim acerca da
análise do fato social, do conceito de divisão do trabalho social e do papel do Estado nas
sociedades modernas e industriais. Por fim, uma conclusão que busca elencar os elementos de
aproximação e diferenciação entre Weber e Durkheim em suas acepções do Estado.

A escolha do tema do Estado se faz importante a medida que pode auxiliar em uma
agenda de pesquisa que tem se desenvolvido, onde o Estado aparece como um dos elementos
centrais para a análise. Dessa forma, assim como coloca Botelho (2013), trabalhar uma
abordagem que uma propostas de caráter “analítica” e “contextualista” pode se revelar
frutífera do ponto de vista teórico, reconstruindo a contribuição dos clássicos em seus
contextos situados, mas desdobrando-os em outros cortes temporais

A sociologia da ação social de Weber

A sociologia weberiana é, inicialmente, uma sociologia da ação. A ação é o ponto de


partida analítico principal para a proposta de Weber, na medida em que ela fornece as bases
interpretativas para uma abordagem compreensiva do mundo social. A ação, e principalmente
a ação social¸ se configuram como o elemento chave para a existência da sociedade, e
consequentemente, objeto por excelência da Sociologia.

Weber define a ação, como: “um comportamento humano de omitir ou permitir


sempre que é na medida em que o agente ou os agentes o relacionem com um sentido
subjetivo” (WEBER, p. 5, 2012). A ação, portanto, por si só, se assume como um ato isolado
que não produz consequências de longo alcance para a análise do mundo social.
Diferentemente, é a ação social, que “significa uma ação que quanto a seu sentido visado pelo
agente ou os agentes, se refere ao comportamento de outros, orientando-se por este em seu
curso” (Ibidem).

A partir dessa diferenciação entre a ação e a ação social, pode-se afirmar que uma
ação é voltada para um sentido subjetivo e que uma ação social é voltada para um sentido
objetivo. E é esse sentido objetivo que interessa a Weber, a ação social é passível de
compreensão, ou seja, é possível a apreensão do sentido dela. É essa possibilidade de
compreensão da ação social que permite a interpretação da realidade social à medida em que
se busca as conexões de sentido de uma ação social e os seus significados produzidos
exteriormente (WEBER, 2012).

Esse método compreensivo pode ser implementado a partir da construção de um caso


individual, de uma possibilidade média (ou de massas) ou a construção de um caso limite,
típico ideal1. O tipo ideal para Weber é o que ele define como “caso-limite”, só ocorre em
circunstâncias muito raras, sendo assim, apenas um recurso metodológico para se acessar o
complexo mundo da realidade social, ou então um constructo analítico a fim de auxiliar na
intepretação compreensiva de um fenômeno.

Se a ação social é caracterizada pelo sentido objetivo dela a outro indivíduo, só


podemos falar em relação social à medida que esse sentido é compartilhado pelos sujeitos
que estabelecem essa relação. Dessa maneira, Weber define a relação social como,

o comportamento reciprocamente referido quanto a seu conteúdo de sentido por


uma pluralidade de agentes que se orienta por essa referência. A relação social
consiste, portanto, completa e exclusivamente na probabilidade de que se aja
socialmente numa forma indicável (pelo sentido), não importando, por enquanto,
em que se baseia essa probabilidade (WEBER, p.16, 2012).

Pensar o Estado, por exemplo, só faz sentido se o pensarmos não como um elemento
abstrato constituído por si só, mas sim entendê-lo como uma realidade individual que se

1
É nesse sentido que Weber cria uma tipologia da ação social, são elas: a a) ação racional com relação a um
objetivo, onde a ação é referenciada a uma operação cognitiva da relação meio-fim; a b) ação racional com
relação a um valor, caracterizada pela busca de um valor externo aos resultados da sua ação, a honra, por
exemplo; a c) ação afetiva, identificada como uma reação emocional a um determinado estado de espirito ou
humor; por fim, a d) ação tradicional, onde a ação é ditada pelos hábitos, costumes e tradições que se afirmam
pela força do passado (ARON, 2000).
constitui por múltiplos cursos de ações sociais referenciadas, consistindo em um determinado
tipo de relação social que produz um determinado tipo de dominação.

A dominação para Weber é “a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de


determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis” (WEBER, p. 33, 2012). A
dominação só se mantem na medida que alguém relega suas vontades a um outro ou a uma
associação de homens, variando os tipos e as possibilidades dela se manter 2. Todavia, a
obediência necessita ser legitima, ou seja, os dominados devem encontrar elementos que os
motive ou justifique o fato de serem dominados, em outras palavras, devem crer naqueles que
o dominam, na autoridade que os dominadores exercem.

Sendo assim, pensar o Estado moderno requer entendê-lo como uma associação
política que contém determinadas relações entre seus membros, baseada em estatutos e
protocolos que fundamentam a dominação racional e fornecem os meios para a ação política
que levam acesso a esses mecanismos de dominação. Interessante que o Estado para Weber
não é apenas a expressão política do poder de uma classe sobre outra em última instancia,
como diria Marx (2007), mas para Weber, o Estado aparece como a instituição principal em
que se opera os elementos da conduta racional da vida. Independentemente da classe, ou
quem se vale da dominação do aparato estatal, a dominação racional-legal se apresenta a
todos os indivíduos de uma sociedade em suas múltiplas esferas.

O Estado, burocracia e capitalismo

Assim, Max Weber define o conceito de Estado:


Sociologicamente, o Estado não de deixa definir a não ser pelo específico meio que
lhe é peculiar, tal como é peculiar a todo outro agrupamento político, ou seja, o uso
da coação física (...) Em nossa época, entretanto, devemos conceber o Estado
contemporâneo como uma comunidade humana que, dentro dos limites de
determinado território – a noção de território corresponde a um dos elementos
essenciais do Estado – reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física
(WEBER, p. 56, 1968).

2
Assim como nas ações sociais, Weber elabora três tipos ideais de dominação, sendo eles: “ a) a dominação
legal, baseada na crença na legitimidade das ordens estatuídas e do direito de mando daqueles que, em virtude
dessas ordens, estão nomeados para exercer a dominação; b) a dominação tradicional, baseada na crença
cotidiana na santidade das tradições vigentes desde sempre e na legitimidade daqueles que, em virtude dessas
tradições, representam a autoridade; por fim, c) a dominação carismática, baseada na veneração extracotidiana
da santidade, do poder heroico ou do carater exemplar de uma pessoa e das ordens por estas reveladas ou criadas
(WEBER, p. 141, 2012)
Para além da interpretação dos sentidos e das significações da ação social, a
sociologia weberiana também analisa as relações de causalidade entre fenômenos. Logo, essa
definição do Estado requer um exercício duplo para compreender como o fenômeno social se
processa. A primeira é de caráter histórico, nos coloca na condição de examinar quais foram
as causas históricas que tornaram o Estado a associação política privilegiada detentora do
monopólio do uso da violência legitima. A segunda, de caráter sociológico, de como a
dominação do Estado moderno conduz a um tipo determinado de sociabilidade que se
reproduz ao longo de determinado período histórico, produzindo certas regularidades.

Raymond Aron (1999) ao comentar Weber, distingue esses dois esforços


metodológicos em termos de uma causalidade histórica e causalidade sociológica. A
primeira está ligada à individualidade histórica de um fenômeno, ou seja, como determinados
antecedentes atuaram no princípio de um determinado fenômeno. Já a segunda está inserida
na relação de regularidade observada em um determinado fenômeno e o outro(s) que o
causam. Esses dois exercícios estão intimamente relacionados um com o outro na
compreensão do objeto, mas mais forte do que isso, nas relações de causalidade entre um
fenômeno e outro. Sendo assim, a História e a Sociologia são complementares na
interpretação dos fenômenos sociais, logo só é possível falar de uma sociologia histórica.

A partir dessas considerações, Weber coloca que o “Estado no sentido do Estado


racional só existiu no Ocidente.” (WEBER, p. 517, 2004). Isso significa que apenas no
Ocidente se operou uma constelação de fenômenos que proporcionaram a existência de um
Estado racional. As condições de este mesmo fenômeno não ter ocorrido na China, por
exemplo, está vinculado a formação de uma burocracia de caráter tradicional e orientada para
aspectos da magia (WEBER, 2004).

Esse processo de reconstrução histórica a fim de encontrar as relações genéticas que


tornaram possível a constituição do Estado racional, coloca o Estado como um elemento que
fornece as bases jurídicas fundamentadas em regras fixas e previsíveis para a ascensão do
capitalismo moderno, na medida em que os Estado nacionais lutavam entre si pelo capital
disponível. Essa condição remonta a aliança entre o Estado e o capital privado, expressas na
assunção do mercantilismo, como a primeira aparição de uma política econômica de fato.
Desse modo, Weber define o mercantilismo como

a transferência do empreendimento aquisitivo capitalista para a área


política. Trata-se do Estado como se este compusesse exclusivamente de
empresários capitalistas; a política econômica em reação ao
exterior baseia-se no princípio de passar para trás o adversário, de comprar o mais
barato possível e de vender muito mais caro. O fim consiste em fortalecer poder da
direção do Estado em relação ao exterior (WEBER, p. 523, 2004).

Essa relação de aliança forneceu as bases de um capitalismo voltado para as


oportunidades de mercado em oposição àquele conduzido para oportunidades de pilhagem,
pirataria ou em qualquer outro tipo de empreendimento aventureiro. O que se vê é que a
formação de uma moderna burguesia está inserida nos processos de luta entre Estados, que
favorece mais ou menos a aliança entre Estado e interesses capitalistas, se transmutando
depois na luta entre esses na formação do moderno capitalismo voltado para relações de
mercado.

Interessante observar que se em um primeiro momento, o Estado atua na garantia de


um tipo específico de direito de propriedade com regras fixas e previsíveis que fornece o
estabelecimento de modernas relações de mercado. Posteriormente, o monopólio proveniente
do mercantilismo já atua como um entrave a liberação das livres forças de mercado de um
tipo de capitalismo racionalizado, voltado para as oportunidades de lucro. Dessa forma, a
proposta weberiana do desenvolvimento do capitalismo moderno entende essa relação a partir
do conceito de luta3, entendendo que o Estado é instrumento necessário nas modernas
relações capitalista diferindo do liberalismo clássico, especialmente, Adam Smith (1996) que
compreende o Estado, enquanto um ator econômico, como realidade antinatural para as
relações de troca entre produtores livres. A análise de Weber é essencialmente histórica e
sociológica, mostrando que as relações de comercio entre nações foi estabelecido, tal como
os conhecemos, primordialmente, pela a ação concorrencial entre Estados.

Essa afinidade eletiva produzida entre um direito racional produzido no interior do


Estado e as modernas relações de mercado, também podem ser observadas entre a ética
protestante e o espírito do capitalismo (WEBER, 2004b). A forma de condução de vida
ascética do protestantismo de tipo calvinista produziu uma razão cultural que forneceu as
bases psicológicas para o espírito 4 do capitalismo moderno, baseado no cálculo econômico e
na busca pelo lucro como um fim em si mesmo. Esse processo se deu a partir da própria

3
O conceito de luta para Weber é quando “as ações se orientam pelo proposito de impor a própria vontade
contra a resistência da ou dos parceiros” (WEBER, p. 23, 2012).
4
“‘Espírito’: só pode ser uma ‘individualidade histórica’, isto é, um complexo de conexões que dão na realidade
histórica e que nós encadeamos conceitualmente em um todo, do ponto de vista de sua especificidade”
(WEBER, p. 41, 2004b). Nesse caso, o espírito é uma operação intelectual e conceitual a fim de referenciar a
construção de um fenômeno em suas bases psicológicas próprias.
confissão religiosa operada por essas religiões, influenciadas por um desencantamento do
mundo5 que rejeitavam os meios mágicos de salvação. O calvinismo é o exemplo puro dessa
operação, transmutando dos rituais mágicos de caráter tradicional para a vocação profissional
como meio de salvação e afirmação como um “eleito” de Deus. Essa conduta de vida
forneceu as bases pelo qual se assentou uma disciplina para o trabalho, essencial para o
capitalista moderno. O que Weber quer mostrar aqui é que a ascese intramundana religiosa,
típica do calvinismo, apareceu anteriormente ao capitalismo moderno. Essa sentença
confronta a proposta do materialismo histórico de Marx (2004), na qual as condições
materiais estruturam em última instancia uma superestrutura ideológica – nesse caso,
religiosa.

O processo de uma burocracia profissional e racionalizada como expressão do Estado


moderno também assume aspectos dessa reconstrução histórica. O fenômeno que permite a
formação desta está ligada ao processo de separação dos meios de administração do corpo
burocrático (WEBER, 1968). Essa transformação está no processo da passagem de uma
organização do Estado de tipo “estamental” 6 para o tipo “moderno”, onde os meios de
administração privados são separados de seus detentores para pertencerem ao próprio Estado.
Essa luta entre o príncipe e os estamentos pelo poder da administração foi ganha pelos
primeiros, ascendo no mundo moderno o funcionário profissional (WEBER, 2004b).

O funcionário profissional é movido, principalmente, por honra social e por uma


recompensa material. Isso significa que o funcionário profissional busca, acima de tudo,
realizar bem o seu trabalho. Diferentemente, é o funcionário político, que age entorno da
política (WEBER, 1968). Essa separação é importante para Weber, a própria política no
Estado moderno também se racionalizou a ponto da necessidade de uma profissionalização da
vida política, que começa com os advogados, passando pelos jornalistas e chegando ao tipo
essencial do político profissional moderno (Ibidem). Esses últimos podem viver para a

5
O desencantamento do mundo é o processo no que inicio com as profecias do judaísmo antigo e, em
conjunto com o pensamento helênico, repudiava como superstição e sacrilégio todos os meios mágicos de
busca e salvação (...). O puritano genuíno ia ao ponto de condenar até mesmo todo vestígio de cerimonias
religiosas fúnebres e enterrava os seus sem canto nem música, só para não dar trela ao aparecimento da
supersticion (...). Não havia nenhum meio magico, melhor dizendo, meio nenhum que proporcionasse a graça
divina a quem Deus houvesse decidido negá-la (WEBER, p. 96, 2004b).
6
O estamento, segundo Weber, “são, em regra, comunidades, ainda que frequentemente de natureza amorfa.
Em oposição à “situação de classe”, determinada por fatores puramente econômicos, compreendemos por
“situação estamental” aquele componente típico do destino vital humano que está condicionado por uma
específica avaliação social, positiva ou negativa, da honra, vinculada a determinada qualidade comum a muitas
pessoas.” (WEBER, 2004a).
política ou da política7. Resumidamente, Weber quer colocar que essa oposição de tipos se
configura na impossibilidade de tanto o capitalista moderno quanto o operário não
conseguirem fazer a política em seu sentido profissional, pois seu tempo é limitado pelas
responsabilidades de suas próprias profissões. Sendo assim, o político profissional tanto vive
“para” e “da” política. Essa condição é expressa pelos tipos modernos de democracia, que
encontra no parlamentarismo uma das suas formas mais importantes.

Essa é a grande questão para Weber na relação entre os políticos profissionais e os


funcionários especializados, burocráticos. O primeiro segue uma ética da responsabilidade,
seus atos são constantemente repensados a todo o momento a fim de se perguntar quais os
efeitos dos seus atos. Já o funcionário especializado age conforme uma ética da convicção,
seus atos são com base em uma ordem superior e em estatutos, por mais que ele saiba que sua
ação é equivocada – e ele pode repassar isso aos seus superiores -, o que prevalece para ele é
cumprir as ordens conforme foram ordenadas, sem medir suas consequências (ARON, 1999).
À medida que os funcionários especializados tomam lugar dos políticos profissionais na
condução da política, a tendência é que o “domínio dos funcionários” traga prejuízos a uma
ordem democrática, sendo assim, o parlamento é condição necessária da vida moderna no que
tange um espaço próprio para que a política se desenvolva (WEBER, 2004).

Durkheim e a análise do fato social

Pensar a Sociologia como ciência foi o primeiro grande desafio enfrentado por
Durkheim a fim de sistematizar o conhecimento sobre a sociedade. Seu primeiro esforço foi
em identificar aquilo que era próprio, particular da ciência social. Nesse sentido, o primeiro
passo foi definir a partir de um método científico o objeto par excellence da sociologia.

Foi a partir desse objetivo que Durkheim cunho o conceito de fato social,

como toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo
uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de
uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria,
independente de suas manifestações individuais (DURKHEIM, p. 70, 2013).

Se os fatos sociais são os objetos próprios da Sociologia e da sua proposta cientifica,


cabe ao sociólogo identificar esses fenômenos que se apresentam a ele a partir de suas formas
7
“Quem ‘para’ a política a transforma no sentido mais profundo do termo, em ‘fim de sua vida’, seja porque
encontra forma de gozo na simples posse do poder, seja porque o exercício dessa atividade lhe permite achar
equilíbrio interno e exprimir valor pessoal, colocando-se a serviço de uma ‘causa’ que dá significação a sua vida
(...). Daquele que vê na política uma permanente fonte de rendas, diremos que ‘vive da política’ (WEBER, p.
64-65, 1968).
exteriores. Afirmar que os fatos sociais são externos é levar em conta que eles são exteriores
aos indivíduos e que a coerção exercida por esses modos de pensar e agir são elementos
principais no processo de socialização, que mantem os laços de coesão social necessários a
vida em sociedade. É o que Durkheim chama atenção na dimensão da educação,

basta observar a maneira como são educadas as crianças. Quando se observam os


fatos tais como são e tais como sempre foram, salta aos olhos que toda educação
consiste num esforço contínuo para impor à criança maneiras de ver, de sentir e de
agir às quais ela não teria chegado espontaneamente. (DURKHEIM, p. 68, 2013).

Esse processo de integração dos indivíduos ao corpo social só pode ser completo à
medida em que ele se estende por toda sociedade, se tornando um fenômeno coletivo. É aqui
que reside a dimensão da sociedade ser uma realidade fundamental para a ascensão da
individualidade. Um fenômeno não é coletivo por se geral, mas ao contrário, só é geral
porque é coletivo. Isso quer dizer que ele está contido no grupo, no todo, e se impõe as partes.
(DURKHEIM, 2013). É essa condição que faz de um fenômeno “social”, é essa exterioridade
coercitiva que torna possível a sociedade se tornar objeto de investigação cientifica.

Com relação ao método de se investigar os fatos sociais, Durkheim (2013) afirma que
um primeiro passo é encarar os fatos sociais como coisas. Entende-los dessa maneira
significa que estão (e devem) fora do espírito do seu observador. Devido aos fatos sociais se
referirem a fenômenos que agitam os espíritos em seu sentido moral ou ideal. É necessário
que o observador abra mão de todas as prenoções acerca do objeto investigado. Por mais que
elas apareçam como experiencia sensível primeira, é condição para se chegar ao conteúdo de
fato de um fenômeno social que se afaste das prenoções, logo

é preciso, portanto, que o sociólogo, tanto no momento em que determina o objeto


de suas pesquisas como no curso de suas demonstrações, se proíba resolutamente o
emprego daqueles conceitos que se formaram fora da ciência e por necessidades que
nada tem de científicas (DURKHEIM, p. 76, 2013).

Do ponto de vista propriamente metodológico, Durkheim coloca que o primeiro passo


(após se afastar das prenoções) é definir de modo categórico o que é o seu objeto, de forma
objetiva, a fim de estabelecer as propriedades que lhe são próprias. Esse processo só é
possível à medida que se identifica aquelas características que estão na “superfície” do
fenômeno. Para posteriormente se chegar à natureza do objeto propriamente dita. Durkheim
opera dessa maneira ao falar da pena como expressão exterior do crime.
É assim que, quando se define o crime pela pena, corre-se quase inevitavelmente o
risco de ser acusado de querer derivar o crime da pena ou, conforme uma citação
bem conhecida, de ver no patíbulo a fonte da vergonha, não no ato expiado. Mas a
objeção repousa sobre uma confusão. Como a definição cuja regra acabamos de dar
está situada no começo da ciência, ela não poderia ter por objeto exprimir a essência
da realidade; deve apenas nos pôr em condições de chegar a isso ulteriormente

(DURKHEIM, p. 77, 2013).

A divisão do trabalho social

É nessa preocupação de definir a natureza dos fatos sociais que Durkheim vai discutir
a divisão do trabalho social. Segundo ele, a divisão do trabalho social só pode ser explicada a
partir da função8 que ela exerce nas sociedades modernas. (DURKHEIM, 1999). É nessa
definição da qual corresponde a necessidade da divisão do trabalho social que Durkheim
entra no embate com os economistas.

Para os economistas clássicos, a divisão do trabalho social tem a principal vantagem


de conseguir aumentar a produção de riquezas a partir das especializações de funções
produtivas e distributivas, assim coloca Smith (1996), “o maior aprimoramento das forças
produtivas do trabalho, e a maior parte da habilidade, destreza e bom senso com os quais o
trabalho é em toda parte dirigido ou executado, parecem ter sido resultados da divisão do
trabalho” (p. 61).

Durkheim a priori não discorda dessa definiçã, a divisão do trabalho social sem
dúvida pode trazer o aumento da riqueza, porem não é neste aspecto que reside a
funcionalidade da divisão do trabalho social. A principal função dela é social, e logo pode ser
identificada em um tipo de solidariedade em que ela fornece, constituindo um tipo de ordem
moral e social de novo tipo.

O conceito de solidariedade é fundamental para Durkheim e é nele que reside a


passagem de um tipo de sociedade comunitária, tradicional para o tipo de sociedade moderna,
industrial. Segundo Aron (1999) o conceito de solidariedade em Durkheim é essencial para se
compreender como é construída a coletividade social, como a sociedade pode existir de fato.

São elencados dois tipos de solidariedade: a solidariedade mecânica e a solidariedade


orgânica. Por serem fenômenos essencialmente morais, Durkheim opera o método já descrito
8
Função para Durkheim pode ser definida de duas maneiras, “ora como um sistema de movimentos vitais,
abstração feita de suas consequências, ora a relação de correspondência que existe entre estes movimentos e
algumas necessidades do organismo (...). É nesta segunda que entendemos a palavra (DURKHEIM, p. 13, 1999)
antes, buscando explorar o conceito de solidariedade pela sua expressão exterior, nesse caso,
o direito.

Sintetizando a partir de Durkheim, Aron (1999) define as formas de solidariedade


assim,
a primeira é, para usar a expressão de Durkheim, uma solidariedade por
semelhança. Quando esta forma de solidariedade domina uma sociedade, os
indivíduos diferem pouco uns dos outros. Membros de uma mesma coletividade,
eles se assemelham porque tem os mesmos sentimentos, os mesmos valores,
reconhecem os mesmos objetos como sagrados. A sociedade tem coerência porque
os indivíduos ainda não se diferenciaram.
A forma oposta de solidariedade, a orgânica, é aquela em que o consenso,
isto é, a unidade coerente da coletividade, resulta de uma diferenciação, ou se
exprime por seu intermédio. Os indivíduos não se assemelham, são diferentes. E de
certo modo, são diferentes porque o consenso se realiza (ARON, p. 288, 1999).

Essa definição consegue deixar claro que a questão da solidariedade gira entorno da
diferenciação e da semelhança. Voltando a dimensão do direito, a solidariedade mecânica
corresponde a um tipo de direito essencialmente repressivo. E o tipo de ruptura que
corresponde a esse direito é o crime. Em sociedades por semelhança, os estados da
consciência coletiva9 são mais fortes, se estendendo mais ou menos a partir de uma
intensidade média a todos os seus componentes. Sendo assim, “um ato é criminoso quando
ofende os estados fortes e definidos da consciência coletiva” (DURKHEIM, p. 51, 1999).

Já nas sociedades caracterizadas pela diferenciação, de solidariedade orgânica, impera


um tipo de direito restitutivo, onde o tipo de ruptura que corresponde a esse direito é a
sanção. Conforme a sociedade se diferencia, a consciência coletiva vai cedendo espaço a
consciência individual que ganha mais espaço no corpo social. Logo, “a sanção restitutiva
não é expiatória, mas se reduz a uma simples restauração” (DURKHEIM, p. 85, 1999).
Essa explanação esclarece aonde que Durkheim quer chegar. Ele busca explicar que a
partir da análise das formas de organização jurídica é possível demonstrar as transformações
de um tipo de solidariedade para outro. As sociedades modernas são características por um
direito especializado, caracterizado pela diferenciação de seus órgãos vitais de existência. É
aí propriamente o papel que cumpre a divisão social do trabalho, fornecer um tipo moral para
9
Durkheim define a consciência coletiva, como “o conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos
membros de uma mesma sociedade forma um sistema determinado que tem sua vida própria (...). Com efeito,
é independentemente das condições particulares em que os indivíduos estão colocados; eles passam, ela
permanece” (DURKHEIM, p. 50, 1999).
a solidariedade orgânica, baseado cada vez mais na especialização das profissões e na
ascensão da individualidade como conteúdo dessa moral.

Porem, esse processo de diferenciação terminado pelo tipo de solidariedade orgânica é


resultado combinado do conjunto de três fatores fundamentais: do volume e da densidade
material e moral da sociedade (ARON, 1999). Isso significa que à medida que a população de
um determinado território se expande sobre ele (densidade material) e expande suas
comunicações entre os indivíduos (densidade moral) há um aumento no volume material e
moral da sociedade, induzindo a diferenciação. Aron (1999) resume, de forma bem
interessante, como Durkheim opera esse mecanismo de diferenciação.

Para explicar esse mecanismo, Durkheim invoca o conceito de luta pela vida, que
Darwin popularizou na segunda metade do século XIX. Quanto mais numerosos os
indivíduos que procuram viver em conjunto, mais intensa a luta pela vida. A
diferenciação social é a solução pacífica da luta pela vida. Em vez de alguns serem
eliminados para que outros sobrevivam, como ocorre no reino animal, a
diferenciação social permite a um número maior de indivíduos sobreviver,
diferenciando-se. Cada um deixa de estar em competição com todos, podendo assim
ter um papel, e preencher uma função (ARON, p. 296, 1999).

O interessante dessa analogia proposta por Aron, é que a leitura de um Durkheim


como um sociólogo do consenso, aqui não se confirma. Por mais que os homens abram mão
de uma possível concorrência, para uma solução “pacífica”, esse processo é construído a
partir da luta pela vida. Sendo assim, a mudança de um tipo de solidariedade para outro é
condicionada pela luta por recursos, por uma dinâmica conflitiva, ao invés de uma ordenação
harmônica.

O Estado para Durkheim

Se a divisão do trabalho social promove um conjunto de transformações positivas para


a vida social, ela também pode acarretar um conjunto de patologias em sua composição. Isso
não quer dizer que a divisão social do trabalho por si só acarreta esse quadro patológico, mas
que a desregulamentação social, principalmente impulsionada por um quadro de anomia
moral pode gerar esse quadro (DURKHEIM, 1999).
É exatamente essa ausência de uma moral profissional que gera o quadro de crises que
Durkheim está observando na entrada da sociedade moderna e industrial. A causa dessa crise
está situada no fato das funções econômicas terem alcançado espaço preponderante na vida
social e que essa rápida transformação não veio acompanhada de um quadro jurídico e moral
de regulamentação dessas funções. Em suma, Durkheim apresenta as corporações de ofício
como uma solução para a regulação profissional na concepção de uma moral que imponha
limites as relações econômicas.

Todavia, o Estado, apesar de sua distância dos indivíduos, também pode auxiliar nessa
dimensão. Segundo Durkheim, o Estado pressupõe a existência de uma sociedade política,
sendo ela “uma sociedade formada pela reunião de um número mais ou menos considerável
de grupos secundários, submetidos a uma mesma autoridade superior regularmente
constituída” (DURKHEIM, p. 63, 2013). Sendo assim, o Estado é obra viva de uma
sociedade política, que pressupõe uma certa complexidade e a existência de grupos
secundários, sendo o Estado o órgão especial que coordena a sociedade política. Logo, o
Estado

é um grupo de funcionários sui generis, no seio do qual se elaboram representações


e volições que envolvem a coletividade, embora não sejam obra da coletividade.
Não é correto dizer que o Estado encarna a consciência coletiva, pois esta o
transborda por todos os lados. É em grande parte difusa; a cada instante há uma
infinidade de sentimentos sociais, de estados sociais do tipo de que o Estado só
percebe o eco enfraquecido. Ele só é a sede de uma consciência especial, restrita,
porem mais elevada, mais clara, que tem de si mesma um sentimento vivo
(DURKHEIM, p. 70, 2013).

O Estado se torna o órgão especial de reflexão da sociedade, ele se diferencia à


medida que torna as ideias correntes da sociedade mais claras, mais conscientes. As
representações provenientes dele guardam essas características, o seu papel de melhor
coordenar as aspirações coletivas a partir dessas representações o diferencia de outros órgãos
da sociedade ao passo que essa se complexifica.
Por um outro lado, o Estado mantem relações com a individualidade que merecem ser
esclarecidas. Se o indivíduo enquanto realidade só aparece no momento em que a consciência
coletiva perde força e espaço no interior de uma sociedade, só podemos falar de um indivíduo
logo que ele pertença a uma coletividade. Sendo assim, o Estado não limita a individualidade,
pelo contrário, ele a propicia em toda a sua extensão. O avanço do Estado na sociedade é
acompanhado do avanço do indivíduo, para Durkheim isso não é uma contradição.
O único meio de eliminar a dificuldade é o postulado segundo o qual os direitos do
indivíduo são dados com o indivíduo, é admitir que a instituição desses direitos é
obra do próprio Estado. Então, com efeito, tudo se explica. Compreende-se que as
funções do Estado se ampliam sem que por isso resulte uma diminuição do
indivíduo, ou que o individuo se desenvolve sem que por isso o Estado recue, uma
vez que o indivíduo seria, em certos aspectos, o próprio produto do Estado, pois a
atividade do Estado seria essencialmente libertadora do indivíduo. Ora, o que se
depreende dos fatos é que a história autoriza efetivamente a admitir essa relação de
causa e efeito entre o avanço do individualismo moral e o avanço do Estado
(DURKHEIM, p. 80, 2013).

É no conjunto dessa dimensão que Durkheim elabora de fato o que é o ato de governar
a sociedade. Segundo ele, “governar é, sem dúvida, exercer uma ação positiva sobre o
andamento dos negócios públicos” (DURKHEIM, p. 109, 2013). E se o Estado é o órgão por
excelência da reflexão, do “pensamento social” (DURKHEIM, p. 111, 2013), é importante
salientar que essa reflexão ou é proveniente das ideias difusas da sociedade ou é próprio do
Estado enquanto órgão especial de reflexão. Ambos tipos sociais estão intimamente
relacionados.

É nesse constante fluxo entre o órgão especial que governa e os próprios governados
que se assume o tipo de governo que se convencionou chamar de democracia. Conforme o
Estado e os governados se colocam os mesmos problemas, a sociedade toma consciência de
si de forma mais clara, mais consciente.

O poder governamental, em vez de permanecer recolhido em si mesmo, desceu às


camadas inferiores da sociedade, recebeu uma nova elaboração e voltou ao ponto de
partida. O que ocorre nos meios ditos políticos é observado, controlado por todo o
mundo, é o resultado dessas observações, desse controle, das reflexões que resultam
dele, reage sobre os meios governantes. Reconhecemos nisso uma das
características que distinguem o que geralmente se chama de democracia
(DURKHEIM, p. 115, 2013).

A democracia é a forma política mais compatível com a dimensão do indivíduo, pois


ela organiza um tipo político que envolve a autonomia dele, que toma consciência das suas
obrigações de forma mais clara, de forma mais inteligente, constituindo um tipo reflexivo das
suas obrigações perante a sociedade e ao Estado.

Após essa apresentação de como Durhkeim conceitua o Estado, volta-se aqui agora
mais uma vez a questão da forma anomica da divisão social do trabalho. Elas podem ser
originar das crises industriais ou do antagonismo entre o trabalho e o capital. Todavia, o que
Durkheim quer mostrar é que enquanto se desenvolveu a divisão social do trabalho com
extrema velocidade, não se correspondeu, ao mesmo tempo, as regulamentações necessárias
para se organizar o estado de solidariedade presente, produzindo assim elementos que atuam
para a sua própria desintegração.

É aí que o Estado aparece em uma forma profundamente positiva em sua função. Se a


divisão do trabalho se apresenta em sua forma anomica, significa que ela não encontra um
órgão necessário que a regulamente.

Sendo assim, a diversidade das funções é útil e necessária; mas, como a unidade,
que não é menos indispensável, não resulta espontaneamente dela, o cuidado com
realiza-lo e mantê-lo deverá constituir, no organismo social, uma função especial,
representada por um órgão independente. Esse órgão é o Estado, ou o governo.
(DURKHEIM, p. 373, 2013)

Essa dimensão positiva do Estado, como um instrumento que recoloca o que foi
perturbado em seu devido lugar, lembra o conceito de ritmo de ajustamento de Polanyi
(2000), onde o mesmo argumenta que um dos papéis do Estado é atuar no direcionamento do
progresso, a fim de promover uma equidade desse progresso sobre a sociedade como um todo
e evitar que a intensidade dele produza algum tipo de desintegração social.

Conclusão

A partir dos pontos levantados na teoria do Estado tanto para Durkheim tanto para
Weber e possível estabelecer alguns pontos de acordo e outros de dissenso.
Ambos estão analisando os principais efeitos e causas da modernidade e da ascensão
de uma sociedade industrial. A preocupação de Weber está em estabelecer os critérios e os
fenômenos históricos que em combinação produzem a preponderância da racionalidade na
conduta de vida dos homens. Já Durkheim busca estabelecer as relações de causação
funcional entre fenômenos sociais das quais se podem extrair leis sociais que deem conta de
uma sociedade cada vez mais diferenciada e complexa.
Em suma, Weber tem uma visão um tanto mais pessimista da modernidade do que
Durkheim. Ele está observando o quanto a marcha da racionalização conduz os homens a
uma vida cada vez mais burocratizada, onde a individualidade e a liberdade podem ser
sufocadas no que ele celebremente cunhou como “jaula de ferro”. Durkheim também observa
uma tendência as crises e a ausência de normas que podem criar casos de anomia social que
geram processos de desintegração social, porem sua visa é mais otimista tendo em vista os
ordenamentos possíveis que a vida social pode adotar a fim de remediar os casos patológicos.
É no Estado que ambos estão pensando as soluções para as contradições da vida social
moderna. Weber vê no desenvolvimento do Estado o espaço essencial para o
desenvolvimento da racionalização ininterrupta da vida. Todavia, é a política e nos meios de
acesso ao Estado que ele observa uma possível saída para frear essa configuração cultural de
uma vida racionalizada até o extremo. Caso se consiga estabelecer meios políticos para o
acesso ao Estado, principalmente pela via parlamentar, onde a luta pelos cargos políticos se
deem de forma democrática, isso coloca o “domínio dos funcionários” no espaço próprio da
burocracia, evitando que ela tome conta daquilo que é próprio da ordem política. Durkheim
enxerga no Estado uma relação funcional positiva perante ao corpo social, ao passo em que
ele se apresenta como o órgão especial da reflexão, ele consegue elaborar melhor as crenças e
ideais de uma coletividade e logo em que se estreita a relação entre governantes e
governados, a sociedade toma consciência de si. Essa função especial também é
complementada pela possibilidade do Estado em atuar como um instrumento de
reorganização daquilo que foi perturbado.

Referências Bibliográficas
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1999.
BOTELHO, A. Introdução. In: BOTELHO, A (org). Essencial (Sociologia). São
Paulo: Penguin Companhia das Letras, 2013
DURKHEIM, E. O que é um fato social e Regras relativas à observação dos fatos
sociais. In: BOTELHO, A (org). Essencial (Sociologia). São Paulo: Penguin
Companhia das Letras, 2013.
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__________ Lições de sociologia. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
MARX, K. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo Editoral, 2007.
POLANYI, K. A grande transformação: as origens da nossa época. 2 ed. Rio De
Janeiro: Compus. 2000.
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Volume 2. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2004a.
__________ A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo:
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