MÓDULO ESTÍMULO

AULA 5 - TEMPO AO AR LIVRE

TEMPO AO AR LIVRE

“Neste momento de extraordinária pressão educacional e social, talvez o principal

dever de uma mãe para com seus filhos seja garantir-lhes um tempo de crescimento
tranquilo, seis anos completos de vida passivamente receptiva, gastando a maior par-
te do tempo acordado fora de casa, respirando ar fresco” (Vol. 1, p. 43).

Para que as crianças tenham um bom desenvolvimento físico e psíquico, para que se
alimentem bem e durmam melhor será necessário um tempo diário ao ar livre. Numa socieda-
de em que muitos moram em apartamentos pequenos, nem sempre isso vai significar um vasto
conhecimento de plantas e animais, ou grandes gramados para correr e brincar, porém tudo o
que for possível de oferecer em termos de natureza e tempo ao ar livre, deverá ser oferecido
para a criança dessa faixa etária.
O tempo ao ar livre pode ser gasto não só num parquinho próximo, mas se houver quintal
ou mesmo na sacada, você pode organizar algumas refeições para serem feitas ao ar livre, comer
fora é bom e agradável aos seus filhos. Além disso, uma outra forma de aproveitar o tempo ao ar
livre é deixar as crianças brincarem livremente nesse local. A própria Charlotte Mason recomen-
da: “Crianças pequenas precisam de muito tempo para brincadeiras desestruturadas. Quanto
mais elas dependerem dos adultos para dizer-lhes do que brincar e como brincar, menos iniciati-
va elas irão desenvolver. Dê aos seus filhos tempo de sobra para correr e brincar em lugares
abertos. Se você não tem um quintal que sirva para este fim, vá a um parque ou campo nas proxi-
midades.”
Um jogo muito bom que pode ser feito nesse tempo na natureza e que lhe servirá depois,
na medida em que for crescendo é “pintar imagens”. Você deve chamar a atenção do seu filho
para uma bela cena que vocês estão vendo juntos, depois a criança pode fechar os olhos e des -
crever o que ela estava vendo. Na medida em que ela lhe contar (geralmente de forma simples)
você pode pedir que ela abra os olhos e olhe mais um pouco, depois feche e conte mais sobre os
detalhes que agora viu.
As crianças dessa faixa etária precisam muito ter os sentidos estimulados, mas nada que
seja extraordinário de ser feito: visão, audição, tato e olfato serão treinados e expandidos no

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contato direto com a natureza. Deixe que seu bebê engatinhe pela grama, toque na areia, brin-
que com folhas e flores. Ofereça oportunidades para que ele veja belas paisagens, nem que para
isso ele precise parar e olhar somente pra cima! Além disso, perca um tempo ouvindo os sons da
natureza, algo que tem em todo lugar e as crianças amam são pássaros! Convide-os a ouvir o can-
to dos pássaros, a reconhecê-los pelo som que fazem, incentive-os a falar sobre suas cores e for-
mas e faça isso também com as flores.
Esse contato e exploração da natureza farão com que a criança adquira habilidades moto-
ras e musculatura fortalecida. Deixe que a criança suba numa árvore, brinque no parquinho, suba
e desça no escorregador, corra bastante, balance no balanço, no gira-gira, no cavalinho, deixe
que ela suba, explore e não fique colocando medo. A criança precisa sentir que é capaz de fazer
essas coisas e precisa treinar essas habilidades.
Em primeiro lugar porque melhora o sistema cardiorrespiratório (e quando respiramos
bem, dormimos bem). Além disso, ela também estimula o cérebro, o que favorece o descanso à
noite e essa exposição à luz natural favorece a regulação do ciclo de sono e vigília.
Quanto mais correrem, gritarem e movimentarem seus braços e pernas, mais saudável
será a brincadeira. Por isso, não há problemas em escolher um lugar “isolado” na hora de passar
esse tempo com seu filho, escolha propositadamente um local onde ele possa gritar e se mexer
sem incomodar ninguém.
As crianças podem ficar mais reativas, mais irritadas também por causa da falta da nature-
za. Elas precisam desse contato com a grama, com a areia e com toda a beleza que a natureza
oferece. Isso além de ser útil ao desenvolvimento delas, ainda acalma muito as crianças. Às ve-
zes o que falta é esse tempo, para que quando elas cheguem no momento de dormir elas este-
jam mais relaxadas e tranquilas. Esse momento em que ela vai estar ao ar livre não precisa ser
necessariamente antes de dormir, pode ser em qualquer hora do dia, porque em qualquer mo-
mento isso será benéfico.
Brincar na natureza também estimula a criatividade: os brinquedos são criados e
reinventados a partir de recursos encontrados durante a brincadeira: o galho que vira espa-
da, a folha que vira um barquinho… Estudos mostram que nas áreas verdes as crianças brincam
de forma mais criativa e cooperativa, crianças que brincam ao ar livre com regularidade de forma
não dirigida e estruturada são mais capazes de conviver com os outros, mais saudáveis e mais fe-
lizes.
Além disso, o sol é importantíssimo para a metabolização da vitamina D, que por sua vez
impacta o sono, pois a vitamina D interfere na latência do sono (tempo que a pessoa leva para

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adormecer após deitar). Quanto menor a quantidade de vitamina D, mais tempo a criança ficará
na cama sem conseguir dormir. Um dos motivos é que essa vitamina ajuda a regular os genes re-
lógio do corpo. Esses genes, em conjunto com a melatonina, controlam os horários de liberação
de hormônios, funcionando como um relógio natural.
Além disso, receptores da vitamina estão presentes em regiões do cérebro envolvidas na
regulação do sono. Esse nutriente pode ser encontrado em carnes, peixes, frutos do mar, cogu-
melos e ovos. E é fundamental sempre tomar sol para ativar a vitamina.

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