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Financeiras
Introdução & Capitalização Simples
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Processar os dados apurados segundo regras do critério; e
Obter indicações do que deve ser preferido.
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1. Conceitos Iniciais
1.1 Dinheiro: o que é e para que serve
O dinheiro é o meio usado - em geral, na forma de moedas ou de cédulas - para troca
de bens, serviços, força de trabalho, divisas estrangeiras ou nas demais transações
financeiras. Como regra, é emitido e controlado pelo governo de cada país (ou de uma
região, como é o caso do euro).
A maior parte dos países possuem um padrão monetário específico - um dinheiro
reconhecido legalmente - possuindo monopólio sobre sua emissão. Em quase todos, há
equipes que permanentemente cuidam para que esse padrão monetário possa ser
facilmente usado pela sociedade, preservando as três características básicas que constituem
a razão econômica da existência do dinheiro:
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e da criptografia para assegurar a validade das transações e a criação de novas unidades da
moeda. Ainda que as moedas digitais tenham sido desenvolvidas com o propósito de
cumprirem as funções clássicas de uma moeda, estas moedas ainda não podem ser
utilizadas para compra e venda de mercadorias e serviços no país.
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são necessários para que os recursos poupados não sejam perdidos ou
desvalorizados?
• Decisão de Financiamento – O que fazer quando se precisa de mais
dinheiro do que se tem? Há quem se predisponha a nos emprestar? Se houver,
em que condições? Como prever quanto e como pagar o empréstimo e os
juros?
Para se tomar decisões buscando eficiência é necessário solucionar problemas através
da escolha de uma alternativa que satisfaça alguns parâmetros. O processo de identificação
da solução deve ser racional, no sentido de se apoiar em suposições claramente explicitadas
(ou tacitamente admitidas) acerca das alternativas viáveis e de compará-las observando
regras gerais de coerência. A escolha racional de uma solução traz implícita a ideia de que
os tomadores de decisão tentam maximizar benefícios, conjugados, se possível, com a
minimização de custos. Para tanto, se valem de critérios quantitativos para aferir a
qualidade dessas alternativas.
É natural que as decisões sejam influenciadas pelas condições e perspectivas
econômicas vigentes tanto no país como no mundo. Um particular ambiente macro-
econômico pode criar condições que favorecem determinadas alternativas de decisão em
detrimento de outras. Há vários indicadores da economia a observar, mas certamente os
seguintes constam da lista de todos os tomadores de decisão:
Taxa de Crescimento do Produto Interno Bruto (ou PIB) – é o indicador que informa
em quantos pontos percentuais a riqueza de um país (ou de uma região) variou durante
um particular período (em geral, ano civil).
Taxa de câmbio – dá uma informação relativa a moedas de outros países (usualmente
USD e €), indicando em que nível as trocas de moeda estão sendo processadas. É
fundamental para orientar decisões financeiras sobre negócios influenciados por variação
de moedas.
Taxa Básica de Juros da economia – no caso do Brasil, a Taxa SELIC.
Taxa de Inflação – indica como o poder aquisitivo do dinheiro está se comportando.
Quanto maior a inflação, maior a perda de poder aquisitivo da moeda. No Brasil, o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, é o índice
utilizado pelo Banco Central para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no
sistema de metas de inflação, sendo considerado o índice oficial de inflação do país.
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bem com certa periodicidade; ao final do contrato devolvemos o bem ao proprietário. Ao
uso do recurso cabe uma remuneração, que no caso da moeda é o juro.
Há uma segunda maneira de ver a questão, sob o ponto de vista de quem é
proprietário dos recursos, os poupadores. Assim como os demais agentes, os poupadores
necessitam de moeda para efetuar gastos no dia a dia, trocando a moeda que possuem por
mercadorias ou serviços. Certas transações envolvendo moeda são corriqueiras, como a
aquisição de gêneros alimentícios, o pagamento pelo uso de transporte urbano, cartões de
crédito, luz, água e etc. Em alguns casos pode haver proximidade entre a data de
recebimento da renda do agente com a data de vencimento de suas dívidas; em outros
casos pode haver descasamento desses prazos, fazendo com que o agente necessite reter
recursos para cumprir com as dívidas assumidas. Há ainda a possibilidade de surgirem
despesas emergenciais não previstas, como despesas médicas ou uma franquia de um
seguro de automóvel no caso de um acidente. Imprevistos podem ocorrer, implicando em
despesas não previstas.
Diante de um conjunto amplo de situações, os agentes econômicos tendem a preferir
manter seus recursos na forma mais líquida o possível, isto é, mantendo-os na forma de
moeda ou convertendo-os em ativos (investimentos) cuja venda possa ser efetuada de
forma rápida e sem implicar na perda de valor. Eles podem aceitar formas menos líquidas
de manutenção de seus recursos, mas exigirão um preço cada vez maior para compensar
a iliquidez.
Poupadores usualmente observam diversos parâmetros no momento de investirem
para que o retorno de seus recursos seja efetivamente realizado com a devida remuneração.
Alguns fatores reduzem a disposição dos poupadores em oferecer seus recursos aos
tomadores. Quanto menos agentes estiverem dispostos a oferecer seus recursos para a
realização de empréstimos, as taxas de juros tendem a se tornarem mais elevadas. Alguns
fatores são fundamentais para se definir o custo do dinheiro no tempo, sendo eles:
Prazos mais longo: se as oportunidades de investimento possuem prazo para
recebimento longo, os agentes tendem a exigir retornos mais elevados, elevando o juro;
Inflação mais alta: a inflação corroí o valor do dinheiro no tempo, levando os agentes a
exigirem compensações por essa perda;
Percepção de que o tomador possui risco de crédito maior: se há um risco de não
recebimento dos valores investidos, os emprestadores de recursos tendem a exigir taxas
cada vez maiores para compensá-los pela exposição ao risco;
Taxa básica de juros real da economia mais alta: sendo a taxa utilizada no retorno de
alguns dos títulos do governo, tende a se tornar o patamar a partir do qual as operações
com moeda são realizadas.
É importante ressaltar que no mundo real nem sempre é possível tomar decisão em
condições de certeza do comportamento de todos os fatores relevantes. Este livro no
entanto, se restringirá a processos decisórios que possam ser definidos por critérios
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quantitativos e apoiado em dados que caracterizam as diversas alternativas de solução, ou
seja, onde a decisão ocorre em condições de certeza de todos os fatores relevantes. O foco
da abordagem deste livro é a escolha dentre as alternativas financeiras considerando o
valor do dinheiro no tempo.
Um exemplo da decisão típica que será colocada em análise é a escolha dentre duas
aplicações de recursos:
Um investimento inicial de R$100.000,00 com o recebimento, ao fim de dois anos, de
R$250.000,00;
Um investimento inicial de R$200.000,00, com o recebimento, no fim de cinco anos, de
$400.000,00.
Para fazer uma comparação justa, é necessário igualar o tempo de vida, ou de
utilização dos investimentos iniciais, em ambas as alternativas. Para isso, serão utilizados
conceitos e modelos da Matemática Financeira.
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Esse tipo de representação gráfica é chamado de fluxo de caixa gráfico ou DFC -
diagrama de fluxos de caixa e permite uma leitura simplificada das condições que ligam
dinheiro e tempo em uma particular alternativa.
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Daqui por diante somente serão consideradas as alternativas tecnicamente viáveis
caracterizadas pelo respectivo fluxo de caixa gráfico. O DFC dará uma visão geral da
movimentação financeira de cada uma das alternativas, facilitando assim a comparação
entre elas.
Em geral, as setas (barras) não guardam proporção entre si pois a escala vertical não
é tão importante já que os valores numéricos de todos os fluxos são informados. Além
disso, é importante notar que o DFC pode ser desenhado do ponto de vista do credor
(dono do dinheiro) ou do ponto de vista do devedor (quem toma o dinheiro emprestado).
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que essa condição é implícita no DFC. Pelo problema apresentado fica claro a ótica que
deverá ser abordada na solução se os sinais dos fluxos de caixa deverão ser positivos ou
negativos, representando, respectivamente, entradas ou saídas de dinheiro.
Exemplo 4: Ana Paula pretende aplicar ao final de cada mês a quantia de R$1.000,00.
Fará essas aplicações durante 4 meses. O banco no qual realizou a aplicação irá pagar ao
investidor, ao fim do quinto mês, R$ 4.800,00. Essa situação está representada no DFC a
seguir.
Exemplo 5: No primeiro dia do ano, Carlos procura um título público federal com
prazo de vencimento de cinco anos para alocar toda a sua poupança. No mercado há dois
títulos com esse prazo. O título 1 prevê apenas um pagamento ao final de cinco anos.
Caso adquira o título 2, Carlos receberá dez parcelas periódicas semestrais, sendo a
primeira um semestre após a aplicação e o valor aplicado ao final do décimo semestre. Os
DFCs que representam as alternativas são:
Título 1
Título 2
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O critério importante a ser observado nas representações realizadas através do DFC
é a clareza. Caso esse critério possa ser observado com uma representação mais
simplificada, não há qualquer problema em utilizá-la. Uma situação onde é usual a
simplificação é na representação de fluxos iguais que se repetem por longos períodos.
Nesses casos, é comum o uso de “...” para indicar a repetição continuada do dado
correspondente ao período à esquerda do “...” (Vide exemplo 6).
Outra situação de simplificação é na representação de fluxos cuja evolução apresenta
um determinado padrão, como uma progressão aritmética, por exemplo. Nesse caso, o
DFC pode ser melhor compreendido pela inclusão da regra de evolução dos fluxos (Vide
exemplo 7).
Seguem os exemplos dessas formas simplificadas de representação no diagrama que
é chamado de fluxo de caixa gráfico.
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O DFC é um modelo cujo objetivo é facilitar a análise do comportamento do fluxo
de caixa. No exemplo a seguir é feita a representação da movimentação financeira de uma
família.
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O fluxo de caixa pode ser facilmente gerado a partir das funções gráficas de planilhas
eletrônicas.
-2000
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1.6 Comparação de Fluxos de Caixa
Uma vez que o dinheiro possui valor diferente no tempo, não é possível saber se um
fluxo é maior que o outro com base na comparação da soma de seus valores. Como já foi
visto, valores em momentos diferentes do tempo não podem ser tratado como uma
mesma “mercadoria”.
Para se comparar o valor de uma mercadoria com outra, antes é preciso que elas
estejam na mesma unidade. Um indivíduo vai ao mercado e adquire um quilograma de
banana e dois de maçã. Nas suas compras gasta um total de R$ 20,00, sendo R$ 5,00
referentes à banana e R$ 15,00 à maçã. Surge então a dúvida do quanto a maçã é mais cara
que a banana. Inicialmente lembra que o gasto em maçãs foi o triplo da despesa com
bananas. Mas logo percebe que a relação entre o preço das frutas não corresponde a essa
relação, visto que não estão na mesma unidade. Ao transformar o preço da maçã para a
mesma da unidade da banana, conclui que o preço dessa fruta é 50% maior do que o da
banana.
No caso do dinheiro, frequentemente é necessário realizar comparações entre
diversas séries de fluxos de caixa. Para isso, é preciso considerar um valor único que
represente toda a série de fluxos de caixa a ser comparada. O valor único é uma forma
conveniente de resumir o conjunto desses dados em um determinado instante escolhido.
O valor único nada mais é do que o somatório de todos os fluxos em um único instante.
Mas para fazer essa soma todos os fluxos precisam ser convertidos para o instante
escolhido, medidos assim “a valores” do instante escolhido. Dessa forma se garante que
os valores a serem somados estejam expressos na mesma unidade. Como foi visto, a
unidade relevante que diferencia a mercadoria dinheiro é o momento em que ele está
disponível.
As condições em que tomadores de recursos pegam dinheiro emprestado dos
poupadores fornecem importantes informações sobre o preço de equilíbrio de mercado
do dinheiro em diversos momentos. Suponhamos que em determinada data é possível
tomar empréstimos que podem ser pagos em uma única parcela ao final de um, dois ou
três meses de prazo. Caso o tomador escolha o empréstimo de um mês de prazo, para
cada R$ 100,00 deverá devolver R$ 105,00. No empréstimo com dois meses de prazo a
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quantia a devolver será de R$ 110,00. E, na hipótese de só devolver o dinheiro ao final de
três meses, o tomador terá de pagar R$ 120,00.
Considerando essas informações, pode-se dizer que R$ 105,00 no momento 1
equivale a R$ 110,00 no dinheiro do momento 2 e esses equivalem a R$ 120,00 no dinheiro
do momento 3 e todos equivalem a R$ 100, no dinheiro do momento 0. Com base nas
informações de equivalências do dinheiro observadas é possível expressar todos os valores
de diversos instantes em um único momento.
Tomemos o DFC do exemplo a seguir:
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O DFC resultante é:
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A representação em um único fluxo no momento 3 é:
Exemplo 11: Marcelo chegou à conclusão que poderá economizar algum dinheiro
indo de bicicleta para a universidade. Como ele não tem uma, pretende levantar os
recursos para a compra de uma através de uma linha de crédito oferecida pelo Banco
FUTURO para universitários. Pretende solicitar um empréstimo de R$ 1.000,00 ao Banco.
Se Marcelo conseguir esse empréstimo, terá de pagar juros sobre o capital C de R$ 1.000,00
que tomou emprestado.
Exemplo 12: Em 10 de dezembro de 2017 João recebeu seu 13º salário. Ele deseja
aplicar parte do valor recebido com o objetivo de ter disponíveis R$ 4.000,00 em
01/07/2018 quando entrará de férias e pretende viajar com a esposa. Tendo se informado
das taxas de juros ele escolhe um título público negociado no Tesouro Direto que lhe
proporcionará obter, após o pagamento de impostos, R$ 4.000,00 em 01/07/2018. Para
isso, ele precisa aplicar R$ 3.880,00 em 10/12/2017. O capital inicial calculado, PV, é,
portanto, R$ 3.880,00. Ele foi obtido trazendo-se o valor final almejado para o valor
presente equivalente, a partir das informações obtidas no Tesouro Direto das condições
praticadas em 10/12/2017 para o preço do dinheiro no tempo.
Na seção anterior, houve a suposição de que as condições vigentes do preço do
dinheiro no tempo implicavam que tomadores de empréstimos de R$ 100,00 deveriam
devolver R$ 105,00 após um mês. Os R$ 5,00 relativos à remuneração que o tomador
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pagará ao poupador são chamados de juro. Juro, portanto, é o rendimento, expresso em
reais, obtido – ou pago – por quem aplicou – ou tomou emprestado – certa quantia.
Quando o juro é dividido pelo valor do capital, é calculada uma taxa, chamada de taxa de
juros.
É importante observar que o juro de R$ 5,00 foi produzido no período de um mês.
Assim, a taxa de juros também deve estar expressa nessa unidade de tempo, ou período.
𝟓
taxa de juros = 𝐩𝐨𝐫 𝐮𝐦 𝐦ê𝐬
𝟏𝟎𝟎
Em geral e daqui por diante nesta apostila o valor calculado para o juro do período t será
representado por J e a taxa de juros por i. Ou,
𝑱
𝒊=
𝐂
A taxa de juros deve ser sempre referida a um período. No exemplo acima temos
que:
𝒊 = 𝟓% 𝐚𝐨 𝐦ê𝐬
E no caso das duas outras condições de empréstimo que supostamente estavam
sendo praticadas, qual era a taxa de juros? Lembramos que para o caso de empréstimos de
dois meses, a cada R$ 100,00 tomados, era necessário devolver R$ 110,00. No caso de
empréstimos pelo prazo de três meses, o valor a ser devolvido deveria ser de R$ 120,00
para cada R$ 100,00 tomados. Usando as definições e convenções sobre juros e taxa de
juros as condições para os empréstimos de dois e três meses de prazo podem ser expressas
conforme as indicações feitas a seguir.
Nos empréstimos de dois meses:
𝟏𝟎
taxa de juros = 𝐩𝐨𝐫 𝐝𝐨𝐢𝐬 𝐦𝐞𝐬𝐞𝐬
𝟏𝟎𝟎
𝒊 = 𝟏𝟎% 𝐚𝐨 𝐛𝐢𝐦𝐞𝐬𝐭𝐫𝐞
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𝒊 = 𝟐𝟎% 𝐚𝐨 𝐭𝐫𝐢𝐦𝐞𝐬𝐭𝐫𝐞
A unidade de tempo à qual se refere a taxa de juros é essencial para a sua completa
definição. Taxas de juros sem a devida unidade de tempo é um erro grave, pois impede
que se proceda qualquer análise financeira com base nesse valor. Se, por exemplo, há
apenas a informação de que a taxa de juros é de 3%, como seguir com os cálculos e
comparações? Há muita diferença entre pagar/receber 3% por mês e pagar/receber 3%
por ano.
A informação de qual é o período de referência da taxa de juros é simplificada pelo
registro de duas letras colocadas logo após seu valor. Usualmente os períodos de tempo a
que se referem as taxas de juros são expressos de forma abreviada como indicado a seguir
para os períodos mais comumente referidos:
• a.d. ou ad = ao dia
• a.m. ou am = ao mês
• a.b. ou ab = ao bimestre
• a.t. ou at = ao trimestre
• a.q. ou aq = ao quadrimestre
• a.s. ou as = ao semestre
• a.a. ou aa = ao ano
Assim, podemos resumir as condições vigentes nas hipóteses que foram
estabelecidas para o mercado de empréstimo:
𝒊 = 𝟓% 𝐚. 𝐦
𝒊 = 𝟏𝟎% 𝐚. 𝐛
𝒊 = 𝟐𝟎% 𝐚. 𝐭
As taxas de juros podem ser expressas em termos percentuais ou na sua forma
unitária. Em decorrência da facilidade de raciocínio que proporciona, o formato
percentual é universalmente usado. Esse formato será encontrado em diversas publicações
sobre taxas de juros nos jornais, sites, contratos, livros, artigos etc. É tão frequentemente
usado que algumas calculadoras financeiras já fazem a necessária divisão do valor i da taxa
digitada por 100, trocando para a formato unitário, que será usado em todas as contas. No
entanto, é necessário sempre certificar-se do uso do formato unitário nos cálculos
matemáticos que envolvam taxas de juros. Como as fórmulas são construídas assumindo
o formato unitário, antes de começar as contas deve-se transformar as contas para esse
formato, a menos que se esteja utilizando uma calculadora que faz isso automaticamente.
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A tabela a seguir resume as taxas que supomos, nos exemplos anteriores, estarem
sendo praticadas no mercado de empréstimo de dinheiro e seus significados:
Capital Inicial Juro Taxa de juros (%) Unidade de Tempo Taxa de Juros (Un)
100 5 5% ao mês 0,05
100 10 10% ao bimestre 0,10
100 20 20% ao trimestre 0,20
Exemplo 13: Imagine, para considerar um exemplo bem simplificado, que existem
duas alternativas de aplicação:
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O custo de oportunidade da aplicação no banco A será de 11% a.a. e o custo de
oportunidade de aplicar no banco B será de 15% a.a. Na avaliação econômica dessas
hipóteses, o resultado da aplicação no banco A, reduzindo-se o custo de oportunidade, é
positivo. Já a avaliação da aplicação no banco B resulta em um valor econômico negativo,
quando considerado o custo de oportunidade.
Exemplo 14: Existem somente duas alternativas de investimentos que estão sendo
consideradas:
• Sejam realistas;
• Sejam exequíveis na data da decisão;
• Tenham condições gerais compatíveis e comparáveis com o projeto analisado,
em particular no que se refere ao volume de capital do projeto analisado.
Havendo mais de uma alternativa de investimento, a escolha de uma delas implica,
na maioria dos casos, descartar as outras; nesse caso, o custo de oportunidade da
alternativa que for escolhida é o valor – ou a taxa – de remuneração melhor dentre as que
foram abandonadas.
Sempre que se configurar um resultado inferior ao custo de oportunidade, a
alternativa de investimento que o gerou é considerada economicamente inviável. Em
princípio, daqui por diante, vamos considerar nos exemplos apenas alternativas
economicamente viáveis.
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Mesmos assim, sempre que existirem problemas de escolha entre várias alternativas
de ação, estará presente o conceito de custo de oportunidade. Ao analisar várias
alternativas de ação, a decisão será sempre apoiada no critério do benefício frente ao
sacrifício das alternativas.
Exemplo 15: Considere que você disponha de uma quantia de R$ 5.000,00 e deseje
selecionar uma aplicação para esses recursos. Em conversa com o gerente de sua conta
bancária, você recebe uma oferta de um CDB de 30 dias, que renderá 0,5% a.m. Você
então busca identificar as alternativas a esse investimento, e descobre que a taxa Selic se
encontra em 0,57 %a.m. A diferença das taxas mostra que o CDB é economicamente
inviável, e com base nessa informação você decide investir em um título Tesouro-Selic no
Tesouro Direto.
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Exemplo 16: Dois amigos decidem começar um pequeno negócio, juntando
recursos próprios. Depois de iniciado o empreendimento, convidam um terceiro amigo,
João, apresentando para ele o negócio e a perspectiva de rendimentos. Para participar da
iniciativa, João teria que aportar no empreendimento um total de R$ 25.000,00, e a
previsão de retorno é de 9% em um ano. Como alternativa, João identificou que existia
um título com rendimentos atrelados a Selic cujo retorno líquido seria 9%. Ao considerar
o custo de oportunidade, João agradeceu a oferta dos amigos, e decidiu pelo título atrelado
a Selic.
1.8.2 A Inflação
Inflação é a alta frequente e generalizada dos preços de bens e serviços da economia.
A inflação é um elemento de grande preocupação para os agentes que decidem poupar
parte de sua renda para consumir mais que seus ganhos no futuro. A preocupação ocorre
porque a subida dos preços pode impedir que se adquira no futuro, utilizando os recursos
poupados, os bens e serviços os quais se abriu mão do consumo no presente. Em
decorrência da inflação, poupar pode gerar perdas quando se utiliza como parâmetro o
total de bens e serviços que poderão ser adquiridos nos diversos momentos do tempo.
Pela própria definição, pode-se considerar a inflação como um custo de
oportunidade para os poupadores. Como a alternativa a poupar é gastar todos os recursos
no próprio período que foi recebido, em ambientes econômicos com altas generalizadas
de preços, será possível adquirir maior quantidade de bens e serviços caso se opte por
gastar imediatamente o dinheiro. Caso haja previsão de aumento de preços, o total de bens
e serviços que se pode adquirir no presente deve ser um custo de oportunidade que precisa
levado em consideração na decisão de poupar. O caso de deflações, ou queda
generalizadas de preços, seriam um custo de oportunidade positivo, pois possibilitariam
aos poupadores comprar mais bens no futuro que no presente. Como esse caso é uma
situação excepcional e macroeconomicamente indesejável, ele não será aqui considerado.
Voltando ao caso de economias com inflação, mesmo que em níveis baixos, e sendo
as taxas inflacionárias um custo de oportunidade para quem poupa, a decisão de poupar
requer que a taxa de juros seja superior à taxa de inflação. Somente assim a alternativa de
poupar terá um valor econômico positivo. Esse valor é a diferença entre a taxa de juros
proveniente da aplicação dos recursos poupados e o custo de oportunidade decorrente da
desvalorização do dinheiro no período da aplicação devido à taxa de inflação.
Pelas razões expostas, a diferença entre a taxa de juros e a taxa de inflação é um
importante indicador para as decisões financeiras e por isso recebe uma denominação
específica: taxa de juros real. Ela indica para aplicadores e tomadores de recursos,
respectivamente, a rentabilidade ou o esforço de pagamento representados por uma cesta
de bens e serviços envolvidos na operação financeira. Enquanto taxas de juros reais altas
estimulam o aumento de recursos poupados e a aplicação de recursos, reduz o interesse
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por empréstimos devido à quantidade de bens e serviços que se terá de abrir mão no futuro
para pagar os empréstimos.
Exemplo 17: considere que num dado momento uma família tenha a sua disposição
R$ 100 e a possibilidade de comprar um determinado bem pelo valor de R$ 1,00.
Considere que a mesma família sabe que se postergar a compra para um período
subsequente, terá a sua disposição R$ 108 para gastar, mas terá que pagar R$ 1,20 pelo
mesmo bem, devido aos efeitos da inflação. A família está disposta a comprar toda a renda
em unidades do bem, e deseja saber se deve efetuar a compra hoje ou poupar os recursos
para comprar no segundo momento. Vamos aos cálculos:
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O período de capitalização é, em alguns casos, também chamado de período
financeiro. Essa é uma informação importante pois define para qual período o juro deverá
ser calculado com vistas à incorporação ao capital. Em muitas situações não se faz menção
clara ao período de capitalização de uma operação financeira. Isso ocorre em duas
situações: quando as regras da operação em questão são de amplo conhecimento das
partes; ou quando esteja implícito na negociação que o período financeiro coincide com a
periodicidade expressa na taxa de juros.
Um exemplo do primeiro caso são as operações overnight, ou por um dia. Nessas
operações negociam-se taxas expressas ao ano, mas está implícito na modalidade do
negócio o prazo de capitalização de um dia. No segundo caso, por exemplo, se nada
mais for dito, uma operação de empréstimo com cinco anos de prazo fechada a 35% a.a.,
contém implícita a informação que os juros de 35% serão calculados na periodicidade
anual sobre o capital. Terá, portanto 5 períodos de capitalização, ou n = 5.
Em situações como a do exemplo das operações overnight, quando a taxa de juros é
expressa em periodicidade diferente do período financeiro, é importante ressaltar que,
antes de se iniciar o cálculo do valor do juro sobre o capital, é necessário realizar a
conversão da taxa disponível para o período de capitalização definido. Ou seja, nos
cálculos dos juros é importante assegurar-se que a taxa de juros e o período de
capitalização inseridos nas fórmulas estão nas mesmas unidades de tempo. Essas
conversões serão demonstradas de forma detalhada mais à frente.
Suponhamos que no exemplo do empréstimo de cinco anos de prazo e 35% a.a. de
taxa de juros as partes tivessem pactuado capitalização mensal. Como o período financeiro
é diferente da periodicidade expressa na taxa de juros, é necessário encontrar a taxa
equivalente mensal da taxa de juros anual para só então iniciar os cálculos dos juros
mensais sobre o capital. Serão no total 60 períodos de capitalização, ou n = 60.
A taxa expressa em periodicidade diferente do prazo de capitalização é chamada de
taxa nominal e a taxa com a mesma periodicidade do prazo de capitalização é a taxa
efetiva.
Embora tenham sido utilizados exemplos que refletem situações reais onde os
períodos de capitalização estão implícitos na negociação das operações, isso não deve ser
interpretado como um desprezo à importância do parâmetro. Pelo contrário, um mal-
entendido entre as partes de uma operação sobre o período de capitalização pode gerar
grandes diferenças financeiras a ambos. Por isso, no caso de dúvidas não se deve hesitar
na confirmação do entendimento único entre as partes sobre o período financeiro e a
periodicidade em que a taxa de juros está sendo expressa. Tudo isso também deve estar
claro nos contratos formais ou nos manuais e regulamentos emitidos pelas autoridades
para regulamentar as operações.
Exemplo 18:
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capital e os juros do período anterior. Por essa razão é usual a referência aos juros
compostos como a de “juros sobre juros”. Como o capital inicial cresce a cada período de
capitalização, no regime de capitalização a juros compostos os juros serão também maiores
a cada período.
Na capitalização contínua se supõe que os juros são capitalizados e pagos em
intervalos infinitesimais de tempo. Após um período infinitesimal de capitalização, supõe-
se que o capital tem os juros incorporados e esse novo capital passa a ser a base para
receber os juros do próximo período. Ou seja, em regime semelhante ao dos juros
compostos da capitalização discreta, mas em períodos infinitesimais e contínuos.
A capitalização continua é um recurso utilizado na elaboração de modelagens
matemáticas, pois nela alguns problemas presentes na capitalização discreta, como a dos
intervalos iguais mencionada anteriormente, não ocorrem. Algumas pesquisas e avaliações
cujos modelos utilizam capitalização continua são orientadas para os seguintes problemas:
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38
2. Juros Simples
O funcionamento do regime de capitalização simples é o primeiro a ser abordado.
Na capitalização simples, em todos os períodos financeiros, a taxa de juros incide somente
sobre o capital inicial.
𝑽𝑭𝒏 = 𝑪 + 𝒏𝑱
Mas sabendo que J = iC, pode-se substituir o termo C pelo seu equivalente:
VFn = C + niC, o que pode ser simplificado para:
𝑽𝑭𝒏 = 𝑪 (𝟏 + 𝒊𝒏)
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Exemplo 1: Observe a evolução do valor futuro de um capital inicial de R$100,00
aplicado por cinco períodos à taxa de 10% por período sob o regime de capitalização
simples:
n Cn Jn = i . Cn VF n
0 100
1 100 10 VF 1 = C + J = 100 + 10
2 100 10 VF 2 = C + J + J = 100 + 10 + 10
3 100 10 VF 3 = C + J + J + J = 100 + 10 + 10 + 10
4 100 10 VF 4 = C + J + J + J +J = 100 + 10 + 10 + 10+ 10
5 100 10 VF 5 = VP . (1 + 5 . i ) = 100 . (1 + 0,1 . 5) = 100+ 50
40
A fórmula geral que estabelece a relação entre as variáveis relevantes no regime de
juros simples, possibilita o cálculo não somente VFn, mas, por meio de transformações
algébricas, obtêm-se facilmente C, i e n, desde que os demais parâmetros sejam
conhecidos. A partir da fórmula VFn = (1 + in), seguem as transformações algébricas
para o cálculo de cada uma dessas variáveis e exemplos de problemas financeiros nos quais
há a necessidade de encontra-las.
a) Variável desconhecida C: por exemplo, pretendendo acumular um montante,
VFn, ao longo de n períodos de capitalização e sabendo a taxa de juros, qual o valor
do capital inicial necessário?
𝑽𝑭𝒏
𝑪 =
(𝟏 + 𝒊𝒏)
b) Variável desconhecida i: por exemplo, sabendo que ao final de n períodos
receberá um valor, VFn, e necessitando, no período 0, obter um empréstimo C qual
a taxa máxima de juros que permitirá pagar o empréstimo utilizando apenas o valor
a ser recebido?
𝑽𝑭𝒏 – 𝑪
𝒊 =
𝑪𝒏
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c) Variável desconhecida n: por exemplo, pretendendo acumular um montante,
VFn, a partir de um capital inicial disponível e conhecendo a taxa de juros, qual é o
prazo da aplicação necessário para se atingir o objetivo:
(𝑽𝑭𝒏 – 𝑪)
𝒏 =
𝑪𝒊
42
simples, devido à incidência de juros apenas sobre o capital inicial, a taxa efetiva é
proporcional à taxa nominal, conforme demostrado a seguir.
Seja VFAn o montante que resulta da aplicação do capital C pela taxa nominal i1 por
n1 períodos, ambos expressos na mesma periodicidade. Seja VFBn o montante que resulta
da aplicação do capital C pela taxa nominal i2 por n2 períodos, ambos expressos na mesma
periodicidade. Dada a condição que o intervalo de capitalização t1, produto da
periodicidade pelo número de períodos, seja igual a t2, qual a taxa de juros i2 de tal forma
que VFAn = VFBn?
𝑉𝐹𝐴𝑛 = 𝐶 (1 + 𝑖1 𝑛1 )
𝑉𝐹𝐵𝑛 = 𝐶 (1 + 𝑖2 𝑛2 )
𝑉𝐹𝐴𝑛 = 𝑉𝐹𝐵𝑛
𝑡1 = 𝑡2
𝑡1 = 𝑛1 𝑝1
𝑡2 = 𝑛2 𝑝2
𝑛1 = 𝑛2 𝑝2 /𝑝1
Igualando VFAn e VFBn e substituindo a relação entre os prazos, temos que:
𝐶 (1 + 𝑖1 𝑛1 ) = 𝐶 (1 + 𝑖2 𝑛2 )
Assim,
𝒊𝟐 = 𝒊𝟏 𝒑𝟐 /𝒑𝟏
Exemplo 4: Um empréstimo com seis meses de prazo foi realizado com taxa de
juros de 12% a.a., no regime de capitalização simples. Qual é a taxa efetiva do empréstimo,
ou seja, a taxa a.s.?
Utilizando i2 = i1p2/p1, temos que:
i2= 12% a.a.
p1 = 2 (representando que em um ano há dois períodos de seis meses)
p2 = 1 (representando 1 ano, periodicidade da taxa nominal)
Assim,
i2 = 6% a.s.
43
12% ao ano é proporcional a 6% ao semestre na proporção inversa a das
periodicidades as quais as taxas são expressas.
Da mesma forma, 1% ao mês é proporcional a 12% ao ano. Para obter a taxa de
juros equivalente, no regime de capitalização simples, basta multiplicar a taxa a ser
transformada pela razão das periodicidades da taxa que se deseja obter pela taxa conhecida.
Exemplo 6: Pedro fez um investimento que promete remunerar seu capital a 15%
a.a, em regime de juros simples. Se ele pretende manter o seu capital de R$ 1.000,00
investido por 60 dias apenas, que montante receberá ao final desse prazo?
Temos:
i = 15% a.a.
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n = 60 dias
C = 1.000,00
A taxa de juros para 60 dias, no caso do cálculo do juro comercial, será:
𝑖60𝑑 = (60 ÷ 360) 𝑥 0,15 = 0,025
O montante será: R$ 1.000 x 1,025 = 1.025
Para o caso do cálculo do juro exato,
𝑖60𝑑 = (60 ÷ 365) 𝑥 0,15 = 0,02466
45
𝑉𝐹𝑛
Utilizando a fórmula 𝐶 = calcula-se C, para os compromissos A e B
1 + 𝑖𝑛
2.200
𝐶𝐴 = = 2.000
1 + 0,1𝑥1
2.800
𝐶𝐵 = = 2.000
1 + 0,1𝑥4
Uma vez que CA = CB, os dois compromissos são equivalentes no regime de juros
simples.
Conhecer o conceito e a forma de calcular capitais equivalentes é particularmente
importante quando se necessita renegociar a forma de pagamento de uma determinada
dívida, ou mesmo saber se uma nova forma de pagamento equivale às condições originais
contratadas. No caso do regime de juros simples, essa avaliação é feita a partir da
comparação dos valores das formas de pagamento, a original e as propostas, calculadas
para a data focal 0.
Exemplo 8: Em 2015, Manuel fez um empréstimo de dinheiro a José que usou todo
esse capital para comprar uma carrocinha de pipoca. Com base no ganho que esperava
obter como pipoqueiro, José prometeu liquidar essa dívida em três pagamentos:
R$ 1.500,00 em seis meses; mais
R$ 3.000 em um ano; mais
R$ 2.000,00 em 18 meses.
Passados três meses, José conseguiu um ponto de venda muito bom, na porta de um
cinema, e isso fez com que seus ganhos aumentassem bastante. Ele quis então saber
quanto precisaria pagar para saldar essa dívida decorridos os três meses de empréstimo.
Supondo que Manuel e José tivessem pactuado a adoção do regime de capitalização
simples e taxa de juros de 1,5% a.m., qual seria o valor que liquidaria a dívida em três
meses?
Em primeiro lugar, é necessário calcular o valor do capital referente ao pagamento
originalmente pactuado. Posteriormente o valor presente deverá ser capitalizado por três
meses, n = 3. Ambos os cálculos devem utilizar taxa de juros i = 0,015 a.m.
46
𝑉𝐹𝑛
Utilizando 𝐶 = para cada um dos pagamentos pactuados, temos:
1 + 𝑖𝑛
1.500
R$ 1.500,00 em seis meses, 𝐶 = = 𝑅$ 1.376,15
1 + 0,015𝑥6
3.000
R$ 3.000 em um ano, 𝐶 = = 𝑅$ 2.542,37
1 + 0,015𝑥12
2.000
R$ 2.000,00 em 18 meses 𝐶 = = 𝑅$ 1.574,80
1 + 0,015𝑥18
Como José pretende liquidar esse empréstimo decorridos três meses, é preciso incluir
os juros desses 3 meses no pagamento único que fará:
Utilizando VFn = C (1 + in), temos que
VF3 = 5.493,32 (1 + 0,015 x 3) = 5.740,52, que é equivalente ao conjunto de 3
pagamentos originalmente combinado.
47
desconto até o vencimento do título. Os valores encontrados, referentes aos juros de cada
parcela de pagamento futuro são então reduzidos do valor presente, resultando na quantia
que será disponibilizada ao tomador do empréstimo. Esse método efetua cálculos com
valores referentes a vários períodos diferentes, desprezando o fato de que não se tratam
de dinheiros expressos em preços iguais.
Em resumo, enquanto o desconto racional utiliza o valor presente para o cálculo dos
juros, o desconto comercial toma o valor futuro como base de cálculo dos juros. Por isso,
a primeira forma é chamada de desconto “por dentro” enquanto a segunda é denominada
“por fora”.
Seja VF o Valor Final ou Nominal de um título que vai ser descontado em um banco
à taxa i, n períodos antes do seu vencimento. A partir da fórmula inicial de Juro Simples J
= VPin e colocando VF no lugar de VP, segundo a definição do Desconto Comercial ou
Bancário, DB, teremos que:
𝑫𝑩 = 𝑽𝑭𝒊𝒏
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𝐷𝐵 = 𝑉𝐹𝑖𝑛
5.000 = 15.000 . 𝑖 . 1
5.000/15.000 = 0,3333 a.m. ou 33,33% a.m.
Na operação, a empresa abriu mão de receber R$ 15.000,00 após 30 dias para ter R$
10.000,00 imediatamente.
𝐶 = 15.000 – 5.000 = 10.000
A taxa efetiva mensal ou taxa de desconto racional mensal paga pela empresa foi:
𝑖 = (𝑉𝐹𝑛 – 𝐶)/𝐶𝑛
VF = 15.000,00
C = 10.000,00
15.000 – 10.000
𝑖 = 𝑥 1 = 0,5 𝑎. 𝑚. 𝑜𝑢 50% 𝑎. 𝑚.
10.000
Percebe-se assim que o desconto comercial e o desconto racional podem produzir
taxas substancialmente diferentes. No entanto, as taxas relevantes para a tomada de
decisão, uma vez que estão amparadas no conceito de custo de oportunidade, são as
baseadas no desconto racional.
Exercícios de Fixação
a) 15% a.a.
b) 20% a.a.
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c) 10% a.a.
d) Igual à taxa efetiva da operação
a) R$ 15.000,00
b) Igual a diferença entre os fluxos capitalizada por igual período ao dos projetos
c) R$ 150.000,00
d) - R$ 15.000,00
a) R$ 3.675,00
b) R$ 3.850,00
c) R$ 3.858,78
d) R$ 3.174,60
5) Um capital de R$ 5.000 reais, aplicado a juros simples com uma taxa de 5% ao mês,
resultou no montante de R$ 7.500 reais após certo tempo. Qual o tempo da
aplicação?
a) 8 meses.
b) 11 meses.
c) 12 meses.
d) 10 meses.
6) As taxas de juros 12% a.a., 10% a.b. e 3% a.t. equivalem a quais taxas de juros
mensais proporcionais?
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7) A taxa de juros de 6% a.a equivale a qual taxa quadrimestral?
a) 2%
b) 1,5%
c) 2,5%
d) nenhuma das anteriores
a) 108% a.t.
b) 36% a.m.
c) 36% a.t.
d) 105% a.t.
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