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APOSTILA INSS – RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO

1. CONJUNTOS NUMÉRICOS 1.1. CONJUNTO UNIVERSO

Podemos dizer que um conjunto é qualquer coleção de objetos. É muito comum a expressão “conjunto universo”. Geralmente a
Assim, poderíamos dizer que, abaixo, temos o conjunto dos utilizamos para indicar todos os elementos com os quais se
estados do Norte: pretende trabalhar.

{Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima, Tocantins, Amapá, A título de exemplo, considere que, em uma empresa, deseja-se
Acre} determinar um valor x que atenda a uma necessidade da firma.

Podemos também formar o conjunto dos jogadores brasileiros que A partir de várias considerações, conclui-se que x deve ser menor
já ganharam o prêmio de melhor jogador pela Fifa: que 10. Seja A o conjunto formado por todos os valores de x que
atendem a esta especificação. Pergunta: qual é o conjunto A?
{Ronaldo; Ronaldinho Gaúcho; Rivaldo; Romário; Kaká;
Marta} A resposta vai depender do conjunto universo com o qual se está
trabalhando.
E poderíamos formar inúmeros outros conjuntos. Então é isso.
Conjunto é um grupo de objetos. Por exemplo, se x for o número de máquinas que podem estar
operando simultaneamente, sem comprometer o gerador próprio
Para representar um conjunto, nós geralmente utilizamos uma da empresa, então x só pode assumir valores naturais. Nosso
letra maiúscula do alfabeto. Voltando ao primeiro conjunto conjunto universo seria o conjunto dos números naturais.
apresentado, podemos dizer que se trata do conjunto A:
Neste caso, a resposta seria:
A = {Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima, Tocantins,
Amapá, Acre} A = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}

Cada um dos estados acima é um elemento do conjunto A. Para Outro exemplo. Se x for o número de luvas de segurança que a
indicar que um elemento faz parte do conjunto, nós dizemos que empresa vai distribuir para cada funcionário, sem extrapolar o
ele pertence ao conjunto. orçamento com itens de segurança, então x só pode assumir
valores naturais e pares (pois as luvas sempre são usadas aos
Deste modo, o estado do Pará pertence ao conjunto dos estados pares). Este é nosso conjunto universo. Neste segundo caso, a
do Norte. Ou seja, o estado do Pará pertence ao conjunto A. resposta seria:
Usando símbolos, esta frase fica assim:
A = {0, 2, 4, 6, 8}
Pará ∈ A
✓ Exemplo 1
O símbolo “∈” representa a palavra “pertence”. Ele indica que o
elemento em análise (o estado do Pará) faz parte do conjunto A. Seja A o conjunto dos números maiores que 9 e menores que 20.

Podemos usar a mesma representação para qualquer outro Represente o conjunto A nas seguintes situações:
estado: a) quando o conjunto Universo é o conjunto dos números naturais
(ainda vamos falar dos números naturais; por ora, fique com a
Amazonas ∈ A informação de que são aqueles que usamos para contar: 0, 1, 2,
Rondônia ∈ A 3, 4, 5, 6, 7, ...).
Roraima ∈ A b) quando o conjunto Universo é o conjunto dos números primos.
c) quando o conjunto Universo é o conjunto dos números pares.
E assim por diante.
Resolução.
Vamos pensar agora num elemento que não faz parte do conjunto.
O estado de Goiás não pertence à região norte. Ou seja, Goiás não a) A = {10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19}
pertence ao conjunto A. Para representar isso em forma de b) A = {11, 13, 17, 19}
símbolo, nós fazemos assim: c) A = {10, 12, 14, 16, 18}

Goiás ∉ A 1.2. CONJUNTO UNITÁRIO E CONJUNTO VAZIO

O símbolo ∉ representa a expressão “não pertence”. Ele indica O conjunto unitário é aquele que só possui um elemento.
que o elemento em análise não faz parte do conjunto A.
Exemplo: conjunto dos números primos que são pares:
De modo análogo, o estado da Bahia também não pertence ao
conjunto A. {2}

Bahia ∉ A Este conjunto só tem o elemento 2. Logo, é unitário.

O conjunto vazio é aquele que não tem elementos. Ele é descrito


por meio de uma proposição logicamente falsa.

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Segue exemplo dos autores Iezzi e Murakami: conjunto dos (B está contido em A; significa que B é um subconjunto de A)
números ímpares que são múltiplos de 2:
O símbolo “⊂” representa a expressão “está contido”.
{} Vamos dar alguns exemplos:

Temos um conjunto vazio, pois ele não apresenta elementos. Primeiro caso: Segundo caso:
Outra forma de representar tal conjunto é assim: A: {1, 2, 3, 4, 5} X: {1, 2}
B: {1, 2, 3} Y: {1, 2}

Nos dois casos acima é correto usar a expressão “está contido”.
1.3. IGUALDADE DE CONJUNTOS Dizemos que B está contido em A, pois todo elemento de B
também pertence a A. E dizemos que X está contido em Y, pois
Dois conjuntos A e B são iguais quando todo elemento de A todo elemento de X também pertence a Y. De igual modo, Y está
pertence também a B e, além disso, todo elemento de B pertence contido em X.
também a A.
Vejam então que o símbolo ⊂ abarca inclusive o caso em que os
Exemplo: dois conjuntos são iguais entre si.

A = {1, 2, 3}
B = {3, 2, 1}
C = {1, 1, 2, 2, 2, 3}
D = {1, 2, 5} Existem autores que não aceitam a utilização do símbolo ⊂ para
o caso de dois conjuntos iguais entre si.
Notem que A e B têm os mesmos elementos. Apenas alteramos a No exemplo acima, tais autores diriam que:
ordem. Mas a ordem é irrelevante para avaliar a igualdade de
conjuntos. O que importa é que tenham os mesmos elementos. B⊂A
Logo, A = B.
No entanto, eles não diriam que X ⊂ Y, pois tal símbolo não se
Notem que C tem os mesmos elementos de A. Apenas repetimos aplicaria ao caso de conjuntos iguais entre si. Neste caso, eles
alguns deles. Mas isso também é irrelevante. O que importa é que usam outro símbolo: ⊆
A e C têm exatamente os mesmos elementos. Logo, A = C. X⊆Y

Por fim, D tem o elemento 5, que não pertence a A. Além disso, D Dentro desta simbologia, temos:
não contempla o elemento 3, que pertence a A. Por conta disso, D B⊂AB⊂A indica que B está contido em A, e B é menor que A. A
é diferente de A, ou seja, D ≠ A expressão técnica seria: "B está estritamente contido em A"
• X⊆Y: indica que X está contido em Y, sendo admitida inclusive
1.4. SUBCONJUNTOS a hipótese de X = Y

Considere uma sala de aula com oito crianças: João, Maria, Pedro,
Paula, Augusto, Luciana, Leonardo e Luíza. 1.5. CONJUNTOS EM QUE OS ELEMENTOS SÃO
CONJUNTOS
Seja A o conjunto formado por todas as crianças da sala de aula.
Ele é dado por: Um conjunto pode ser formado por elementos isolados. É o caso
do conjunto de todos os alunos da sala:
A = {José, Maria, Pedro, Paula, Augusto, Luciana,
Leonardo, Luíza} A = {José, Maria, Pedro, Paula, Augusto, Luciana,
Leonardo, Luíza}
Pois bem. A partir do conjunto acima, podemos formar outros
conjuntos, menores. Contudo, um conjunto também pode ser formado por elementos
que, na verdade, são outros conjuntos.
Podemos formar, por exemplo, o conjunto dos meninos desta sala
de aula: Seja C o conjunto formado pelas frutas que Maria usa para fazer
salada de frutas.
B = {José, Pedro, Augusto, Leonardo}
C = {banana, maçã, mamão}
O conjunto B é formado apenas pelos meninos.
Seja D o conjunto formado pelas frutas que Alberto usa para fazer
Dizemos que o conjunto B é um subconjunto de A. Isto ocorre salada de frutas.
porque todo elemento que pertence a B também pertence ao
conjunto A. D = {pêra, melão, abacaxi}

Outra forma de indicarmos isso é: B está contido em A. Seja E o conjunto formado pelas duas saladas de frutas:

Assim, dizer que um conjunto está contido em outro significa que E = {C, D}
o primeiro é um subconjunto do segundo.
O conjunto E é formado por elementos que, na verdade, são
Podemos representar isso por meio de símbolos: conjuntos. Poderíamos reescrever E da seguinte forma:

B⊂A E = {{banana, maçã, mamão}, {pêra, melão, abacaxi}}

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Podemos dizer que C está contido em E? Os números que estão dentro do círculo da esquerda pertencem
ao conjunto A. Os números que estão dentro do círculo da direita
Não, não podemos. É errado dizer isso. pertencem ao conjunto B.

Dentro do conjunto E, C é visto como um elemento. Quando Observem que há dois números que pertencem, simultaneamente,
queremos expressar relação entre um conjunto e seus elementos, aos dois conjuntos. Eles estão dentro dos dois círculos ao mesmo
a expressão tempo. São eles: 4, 5.

Correta é: pertence. Dizemos que C pertence a E. Chamamos de intersecção entre A e B ao conjunto dos elementos
Do mesmo modo, não podemos dizer que C é um subconjunto que pertencem simultaneamente aos dois conjuntos. Abaixo
de E. destacamos, em cinza, a intersecção de A e B.

Se isso fosse verdade, ou seja, se C fosse um subconjunto de E,


deveríamos ter o seguinte. Todo elemento de C também deveria
ser um elemento de E.

Vamos pegar a maçã. A maçã é um elemento de C. Sabemos que


o conjunto C é formado pelas frutas que Maria usa na sua salada
de frutas. Como Maria usa a maçã, então a maçã pertence ao
conjunto C.

Pois bem. Vamos ao conjunto E. A maçã pertence ao conjunto E?

Não!

O conjunto E não tem nenhum elemento que seja a maçã. Os


elementos do conjunto E são: C e D. Estes são os únicos dois
elementos de E. Nenhum deles é a maçã.

Só relembrando. O conjunto E é formado pelas saladas de frutas


prontas, acabadas, já preparadas. O conjunto E é formado pela
salada de frutas da Maria e pela salada de frutas do Alberto. Estas
A intersecção é representada pelo símbolo ∩. Deste modo, temos:
duas saladas de frutas é que formam o conjunto E. Ora, nas
saladas de frutas, já prontas e acabadas, não distinguimos mais a
A∩B={4,5}
maçã. Não temos mais maçã, banana, mamão, etc. O que temos
agora é apenas isso: duas saladas de frutas.
Chamamos de união de A com B ao conjunto dos elementos que
pertencem a pelo menos um dos dois conjuntos iniciais. Abaixo,
1.6. OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
em cinza, destacamos a união de A e B.
Considere o universo formado por

U = {1,2,3,4,5,6,7,8,9,10}

Considere ainda os subconjuntos A e B dados por:

A = {1,2,3,4,5}
B = {4,5,6,7}

Podemos representar estes conjuntos por meio do seguinte


diagrama:

A união é representada pelo símbolo ∪. Deste modo, temos:

A∪B = {1,2,3,4,5,6,7}

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A diferença entre A e B corresponde ao conjunto dos elementos EXERCÍCIO RESOLVIDO
que pertencem a A e não pertencem a B. A figura abaixo
representa a diferença entre os dois conjuntos (destaque em De 200 pessoas que foram pesquisadas sobre suas preferências
cinza): em assistir aos campeonatos de corrida pela televisão, foram
colhidos os seguintes dados:

• 55 dos entrevistados não assistem;


• 101 assistem às corridas de Fórmula l;
• 27 assistem às corridas de Fórmula l e de
Motovelocidade;

Quantas das pessoas entrevistadas assistem, exclusivamente, às


corridas de Motovelocidade?

a) 32
b) 44
c) 56
d) 28

COMENTÁRIO:

1º passo: determinar o número total de pessoas que assistem às


corridas
Para isso, precisamos apenas subtrair o número total de
entrevistados dos que declararam não assistir os campeonatos de
Deste modo, podemos dizer que:
corrida.
200 - 55 = 145 pessoas
A−B = {1,2,3}
2º passo: calcular o número de pessoas que assistem apenas às
corridas de Motovelocidade
Também podemos fazer a diferença entre B e A, representada
abaixo:

74 + 27 + (x – 27) = 145
x + 74 = 145
x = 145 - 74
x = 71

Subtraindo o valor de x da interseção dos dois conjuntos,


encontramos o número de entrevistados que assistem apenas às
corridas de motovelocidade.
71 - 27 = 44
B−A = {6,7}
EXERCÍCIOS
A diferença simétrica entre A e B corresponde aos elementos
que pertencem à união, mas não pertencem à intersecção. Assim: 01. Numa entrevista com 240 pessoas sobre a preferência entre
A Δ B={1,2,3,6,7} duas sobremesas, o resultado foi o seguinte: 124 gostam de
sorvete, 116 gostam de chocolate e 23 gostam de ambos os
Finalmente, precisamos estudar o complementar de um sabores. Se cada entrevistado opinou uma única vez, então é
conjunto. O complementar de A, indicado por AC, corresponde a correto afirmar que:
todos os elementos do universo (U), que não pertencem a “A”. Em
outras palavras, U−A a) 227 gostam de pelo menos um dos sabores
b) 15 pessoas não gostam de qualquer um dos sabores
Neste caso: c) 93 pessoas gostam somente de chocolate
d) 103 pessoas gostam, somente de pudim
U – A = {6,7,8,9,10}

4
02. Num prédio residencial com 142 moradores, sabe–se que 58 RACIOCÍNIO LÓGICO PROPOSICIONAL
frequentam a academia e 23 frequentam tanto a academia quanto
a piscina. Se 24 moradores não frequentam nem a piscina e nem 1. ESTRUTURA LÓGICA
a academia, então o total de moradores que frequentam a piscina
é: Em uma primeira aproximação, a lógica pode ser entendida como
a ciência que estuda os princípios e o métodos que permitem
a) 60 estabelecer as condições que validam ou invalidam as chamadas
b) 83 proposições
c) 37
d) 78 Conceito de proposição
e) 54
Chama-se proposição a todo conjunto de palavras ou Símbolos que
03. Assinale a alternativa correta. expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo.

Um conjunto A possui 10 números distintos e um conjunto B possui Além disso, as proposições devem possuir
7 números distintos. Sabendo que o conjunto intersecção entre A - Sujeito e predicado bem definidos;
e B possui exatamente 5 números, então o total de elementos do - Possiblidade de atribuirmos um valor lógico: verdadeiro (V) ou
conjunto A – B é igual a: falso (F).

a) 3 Por exemplo:
b) 4
c) 5 a) Marcelo é alto.
d) 6 b) Salvador é a capital da Bahia.
e) 7 c) Brasília é a capital do Rio Grande do Sul.
Em todas as sentenças acima, podemos atribuir um valor
04. 150 pessoas realizaram um teste com duas questões. Se 70 lógico, podendo ser verdadeiro ou falso
pessoas acertaram somente a primeira questão, 50 pessoas
acertaram a segunda questão e 25 pessoas acertaram as duas,
então o total de pessoas que erraram as duas questões foram:

a) 30 Existem algumas sentenças que não são consideradas


b) 55 proposições, são ditas também sentenças abertas, são
c) 5 elas:
d) 45
a) IMPERATIVAS
05. Sabendo que num total de N pessoas, 25 delas gostam de b) EXCLAMATIVAS
jogar vôlei, 45 gostam de jogar basquete, 18 gostam das duas c) INTERROGATIVAS
modalidades e 20 delas de nenhuma das duas, então o valor de N d) FRASES SEM SENTIDO LÓGICO (EXPRESSÕES VAGAS,
é: PARADOXAIS, AMBÍGUAS)
e) SENTENÇAS ABERTAS
a) 72
b) 90
c) 108 1.1. Princípios Fundamentais da Lógica
d) 68
A Lógica matemática adota os seguintes princípios fundamentais

I. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE: Uma proposição


verdadeira é verdadeira; uma proposição falsa é falsa
II. PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: Uma
01. C proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo
02. B tempo
03. C III. PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: Temos
04. A somente valor lógico verdadeiro e valor lógico falso, não
05. A existe nenhum outro.

Se esses princípios acima não puderem ser aplicados, logo NÃO


podemos classificar a sentença como proposição.

Classificação das proposições

As proposições podem ser classificadas em:

1. Proposição Simples: São formadas por uma única oração sem


conectivos. Representamos por letras minúsculas: a, b, c...

Exemplos:

a) Hoje é sábado
b) Yan é professor de Matemática

55
2. Proposições compostas: Possuem conectivos que ligam as 2. OPERADORES LÓGICOS (REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA
orações. Representamos por letras maiúsculas: A, B, C... E DIFERENÇA ENTRE PROPOSIÇÃO SIMPLES E
COMPOSTA)
Exemplos:
Uma proposição simples é aquela que não pode ser dividida em
a) Se hoje é segunda, então irei trabalhar. proposições menores.
b) Ou Maria irá cursar Matemática ou Física.
Exemplo:
Observação: Os termos em negrito são os alguns dos conectivos p: Pedro é alto
utilizados na Lógica matemática.
A proposição “Pedro é alto”, simbolizada pela letra “p”, é uma
EXERCÍCIO RESOLVIDO proposição simples.

01. (MS/CONCURSOS) Qual das seguintes sentenças é Outro exemplo:


classificada como uma proposição simples?
q: Pedro é rico
a) Será que vou ser aprovado no concurso?
b) Ela é goleira do Bangu. A proposição “Pedro é rico”, simbolizada pela letra “q”, é outra
c) João fez 18 anos e não tirou carta de motorista. proposição simples.
d) Trump é presidente dos Estados Unidos.
Quando juntamos duas ou mais proposições simples, formamos
02. (IBFC) Qual sentença a seguir é considerada uma proposição? uma proposição composta.

a) O copo de plástico. R: Pedro é alto e Pedro é rico.


b) Feliz Natal!
c) Pegue suas coisas. Para juntar as proposições simples, usamos os conectivos
d) Onde está o livro? lógicos. Acima, utilizamos o conectivo “e”.
e) Francisco não tomou o remédio.
São cinco conectivos. Cada um tem um nome e um símbolo. Os
COMENTÁRIOS conectivos são:

01. Resposta: D. • “e”


• “ou”
Analisando alternativa nós temos • “se... então”
(D) É uma frase declarativa onde podemos identificar o sujeito da • “ou... ou”
frase e atribuir a mesma um valor lógico. • “se, e somente se”

02. Resposta: E. Na tabela abaixo relacionamos cada conectivo com seu "nome" e
seu símbolo:
Analisando as alternativas temos:
Conectivo Nome Símbolo
(A) Não é uma oração composta de sujeito e predicado.
"e" Conjunção ∧
(B) É uma frase imperativa/exclamativa, logo não é proposição.
"ou" Disjunção ∨
(C) É uma frase que expressa ordem, logo não é proposição.
"se... então" Condicional →
(D) É uma frase interrogativa. "se, e somente se" Bicondicional ↔
(E) Composta de sujeito e predicado, é uma frase declarativa e "ou...ou" Disjunção exclusiva V
podemos atribuir a ela valores lógicos.
Além disso, é importante saber que existe a negação, cujos
possíveis símbolos são:


¬

Neste primeiro contato com a matéria, vale a pena ter uma noção
do que indica cada conectivo.

2.1. CONJUNÇÃO (e): indica que uma coisa ocorre e uma


segunda coisa também ocorre. Ou seja, ambas ocorrem.

Se eu digo: "Meu irmão mora em Campinas e meu pai mora em


Goiânia", estou querendo dizer que estas duas coisas ocorrem.

Na verdade, o que caracteriza o conectivo "e" é mais a ideia de


que duas coisas ocorrem, e não propriamente a palavrinha "e".
Exatamente por esse motivo o nome técnico para este conectivo é
"conjunção", pois ele me indica que duas coisas ocorrem
conjuntamente.

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Para melhor entendimento, considere a seguinte frase: "Fui à Em outras palavras, sempre que chover o chão ficará molhado.
praia, mas esqueci o protetor solar".
Contudo, o conectivo não nos dá garantia alguma quanto à "volta".
Apesar de não contemplar a palavrinha "e", nós estamos sim Ou seja, só saber que o chão está molhado não nos permite
diante de uma proposição composta pela conjunção, pois o sentido concluir que tenha chovido. O chão pode muito bem ter sido
é o de que as duas coisas ocorreram: molhado por outro motivo. Alguém pode ter aberto uma
mangueira. Ou podemos estar com vazamento na tubulação. Ou
1) eu fui à praia podemos ter jogado um balde de água.
2) eu esqueci o protetor.

Podemos reescrever a frase assim: Fui à praia e esqueci o protetor


solar.
No condicional se p, então q, temos:
2.2. DISJUNÇÃO INCLUSIVA (ou): indica que pelo menos • o condicional afirma que ocorre a ida, assim: p→q (quando "p"
ocorre, "q" também ocorre)
uma das duas coisas ocorre.
• o condicional não dá garantia alguma de que a volta ocorra. Ou
Exemplo: O técnico da seleção brasileira faz a convocação e seja, não temos como afirmar que sempre que "q" ocorra "p"
seleciona, entre outros atletas, os atacantes Romário e Ronaldo. também ocorrerá

Na véspera do jogo ele esconde a escalação, mas garante que pelo


menos um dos dois atacantes estará no time titular, assim: 2.4. BICONDICIONAL (se e somente se)

"O Ronaldo ou o Romário estarão no time titular amanhã" Ele nos indica que duas coisas andam de mãos dadas. Quando
uma ocorre a outra também ocorre, e vice-versa.
Então pode ser que só o Romário seja titular. Ou só o Ronaldo. Ou
ambos, Romário e Ronaldo. O que importa é que pelo menos um Exemplo: Dois eventos são independentes se, e somente se, a
deles estará na equipe titular. Sempre que estivermos diante da probabilidade da intersecção for igual ao produto das
ideia de que pelo menos uma coisa acontece, temos o conectivo probabilidades.
"disjunção".
Estamos dizendo que:
Aqui vale o mesmo recado que demos para o caso da conjunção.
O interessa é a ideia passada pelo conectivo, e não propriamente 1. Sempre dois eventos forem independentes, a
a palavrinha usada. probabilidade da intersecção será igual ao produto
das probabilidades.
Exemplo: 2. Sempre que a probabilidade da intersecção for igual
ao produto das probabilidades, os dois eventos serão
"Ou chove ou faz sol independentes

Acima temos o duplo "ou", indicado por "ou...ou". Esse "ou" duplo Uma coisa acarreta na outra e vice versa.
geralmente é usado para representar a disjunção exclusiva. No
entanto, sabemos que é possível que só chova, é possível só faça Como exemplo, suponha que Ana e Clara sejam amigas
sol, e é possível que chova e faça sol. Tem até o ditado popular: sol inseparáveis. Haverá uma festa e elas só vão se forem juntas, de
e chuva, casamento de viúva. modo que podemos dizer que:

Como estamos diante de um cenário em que pelo menos uma das Ana vai à festa se, e somente se, Clara também for.
coisas ocorre, novamente temos a disjunção inclusiva, ainda
que tenhamos usado o "ou...ou". Sabendo disso, observe agora os seguintes cenários.

Eu adoro esse exemplo de "sol e chuva, casamento de viúva", pela • Estamos na festa e vemos que Ana está lá. Já podemos
simplicidade e pelo apelo do ditado popular. Mas só fazendo concluir que Clara também estará (pois se Ana está, Clara
justiça: o exemplo não é meu. Ele foi retirado do livro Introdução também está, ou seja, vale a ida: Ana→Clara)
à Lógica, do Cezar Mortari. • Estamos na festa e vemos que Clara está lá. Já podemos
concluir que Ana também está (pois se Clara está, Ana
2.3. CONDICIONAL ("se...então") também está, ou seja, vale a volta: Clara →Ana
• Verificamos que Clara não está na festa. Já podemos
Ele nos diz que, quando uma primeira coisa ocorre, a segunda concluir que Ana também não está. Ou seja: não
também ocorre. Clara → não Ana
• Verificamos que Ana não está na festa. Já podemos
Exemplo: concluir que Clara também não está. Ou seja: não
Ana → não Clara
"Se chove, então o chão fica molhado"
Notem que o bicondicional "amarra" suas duas parcelas. No caso
A frase nos informa que, sempre que chove (sempre que a primeira acima, "amarramos" Ana e Clara, de modo que vale a "ida" e vale
coisa ocorre), o chão fica molhado (uma segunda coisa ocorre a "volta". Ou seja, sabendo o que ocorre com Ana concluímos o
também). que ocorre com Clara e vice-versa.

Observem que o condicional nos garante a "ida", assim:

chove ⇒ o chão fica molhado

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2.5. NEGAÇÃO (~) Para resolver os exercícios, você ainda precisa saber que, no
condicional “se P, então Q”, as proposições simples recebem
Deixemos as proposições categóricas de lado, e vamos nos nomes especiais.
concentrar nos casos mais simples.
Exemplo: P é o antecedente.
P: João foi aprovado no concurso da Receita Q é o consequente.

A negação ficaria: Tabela verdade do conectivo “se, e somente se”:

~P: João não foi aprovado no concurso da Receita P Q P↔Q


V V V
Vejam que bastou coloca a negação junto do verbo. V F F
Há alunos que gostariam de escrever a negação assim: F V F
F F V
João foi reprovado no concurso da Receita.

3. TABELA VERDADE DAS PROPOSIÇÕES COMPOSTAS Tabela verdade do conectivo “ou... ou”

A tabela verdade é uma tabela em que combinamos todas as P Q PVQ


possibilidades das proposições simples para ver quais são os V V F
resultados das proposições compostas.
V F V
F V V
A tabela verdade do conectivo “e” é a seguinte:
F F F
P Q P∧Q
Pronto. Para resolver os exercícios de concursos, é só decorar as
V V V
tabelas acima.
V F F
F V F
F F F

O que isto significa? Uso dos termos "se" e "somente se".


Num condicional, o "se" aponta para o antecedente. O "somente
Significa que, quando P for verdadeiro e Q também for verdadeiro, se" aponta para o consequente.
a proposição composta “P e Q” também será verdadeira (ver linha Portanto, são equivalentes as seguintes proposições:
1 da tabela) Se chove, então o chão fica molhado.
Chove, somente se o chão fica molhado.
Quando P for verdadeiro e Q for falso, a proposição composta “P Podemos também escrever omitindo o "então", assim:
e Q” será falsa (linha 2 da tabela). Se chove, o chão fica molhado.
Podemos também escrever as coisas em ordem inversa.
Quando P for falso e Q for verdadeiro, a proposição composta será O chão fica molhado, se chove.
falsa (linha 3). Somente se o chão fica molhado, chove
Veja que em todas as situações o antecedente é "chove" e o
Finalmente, se P e Q forem falsos, a proposição composta será consequente é "o chão fica molhado".
falsa (linha 4).

Pronto. Isso é uma tabela verdade. P Q P∧Q P∨Q P→Q P↔Q PVQ
V V V V V V F
Para os demais conectivos, as tabelas verdade estão abaixo V F F V F F V
indicadas. F V F V V F V
F F F F V V F
Tabela verdade do conectivo “ou”:
3.1. Ordem de precedência entre os conectivos
P Q P∨Q
V V V Quando temos diversos conectivos, costumamos utilizar
V F V parênteses ou colchetes para indicar qual tem precedência. Como
F V V exemplo, considere as duas proposições abaixo:
F F F
P∧ (Q∨R)
Tabela verdade do conectivo “se, então”: (P∧Q) ∨ R

P Q P→Q Na primeira delas, o “ou” tem prioridade, por causa dos


V V V parênteses. Primeiro fazemos “Q ou R”. Depois, pegamos o
V F F resultado disso e fazemos a conjunção com P.
F V V
Na segunda proposição, a conjunção tem preferência. Primeiro
F F V
fazemos “P e Q”. Depois pegamos o resultado disso e fazemos a
disjunção com R.

8
Há situações em que os parênteses são omitidos. Neste caso, Observe a proposição.
temos que saber a ordem de precedência entre os conectivos. A
ordem é: Se p, então q.

• 1º: operador “não” A palavrinha “Se” começa com “S”. E suficiente também começa
• 2º: conectivo “e” com “s”.
• 3º: conectivo “ou”
• 4º: conectivo “se então” A dica é: a proposição que estiver perto do “s” é a condição
• 5º: conectivo “se, e somente se” suficiente.

Nunca vi um material escrito que, nesta relação, me indicasse em


que posição está o conectivo “ou...ou”.

Muito bem, e para que é que a gente precisa dessa ordem de


precedência?

Quando a frase está escrita em linguagem comum (em vez da Essa nomenclatura pode confundir muita gente. Esse “necessário”
utilização da simbologia lógica), não há como colocar parênteses e “suficiente” não tem nada a ver com o uso rotineiro de tais
para indicar qual conectivo deve ser feito primeiro. Neste caso, palavras. Vocês não podem associá-los a uma relação de causa e
seguimos a ordem acima indicada. consequência.

Como exemplo, segue uma proposição que a Esaf trouxe para ser Esta nomenclatura se refere ao comportamento dos valores lógicos
julgada em V ou F: na tabela-verdade.

Roma é a capital da Itália e Londres é a capital da França ou Observe a tabela para a proposição “se p, então q”:
Paris é a capital da França.
p q p→q
Temos um “e” e um “ou”. Seguindo a ordem de precedência, V V V
primeiro fazemos o “e”. Depois fazemos o “ou”. Colocando
V F F
parênteses, ficaria assim:
F V V
F F V
(Roma é a capital da Itália e Londres é a capital da França) ou
Paris é a capital da França.
Como nossa proposição composta é verdadeira, vamos ignorar a
A proposição é composta por um “ou”. segunda linha.

Primeira parcela: (Roma é a capital da Itália e Londres é a capital Analisando as linhas remanescentes, temos o seguinte:
da França)
• Em todas as linhas em que P é verdadeiro, Q também é;
Segunda parcela: Paris é a capital da França. ou seja, na tabela-verdade, P ser verdadeiro é suficiente
para Q também ser;
Observem que a segunda parcela do “ou” é verdadeira. Isto já é • Em todas as linhas em que Q é falso, P também é; logo,
suficiente para que a proposição inteira seja verdadeira. para que P seja verdadeiro, é necessário que Q também
seja (embora isso não seja suficiente).
Notem como a ordem de precedência foi fundamental para
julgarmos a proposição. Deste modo, as expressões “condição necessária” e “condição
suficiente” apenas se referem ao comportamento dos valores
RESUMO lógicos na tabela verdade. Apenas isso.

Ordem de precedência: Em todo caso, é muito útil entendermos os significados de


"necessário" e "suficiente" no dia a dia, pois as questões podem
• 1º: operador “não” querer ligar isso ao comportamento da tabela verdade.
• 2º: conectivo “e”
• 3º: conectivo “ou” EXERCÍCIO RESOLVIDO
• 4º: conectivo “se então”
01. Conforme a teoria da lógica proposicional, a proposição ~P ∧
• 5º: conectivo “se, e somente se”
P é:
Condição necessária e suficiente
a) uma tautologia.
Num condicional P→Q, verdadeiro, dizemos que P é condição b) equivalente à proposição ~p ∨ p.
suficiente para Q. E Q é condição necessária para P. c) uma contradição.
d) uma contingência.
e) uma disjunção.
P→Q p é condição suficiente para q
Se p, então q q é condição necessária para p

Para não confundir quem é necessário e quem é suficiente, uma


dica.

99
02. Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre Contradição é uma proposição composta cuja tabela verdade só
verdadeira, independentemente da verdade dos termos que a apresenta valores lógicos F, independente dos valores lógicos das
compõem. Um exemplo de tautologia e: proposições que lhe dão origem.

a) se Joao e alto, então Joao e alto ou Guilherme e gordo; Exemplo:


b) se Joao e alto, então Joao e alto e Guilherme e gordo; p∧(¬p).
c) se Joao e alto ou Guilherme e gordo, então Guilherme e
gordo; A tabela-verdade desta proposição composta fica:
d) se Joao e alto ou Guilherme e gordo, então Joao e alto e
Guilherme e gordo; p ∼p p ∧∼p
e) se Joao e alto ou não e alto, então Guilherme e gordo.
V F F
COMENTÁRIOS: F V F

01. Resposta: C. Observem a última coluna (destacada em vermelho). A proposição


Basta observar que ~p^p terá tudo “F” na última coluna, composta é sempre falsa, não interessa o que ocorra com as
consequentemente será uma contradição. proposições simples.

02. Resposta: A. Há uma contingência quando não temos nem uma tautologia
Se João é alto, então João é alto OU Guilherme é gordo. Isso nem uma contradição, ou seja, quando a tabela-verdade apresenta
equivale a p → p v q. alguns verdadeiros e alguns falsos, a depender do valor das
proposições que dão origem à sentença em análise.
3.2. TAUTOLOGIA, CONTRADIÇÃO E CONTINGÊNCIA
Exemplo:
Tautologia é uma proposição composta cuja tabela verdade só p↔q
apresenta valores lógicos V, independente dos valores lógicos que
assumem suas proposições de origem. p q p↔q
V V V
Exemplo:
V F F
Ou chove ou não chove. F V F
F F V
Temos duas parcelas
O bicondicional pode ser tanto verdadeiro (quando suas duas
1) Chove (p)
parcelas são ou ambas verdadeiras ou ambas falsas) quanto falso
2) Não chove (~p)
(quando uma parcela é verdadeira e a outra é falsa). Com isso, o
“se, e somente se” não é nem uma tautologia, nem uma
A tabela-verdade desta afirmação fica assim:
contradição. É uma contingência.
p ∼p p V∼p A contingência é a situação mais comum de ocorrer. Ela é a regra
V F V geral. A tautologia e a contradição são exceções.
F V V

Só temos respostas verdadeiras na tabela-verdade,


independentemente dos valores lógicos de “p”. Por isso, a Tautologia: última coluna da tabela verdade é toda V
afirmação “Ou chove ou não chove” é uma tautologia. Contradição: última coluna da tabela verdade é toda F
Contingência: última coluna da tabela verdade tem V e tem F.
p ∼p p V∼p
V F V
3.3. EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
F V V
Existem algumas proposições compostas que apresentam tabelas
A proposição composta é sempre verdadeira: tautologia. verdades idênticas. Quando isso acontece, dizemos que as
proposições envolvidas são equivalentes.
Observação: um caso especial de tautologia ocorre quando temos
um condicional tautológico. Exemplo: Em outras palavras, duas proposições compostas são equivalentes
quando apresentam sempre o mesmo valor lógico,
(p∧q)→(p∨q) independentemente dos valores lógicos das proposições simples
que as compõem.
Se você montar a tabela verdade deste condicional, verá que é
uma tautologia. Quando duas proposições p, q são equivalentes
escrevemos p⇔qp⇔q.
Neste caso, dizemos que as duas proposições compostas têm uma
relação de implicação. Ou seja, p∧q implica em p∨q. A relação de Podemos escrever também como p ≡ q
implicação é representada pelo símbolo ⇒

(p∧q)⇒(p∨q)

10
✓ Principais equivalências lógicas ✓ Primeira equivalência

É possível construirmos inúmeras equivalências lógicas. Para ¬(p∧q)≡(¬p)∨(¬q)


concursos, quatro delas são especialmente importantes:
Para negar uma proposição composta pelo “e”, nós negamos cada
• ¬(p∧q)≡(¬p)∨(¬q) parcela e trocamos o "e" por um "ou".
• ¬(p∨q)≡(¬p)∧(¬q)
• (p→q)≡(¬p)∨q Exemplo:
• (p→q)≡(¬q→¬p)
A negação de “Pedro é alto e Júlio é rico” é “Pedro não é
As duas primeiras equivalências são chamadas de “Leis de alto ou Júlio não é rico”.
Morgan”.
Não é verdade que Pedro é alto e Júlio é rico
Sabendo as equivalências acima, dá para resolver a grande maioria =
das questões de equivalências lógicas. Há algumas questões que (Pedro não é alto) ou (Júlio não é rico)
cobram equivalências diferentes das listadas acima. Falo sobre elas
mais adiante, mas já fazendo o alerta de que é impraticável Vamos fazer passo a passo. Vejam que a primeira frase acima
decorar todas as equivalências possíveis, já que existem infinitas. começa com "não é verdade que". Logo, estamos fazendo uma
Nossa tarefa é memorizar as mais importantes e, caso a prova negação. Estamos negando a proposição "Pedro é alto e Júlio é
apareça com uma equivalência "maluca", sempre dá para resolver rico", que é composta pelo conectivo "e".
a questão usando a tabela verdade.
Como fazemos tal negação?
Para entendermos porque é que duas proposições diferentes são
ditas equivalentes, vamos mostrar que Basta negar cada parcela:

¬(p∧q)≡(¬p)∨(¬q) • "Pedro é alto" dá lugar a "Pedro não é alto"


• "Júlio é rico" dá lugar a "Júlio não é rico"
Para comprovar que estas duas proposições são equivalentes,
basta fazer as respectivas tabelas verdades. Em seguida, trocamos o conectivo por "ou". O que resulta em:
(Pedro não é alto) ou (Júlio não é rico)
Começando pela tabela-verdade de ¬(p∧q)
Aqui cabe uma observação. Tem muita gente que confunde as
p q p∧q ¬(p∧q) coisas.
V V V F
Tem aluno que pensa que “Pedro é alto e Júlio é rico” é equivalente
V F F V a “Pedro não é alto ou Júlio não é rico”. Isso está errado!!!
F V F V
Vejam que elas têm tabelas verdade totalmente opostas:
F F F V
P Q P∧Q ¬(P∧Q)
Agora vamos para a tabela verdade de (¬p)∨(¬q)
V V V F
V F F V
p ¬p q ¬q (¬p)∨(¬q) F V F V
V F V F F F F F V
V F F V V
P Q ¬P ¬Q ¬P∨¬Q
F V V F V
V V F F F
F V F V V V F F V V
F V V F V
F F V V V
Observem as últimas colunas, destacadas em vermelho. Elas são
idênticas!!! Basta comparar as duas colunas em vermelho acima. Elas são
totalmente opostas. Quando uma é V a outra é F, e vice-versa.
Isto mostra que, para qualquer combinação de valores lógicos de
p e q, as proposições ¬(p∧q) e (¬p)∨(¬q) apresentam valores O equívoco dos alunos ocorre por tentarem montar a equivalência
lógicos iguais. Por isso são proposições equivalentes. com as proposições erradas. A equivalência vale para as últimas
colunas de cada tabela. Só quando comparamos a última coluna
Se você realizar o mesmo procedimento, conseguirá verificar que da primeira tabela (¬(P∧Q)) com a última coluna da segunda
todas as demais equivalências apresentadas neste tópico estão tabela ((¬P)∨(¬Q)) é que obtemos valores lógicos iguais sempre.
corretas. Aliás, este é o procedimento padrão para determinar se
duas proposições são equivalentes entre si ou não. Basta montar Segunda equivalência
as tabelas verdade e ver se são iguais.
Outra equivalência lógica importante é:

¬(p∨q)≡(¬p∧¬q)

Para negar um “ou” lógico, nós negamos cada parcela e trocamos


o “ou” por um “e”.

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11
Exemplo: Temos:

A negação de “O governo aumenta os juros ou a inflação sobe” é - primeira parcela: beber


“O governo não aumenta os juros e a inflação não sobe”. - segunda parcela: não dirigir.
Agora vamos trocar a ordem das parcelas, negando-as. Ficamos
Vejam que esta segunda equivalência é muito parecida com a com:
primeira que vimos, o raciocínio é bastante similar. - primeira parcela: dirigir.
- segunda parcela: não beber.
Terceira equivalência

(p→q)≡(¬p)∨q

Podemos trocar um condicional por um "ou". Basta negar a


primeira parcela e manter a segunda.

Exemplo:

Dizer que “Se os juros baixam então eu compro um carro novo” é


o mesmo que dizer (em termos lógicos) que “Os juros não
baixam ou eu compro um carro novo”.

Se os juros baixam então eu compro um carro novo


=
Os juros não baixam ou eu compro um carro novo O grande problema deste exemplo é que, como as frases estão no
formato imperativo (uma ordem para não dirigir), não seriam
Tínhamos um condicional, com duas parcelas: proposições.

• 1ª parcela: Os juros baixam Mas acho que podemos ignorar este problema. Afinal de contas, a
• 2ª parcela: Eu compro um carro novo propaganda é algo ótimo para ajudar a lembrarmos da
equivalência.
Nós negamos a primeira parcela, mantemos a segunda, e
trocamos o conectivo por "ou". Resultado: Negação do condicional

Os juros não baixam ou eu compro um carro novo. Partindo de duas equivalências já vistas, podemos chegar a uma
nova equivalência.
Quarta equivalência
Partimos de:
(p→q)≡(¬q→¬p) ¬(p→q)

Podemos inverter a ordem das parcelas de um condicional, desde Dentro dos parênteses, trocamos o condicional por um "ou".
que façamos as negações. Assim:

Exemplo: ¬(¬p∨q)

Dizer “Se baixam os juros então a inflação sobe” é o mesmo que Agora aplicamos a Lei de Morgan:
dizer, em termos lógicos, que “Se a inflação não sobe então os
juros não baixam”. p∧(¬q)

Um outro exemplo bem legal. Com isso, chegamos a mais uma equivalência:

Lembram daquela propaganda que aparece toda hora na ¬(p→q)≡(p∧(¬q))


televisão? As frases ditas são:
Em palavras: para negar um condicional, basta manter a primeira
Se beber, então não dirija. parcela, negar a segunda, e trocar o conectivo por "e".
Se for dirigir, então não beba.
Equivalências envolvendo o bicondicional
É claro que a ideia da propaganda é reforçar, ao máximo, que
bebida e direção não combinam. Mas, em termos lógicos, não seria (p↔q)≡(¬p↔¬q)
necessário que as duas frases fossem ditas. Isto porque elas são (p↔q)≡(p→q)∧(q→p)
equivalentes!!! ¬(p↔q)≡p∨−−q

Olhem só: A primeira equivalência acima é bem tranquila de visualizar. Segue


a tabela verdade do bicondicional:
Se beber, então não dirija.
p q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

12
A proposição composta só é V quando suas duas parcelas têm Proposição de
Como fazer Resultado
valores lógicos iguais, o que só ocorre nas linhas 1 e 4. origem
Nega primeira
Se negarmos as duas parcelas ao mesmo tempo, elas trocam de parcela: Pedro não é
Quero negar a
alto Pedro não é
valor, mas não mudamos o fato de, nas linhas 1 e 4, elas seguinte proposição:
Nega a segunda alto ou Júlio não é
permanecerão com valores iguais. Oras, onde tínhamos V/V, “Pedro é alto e Júlio é
parcela: Júlio não é rico
passaremos a ter F/F. Onde tínhamos F/F, passaremos a ter V/V. rico”
rico.
Portanto, justamente nas linhas 1 e 4 os valores lógicos das Troca o conectivo: ou
parcelas continuarão iguais entre si, o que dá o mesmo resultado Nega primeira
final. Vejam: parcela: Pedro não é
Quero negar a
alto
seguinte proposição: Pedro não é
p q ¬p ¬q (¬p)↔(¬q) Nega a segunda
“Pedro é alto ou Júlio alto e Júlio não é rico
parcela: Júlio não é
V V F F V é rico”
rico.
V F F V F Troca o conectivo: e
F V V F F Nega a primeira
F F V V V parcela: Os
Se os juros baixam, juros não baixam. Os juros não baixam
então eu compro um Mantém a segunda ou eu compro um
A segunda equivalência também não é tão difícil de guardar. Ela carro novo. parcela: Eu compro carro novo
um carro novo.
nos diz que um bicondicional vale por dois condicionais. Assim:
Troca o conectivo: ou
Nega primeira
(p↔q)≡(p→q)∧(q→p) parcela: Não beba
Se beber, então não Se dirigir, então não
Nega segunda
dirija (*) beba
Isso explica o fato de o símbolo do bicondicional ser uma seta parcela: Dirija
dupla, para os dois sentidos. Vale a ida (p antecedente, q Inverte a ordem
consequente) e vale a volta (q antecedente, p consequente). Tudo Quero negar a
Mantém a primeira:
ao mesmo tempo. Por isso ficamos com a conjunção de dois Os juros baixam
seguinte proposição: Os juros
condicionais. Nega a segunda: Eu
Se os juros baixam, baixam e eu não com
não compro um carro
então eu compro um pro um carro novo
novo
A terceira equivalência também é tranquila. Quando estudamos a carro novo.
Troca o conectivo: e
tabela verdade do bicondicional, vimos que ele só é V se as duas O médico não receita
parcelas tiverem valores lógicos iguais. Para o "ou exclusivo" é O médico receita o
o remédio se, e
justamente o contrário: ele só é V se as duas parcelas tiverem remédio se, e Nega cada parcela.
somente se,
somente se, Rosa Mantém o conectivo
valores lógicos diferentes. Rosa não estiver
estiver doente.
doente.
Como o bicondicional e a disjunção exclusiva têm comportamentos Se o médico receita o
contrários, concluímos que uma é a negação da outra, o que nos O médico receita o Monta dois remédio, então Rosa
remédio se, e condicionais. está doente e se Rosa
leva a:
somente se, Rosa Une os condicionais está doente, então o
¬(p↔q)≡(p∨−−q) estiver doente. com o conectivo "e" médico receita o
remédio.
O médico receita o Não é verdade que:
Troca o conectivo por
remédio se, e ou o médico receita o
"ou exclusivo",
somente se, Rosa remédio, ou Rosa está
fazendo a negação.
estiver doente. doente.

13
13
PORCENTAGEM No presente tópico explicaremos justamente como tratar
de aumentos percentuais.
4. COMPARAÇÃO ENTRE PARTE E TODO
Para melhor entendimento, considere que tenho hoje R$ 20,00.
O símbolo de porcentagem (%) é tão comum em matemática Aplico este dinheiro em um investimento que, dentro de um ano,
financeira que às vezes não nos preocupamos em pensar em "para rende 10%. Ou seja, ao final de 1 ano, meu dinheiro
que ele serve". Afinal de contas, qual a utilidade do símbolo de terá aumentado em 10%.
“%”?
Com isto, estou querendo dizer que, dividindo o aumento pela
O símbolo de porcentagem serve para dar a noção de parte e de quantia inicial, o resultado é 10%.
todo, de uma maneira mais amigável para quem faz a leitura de
qualquer tipo de dado. Aumento20=10%
Aumento=10%×20
Na verdade, ele não serve só para isso. O que dissemos acima é Aumento=2,00
apenas uma simplificação. O símbolo de porcentagem pode ser O aumento foi de R$ 2,00.
usado em situações que não envolvam comparação entre parte e Portanto, após 1 ano eu terei:
todo. Apesar disso, esta é a sua utilização mais frequente, e é a 20+2=22
mais simples, ideal para nos acostumarmos com o conceito de
porcentagem. Visto isso, vamos agora mudar o exemplo, para que possamos
generalizar o resultado. Se, em vez de R$ 20,00, eu
Suponha que você está lendo uma reportagem que informe que tivesse "x" reais, vamos ver como ficaria.
1.000 habitantes da cidade alfa foram contaminados com certa
doença. Aumento x=10%
Aumento=10%×x=0,1x
Pergunta: essa doença é preocupante? Aumento=0,1x

A resposta vai depender da cidade. Se estivermos numa E, após um ano, eu teria:


megalópole com 10 milhões de habitantes, talvez a doença não
seja assim tão preocupante. Do contrário, se estivermos numa x+0,1x
pequena cidade, com 20.000 habitantes, aí a doença é bem
preocupante. Colocando x em evidência:

Vamos considerar o segundo caso. Dos 20.000 habitantes, 1.000 x×(1+0,1)=1,1x


têm a doença. Vamos dividir a parte pelo todo. Vamos dividir o
número de doentes pela população total: E aqui está um resultado muito importante, que é muito utilizado
em matemática financeira, nos tópicos de juros simples e juros
1.00020.000 compostos. Aumentar algo em 10% é o mesmo que
multiplicar por 1,1.
Simplificando:
1.00020.000=120=0,05=5100 Analogamente, aumentar algo em 20% é o mesmo que multiplicar
por 1,2.
Lembrando do significado do símbolo de porcentagem, chegamos
a: E isso vale para qualquer outro aumento.

5% Aumentar algo em 30% é o mesmo que multiplicar por 1,3.


Aumentar algo em 1% é o mesmo que multiplicar por 1,01. E assim
Dizemos que 5% da população têm a doença. Ou seja, de cada por diante.
100 habitantes, 5 estão contaminados.
4.2. REDUÇÕES PERCENTUAIS
Se a reportagem, em vez de informar o número de doentes
(=1.000), tivesse dito que 5% da população está contaminada, de No tópico que trata de "aumentos percentuais", aprende-se que,
imediato teríamos uma noção de quão grande é a parcela afetada para aumentar um valor "x" em 10%, basta multiplicar por 1,1.
pela doença. Analogamente, para aumentar algo em 20%, basta multiplicar por
1,2. E assim por diante.
Dois são os procedimentos importantes, relacionados ao símbolo
de porcentagem. O primeiro é, dado um percentual, sabermos No presente tópico, veremos o procedimento similar, aplicável para
achar a respectiva quantidade. O segundo é o caminho contrário. as reduções percentuais.
Dada uma quantidade, precisamos saber achar o respectivo
percentual. As reduções percentuais são muito comuns no dia a dia. As lojas
gostam de anunciar: "compre tal produto com 10% de desconto".
4.1. AUMENTOS PERCENTUAIS Nas propagandas de produtos alimentícios, o anunciante diz:
"contém 50% menos gordura". Todas estas mensagens tratam da
No nosso dia a dia é muito comum ouvirmos falar em aumentos redução percentual.
percentuais. Nas prateleiras do supermercado, os fabricantes
anunciam: "embalagem com 30% a mais de produto". No Para entendermos o cálculo envolvido, considere que um produto
telejornal o apresentador diz que a gasolina aumentou 10%. E custa 200,00. O comprador pechincha e o vendedor abaixa o preço
assim por diante. em 10%. Qual o novo valor do produto?
A redução no valor é 10% do preço inicial.

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Redução=10% de 200 03. Em certo ano, um passeio foi feito com 2.200 pessoas.
Redução=0,1×200=20 Sabendo-se que, no ano seguinte, a quantidade de pessoas que
fizeram esse mesmo passeio diminuiu 30%, ao todo, qual a
A redução é de R$ 20,00. quantidade de pessoas que diminuiu em relação ao ano anterior?
Com isso, o produto passará a custar R$ 180,00.
Se, em vez de 200,00, o produto custasse X, ficaria assim. a) 600
A redução seria de 10% de X. b) 660
c) 630
Redução=0,1x d) 690

O novo preço seria: 04. Um restaurante aumentou o número de funcionários que antes
x−0,1x era 80 e agora passou a ser 100. Assinale a alternativa que
apresenta o aumento percentual em relação à quantidade inicial
Colocando X em evidência: de funcionários.
x×(1−0,1)
a) 12%
Ou seja, diminuir algo em 10% é o mesmo que multiplicar por 1 – b) 25%
0,1. E isto vale para todos os demais percentuais. c) 20%
d) 30%
Este raciocínio é a base para os descontos comerciais, estudados
dentro de matemática financeira. 05. Uma torradeira que custava R$ 160,00 pode ser comprada com
desconto por R$ 115,20. O percentual do desconto foi de
EXERCÍCIO RESOLVIDO
a) 22%
01. Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à vista. b) 26%
Como não tinha essa quantia no momento e não queria perder a c) 28%
oportunidade, aceitou a oferta da loja de pagar duas prestações d) 32%
de R$ 45,00, uma no ato da compra e outra um mês depois. A taxa e) 45%
de juros mensal que a loja estava cobrando nessa operação era de

a) 5,0%.
b) 5,9%.
c) 7,5%
d) 10,0%.
e) 12,5%.

COMENTÁRIO:

Alternativa E.

Caso ela efetuasse o pagamento à vista, a bolsa seria R$ 85,00,


porém ela pagou R$ 45,00 à vista, e aos R$ 40 restantes foram
acrescentados R$ 5,00, logo basta descobrir qual a porcentagem
que 5 representa de 40. Para isso, basta realizar a divisão:
5 : 40 = 0,125 → 12,5 %

01. Dois vergalhões de ferro medem 168 cm e 140 cm. A medida 01. C
do vergalhão mais longo é maior que a medida do outro vergalhão 02. C
em: 03. B
04. B
a) 10% 05. C
b) 15%
c) 20%
d) 25%
e) 30%

02. O preço de venda de um produto era R$ 15,00. Após um


aumento de 12%, os consumidores pagarão, a mais, nesse
produto, o valor de

a) R$ 1,60.
b) R$ 1,70.
c) R$ 1,80.
d) R$ 1,90.
e) R$ 2,00.

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