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Evitando Tentações 1

Avoiding
Temptation
Avoiding #3

K. A. Linde

Pegasus Lançamentos Apresenta

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Equipe Pégasus Lançamentos:

Envio: Soryu
Tradução: Liliane, Vania, Sandra,
Thais,Samira, Claudia Milo,
Danielle, Larrisa M., Sabrina
Revisão Inicial: Chayra Moom
Revisão Final: Grasiele Santos
Leitura Final: Dra. Libby
Formatação: Cartaxo

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(CM – Revisora Inicial)

Bom, o que posso dizer sobre este livro, é bom, a


história transcorre como os outros livros, a mocinha pensa
mais nos outros que nela, e quando decide tomar as rédeas
da sua vida, ai as coisas mudam, e ela por fim consegue o
que ela sempre quis desde o inicio. Por fim, Lexi vive o amor,
começa a ser realmente feliz.

(GS – Revisora Final)

Dedicatória:

Para a História e Contos de Fada

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Capítulo 1

Presente

O telefone tocou ruidosamente no criado. Lexi gemeu.


Ela não estava pronta para se levantar e ir trabalhar, ainda.
Jogando o braço para fora da cama, ela tentou desligar o
alarme, mas continuou a tocar. Mantendo seus olhos abertos,
ela pegou o telefone do criado mudo.

— Quem é? - Ramsey murmurou, puxando-a de volta


contra ele.

A tela brilhou em sua mão - Jack Howard. Era muito


cedo para isso. Ela tinha que estar no trabalho em breve, e
ela tinha coisas melhores em sua mente.

— Jack.

— É muito cedo. - Ramsey sussurrou, beijando-a no


ombro.

— Você leu minha mente.

Lexi clicou no botão ‘Ignorar’ e deixou ir para o correio


de voz. — Eu retorno mais tarde.

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— Mmm... - Seus lábios viajaram até o pescoço. — É
hora de você se levantar de qualquer maneira.

— Não. - disse Lexi, puxando o lençol branco até os


olhos.

— Vamos lá, você vai se atrasar para o trabalho, - disse


Ramsey, erguendo o lençol de suas mãos.

Ela se contorceu contra ele, sob os lençóis, enrolando


suas pernas nas dele.

— Não é possível, - ela brincou, virando e escondendo o


rosto em seu peito tonificado.

— Ah... Eu posso fazer você se atrasar, - ele murmurou


em seus cabelos castanhos encaracolados.

Seu nariz encontrou o seu ouvido, e ele esfregou


levemente contra ele, fazendo-a contorcer-se para todas as
novas possibilidades.

— Bom, - disse Ramsey. Sua mão se arrastando


levemente por suas costas, antes de descansar
confortavelmente na parte debaixo das suas costas nuas.

Ela beijou seu peito enquanto sentia a tensão se


formando em seus músculos. As mãos de Lexi enrolaram em
seus cabelos, e ela espiou lentamente de volta para ele. O
sorriso em seu rosto era preguiçoso, confortável e tão
incrivelmente cativante. Ela não podia acreditar que depois
de tudo o que tinha passado, ele ainda conseguia olhar para
ela como se ela fosse o maior prêmio que ele já ganhou.

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— Você é tão perturbador, - ela resmungou, puxando
levemente seu cabelo loiro.

— Eu sou o único a tentar tirá-la da cama, apesar de


preferir que você ficasse nela durante todo o dia, - disse ele
antes de beijar sua testa.

— Você vai me atrasar, - brincou ela, puxando mais


forte as mechas de cabelos loiros e puxando os seus lábios
para baixo, para ela.

Ele não discutiu com ela enquanto seus lábios se


fundiam. Ela não conseguia entender como ele sempre tinha
um gosto tão incrivelmente delicioso. Ela não o tinha visto
sair da cama para escovar os dentes, mas o leve gosto de
hortelã permaneceu em seu hálito.

Mordiscando ligeiramente o lábio inferior, Lexi chupou


sua boca. Sua respiração engatou, e ele agarrou seus quadris
com força entre as mãos. Ela podia sentir os músculos
tencionando na parte inferior das suas costas, o que só
aumentou o volume na frente. Deslizando a perna por todo
seu corpo, Lexi montou seus quadris e lentamente começou a
esfregar-se em cima dele. Ele ajudou-a no movimento,
balançando os quadris e empurrando-a com mais força
contra ele. Podia senti-lo crescer para ela através de suas
boxer verdes. Ela não estava muito atrás dele.

— Você não pode ir trabalhar, - ele gemeu em seu


ouvido. — Eu não vou deixar você ir.

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Lexi respondeu, pressionando os lábios nos dele. Ele
sorriu contra os lábios dela, incentivando-a a ir em frente. Ele
tentou empurrá-la, mas ela resistiu, provocando, lambendo
os lábios tão levemente quanto conseguia.

Ele rosnou profundo na parte de trás de sua garganta e


agarrou sua cabeça, esmagando seus lábios. Lexi abriu a
boca, permitindo que suas línguas se conectassem, e ela
respondeu com seu próprio entusiasmo. Envolvendo seus
braços ao redor de seu pescoço, ela relaxou em seu abraço
ansioso.

Ele tirou seus lábios para beijar seu queixo, e ela


passou a ter uma visão do despertador.

— Merda, - ela gritou, se afastando dele.

Ramsey gemeu se aproximando ela.

— Você está falando sério?

— Estou realmente atrasada, se continuarmos, - disse


ela, deitada de lado, ao lado dele. Ela viu seu peito
pesadamente subir e descer. Um sorriso cruzou seu rosto
quando ela percebeu o quão ligado ela o tinha deixado.

— Se você continuar olhando para mim desse jeito... -


Ele parou, passando a mão sedutoramente por baixo.

Ela riu e balançou as pernas para fora da cama.

— Desculpe, eu ainda preciso de um banho.

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— Preciso de um banho de água fria, - ele murmurou,
olhando-a levantar-se sem nada, a não ser uma calcinha
pêssego rendada.

— Bem, você pode ir atrás de mim. Deve ser bom ser


seu próprio patrão, - disse ela, com um encolher de ombros
enquanto caminhava para o banheiro.

— Eu vou deixar você ser minha patroa.

Lexi girou ao redor, seu cabelo balançando por cima do


ombro, ainda olhando para Ramsey. Sua expressão ficou
escandalizada, como se ela não pudesse acreditar que ele
dissesse uma coisa dessas. Ela tentou ficar séria por tanto
tempo quanto possível, mas o olhar diabólico em seu rosto,
quando ele olhou para ela como se estivesse indo comê-la
quebrou sua resolução.

— Tire o seu traseiro daqui, - ele exigiu, realizando


manobras em cima da cama para obter uma melhor visão
dela.

— Você pode olhar para minha bunda quando eu sair


pela porta, - disse ela, fechando a porta do banheiro.

Expressão divertida de Ramsey vacilou e, em seguida,


caiu de seu rosto. Quando Lexi percebeu o que tinha dito, ela
ansiosamente empurrou o cabelo bagunçado atrás da orelha.
Ela não quis dizer isso da maneira que soou, mas com a sua
história, não era exatamente a melhor frase.

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Engolindo em seco, Lexi baixou seu rosto,
envergonhada, indo para o banheiro. Ela sabia que era
estúpido ficar tão nervosa sobre a sua declaração, mas
alguns hábitos são difíceis de quebrar. Eles tiveram muitos
altos e baixos para fazer esse comentário, mesmo que ela não
quisesse dizer isso dessa maneira.

Dois anos não tinham sido suficientes para esquecer


completamente seus relacionamentos anteriores, pelo menos,
não com tudo o que havia acontecido desde então.

Especialmente com o que tinha acontecido no mês


passado...

Ela sabia que seu relacionamento era forte, mas às


vezes, ele não era tão forte como deveria. Às vezes, parecia
que muitas coisas ficavam no meio do caminho de seu
relacionamento.

Suspirando em seus pensamentos, ela ligou o chuveiro


e entrou, deixando a água cair sobre sua cabeça. A água
batia em seu corpo, enquanto ela tentava bloquear a
aparência desolada no rosto de Ramsey. Respirando fundo,
ela segurou a respiração e lentamente contou até dez e depois
soltou. A água quente ajudou a limpar a cabeça e dissolver as
preocupações que ela ainda abrigava. Ela não podia se abater
com tudo que aconteceu no seu passado – afinal era passado.

Uma batida na porta de vidro quebrou-a de seus


pensamentos. Abrindo a porta, ela colocou a cabeça para fora
para ver Ramsey em pé diante dela, ainda vestindo apenas

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boxer verdes. Ela sorriu para ele, pensando que ele iria se
juntar a ela.

— Jack continua chamando, - disse ele, segurando o


telefone para mostrar a ela as duas chamadas perdidas na
tela.

— Por que ele está chamando tão cedo? - Ela


perguntou, com sua testa franzindo.

— Quem sabe? - Disse ele com um leve encolher de


ombros. — Eu pensei que você quisesse chamá-lo de volta,
quando terminar.

— Sim, eu vou. Deixe-me terminar. - Assim que ela


disse isso, seu telefone se iluminou novamente com o nome
de Jack na tela. — Maldição.

— Você quer que eu responda?

Lexi imediatamente começou a sacudir a cabeça.

— Não, eu tenho isso, - disse ela, chegando para trás e


desligando a água. — Não posso nem mesmo terminar o meu
banho.

Ramsey sorriu e entregou-lhe uma toalha. Ela secou-se


tão rápido quanto podia.

— Basta responder, - ela disse a ele, sabendo que ela


iria perder a chamada, se ela esperasse mais tempo.

— Ei, - disse Ramsey atendendo ao telefone. — Sim, ela


está aqui. Só me dê um segundo para ir chamá-la.

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Ramsey estendeu o telefone para Lexi, enquanto ela
apressadamente se enrolava na toalha.

— Obrigada, - ela murmurou baixinho, sacudindo os


cabelos molhados e pegando o telefone de suas mãos.

— Sem problema, - disse ele, tirando sua cueca e


entrando no chuveiro que ela tinha desocupado.

Babaca, ela murmurou para ele, pegando o monitor à


sua frente.

Ele apenas balançou a cabeça e a expulsou para fora.


Ela sabia que isso era vingança por deixá-lo na cama, mas
ela não gostou.

— Oi, Jack, - ela disse alegremente, mostrando a


língua para Ramsey, antes de sair do banheiro.

— Lex, - ele respirou no telefone.

Seu coração parou. Ela e Jack se falavam


regularmente, mas não desta forma. Fazia muito tempo, um
longo tempo, desde que ela tinha ouvido o desespero,
necessidade e desejo em sua voz. Ramsey teria ouvido? Ele
teria percebido? Ela olhou para a porta do chuveiro fechado e,
em seguida, se sentiu mal por isso. Fazia dois anos desde que
ela e Ramsey haviam deixado o casamento de Jack juntos.
Ramsey sabia de tudo. Respirando fundo, ela tentou agir
como se ela não tivesse ouvido também.

— Ei, o que está acontecendo?

— Você tem algum tempo livre hoje? – Ele questionou.


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— Eu realmente não tenho. Eu vou estar atrasada para
o trabalho, - disse ela alegremente, tentando não alimentar o
seu humor.

— E depois do trabalho ou durante a sua pausa para o


almoço?

— O que está acontecendo? - Ela não podia deixar de


perguntar. A curiosidade estava levando a melhor sobre ela, e
ela queria saber o que estava errado.

— Eu só preciso falar com você, - ele murmurou


apressadamente ao telefone.

— Talvez depois do trabalho, - disse ele. Ela


normalmente não perderia tempo, mas algo na voz dele
impediu-a de negar.

— Obrigado, - disse ele, dando um suspiro de alívio.

— Sim, é claro. Jack, - ela começou, sem saber a


melhor forma de proceder, — você está bem?

Ele fez uma pausa antes de responder. Parecia que o


silêncio sempre se arrastava entre eles. Ela sabia a resposta
antes mesmo de ele lhe dizer alguma coisa. Não havia
ninguém que pudesse entender melhor.

— Eu não sei.

— Posso ajudar? - Ela perguntou, preocupada e


confusa.

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— Eu vou lhe encontrar depois do trabalho. Você quer
que eu lhe pegue?

— Não, eu estou de carro, - disse ela. Ela não se


importava de dirigir pela cidade, mas procurar
estacionamento a tirava do sério, por isso Ramsey geralmente
a deixava no trabalho, apenas para evitar o aborrecimento.

— Tudo bem, - disse ele melancolicamente, como se


estivesse ansioso para pegá-la do trabalho.

— Jack, o que está acontecendo realmente? Eu vou


ficar pensando sobre isso e ficar preocupada o dia todo no
trabalho. Eu vou estar distraída, e você sabe que eu tenho
um grande caso, - ela lembrou.

— Eu sei, mas temos que falar pessoalmente. Eu... Eu


não posso falar sobre isso no telefone, - disse ele, com a voz
embargada.

A mente de Lexi estava nadando com as possibilidades.


Ela desejou ter realmente ter acordado na hora certa. Então,
ela não teria que esperar até depois do trabalho para
descobrir.

— Tudo bem. Vejo você depois.

— Até mais, - disse ele, antes de desligar o telefone.

Ramsey saiu nu do banheiro, um minuto depois,


secando seu cabelo loiro com a toalha. Seus olhos
percorreram seu corpo lindo, seu cabelo loiro bagunçado,
seus brilhantes olhos verdes, a sua mandíbula forte, seus

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ombros robustos, até seu abdômen bem definido que ele
trabalhou duro para conseguir, chegando aonde ela
realmente queria olhar.

— Você está me conferindo? - Ele falou como se não


tivesse saído do banho de propósito.

— Sim. Pensando até que horas posso chegar sem levar


uma bronca, - disse ela.

Ramsey riu, enrolando a toalha ao redor da cintura


para cobrir algumas das distrações.

— Eu não quero que você se atrase.

— Pode valer a pena, - ela murmurou, observando-o


entrar em seu armário.

— Então, o que ele queria? - Ramsey falou do outro


quarto.

— Nada, - ela resmungou, não realmente lhe dando


uma resposta.

— Estranho isso, hein?

— Às vezes ele é tão... Jack, - disse ela, colocando um


lingerie de renda creme com um sutiã combinando.

— Ele pode ser qualquer outra coisa? - perguntou


Ramsey.

Lexi entrou no banheiro prendendo seu cabelo para


cima, enquanto contemplava a questão. Poderia Jack ser
outra coisa senão ele mesmo? Era algo que tinha lhe tomado
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uma grande quantidade de tempo nos últimos dois anos. Era
algo que ela realmente não queria pensar agora, com seu
desespero ainda soando em seus ouvidos.

Depois de aplicar a maquiagem para o dia, Lexi


prendeu seu cabelo em um coque apertado no topo de sua
cabeça. Ela achou que pareceria mais profissional em um
tribunal do que seus cachos selvagens.

Ela caminhou de volta para o quarto e vestiu-se com


uma saia lápis e uma blusa de seda verde-menta, rindo por
usar algo ao redor Ramsey.

— Nosso jantar de hoje a noite está confirmado? -


Perguntou Ramsey, espiando do canto do armário, para olhá-
la, enquanto ela jogava em um blazer sobre a blusa.

— Merda, - disse ela, girando ao redor. — Eu pensei


que era amanhã à noite.

Ramsey balançou a cabeça.

— Hoje à noite. Você ainda pode fazer isso?

Lexi mordeu o lábio inferior.

— Eu prometi encontrar Jack, e eu tenho uma


audiência agora...

— Está tudo bem. Podemos agendar para outro dia, -


disse ele, com a sua expressão caindo. Ele desapareceu de
volta em seu armário.

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— Eu não quero, - disse ela, ajustando o paletó. — Nós
vamos fazer dar tempo.

— Claro, - disse ele, voltando para o quarto com uma


camisa branca de botão aberta, revelando seu abdômen
tonificado.

Ela apenas olhou para ele.

— Você vai matar minha vontade mais tarde, - ela


sussurrou, olhando para o seu corpo.

Ele sorriu e caminhou até ela. Ela passou as mãos para


baixo pelos músculos definidos e parou na cintura de suas
calças.

— Você vai cumprir suas obrigações? - ele perguntou,


colocando as mãos em seu coque ainda úmido e trazendo
seus lábios para baixo sobre os dela.

— Claro que vou, - ela murmurou, enquanto se


afastava. — Eu sou uma boa namorada.

— Sim, você é. - Ele roçou o nariz contra o dela. —


Agora, saia daqui antes que você esteja realmente atrasada, -
disse ele, dando um tapa em sua bunda.

~~*~~

O dia no tribunal foi cansativo como sempre. Ela havia


conseguido um emprego na área de direito corporativo, e ela
passava mais tempo no tribunal trabalhando com idiotas do
que ela jamais imaginou ser possível. Esta semana, porém ela

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bateu sua cota com a quantidade de tempo que ela poderia
lidar com tal estupidez. Seus nervos estavam constantemente
no limite, e ela estava voltando para casa apenas para passar
mais tempo trabalhando em um caso que ela não queria
pensar. Ela esperava sair mais cedo do tribunal, mas a
probabilidade disso acontecer era praticamente zero. Ela
nunca tinha encontrado alguém que poderia brigar tão
ferozmente. Metade do tempo, ela se sentia mais como uma
babá de advogado.

Ela já teria passado o caso para um colega há muito


tempo, se não tivesse ganhando uma boa comissão, e ela
queria provar que podia passar por isso. A última coisa que
queria, era ser vista na empresa como a garota que não
consegue lidar com a pressão. Ela estava na empresa há
pouco tempo e eles ainda não a levavam a sério.

No almoço, ela queria arrancar seu cabelo. Nada estava


saindo como havia planejado, e seu cliente estava sendo
completamente não cooperativo. Ela continuou tentando dar
à empresa o aconselhamento jurídico pelo qual eles a
estavam pagando, mas depois eles foram à direção oposta no
seu julgamento.

Tirando seu telefone da bolsa, ela caminhou pelo


corredor tão longe da sala de audiências quanto possível.
Sabia que deveria estar gastando seu tempo almoçando e
revendo seus materiais, mas só queria esquecer todo o resto.

O telefone tocou uma vez, e a voz de Jack encheu


telefone.
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— Ei, Lexi. Eu pensei que você não tivesse tempo para
o almoço.

Ele soou normal de novo, e ela deu um suspiro de


alívio.

— Eu não tinha, - disse ela, abrindo uma porta lateral


para uma sala de reuniões antes de se trancar longe do
mundo exterior.

— Você parece cansada, - ele meditou.

— Obrigada, - ela resmungou. — Eu aprecio isso.

— Foi só uma observação.

— Bem, guarde para si.

— Você está bem, Lexi?

— Sim, - ela disse, inclinando a cabeça no batente da


porta. — Só estressada.

— Eu sei que você está. Se você precisar conversar e


tirar sua mente fora o caso, você sabe que eu estou livre, -
disse ele.

— Eu sei Jack, - ela murmurou baixinho.

— Se você quiser que eu faça alguma coisa por você, eu


faço.

Ela prendeu a respiração e fechou os olhos, contando


até dez antes de liberar a respiração. Não foi por isso que ela

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o havia chamado. Ela sabia que ele estaria lá caso ela
precisasse dele.

— Eu só liguei porque eu não posso encontrar você


depois do trabalho. Eu esqueci que já tinha planos, - ela
disse a ele vagamente.

— Você não pode? - Perguntou ele, a necessidade


preenchendo sua voz mais uma vez. — Lex, eu realmente
preciso falar com você.

— Eu sei, eu sei. E eu quero conversar, mas eu não


posso esta noite. Você pode esperar até amanhã? - ela
perguntou, lutando para acalmá-lo. Ela tinha esquecido
completamente sobre seus planos com Ramsey, e ela já não
tinha tempo suficiente com ele como antes. Ela não podia
cancelar tudo só porque Jack precisava dela.

— Sim, - ele sussurrou. — Sim, isso pode esperar.

Ela quase podia ver o olhar derrotado em seu rosto,


aqueles olhos azuis pedindo e implorando, a inclinação para
frente de sua cabeça.

— Eu vou... Eu vou falar com você amanhã, então.

— Sim, tudo bem, - ele murmurou no telefone.

— Vai dar tudo certo, até então? - ela não podia deixar
de perguntar, sabendo que ele estava para minimizar, de
qualquer maneira.

— Eu vou sobreviver. Você vai fazê-lo através tribunal?

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Foi à vez de Lexi dar de ombros.

— Posso matar os meus clientes?

— Você pode ser sua própria advogada de defesa?

— Sim?

— Então, faça isso. Você é a melhor.

Lexi riu, adorando a brincadeira fácil entre eles. Hoje


foi um daqueles dias em que ela desejou poder sair do
trabalho para ir almoçar com Jack. Quando ele estava por
perto para aliviar o seu humor, era mais fácil esquecer a dor
de cabeça que se tornou quase uma fixação constante neste
trabalho.

— Você é bobo, - ela disse a ele através de seu riso.

— Há esse sorriso. Assim é melhor.

Ela poderia dizer que seu próprio sorriso tinha


retornado.

— Obrigada, Jack.

— A qualquer hora. Eu estou aqui.

— Vejo você amanhã.

— Tchau, Lex.

Ela desligou o telefone, com sua missão cumprida, e


ela voltou para o trabalho insuportável de trabalhar para
esses picaretas corporativos. Às vezes, em dias como hoje, ela
queria abandonar todos e fazê-los lidar com seus casos, por

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conta própria. Eles não valiam todo o trabalho que ela estava
tendo que passar por eles.

Parece que o fato de ela ter planos para esta noite


tornou o dia mais longo do que o habitual. Seu próprio cliente
percebeu como estava impaciente para ir embora do tribunal
naquele dia. Seus pés estavam batendo debaixo da mesa,
suas pernas não paravam de mexer e ela não podia deixar de
verificar continuamente o relógio. Ela praticamente correu
para fora da sala do tribunal, assim que o juiz liberou.

Ela encontrou um lugar para se trocar, pondo algo


mais apropriado e correu por toda a cidade no piloto
automático. Ela pisou fundo no carro, costurando através do
tráfego, em seu caminho para o restaurante.

Pegando o telefone de sua bolsa, apertou o botão para


Chyna.

Ela respondeu ao primeiro toque.

— Chica, - Chyna gritou sobre o ruído no fundo.

Lexi revirou os olhos. Ela amava o sotaque da sua


melhor amiga

— Ei, C. Você já está bêbada?

— Bem, estou no meu caminho, - disse ela com uma


risadinha. — O que há de errado?

— Errado? - perguntou Lexi. Como Chyna sempre


percebe essas coisas?

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— Você acha que eu não conheço você, chica? Vamos,
desembucha!

Lexi sabia que ela era sua melhor amiga, mas às vezes
parecia que Chyna podia ler sua mente.

— Jack me ligou esta manhã.

— E? Isso não é normal?

— Sim. Sim, é, - disse Lexi, tentando descobrir como


explicar. — Mas ele parecia... Jack.

Chyna ficou em silêncio por um segundo. Tudo o que


Lexi podia ouvir era a música de fundo e uma cacofonia de
pessoas falando.

— O quer dizer que ele soava como... Jack?

— É... Quer dizer, eu não sei. Ele apenas disse que


tinha que falar comigo, e ele parecia desesperado. Estou
imaginando coisas?

— Eu diria a você para confiar em seus instintos, mas


seus instintos são péssimos.

— Chyna!

— O quê? Jesus, você acha que ele vai tentar alguma


coisa? Eu vou chutá-lo nas bolas novamente para você, se
você acha que é isso.

— Não, eu não acho que ele vai tentar qualquer coisa.

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— Então, vá vê-lo. Você está no caminho agora? -
perguntou Chyna. — Eu aposto que você está.

— Eu tenho planos para o jantar com Ramsey.

— Você está ansiosa? Você quer pular o jantar? -


Chyna deu uma risadinha.

— Oh, cale a boca. Eu não posso pular o jantar.

— Mas você quer.

— Eu tenho que ir, Chyna. Diga oi a Adam por mim.

— Vou dizer chica. Diga a Ramsey e a Jack Olá por


mim.

Lexi desligou o telefone com um aceno de cabeça.


Chyna tinha uma forma de tranquilizá-la e ao mesmo tempo
joga-la fora do equilíbrio.

Lexi iria descobrir o que fazer com Jack amanhã. Ela já


estava atrasada para o jantar, o que deveria ser sua
prioridade.

Pisando o pé no freio em frente à cabine do valet, Lexi


correu para fora de seu carro e jogou as chaves para o
manobrista. Ele olhou para ela com surpresa quando ela
puxou o vestido para baixo e tomou a direção da entrada. Ela
estendeu a mão e ajeitou os saltos. Ela estava atrasada. Já
estava incrivelmente tarde, e ela se sentia nada menos que
um desastre. Com cachos encaracolados caindo ao acaso do
seu cabelo que ainda estava preso em um coque bagunçado,
que ela usara no tribunal naquela manhã. Sua maquiagem
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ainda estava intacta, mas não tinha verificado recentemente.
Pelo menos seu assistente tinha a lembrado de pegar o,
sobretudo preto e suas sandálias ainda estavam no seu carro.
Pendurou a bolsa no ombro e se preparou para entrar no
restaurante.

O maître lhe deu uma olhada quando ela desfilou para


dentro do restaurante, e então se virou para a loira peituda
diante dela. Lexi rangeu os dentes em irritação. Não queria
lidar com essas pessoas mais do que ela tinha que fazer. A
loira parecia ocupar toda sua atenção, então Lexi apenas
continuou caminhando em direção à sala de jantar.

— Reserva, - ela perguntou, bloqueando seu caminho.

— Bridges, - ela falou com a confiança e a arrogância


de autoridade que ela já tinha observado Ramsey usar.

— Ah... Sra. Bridges, - disse ela, com um sorriso falso.

— Oh! - Disse ela, sem jeito. — Nós não somos


casados.

— Minhas desculpas, - disse ela, respondendo com


desprezo. — Erro comum.

— Sim, - ela resmungou.

Era um erro que já tinha acontecido muito mais vezes


do que ela desejava. Todo mundo a confundia com a mulher
de Ramsey. Eles tinham ido a tantos restaurantes onde isso
aconteceu. Era como se ela usasse um anel de noivado maior
que qualquer coisa! Só porque eles estavam juntos durante

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dois anos, não significava que eles tinham que se casar
imediatamente! Desejou que as pessoas simplesmente
parassem de perguntar a ela! Ela ficava nervosa com anéis.
Por que estragar uma coisa boa, só por um anel? Ugh!

— Alguém vai acompanhá-la ao seu lugar, - disse o


homem, estalando os dedos para uma hostess.

— Obrigada, - disse Lexi, seguindo a mulher esnobe


pelo restaurante.

Vendo tantas pessoas fez Lexi instantaneamente se


sentir desconfortável - casais escolhendo suas comidas, as
mulheres mastigando um pedaço de alface, os homens
olhando para outras mulheres. Era nisso que sua vida estava
se transformando? Ela estremeceu com o pensamento e
tentou empurrá-lo de lado. Ela nunca tinha gostado de
Ramsey pelo seu dinheiro, e muitas vezes ela se esquecia de
quanto rico ele era. Ela estava ganhando um salário
considerável, mas algo sobre a maneira como essas pessoas
estavam agindo hoje arrepiou suas penas. Ela nunca tinha
sido essa pessoa, mas era fácil ver como o dinheiro muda as
pessoas. Segurando seus escrúpulos ela forçou um sorriso no
rosto e tentou esconder sua apreensão.

— Aqui está, - disse a mulher, sorrindo educadamente


para Ramsey.

— Ei, - disse Ramsey. Seu lindo sorriso apareceu em


seu rosto com a chegada de Lexi.

— Ei, - ela falou.


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Ramsey se levantou, passou os braços fortes em volta
dela, e beijou sua testa. Ela respirou seu cheiro, mesmo
durante o mais breve dos abraços, e sorriu para o cheiro
mentolado que ele exalava. Ele não ficou velho.

— É tão bom ver você, - ele murmurou.

Lexi não pode deixar de rir do seu bonito momento de


demonstração pública de afeto. Talvez esses outros casais
pudessem tomar nota e prestar mais atenção um ao outro.
Tomando seu assento na frente dele, Lexi cruzou as pernas
sob a mesa e desdobrou o guardanapo antes de coloca-lo no
colo.

— Então... Você está atrasada, - ele meditou com um


brilho de conhecimento em seus olhos.

— Sim, gastei mais tempo que o previsto no transito.


Sinto muito, - disse ela.

— Você não foi ver Jack? - ele perguntou, meio


brincando.

— Não, eu acabei remarcando com ele, - disse ela,


dando de ombros. — Eu vou falar com ele amanhã, eu acho.

— Bem, eu tomei a liberdade de pedir para nós. Eu


espero que você não se importe - disse ele, apontando para
uma vodka — cranberry colocada à sua frente.

— Não, isso é bom. Eu preciso disso, - disse ela com


uma risada.

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— Achei o máximo. Este caso está tomando um monte
de você.

— As pessoas são implacáveis, - disse ela antes de


saborear sua bebida. — Eu simplesmente não posso pegar
uma pausa. Um cliente idiota após o outro.

— Nos devemos tirar umas férias, - ele disse a ela.

— Isso seria bom, - disse ela, enviando-lhe um sorriso


divertido. — O que você tem em mente? E quando podemos
fazer isso acontecer?

— Quando é que o caso acaba? – Ele questionou.

O olhar em seu rosto mostrava que ele sabia que não ia


ser breve. Ela nem sequer precisava expressar isso. Ela havia
ficado acordada até tarde, trabalhando nele, por muito
tempo.

— Nos vamos depois, - ele acrescentou.

— Claro, - ela murmurou baixinho. Ela tomou outro


gole de sua bebida. — Por que você escolheu este lugar?

— O restaurante?

Ela assentiu com a cabeça.

— Porque você gosta. Você gosta daqui, certo?


Deveríamos ter ido a outro lugar? Nós ainda podemos sair, -
ele murmurou, tentando recuperar-se de um passo em falso
que ele tinha dado.

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— Não, não, está tudo bem, - disse ela rapidamente,
rindo para si mesmo, com a adorável reação dele. — Eu gosto
deste lugar. Embora seja muito elegante. Às vezes, sinto-me
suja quando eu ando aqui dentro.

— Você estava esperando uma reação diferente? - ele


perguntou curioso.

— Deixe-me reformular. Eu não me sinto limpa o


suficiente para comer aqui. Eu me sinto como alguém que
limpa os talheres, - disse ela, levantando e analisando um
garfo polido imaculadamente. — Eu nunca poderia fazer
garfos ficarem tão limpos.

— Que história é essa, Lexi, - perguntou Ramsey,


reagindo do outro lado da mesa e tomando-lhe a mão. Ele
não a soltou, e ele passou o dedo lentamente formando um
oito na parte superior de sua mão.

— Estou cansada, - ela murmurou, olhando para longe


dele, — e eu não consegui almoçar. Estou apenas irritada, eu
acho.

— Ei, - ele disse, puxando sua mão levemente até que


ela olhou para ele. — Eu amo você. Você vai ganhar este
caso.

Ela suspirou e balançou a cabeça.Gostaria de poder lhe


dizer sobre todas as outras coisas em sua mente, mas este
não era o lugar. Como ela poderia perguntar a ele no meio
dessas pessoas se eles não iriam acabar como eles?

32
Lexi sabia que estava pensando muito nisso, e sua
tensão estava começando a se infiltrar na sua vida pessoal,
ela tinha tempo para impedir que isso acontecesse. Estar
rodeado de tal opulência a lembrou muito das pessoas com
quem ela trabalhou e as pessoas que queria esquecer.
Tentando limpar sua mente, colocou um sorriso em seu rosto
e perguntou a Ramsey sobre o seu dia. Ele já sabia que o dela
tinha sido estressante, mas ela precisava se lembrar de que
ele tinha um trabalho estressante também. Às vezes, era fácil
se envolver no que ela estava passando no trabalho e as
dúvidas que ela estava tendo sobre o seu futuro. Se esforçar
para descobrir sobre o dia de Ramsey aliviou a sua mente, e o
jantar chegou pouco depois.

No final da refeição, sua apreensão sobre a noite tinha


se dissipado, e eles tinha iniciado um debate sem esforço
sobre quem iria pagar a refeição. Ramsey ganhou, é claro. Ele
sempre ganhava, mas Lexi achou divertido cutuca-lo sobre o
assunto. Talvez um dia ela fosse capaz de convencê-lo do
contrário.

Segurando em seu braço, Ramsey levou Lexi para fora


da sala de jantar. Ela desejou que eles pudessem fazer isso
mais vezes... Com mais tempo. Aconchegada contra seu
braço, eles saíram pela entrada principal e sentiram o ar de
final de outubro. O manobrista sorriu para sua abordagem e
apontou para seu assistente pegar as chaves.

33
— Dê um passeio comigo, - disse Ramsey, puxando
Lexi para longe do estacionamento e acenando com desdém
ao manobrista.

— Mas e os nossos carros.

— Eles vão cuidar deles. Não se preocupe com isso, -


disse ele, continuando a levá-la para longe do restaurante.

— Tem certeza? - Perguntou Lexi. Ela estava


preocupada em deixar sua única posse real, sozinha em um
estacionamento tão tarde da noite.

— Claro. Onde você acha que nós estamos?

— Eu acho que você está certo, - ela concordou com


relutância, olhando por cima do ombro para os manobristas
em pé ao redor. — Para onde vamos?

— Eu só queria andar com você e esquecer o resto do


mundo. Sinto falta de nosso tempo juntos. Nós dois estamos
muito ocupados.

— Eu sei que este caso realmente está pegando todo o


meu tempo.

Ela sentiu como se tivesse sempre de inventar


desculpas. Nunca mais teria tempo livre suficiente, e quando
tinha, havia tanta coisa para fazer que não sobrava tempo
para gastá-lo com Ramsey.

Ele entrelaçou os dedos com os dela, depois desviou


para o cruzamento mais próximo. As luzes da cidade
brilhavam ao redor deles, e ela estremeceu um pouco como o
34
ar gélido da noite, o que a lembrou de que o inverno estava
na próxima esquina.

— Você está com frio? - Ele perguntou, colocando o


braço em volta dela e esfregando o braço.

— Só um pouco.

— Estou feliz que fomos capazes de jantarmos juntos


esta noite. É bom ver o seu bonito rosto.

Lexi riu ligeiramente com todo esse elogio. Ela agora


estava feliz que ele tinha pedido a ela para andar com ele.
Tinha esquecido como era bom fugir. Ele não estava
mentindo no jantar quando disse que eles precisavam de
umas férias. Ambos trabalharam muito e seria difícil
conseguir conciliar.

Ramsey fez um gesto para atravessar a rua, e ela


caminhou por toda a encardida faixa de pedestres em seus
saltos agulha, tomando cuidado para não tropeçar em um
buraco.

— Vamos entrar, - disse ele com um sorriso fácil


quando ele fez um gesto em direção a uma das entradas para
Piedmont Park.

— Não está muito tarde? - Ela perguntou-lhe, um


pouco desconfortável com a perspectiva.

— Sim, vamos juntos.

— Não é perigoso? - Ela perguntou, mordendo o lábio.

35
Ela colocou seus braços em torno de si, banhada pelas
luzes da entrada. Ele parecia sensacional hoje à noite em
uma camisa preta com as mangas arregaçadas e uma calça
carvão. Seus olhos verdes se destacaram em contraste com
sua roupa escura, e ela só queria beijá-lo.

— Você não se sente segura comigo? - Ele perguntou,


com seus lábios curvando-se para um sorriso com sua
declaração.

Lexi ficou na ponta dos pés e beijou levemente seus


lábios.

— Eu não sou a única com um rosto bonito esta noite.

— Você está tentando mudar de assunto, - ele


murmurou contra seus lábios.

— Está funcionado? - Ela perguntou, envolvendo os


braços em volta de seu pescoço.

— Você está de alguma forma insegura comigo? - Ele


perguntou, circulando seus braços ao redor da cintura dela.

— Depende do que você pretende fazer comigo esta


noite, - ela sussurrou com voz rouca.

— Depois de hoje de manhã? Você vai ter sorte se eu


deixar você sair da cama.

— Você acha que estar fora da cama seria sorte?

Ramsey balançou a cabeça.

36
— Vamos ao parque, - ele falou, apontando para a
entrada.

— Não. Devemos ir para casa agora.

Ramsey sorriu, contemplando claramente sua


sugestão. Então, quando ela começou a arrastá-lo de volta
para seus carros, ele ergueu-a nos braços e a levou para
dentro do parque.

— Oh meu Deus! Ramsey, o que você está fazendo? -


Ela gritou, enquanto ele caminhava para frente.

Ele segurou-a cuidadosamente em seus braços como se


ela não pesasse nada.

— Eu posso andar! Eu posso andar!

— Você vai se comportar? - Ele perguntou, sorrindo


para o rosto dela.

— Não se você continuar me carregar!

— Então, por que eu iria colocá-lo para baixo?

Ela jogou a cabeça para trás, exasperada, e ele apenas


riu para ela.

— Tudo bem, tudo bem. Vou colocá-la para baixo. - Ele


colocou-a levemente em pé.

— Obrigada, - disse ela, firmando-se contra ele em seus


saltos altos. — Podemos tentar agir como adultos civilizados
agora?

37
— Qual é a graça nisso?

— Você tem razão.

Enquanto caminhavam mais para dentro do parque, as


árvores começaram a se adensar, e as luzes da cidade
gradualmente desapareceram. O excesso de velocidade
característico dos carros na interestadual e as buzinas de
trânsito da cidade suburbana desapareceram, dando lugar ao
silêncio, e eles ficaram um com o outro. O caminho sinuoso
que haviam escolhido ficou ainda mais longo, e Lexi
realmente notou as estrelas iluminando o céu. As estrelas
tinham aparecido para ela e Ramsey esta noite, como se as
estrelas soubessem que eles iam passear ao luar através da
cidade.

Sua mão sobre a dela trouxe uma paz e o som da


respiração deles manteve um ritmo lento e calmo através dos
seus movimentos, tanto que ela mal percebeu o quanto
escuro era onde eles estavam. Tinham caminhado tão para
dentro que até mesmo as luzes do parque estavam apagadas
ou tinham sido desligadas. Ela se lembrou da noite em que
eles haviam estado no parque quando eles estavam
explorando um ao outro, tentando aceitar o que estava
acontecendo, antes de se apaixonarem.

— Ramsey, - ela sussurrou, nem tendo certeza por que


ela estava tão tranquila. — Está muito escuro aqui. Você não
acha que devemos voltar?

38
— É provavelmente, - ele concordou, parando e
olhando para ela. — Vamos ir um pouco mais para frente, e
se não encontrarmos a saída do outro lado, voltamos.

Lexi assentiu.

Depois de um minuto andando no caminho escuro, eles


seguiram uma curva na trilha, e, de repente, a luz iluminou o
caminho diante deles.

— Ah, bom, - ela murmurou, dando um suspiro de


alívio. — Nós fizemos isso.

Ramsey sorriu de volta para ela.

— Fizemos.

Lexi olhou para o rosto dele e viu um brilho que ela não
reconheceu. Será que ela não o conhecia? Ele aparecia
absolutamente extasiado. Ela não tinha percebido o quanto
ele estava feliz por dar uma pequena caminhada com ela o
que iluminou seu humor. Seguindo adiante ao longo do
caminho, Lexi notou quando a estrada se afunilou na direção
da luz. Seus olhos se arregalaram quando tudo entrou em
foco.

Não é à toa que ele estava sorrindo como um idiota.

Velas brancas de todas as formas e tamanhos


diferentes cintilavam ao longo do caminho. Centenas delas
iluminando seu caminho, e ela percebeu que onde estava
escuro havia postes, porém eles estavam desligados para
permitir que a chama vermelha e laranja fossem a única fonte

39
de luz. Ele tinha desligado o mundo em Piedmont Park para
dar a Lexi uma luz própria.

Ela olhou para frente, perplexa e maravilhada com o


que estava se materializando, quando ela seguiu pelo
caminho. As velas se abriram para uma pequena clareira,
onde um cobertor gigante foi colocado com uma cesta de
piquenique e uma dúzia de longas rosas vermelhas em um
vaso transparente.

— O que é isso? - Ela sussurrou, de frente para


Ramsey mais uma vez.

Ele apenas sorriu.

— Sobremesa?

Lexi nem sequer teve palavras para falar alguma coisa.


Como ele sempre é capaz de surpreendê-la com atos tão
incríveis de bondade. Será que ela algum dia seria capaz de
retribuir o imenso amor e admiração que ele tinha por ela?

Ele lentamente tirou os sapatos e caminhou sobre o


cobertor de veludo que ela de repente percebeu era o mesmo
que tinha sido usado em Stone Mountain em seu primeiro
encontro. Chutando o sapato para fora de seus pés, ela
caminhou para frente, em direção a ele, com o rosto ainda em
choque.

Ela ficou ali, e sem seus saltos ela teve de inclinar a


cabeça para trás para olhar para o rosto dele.

— Há quanto tempo você vem planejando isso?

40
— Tempo suficiente para não deixá-la perder o jantar, -
ele murmurou.

— Trapaceiro.

— Eu estou tão apaixonado por você. - Ele estendeu a


mão, pegou seu coque e tirou os grampos que o seguravam,
soltando seu longo cabelo. Eles se espalharam ao redor do
rosto e dos ombros em ondas gigantes, devido ao coque
espiralado e apertado. — Assim é melhor. Assim parece mais
você.

Lexi sorriu para o namorado. Ele havia planejado tudo


isso. Ela não podia acreditar. Sua mente não estava
funcionando corretamente, mesmo quando ela percebeu o
quanto ele realmente a amava. Ele estava cheio de surpresas.
Ele tinha sido assim desde o primeiro dia.

— Qual é a sobremesa? - Ela murmurou, lambendo os


lábios.

— Haverá tempo de sobra para isso, - disse ele com voz


rouca. Ele roçou os lábios levemente contra os dela.

— Agora?

— Mais tarde, - disse ele, antes de beijá-la mais uma


vez.

— Agora, - ela repetiu, chegando à ponta dos pés para


tentar capturar seus lábios novamente.

41
— Alexa, minha Alexa, eu não sei como dizer isso de
outra maneira. - Ele empurrou uma mecha de seu cabelo fora
do seu rosto.

— Dizer o quê? - Ela ainda estava olhando para seus


lábios.

— Você é e sempre será tudo que eu quero na minha


vida. Você me surpreende até mesmo nos piores dias, fazendo
o sol brilhar ao seu redor. Eu nunca poderia, em um milhão
de anos, encontrar as palavras certas para que você saiba o
quanto você significa para mim. Então, eu pensei em começar
minha explicação com assim, - Ramsey lentamente se
ajoelhou.

Lexi engasgou. Sua mão subiu para sua boca.

— Oh meu Deus, - ela murmurou ao vê-lo puxar uma


pequena caixa preta do bolso.

Ele lentamente abriu a tampa e revelou o que estava


dentro. Ela olhou com espanto, enquanto centenas de
chamas refletiam seu anel de noivado. Perfeito, simples,
elegante, que era tudo o que representava seu relacionamento
e muito mais. Um diamante em forma de pera perfeitamente
cortados abraçado por uma fina linha de platina. Ele não
precisava de adorno. Ele não precisava de decoração. Era
perfeito por conta própria.

— Alexa Mae Walsh, - Ramsey começou, segurando o


anel em sua direção. — Você vai dar-me a honra de passar o
resto de sua vida junto comigo, como minha esposa?
42
Lágrimas brotaram nos seus olhos, e ela as afastou
com a mão livre. Seu coração estava acelerado, e ela não
conseguia deixar de olhar para ele boquiaberta. Seus olhos
brilhavam de choque com o rumo dos acontecimentos.

— Lex, - ele murmurou o nome dela em voz baixa. Ele


ainda estava esperando por uma resposta.

Ela podia ver a preocupação começando a se infiltrar


em seu rosto.

— Sim! Sim, oh Deus, sim! Claro, Ramsey, - ela disse a


ele, inclinando-se e beijando-o nos lábios.

Seus braços vieram ao redor dela, e ele a pegou do


chão e a girou em um círculo.

— Você disse que sim.

— Sim, sim, sim, sim, sim, - disse ela uma e outra vez.

Colocando-a em pé suavemente, ele pegou sua mão


esquerda e lentamente deslizou o anel em seu dedo. O
diamante brilhava a luz das velas, e ambos olharam para o
quanto perfeitamente se encaixava.

— Você disse que sim, - ele repetiu.

— Você achou que eu iria dizer outra coisa? - Ela


sussurrou, paralisada pela beleza do diamante em seu dedo.

— Não. - Ele passou o dedo sobre o anel. — Combina


com você.

— Você me conhece, Ramsey Bridges.


43
— Para sempre e sempre.

44
Capitulo 2

Agosto
Dois anos e dois meses antes

Lexi piscou para o sol da tarde. A claridade e a cegueira


a fizeram espirrar três vezes.

— Isso é muito bonito, - disse Ramsey.

Ela olhou para ele para responder, mas depois ela


soltou outro espirro quando ela olhou para o sol por cima do
ombro. Ele riu baixinho para si mesmo, claramente tentando
segurar o riso.

— Obrigada, - ela murmurou, fungando. Ela caminhou


até sua Mercedes estacionada e pulou para dentro.

Fazia 24 horas. Há apenas vinte e quatro horas. Todas


as fodidas 24 horas. As mais longas e as mais curtas 24 horas
de toda sua vida.

Eles haviam saído do casamento de Jack e Bekah.

Eles tinham, na verdade, saído do casamento deles!

A cabeça ainda nadou com o pensamento. Ela não


podia acreditar que tinha feito isso. Ela não podia acreditar
que Ramsey tinha vindo com ela. Ela não podia acreditar no

45
sexo alucinante de abalar a terra que eles tinham tido nas
últimas vinte e quatro horas.

De onde eles estavam, apenas uma semana antes, era


difícil de acreditar que tudo isso poderia acontecer em um
período de tempo tão curto. Ela ainda não tinha deixado seu
quarto até um minuto atrás, quando eles decidiram que
comer seria o melhor para eles.

Para não falar, que ela tinha que pegar um avião.

Ramsey continuou tentando convencê-la. Ele queria


que ela ficasse em Atlanta por mais algum tempo. Ela não
tinha um trabalho em vista ainda, mas ela não estava pronta
para morar com ele. Chame-a de louca, adiantar as coisas
logo após a loucura da semana passada não parecia a melhor
ideia. Ela queria tentar resolver tudo com Ramsey. Ela não se
importaria em morar com ele novamente e se ela fosse fazê-lo,
queria ter resolvido todos os seus problemas primeiro.

— Vamos lá, fique mais uma semana, - disse Ramsey,


deslizando sua mão na dela durante todo o percurso.

— Não... Não posso fazer isso. Eu preciso chegar a casa


e resolver algumas coisas por lá, saber mais sobre os
trabalhos que tenho em vista, resolver as coisas com Chyna,
certificar-me que Rachelle não me chutou para fora do
apartamento. - Falar com John. Sim, ela ainda precisava falar
com ele antes que ela pudesse resolver tudo isso com
Ramsey.

46
— Todas essas coisas podem ser feitas na semana que
vem. - Ramsey saiu do caminho e começou a virar para a
cidade.

— De jeito nenhum. Se eu deixar as coisas como estão


com Chyna, ela vai me comer viva depois.

— Ela vai superar isso. Se estivermos bem, então ela


também vai ficar bem.

— Você claramente não conhece a capacidade da


minha melhor amiga de guardar rancor, - Lexi disse a ele.

— Eu estou feliz que você não tenha essa mesma


capacidade.

É mesmo? Ela tinha certeza que poderia se beneficiar


guardando rancor por mais tempo. Lexi se lembrava das
vezes que tinha perdoado demais, compreendido demais e
aceitado demais. Jack Howard. Não, ela não iria pensar sobre
ele hoje. Ela não iria pensar sobre o seu passado e tudo o que
foi levado embora com o seu casamento. Ela só queria seguir
em frente e ficar bem com o fato dela estar com Ramsey.
Hoje, ela só iria pensar sobre Ramsey. Talvez amanhã ela
fosse pensar sobre o peso do que ela tinha feito, quando ela
estivesse sozinha e pudesse processar o que tinha acontecido.
Talvez depois que caísse a ficha de que Jack tinha ido até o
fim...

— Onde vamos comer? - perguntou Lexi, mudando de


assunto. Ela também deve ter perdoado Ramsey com muita
facilidade. Ela não iria pensar sobre isso agora, também.
47
— Eu estava pensando no Flip Burger, - ele sugeriu.

Seu estômago roncou com a menção de comida, e


sentindo-se envergonhada, ela colocou a mão sobre ele.

— Acho que esperamos tempo demais para comer. -


Ramsey sorriu com a sugestão.

Tinha certeza de que ele estava pensando em nosso


sexo escondido de ontem à noite. Suas bochechas coraram
quando ela se lembrou de seu corpo deslizando contra o dele,
suas mãos correndo por seu cabelo, sua respiração quente,
no quarto escuro.

— Uh... Flip soa muito bem, - disse Lexi, empurrando


uma mecha de cabelo atrás da orelha e olhando pela janela
do passageiro.

O sexo tinha sido uma boa distração para todos os


problemas que ela teria que enfrentar. Ela descaradamente se
deleitava com ele, sabendo que tinha muito a falar sobre isso,
quando eles terminassem. Ela se perguntava se eles estariam
tendo essa conversa durante o almoço ou se ele iria esperar
até mais tarde, talvez quando ela estivesse de volta à Nova
York. Lexi tinha tantas decisões a tomar, e ela nem sabia por
onde começar.

Ramsey entrou no estacionamento do Flip Burger e


parou na última vaga restante. Quando Lexi saiu da
Mercedes, o calor de agosto pressionou-a de todos os lados, e
a umidade diminuiu seus cachos. Ela não podia acreditar que
apenas três anos em Nova York poderia mudar sua
48
capacidade de lidar com os verões úmidos do sul. Uma
pontada no peito a lembrou do quanto ela sentia falta da
cidade, e ela não podia esperar para voltar, mesmo que o
retorno não ajudasse seu relacionamento.

— Vamos? - Perguntou Ramsey, indo para o seu lado


do carro e estendendo a mão para ela.

— Eu acredito que sim.

Eles fizeram seu caminho até a frente da loja, onde


uma multidão esperava para ser atendido.

— Bem-vindo ao Flip. Como posso ajudá-lo? — A


garçonete perguntou quando eles se aproximaram.

— Quanto tempo é a espera de uma mesa para dois, -


perguntou Lexi.

— Cerca de vinte a trinta minutos.

— Tudo bem, tudo bem. Mesa para dois.

— Para quatro, - disse Ramsey sobre sua cabeça.

Lexi se virou e olhou para ele.

— O quê?

— Quatro, - disse ele, levantando quatro dedos e


sorrindo para a recepcionista.

— O que quer dizer com quatro, Ramsey? - Ela exigiu.

— Alguém virá ao nosso encontro.

49
— Ramsey, o que você fez? - Lexi balançou a cabeça e
respirou fundo. Ela voltou para a recepcionista. — Mesa para
quatro. Obrigada.

Lexi pegou a manga da camisa de Ramsey e o puxou


para fora do restaurante lotado. Ela o arrastou até a entrada
antes de soltar seu braço.

— Você está doido?

— Não.

— Olhe isso não pode acontecer. Simplesmente não


pode. Estou cansada de entrar em coisas sem saber, e bater a
cabeça em uma parede de tijolos. O primeiro passo para a
nossa aproximação, é que eu devo ficar sabendo de tudo!
Quero saber cada coisa que você está planejando,
orquestrando e organizando. Eu quero saber tudo sobre o seu
passado, e eu quero saber tudo sobre o futuro. Você não pode
me manter no escuro mais, ou isso não vai funcionar. Esse é
o acordo e é o único que eu estou disposta a oferecer. - Ela
cruzou os braços sobre o peito.

— Opa, Lexi! Tudo isso porque mais duas pessoas nos


encontrarão para o almoço? - Perguntou Ramsey, franzindo a
testa.

— Sim! Pode parecer que eu estou exagerando, mas


tudo em meu passado me diz que eu não estou. Temos muito
que descobrir sobre como funcionarmos juntos, Ramsey. Por
toda minha vida eu tenho sido uma menina que perdoa e
esquece, mas eu não posso ser mais aquela pessoa, não se eu
50
quiser ter um relacionamento real. Eu estou disposta a dar
um tiro por você, mas eu não posso ser enganada. Eu
simplesmente não posso.

— Eu não estava mentindo para você...

— Pare. Basta parar e ouvir um segundo, enquanto eu


tento explicar. Eu estou emocionalmente confusa. Eu
descobri isso. E eu acho que eu me deixei ser enganada por
causa disso. Segundas, terceiras, quartas chances estavam
no meu repertório. Eu jurei que não ia dar mais, mas então
você apareceu, - Lexi disse a ele.

Ela olhou para fora através do estacionamento cheio,


tentando organizar seus pensamentos. Ela sabia que estava
divagando, mas ele precisava ouvir. Ele precisava saber o que
ele estava enfrentando.

— Eu vou lhe dar uma segunda chance mesmo dizendo


a mim mesmo que não daria mais chances. Você fodeu tudo,
e está feito. Isso é o que eu queria fazer quando eu voltei para
Nova York, mas eu não pude. Então me prove o contrário.
Sem mentiras.

— Ok, Lexi, - disse Ramsey. Na verdade, ele parecia


desconfortável.

Alguma vez ela viu Ramsey se sentir desconfortável?


Ela, com certeza, não conseguia lembrar-se de nenhuma vez.

Ela não tinha a intenção de explodir assim, mas ela


não foi capaz de segurar. Será que ele não imaginou que tudo

51
seria mais fácil se ele simplesmente dissesse as coisas para
ela? Não é difícil falar, Ei, eu convidei duas pessoas para
almoçar com a gente. Ela não teria se importado, a não ser, é
claro, que essas pessoas fossem Bekah, Jack ou Parker. Aí
sim, ela se importaria. Mas ele não era tão estúpido.

— Ok, então, - disse ela, sem jeito.

Ramsey estendeu a mão e cruzou seus dedos aos dela.


— Ei, - ele sussurrou, puxando-a para ele. — Eu não queria
incomodá-la.

— Eu sei.

— Isso é novo para mim, também. Se quisermos que


isso funcione, eu sei que nós dois temos que nos esforçar.
Estou disposto a melhorar, e eu vou ouvir quando você me
chamar ou quando você me ferrar... Como você fez.

Lexi deu uma risadinha.

— Sim, eu acho que eu exagerei um pouco.

— Você só está sendo a mulher adorável pela qual eu


caí de amores. Eu não quero que você seja de outra maneira.

Ele levou a sua mão aos lábios e beijou-lhe os dedos.


Lexi sorriu e desviou o olhar de seus fascinantes olhos
verdes.

Como ele sempre consegue tirar a raiva de mim?

— Eu vou tentar lhe contar tudo, - Ramsey disse a ela.


Ele virou-lhe o queixo, de modo que ela estava olhando para

52
ele de novo. — Eu vou dizer-lhe tudo, até eu me tornar tão
chato que você vai me implorar para parar.

— Eu acho que eu nunca vou lhe implorar para parar,


- disse ela com voz rouca.

Ramsey riu e balançou a cabeça.

— Neste momento, eu quero levá-la de volta para o


meu apartamento e fodê-la até amanhã. Acho que vou
começar no andar de cima e em seguida, no andar de baixo e
depois talvez as escadas...

Lexi sentiu o calor por todo o seu corpo só com suas


palavras.

— E então vou lhe dar um banho e usar minhas mãos


para lhe ensaboar, - ele murmurou em seu ouvido.

— Ok, ok! - Lexi deu alguns passos para trás e


gaguejou pigarreando. — Talvez... Talvez, mas vamos com
calma.

Ramsey riu ruidosamente.

— Você já está me pedindo para parar!

— Você sabe o que quero dizer. Eu não posso ficar


ligada o tempo todo quando estamos juntos.

Ramsey arqueou uma sobrancelha, e com aquele olhar,


ele perguntou: Por que não?

53
— Eu quero que você me conte tudo o que você estava
escondendo de mim. Depois de ontem, eu tenho certeza que
não tem nada a ver com a nossa vida sexual.

— Tudo bem, Lexi, - disse ele, fechando a distância


entre eles de novo. — Eu vou fazer o que puder para fazer
isso direito.

— Nós podemos começar com, quem nos encontrará


para o almoço? - Ela olhou para seu rosto bonito e suspirou.

Ela realmente esperava que ele cumprisse o que tinha


dito. Ela não podia passar por isso tudo de novo. Engane-me
uma vez, vergonha para você. Engane-me duas vezes,
vergonha para mim.

— Eu quis fazer uma surpresa, mas vejo que as


surpresas não são... Boas.

Essa era uma palavra para ela.

— Convidei minha nova equipe de desenvolvimento na


ala médica de Bridges. - Ele coçou a parte de trás de sua
cabeça, da forma bonita como ele estava acostumado a fazer.
— Eu, uh... Pensei que você gostaria de conhecer com quem
eu vou trabalhar no próximo ano, como vamos trabalhar e os
funcionários da nova ala.

Foda-se. É claro que ele estava tentando fazer algo doce


para ela. Bem, desde que Parker não faça parte.

— Isso... Parece bom, - disse Lexi.

54
— Eu deveria ter lhe contado. Não haverá mais
surpresas a partir de agora.

— Você é tão engraçado. - Lexi revirou os olhos.

— Ok, ok. Eu vou estar mais atento aos seus


sentimentos, - ele emendou com um beijo nos lábios. —
Podemos voltar para dentro agora?

— Sim. - Ela se sentiu envergonhada por explodir com


ele assim, mas ela estava feliz por que manteve sua posição.
Ela se recusou a deixar o ciclo continuar.

Eles caminharam de volta para o restaurante, bem na


hora que seu nome estava sendo chamado. Eles foram
acompanhados até a mesa. Ramsey se sentou depois de Lexi,
ela segurou a mão dele enquanto pediram bebidas e
esperavam por seus novos colegas de trabalho. Ela não tinha
certeza do que esperar ou por que ele estava pulando tudo
isso tão rapidamente. Eles tinham acabado de voltar e eles
nem estavam juntos, oficialmente, ainda. Enquanto ela
estava feliz por que ele queria que ela soubesse tudo o que
acontece em sua vida, ela não tinha certeza se estava pronta
para o grande próximo passo.

— Eles devem chegar a qualquer minuto, - disse


Ramsey, com um mega sorriso para ela.

— Então, o que a equipe de desenvolvimento faz


exatamente?

55
— A maioria deles é responsável por manter o
cronograma do projeto para que ocorra no tempo
determinado. Desde que meu pai realmente quer essa ala
médica funcionamento totalmente dentro de um ano, ele
contratou uma empresa privada para fazer um monte de
trabalho logístico.

A boca de Lexi abriu.

— Dentro de um ano? Eu pensei que você nem sequer


acreditasse que isso aconteceria.

Ramsey suspirou.

— Meu pai me chamou esta manhã, e depois de


terminar o sermão sobre sair mais cedo do casamento de
Bekah, ele me contou sobre a contratação dessa nova equipe.

— Quando você teve tempo para um telefonema? -


perguntou Lexi.

Ele realmente teria que acabar com esse hábito de


esconder coisas. Eles tinham dormido juntos durante todo o
dia e toda a manhã. Quase não houve tempo suficiente para
ela dormir, muito menos pensar em verificar seu e-mail.

— Eu acordei antes de você. - Ele encolheu os ombros.


— De qualquer forma, ele queria que eu falasse com eles esta
manhã, mas eu lhe disse que não estaria disponível. Eu não
acho que ele vai gostar da discrição que coloquei em meu
contrato.

Lexi deu uma risadinha.

56
— Provavelmente não.

— Ele disse que tinha que ser hoje, porque as pessoas


vieram de Nova York só para esse encontro.

— Seu pai contratou pessoas de Nova Iorque para isso?


- Perguntou Lexi, impressionada.

— Ele queria o melhor. Isso não deveria surpreender


ninguém. Então, sim, aqui estamos nós. Eu poderia ter
esperado para encontrá-los depois que você voasse de volta
para casa, mas desde que eles estão aqui somente para esse
encontro, eu pensei que poderia terminar com isso o mais
rápido possível. Além disso, eu realmente quero que você
esteja envolvida nisso, Lexi. Eu não quero que você se sinta
como se estivesse do lado de fora de qualquer coisa que eu
esteja fazendo. Desde que eu estou trabalhando com...
Parker, eu não quero que você ache que isso vai significar
alguma coisa diferente para nós, - Ramsey disse a ela,
olhando fundo nos olhos dela para dar ênfase.

Ela, com certeza, esperava que ele estivesse certo.

— Então, estamos bem? Posso incluí-la em todo o


planejamento a partir de agora? Afinal de contas, tudo isso
foi por você.

— Sim, - Lexi murmurou. — Eu quero estar envolvida.


Vai levar algum tempo para eu me acostumar, mas eu quero
estar lá por você.

57
— Ótimo. - Ramsey trouxe seus lábios para os dela
mais uma vez.

Em seguida, as bebidas foram colocadas diante deles.

— Vocês ainda estão esperando mais pessoas? - A loira


alegre perguntou, inclinando o quadril contra a mesa.

— Sim, eles devem estar aqui a qualquer minuto.


Obrigado, - disse Ramsey, com desdém. — Oh, eu acho que
são eles.

Ramsey apontou para uma garota que entrou, vestindo


um terninho preto com uma blusa rosa. Lexi não podia
acreditar que a menina poderia usar calça preta e uma
jaqueta com este tempo. Certamente não era legal o suficiente
em Nova Iorque, mas aqui, era terrível. Ela era bonita tinha
uma altura mediana e o cabelo estava liso. Porém Lexi não
entendia como a umidade não os transformou em crespos.
Ela conversaria com a loira e perguntaria o segredo.

A próxima pessoa que entrou fez seu estômago cair,


não apenas fora de seu corpo, mas também para o chão. Era
mais como se não houvesse chão. Ela não podia acreditar que
aquilo estava acontecendo. A sorte era implacável.

John.

Seus olhos castanhos encontraram com os dela, e o


choque foi tão evidente em seu rosto, quanto no dela. Ela não
podia sequer tentar esconder.

58
Ele parecia realmente bonito em um terno preto com
uma camisa branca e uma gravata listrada de azul e prata.
Seu cabelo castanho escuro estava arrumado, e ele parecia
muito profissional. Quando ele se aproximou, ela se lembrou
de quão alto ele era. Ele não era tão alto quanto Ramsey, mas
eles eram quase da mesma altura. E os ombros. Como ela
tinha esquecido aqueles ombros? Apesar de estar debaixo
desse terno, ele tinha o corpo de um nadador, com ombros
musculosos e um abdômen sexy que afina na altura da
cintura. E ela também não tinha se esquecido das tatuagens.

Mas ela tinha que esquecer tudo isso agora, e ela


precisava se lembrar de onde estava e o que ele estava
fazendo aqui.

John estava prestando consultoria na ala médica


Bridges. Ela sabia que ele trabalhava na Global International,
líder no setor de negócios de Nova York. Eles eram um
conglomerado maciço, especializando-se em tudo, desde
consulta sobre o desenvolvimento de negócios até a expansão
dos negócios internacionalmente. O que quer que John faça
na empresa, Lexi imagina que seja no âmbito internacional, o
que explicaria por que ele estava sempre fora dos Estados
Unidos. Então, o que ele estava fazendo em Atlanta prestando
consultoria no projeto Bridges?

Ramsey estava em pé e apertando a mão da loira. Lexi


não tinha sequer notado. Ela estava muito absorta no fato de
que o cara que ela tinha dormido o irmão de Adam, a pessoa
que Ramsey havia descoberto que existia ontem, a pessoa

59
que ela deveria esclarecer as coisas quando voltasse para
Nova York, estava bem na frente dela em Atlanta.

— Jessica, esta é Lexi, - disse Ramsey, a apresentando


para a garota loira.

— È um prazer conhecê-la, - disse Jessica.

Lexi desviou o olhar para a outra mulher e


mecanicamente apertou a mão dela.

Como ela poderia corrigir isso? Ela precisava avisar a


todos sobre o acidente de trem que tinha acabado de
acontecer. Ramsey não sabia quem era John, e John não
sabia quem era Ramsey. Ela estava em pé ali no meio,
perguntando-se como diabos ela poderia fazer que tudo isso
ficasse menos embaraçoso e constrangedor.

— Ramsey, - Lexi sussurrou, virando-se para encará-lo


e soltando a mão de Jessica. Ela precisava ser franca sobre a
iminente colisão.

— Um segundo, - disse ele com um sorriso. — Você


deve ser John. Obrigado por fazer parte da equipe Bridges.

— Prazer, - disse John, apertando a mão dele.

Lexi podia ver o brilho de confusão nos olhos de John,


mas ele estava tentando ser profissional. Se ela pudesse
apenas voltar para o carro entrar em colapso e jogar a cabeça
em suas mãos, seria melhor do que o que estava acontecendo
no momento.

60
Em vez disso, ela só ficou lá esperando o momento da
colisão.

— John, essa é... - Ramsey começou.

— Lexi, - disse ela, estendendo a mão imediatamente


antes Ramsey pudesse dizer mais alguma coisa.

John segurou sua mão na dela. Ele tinha essas


grandes mãos com dedos longos que encontraram no seu
pulso quando eles se cumprimentaram.

— Olá, Lexi.

Ele não soltou imediatamente a mão dela, e ela teve de


limpar a garganta quando ela puxou a mão de volta.

— Como tem passado? - Perguntou John, sem nunca


romper o olhar.

— Bem. Uh, Ramsey, - Lexi disse freneticamente. —


Este é John.

— Certo. Nós nos conhecemos, - disse Ramsey.

— Não, Ramsey... Este é o irmão de Adam... John, - ela


disse suavemente.

E houve a realização. O corpo inteiro de Ramsey ficou


rígido, e toda a conversa foi interrompida. Ele olhou
fixamente em seus olhos, então para John, e depois voltou
para Lexi, como se não pudesse acreditar no que acabara de
dizer. Ela não podia culpá-lo por isso também.

61
— Eu sinto muito. Estou perdendo alguma coisa, -
perguntou Jessica. — Vocês já se conhecem?

Todos os três olhavam desconfortavelmente, e ela não


tinha certeza se devia ser a única a responder essa pergunta.
Lexi sabia que tudo o que precisava era ser profissional. Nada
iria ser dito sobre ela ter dormido com ambos os homens.

— É um pouco complicado, - Lexi finalmente admitiu.


— John é o irmão do namorado da minha melhor amiga. Eu
me formei em direito pela NYU, e eu ainda vivo na cidade.

— Oh, uma garota da lei e de Nova York. Eu amo isso, -


disse Jessica com um sorriso genuíno. — Podemos tomar
alguns drinks na cidade quando voltarmos. Eu sempre gosto
de encontros depois do expediente.

— Jessica é sócia da Global International. Ela é o


principal ponto de contato para o projeto, - explicou Ramsey,
encontrando sua voz.

— Uau, parabéns.

Jessica parecia muito jovem para ser uma sócia. Ou


sua aparência enganava, ou ela era uma pessoa
incrivelmente ambiciosa. Lexi suspeitou que fosse um pouco
de ambos.

— Obrigada, - disse Jessica. — Se importa se estamos


sentando agora?

— Claro que não, - disse Ramsey, tomando o seu lugar


ao lado de Lexi, novamente.

62
John e Jessica se sentaram em frente a eles.

Os olhos de Lexi encontraram os de John do outro lado


da mesa, e ele estava dando a ela um olhar aguçado. Ele
tinha perguntas. E ela tinha certeza de que não teria como
respondê-las. Ela teria preferido ter essa conversa quando ela
voltasse para Nova York, na segurança de sua própria cidade
e milhares de quilômetros de distância de Ramsey. Os olhos
de John deslizaram de seu rosto para seu peito e ela
rapidamente desviou o olhar.

Jessica imediatamente começou uma campanha cheia


de informações e começou a apresentar como eles obteriam
toda a ala médica Bridges construída em apenas um ano. Ela
estava certa de que era possível. Lexi não sabia o quanto
disso era besteira e quanto era determinação. Lexi não achou
que essas coisas aconteciam tão rápido, mas, aparentemente,
com base no pacote de informações e no tablet cheio de
slides, Jessica estava para fazer isso acontecer. Ela falou
tudo que Lexi poderia pensar da construção, do seguro, dos
funcionários, da aquisição de equipamentos, dos sistemas de
segurança, e assim por diante.

Pelo que Lexi pode perceber a partir da apresentação, o


projeto da Bridges era o primeiro trabalho em grande escala
da Global que John trabalhava o que explicaria por que ele
estava aqui e não trabalhando em um caso internacional.
Para sua sorte.

63
Lexi manteve os olhos colados ao tablet de Jessica. Ela
nem sequer deixou que seus olhos vagassem para John
quando ele estava discutindo seus aspectos do plano.

Ela estava aqui com Ramsey. Ela estava aqui para


Ramsey. Ela ficou repetindo mais e mais em sua cabeça,
esperando convencer-se disso.

Mais de uma hora depois, quando a visão geral do


projeto de Jessica tinha chegado ao fim, os quatro se
levantaram da mesa para sair.

— Muito obrigado por se encontrarem conosco hoje, -


disse Ramsey. Ele apertou a mão de Jessica e depois de
John. — Foi realmente bastante esclarecedor.

— Obrigada por confiar em nós com a sua ala médica.


É um grande passo para a sua empresa, e estamos contentes
de colocar o nome da Global por trás disso, - disse Jessica.

Ela era claramente uma profissional.

— Eu vou estar em contato para agendar reuniões para


o resto da semana. Eu gostaria de apresentá-lo para a outra
metade da minha equipe, para que possamos começar a
definir a base, o mais rápido possível, - disse Ramsey. Ele
parecia falar tanto com Jessica quanto com John.

Lexi tentou não olhar para ninguém em particular,


enquanto caminhavam para fora do restaurante.

64
Quando Jessica perguntou a Ramsey se ele tinha
algumas perguntas adicionais sobre o projeto, John se virou
para Lexi.

— Posso falar com você em particular antes de sair?

— Um... - Ela olhou para Ramsey. Ela pensou que sua


atenção estava em Jessica, mas era claro que ele estava
olhando para ela.

— Deixe-me ver se temos tempo. Tenho de apanhar


um avião hoje à noite.

— Ah, certo... Você vai voltar para Nova York, - disse


John.

— Eu pensei que você estivesse em Nova York, - ela


disse calmamente.

— Eu estava, mas este foi um trabalho de última hora.


Eu só fiquei sabendo sobre isso na sexta-feira, e eu só
chequei aqui ontem à tarde. Temos trabalhado na nossa
proposta a noite toda. Caso contrário, eu provavelmente teria
encontrado tempo para lhe avisar que eu estaria na cidade, -
disse John. Inclinando-se um pouco mais do que deveria,
dadas às circunstâncias, ele falou baixinho: — Apenas me dê
cinco minutos, Lexi. Eu quero mais, mas posso esperar. Eu
sou paciente.

Lexi engoliu em seco e recuou. Ela empurrou o cabelo


atrás da orelha e, em seguida, deixou cair sua mão,
lembrando-se o que ela tinha que contar.

65
— Claro. Espere um pouco.

Cinco minutos, estaria bem. Ela ficaria bem nesse


período de tempo. Ela só iria dizer a John a verdade e acabar
com isso logo, e então tudo seria mais fácil. Porque tudo na
sua vida era simples...

— Desculpe interromper, - Lexi disse para Jessica. —


Ramsey, estamos com tempo ainda? Eu vou falar com John
por cinco minutos.

Os olhos verdes de Ramsey perscrutadoramente


perfuraram os dela. Ela sabia que ele estava tentando confiar
nela, como queria. Ela sabia que ele estava tentando deixar o
passado dela de lado, mas poderia não ser fácil. Ele só
descobriu sobre John ontem.

— Sim, temos tempo, - disse Ramsey, se abaixando.


Ele passou um braço em volta da sua cintura e a beijou nos
lábios.

Lexi voltou a corar quando ele a soltou. Desde quando


Ramsey demarcava seu território publicamente? Talvez desde
que ela lhe contou que tinha dormido com Jack antes de seu
noivado e dormiu com John, quando ela voltou para Nova
York...

— Eu, uh... Será rápido, - ela murmurou. Ela se virou e


caminhou de volta para John.

Ele ainda parecia calmo, apesar da exibição que


Ramsey tinha acabado de dar.

66
— Cinco minutos, - disse John.

Eles saíram para o estacionamento e longe de olhos


curiosos e ouvidos. John parou ao longo de um BMW preto e
recostou-se contra uma das portas.

— É este o seu carro alugado? - Ela perguntou,


tornando a conversa amigável.

— Você está namorando Ramsey Bridges, - Perguntou


John, incrédulo.

— Uh... Sim. Mais ou menos.

— Bem, isso é inconveniente. Tenho certeza de que


você não estava gritando seu nome quando estávamos juntos,
- ele meditou.

Lexi riu o que imediatamente transformou em uma


tosse, quando ela olhou para longe dele. Este não era o
território que ela queria aventurar-se.

Um pouco mais de duas semanas atrás, ela tinha


dormido com o homem irresistivelmente bonito na frente
dela. Quando ela voltou para Nova York depois de romper
com Ramsey, ela tinha ficado perturbada por outro
relacionamento fracassado, outra mentira, outro desgosto.
Chyna estava em Milão, e sua companheira de quarto,
Rachelle, estava longe, trabalhando como associada de verão.
Adam tinha sido o único com quem ela poderia sair. Ele tinha
era o único que poderia entender desde que Chyna e ele
tinham terminado antes de ela sair.

67
Sair com Adam significava encontrar John, que Chyna
desprezava por causa do ocorrido no início do ano, quando
John tinha chegado nela. Mas como Chyna não estava Lexi
achou que lidaria bem com John. Ela então saiu com ele sem
Adam, que em seguida se transformou em alguns encontros,
o que, em seguida, mudou-se para o quarto. Para ser
honesta, ela só não gostava de ter que pensar ou agir
escondido. Ela não se importava que tivesse dado o troco.
Ele se sentiu confortável, e isso era o que ela precisava. Ela
não ia se desculpar com Ramsey sobre o que tinha
acontecido, mas ela não podia deixar continuar também.

— Então, quanto tempo vocês estão juntos? -


Perguntou John casualmente.

Embora ela pusesse dizer que ele não estava sendo tão
casual quanto ele soava. Seus olhos estavam atentos, e ele
parecia estar a avaliando de uma forma que ela não estava
acostumada. Ele geralmente estava tão relaxado e no
controle. Isso deve tê-lo feito perder o equilíbrio.

— Nós ficamos juntos por quase um ano, mas eu


terminei com ele e me mudei para Nova York, no final de
junho, - confessou. — E voltei para Atlanta para um, uh... O
casamento de um amigo em comum, e decidimos tentar
novamente.

— E você ia me dizer...

— Quando eu voltasse, - disse Lexi.

— Por que você voltou com esse cara, - ele perguntou.


68
Ela trocou os pés desconfortavelmente e arriscou um
olhar em seus olhos castanhos. Ele parecia legitimamente
interessado, e ela não tinha certeza de como responder.

— O que você quer dizer?-

— Quero dizer, você terminou com ele, mudou-se para


Nova York, e começou sua vida. Você não parece o tipo de
pessoa que corre de volta para um cara que a machucou. Ele
a machucou, não foi?

Ela assentiu com a cabeça suavemente.

— Então, o que fez você mudar de ideia?

— Por que isso importa? - Perguntou Lexi, evitando a


resposta.

— Eu quero saber, para que eu possa descobrir como


alterá-lo novamente.

A boca de Lexi se abriu antes que ela tivesse a chance


de perceber o que ela estava fazendo. Ela não estava
esperando isso. Ela estava planejando deixá-lo facilmente, na
esperança de que eles pudessem manter um relacionamento
profissional enquanto ele estivesse trabalhando na ala médica
Bridges. Ela não tinha imaginado que ele queria continuar
encontrando-a.

— Eu, uh...

— Saía para jantar comigo, - disse ele, estendendo a


mão e a puxando um pouco mais perto dele.

69
Lexi tropeçou um passo, mas ela rapidamente abaixou
a mão. Ela estava muito perto, e esta não era uma boa ideia,
na verdade era uma péssima ideia. Ela estava acostumada a
ter ideias ruins, mas esta era ainda pior.

— Eu não posso. Sinto muito.

— Vamos lá, você de qualquer maneira ia me encontrar


para dizer que estava namorando outra pessoa quando
voltasse para Nova York. Saia para jantar comigo quando eu
voltar. Então, você pode me dizer se o seu relacionamento
ainda é perfeito, e que você não tem dúvidas em sua mente, -
disse ele, em um tom quase zombeteiro.

— John, - ela advertiu.

— Se o seu relacionamento é perfeito, então qual


problema de um jantar entre amigos? - Ele sorriu para ela de
uma forma que deixou claro que ele imaginou tê-la feito
mudar de ideia.

— Não. - Lexi balançou a cabeça e deu um passo para


trás. — Eu provavelmente deveria voltar. Espero que isso não
interfira no seu trabalho, pois você ainda vai trabalhar no
projeto Bridges.

Ela virou e começou a caminhar de volta para o


restaurante.

— Ei, - disse John, correndo para alcançá-la, — ele


sabe?

— Sabe o quê? Que dormimos juntos? - Ela perguntou.

70
— Sim. Ele sabe.

— Então, você está segura que isso não acontecerá


novamente, - disse ele, com a voz mais baixa, apenas para ela
ouvir. — A não ser que você queira.

Lexi balançou a cabeça novamente, enquanto ela


continuava andando.

John estendeu a mão e agarrou seu braço.

— Jante comigo, Lexi. Um jantar. Faz só uma semana


que você disse mal não podia esperar para voltar para casa,
que queria voltar para Connecticut, que você estava doida
para fazer sexo comigo.

Ele não baixou a voz desta vez, e os olhos de Lexi se


arregalaram.

— Jesus, fale mais baixo, - ela resmungou, golpeando-o


no braço.

— Eu quero o que eu quero, e eu não tenho vergonha


disso. Eu não estou pedindo coisas. Ainda não. Eu só estou
pedindo para jantar. Depois do jantar, se você nunca mais
quiser me ver de novo, podemos tentar esquecer. Nós não
vamos para um encontro. Não é um encontro, - ele repetiu
reforçando. — Jantar.

— Por que você está sendo tão persistente? - Por que


ela atraia esses caras persistentes? Essa seria a melhor
pergunta.

71
— Eu não gosto de ver as pessoas cometerem erros
terríveis.

— Você nem sequer sabe...

— Eu sei. É só um jantar, Lexi. Não me faça implorar. -


Ele piscou.

— Eu vou pensar sobre isso.

— Daniel Restaurant. Você gosta de comida francesa?


Perfeito. Você vai adorar.

Lexi arqueou as sobrancelhas. Chyna tinha lhe contado


sobre Daniel antes.

— Custa mais de uma centena de dólares cada prato.


Eles vendiam um prato de caviar por quinhentos dólares. Isso
era ultrajante.

John sorriu com sua resposta.

— Acho que Daniel será perfeito. No sábado?

— John, - ela gemeu.

— Eu vou lhe buscar as sete e meia.

72
73
Capitulo 3

Presente

Lexi estava olhando para o anel de diamantes


brilhando em seu dedo, no que pareceu uma eternidade. Ela
estava apenas ali, sentada e olhando. Ela estava noiva. Puta
merda! Estava seriamente, legitimamente, cem por cento,
comprometida com Ramsey Bridges.

Por que isso a chocava tanto, ela não conseguia


compreender. Sabia que ele iria propor, eventualmente. Ela
não namoraria com alguém por tanto tempo, sem o
conhecimento de que um dia iria, provavelmente, se casar.
Isso era o que as pessoas faziam. Era totalmente uma coisa
normal a fazer. As pessoas ficavam noivas o tempo todo.
Como muitos de seus amigos estavam casados agora?
Praticamente todos eles. Mas ainda assim, ela ficou chocada.

Talvez por causa deste anel.

Talvez por causa deste cara.

Talvez porque ela não tinha contado a ninguém ainda.

Nos filmes, ela sabia que a primeira coisa que as


pessoas faziam quando ficavam noivos, depois de terem
gritado ou chorado, era ligar para todos os conhecidos. Isso

74
começava pelos seus pais e ia para baixo na lista. Agora as
pessoas postam on-line, assim que acontece.

Mas ela não tinha feito isso.

Ontem à noite, Ramsey tinha perguntado a ela quem


iria chamar primeiro. Ela lhe disse que era tarde demais, e
eles poderiam fazer as chamadas amanhã. Bem, agora era
amanhã e ainda não tinha feito nenhuma chamada... Ou
tinha postado online... Ou nada.

Ela precisava dizer aos seus pais e precisava ligar para


Chyna. Estas eram as pessoas mais importantes. Seus pais
ficariam felizes de que sua menina estava se casando, mas
Chyna jogaria sua merda e provavelmente voaria até Atlanta
assim que ouvisse... Lexi não estava pronta para tanto
entusiasmo.

Lexi ainda não havia deixado seu escritório ao longo do


dia, porque ainda estava trabalhando no grande caso, de
modo que ninguém tinha visto a maldita coisa. Ela até pediu
o almoço no escritório.

Agora, ela estava de volta em casa, à espera que


Ramsey voltasse, antes de ir ver Jack e ela se sentia como
uma idiota. O que havia de errado com ela? Um lindo e bem-
sucedido homem queria se casar com ela, e viver o resto de
seus dias em sua vida.

Esse era o sonho de todo mundo.

75
Ugh! Ela se levantou e se dirigiu para o andar de cima.
Esse era o seu maior problema... O seu maior revés. Ela
nunca tinha sido o tipo de garota que priorizou o casamento.
Claro, ela queria casar-se, algum dia. Mas ela tinha apenas
27 anos de idade e ela tinha tantas outras coisas que queria
fazer, tantos outros lugares que queria ir. Veja... Agora,
estava sendo irracional. Ela poderia fazer todas essas coisas
com um homem ao seu lado, com Ramsey ao seu lado, mas
isto apenas parecia diferente. O casamento nunca seria seu
jogo final. Ela não era Bekah Bridges, pelo amor de Deus!

Assim que ela chegou ao andar de cima, determinada a


ligar para Chyna e definir as coisas, ela ouviu a porta da
frente abrir.

— Lexi! - Ramsey chamou.

— Aqui em cima, - ela gritou de volta.

Grande. Agora, ela não conseguiria nem esconder o fato


de que não tinha contado a ninguém. Isso ia ser bom.

— Ei! - ele disse, com um grande sorriso estampado em


seu rosto. — Olhe para a minha linda noiva.

Ramsey inclinou-se e a beijou nos lábios, o gosto de


hortelã era persistente em sua língua. Lexi sorriu contra sua
boca quando ele passou os braços ao redor de sua cintura e a
pegou.

— Então, - ele murmurou contra seus lábios, — como é


que os seus pais receberam a notícia? Eles estão animados?

76
— Bem...

Ramsey colocou-a gentilmente de volta sobre os seus


pés e olhou para ela com uma expressão severa.

— Você disse a eles, certo?

— Eu estava super sobrecarregada no trabalho hoje e


eu só cheguei a casa há pouco tempo.

— Então, você não disse a eles?

Lexi balançou a cabeça.

— Não. Eu estava prestes a ligar para Chyna antes de


você chegar a casa.

— Chyna antes que seus pais? - Ele perguntou.

Ela não sabia por que isto era uma coisa ruim. Ela
amava seus pais e eles se davam bem, mas Chyna era sua
família também. Elas tinham ido ao inferno e voltado juntas,
no último par de anos.

E talvez ela quisesse ouvir a opinião de Chyna antes de


dizer a todo mundo. Isso não era estranho nem nada.

— Você já disse aos seus pais? - Ela perguntou,


ignorando a questão.

— Eu queria dizer a eles em conjunto.

Lexi soltou a respiração que estava segurando. Ela não


sabia por que estava nervosa sobre eles saberem. Não tinha

77
nada a ver com Jack. Absolutamente. Nem um pouco. Eles
eram amigos. Apenas amigos há dois anos.

— Quando você quer dizer a eles?

— Que tal um brunch no domingo? No lugar onde tudo


começou, - disse ele, com um sorriso.

— Bem, tudo começou em um clube em Nova York.

— Onde tudo começou desde então. Domingo está ok?

Lexi enfiou uma mecha de cabelo atrás da orelha. Ela


não podia nem fazer nada. Ela estava nervosa. Os pais de
Ramsey deixavam-na nervosa. A possibilidade de ver Bekah
deixava-a nervosa. Lexi fez o que pôde para evitar a sua irmã,
a todo custo. Mas ela disse sim na noite passada, quando
Ramsey pediu. Seria tolo não para dizer sim para dizer aos
seus pais daqui a dois dias.

— Claro.

— Ótimo. Vou avisá-los que estaremos lá. - Ele


caminhou em direção à porta do quarto.

— Eu ainda vou encontrar com Jack esta noite, - ela


falou para ele.

— Ah, certo. Eu esqueci-me disso. - Ramsey parou na


porta e virou-se para encará-la.

Ela viu que ele tinha uma pergunta na ponta da língua.


Ela podia geralmente lê-lo muito facilmente. Fosse qual fosse

78
a sua pergunta, foi embora, ela não tinha certeza se estava
pronta para ouvi-lo.

— Eu estava apenas esperando você chegar a casa para


sair. - Lexi pegou sua jaqueta.

Era apenas outubro e já estava muito frio para sair


sem um casaco.

— Você está saindo agora? Devo fazer o jantar para


nós?

— Oh, eu não sei quanto tempo vai durar. Você quer


que eu lhe envie uma mensagem? - ela perguntou.

— Claro Lexi.

Ramsey abriu a boca como se fosse fazer uma


pergunta, mas ela desviou o olhar e colocou sua jaqueta.

— Você viu o meu lenço roxo? - Ela não podia deixar de


mudar de assunto.

— Ei, você, - disse Ramsey, chamando sua atenção. —


Venha aqui. - Ele apontou para o chão em sua frente.

Lexi se arrastou para frente e pôs-se diante dele.

Ele passou os braços em volta da sua cintura.

— Você está bem com tudo isso?

— Com tudo o quê? - Ela perguntou como se não


tivesse ideia do que ele estava falando.

79
— O noivado, Lexi, dizer a tudo, casar, ser minha para
sempre, - disse ele antes de colocar um beijo em sua testa. —
Eu sei como você se sente sobre o casamento, podemos
esperar se é isso que você quer. Eu apenas pensei que você
estivesse pronta.

— Ramsey Bridges, você está tentando me convencer


do contrário? - Perguntou Lexi.

— Eu não estou brincando com você. Eu não estou


tentando falar para você entrar ou sair de qualquer coisa. Eu
só quero que você seja minha.

Lexi abriu a boca para lhe dizer que ela já era, mas ele
continuou falando antes que pudesse dizer qualquer coisa.

— Eu quero que você seja minha, Lexi. Minha. Eu


quero que você tenha o meu nome. Quando as pessoas lhe
chamam de Sra. Bridges eu não quero que você tenha que
corrigi-los. Isso é o que eu quero. Mas principalmente, eu só
quero que você seja feliz. Você está feliz?

— Claro, eu estou feliz.

— Ótimo. - O sorriso de Ramsey voltou com a resposta


dela e ele puxou-a para ele. — Então, você vai ficar bem
contando para as pessoas... Para todo mundo?

— Sim, - ela disse suavemente. Com as mãos enroladas


ao redor do seu pescoço, ela não conseguia pensar em como
não podia estar.

~~*~~
80
Ainda estamos nos encontrando? Está com fome?

A mensagem de Jack chegou assim que ela entrou no


carro. Ela estava pensando que se encontraria com Jack no
escritório, mas parecia que ele tinha outra coisa em mente.

É. Você queria jantar?

Bem, lá se foram seus planos de voltar para jantar com


Ramsey. Ela teria que enviar uma mensagem para ele,
avisando-o que não aconteceria. O que quer que passe na
cabeça de Jack era um mistério para ela. Embora... Não tinha
sido sempre assim?

Thai 5.

Huh. Fast-food tailandês não teria sido sua primeira


escolha para o jantar, mas parecia bom.

Lexi manobrou o carro para a estrada em direção ao


restaurante tailandês. Ela tinha estado lá apenas algumas
vezes. Uma vez, tinha ido com seu amigo Brandon para
comer sushi, mas eles tinham encontrado outro lugar que
gostaram, então eles tinham parado de ir ao Thai 5. Era
muito perto do seu escritório, mas ultimamente, ela estava no
tribunal tão frequentemente que comia por lá ou no escritório
de Bridges. Quinze minutos depois, parou na frente do
restaurante. Jack estava ancioso em seu carro, mas ele
saltou assim que a viu estacionando o carro. Ele estava
trabalhando, realmente, até tarde recentemente, então Lexi
tinha pensado que ele estaria vindo diretamente do escritório,
mas ele não estava vestindo terno. Em vez disso, ele vestia
81
calça jeans escura e um pulôver azul escuro de mangas
compridas, meio-fechado. Ela sorriu quando viu o Chuck
Taylors All Stars em seus pés. Tão Jack.

— Ei, Lex, - disse ele com um sorriso brilhante quando


correu para encontrá-la.

— Ei.

Ela o observou enquanto se aproximava, sabendo que


algo estava errado. Os círculos escuros estavam começando a
aparecer em seus olhos azuis cativantes e seu cabelo estava
amarrotado. Embora ainda parecesse bem. Além disso, o
Chuck era uma denuncia. Era como um protetor de
segurança.

— Você está bonita.

— Sério? - Ela perguntou considerando sua roupa.

Ela estava usando uma saia coral com uma blusa de


botão creme e sua jaqueta preta. Ela ainda não tinha sido
capaz de encontrar seu lenço. Pelo menos, não era legal
suficiente ainda para a sua necessidade, mas ela achou que
iria bem juntos. Mas nada de especial.

— Realmente. - Jack acenou com a cabeça e empurrou-


a para a entrada do restaurante.

Ele agarrou a maçaneta da porta antes que ela pudesse


alcançá-la e então abriu a porta para ela.

— Obrigada, - ela murmurou, caminhando através da


porta.
82
— A qualquer hora.

A dupla entrou na fila atrás de outro casal e esperaram


para pedir. Lexi já sabia o que queria, mas estava mais
preocupada com o que estava acontecendo com Jack.

— Então, o que você quer falar? - ela incitou.

Jack riu.

— Não aqui, Lex.

Seus olhos azuis pareciam olhar diretamente para ela e


ela desviou o olhar rapidamente. Ela sabia que aqueles olhos
ainda tinham poder. Eles eram amigos, mas não era sempre
um olhar fácil de segurar.

Lexi limpou a garganta antes de falar novamente.

— Se não for aqui, então onde é que vamos falar?

— Eu estava esperando que pudéssemos entrar no seu


escritório.

— O quê? - ela perguntou surpresa.

Jack tinha estado em seu escritório antes, mas


normalmente, ele só a encontrava lá para almoçar ou algo
assim. O escritório estava fechado. Era fora do expediente.
Ele sabia disso. Por que ele iria querer ir ao seu escritório?

— Eu só preciso de um lugar privado para falar com


você.

— Está fechado, Jack.

83
— Você tem uma chave, não tem?

— Bem, sim...

Ele olhou para ela incisivamente, implorando.

— Então, ainda podemos ir?

Por que ela estava se deixando ser sugada por aquele


olhar? Deve ter algo a ver com aquele desespero que tinha
ouvido no telefone ontem.

— Quero dizer, sim, nós podemos ir, mas por que


precisamos?

— Eu não quero falar sobre isso aqui. - Na verdade ele


parecia desconfortável. — Podemos ir ao seu escritório? Eu
estava esperando que pudéssemos ir.

Lexi suspirou. Este homem sempre teve sua própria


agenda.

— Tudo bem. Podemos ir lá, mas não podemos ficar


muito tempo.

Ele estendeu a mão e apertou-lhe a mão direita.

— Obrigado por entender.

Ela parou por um segundo, como se um raio de


eletricidade atravessasse do seu corpo, como sempre
acontecia. Ela viu isto espelhado em seus olhos e então
ambos deixaram cair às mãos às pressas.

O mesmo velho Jack, mas... Ainda assim diferente.

84
Com as embalagens para viagem, eles voltaram para
seus respectivos carros e dirigiram a pequena distância até o
escritório dela. Jack ficou preso em um sinal vermelho bem
quando ela virou no estacionamento. Lexi facilmente
estacionou seu carro em sua vaga normal, embora houvesse
lugares mais próximos. Foi apenas um hábito neste
momento.

Enquanto ela esperava que ele passasse por aquele


sinal interminável, ela olhou para o seu anel. Sua jaqueta era
longa o suficiente para que cobrisse suas mãos, e ao menos
que Jack estivesse olhando para ele, provavelmente não
notaria o diamante no seu dedo. Ela estava querendo dizer-
lhe durante o jantar, mas agora que eles estavam trazendo o
jantar para seu escritório, parecia muito íntimo.

Mordendo seu lábio, arrancou o caro anel caro do seu


dedo e colocou-o no porta-luvas. Ugh! Ela já se odiou por
isso. Sua mão parecia nua sem o anel e culpa se infiltrou em
cada poro. Ela deveria contar para Jack hoje. Mas... Não
poderia dizer a ele. Ela ainda não tinha dito aos pais ou
Chyna ainda. Jack não poderia ser a primeira pessoa, a
saber.

Um toque em sua janela a fez saltar claramente de seu


assento. Sua mão voou para o peito e sua cabeça disparou
para a fonte do ruído. Jack estava rindo quando ele olhou
para ela através da janela e ela fez uma careta para ele. Ela
abriu a porta rapidamente e o ouviu grunhir quando esta
bateu em seu joelho.

85
— Jesus, Lex, - disse ele, segurando a porta para não
deixa-la bater nele em qualquer outro lugar.

Lexi saiu do carro e sorriu.

— Bem feito. Você não devia assustar uma garota


assim.

— Eu não achei que fosse assustá-la. Relaxe, - disse


ele, fechando a porta para ela. Ele experimentou esticar o
joelho para fora algumas vezes, mas então ele parecia
caminhar muito bem, uma vez que começou a subir a colina
até a entrada.

Quando Lexi localizou a chave do escritório, abriu a


porta e rapidamente desativou o sistema de segurança. Uma
vez que Jack estava lá dentro, ela reativou o alarme, para que
ninguém pudesse segui-los. Em seguida fechou e trancou a
porta. Eles pegaram o elevador para o terceiro andar e Lexi
acendeu o interruptor de luz, iluminando o espaço aberto do
escritório.

Seu escritório era uma das primeiras portas ao lado da


sala dos funcionários, o que era bom e ruim. Ela sempre
ouvia as últimas fofocas, mas as pessoas frequentemente a
arrastavam para longe de seu trabalho. Para não falar que,
ela era uma das primeiras pessoas que seu chefe via quando
chegava.

— Você quer comer no salão? - perguntou Lexi,


apontando para a porta aberta.

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— Claro.

O lounge era de alta qualidade com dois sofás de couro


preto, uma televisão de tela plana, uma cozinha pequena,
mas elegante, e uma mesa de madeira que podia acomodar
seis confortavelmente. Jack entrou e colocou a comida em
cima da mesa de vidro do café, na frente do sofá. Ela seguiu
atrás dele e se sentou em um dos sofás antes de pegar a
comida.

Lexi estava ansiosa para saber o que ele queria falar.


Muitos cenários atravessaram sua cabeça, mas nenhuma
parecia plausível. Embora ela nunca soubesse, com Jack,
qualquer coisa poderia acontecer. Ela queria tocar no assunto
de novo, mas ele já estava comendo seu pad thai, não
deixando espaço para conversa. Vendo que ele não ia falar
sobre o que tinha sido tão urgente ontem até que estivesse
pronto, Lexi pegou seu sushi.

Silêncio com Jack nunca tinha sido desconfortável.


Mesmo agora que as coisas eram diferentes entre eles, ainda
parecia tão fácil como sempre. Ele não parecia estar com
pressa, por isso ela não se apressou. Ela não tinha mais nada
para fazer hoje à noite, além de finalmente dizer a Chyna
sobre o noivado. Com esse pensamento, ela mordeu o lábio
em acidente e rangeu. Jack olhou para ela com uma pergunta
em seus olhos azuis, mas ela acabou de engolir sua comida e
desviou o olhar. Ele não sabia por que ela estava nervosa e
ela certamente não ia dizer a ele, depois de tirar o maldito
anel fora de seu dedo.

87
Depois de terminarem a sua comida, Jack jogou o resto
no lixo do outro lado da sala. Em seguida, ele se encostou ao
balcão e olhou para ela. Lexi olhou direitamente de volta. Ela
procurou em seu rosto por uma pista, qualquer coisa que
pudesse dizer o que ela estava prestes a ouvir, mas ela não
gostou do que viu. Seus olhos estavam tempestuosos e
contemplativos, sua testa estava enrugada em pensamento e
seus braços estavam levemente cruzados sobre o peito. Fosse
o que fosse... Era pesado.

— Jack, - ela sussurrou de forma não


intencionalmente, — o que foi?

— Você se lembra daquela vez que fomos à praia


juntos? - perguntou Jack.

Lexi inclinou a cabeça para o lado e olhou para ele com


desconfiança. O que isso tem a ver com alguma coisa? E por
falar nisso, como ele poderia pensar que ela poderia esquecer?
Essa tinha sido a primeira vez que tinham ficado... Juntos.

— Claro que sim. O que tem isso?

— Eu estava apenas me lembrando de como você me


olhou naquele dia, quando você me viu na areia. - Seus olhos
estavam distantes como se ele estivesse recordando o
momento.

— Você não deveria estar na praia. Você deveria estar


em Savannah, - ela lembrou a ele. — Eu estava surpresa.

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— Surpresa. - Ele riu e balançou a cabeça. — Você
estava muito chocada e acendeu dentro de mim, como se a
existência fosse tudo culpa minha.

As bochechas de Lexi queimaram quando ela recordou


a experiência. Lembrou-se de que ele estava prestes a beijá-
la, antes que Kate e Clark os tivessem interrompido. Ele
merecia sua língua afiada.

— Isto teve um final feliz, eu acho, - disse ele dando de


ombros.

Lexi estreitou seus olhos.

— Final feliz? Clark, enganando-me para dizer-lhe que


dormimos juntos foi um final feliz?

Jack balançou a cabeça como se estivesse quebrando o


transe, como se tivesse esquecido como que a história havia
terminado.

— Dormir com você foi o final feliz.

Ela imediatamente baixou o olhar para suas mãos. Que


diabos estava acontecendo com ele? Contando memórias
antigas e desenterrando o passado, não havia mais nenhum
ponto em nada daquilo.

— O que isso tem a ver com qualquer coisa, Jack?

— Nada. - Ele encolheu os ombros. — Isso não tem a


ver com qualquer coisa, Lex. Eu nem sei por que eu levantei
isto.

89
— Jack, o que está acontecendo? Você está agindo
muito estranho, - disse Lexi, seu olhar voltando para seus
olhos azuis problemáticos.

— Bekah me deu os papéis do divórcio, - disse ele sem


rodeios.

— O quê? - Lexi estalou. — O que você disse?

— Ela me deu os papéis, - disse ele, seus olhos azuis


mostrando tanta piedade e choque quando ela já tinha visto.

— Depois de tudo... Ela pediu o divórcio? - Lexi não


podia acreditar. Ela não podia acreditar nesta porra. Bekah
tinha feito de tudo para manter ela e Jack juntos e agora, ela
ia se divorciar dele depois apenas dois anos depois.

Lexi, de repente, se sentiu assassina. Como ela se


atrevia a arruinar a vida de todos, mais e mais, e mais uma
vez assim!

— Eu acho Lexi. Eu não sei o que fazer. É por isso que


eu liguei para você. Nunca pensei que isso fosse acontecer.

— Mas ela pelo menos lhe deu uma razão? - Lexi


exigiu.

Jack baixou a cabeça e suspirou. O coração dela estava


com ele naquele momento. Ele parecia tão perdido e
vulnerável. Aquelas não eram emoções que ela associava com
Jack.

— Ela acha que eu a traía.

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Lexi bufou. Isso era rico!

— Estou falando sério, - ele gritou com raiva. — Leve


isso a sério.

— Como posso, quando isto é tudo uma farsa para


começar? Você a traiu!

— Não enquanto estávamos casados!

— E quem é que vai acreditar em você?

— Eu esperava que você acreditasse.

— Você pensou que eu acreditaria em você, Jack?


Depois de tudo o que eu sei sobre você, pensou que eu
acharia que você não trairia Bekah? Você bateu sua cabeça
esta manhã? - perguntou Lexi cruzando os braços.

Jack revirou os belos olhos azuis com o


comportamento dramático de Lexi.

— Eu pensei que tinha provado a mim mesmo ao longo


dos últimos anos.

— Você pensou errado. Eu sei quem você é mesmo


sendo meu amigo. Até mais então, conheço você há muito
tempo. Eu estive lá.

— Mas isso não aconteceu! Você tem que convencê-la...

— Pera aí! - Lexi gritou segurando as mãos em sua


frente. — Eu nunca vou convencer Bekah de nada nunca
mais.

91
— Eu não quis dizer...

— Eu não me importo! Eu não me importo! Você não


pode simplesmente lidar com isso como todo mundo?

— Como todo mundo lida com isso, Lexi? Eu não sou


todo mundo. Este não é um cenário normal nem nada.

— Nunca é com você, - comentou Lexi, mal-humorada.

Jack suspirou e saiu para longe de Lexi do outro lado


da sala.

— Podemos ser sérios por um segundo maldito? Todo o


meu casamento está em jogo.

— Você não deveria ter se casado em primeiro lugar, -


ela gritou com raiva.

Ela não tinha sido capaz de segurar isto. Ele não


deveria ter se casado. Isso era uma coisa que ela tinha a
maldita certeza.

Ela balançou a cabeça já irritada com a conversa.

— Eu sabia que era um erro lhe pedir isso.

Lexi deu de ombros. Não podia estar mais de acordo.

— Eu não sei como você poderia esperar outra coisa de


mim.

— As coisas são diferentes.

— Você tem dito isso por um longo tempo.

— Mas você sabe que elas são.


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Lexi tentou não olhar para o seu dedo anelar esquerdo.
Ela não estava pronta para falar com ele sobre isso ainda.

— Talvez elas sejam Jack, - ela sussurrou.

Ela deveria dizer a ele! Ela sabia que deveria dizer a


ele.

Ele caminhou de volta do outro lado salão até Lexi e se


sentou ao seu lado.

— Desculpe-me, eu incomodei você. Você não deveria


ter que lidar com isso. Você tem sua própria vida. Eu sei o
que somos agora, mas você é tudo que me resta. Eu não
posso falar com ninguém sobre algo assim. Lex, você é minha
melhor amiga, - ele sussurrou com voz rouca.

Ela desviou os olhos da curva de seus lábios, aqueles


olhos suaves e suplicantes, o cheiro inebriante dele. Ela não
podia ajudá-lo. Ela não faria isso.

Ele colocou uma mecha solta de cabelo atrás da orelha


dela e ele estava tão perto que ela quase podia provar o cheiro
familiar que ela associava a Jack. Era parecido com colônia
almiscarada, sexo e tensão, tudo em um delicioso mix. Seus
nervos racharam com a sensação da mão contra seu lóbulo
da orelha.

— Pare com isso! - Gritou ela, pulando do sofá,


sentindo o calor, e, claro, a adrenalina em suas veias.

93
— Lex, eu não estou fazendo nada! - Ele gritou de volta,
incapaz de controlar seu temperamento. — Você é a pessoa
me acusando de trair Bekah!

Lexi atravessou a sala em fúria. Ela tinha estado tão no


controle ao redor dele que odiava ficar assim esquentada. Ela
sabia o que sua raiva fazia com ele, mesmo que eles não
tivessem feito nada em dois anos.

Ela só queria socar alguma coisa. Aqui estava ele,


depois de toda aquela merda que eles tinham passado
solicitando a mesma maldita coisa toda de novo. Era como se
ele nem tivesse considerado o que isso faria a ela.

— Eu não fiz nada nos últimos dois anos que fizesse


você acreditar que eu a traía, - ele rosnou, em pé e com raiva.
— Me diga o que eu fiz que a tivesse feito você pensar isso.

Pressionando suas palmas nas têmporas, Lexi


balançou a cabeça para trás e para frente.

— Não é nada que você tenha feito nos últimos dois


anos. É tudo o que aconteceu sete anos antes disso.

— Você não pode me responsabilizar pelo passado para


sempre. Você já fez coisas más também, Lexi. Eu não sou o
único! Então, pare de me culpar por tudo. Estou tentando...
Eu tenho tentado ser uma pessoa melhor. E tenho sido bem
sucedido na verdade. Então você pode, por favor, parar de
agir como se eu fosse o mesmo garoto de dezenove anos de
idade, que você conheceu todos esses anos? Não é justo para
mim. Após todo o esforço que eu coloquei o fato de que você
94
pode falar comigo assim... Eu vim para você como um amigo.
Você é a única pessoa que eu ainda posso confiar.

— Ok, eu entendo, - ela murmurou, virando-me


lentamente e levantando as mãos. — Eu sinto muito, certo? É
fácil cair de volta para o que nós... Éramos.

— Eu sei, - ele concordou, desviando os olhos.

— É fácil esquecer o casamento... E tudo o mais que


aconteceu depois, - disse ela, melancolicamente.

Bem, não foi fácil no início, mas ela tinha chegado lá


com o tempo. Quando ela estava ao seu redor, ela
simplesmente se esquecia do resto do mundo. Mesmo que
eles não estivessem mais romanticamente envolvidos, ele
ainda tinha a mesma pegada que ela nunca poderia negar.
Ele era apenas tão... Jack.

— É. - Ele olhou para ela do outro lado da sala.

Seus olhos se encontraram e desta distância ela podia


dizer a partir de seus olhos azuis cristalinos que ele estava
pensando a mesma coisa que ela. Era uma coisa boa que ele
estivesse tão longe.

— Eu estou contente que nós já passamos disso, - ela


murmurou, nunca rompendo seu olhar.

— Eu concordo. - Seu sorriso característico atravessou


seu rosto.

95
— Eu não seria capaz de estar perto de você se não
fossemos qualquer coisa mais que amigos. - Ela esperava que
tivesse soado convincente.

— Definitivamente não. - Ele enfiou as mãos nos bolsos


de sua calça jeans e tentou não olhar presunçosamente.

— Então, estou feliz por ter essa amizade... - disse a


ele.

— Eu também.

— É estranho quando você não está na minha vida, -


ela admitiu.

Ela não tinha certeza porque estava admitindo nada


disso agora. Talvez fosse a forma familiar que ele estava
olhando para ela. Talvez ela estivesse tentando ficar longe de
seu terrível pedido. Talvez tenha sido a paixão aquecida que,
por vezes, irrompeu entre eles e que ela tentava
desesperadamente apagar.

— Eu não gosto disso, - disse ele, olhando para ela de


uma forma que deixou claro que ele queria saber onde ela
estava indo com esta linha de conversa.

Ele passou a mão pelo cabelo castanho escuro,


deixando cada vertente cair de volta no lugar. Ela desejava
que fosse mais longo. Ele costumava deixá-los cair em seus
olhos... Aqueles olhos. Agora só batia na testa. Ele parecia
bem... Profissional. Convinha-lhe para a carreira de

96
contabilidade que havia escolhido, mas não combinava com
Jack.

O silêncio engoliu Lexi e Jack quando olharam um para


o outro, através da sala. A tensão era palpável. Ela não sabia
o que fazer ou o que dizer. O que Jack queria dela estava fora
de questão. Eles haviam passado por muito, e colocar muitos
anos para que ela concordasse em ajudá-lo. Só iria ferir a
uma relação que ela não tivesse regiamente fodida.

— O que você vai fazer sobre o divórcio? - Perguntou


finalmente Lexi.

— O que eu devo fazer? - Seus olhos procuraram seu


rosto pelas respostas que ela nunca tivera.

Era uma questão mais profunda, determinada, focada


do que poderia ser respondida em palavras. Ela podia sentir
anos de perguntas na balança. Podia sentir anos de
desespero forçado entre eles. Ela podia sentir anos de dor,
miséria e necessidade irreversível rolar fora de cada sílaba.

— O que acontece se você e Bekah se divorciarem? -


Ela respirou, quase num sussurro.

Ela não podia acreditar que ela tinha perguntado isso.


Ela estava noiva! Não importava. Não importava o que
acontecesse. Por que ela ainda tinha que fazer a ele essa
pergunta?

O trecho de espaço entre eles tinha se sentido como


uma centena de quilômetros crescendo a cada dia, desde que

97
ele tinha dito: eu aceito. No entanto, ali estava ela, um dia
depois de aceitar a proposta de Ramsey, sentindo a distância
entre eles se dissipando. Ela queria ignorá-lo. Ela queria
desesperadamente ignorá-lo. Mas o que ela faria se a cadela
não tinha mais suas garras nele?

Jack olhou para o chão e balançou para trás e para


frente nas pontas dos pés. Ela podia ver os pensamentos
passando por sua cabeça. Ela podia ver o que ele queria
dizer, mas sabia que ele não diria. Ela sabia que ele não diria
isso.

— O que você quer que eu diga Lex?

Havia esse apelido novamente.

Ela nem sabia o que ela queria que ele dissesse. E


mesmo se o fizesse, mesmo que ela se permitisse o deslize, o
que poderia ser feito?

— Nada, - ela finalmente sussurrou, afastando-se de


Jack.

Ela tentou se desligar para pensar apenas na noite


memorável que ela tinha tido no dia anterior. No entanto, sua
mente continuava desejando que ele fosse chamá-la, mas ele
não o fez. Ele não a impediu de ir embora.

98
Capitulo 4

Setembro.
Dois anos e um mês antes.

Cinco dias inteiros de silêncio de Chyna.

Não era o maior tempo que Lexi tinha ficado sem ouvir
nada sobre ela. Ela tinha estado em Milão durante quase dois
meses depois de tudo, mas isso era deliberado. Chyna tinha
saído daquele casamento com Lexi, Ramsey e Adam, mas Lexi
não tinha notícias dela desde então.

Lexi não podia deixar isto passar. Ela tinha tentado


chegar a Chyna. Sabia que seria melhor falar as coisas antes
que Chyna se sentasse e ficasse emburrada. A mulher
poderia guardar rancor como ninguém. Mas claro Chyna
parecia estar evitando os telefonemas de Lexi.

Lexi tinha que fazer isso direito. Calçando num par de


tênis, decidiu que estava indo até lá para falar com ela. Ela
sabia que Chyna estava chateada com John, mas isso tinha
acabado agora. Estava saindo para jantar com John hoje
para terminar as coisas exatamente como ela havia dito no
estacionamento. Fim.

Ela só precisava dizer a Chyna e esperava que Chyna


não fosse uma cadela sobre isso. Isso seria ótimo. Lexi

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chamou um táxi para ir à cidade. Em um dia diferente ela
poderia correr para o apartamento de Chyna, mas não estava
de bom humor. Ela precisava fazer as coisas direito e tinha
muitos pensamentos girando em sua cabeça. Correr só iria
fazê-la ficar mais obcecada sobre a situação. Isso nunca era
uma coisa boa.

O táxi parou na frente do prédio de Chyna. Lexi pago a


tarifa e em seguida saiu para a calçada. Caminhou até a
entrada da frente e viu o porteiro, Bernard, em pé lá.

— Ei, Sr. B, - disse Lexi, enquanto se aproximava dele.


Ela gostava que ele fosse um marco constante no
apartamento da Quinta Avenida.

— Senhorita Lexi, é sempre bom vê-la, - disse Bernard,


com um sorriso.

— É bom vê-lo. Chyna está lá em cima... Sozinha?

— Eu sinto que você me pergunta isso toda vez que


vem, - disse ele, com a mão na porta. — Você está pensando
que ela não estaria sozinha no meio da tarde?

— Bem, eu só não sei se Adam está lá em cima. Isso


pode não ser a melhor coisa para mim agora, - ela disse para
ele. Embora ela não soubesse por que. Ela sempre parecia
divulgar muita informação para Bernard.

— Não, - disse Bernard, com um aceno de cabeça,


enquanto abria a porta. — Ela está lá em cima sozinha. Sr.
Ward saiu mais cedo esta manhã.

100
— E ela ainda está lá e não retornou minhas ligações? -
Ela retrucou. Ela não quis ser tão dura, mas era tão irritante.
Se Chyna estava sozinha em casa porque ela não podia
apenas atender ao telefone?

Bernard certamente pegou a irritação na voz dela.

— Aconteceu alguma coisa, senhorita Lexi?

— Não, - disse Lexi rapidamente, subindo as escadas e


passando pela porta da frente. Ela não queria ter essa
conversa com Bernard. Ela já estava temendo tê-la com
Chyna. — Eu o vejo por aí, Sr. B.

— Tchau, Lexi.

Lexi pegou o elevador para a cobertura ouvindo música


clássica entorpecente enquanto subia. Um apito a avisou da
chegada ao andar e ela caminhou até o final do corredor. Ela
tinha recebido a chave do apartamento de Chyna há quase
três anos e nunca tinha devolvido de volta. Dadas às
circunstâncias, Lexi imaginou que seria melhor se ela
batesse.

Respirando fundo, Lexi bateu na porta e esperou.

E esperou. E esperou. Nada.

— Realmente, Chyna? Você não vai atender a porta? -


Lexi gritou irritada. — Eu estou aqui e você não vai falar
comigo? Quanto imatura você é?

E nada ainda.

101
Chyna não estava deixando Lexi com qualquer outra
escolha. Ela precisava falar com Chyna. Lexi não deixaria
Chyna ficar emburrada mais do que provavelmente já estava.
Lexi não tinha vindo até aqui para nada. Depois de bater
mais uma vez sem resposta, Chyna empurrou Lexi ao limite.
Lexi pegou a pequena chave dourada de sua bolsa e enfiou-a
na fechadura. Preparando-se para a conversa a seguir, girou
a maçaneta e entrou na cobertura de Chyna.

— Chyna!

Lexi chutou a porta que se fechou atrás dela e


atravessou o hall de entrada, o qual Chyna já havia
redecorado desde que ela tinha voltado da casa da Milão. Seu
designer de interiores residente e melhor amigo gay,
Frederick, deve ter colocado suas mãos no lugar. Ele estava
constantemente redecorando o apartamento de Chyna com
base em seu gosto sempre fugaz em decoração. Tudo já tinha
sido em um branco elegante e moderno, depois foi de couro
preto com um clássico lampejo de Nova York, e então Chyna
tinha passado por esta terrível fase de leopardo que
Frederick, definitivamente, não concordou. Agora, ele estava
decorado em tons suaves e lindos vermelhos, azuis e verdes
que surgiam a partir de um estilo suave.

O quarto ainda tinha a mesma colagem de fotos das


muitas viagens de Chyna. Lexi tinha notado algumas novas
fotos que Chyna tinha acrescentado desde que voltou para
casa. Uma era de uma paisagem em um canal em Milão e a
segunda era da costa. Lexi se perguntou se elas tinham

102
algum significado. Por que ela tinha escolhido as duas para
trazer de volta? E assim que ela teve o pensamento, a porta
do quarto de Chyna se abriu e ela caminhou pelo corredor até
a sala.

— O que diabos você está fazendo aqui, chica? -


perguntou Chyna, cruzando os braços sobre o corpo magro.

Ela usava nada mais do que um sutiã e calcinha de


renda combinando. De alguma forma, ela conseguia ficar
ainda mais bonita do que com alguns de seus vestidos de
grife de mil dólares.

Lexi odiava-a cada momento para isso. Como poderia


sua melhor amiga ser tão linda? Não era justo com o resto do
mundo. Certamente não era justo com Lexi que era muito
mais baixa do que Chyna. E Chyna era simplesmente como
uma supermodelo magra e alta com os seios perfeitamente
rosados, cabelo preto brilhante e lindos olhos cor de
esmeralda. Muito ridículo.

— O que quer dizer com o que estou fazendo aqui? -


perguntou Lexi. — Eu tenho tentado ligar para você durante
todo o dia, toda a semana. Você não respondeu nenhuma das
minhas merdas de ligações.

— Oh, você ligou? - Perguntou Chyna, arqueando uma


sobrancelha magistralmente preparada. Ela bateu o dedo
contra seu braço. — Eu acho que eu perdi isso.

— Você não está enganando ninguém agora,


certamente não a mim, - disse Lexi, revirando os olhos. Por
103
que Chyna tinha que ser tão difícil? Lexi sabia que ela iria ser,
mas estando aqui e vendo como ela realmente era, ficava
mais frustrante. — Você está com raiva de mim. É por isso
que você não retornou nenhuma das minhas ligações. Você
não tem que fingir que você não está Chyna. Eu sei que não é
verdade. Por que você não apenas admite que esteja com
raiva de mim?

— Tudo bem. Estou com raiva de você. - Chyna deu os


ombros. Ela pegou um curto robe de seda de um armário e
amarrou-o em volta da cintura. — Eu quero dizer, que
diabos, Alexa? Você tinha que esconder as coisas de mim?

— Não foi assim. Eu não estava propositalmente


escondendo coisas de você.

— Ah, é mesmo? Assim, quando você ia me dizer que


você estava vendo John?

— Eu não estava vendo John.

— Agora, você vai tentar jogar com isso? Alexa, eu


conheço você bem demais para isso. Eu a conheço há três
anos. Eu vi toda a merda em que você se meteu. Eu vi Jack
rasgar você. Tenho visto Ramsey rasgar você. Eu vi você
voltar para os dois, - disse ela, assinalando os em seus dedos.
— Não tente agir como se eu não soubesse quem você é. Eu
sei quem você é. E você provavelmente fodeu com John só
porque você sabia que ele tinha tentado dormir comigo!

Ah não, ela não tinha ido lá! Lexi estava perto de


estourar de raiva.
104
— Chyna! Você está falando sério agora? Eu pensei que
você fosse minha melhor amiga. Eu pensei que você fosse à
pessoa que, sim, me disse toda a merda que eu tinha feito de
errado e abriu meus olhos para o que diabos eu estava
fazendo, mas eu não achava que você era crítica. Eu nunca
achei que você me julgasse.

— Bem, então você provavelmente não deveria ter


escondido coisas da sua melhor amiga, não é mesmo?

— Sério? - Lexi perguntou solenemente.

Chyna apenas encolheu seus pequenos ombros e


desviou o olhar de Lexi.

— Então, o que você quer?

— Eu quero esclarecer isso - Lexi disse a ela. — Eu não


quero perder a minha melhor amiga. Eu nem quero estar com
John.

— Talvez você devesse ter pensado nisso antes de


esconder tudo de mim.

— Chyna, você tinha ido! Você estava em Milão. Eu


tinha acabado de romper com Ramsey. Eu estava em uma
grande bagunça. Adam e eu estávamos saindo e eu conheci
John. Ele não pareceu ser a pessoa que você tinha me feito
pensar que era. Ele não pareceu ser um cara mau! - Lexi
acenou os braços dramaticamente. Como ela poderia colocar
isto na cabeça de Chyna? — Eu não sabia como contar a você
porque eu sei como você se sente sobre ele.

105
— Nós nos conhecemos há anos. Eu acho que você
poderia apenas me contar como você trouxe todo o resto para
mim. Você escondeu isso porque você estava com medo,
assim como você esconde tudo quando está com medo. O fato
de que é John, é apenas a cereja no bolo.

— Então, o quê? Eu escondi uma coisa de você e agora


você vai guardar rancor de mim para sempre? - Lexi gritou
com incredulidade. — Isso não parece justo.

— Às vezes, a vida não é justa.

Lexi balançou a cabeça e tentou limpar sua mente. Ela


não conseguia empurrar Chyna mais do que já tinha. Se
Chyna se importava o suficiente em querer sua amizade
funcionando, sendo a pessoa que Lexi sabia que ela era então
ela teria. Se não quisesse, não havia nada de Lexi pudesse
fazer sobre isso. Isto a fez querer ir até Chyna e sacudi-la.
Lexi só queria dizer a ela para acabar com esse absurdo.

Era só um cara! Claro, John tinha sido a razão de


Chyna e Adam terem terminado no início do ano, mas Chyna
indo para Milão tinha sido a razão para eles terem se
separado pela segunda vez. Chyna e Adam estavam juntos de
novo agora, mas talvez ela precisasse olhar um pouco mais
para si mesma antes de julgar Lexi. De qualquer maneira,
Lexi pensava que essa coisa toda era idiota e ela realmente
queria seguir em frente.

O pensamento de perder Chyna a estava agonizando.


Isto fez o coração de Lexi sentir como se estivesse prestes a

106
estourar. Mas ela não podia mostrar a Chyna. Chyna odiava
fraqueza. Ela sempre odiou. Odiava em si mesmo e sempre
que Lexi mostrava isso, Chyna iria tentar golpeá-la. E
realmente, neste momento, a última coisa que queria era que
Chyna batesse nela. A única vez que já havia funcionado foi
quando ela tinha desmaiado na cobertura de Chyna em
Atlanta. E mesmo assim... Chyna tinha razão.

— Ok. Legal, - disse Lexi, finalmente. Ela não queria


discutir. — Você está certa. Eu não devia ter escondido John
de você. Eu admito, não deveria nem ter dormido com ele. Foi
estúpido e isso nunca irá acontecer novamente. Vou vê-lo
esta noite para dizer a ele que acabou e que não há mais
nada entre nós. Foi apenas um caso de uma noite e está
acabado. Estou com Ramsey de novo, - disse Lexi. — Chyna...

— Você vai vê-lo? - Ela perguntou, olhando-a


diretamente nos olhos.

— Sim, é meio complicado.

— Não é sempre assim com você, Lexi?

Lexi riu e acenou com a cabeça.

— Sim, realmente é.

— Então... Por que é complicado? Jack está envolvido?

— Na verdade, - disse Lexi, com uma risada pomposa,


— Não! Jack não está envolvido neste momento. Um... Deus,
Chyna... John está trabalhando na ala médica de Bridges.

107
— O quê? - ela retrucou com a mão voando em sua
boca em descrença. — O que você quer dizer?

Lexi caminhou até o sofá e se encostou a ele. Ela ainda


não podia acreditar que isso tivesse acontecido e recontar a
história a faria mais real.

— O pai de Ramsey contratou a Global para trabalhar


na ala médica para concluir no prazo de um ano. Eles
trouxeram uma parceira e John está trabalhando com ela, -
explicou Lexi.

— Oh meu Deus, - Chyna cantava exageradamente,


finalmente soando como a velha Chyna. — Como diabos você
entra nesse tipo de situação?

— Eu gostaria de saber, - disse Lexi levemente. —


Então, humm... Ramsey conheceu John no dia seguinte que
saímos do casamento, logo depois que descobriu que eu
dormi com o John.

— Oh merda, Alexa. Isso é má sorte.

— Realmente má sorte. - Lexi não poderia concordar


mais.

— De qualquer forma, quando eu vi John acabei


falando com ele em particular por alguns minutos. Eu disse a
ele o que eu acabei de lhe dizer. Eu disse a ele que estava
acabado. E ele disse, uma vez que nós dois estamos voltando
à Nova York até o final da semana, deveríamos nos encontrar
durante o jantar e conversarmos sobre isso. - Lexi pensou

108
que a versão abreviada da história era provavelmente o
melhor neste cenário. — Então, eu vou fazer isso. Vamos nos
encontrar para conversar, mas eu só vou lhe dizer que
acabou. Nunca foi muito.

— Onde você está indo jantar? - Chyna lambeu os


lábios e cruzou os braços novamente.

Lexi respirou pesadamente. Ficou claro que Chyna não


gostou da ideia de Lexi ir jantar com ele. Ela realmente
esperava que Chyna não tivesse perguntado sobre os planos
para o jantar. Essa era a pior pergunta que Chyna poderia ter
feito a ela. Se ela estivesse chateada com a perspectiva do
jantar, não ficaria mais feliz sabendo onde.

— Um... - Lexi gaguejou. — Eu, uh... - ela hesitou,


tentando ganhar tempo. Ela não queria que isto fosse para
onde já estava indo. Ela sabia que Chyna ia ficar furiosa.

— Lexi, onde você está indo? - Chyna desconfiada


estreitou os olhos.

— Humm... Vamos ao Daniel, - Lexi sussurrou.

— Você vai a um encontro! - Chyna disse, com choque


escrito em todo seu rosto.

— Não, eu não estou indo para um encontro.

— Você vai a um encontro. Alexa, você está indo em


um encontro. Eu simplesmente não posso acreditar em você.
Você voltou com Ramsey. Você deixou Jack se casar com

109
aquela prostituta. E está arriscando tudo para ir a um
encontro com John?

— Eu não vou arriscar nada porque eu não estou indo


em um encontro. Eu juro! Não é um encontro.

— Você não vai a um restaurante onde um prato custa


cem dólares se não for um encontro. Você simplesmente não
vai. Então, você deve pensar sobre isso. Eu só... Eu acho que
talvez você deva ir embora, - disse com voz baixa.

— Chyna... Vamos lá. Eu não quero que estejamos de


mal. Você é a única coisa na minha vida que não se foi!

— Alexa, eu só preciso... De tempo. Eu não sei. Eu não


sei o que lhe dizer. Preciso de tempo para pensar sobre isso.
Parece uma decepção... - disse Chyna, se arrastando e
olhando o apartamento. — Eu tenho algumas coisas que eu
quero falar com você, mas eu acho que preciso de algum
tempo para pensar sobre tudo isso.

— Tudo bem, - disse Lexi, com um suspiro. Ficou


muito claro que ela não ia chegar a lugar nenhum com Chyna
hoje. — Eu acho que eu vou. Diga Adam que eu disse oi.

— Eu digo. Divirta-se no seu encontro.

— Chyna, não é um encontro!

— Se não fosse um encontro então você não estaria


indo ao Daniel, - Chyna repetiu. — Além disso, por que você
está saindo para jantar com ele? Jantar, realmente? Você não
pode apenas encontrá-lo para um café e dizer-lhe para se

110
foder? Como é realmente fácil. Ah, eu gosto dos meus amigos
melhor do que você, então foda-se. Certo? Não, você não está
fazendo isso! Você está indo para um jantar de cem dólares e
deixando-o conquistá-la.

— O que você faria Chyna? - Lexi estalou. Ela não


estava o deixando conquistá-la!

— Eu não faria isso!

— E o quê? Ao invés disso você colocaria a roupa suja


da sua melhor amiga em uma sala cheia de pessoas? Você
iria romper totalmente código de meninas e me denunciaria
quando é obvio a razão que eu não disse a ninguém que Jack
e eu tínhamos dormido juntos em sua festa de aniversário
por que... Bem, eu deveria ser melhor que isso.

— Eu quebrei o código de garotas? Você dormiu com


John! Depois que você soube de como eu me sentia sobre ele.

— Como exatamente você sente sobre ele, C? Porque


você está agindo como se eu tivesse roubado seu namorado, -
Lexi estalou.

— Não mesmo. Você sabe que ele era um idiota para


mim e em seguida causou o rompimento.

— Mas agora você está bem! E John não está


incomodando mais. Eu não estou feliz que você tenha dito a
todos sobre o que aconteceu com Jack naquela noite, mas eu
estou disposta a superar isso!

111
— Então, supere. Você está sempre escondendo coisas.
Se você apenas se comunicasse com todo mundo, então isso
nunca poderia ser um problema.

— Tudo bem, que seja, - disse Lexi, com frustração. —


Eu não posso ser você. Eu só posso ser eu, então eu espero
que você me perdoe.

Ela olhou para Chyna deliberadamente antes de virar


as costas e sair. Lexi fechou a porta atrás dela antes que
deixasse as lágrimas vir. Não podia perder a melhor amiga
dela por isso. Ela simplesmente não podia...

~~*~~

Não era um encontro. Definitivamente não era um


encontro.

Não havia nenhuma maneira que ela estivesse indo


para um encontro com John, mas isso não explica por que
ela tinha levado muito tempo para puxar o alisador através
de seus longos cabelos, tornando-o suave como seda ou
porque ela tinha cuidadosamente aplicado à maquiagem que
ela normalmente não usava ou porque ela tinha encontrado
um vestido que tinha pertencido a Chyna que, de alguma
forma, ainda estava com a etiqueta de preço no armário de
Lexi.

Bem, ela tinha que ainda olhar a parte. Ela tinha que
continuar olhando como ela estava saindo para o Daniel. Eles
não iriam deixá-la entrar se estivesse em uma camiseta
grandona, shorts e tênis. Foi por isso que ela tinha colocado o
112
seu par favorito de Manolos que Chyna lhe dera. Não havia
outra razão.

Não era um encontro. Isso era óbvio.

Lexi sacudiu suas preocupações e finalmente deixou


seu apartamento. Queria pensar que não importava como ela
se parecia, mas fazia. Não era sobre o código de vestimenta.
Importava para ela. Ela tinha que dizer a John que tinha
acabado, mas ainda assim, uma parte dela queria ficar bonita
para ele.

John queria pegá-la em seu apartamento para levá-la


ao restaurante, mas ela recusou. Ela não queria dar-lhe a
ideia errada sobre o que eles estavam fazendo. Isto colocava
alguma distância entre eles e ajudava a acalmá-la. Seus
nervos a atingiu com força total quando o motorista de táxi
parou em frente ao restaurante após a curta distância. Um
manobrista abriu a porta para ela e a ajudou a sair do carro.

— Obrigada, - ela murmurou.

Ela atravessou o tapete vermelho do saguão que dizia


Daniel no logo do restaurante e passou as portas duplas de
madeira.

Lexi mordeu o lábio inferior enquanto olhava para o


belo interior do restaurante. Ela sempre quis vir aqui, mas
ela ficava intimidada por ambientes luxuosos. Tinha um
interior todo branco com grandes colunas artisticamente
colocadas em arcos que dividem as salas. Mesas foram
espaçadas uniformemente por toda a sala com toalhas de
113
mesa muito brancas, utensílios em prata esterlina e buquês
de rosas vermelhas. A iluminação era fraca e romântica.
Daniel era um local para encontros e Lexi sabia.
Conhecimento que a deixou ainda mais ansiosa. Ela não
estava em um encontro. Tanto quanto ela queria ver isto, ela
estava aqui a negócios.

— Posso ajudá-la? - perguntou o maitre, chegando para


cumprimentá-la.

— Sim, eu tenho uma reserva para dois no nome de


Ward, - disse Lexi. Ela brincava distraidamente com sua
carteira roxa profunda que segurava em sua mão. Pelo menos
ela não estava empurrando seu cabelo atrás da orelha.

— Claro. Sr. Ward já chegou. Permita-me acompanhá-


la até sua mesa.

Lexi o seguiu até o outro lado do salão principal,


através de um grande arco e em uma pequena sala decorada
de forma semelhante. O maitre entrou na sala cheia de velas
e dirigiu-se para o canto escondido.

— Aqui está, - disse o maître, apontando para a mesa.

— Obrigada.

Quando o maitre saiu, Lexi deu o primeiro olhar para


John quando este se levantou da mesa. Ele era incrivelmente
bonito em um terno cinza carvão com uma camisa preta. Ele
não tinha uma gravata, e o botão de cima de sua camisa
estava aberto. Seu cabelo castanho curto estava arrumado,

114
seus olhos castanhos estavam escuros na luz baixa e seus
lábios foram puxados para cima em um sorriso ao vê-la.

— Lexi, - disse John, em saudação, seus olhos vagando


pelas curvas bem visíveis no vestido preto apertado que ela
usava.

Ela viu um brilho de desejo em seus olhos. Ela não


conseguia tirar o sorriso do rosto quando ela se aproximou
dele.

— Impressionante, - ele murmurou.

Ele estendeu os braços e tomou-lhe as mãos puxando-a


levemente em direção a ele. Lexi balançou para frente em
seus saltos altos só com aquele ligeiro puxão ameaçando seu
equilíbrio. John apanhou-a contra o peito e envolveu um
braço em volta de sua cintura.

— Absolutamente impressionante, - ele sussurrou em


seu cabelo.

Suas mãos deslizaram para baixo pelos seus lados e ela


rapidamente se afastou dele.

Ela bateu levemente a mão e balançou a cabeça para


ele.

— Sem tocar.

Ele sorriu diabolicamente. Lexi se lembrou de porque


ela tinha sido capaz de esquecer tudo o que tinha acontecido
quando ela tinha deixado Atlanta, depois de romper com

115
Ramsey. Ela realmente queria esquecer, então isto
provavelmente ajudou.

— Ah, eu esqueci. O namorado.

— Sim, um namorado, - Lexi repetiu. Ele fazia bem em


se lembrar disso.

Ele não parecia perturbado por esse fato quando ele a


conduziu para o seu lugar.

John puxou a cadeira para ela e ela se sentou.

— Será que o seu namorado sabe que você saiu para


jantar comigo? - Ele perguntou, arrumando a cadeira para
frente.

Lexi endireitou-se e engoliu em seco.

— Ele sabe que eu iria me encontrar com você.

Ramsey sabia que ela tinha concordado em atender


John para arrumar as coisas. Ele realmente não precisava
saber muito mais, assim como Chyna.

John escovou o cabelo de seu pescoço, seus dedos


roçando a pele macia. Lexi estremeceu ao toque.

— Isso é o que eu pensei.

Lexi se irritou com o comentário. Ela não estava


escondendo isso de Ramsey. Ela só não queria levá-lo a se
preocupar desnecessariamente.

— Ele não tem nada para se preocupar, - disse ela.

116
John caminhou ao redor da mesa e tomou o assento à
sua frente. Ele apenas levantou a cabeça e sorriu para ela.

— O quê? - ela perguntou. Ela não queria ficar


perturbada por aquele olhar.

— Eu realmente duvido que ele não se preocupe. Se eu


fosse ele, estaria preocupado.

— Eu não vejo você como um tipo preocupante, - disse


Lexi, desviando.

John riu.

— Não, eu acho que não sou. Eu realmente nunca fui.

Lexi queria arrancar aquele olhar complacente de seu


rosto. Ela estava reconsiderando estar aqui. Ela não queria
vir, em primeiro lugar, mas depois que ele a tinha convencido
em Atlanta, ela tinha de alguma forma se convencido de que
não seria tão ruim assim.

Mas agora, ela estava se lembrando do que tinha lhe


atraído para John, em primeiro lugar. Ele era arrogante,
praticamente uma falha, e ao invés de parecer arrogante e
irritante, ele só parecia exalar sexualidade. Ele estava
acostumado a conseguir o que queria e quando Lexi tinha
ficado deprimida após outro relacionamento fracassado, ela
tinha sido feliz em deixá-lo fazer do seu jeito. Ela não tinha
lutado. Agora, ela tinha que começar a construir uma parede
de tijolos contra o seu charme. Não era exatamente fácil.

117
Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, o garçom
chegou com uma garrafa de vinho tinto bastante cara que ele
tinha servido para John degustar antes. John começou a
pedir uma refeição de três pratos para os dois, incluindo um
maravilhoso e caro caviar que somente um conhecedor
poderia apreciar. Lexi nem sabia se gostava de caviar, mas
ela tinha certeza de que poderia experimentar isso em outro
lugar por menos preço.

Lembrou-se então por que ela tinha evitado esses tipos


de lugares. Não só eles serviam os ricos e poderosos, como
também o garçom ainda não tinha olhado para ela uma única
vez para ver se o que John havia pedido era o que ela queria.
Tinha certeza de que seria delicioso, mas era uma preferência
pessoal. Ela poderia pedir por si mesmo. Afinal, ela vinha
fazendo isso há 25 anos.

Isto a lembrou da vez em que ela havia pensado que


Ramsey a levaria em algum lugar chique como este. Em vez
disso ele a levara para um piquenique em Stone Mountain,
com um show de laser e fogos de artifício, incluídos. Ele tinha
mostrado romantismo sem mostrar opulência. Ela gostava
disso nele. Ele nunca teve que levá-la para jantares
extravagantes ou a fez sentir-se impotente para tentar
conquistá-la. Se John pensava que isto iria funcionar com
ela, teria que se esforçar mais, não que ela quisesse que ele
se esforçasse mais.

118
— Então, você já mudou de ideia sobre Ramsey
Bridges? - John perguntou, com um sorriso que dizia que ele
sabia que ela não tinha.

— Não, eu não mudei.

— Bem, eu tenho o resto do jantar, então, - disse ele,


verificando o grande Rolex no pulso.

— John... - disse Lexi, sumindo quando seus olhos


castanhos encontraram os dela novamente.

— Então, vamos começar desde o início.

Ela virou a cabeça para avalia-lo.

— O início do quê?

— Do que fez você mudar de ideia sobre Ramsey.

— Você nunca voltou para uma ex antes?

Ela achou difícil de acreditar. Seu mundo tinha sido


cheio de entradas e saídas da vida de Jack e agora de
Ramsey. Era algo que ela tinha crescido acostumada. Às
vezes, as pessoas mereciam uma segunda chance e em seu
mundo, terceira, quarta, quinta...

— Uma vez. - Ele não deu mais detalhes.

— Então, não deu certo? E agora, você vai tentar aplicar


uma situação para todas as outras? - Ela perguntou.

119
— Não. Todas as situações são diferentes. Minha... Foi
uma circunstância excepcional de qualquer maneira. Eu só
quero saber qual é a sua circunstância excepcional.

Havia sempre uma circunstância excepcional que a trazia


de volta para Jack ou Ramsey? Jack... Não. Ela sabia que não
tinha. Eles apenas tinham cruzado seus caminhos e caído de
volta na cama, se afogando em anos de luxúria e amor, e
nunca tinham sido capazes de dizer não um ao outro.
Ramsey... Bem, ela não sabia. Ele tinha mentido muito sobre
Parker... Principalmente Parker. Mas ele estava tentando
mudar e seu coração estava no lugar certo.

Ela nem sabia por onde começar.

— Então, eu estou supondo, que não há uma? - Ele


perguntou.

— Qual é a sua?

— Ela citou Oscar Wilde quando pediu para nós


voltarmos a ficar juntos.

— O quê? - perguntou Lexi. — Você não está falando


sério.

— Não. Embora ela tenha citado Oscar Wilde. Não pode


machucar.

Lexi riu suavemente e tomou um gole de vinho. O


garçom voltou com o primeiro prato e ela pegou no aperitivo
antes dele. Ela nem sabia o que era, mas era bom.

— Oscar Wilde é a sua exceção.


120
— O homem era um gênio. Qual é a sua exceção?

— Eu não tenho uma, - ela admitiu.

Olhos azuis, talvez. Ela quase riu para si mesmo com o


pensamento. Estúpidos olhos azuis.

— Todo mundo tem uma. Você provavelmente só não


sabe qual é, - disse ele, seus olhos olhando profundamente
nos dela.

— Talvez. - Ela precisava mudar o rumo desta conversa.

Ela não queria que ele a convencesse de outra forma


sobre Ramsey. Mesmo que ela estivesse tendo um bom tempo
com John, isso não importava. Ela não ia ser essa pessoa
novamente.

— Eu realmente não vim aqui para falar sobre Ramsey.

— Eu também não, - disse ele, inclinando-se em sua


cadeira. — Eu vim por razões muito diferentes, Lexi.

Lexi corou com a implicação de suas palavras e pela


forma sensual que ele as disse.

— Acabou, John. Eu sei que deixei você acreditar que


isso poderia ser mais do que é, mas não é, - ela saiu
rapidamente. — Nós tivemos sexo, isso é tudo.

— Você acha que porque nós só fizemos sexo uma vez,


era um caso de uma noite? - Perguntou John curiosamente,
do outro lado da mesa.

121
— Eu, uh... - disse Lexi, sem saber como responder.
Tinha sido mais do que um caso de uma noite, mas não
poderia ser nada mais do que isso agora.

— Posso assegurar a você que nenhum de nós tratou


isso como apenas uma foda sem sentido. Você pode tentar
dizer tudo o que quiser... Mas você está apenas mentindo
para si mesmo.

— Olhe, eu não acho que seria justo.

— Oh, não seja justa, - disse ele, batendo a mão sobre a


mesa. — Eu não quero o justo!

Lexi pulou com a ferocidade em sua voz que não tinha


estado lá antes. Ele estava realmente sério sobre tudo isso.
Do outro lado da mesa, ela o olhou nos olhos e sentiu a raiva
latente sob a superfície. John respirou fundo e pegou sua
mão. Ele passou as mãos sobre a dela enquanto ele mantinha
os olhos fixos em seus olhos.

— Você não joga limpo, Lexi. Então por que eu deveria?

— John, - ela sussurrou.

— O que Ramsey já fez para fazer você querer ele de


volta? Ele lutou por você? Será que ele a encantou? Ele fez a
esquecer de todas as razões pelas quais você tinha terminado
com ele, em primeiro lugar? - Perguntou John. — Porque eu
não vou lhe dar aqueles motivos.

Deus, algo em tudo isso me faz sentir tão... Familiar.


Talvez se não fossem as palavras ou as razões para estar

122
aqui. Era apenas algo no tom, na sua seriedade, na forma
como a noite tinha progredido. Lexi não conseguia descobrir.

Ela olhou para ele, tentando decidir o que era. Ele


estava olhando para ela, pedindo uma chance, que ela daria
prontamente em outras circunstâncias. Ainda assim, ela não
estava dando a ele. Ela não podia. Como ela poderia voltar
atrás com Ramsey apenas com uma semana? Ela não podia
sequer considerar isso.

Ramsey era a escolha certa. Ele era o único que ela


deveria ficar. Mas John não a lembrava de Ramsey. Eles
eram pessoas muito diferentes.

Lexi sabia então porque tudo parecia tão familiar, a


inclinação de sua cabeça, o sorriso escondido, o brilho em
seus olhos... Tudo.

Era Jack. E John nem sequer tinha olhos azuis!

Lexi suspirou profundamente. Ela estava acima disso.


Ela estava tão acima disso. Ela nunca mais queria ser
suscetível a esse encanto novamente. A razão de ter
funcionado com Jack era porque eles tinham tido seis ou sete
anos disto... Tanto faz. Ela não queria nem terminar o
pensamento. Seja lá o que eles tiveram. Era passado. Eles
não tinham mais. Estava acabado. Ele se casou com a cadela.
Cadela com C maiúsculo. E não havia nada que pudesse
fazer sobre isso, pelo menos não com Jack.

Mas podia ser mais inteligente e mais forte com John.

123
Lexi puxou as mãos das dele, jogou o guardanapo para
baixo e se levantou.

— Eu preciso ir embora.

John estendeu a mão, agarrando-lhe o cotovelo e


impedindo-a de se mover.

— Onde você está indo?

— Eu só... Você não entende pelo que passei. E você não


entende o que tudo isso está fazendo comigo.

— Eu gostaria de saber o que isso está fazendo com


você, - disse John, seus olhos viajando para cima e para
baixo de seu apertado vestido preto.

— Veja, é exatamente isso, - disse ela, sentando-se


quando as pessoas começaram a olhar para ela. — Existe
uma pessoa muito parecida com você e que você
provavelmente já conhece agora que está trabalhando na ala
médica Bridges. E... Você nem sequer se compara a ele.

Os olhos de John se estreitaram. A raiva inflamou-se


facilmente com o comentário. Ela sabia que faria. Foi duro.
Ela em frente de qualquer maneira.

— Ele pode me olhar nos olhos e eu fico em suas mãos.


Apenas um olhar e era tudo o que ele precisava. Ele nem
sequer precisava de suas palavras, - disse ela, querendo que
ele entendesse. — E eu nunca mais quero ser assim
novamente. É destrutivo e é... Errado para as outras pessoas
na minha vida. Então, eu acho que eu deveria ir. Se você

124
acha que eu vou cair aos seus pés com algumas palavras
charmosas e um sorriso, você está redondamente enganado.
Você pegou a garota errada. Por que... Eu não sou mais
aquela garota.

John esboçou um sorriso, sua arrogância retornando.

— Não há comparação. O que aconteceu no seu passado


é simplesmente... Seu passado. Se você continuar a viver nele
você vai sempre comparar... Sempre. Mas eu não quero uma
garota que caia aos meus pés com um sorriso. Existe um
monte destas por aí. Eu gosto de você, a única que me faz
lutar.

— Então, é isso? Então você só gosta de mim para


perseguir? - Ela rosnou.

John riu.

— Baby, eu já fodi você. Eu ganhei essa perseguição.

Lexi balançou a cabeça. Ele entenderia eventualmente,


mas não hoje.

— Dormir comigo era apenas uma parte da


perseguição, - disse ela calmamente. — Para ser honesta, eu
dei-lhe por menos. A perseguição está me deixando confiar.
Como você não conhece o meu passado, a primeira coisa que
você deve saber é que eu evito compromisso a qualquer custo.

John não tinha uma réplica encantadora para isso.

— Obrigada pelo jantar. Desculpe-me, mas eu não posso


ficar, - disse ela, levantando-se novamente. — Eu tenho
125
certeza que vou vê-lo novamente em Atlanta. Espero que
ainda possamos ser civilizados... De acordo com as
circunstâncias.

Com isso ela se virou e caminhou para fora do caro


restaurante. Ela ainda nem tinha feito o primeiro percurso,
mas ela sabia que tinha feito à escolha certa.

Lexi saiu do restaurante e tirou seu telefone da sua


bolsa enquanto chamava um táxi de volta para seu
apartamento. Tocou três vezes enquanto esperava por Chyna.
Tal como tinha acontecido todos os dias durante a semana
passada, foi direto para o correio de voz. Desta vez, Lexi sabia
que ela precisava deixar uma mensagem porque Chyna
precisava ouvir o que ela tinha a dizer. E ela não podia
simplesmente ir até lá hoje à noite para dizer a ela. O correio
de voz tocou.

— Chyna, é Lexi. Eu acho que você provavelmente já


sabia disso. Eu só queria ligar para lhe dizer que você estava
certa. Foi um encontro e eu não queria ver. Acho que eu
normalmente não quero ver as coisas que você me aponta.
Então... Desculpe-me, - disse Lexi, com um suspiro. — Eu
saí. Eu apenas saí. Você significa mais para mim do que
qualquer cara poderia significar. Eu espero que você me ligue
de volta e nós possamos resolver isso. Tudo o que aconteceu
não vale a pena de perder você. Você é a única coisa que eu
não posso substituir. Parece que há sempre caras em volta,
mas nunca amigos, não igual a você. Eu nunca vou encontrar
outra amiga como você, Chyna. Então, eu sei que este é um

126
tipo recado longo. Eu só queria lhe dizer que você estava
certa e que eu sinto muito. Eu só espero que possamos
superar isso. Então me ligue de volta, chica. Eu te amo.
Tchau.

127
Capitulo 5

Presente

— Você tem certeza que está pronta? - Perguntou


Ramsey para o que parecia ser a centésima vez.

— Sim, - disse Lexi. Ela alisou seu vestido de verão


vinho e em seguida olhou em seus olhos verdes.

— Eu estou pronta.

— Então nós provavelmente devemos ir.

— Tudo bem.

Lexi pegou um casaco de lã e depois seguiu Ramsey


para fora de seu apartamento e entrando em sua Mercedes.
Eles teriam um brunch com sua família no clube de campo
para dar a notícia a eles sobre o noivado. Lexi tinha chamado
seus pais um dia depois de falar com Jack sobre seu divórcio.
Ela não podia segurar mais e ela não queria que Ramsey
pensasse que ela estava adiando propositalmente. Ela não
estava.

Ela pensou que poderia ter sido bom convidá-los para o


clube de campo para contar ao mesmo tempo para os pais de
Ramsey, mas depois, Lexi ficou com medo, podia parecer
estranho. Sua família vinha de um mundo completamente

128
diferente. Duvidava que seus pais se sentissem mais
confortáveis com este estilo de vida do que Lexi se sentia.

Ela ainda não tinha falado com Chyna. Sua reação iria
consolidar tudo isso em realidade. Mesmo que ela estivesse
usando o grande e brilhante anel de diamante em seu dedo
esquerdo, parecia ser a fantasia de outra pessoa.

Seus olhos se dirigiram para o anel e ela suspirou


baixinho. Jack não sabia sobre o anel também. Não havia
nenhuma maneira que ela pudesse lhe dizer depois de tirar o
anel do seu dedo quando ela o tinha visto. Ela ainda se sentia
um pouco mal com o fato de que ela não tinha tido a coragem
de usá-lo em torno dele.

Mas então ele tinha ido e tirado os papéis da porra do


divórcio. O que ela deveria fazer com isso? Nada. Ela não
deveria fazer nada com isso. Ela iria encontrar-lhe um bom
advogado de divórcio e deixá-lo sair da sua própria bagunça.
Ela não queria se envolver em nada disso, não se quisesse
manter sua sanidade.

Dizer a Ramsey sobre o divórcio tinha sido ainda mais


complicado do que quando Jack tinha dito a ela sobre isso. A
família de Ramsey era por natureza realmente contra o
divórcio. Seus pais tinham ficado juntos por momentos
realmente difíceis e mesmo quando eles nem sequer dormiam
na mesma cama, eles tinham trabalhado nisso. Ramsey
estava chocado e considerando a sua família, era muito
chocante.

129
Mas... Também era Bekah. Ela fazia tudo o que diabos
queria. A única coisa que importava era ela mesma. Desde
que ela estava alegando ser a enganada por Jack, ela iria
jogar de vítima até o fim.

O que o advogado de Jack precisava era fazer, ela


parecer o contrário e mostrar Bekah como quem ela
realmente era. Jack nunca sairia na frente se Bekah fizessem
todos sentirem pena dela.

Se Lexi estivesse no caso...

Não, ela não iria fazer isso. Ela não iria analisar a
situação. Ela não queria estar envolvida.

Logo antes que Ramsey estivesse prestes a sair para


ligar para sua irmã, parou e perguntou:

— O que Jack disse sobre o noivado?

Seu rosto estava tenso e ela se sentiu mal que ele ainda,
às vezes, tinha aquele olhar nos olhos.

— É, uh... Não veio a tona, - Lexi disse, com um


encolher de ombros. — Começamos a conversar sobre o
divórcio o que ocupou toda a conversa.

Ramsey assentiu.

— Você vai dizer a ele, certo?

— Sim.

130
Não havia nenhuma maneira que ela quisesse que Jack
ouvisse isso de alguém. Mas ela não queria que ele fosse o
primeiro, a saber, também.

Agora ela e Ramsey estavam no seu caminho de deixar


todos saberem. Depois de hoje, ela teria que dizer a Jack
antes que isto chegasse até ele. Ela teria que dizer a Chyna
também. Ela queria se casar com Ramsey. Ela queria. Então,
apenas precisava passar por cima dos seus medos.
Começando por hoje.

Ramsey estendeu a mão e entrelaçou seus dedos juntos,


enquanto ele corria pela interestadual.

— Estou animado.

Lexi olhava pela janela os carros que passam zunindo


perto.

— Eu também.

Verdade seja dita, ela estava nervosa como o inferno. Os


pais de Ramsey não eram exatamente contra ela, mas eles
certamente não iriam a acolher de braços abertos. Tinha
certeza de que parte disso tinha a ver com Bekah e o fim de
seu casamento. Não havia muito que Lexi pudesse fazer sobre
isso e ela só esperava que eles fossem solidários a Ramsey.
Eles não tinham que tratá-la como filha, mas queria que eles
tratassem Ramsey com o respeito que merecia. Ele havia
fundado a ala médica para eles, mesmo que ele tivesse feito
em seus termos.

131
Ramsey levemente acariciou seu polegar em sua mão.

— Você sabe que eu amo você, certo?

Lexi empurrou sua cabeça em direção a ele. Ele estava


sorrindo e seus olhos continuavam correndo até ela.

— Claro que sim, - disse ela.

— Você sabe que eu faria qualquer coisa por você.

— Você já fez tudo.

— E eu vou continuar fazendo isso e muito mais, Lexi. -


Ele levou a mão dela aos lábios e beijou-a suavemente. —
Minha Alexa.

Lexi tentou não se afligir mais com isso. Ramsey estava


tentando aliviar seus nervos da melhor maneira que sabia e
seria melhor se ela apenas deixasse suas palavras suaves
afundarem nela. Seus pais não tinham escolha no assunto.
Ela ia se casar com seu filho e era isso.

Eles atravessaram o portão de entrada para o clube e


desceram a longa rua para a sede. Ele estacionou sua
Mercedes entre duas BMW e Lexi tentou não se sentir
insignificante em meio à riqueza excessiva. Foi assim que
Ramsey tinha crescido, mas isto não era Ramsey. Esta não
era a sua vida, mesmo que tecnicamente fosse o dinheiro
dele.

Ela estremeceu com o pensamento. Era estranho pensar


que uma vez que eles se casassem metade de tudo, seria dela.
Ela não queria saber quantos zeros seriam acrescentados ao
132
seu patrimônio líquido. Sério, ela precisava parar de
superanalisar. Isso era estúpido. Ramsey não era o seu
dinheiro e ele não era, zeros em uma conta bancária. Ele era
apenas Ramsey, o homem que ela tinha se apaixonado três
anos atrás. Ela estava agindo como uma idiota.

Lexi esperou por Ramsey passar ao lado do carro, e em


seguida saiu do carro, ela pegou seu cotovelo. Era só outubro
e ela já estava com frio. Desejou que pudesse vestir jeans
gastos ou algo assim. Isso teria sido melhor, mas pelo menos
tinha seu cardigan. Ela enfiou as mãos nos bolsos de seu
casaco e rapidamente atravessou o estacionamento.

Atravessou o familiar vestíbulo luxuoso com arranjos


florais da época, por um longo corredor, passado os
banheiros, onde ela e Ramsey tinham oficialmente se
encontrado pela primeira vez e cruzaram o espaço principal
de banquetes para a sala de jantar privada dos Bridges. Os
olhos de Lexi pousaram na placa de ouro com o nome dos
Bridges sobre ela. Será que ela mudaria seu nome?
Compartilhar o nome com a cadela?

O pensamento nunca havia passado por sua mente. Sra.


Lexi Bridges. Ela franziu o cenho. Talvez ela pudesse colocar
um hífen. Ela conhecia pessoas que tinham feito isso. Sra.
Lexi Walsh-Bridges. Ela enrugou o nariz com o pensamento.
Profissionalmente, sua licença de advogado ainda estava sob
seu sobrenome, Walsh. Ela não tinha certeza se ela iria
querer lutar para conseguir tudo mudado.

133
— Você está pronta? - perguntou Ramsey, puxando-a
para fora de seus pensamentos.

— Uh... Com certeza, - ela sussurrou. Por que ela estava


tendo esses pensamentos estúpidos agora? Ela precisava
estar sobcontrole, seriamente.

Ramsey abriu a porta para a sala de jantar privada e


Lexi respirou fundo. A sala estava quase cheia quando
chegaram. O pai de Ramsey sentava-se à cabeceira da mesa,
vestindo um casaco de terno náutico sobre calças cáqui e
uma camisa listrada. Ele tinha ombros largos e formidáveis.
Sua mãe estava sentada à sua esquerda em um vestido rosa
escuro de corte quadrado. Ela era pequena, com
características angulares e já segurando um bloody Mary na
mão.

Lexi reconhecida uma série de outras pessoas na mesa,


mas ela não se lembrava de nenhum de seus nomes. Tinha
certeza de que havia conhecido todos eles antes, mas eram
colegas de trabalho e amigos dos Bridges.

Sentada na extremidade oposta da mesa em um vestido


náutico que poderia rivalizar com sua mãe em modéstia
sentava Bekah. Seu cabelo loiro estava levemente enrolado e
sua franja normalmente robusta estava ao lado de seu rosto.
Seus olhos azul-bebê retratando a inocência que Lexi sabia
que ela não tinha um único grama e um arrogante sorriso
superior jogado em seus lábios. Lexi não daria a Bekah a
satisfação de ver o quanto sua presença ainda a irritava.

134
Seus olhos pararam do outro lado da mesa e seu próprio
sorriso rosa. Jack não estava sentado em frente à Bekah em
seu lugar. Os olhos de Lexi encontraram os de Bekah e Lexi
inclinou o queixo para cima enquanto tomava o seu lugar. Os
olhos de Bekah estreitaram com o gesto e era profundamente
gratificante ver o sorriso apagado em seu rosto, mesmo por
apenas um curto segundo.

Lexi sentou-se em frente a Ramsey, a ausência de Jack


deixando um buraco ao lado dela. Certamente, outros iriam
perceber que ele não estava lá. Pelo olhar no rosto de Bekah,
Lexi duvidava que já tivesse contado aos pais sobre o
divórcio. Ela se perguntava o que pensariam sobre isso.
Bekah claramente não faria isso se pensasse que isso iria
prejudicar a relação com seu dinheiro... Hamm, pais. Sua
reputação e o nome da família eram as únicas coisas que Lexi
pensava que Bekah realmente se preocupava. Lexi gostaria de
ver como Bekah se sairia fora desta.

— Lexi, é tão bom ver você, - disse Bekah.

Sua doce e melada voz fazia Lexi querer vomitar.

— Oi, Bekah, - disse Lexi, secamente. Ela não estava


exatamente sendo rude, mas ela não conseguia nem fingir
estar feliz em ver Bekah.

— É bom ver você de volta ao clube, Ramsey, - disse


Bekah, já voltando sua atenção para o irmão, o que era bom
para Lexi.

135
— E é como se eu nunca tivesse saído, - disse ele com
um sorriso apertado.

Lexi teria rido se não tivesse que manter um controle tão


restrito sobre si mesmo.

Bekah cerrou os dentes para a declaração dissimulada,


o que fez valer a pena vir.

Só então a equipe de garçons apareceu e começou a


pegar os pedidos. Lexi pediu um pequeno breakfast, suco de
laranja e um café e então ela deixou seu cardápio. Seu
estômago já estava em nós de antecipação e ela não queria
enchê-lo com qualquer outra coisa para jogá-la fora a seguir.
Ela não sabia quando Ramsey queria dizer sobre o noivado e
estava o deixando decidir.

Lexi virou o anel em seu dedo por baixo da mesa e


sentou-se ali sem jeito como o silêncio que se estabeleceu em
sua ponta da mesa. Ela não tinha nada a dizer par Bekah e
nenhum dos amigos dos Bridges parecia ter qualquer
interesse em se envolver com ela.

Seu café apareceu e Lexi suspirou feliz. Pelo menos ela


sabia que seria capaz de fazer isso pela tarde agora. Ela
tomou seu primeiro gole, quando a porta da sala de jantar
abriu.

Os olhos de Lexi subiram para a porta. Eles


normalmente não começariam o brunch se ainda estivessem
esperando alguém. Isso era parte do privilégio de ter a sua

136
própria sala, além da privacidade que vinha com ela, é claro.
Eles faziam todas as regras.

Lexi engoliu em seco quando viu quem entrou, Parker.


Ela estava com um vestido preto maxi longo e uma jaqueta
jeans clara. Ela sorriu desculpando-se e fechou a porta atrás
dela.

— Desculpe, estou atrasada, - disse Parker, pegando o


último lugar vago ao lado de Ramsey.

— Presa no hospital? - perguntou Ramsey.

Lexi sentiu a familiar pontada de angústia através de


seu peito enquanto se dirigia a Parker. Sempre estava lá, não
importava o quanto ela empurrasse para o lado, não
importava quantas vezes ela tentasse esquecer aquela noite
neste verão.

Francamente, isso não importava certo? Ela tinha um


anel de diamantes brilhando em seu dedo e Parker não tinha.
Mas ela ainda fazia Lexi doente.

— Eu deixei alguma vez, - perguntou Parker.

Lexi ouviu o cansaço em sua voz.

— Se você não insistisse em passar tanto tempo em


cirurgia como em fazer o trabalho administrativo, você pode
sair mais, - disse ele.

Teria sido uma repreenda, mas a maneira como ele


havia dito soou mais como um carinho. Era um hábito de
Ramsey nunca ser capaz de chutar.
137
— Eu deixaria mais se alguém não tivesse me visto
dormindo no chão e insistido para que eu recebesse este sofá
que eu juro que é mais confortável que a minha cama em
casa. Eu não tenho nenhum incentivo para sair, - disse
Parker, com um encolher de ombros.

Lexi limpou a garganta e o rosto de Parker empalideceu


como se ela tivesse acabado de perceber o que ela estava
falando.

— Eu acho que isso soa maravilhoso, - Bekah se


intrometeu. — É sempre bom ter um lugar para relaxar...
Quando você está preso no escritório por um longo tempo.

— Quantas horas extras que você está fazendo no


escritório agora? - Perguntou Lexi, tentando igualar o tom
açucarado de Bekah quando ela olhou para Bekah
inocentemente.

Bekah apenas deu de ombros, imperturbável.

— Não muito recentemente. Eu tive algumas coisas


para cuidar com o meu marido, - disse ela, soltando a palavra
facilmente.

Mesmo que a mulher estivesse se divorciando dele, ela


ainda usou essa palavra. Não importava nem um pouco que
as coisas tivessem mudado ao longo dos últimos dois anos. A
parte racional de Lexi sabia que ela não devia se preocupar,
mas o lado irracional realmente odiava muito que Bekah
tivesse vencido. Muito mais, Lexi odiava que depois de tomar
a sua vitória, Bekah o estivesse jogando de lado, como leite
138
estragado de semanas. Lexi sequer tinha palavras para o
novo nível que Bekah tinha chegado.

Ramsey rapidamente mudou de assunto para algo mais


neutro, deixando Lexi fora da desta conversa. Levou um
monte de esforço para não apenas jogar a mão esquerda
sobre a mesa como Bekah tinha feito naquele dia, há três
anos no escritório de Jack. Mas Lexi não queria que Bekah
puxasse esse tipo de emoção fora dela. Lexi não ia jogar fora
a chance de dizer a todos sobre seu noivado. Bekah não
merecia esse direito. Seria nos termos de Lexi. Ninguém mais,
a não ser Ramsey tinha o privilégio.

O brunch continuou sem mais muitos


constrangimentos. Sua ponta da mesa estava tranquila,
felizmente. Diferente da incessante, e monótona Bekah que
falava com alguns dos amigos da família, que Lexi não se
lembrava. Eles falaram sobre tudo, desde negócios às
compras para as férias de verão e do clima. Lexi tentou se
ajustar e apenas um sorriso ocasional de Ramsey ajudava a
manter a calma. Ele sabia como ela se sentia e esses sorrisos
lembravam a ela que ele estava do seu lado. Ele sempre
esteve do seu lado.

O pai de Ramsey limpou a garganta e todo mundo ficou


em silêncio.

— Obrigado por terem vindo para o brunch de


domingo. Graças ao bom tempo nós vamos nos mover para as
atividades de pós-brunch na minha propriedade. Todo mundo

139
é mais do que bem-vindo para vir para um cigarro e cocktails
à tarde.

A conversa começou de novo entre as pessoas,


explicando sua recusa ou confirmando seus planos para
participar. Os garçons aproveitaram a oportunidade para
limpar a mesa e as pessoas começaram a deixar a sala.

Ramsey deu a volta para o lado de Lexi da mesa e


pegou a mão dela na sua. Ele se inclinou e sussurrou em seu
ouvido:

— Vamos dizer a eles quando voltarmos para casa, está


bem?

— Claro, - ela disse, olhando em seus olhos verdes.

Ele sorriu com orgulho e beijou seus lábios. Foi um


gesto casto, mas o contato em público fez seu coração vibrar.
Não que Ramsey fosse contra demonstrações públicas de
afeto, mas geralmente ele mantinha tudo discreto no clube de
campo. Eram as regras do jogo.

Eles seguiram os pais de Ramsey para fora do clube e


para o estacionamento.

— Eu vou ver vocês todos lá, - disse Parker com um


aceno.

— Oh! Posso ir com você? - perguntou Bekah. — Você


pode me levar no seu caminho para lá.

— Claro Bek.

140
— Vejo vocês em um minuto, - disse Bekah. Ela acenou
as mãos para eles e saiu depois de Parker.

Lexi pegou Parker olhando para Ramsey com os olhos


distantes. Era um olhar familiar. Lexi não tinha certeza de
que ela iria se acostumar com a maneira Parker olhava para
ele.

— Vamos lá, - disse Ramsey, envolvendo seu braço em


volta da cintura de Lexi e puxando-a para longe das meninas.

Lexi abriu a porta do carro e sentou-se em seu assento


com um suspiro. Isso ia ser divertido. Agora, eles não iriam
contar apenas para os pais de Ramsey. Eles teriam uma
audiência completa que incluía Bekah e Parker. Ela desejou
que eles tivessem apenas dito a todos no brunch em vez de
esperar. Isto fez seu estômago revirar.

O que Ramsey estava esperando? Certamente o


momento certo não iria se materializar do nada. Isto nunca
acontecia com as coisas que ela se envolvia. Era melhor
apenas acabar com isso do que esperar o momento. Então
novamente... Ramsey era um planejador. Ele tinha
encontrado o momento perfeito para propor, assim como tudo
em sua vida, e ele só iria avançar com isso quando soubesse
que estava certo. A tensão no brunch tinha sido tão palpável
que Lexi tinha certeza de que nunca seria o momento certo
em torno de Bekah ou Parker. Ambas a colocaram no limite.

A propriedade dos Bridges era a apenas alguns


minutos de carro, mais ao fundo das profundezas do

141
condomínio do clube de campo. Ramsey parou ao lado da
casa em um espaço enorme na garagem. Parker colocou seu
Range Rover no espaço ao lado do seu, e Lexi sabia era o local
normal de Bekah.

Lexi tinha ficado surpresa ao descobrir que seus pais


haviam deixado espaço na garagem para os seus dois filhos,
apesar de ambos terem se mudado há anos. Isto levava ela
acreditar que tinham problemas de apego o que há
aterrorizava um pouco.

Eles saíram do carro e tomaram o caminho mais curto


para a mansão dos Bridges, para as portas dos fundos e
desceram as escadas que levavam ao quintal. Seus pais já
estavam acomodados na casa do jardim, com as bebidas da
tarde e charutos, como prometido. Limonada, chá doce e
petiscos também estavam em exibição. Apenas mais outro
casal do brunch havia chegado. Provavelmente os outros
iriam para casa, para refrescar-se antes de retornar.

Ramsey pegou uma limonada para Lexi enquanto ele se


serviu de um uísque para tomar com o seu pai. Ela não tinha
certeza de como ele sabia que ela não estava com vontade de
beber... Ou talvez ele apenas soubesse o quanto fraca para
bebida ela era e não queria que ela ficasse bêbada na frente
de seus pais. A tolerância de Ramsey atravessava o telhado,
então ela sabia que o uísque não faria muito para ele.

— Desculpem-me, - disse Ramsey, ao grupo assim que


todos tinham uma bebida na mão. — Eu tenho um anúncio a
fazer. - O estômago de Lexi virou quando todo mundo virou-
142
se para encará-lo. Ele passou um braço em torno dela e
puxou-a para mais perto. O silêncio diante dele era como um
peso de 50 quilos em seus ombros. Bekah, desconfiada,
olhou para Ramsey, os olhos correndo entre Ramsey e Lexi
como se estivesse tentando juntar as peças do quebra-
cabeça. Parker só tinha olhos para Ramsey. Ela não olhou
para Lexi uma vez.

Lexi respirou fundo e esperou.

— Eu queria que vocês soubessem que eu pedi para


Lexi se casar comigo, - disse ele, em voz baixa. Seus olhos
encontraram os dela e ele sorriu. — E ela disse que sim.

Ela apenas o viu naquele momento, e as emoções que


tinham caído ao seu redor na noite em que lhe pedira para
casar com ele, á rasgaram novamente. Ela tinha muita, muita
sorte de ter encontrado alguém que a amasse
incondicionalmente, que tinha acabado com toda a indecisão
dela e acreditava nela, apesar de seus próprios medos. Ela
sorriu para ele, perdida no momento, perdida por este
homem. E então, o momento foi quebrado.

Mas não a partir da comoção que ela estava esperando.


Era a partir do silêncio. Ela virou-se para a pequena multidão
que tinha ao seu redor. Vários olhares de choque
atravessaram seu rosto, mas ninguém se moveu ou disse
qualquer coisa.

— Nós vamos nos casar, - Ramsey confirmou, quando


ainda ninguém tinha dito nada.

143
— Oh, Ramsey, - disse sua mãe, andando lentamente
em sua direção. — Que notícia maravilhosa.

— Parabéns, meu filho, - disse o pai. Ele era tão


austero como sempre.

Nenhum deles realmente parecia animado.

Sua mãe mudou-se para Lexi e a envolveu em um


abraço.

— Fico feliz de ouvir, querida.

Parker abriu a boca e depois fechou. Ela olhou entre


eles como se ela nem soubesse por onde começar, então ela
engoliu seco e se aproximou de Lexi.

— Parabéns, - disse ela, abraçando Lexi após a mãe de


Ramsey. — Tenho certeza que vocês serão muito felizes
juntos.

— Obrigada, - Lexi sussurrou.

Ela não esperava Parker ser tão genuína, mas ela não
parecia rancorosa também. Talvez Parker estivesse um pouco
chocada, mas todos pareciam estar chocados.

O outro casal que estava de pé com os pais de Ramsey


avançou e emitiu seus próprios abraços de congratulações e
apertos de mãos. Eles disseram algo para Ramsey, que o fez
rir e parecia então, por um segundo, como se toda a tensão
tinha quebrado.

144
No entanto, Bekah ainda não tinha dito nada. Lexi
arriscou um olhar em sua direção e ela não tinha certeza do
que ela via refletido nos olhos azul-bebê de Bekah. Bekah
estava percebendo que depois de tudo, ela tinha desistindo de
Jack e Lexi ainda ia se casar com seu irmão? Será que Bekah
estava tramando uma maneira de estragar tudo? Ela poderia
ser tão estúpida? Lexi nunca iria confiar nela para fazer
qualquer coisa menos que isso.

— Jack e eu estamos nos divorciando, - disse Bekah,


endireitando visivelmente, quando as palavras saíram de sua
boca.

O silêncio que estava lá na declaração de Ramsey agora


estava longe de ser visto. Todos falavam ao mesmo tempo e
Lexi não conseguia nem diferenciar quem estava falando e de
onde os gritos vinham. Lexi colocou as mãos sobre os ouvidos
e levemente debruçou no tumulto.

O anúncio de Bekah abalou todos no âmago e agora


toda a atenção estava sobre ela, assim como ela gostava. Lexi
olhou para Ramsey, que parecia furioso. Ela achava que era
porque sua irmã tinha mais uma vez roubado seu raio.

Afinal de contas, ninguém tinha sequer pedido para ver


o anel de Lexi.

— Rebeca Caroline! - Seu pai berrou sobre todos os


outros. — Explique-se!

Ele parecia além de furioso. Seu peito estava inchado,


suas sobrancelhas foram atraídas para baixo enquanto
145
observava a filha e sua mão apertou o copo de uísque com
tanta força que Lexi tinha certeza que ele o estava quase
quebrando, como num filme.

— Papai... - Bekah murmurou.

— Não vem com papai, senhorita, - ele rosnou.

Os olhos de Bekah estreitaram. Ela não parecia feliz


que todo mundo não estivesse de acordo com isso. Eles só
estavam casados há dois anos. Era um período de tempo
incrivelmente curto, considerando o desagrado entre seus
pais. Sem mencionar que eles gastaram quase um milhão de
dólares em um casamento, para ser quebrado tão rápido mais
tarde. Lexi não poderia culpá-los por estarem chateados.

— Ele me traiu com outras mulheres enquanto


estávamos casados. Eu não posso continuar a estar com
alguém que se importa muito pouco com o nosso
casamento... E comigo.

Nesse momento, Lexi estava feliz que ela havia se


reunido com Jack e já sabia que isso ia acontecer, porque ela
tinha certeza de que ela teria bufado com a risada do
comentário de qualquer outro tempo. Com isso, ela já estava
bem ciente das acusações de Bekah.

— Você tem provas disso? - Perguntou o pai.

— Sim, - ela disse confiante.

Lexi se perguntou que prova tinha. Bekah teria


contratado um detetive particular? Havia provas de vídeo ou

146
apenas fotos? Não. Lexi não fazia parte deste caso. Ela não ia
ser uma advogada no momento. Ela era apenas Lexi, ouvindo
sobre a cisão entre a pessoa que ela odiava e o homem que
ela havia amado. Ela só poderia estar feliz com isso,
enquanto todo mundo se apavorava.

Então, ela olhou para Bekah e a observou da cabeça


aos pés. Talvez Jack não estivesse mentindo. Bekah estava
muito confiante e Lexi nunca confiou nela quando estava
assim. Bekah poderia estar blefando?

— Pelo menos o acordo pré-nupcial irá funcionar, -


disse seu pai, ainda claramente irritado, mas esvaziando.

— Pré-nupcial? - Lexi perguntou imediatamente.

Jack não tinha mencionado um acordo pré-nupcial.


Merda, merda, merda! Isto poderia ser muito ruim. Poderia
significar enterrá-lo.

— É claro, - disse Bekah, como se fosse uma prática


comum. — Eu queria me proteger.

Lexi sabia que não devia perguntar, mas ela tinha que
saber.

— Será que você incluiu uma cláusula de infidelidade?

Bekah sorriu aquele sorriso mau, aquele que Lexi tinha


aprendido a associar apenas às piores ideias de Bekah.

— Eu disse que eu precisava para me proteger.

147
148
Capitulo 6

Outubro
Dois anos antes

— Eu acho que eu não tenho muita coisa. - Disse Lexi.

— Não, você realmente não tem. Eu não sabia que você


era tão minimalista. - Disse Ramsey com um sorriso olhando
dentro do armário.

Lexi deu de ombros.

— Eu tinha outras prioridades na faculdade de direito.

— Como gastar todo o seu dinheiro inexistente em


roupas?

— Como invadir o armário da minha melhor amiga.


Sério, Chyna descarta roupas que ela usa somente uma vez.

— Podemos ter de reorganizar uma vez que


desempacotar tudo. - Disse Ramsey, com um aceno de
cabeça, enquanto olhava para as pilhas e pilhas de roupas.

— É... Parece que vamos ter que mudar suas coisas


para o quarto de hóspedes. - Disse ela com uma risadinha.

— Ha! Boa sorte com isso. - Ramsey deu um passo


adiante, em seu espaço pessoal, e forçou-a a olhar para ele.

149
Sua respiração ficou presa e ela tentou manter os
pensamentos lascivos na baía. Eles ainda tinham um pouco
de trabalho a fazer, já que todas as suas coisas, de seu
apartamento, tinham chegado de Nova York esta manhã,
além disso, ela precisava de um banho.

— Não me faça usar minhas artimanhas femininas em


você.

— Isso é uma opção? - Ele perguntou, abaixando a


cabeça e dando um beijo em seus lábios e agarrando a parte
de trás de sua camiseta.

Ela saiu do abraço e jogou as mãos para cima.

— Eca, eu estou totalmente suada neste momento.

— Eu acho que você esta linda.

— Bonita, eu estou é precisando de um banho. - Disse


Lexi, recuando em direção ao banheiro.

— Eu poderia acompanhá-la... - Ele disse, quando ela


entrou no banheiro. Suas mãos apalparam a sua camisa e
rapidamente a tirou por cima da cabeça jogando-a no chão.

— Se você insiste. - Lexi murmurou.

Ele deslizou seus shorts de corrida para o chão.

— Oh, eu insisto. - Disse ele, com admiração,


deslizando as mãos pelas suas curvas ligeiras.

Ramsey recuou um passo ao entrar no chuveiro para


ajustar a temperatura antes de localizar duas toalhas e
150
colocá-las em cima do balcão. Lexi retirou seu sutiã e
calcinha fio dental e, em seguida, ela entrou direto para o
chuveiro com o Box de vidro cheio de vapor. Como Ramsey
observava, ela recuou do jato de água, fechou os olhos e
deixou a cabeça mergulhar de volta na água. Ouviu-o gemer e
um sorriso brincou em seu rosto.

Após alguns segundos, Ramsey entrou no chuveiro.


Suas mãos logo tocaram o corpo dela, agora molhado. Ela
respirou bruscamente quando ele passou as mãos de volta
até seus seios e tocou suavemente contra seus mamilos
eretos. Ele se inclinou para frente e tomou um na boca,
empurrando-a através do chuveiro levando suas costas
contra a parede de azulejos. Lexi engasgou tanto da sensação
dele contra ela, quanto com o choque com os azulejos frios
atrás dela.

Ela passou os dedos em seu cabelo e respirou o ar


espesso, devido ao vapor. Ele ergueu as pernas dela em torno
de sua cintura, pressionando-a com mais força contra a
parede.

— Foda-me. - Ela gritou quando sentiu o comprimento


dele deslizar entre suas pernas.

— Deus, eu senti a sua falta, Lexi. - Ramsey rosnou


contra sua garganta. — Eu não quero nunca mais que você
vá embora de novo.

151
— Um mês em Nova York foi muito tempo. - Ela
concordou, arqueando as costas e girando os quadris,
convidativa.

— Foi muito tempo.

Ramsey puxou-a fora da parede, virou-a, e inclinou sua


cintura. Ela seguiu sua liderança sem reclamar. Ela não se
importava com o quanto estava dolorida por ter carregado
caixas e malas, o dia inteiro. A única coisa que podia pensar
agora era na sensação das mãos dele em seu corpo e do
quanto ela o queria. Ele a penetrou em um só golpe, ela
agarrou o banco à sua frente. Seu corpo se movia ao mesmo
tempo, que o dele, conforme ele puxava e empurrava dentro
dela, profundamente. A água jorrava em cascata para baixo
de seu corpo, escorrendo de seus longos cabelos castanhos,
tornando-os lisos e escorregadios.

Mas tudo isso ficou perdido nela, enquanto ele


mergulhava mais fundo a cada vez que a penetrava. Seu
corpo se apertou ao redor dele, pedindo para dar-lhe mais.
Suas mãos cavaram em seus quadris para ganhar mais força.
Seus olhos se fecharam, ela arqueou as costas sentindo as
ondas familiares do clímax a partir de seu centro.

— Perto. - Foi tudo o que ela conseguiu dizer quando


ele pegou o ritmo.

— Foda-se. Foda-se! - Ele rosnou.

Ela atingiu o clímax quando ele enterrou-se


profundamente dentro dela uma última vez. Ele grunhiu ao
152
sentir seu orgasmo, quando ela apertou seu pau e ele gozou.
Lexi sentiu toda a energia deixar seu corpo, seus braços
balançaram no banco de onde estava se apoiando.

Ele lentamente saiu de dentro dela, agarrando-a em


torno da cintura para mantê-la segura de seu colapso, em
seguida, ambos se sentaram no banco. Sua cabeça caiu para
o peito dele enquanto a água espirrava em seus pés.

— Mmm. - Ela murmurou.

— Concordo.

Depois de alguns minutos de silêncio, os dois


finalmente lavaram um ao outro e saíram do chuveiro apenas
quando a água começou a ficar fria. Lexi se enrolou na toalha
e torceu outra em torno de seu cabelo antes de se jogar na
cama.

Era uma sensação incrível estar de volta a Atlanta...

Ela sentiria falta de Nova York, mas era maravilhoso,


sabendo que ela estava finalmente tomando algum controle
de sua vida. Depois de sair de um jantar com John, Chyna
tinha finalmente ligado de volta. Ela ainda estava um pouco
perturbada pelo fato de que Lexi tinha escondido que ela
tinha dormido com John, mas Chyna não queria perder sua
melhor amiga por causa dele. Elas tinham algum trabalho a
fazer em seu relacionamento, mas nada que não fosse
solucionável.

153
Durante a semana seguinte, Lexi tinha recebido três
telefonemas com ofertas de trabalho; dois em Nova York e um
em Atlanta. Após a confirmação com Ramsey que ele não
tinha nenhum contato com a empresa em Atlanta, ela havia
concordado em se juntar a essa empresa como advogada,
enquanto aguardava seus resultados do exame da ordem. O
salário era um pouco menor do que as empresas em Nova
York ofereciam, mas a empresa de Atlanta oferecia mais
oportunidades de promoção, e, tanto quanto ela podia dizer,
eles também ofereciam horários mais flexíveis.

Além disso, ficaria perto de Ramsey. Ela estaria


mentindo se dissesse que não tinha sido uma decisão difícil.
Ela sempre disse a si mesmo que queria um emprego de
advogada associada em Nova York, essa era a razão pela qual
tinha ido para a Universidade de Nova York, onde se formou
em primeiro lugar. Mas quando surgiu a oferta de emprego
em Atlanta, ela não tinha sido capaz de rejeita-la. Sentiria
falta da cidade e de sua amiga Chyna, e, até mesmo de sua
companheira de quarto Rachelle, mas seria bom estar em
casa com Ramsey.

Isso a deixou, tão animada, que até concordou em


morar com ele, de novo. Seu primeiro pensamento foi o de ter
o seu próprio apartamento, mas parecia bobo, pela mesma
razão que parecia bobo da última vez que ela havia se
mudado para junto dele. Ela estaria passando a maior parte
do tempo no apartamento com ele. Não havia nenhuma razão
para adicionar a distância extra em seu relacionamento, até

154
porque, ela não tinha nenhuma intenção de se mudar de
volta para longe dele novamente.

Tudo parecia tão óbvio.

~~*~~

Enquanto Lexi sentia terrivelmente a falta de sua


amiga Chyna, em compensação, por estar de volta à Atlanta
poderia reatar com seu amigo Brandon. Ela não o via há
quatro meses, ocasião em que ele tinha confirmado com
Parker a história sobre seu relacionamento com Ramsey. O
pensamento ainda fazia Lexi se encolher... Ela não tinha
certeza de quando, ou se algum dia, o veria novamente. Isso
tinha sido um período negro para ela.

Mas, com tudo acontecendo tão rápido em sua vida, ela


não tinha tido qualquer momento para ver alguém ou teve
algum tempo para si mesmo. Então, ela, finalmente, chamou
Brandon para conversar e ter o seu amigo sushi de volta.

Após relutantemente concordar em encontrá-lo na


Bridges Enterprise, que ficava no centro da cidade, ela se
dirigiu para lá. Ramsey deveria estar em reuniões durante
todo o dia com o pai e o parceiro da Global, Jessica, que
tinha voado até Atlanta por algum trabalho inovador na ala
médica. Lexi soube que John não estaria presente, o que a
fez respirar com mais facilidade.

155
Ele a tinha chamado algumas vezes no celular, o que
ela tinha vergonhosamente ignorado. Ela sabia que tinha de
estar perto dele na ala médica, mas isso não fazia com que
fosse mais fácil. Ela teria que descobrir como lidar com essa
situação.

Lexi puxou para dentro da garagem subterrânea,


abaixo do principal edifício da Bridges e estacionou seu carro.
Ela pegou o elevador principal que saia para a entrada do
edifício.

Seus nervos a bateram, inesperadamente.

Muitas lembranças ruins residiam neste prédio. Ela


tentou não pensar sobre elas, mas quando ela foi cercada
pelo logotipo da Bridges, que era um edifício de vidro com
uma boa clientela, tudo voltou. Ela deixou os nervos
endurecerem, com raiva mal reprimida, com a ideia do
casamento.

Ela caminhou até o elevador e pegou o telefone para


enviar uma mensagem de texto à Brandon para que ele
soubesse que ela estava subindo. Ela enviou o texto e jogou-
o de volta em sua bolsa, em seguida, o telefone dela tocou
imediatamente. Surpresa por ele responder tão rapidamente,
ela pescou-o de volta de sua bolsa.

Era Jack que estava ligando. Ela olhou ao redor do


recanto da parede onde estavam os elevadores, se
perguntando se ele podia vê-la, ou se ele tinha de alguma
forma acabado de saber que ela estava no prédio. Havia dois

156
homens perto dela, mas também não era Jack. Certamente,
ela teria notado.

Não havia falado com ele desde o casamento... Desde


que ele havia se casado com a cadela da Bekah, não que ele
houvesse tentado o que foi bom para ela. Ela não queria falar
com ele. Ela apenas silenciou seu telefone, foi em busca de
Brandon, querendo desocupar o local imediatamente.

Respirando fundo, ela clicou no botão Ignorar. Não


conseguia se lembrar de já ter feito isso antes. Seu coração
apertou, ela respirou fundo e, em seguida, ela seguiu os dois
homens para o elevador.

— Vinte e quatro, por favor, - ela disse suavemente.


Um dos homens apertou o botão para o andar de Brandon.

O telefone tocou novamente e ela olhou e viu um texto


de Brandon.

Parece bom, querida.

Ela riu. Pelo menos algumas coisas não tinham


mudado.

Outro sinal veio através de seu telefone. Jack tinha


deixado uma mensagem de voz. Era realmente estranho.

Ela saiu para o andar desejado, enquanto continuava a


debater se devia ou não ouvir a mensagem.

Por que ele sempre tem que aparecer de volta? Ela havia
acabado de se mudar para Atlanta, estava seguindo com a

157
sua vida e ele era casado. No entanto, ele ainda estava
tentando falar com ela.

Ela suspirou e decidiu que não iria prejudicar em nada,


apenas ouvir uma mensagem de voz. Certamente, não havia
nenhum mal nisso, nem sequer iria chamá-lo de volta.

Uma vez que ela havia conversado com sucesso consigo


mesmo, ela clicou na mensagem e pressionou seu telefone no
ouvido.

— Uh... Sim, Lex, - disse ele, hesitante. — Eu sei que


você provavelmente não está muito feliz comigo ou até mesmo
realmente quer me ouvir agora... E bem, eu sinto muito que
seja assim.

Ela respirou fundo e colocou a mão na parede,


preparando-se. Tudo o que ela queria saber era por que ele a
tinha chamado.

— Eu não acho que tudo deva acontecer desta forma,


mas sim... Eu acho que... Precisava fazer esta chamada. Eu
tenho uma pergunta para você. Mesmo que você não queira
falar comigo agora, você ainda vai me chamar em algum
momento? Eu prometo você vai realmente gostar do motivo
desta chamada. Isso eu posso prometer. Então, por favor, me
ligue.

Ele parecia tão sincero, que ela teve a impressão que


seu coração estava alojado em sua garganta. Estúpido Jack
Howard. Como ele sempre a fazia sentir-se como uma bola de

158
mingau? Ele não poderia apenas tê-la deixado em paz e se
mudado com sua esposa...? Deus! Essa palavra era terrível.

Ela empurrou o cabelo atrás da orelha ferozmente e


depois deu alguns passos na direção do escritório de
Brandon. Ela fez isso no meio do corredor, antes de parar,
olhando para o telefone de novo. O que ele poderia querer com
ela, achando que fosse possível que ela retornasse ao prometer
que ela gostaria da natureza do telefonema? Ela não
conseguia pensar em nada.

Seus dedos coçaram para pressionar o botão e com um


suspiro, finalmente deu apenas um click na tecla, era melhor
saber de imediato, para que ela pudesse colocá-lo fora de sua
mente em vez de ficar obcecada com isso durante todo seu
almoço com Brandon.

— Lex, - disse Jack, com uma pitada de surpresa em


sua voz. — Eu não tinha certeza de que iria realmente me
ligar de volta.

— O que você quer Jack? - Perguntou Lexi. Ela não


queria que ele ouvisse qualquer das emoções que passaram
por ela quando tinha visto que ele havia deixado uma
mensagem de voz.

Ele suspirou.

— Você está chateada.

— Jack...

— Está tudo bem. Você tem todo o direito.

159
— Sim, eu tenho, - disse ela com firmeza.

— Eu, uh... O que está fazendo na próxima sexta-feira


noite?

A raiva de Lexi transbordou.

— Jack Howard, você está me convidando para sair?


Isso é uma conversa séria que estamos tendo? Será que você
realmente tem a coragem de me ligar e perguntar-me sobre a
próxima sexta-feira como se estivéssemos de volta na
faculdade, estúpido? Você mesmo disse que eu gostaria do
motivo dessa ligação. Bem, você vai ter que tentar novamente
se você acha que eu poderia estar feliz em ver você!

— Lexi...

— Não. Você sabe o que? Estou vendo claramente como


sou idiota por chamar você de volta. Não sei o que eu estava
pensando. Velhos hábitos custam a morrer. Por favor, me
deixe em paz. - Ela retrucou e depois desligou.

Sua respiração era irregular quando o telefone ficou


mudo, ainda não tinha percebido o, quanto irritada ela tinha
ficado. Porra! Por que Jack Fodido Howard sempre fazia isso
com ela? Não foi suficiente ter se casado? Ele não poderia
deixá-la, pelo menos, tentar superar tudo?

Seu telefone iluminou em sua mão, ela quase rosnou


de frustração.

— Eu não lhe pedi para sair. Sinto muito. Jesus, eu não


consigo fazer nada direito. Eu não queria incomodá-la ou fazer

160
você se sentir como uma idiota. Tenho bilhetes para um
concerto. Posso chamá-la de volta... Por favor?

Ingressos para um show? Bem, isso despertou o seu


interesse. Por que diabos ele iria entrar em contato com ela
para falar sobre bilhetes de um concerto?

— Se você me ouvir e ainda me odeia... Você pode


pendurar-se sobre mim novamente.

Lexi realmente riu, e então ela olhou para cima para


ver se alguém a tinha ouvido falar. O corredor estava vazio.
Ela não tinha muito tempo antes que ela tivesse que ir ver
Brandon. Saciar a sua curiosidade ou simplesmente deixá-lo
ir...

— Muito bem. É melhor que seja bom Jack.

Seu telefone tocou quase imediatamente.

— Ei, - ele disse suavemente. — Sinto muito.

— O que é isso sobre bilhetes para um concerto?

— Ok, então a história é... Bekah me deu bilhetes para


o show de Sienna Sexton e D-Bags, que haverá em Atlanta na
próxima semana.

— Oh meu Deus... - Lexi respirou. Era a sua banda


favorita.

— Sim. Bem, a confusão no, uh... Do casamento, - ele


começou.

Lexi se encolheu ao ouvir a palavra casamento.


161
— De qualquer forma, Bekah se recusa a ir e apoiá-lo,
uma vez que eles cancelaram de última hora. Agora, eu tenho
dois bilhetes... E eu acho que eu poderia ter convidado outra
pessoa, mas eu sei que você ama o D-Bags.

— Sim. Essa música deles que tem tocando no rádio é


tão boa, - ela murmurou.

Essa Sienna era uma cadela de sorte se estiver


transando com o vocalista, porque ele muito provavelmente era
um dos homens mais sexy do planeta. Lexi tinha certeza que
ela iria usar um passe com Ramsey para chegar ao Kellan
Kyle.

— É. E a música ‘Good- bye’ do D-Bags... Eu ainda


posso ouvi-la tocando novamente.

— Eu também.

Essa música sempre soou como se alguém tivesse


escrito com uma pessoa específica em mente. Era tão
emocional, puxando seu coração e forçando-a a se sentir
cada palavra poderosa, era de cortar o coração.

O silêncio permaneceu entre eles com as memórias


compartilhadas. Às vezes, ela odiava como era fácil estar com
Jack. Ela estava zangada com ele. Ela não queria se lembrar
de uma época em que tinha sido capaz de ouvir a sua banda
favorita, juntos.

162
— Então... Você vai comigo? Assim como um amigo.
Você sabe... Como alguém que também gosta da mesma
música que eu.

— O que Bekah pensa sobre isso? - Perguntou Lexi,


desviando do assunto. Ela nunca seria capaz de ser amiga de
Jack, nunca.

— Bekah me disse para convidar quem eu quisesse,


porque ela não vai.

— Eu não acho que ela quis dizer que você poderia me


convidar.

— Ela não especificou.

— Bem, ela não é muito inteligente, não é? - Lexi


murmurou antes de pensar melhor.

— Vamos apenas... Não, ok? - Jack suspirou através da


linha.

Ela perguntou o que ele estava pensando. Ela nunca


sabia o que Jack tinha em mente.

— Você não tem que ir se você não quiser, mas eu sei


que você nunca os viu ao vivo. Eu apenas pensei em ser
gentil.

Fuckity-fuck1. Foda-se.

— Eu tenho que verificar com Ramsey.

1
Expressão que quer dizer que você é um completo idiota.
163
— Claro leve o tempo que precisar. O show é na
próxima sexta-feira, às sete e meia na Philips Arena.

Lexi inclinou a cabeça para trás, fechou os olhos e


suspirou profundamente. Esta era uma ideia tão ruim, mas
porra ela queria ir nesse show. Os D-Bags tinham sido uma
de suas bandas favoritas desde a faculdade. Ela estava tão
animada pela sua popularidade atual, eles até já tinham ido à
abertura em um grande show para Sienna Sexton.

— Tudo bem. - Disse ela, expirando em frustração. —


Se Ramsey estiver de acordo, então eu vou. Você
provavelmente deve ter certeza de que Bekah realmente sabe
que você está me levando. Se eu for ao show, então não
deverá ser em segredo.

— Entendi, sem segredos. Envie-me uma mensagem


depois que você falar com Ramsey. Se ele concordar, eu falo
com a Bekah.

Senti-me um pouco como se estivéssemos recebendo


permissão de nossos pais, mas pelo menos ela estava
seguindo pelo caminho certo. Sob nenhuma circunstância ela
ia correr o risco de perder Ramsey uma segunda vez, para a
porra de um concerto. Ela queria ver o D-Bags, mas não
valeria a pena perdê-lo.

— Ok, eu tenho que ir. Tenho planos para o almoço.


Tchau, Jack.

— Até mais, Lex. Além disso, uh... Muito obrigado.

164
Ela engoliu em seco e assentiu com a cabeça, embora
ele não pudesse vê-la. Ela desligou o telefone e colocou-o de
volta em sua bolsa. Isso ia ser interessante.

Lexi caminhou a distância restante para o escritório de


Brandon e bateu. Ela ouviu vozes abafadas da sala e depois
riu. Ele nunca deixou de surpreendê-la.

— Brandon. - Ela chamou, imaginando que a sorte da


mulher porque ele era divertido.

— Só um minuto, - disse ele.

Um minuto depois, a porta se abriu e uma morena


familiar passou por Lexi.

— Vejo você em breve, Kace. - Disse Brandon quando


ela saiu.

— Vá para o inferno, Calloway, - disse Kace, ajeitando


a saia.

— Por que ela ainda luta com você? - Lexi perguntou,


fechando a porta, enquanto entrava no escritório.

— Ela gosta de dar um show lutando. Não me importo


com seus jogos. - Disse Brandon, levantando uma
sobrancelha. — Você está interessada, querida?

— Agora, agora, Pookie. Você sabe que eu sou levada


por um dos seus chefes, nada menos.

— Isso muda diariamente.

Lexi revirou os olhos.


165
— Não seja um idiota.

— Agora, pensando melhor. - Disse ele com um brilho


perverso nos olhos.

— Oh meu Deus, - disse Lexi, um rubor subindo em


suas bochechas.

Ele riu no fundo de seu peito e passou a mão pelo


cabelo escuro.

— Eu senti sua falta, Lexi. É bom ter você de volta na


cidade.

— Vamos almoçar? Ou você vai ficar fazendo papel


ridículo?

— Eu não posso prometer que não vou ser ridículo,


mas eu acho que eu escolho o almoço.

— Ótimo. Vamos dar o fora daqui.

Eles deixaram o escritório e saíram para o elevador.


Brandon apertou o botão e começou a disparar perguntas
sobre seu tempo, quando ela voltou de Nova York, o novo
trabalho, e como estava indo com o Ramsey.

Ela riu de sua série de perguntas e tentou começar a


respondê-las, mas ele parecia ter outra pergunta já pronta na
ponta da língua antes que ela pudesse responder. Ela estaria
falando sem parar durante o almoço.

O elevador abriu, e Lexi seguiu Brandon para dentro.


Quando ela deu o último passo dentro do elevador, percebeu

166
que Jack estava em pé na frente dela. Ela parou de rir de
Brandon, seu rosto ficou branco.

— Lexi, - disse Jack, surpreso.

— Humm... Oi.

— O que você está fazendo aqui?

— Eu disse que tinha planos para o almoço, - disse ela,


apontando para Brandon.

— Oh, oi, cara, - disse Jack.

Ele estendeu a mão para Brandon.

Jack voltou sua atenção para Lexi.

— Se eu soubesse que você estava no prédio, eu teria


falado com você em pessoalmente.

— Bem, isso é o melhor que pode ocorrer, então. -


Disse Lexi, fazendo tudo o que podia para manter as mãos ao
seu lado. Tudo o que ela queria fazer era furiosamente
empurrar o cabelo atrás das orelhas.

Seus olhos azuis pousaram em seus marrons, e ele


sorriu aquele sorriso Jack. Ela engoliu em seco, mas não
desviou o olhar.

— Bem, eu espero que você vá ao concerto. Os assentos


são muito bons.

Lexi deu de ombros.

167
— Vamos ver. Eu poderia ser capaz de fazê-lo, desde
que... Tudo esteja certo, - disse ela vagamente.

O elevador baixou para o piso inferior e as portas


apitaram abrindo.

— Divirta-se no almoço então. Brandon. - Jack acenou


com a cabeça para ele. — Falo com você depois, Lex.

Jack foi embora, e Lexi caiu um pouco quando ele


desapareceu no lobby da Bridges.

Estúpida má sorte!

Brandon e Lexi seguiram em silêncio, até que


conseguiram sair para a garagem e quase todo o caminho até
o carro de Brandon. Então, ele não conseguia segurar por
mais tempo e começou a rir.

— Você está indo para um concerto com Jack? -


Perguntou Brandon.

— Sim, - disse Lexi com um encolher de ombros. — Eu


acho.

— Você sabe que ele se casou, certo?

— Sim, eu sei que ele se casou, - ela retrucou um


pouco duro demais.

Ela respirou profundamente. Ainda estava tudo muito


fresco, era muito cedo. Ela não deveria ir ao concerto. Foi
estúpida, mas a oferta era muito difícil de resistir. Ela

168
certamente não tinha nada a ver com Jack porque ainda
queria surrá-lo.

— Mas isto não é sobre Jack. Trata-se de Kellan Kyle.

Brandon continuou rindo dela quando ele pulou em


seu carro. Ele ainda estava rindo quase todo o caminho até o
restaurante de sushi.

— Sabendo o que eu sei sobre você, Lexi, eu sinto que


deveria dizer-lhe que esta é provavelmente uma má ideia. -

— Vai ficar tudo bem, - disse ela, convencendo a si


mesmo.

— Você gosta de mim, por eu não lhe atirar a merda.


Eu digo-lhe como ele é como eu sempre fiz. Tipo, eu quero lhe
foder e ver como esse corpo de ginasta se dobra.

— Brandon, - ela gemeu.

— Sim, eu quero ouvir você gritar meu nome também,


mas isso vai além do ponto, Lexi. Mantenha sua mente fora
da sarjeta.

— Insuportável, - ela resmungou baixinho.

— O que eu estou tentando dizer é que antes, quando


você fazia regiamente suas asneiras, não era tão ruim assim,
porque, enquanto você estava saindo com outras pessoas,
nenhum de vocês era casado.

— Eu sei disso!

169
— Bem, então, eu vou lembrá-la. Vindo de alguém que
tem o ritmo da merda fora dele, para dormir com uma mulher
casada, eu não recomendo.

— Você começou a despejar a merda fora de você, não


é? - Perguntou ela, lembrando-se do tempo que Brandon lhe
dissera sobre Ramsey socá-lo porque Brandon tinha
começado a namorar Parker. Sentia que isso tudo havia
acontecido há muito tempo.

Brandon sorriu.

— Dificilmente, esse cara tinha uma vantagem injusta.

— O que foi?

— Um carro.

— Oh Jesus, - gritou Lexi.

— De qualquer forma, eu não gosto de falar sobre coisa


séria. Então, não faça nada estúpido.

— Você quer dizer, não agir como você? - Ela


perguntou, arqueando uma sobrancelha.

— Mesmo que eu não seja estúpido o suficiente para


apertar os botões de Bekah Bridges, você teria mais alguns
graus de estupidez do que eu, - disse ele, olhando para ela
com o canto dos olhos. — Usá-los-ia?

Lexi deu de ombros e olhou para fora da janela. Ela


não tinha a menor intenção de fazer qualquer coisa com
Jack. Ela o havia evitado desde o casamento e realmente em

170
todo o ano anterior. Ela poderia querer empurrar Bekah de
um penhasco, mas isso não significava que ela ia fazer nada
que poderia leva-la para perto da cadela em uma ocasião
mais normal.

Lexi tentou não pensar sobre isso. Ela teria que falar
com Ramsey, quando ela chegasse a casa, e que, por si só,
não ia ser uma conversa divertida, mas era uma que ela
precisava ter. Se ela pudesse gritar com ele sobre não
guardar mais segredos, então ela tinha que estar disposta a
tê-lo mais próximo de sua própria vida.

~~*~~

O almoço foi refrescante, para dizer o mínimo. Sem


Chyna, Lexi desesperadamente sentia a perda dos amigos
próximos. Ela sabia que sua velha amiga, Krista, ainda vivia
na cidade, e Lexi poderia procura-la. Talvez elas pudessem ir
à academia juntas. Fazia muito tempo desde que ela tinha
feito ginástica. Lexi estava animada para retornar em algum
tipo de estado de normalidade em sua vida.

Brandon a tinha mantido entretida durante o almoço,


deixando sua mente fora do assunto sobre o show e ela sabia
que estaria diante do problema quando ela chegasse a casa.
Brandon sabia que sua mente não estava totalmente em seu
almoço, mas ele não fez mais comentários sobre o assunto.
Ela o amava por isso. Eles prometeram encontrar-se para
171
almoçar de novo, pelo menos duas vezes por semana, e, em
seguida, Brandon se afastou do seu carro.

Ela foi para casa em silêncio, nunca tinha sido boa


neste tipo de coisa. Apenas sempre escondia uma grande
parte da sua vida.

Sentiu-se ansiosa ao pensar em contar a Ramsey sobre


a ideia de ir ao show com Jack. Não era como se ela tivesse
alguma coisa a esconder, mas era um velho sentimento,
familiar. Ela desejou que não fosse assim, desejou que tivesse
feito algumas escolhas melhores em sua vida, mas esta era
quem ela era. Agora, tinha que lutar sozinha para fazer tudo
certo de novo.

Lexi estacionou o carro na garagem e subiu as escadas


até o apartamento que ela agora compartilhava com Ramsey.
Quando ela entrou, Ramsey estava ao telefone na sala de
estar, andando de lá para cá, enquanto falava. Ele sorriu
para ela e lhe deu um pequeno aceno antes de mergulhar de
volta para a conversa.

— Não, eu concordo. Acho que devemos trabalhar nisso


amanhã. Teremos de solidificar isso na próxima semana,
para que possamos começar algo inovador, - disse Ramsey,
no telefone. Seu estômago deu um nó quando ele falou sobre
a ala médica. Era tudo por Lexi. É por isso que ele estava
fazendo isso. Ela apenas repetiu o mantra repetidamente em
sua cabeça. Era como ela estava se mantendo sã. Ela não
gostou da ideia toda do projeto. Não que ela não tivesse
apoiado uma nova unidade hospitalar no centro de Atlanta,
172
ou mesmo Ramsey seguindo seus sonhos, mas uma grande
parte do tempo, ela sentia mais como se ele estivesse cedendo
às exigências de seu pai. Ela nunca quis que Ramsey
mudasse por ela. Ela só queria que a mentira parasse. Era
esse equilíbrio frágil, e ela não tinha certeza de quanto longe
seria muito longe, antes que ele caísse.

— Tudo bem. Sim, eu vou ver você amanhã, então.


Tchau, Parker, - disse Ramsey, antes de desligar. Voltou-se
para enfrentar Lexi. — Desculpe por isso. Trabalho. - Ele deu
de ombros.

— Está tudo bem, - disse Lexi, embora o nome de


Parker a fizesse estremecer. — Tudo bem trabalhar com os
conceitos iniciais?

— Até agora, tudo bem. Jessica diz que estamos no


caminho certo, mas não tenho ideia de como poderíamos
fazer tudo em apenas um ano. Há muita coisa a fazer.

Seus ombros estavam tensos, ela podia ver todos os


planos circulando em sua mente. Ele estava assumindo um
enorme esforço. Quem era ela para julgá-lo por fazer o que ele
queria?

— De qualquer forma, não há muito para contar. Como


foi o almoço com Brandon? - Perguntou Ramsey.

Ramsey não gostava de Brandon, mesmo antes que ele


tivesse namorado Parker brevemente. Ramsey o tolerava,
porque, embora até agora, absolutamente nada tivesse
acontecido, e nada iria acontecer com Brandon. Ela gostava
173
dele, mas apenas como um amigo. Como um
pseudossubstituto para Chyna, embora, certamente,
ninguém poderia substituir Chyna.

— Bom, sem interocorrências.

— Sushi? - Perguntou Ramsey conscientemente.

— Sim, - disse Lexi, torcendo as mãos na frente dele. —


Eu não sou boa nisso, Ramsey.

— Boa em que? - Ele perguntou com cautela.

— Nada de ruim, - disse ela rapidamente. — Mas Jack


me ligou hoje e me pediu para ir ao show Sienna Sexton e D-
Bags com ele. Bekah comprou os bilhetes, mas desde que
eles cancelaram no casamento, ela não quer ir. O D-Bags é a
minha banda favorita, e é um show com ingressos esgotados,
e, um...

— E você quer ir, - Ramsey terminou por ela.

— Eu não tenho que ir, se você não quiser que eu vá.

— Lexi, eu não quero que você sinta como se tivesse


que me pedir permissão, - disse ele, afundando de volta no
sofá.

— Eu sei. Eu só... Eu sei que posso ir se eu quiser,


mas eu não quero ir se isso o fizer se sentir desconfortável.
Não é permissão, mas é levar, os seus sentimentos em
consideração.

174
Ramsey sorriu e acenou para que se sentasse ao seu
lado. Ela se arrastou para o seu colo e descansou a cabeça
contra o seu peito. Ele era quente, confortável e cheirava a
menta. Ela só queria respira-lo e lembrar este momento. Ele a
aceitava por quem ela era mesmo através de seus ridículos
mini-ataques de pânico.

— Eu não estou confortável com Jack, - Ramsey


admitiu. — Mas eu estou confortável com você. Se você quer
ir ao show e você acha que tudo vai ficar bem, então eu vou
ficar bem também. Eu poderia ficar até tarde da noite
esperando você voltar. E eu não posso prometer que não vou
matá-lo se ele tocar em você. Lexi riu suavemente. Ela
acreditava nele, também.

— Mas eu confio em você, Lexi.

175
Capitulo 7

Presente

— Você assinou um acordo pré-nupcial? - Perguntou


Lexi.

Ela estava tendo dificuldade para manter a calma.


Tudo o que ela queria fazer era gritar com Jack. Ela sabia
que, do ponto de vista de Bekah, era uma boa ideia ter um
acordo pré-nupcial elaborado. Bekah possuía ativos insanos,
e qualquer um com dinheiro ou dono de uma empresa devia
assinar um. Para não mencionar, se uma das partes tinha
um histórico de fazer bobagens. Cláusulas de infidelidade não
eram tão incomuns, mas por causa de quantas vezes eles
foram expulsos no tribunal, mas Lexi duvidava que Bekah o
empurrasse para o adultério em um processo de divórcio,
sem saber o que ela estava enfrentando.

— O quê? - Perguntou Jack.

— Você assinou um acordo pré-nupcial, porra. Você


sabe aquele documento legal que diz que se trair sua esposa,
ela fica com tudo!

Jack suspirou ao telefone.

— Parecia uma boa ideia na época.

176
— Como? Como isso pode soar como uma boa ideia
para você, Jack? Você traiu Bekah comigo, ou com outras
pessoas...

— Ninguém mais, - afirmou com firmeza.

Cristo, ela queria acreditar nele. Se ele não estava


dizendo a verdade, ele poderia acabar perdendo uma grande
fatia do dinheiro, a casa e tudo mais.

— Você tinha um advogado presente? Houve


testemunhas? Ela o coagiu de qualquer maneira a assinar
esse documento? Há quanto tempo você assinou? Foi
apressado? - Lexi disparou uma série de perguntas.

Ela não deveria estar perguntando a ele sobre isso. Ela


deveria encontrar alguém para trabalhar em seu caso, e
então ela deveria ficar muito, muito distante. Não havia
nenhuma maneira que ela pudesse assumir este caso. Ela
não era especialista em direito de família, e ela
definitivamente tinha um conflito de interesses.

— Jesus, Lex. Vá mais devagar. Deixe-me tentar


responder a todas as suas perguntas. Eu tinha um advogado
presente, e outras pessoas estavam lá. Eu assinei em janeiro
antes de nos casarmos.

Ela calculou mentalmente por um tempo o quadro


todo, em torno de sete meses. Isso iria ser utilizado no
tribunal.

177
Lexi passou a mão pelo cabelo jogando-o para trás e se
sentou pesadamente sobre o sofá do escritório. Ramsey havia
se convertido o antigo quarto de Jason em um escritório para
ela, logo depois que ela havia se mudado para lá. Ela não
passava tanto tempo ali como ela queria, mas considerou seu
espaço, o que era bom. Era pouco decorado, mas impecável,
com uma mesa de madeira de mogno e cadeira, seus
diplomas emoldurados nas paredes, um tapete estampado
azul, verde e branco e uma planta acomodada em um
carrinho. Ramsey tinha insistido que o quarto precisava de
um pouco de vida, pelo que ela ficou muito agradecida.

— O que mais você que me perguntar? - Disse Jack.

Lexi fechou os olhos e balançou a cabeça. Esta era uma


situação tão ruim. Ela enrolou as pernas em cima do sofá e se
deitou. Ela sabia que não tinha necessidade de ajudar Jack
com isso. Ele tinha tido um advogado presente quando ele
assinou o acordo pré-nupcial. Ele conseguiu encontrar o seu
próprio. Mas ela se sentia mal por ele.

O pensamento de ela se aproveitando dele causou uma


dor no seu peito e torceu o seu estômago. Casar com Bekah
tinha sido um erro, mas não tinha porque arruinar sua vida.
E Lexi tinha essa terrível sensação de que Bekah pretendia
fazer exatamente isso.

Embora Lexi não conseguisse descobrir como, Bekah


tinha vencido. Ela e Jack tinham se casado, moravam junto
em uma casa adequada próximo de Atlanta. Ela estava
vivendo seu conto de fadas. Bekah tinha conhecimento de
178
que Jack a traiu antes do casamento e ela não se importava
com isso. Então, qual era a motivação por trás do divórcio?

Lexi sabia que, se ela tivesse a resposta para essa


pergunta, ela finalmente seria capaz de descobrir as
intenções de Bekah. Até ela descobrir isso, ela iria tratar
Bekah como um vulcão ativo à espera de entrar em erupção.

— Coerção, - Lexi lembrou. — Você sentiu a obrigação


de assinar? Houve alguma conversa sobre o fato de que você
tinha que assinar um acordo pré-nupcial? Qualquer coisa
assim em tudo que você se lembra?

— Não, uh... Eu acho que não. Foi há muito tempo


atrás.

— Três anos não é muito tempo para não lembrar se


alguém o obrigou a assinar algo que coloca os bens de toda
sua vida em risco se você a traísse. - Ela brincou.

— Eu não á trai.

— Sim, traiu, - disse Lexi.

Ela nunca tinha considerado Jack um mentiroso. Ele


sempre jurou que iria lhe dizer a verdade em tudo, mas com a
sua história, era difícil levar isso a sério, especialmente com
Bekah alegando que ela tinha provas concretas contra ele.

— Então, o que devo fazer? Eu não posso usar o


mesmo advogado que da última vez. Ele trabalha para Bekah
agora.

Lexi estreitou os olhos.


179
— Ele trabalha para Bekan no momento?

— Não, ele foi contratado cerca de um ano atrás.

Lexi amaldiçoou sob sua respiração. Um milhão e meio


de cenários passou por sua cabeça ao mesmo tempo. Ela
estava saindo da lição que ela tinha aprendido com as aulas
de direito de família que ela havia tido na faculdade de
direito, mas aqueles eram dois ou três anos atrás neste
ponto. Ele precisaria de outra pessoa, mas quem? Ela ocupou
seu cérebro em pensar em alguém que seria bom o suficiente.
Ela teria que ver próximo ao trabalho amanhã.

— Vou ver se eu posso encontrar alguém, e então você


provavelmente precisará fazer um caso muito convincente
contra ela, Jack. Eu diria a você para resolver isso em
mediação e apenas acabar com isso, mas eu tenho a
sensação de que Bekah vai levar isso para o tribunal, - Lexi
disse a ele.

— Tudo bem, - Disse ele, com um suspiro pesado. —


Essa porra é tão frustrante, Lex.

— Eu sei, - ela sussurrou.

Ela sabia como se sentia sobre divórcios, especialmente


depois da pausa áspera de seus pais, enquanto ele estava na
escola. Uma parte dela se sentia mal por ele, por ter que
passar por isso, e, em seguida, a outra metade perguntou-se,
como sempre fazia, por que ele tinha se casado.

180
— Eu fiz tudo certo, uma vez que me casei. Eu
desesperadamente não queria ser como meus pais, e eu
ainda não consigo fazer as coisas certas. Ela ainda está se
divorciando de mim, se separando sem motivo, alegou razão
falsa, - disse ele.

Ela podia ouvir a raiva e desespero em sua voz, e isso


fez com que ela quisesse ir lá e abraçá-lo, mesmo ele falando
sobre Bekah.

Lexi se preparou para o que ela estava prestes a fazer.

— Você já tentou... Falar com ela sobre isso? - Ela


queria amordaçar-se com o pensamento de incentiva-lo a
falar com Bekah sobre isso... Até mesmo sugerir,
encorajando-o a convencê-la a não ir até o fim, mas ela
precisava ser sua amiga agora.

— Claro que eu tentei falar com ela. Ela não quer me


ver. Eu tive que sair, estou na casa de Seth e me sinto tão...
Tão... Eu não sei mesmo.

Ela quase podia vê-lo naquele momento, com os olhos


fechados, com as mãos em seu cabelo castanho escuro, a
expressão de dor no rosto. Isso a fez querer fazer algo,
qualquer coisa para tirá-lo disso. Apesar de tudo o que tinha
passado, ela nunca poderia deixar de se importar. Era Jack.

— O que ela disse quando ela lhe deu os documentos?

Ele deu uma risada empolada.

181
— Eu quero o divórcio. Então, ela me entregou os
papéis e disse-me para sair.

— Só isso? - Perguntou Lexi, Bekah era mesmo muito


diabólica.

— Só isso.

— Houve alguma advertência de que isso iria


acontecer?

— Não.

— Ela não estava agindo de forma estranha...


Diferente? - Perguntou Lexi.

— O que você quer que eu diga? Que eu sabia que


minha esposa ia se divorciar de mim? Que eu deveria ter visto
os sinais? Que eu deveria tê-la conhecido melhor? Bem, eu
não vou dizer isso, - ele rosnou. — Eu não vi nada disso, e
sim, provavelmente, me deixa ainda mais como um idiota.
Mas eu tentei todos os dias durante os últimos dois anos com
Bekah, e eu ainda estava tentando até aquele dia em que ela
me entregou os papéis. O casamento não é fácil, mas eu até
coloquei o meu casamento acima do trabalho, então eu me
esforcei.

— Sinto muito, Jack, - ela sussurrou. Ela não sabia


mais o que dizer sobre isso. Ela não era a favor de Bekah,
mas ela estava triste por Jack.

182
— Por favor, não tenha pena de mim, Lex, - disse ele,
em voz tão baixa que quase não o ouviu. — Não lembre que
eu sou culpado por isso.

Seu coração parecia martelar em seu peito, e ela


beliscou a ponte de seu nariz. Sua garganta parecia inchada
apenas por um minuto, enquanto lutava contra as lágrimas
que ameaçavam cair. Por que agora? Por que ele tem que
perceber isso agora? Era tarde, muito tarde. Ela agora amava
Ramsey. Ela estava se casando com Ramsey. Fim da linha.

Quando ela sentiu que poderia falar de novo sem a


garganta se fechando, ela disse:

— Eu vou lhe encontrar um advogado amanhã, ok? Eu


provavelmente irei encontrar.

— Sim, claro.

— Esperamos que tudo isso termine o mais simples


possível, - ela encorajou, assumindo que Bekah faria seu
pior, porque ela sempre fez.

— Para quem? Certamente não será para mim...

Ela odiava admitir, ele cavou seu próprio buraco, seis


palmos, e agora teria que sentar-se nele, que era onde Bekah
o queria.

Lexi desligou o telefone e descansou a cabeça para trás


no sofá. Ela fungou e abraçou as pernas apertadas contra o
peito. Ela precisava parar com este sentimento. Mas ela não
podia ajudá-lo mais que isso.

183
Sentia-se muito, muito mal por Jack. Era uma emoção
que ela não estava acostumada. Normalmente, as coisas que
ela sentia por Jack era, aham... Um pouco menor e em seu
corpo. Quando tinha acontecido? Tudo o que ela sentia
naquele momento era simpatia. Ela ficou com pena dele,
mesmo que ele tenha dito a ela que não queria sua pena. O
pensamento de Jack estar casado com Bekah sempre a
deixou doente, mas o pensamento de ele realmente partir
para o divórcio... Bem, isso era um sentimento
completamente diferente. Era tudo o que ela queria. Que ele
se divorciasse... Queria que se livrasse de Bekah finalmente.
Mas, a que custo?

Era tudo uma bagunça em sua cabeça.

Ela fungou novamente e tentou pensar em outra coisa,


como o noivado. Ela precisava dizer a Chyna. Isso era tudo o
que estava bem, Chyna e Jack, mas Chyna precisava saber
do noivado antes de Jack. Certamente!

Lexi sentou e estendeu a mão para o telefone, no


mesmo momento em que a porta do escritório estava sendo
lentamente aberta.

— Lexi? - perguntou Ramsey, olhando a parede.

Deus, ele não esperava que ela tivesse chorado.

— Tudo bem?

— Sim, estou prestes a ligar para Chyna para contar a


ela sobre o nosso noivado.

184
Ele olhou os olhos injetados de sangue e as bochechas
vermelhas com cautela, mas ele irrompeu em um sorriso ao
ouvir a palavra noivado.

— Deixe-me saber o que ela diz sobre isso.

— Eu lhe direi. - Disse ela, sorrindo para ele, antes de


ele se retirar.

Sim, confusa nem sequer começava a descrever.

Lexi passou um minuto arrumando seu cabelo e


sentando-se corretamente como se Chyna pudesse vê-la. Era
ridículo, mas ainda assim, isso a fez se sentir melhor e
ajudou-a esquecer.

Chyna atendeu no segundo toque.

— Chica! Estou com saudades. Venha para Nova York


esta semana, - disse ela.

Lexi riu. Poxa, ela sentia falta de sua melhor amiga.

— Eu já comecei a trabalhar nesta semana. Talvez em


breve.

— Você continua dizendo isso, mas tudo que você faz é


trabalhar.

— Nós não podemos ser como você, Chyna.

— Obviamente.

— Como foi seu fim de semana? - Perguntou Lexi. Ela


sabia que Chyna não era conhecida por ficar de conversa

185
fiada, mas Lexi não tinha visto Chyna por um tempo. Isso fez
Lexi se sentir melhor, saber que Chyna tinha ido até o clube.

— Oh, você sabe, o mesmo de sempre, - disse ela,


secamente. — Fui para o clube, fiquei bêbada, peguei um
cara, e fui para casa com ele. Ele era tão quente. Ele é um
arquiteto.

Por um segundo, Chyna quase a enganou. Ela estava


prestes a surtar com sua amiga, se ela estivesse traindo
Adam. Eles eram tão bons um para o outro e Lexi sabia que
ela não era a pessoa certa para falar sobre infidelidade, mas
porra, ela teria esclarecido para sua amiga o quanto Adam
era muito bom como pessoa para passar por isso.

— Jesus, Chyna, você quase me causou um ataque


cardíaco. - Lexi gemeu.

Chyna riu maliciosamente.

— Então, eu deixei o Adam me pegar no clube e me


levar para casa. Desta vez, porém, eu não estava desmaiada
por estar drogada, e ele me fodeu.

— Vocês são ridículos! - Lexi não conseguia parar de


tremer a cabeça de tanto rir. Só Chyna.

— Acabamos aprendendo como nos divertir, igual a


você e Ramsey? Eu juro, para um homem que gerencia
clubes de strip, ele é muito menos divertido do que ele
poderia ser, Alexa. Quero dizer, claro, ele pode dar uma festa,
mas tudo o que eu ouvi você falar é da ala médica. Trabalho,

186
trabalho, trabalho. Você não faz nada além de trabalhar? -
perguntou Chyna.

— Bem, ele propôs casamento, - disse Lexi, de


improviso, olhando do outro lado da sala, enquanto esperava
pela reação de Chyna.

— O quê? - Gritou Chyna. Um som explodiu através do


telefone e, em seguida, uma série de palavrões, antes que
Chyna voltasse a falar. — Foda-se! Eu deixei cair o telefone.
Você está falando sério? Você disse que sim?

— Não, Chyna. Eu disse a ele, por que diabos eu


passaria três anos da minha vida com ele se eu não tivesse
nenhuma intenção de casar? - Lexi falou sarcasticamente.

— Você é uma vadia. Espero que ele tenha batido em


você.

Lexi deu uma risadinha.

— É claro que eu disse sim!

— Oh meu Deus! Isto é tão emocionante, porra.


Quando devo descer? Este fim de semana? Precisamos de
bebidas! Shots!2 Putas! Tudo o que você quiser, é o que
precisamos, - Chyna gritou ao telefone.

Lexi praticamente podia vê-la saltar em torno de seu


apartamento.

— Você quer vir neste fim de semana?

2
Dose de bebida servida em copo pequenino, para ser tomada de um só gole.
187
— Sim! Você está brincando comigo? Minha melhor
amiga vai se casar. Eu preciso estar ai para comemorar com
você, chica.

Lexi sorriu. Agora, isso era o que deveria dar a


sensação de estar envolvida. Ela só tinha levado uma semana
para obter a sensação vertiginosa de volta, ficou tão feliz
quando Ramsey lhe pedira em casamento. Ela estava
chocada além das palavras. Ela não sabia por que não tinha
visto isto, mas depois quando ele estava bem na frente dela,
ela não podia acreditar que tinha acontecido.

Ramsey tinha trabalhado tão duro para tornar a noite


perfeita, para torná-la memorável, e tinha funcionado. Ela
sabia que nunca iria esquecer o que tinha sentido, andando
pelo parque, as velas, o piquenique.

— Sim, desce! Vamos festejar aqui para comemorar, -


disse Lexi, depois de alguns segundos.

— Então, como é que ele lhe perguntou? Conte-me


tudo. Aconteceu hoje, durante o almoço, ou o quê? Vamos,
diga! - Disse Chyna com entusiasmo.

— Um... -, disse Lexi sem jeito. Ela tinha esquecido


essa parte, a parte em que ela não tinha chamado Chyna por
quatro dias quando deveria tê-la chamado de imediato.

— Oh não, - Chyna gemeu. — O que há de errado?

— Ele me pediu na quinta-feira.

188
— Quinta-feira? Por que esperar tanto tempo para me
ligar? - perguntou Chyna, soando mal.

— Eu, uh... Bem, eu fiquei um pouco paralisada


quanto ao assunto.

— Já? Pensei que estivesse animada com isso.

— Estou animada! Ramsey queria dizer aos seus pais


em pessoa, então nós dissemos a eles durante o brunch hoje.

— Na frente de Jack e Bekah? - Chyna engasgou.

— Humm... Bem, não exatamente. Jack não estava lá.

— Por que não? Eles não são tipo, carne e unha agora?
Oh meu Deus, Jack não sabe, Alexa? - perguntou Chyna. —
Por favor, por favor, por favor, me diga que Jack sabe.

— Eles estão se divorciando, - disse Lexi, rapidamente,


liberando a respiração que ela estava segurando.

Chyna foi atingido em silêncio do outro lado.

— É por isso que ele estava ligando para falar comigo


mais cedo durante a semana.

— Não, - Chyna murmurou.

— Eu sei.

— Eu não entendo.

Lexi suspirou. Ela desejou que ela pudesse explicar,


mas mesmo que ela realmente não entendesse nada disso,
Jack e Bekah tinham sido casados por dois anos sem

189
problemas, tanto quanto Lexi poderia dizer. Jack ainda era
Jack, mas as coisas tinham mudado.

Ela nem sabia se poderia articular isso com clareza.


Como alguém poderia ser a mesma pessoa que sempre foi, e
ainda assim tão diferente? Então, isso... Ela nunca tinha
visto indícios de divórcio. Com a aversão dos Bridges por
divórcio e os sentimentos pessoais de Jack em direção à
questão, ela tinha pensado que seu casamento teria sido
como um negócio.

Agora, com a volta - não, ela não estava pensando


nisso.

— Então, deixe-me ver se entendi essa merda direito.


Jack finalmente chegou a recuperar os seus sentidos e está
se divorciando de Bekah. Qual é o seu raciocínio? Diferenças
irreconciliáveis? - Perguntou Chyna.

Lexi sabia que os pais de Chyna tinham apresentado o


seu divórcio em Nova York.

— Bekah está se divorciando dele.

— Eu sinto muito... O quê? Essa cadela é


completamente uma doente mental. Por que diabos ela iria se
divorciar dele?

Lexi mordeu o lábio. Ela odiava essa conversa. Chyna


era a única que estava compreendendo-a quando ela ouviu a
razão.

190
— Ela afirma que Jack a traiu, esta apresentando essa
razão para o divórcio, para que ela possa fugir com todo o
dinheiro que ele ganhou durante o casamento.
Aparentemente, o idiota assinou um acordo pré-nupcial com
uma cláusula de infidelidade.

Chyna caiu na gargalhada.

— Uau. Dê-me um minuto com essa, - disse ela, seu


riso veio com mais força. — Eu disse a ela que ele a traiu no
dia do casamento de merda, mesmo assim ela ainda se casou
com ele, e, em seguida, dois anos depois, ela está pedindo
divórcio por infidelidade. Isso é... Uau... Ela esperou ele ficar
mais rico. Quero dizer, por que ela está arrastando isso
afinal? Ela tem uma fortuna própria. Ele deve estar se
sentindo uma merda, eu entendo porque meus pais
arrastaram isso. Ambos valiam uma tonelada de dinheiro, e
nenhum queria se ferrar. Não, Bekah não precisa do dinheiro
dele.

— Essa é a pergunta de milhões de dólares,


literalmente, - disse Lexi baixinho.

— Bem, só porque ele está recebendo um pedido de


divórcio não significa que você não pode dizer a ele que você
está noiva, chica. Você sabe disso, né? Quer dizer, eu sei que
ele é diferente, mas ainda é Jack.

— Eu sei C.

— Certo você sempre soube. Você sempre soube de


tudo.
191
— Chyna...

— Eu estou apenas olhando para você. Você vai se


casar com Ramsey. Ele é um cara bom. Você o ama. Lembre-
se disso.

— Deus, eu não me esqueci de nada disso, tudo bem?

— Basta dizer.

— Então, você acabou de me lembrar de coisas que eu


já sei? E podemos voltar a planejar a sua viagem neste fim de
semana?

— Só não seja estúpida.

— Obrigada por essa.

— Jack faz você se sentir estúpida.

— Ele é casado! - Lexi estalou. Ela não queria ter essa


conversa. Ela estava lutando a batalha consigo mesmo. Ela
não precisava da ajuda de Chyna com isso.

— Não há muito mais tempo...

~~*~~

Lexi passou o dia seguinte, no trabalho procurando o


melhor advogado de divórcio em Atlanta, que não trabalhava
atualmente sob a hegemonia das empresas Bridges. Ela ficou
chateada para caralho por ter sido tão difícil fazer isso. Como

192
eles, eventualmente, tinham cinco dos melhores advogados em
casa? Não que parecesse um pouco ridículo para qualquer
outra pessoa? Quem os tinha permitido um monopólio no
mercado? Foda-se Bekah Bridges!

A menina nunca parava de conspirar. Três dos


advogados tinham sido adquiridos no ano passado, desde que
ela se casou com Jack. Não parecia coincidência, mas Lexi
não tinha como provar que eles estavam conectados. Seus
olhos doíam.

No final, ela criou coragem para perguntar o seu chefe


sobre isso.

Ele olhou-a com desconfiança.

— Você está pensando em se divorciar antes de você


mesmo casar? - Questionou.

— Só perguntando para um amigo, senhor, - disse ela.

— Eu ouvi que você está noiva?

Lexi sorriu docemente. Era a única maneira de lidar


com seu chefe.

— É isso mesmo, - disse ela, mostrando o anel.

Seu chefe assobiou entre os dentes.

— Isso é um grande diamante.

— Sim, ele me estraga com mimos.

193
Não era algo que ela teria normalmente dito, mas seu
chefe se preocupava com pedigree, poder e privilégio. Ramsey
tinha todos os três, e às vezes isso ajudava em algumas
situações.

— Bom homem que você tem lá.

— Então, senhor, sobre esse advogado. Você acha que


poderia me colocar em contato com um? - Ela perguntou,
batendo os cílios.

— Sim, eu conheço um cara. Vou fazer uma chamada


no meu horário de almoço e colocá-lo em contato com você, -
ele resmungou. — Ah, e Lexi...

— Senhor?

— Qualquer progresso no caso Bryant? Eu quero


aquele caso resolvido este mês. Ele está um pouco atrasado, -
ele disse a ela antes de prontamente se virar e ir embora,
como se não tivesse apenas entregado-lhe uma tarefa
impossível, sem um segundo pensamento.

— Ótimo, - ela disse, retornando ao seu escritório.

Pelo menos ela estava recebendo esse maldito nome.

Lexi passou o resto da tarde enterrada tratando dos


casos. Ela ainda não tinha se incomodado em descer para o
almoço, e no momento em que ela estava pronta para sair do
escritório naquela tarde, morria de fome e ainda não tinha
um contato para o advogado de divórcio.

Ela hesitante andou até o escritório de seu chefe.


194
Sua assistente estava olhando com os olhos turvos na
tela do computador.

— Posso ajudá-la? - Ela perguntou.

— Sim. Chuck ainda está aqui? - Perguntou Lexi.

— Não, ele não voltou depois do almoço.

— Ótimo, - Lexi gemeu. — Por acaso ele deixou uma


mensagem com você sobre um advogado de divórcio?

A secretária olhou ao redor de sua mesa antes de


balançar a cabeça.

— Nada aqui, desculpe. Você quer que eu telefone para


ele?

— Não, - disse Lexi rapidamente. A última coisa que ela


queria fazer era chamar mais a atenção para si mesma do
que ela já tinha feito. A próxima vez que ela falasse com seu
chefe, ele provavelmente diria a ela para fechar o caso até o
final da semana, em vez de no final do mês. — Obrigada.

Ela teria que lembrá-lo sobre isso outra hora. Não


tinha muito tempo a perder, mas não havia nada que
pudesse fazer no momento.

Ela pegou o elevador até a garagem, entrou no carro e


dirigiu para fora do prédio. Iria parar em um restaurante
drive-tru mais próximo, Lexi entendeu que os pedidos para a
refeição eram muito necessários, e depois iria cortar toda a
cidade rumo ao escritório de Ramsey.

195
Ontem à noite, ela lhe contou a ele tudo sobre sua crise
de pânico que Chyna teve sobre o casamento, e como ela viria
para a cidade no fim de semana para comemorar. Ela tinha
se sentido em êxtase ao ouvir isso. Pela expressão de seu
rosto, quase parecia que ele tinha medo que Lexi não
estivesse animada com a perspectiva de seu noivado. Não é
que ela não estivesse animada. Ela tinha acabado de ter
tantas outras coisas empilhadas em cima dela de uma vez.
Ouvir Chyna pirar com isso, trouxe Lexi de volta à realidade,
e agora, ela estava olhando para a celebração que ocorreria
em breve.

Na verdade, ela estava a caminho agora para


comemorar. Ela tinha saído do trabalho um pouco mais cedo,
e ela queria surpreender Ramsey no escritório. Como se eles
não tivessem passado tanto tempo juntos antes do noivado, e
ela pensou que seria um sinal de boa vontade, provando que
ela realmente estava investindo nele. Ela o amava. Toda essa
conversa sobre divórcio deixou-a ansiosa para mostrar-lhe.

Lexi tinha um passe para o estacionamento do pessoal,


para que ela pudesse ir e vir sempre que quisesse. Ela
encontrou a vaga mais próxima e estacionou seu carro. Ela
havia comido um hambúrguer enquanto dirigia, e ela estava
finalmente começando a não ansiar desesperadamente por
comida. Ela ainda podia comer mais, mas ela não se sentia
mais como se estivesse morrendo de fome. Talvez ela pudesse
pegar algo leve com Ramsey no caminho de casa. Ela sorriu
ao pensar nisso quando entrou na ala médica.

196
Havia uma agitação de atividade, com médicos,
enfermeiros e pacientes esvoaçando no meio da atividade.
Lexi sorriu para uma recepcionista de olhos arregalados em
frente. Ela tinha a pele cor de caramelo, com longos cabelos
negros e olhos castanhos.

— Ei, Cierra! - Disse Lexi com um aceno.

Cierra tinha sido contratada pela empresa desde o


primeiro dia, e Lexi achava que ela era uma das melhores
contratações. Cierra tinha um grande sorriso e sempre foi
capaz de acalmar as pessoas como ninguém.

— Ei, Lexi, - ela disse, acenando. — Que bom vê-la


hoje. Como está o seu caso atual? Você está chutando muitas
bundas?

Lexi riu e balançou a cabeça.

— Eu gostaria que fosse mais. Como estão as coisas


aqui?

— Tranquilo. Navegando devagar. Alguns dos médicos


foram chamados. Acho que alguma coisa está acontecendo
por ai, mas esta tudo bem. Não há queixas, pelo menos, -
disse Cierra, com uma risadinha.

— Eles devem saber que é melhor não reclamar com


você sobre isso de qualquer maneira.

— Você sabe que é a verdade.

Uma paciente foi até a mesa, e Lexi deu um passo


atrás.
197
— Vejo você mais tarde, Cierra.

— Tchau, menina.

O escritório de Ramsey ficava no último andar do


edifício colossal. Ele sempre preferiu seu escritório nos clubes
envoltos em segredo com uma visão completa de tudo o que
estava acontecendo. Ele não queria algo tão extravagante,
mas os arquitetos tinham dito que os escritórios estavam
melhores nos andares superiores. Então, eles tinham se
certificado de Ramsey tivesse algo de bom. Ele tinha
considerado demiti-los sobre isso, mas Lexi tinha falado com
ele. Tinha sido um gesto simpático.

Ela saiu para o andar superior e para o escritório de


Ramsey. As luzes estavam apagadas, e sua secretária não
estava por lá. Ele odiava ter uma secretária, mas com as
responsabilidades acrescidas, era uma necessidade.

Ele ainda deve estar por aqui, embora. Ele nunca havia
deixado o cargo tão cedo. Além disso, na maioria dos dias, ele
iria chamá-la para que ela soubesse que ele estava a caminho
de casa. Às vezes, ele era impressionantemente caseiro,
preparando o jantar, quando chegava em casa primeiro. Ela
não era uma grande cozinheira, mas ele nunca se queixou
sobre isso.

E foi por isso que ela estava um pouco confusa quanto


ao local onde ele estava.

198
Lexi pegou o telefone para ligar para ele, quando ouviu
vozes na sala ao lado. Talvez alguém mais soubesse onde ele
estava.

Respirando fundo, ela caminhou para o escritório de


Parker. Sua secretária também estava ausente, Lexi notou
quando ela se aproximou. Seu estômago deu um nó de forma
incontrolável, embora ela soubesse que estava exagerando.
Ramsey tinha proposto a ela na semana passada. Não havia
nada acontecendo entre ele e Parker. Não havia nada
acontecendo com eles há anos. Ela desejou a cooperação por
parte de seu estômago, mas sabia que não o faria. Ele nunca
cooperava quando ela sabia que eles estavam juntos. E ela
certamente sabia que eles estavam juntos agora.

Suas mãos fecharam em punhos, enquanto ela dobrava


a esquina e olhava através das janelas de vidro no escritório
de Parker. Estava como sempre foi, uma bagunça total. A
papelada estava empilhada em cada superfície. Parker
raramente chegava a elas, porque ela passava mais tempo na
cirurgia, ajudando as pessoas, do que em qualquer outro
lugar. Equipamentos médicos estavam em caixas, alguns
abertos pela metade, alguns ainda em recipientes de plástico,
enquanto alguns outros foram para fora e parecia que ela
estava tentando desembalá-los. A bicicleta estava no canto.
Lexi não tinha certeza do que ela estava fazendo ali. Parker
não vive perto o suficiente para usar uma bicicleta para o
trabalho, e Lexi não tinha certeza do que as pessoas
pensariam se Parker levasse essa coisa nos elevadores.

199
Algumas roupas foram espalhadas em pares pelos cantos, um
par de esfregões, o vestido maxi preto que usava ontem,
alguns outros artigos aleatórios de roupa, e pelo menos três
pares de sapatos. Ela deve praticamente viver aqui.

Mas o que Lexi não queria olhar enquanto observava o


quarto era o que ela não podia deixar de ver.

Ramsey estava sentado no sofá, completamente


relaxado, com um braço no braço e outro na parte de trás do
sofá. Ele tinha um sorriso gigantesco no rosto, e parecia que
ele estava rindo durante toda à tarde. Parker estava deitada
no sofá, com a cabeça sobre o braço oposto, com os pés
pressionados contra a coxa de Ramsey. Como Lexi estava ali,
ela viu Parker dizer algo que Lexi não poderia ouvir. Parker,
em seguida, jogou a cabeça para trás numa gargalhada
quando ela chutou para fora em Ramsey para o que ele havia
dito em resposta.

Lexi estava dormente de seus dedos para os dedos dos


pés. Ela olhou sem piscar pelo visor diante dela, sabendo que
eram só eles. Era apenas Ramsey e Parker, e a forma como
eles interagiam, a maneira como eles sempre tinham
interagido. Era esta familiaridade inerente que eles tiveram
desde que se conheciam por toda as suas vidas... E amavam
quase por tanto tempo. Chyna já havia igualado-o como Lexi
estava com Jack.

Talvez fosse. Talvez fosse platônico neste momento.


Talvez isso não devesse deixá-la doente.

200
Não era como se eles estivessem fazendo sexo no sofá,
nem nada. Eles não estavam realmente fazendo alguma coisa,
a não ser sentados e rindo. Eles estavam completamente
vestidos, além de Parker não usar sapatos. Não havia
nenhuma razão para Lexi se sentir assim, mas ela ainda se
sentia.

Ramsey percebeu Lexi primeiro, endireitando


visivelmente antes de levantar. Parker percebeu que Lexi
estava ali ao lado, mas em vez de ajustar-se, ela apenas deu
um sorriso brilhante e acenou para Lexi entrar.

Lexi se moveu mecanicamente até a porta e entrou,


uma parte dela queria se virar e simplesmente ir embora. Ela
não faria isso, é claro. Ramsey e Parker não estavam fazendo
nada de errado. Lexi estava apenas fazendo cerca de um
bilhão de cenários em sua cabeça. Mas isso era tudo, a sua
imaginação conseguiu o melhor dela.

— Ei, todos vocês, - disse Lexi, quando a porta se


fechou atrás dela.

— Lexi, falando no diabo, estávamos literalmente


falando de você, - disse Parker, seus pés caindo no chão
quando ela se sentou no sofá.

Apenas falando de mim agora... Quando você estava


rindo?

Isso era o que Lexi queria perguntar, mas é claro, ela


não fez.

201
— Sobre o quê? - Ela perguntou.

— Nós estávamos falando sobre o olhar nos rostos dos


meus pais quando fizemos nosso anúncio neste fim de
semana.

Isso foi engraçado? Lexi pensou que havia sido muito


horrível.

— Qualquer coisa que os faz parecer que é uma coisa


boa, - Parker jogou lá fora.

— E eu pensei que eles me odiassem, - disse Lexi,


olhando entre eles.

Parker trocou seus pés e olhou para o chão.

Ramsey sacudiu a cabeça e começou a andar em


direção a ela.

— Eles não a odeiam.

— Eles não tratam muitas pessoas muito bem, - disse


Parker. — Quero dizer, eles estavam podres para mim por
anos.

Ramsey virou para olhar para Parker, que prontamente


fechou a boca.

Lexi deu de ombros. Grande. Agora, ela estava sendo


comparada com Parker. Bem, não era a primeira vez.

— Pelo menos eu tenho maturidade, então, eu acho, -


disse Lexi. Ela sabia que provavelmente isso havia soado mal-

202
intencionado, e as palavras só tinha caído para fora da boca
porque ela estava tão puta pela situação.

Parker franziu os lábios, e Ramsey deu mais um passo


em direção a Lexi.

— Posso falar com você? - perguntou Lexi.

— Sim, vamos, - disse Ramsey, tomando-lhe a mão. —


Vejo você amanhã, Parker.

— Tchau, gente, - disse ela suavemente, quando eles


saíram do escritório.

Ramsey caminhou ao lado de Lexi pelo corredor. Ele


abriu a porta de seu escritório para ela e acendeu as luzes.
Assim que a porta se fechou atrás dele, ele se virou em
direção a Lexi, que se mudou para o centro da sala.

Ela sentiu-se uma merda por falar sobre a Parker.


Nada estava acontecendo. Mas era difícil não se sentir
chateada com tudo isso, principalmente após o verão. Ela só
queria esquecer tudo sobre ele. Ela realmente só queria uma
vida sem Parker, mas não foi o que ela poderia ter. Ramsey e
Parker estavam trabalhando juntos. Eles tinham aberto uma
empresa juntos. Lexi tinha dito que ela estava bem com isso.
Assim, ela só precisava ficar bem com isso.

— Desculpe, - disse ela imediatamente, sacudindo a


cabeça. Ela estava nervosa, e péssima! — Eu saí cedo do
trabalho. Eu queria fazer uma surpresa. Eu me sinto idiota.

203
— Lexi, está tudo certo. Você não é idiota. Estou feliz
que você esteja aqui. - Ele atravessou a sala e puxou-a em
seus braços.

Ela respirou seu aroma de hortelã-pimenta e deixou


acalmar os nervos. Este compromisso a estava fazendo uma
desajeitada. Ela precisava relaxar.

— Você sabe que não há nada entre Parker e eu, -


Ramsey declarou calmamente.

— Eu sei, - disse ela. — Eu sei que não há nada. Eu


não estou preocupada. Eu me sinto idiota.

— Pare de chamar a minha noiva de todas estas coisas


terríveis. Ela é maravilhosa, linda e minha, - ele sussurrou,
antes que de se inclinar e beija-la.

Lexi inclinou a cabeça para trás e abriu a boca para


concebê-lo. Deus, ele provou ser celestial. Ela acabou com as
mãos atrás do seu pescoço e deixou-o pressionar o seu firme
corpo contra o dela. Seus lábios se moviam juntos,
respirações misturadas, as mãos desesperadamente se
moviam entre um e outro... Para esquecer todo o resto.

Ela queria aproveitar o momento. Ela queria pegar esse


sentimento e esticá-lo até o infinito. Porque aqui, agora, ela
não sentia nada, mas seus lábios nos dela. Ela não se
assustaria. Ela só sentia Ramsey, o seu noivo. Ela na
verdade, permitiu-se sentir, em vez de pensar.

204
Ele afastou-se antes que ela estivesse pronta, e ele riu
quando ela tentou puxá-lo de volta para ela.

— Eu acho que o seu telefone está tocando.

— Merda! - Disse ela, vasculhando a bolsa e puxando-o


para fora. — É o meu chefe. - Lexi atendeu. — Chuck, como
você está?

— Eu só tenho uma informação sobre o meu amigo, o


advogado do divórcio que você estava me solicitando o
contato, - disse ele sem preâmbulos.

— Oh, isso é ótimo. Obrigado, senhor, - disse ela, com


um sorriso se espalhando em seu rosto.

— O nome dele é Richard Brian, da Brian & Hancock.


Dei-lhe a sua informação. Ele vai ligar para você amanhã.

— Muito obrigado. Estava ansiosa pela sua chamada.

— Sim, bem, não se esqueça de trabalhar no caso


Bryant.

— Eu estou em cima dele, senhor.

— Ótimo. Vejo você amanhã.

A linha ficou muda em sua mão, e ela colocou o


telefone de volta na bolsa.

— O que foi aquilo? - Perguntou Ramsey, amassando


as sobrancelhas juntas.

205
— Eu pedi ao meu chefe para uma recomendação de
um advogado de divórcio, e ele acabou de me ligar de volta
com um nome.

— Um advogado de divórcio... - disse Ramsey. Ele


cruzou os braços sobre o peito e olhou para Lexi, a espera de
uma explicação.

— Sim, - ela disse excitada para dizer o nome de quem


estava precisando dessa informação.

Ramsey não parecia feliz com isso.

— Lexi, por que você se envolveu nisso? - Perguntou


ele, sacudindo a cabeça. — Estou assumindo que é para
Jack.

— É.

— Eu só... Não vejo qualquer ganho possível de você se


envolver. Se Bekah realmente tem informações sobre ele tê-la
traído, então a melhor coisa possível para você, sua carreira,
seu futuro... Porra, o nosso futuro... É só ficar longe, muito
longe.

— Eu não estou envolvida, - disse ela teimosamente.

— Ele chamou-lhe quando descobriu. Ele queria falar


com você sobre isso. Ele queria o seu conselho. E agora, você
está atrás de um advogado para ele, - disse Ramsey,
assinalando estas coisas em seus dedos. — Você já está
envolvida.

206
— Bem, isso é o fim de tudo de qualquer maneira. Ele
fará tudo que vem depois deste ponto.

— Tem certeza? - Ele implorou.

— Olhe o que você quer que eu faça? Sua irmã... - Ela


balançou a cabeça e desviou o olhar. — Ela vai tentar
enterrá-lo a sete palmos. Ela sabia do passado de Jack.
Porra, eu disse a ela sobre seu passado. Depois ela aceitou
isso e se casou com ele de qualquer maneira, ela vai tentar se
divorciar dele.

— Isso é problema dele. Por favor, não o torne


problema nosso, também.

— Não é problema meu. Não é seu problema. Mas, ao


mesmo tempo, estamos investidos nele, Ramsey. Seria
estúpido pensar que não estamos. Bekah é sua irmã. Jack é
um dos meus amigos mais próximos.

— Não, - disse Ramsey, colocando o pé no chão. — Não


posso me envolver nisso. Prometa-me que você vai ficar de
fora, Lexi. - Sua voz se suavizou no fim, e ele a puxou de volta
para um beijo.

Ela deixou-o beijá-la, com a promessa sem resposta


pendurada entre eles...

207
208
Capitulo 8

Outubro
Dois anos antes

Lexi ficou fora da sala de conferência no espaço para


escritório alugado onde trabalhava a ala da equipe médica
Bridges. Ela achou estranho que eles iriam alugar espaço
quando eles tinham tudo na Bridges Enterprise para usar
para conferências com a Global, bem como os empreiteiros,
arquitetos e vários outros negócios que eles estavam
trabalhando para levantar este edifício e executando. Mas
Ramsey disse-lhe que quando eles primeiro tinham chegado
ao lugar, queriam algo semipermanente perto de onde eles
iriam fazer as fundações.

Aparentemente, o local da nova torre Bridges ficava


longe do resto da Bridges Enterprise para justificar isso. Lexi
achou ridículo. A trama já estava sendo liberada, mas não é
como eles iam estar olhando para um arranha-céu na
próxima semana, ou qualquer coisa. Por que desperdiçar o
dinheiro? Além do fato de que eles poderiam.

Foi por isso que ela nunca tinha ido para o negócio. Ela
achava chato, não tinha nenhuma lei nesse momento, mas
tudo isso só parecia uma dor de cabeça.
209
Alguns dias, ela estava feliz que Ramsey a manteve sem
saber de cada detalhe, e outros dias, ela sentiu-se fora de
zoneamento. Realmente, ele poderia resolver com o que era
importante e enfiar o resto através de algum tipo de filtro.

Ela bocejou e afundou-se de volta para uma cadeira.


Ramsey disse que a reunião não seria por tanto tempo, e ela
poderia vir com ele, se ela quisesse. Era a última sexta-feira
antes de ela começar no seu novo emprego, e ela achou que
ela conseguiria passar algum tempo com Ramsey,
desempacotar algumas das caixas de Nova York e ficar
preparada para o grande dia, na segunda-feira, antes de sair
para o show do D-Bags com Jack mais tarde naquela noite.
Mas uma reunião tinha se transformado em três, e ela ainda
não podia acreditar que três horas mais tarde, ela foi
perdendo o dia em reuniões.

Lexi tinha sentado primeiro na reunião, mas quando se


tornou claro que era um monte de rabiscos que ela não
conseguia compreender, ela tinha perdido o interesse em
tentar e mergulhado para fora. A bateria de seu smartphone
estava em uma morte lenta, e se não durasse até o fim desta
reunião, ela definitivamente ia sair.

A confusão na outra sala, a trouxe para fora de seus


pensamentos, e ela ficou em pé, rezando para que ninguém a

210
ouvisse deslizar para fora. Ela nunca iria concordar com isso
novamente.

Diversos contratantes saíram da sala sem nem mesmo


olhar na direção dela, e então fecharam a porta. Lexi
suspirou e caiu para trás na cadeira. Sério? Ela não poderia
lidar com a espera. Era a pior coisa do mundo.

Um segundo depois, a porta se abriu novamente, e


John saiu. Lexi levantou a sobrancelha quando ele olhou
para ela, ainda sentada.

Ele sorriu brilhantemente quando ele a viu. — Você


quer sair daqui?

— Desesperadamente, - disse ela, levantando os olhos


para o teto e apoiando-se na cadeira.

— Vamos comer alguma coisa, - ele sugeriu.

Não tinha de olhar para ele para saber que ele estava
sorrindo.

— Você quer que eu saia com você de novo? - Lexi


perguntou.

Ele riu, e ela olhou para ele. Ele estava vestindo uma
calça escura e uma camisa de botão cinza, com as mangas

211
dobradas até os cotovelos. Seu cabelo escuro estava
arrumado, mas ele estava ostentando uma sombra das cinco
horas que realmente trabalhou, em seus traços fortes.

— Eles estão por perto de falar por mais alguns


minutos. Eu precisava de algo para beber. Poderia pelo
menos conseguir um passeio ao Starbucks?

Café. Paraíso. Força da vida.


— Sim, acho que consigo algo como o café.

Lexi ficou e se esticado com um bocejo. Ela não estava


mesmo cansada, mas ela estava sentada lá tanto tempo, que
quase se sentia exausta. Além disso, a menção do café tinha
feito seu cérebro parecer ir mais devagar, como se isso não
funcionasse corretamente no seu vício em cafeína, sem as
coisas correndo em suas veias.

Eles andaram para fora do prédio e desceram as


escadas para a calçada. Ela enfiou as mãos dela em seus
bolsos e abaixou a cabeça contra o vento. John olhou para
ela interrogativamente com humor em seus olhos.

— O que? - Ela exigiu.

— Como você está com frio? Este tempo está bonito.

212
— Você mora em Nova York. Você está acostumado
com o tempo de congelar.

— Você não viveu em Nova York nos últimos três anos?


- ele perguntou.

— Eu nunca me ajustei à mudança de temperatura, -


ela disse, com um encolher de ombros.

— Bem, eu acho que você é louca. Sessenta graus F


não está frio.

— No Sul, é.

— Certo. Não é onde eu cresci em Michigan. É ridículo,


- ele disse a ela.

— Tudo o que você quiser rir, - ela resmungou. — Eu


ainda estou com frio.

— Ainda bem que estamos aqui, então, hein?

John abriu a porta para a Starbucks, e Lexi entrou,


sacudindo o frio que tinha afundado em seu casaco de lã.

Eles caminharam até o balcão. John ordenou um chai


tea latte e então convidou Lexi a pedir.

213
— Só um venti café para mim.

— Creme e açúcar? - perguntou o funcionário.

— Não, obrigada. Preto está bem.

John sorriu maliciosamente disso, também, e ela nem


se preocupou em perguntar-lhe. A maioria dos caras não
esperava que as meninas bebessem seu café direto. Contanto
que bebesse, ela ganharia 1 milhão de libras se ela nada
adicionasse a ele. Sem mencionar que ela tinha se
acostumado com o sabor na faculdade e nunca tinha voltado.

John pagou as bebidas, e então eles partiram de volta


para a sala de conferências. Lexi explodiu no seu café. Ela
não queria queimar a boca dela, mas ela realmente queria
beber. Desistindo, ela mergulhou e começou a beber a bebida
fumegante.

— Então... Foi morar com Ramsey, ouvi dizer, - disse


John.

Lexi cuspiu de volta o seu café. Estava absurdamente


quente.

— Sim, - Lexi finalmente falou.

— Meio rápido, não é?

214
— Não realmente. Vivíamos juntos antes de me mudar
para Nova York.

— E funcionou tão bem para você, - ele disse


secamente.

— Como você sabe que morarmos juntos? - Lexi


perguntou.

Ela não falou com John desde aquela noite, quando ela
o tinha deixado. Ela achou que ele tivesse seguido em frente.
Afinal, ele era atraente e encantador. Ele poderia ter qualquer
outra garota que ele quisesse. Ela só precisava que ele não se
concentrasse nela.

— Um passarinho me contou.

Lexi virou-se para enfrentá-lo, estreitando os olhos


dela. — Um passarinho?

— Não estou autorizado a falar.

— Você tem alguém o alimentando minhas informações


pessoais, e não me diz quem disse isso? - Ela perguntou. Isso
soou como uma bela bobagem para ela.

215
— Isso significa que não posso discutir quem é, - ele
disse, com um brilho em seus olhos cor de avelã.

— Bem, você diga ao seu passarinho para ir à merda,


por mim! - ela cuspiu.

John riu e balançou a cabeça. — Minha


esquentadinha. Você nunca faz o que eu espero. É muito
quente.

Lexi revirou os olhos e tomou mais um gole de café. —


Estou falando sério.

— Isso é o que torna tudo melhor.

Eles caminharam para o escritório, e Lexi virou-se para


enfrentá-lo. Ela não queria que esse passarinho continuasse
transmitindo informações. John não precisava saber o que
ela estava fazendo. Ela tinha fechado a porta, e ela queria que
ela permanecesse firmemente fechada. Ela não podia fazer
isso quando ele ficava flertando com ela, comprando café e
instigando as brincadeiras, enquanto ele sabia tanto sobre
sua nova vida. Se fosse a perseguição, ele estava atrás, ela
teria que mostrar-lhe que ela tinha querido dizer o que ela
disse. Ramsey era o cara para ela e concordaram em
empenhar-se. Alguém que pensava que sexo era o fim do
jogo, não contava para ela — mesmo que John que negasse
até seu último suspiro.

216
— Então, você não vai mesmo me dizer quem lhe disse?

— Se você pensar sobre isso, tenho certeza que você vai


descobrir, - ele disse, claramente gostando de ter a mão
superior. — Não vai a um show com seu ex esta noite... Seu
ex-casado?

— Isso é realmente da sua conta, - Lexi atirou de volta,


defensivamente.

— Eu espero que isso não seja o único que eu não


posso comparar, porque se pensou que ir jantar comigo
estava enrolado em más ideias... - Ele parou.

— Essa conversa acabou. Você está só cutucando, não


entende uma coisa, - ela disse.

Ele a estava deixando nervosa, e ela precisava


desvencilhar-se da situação. Ele não sabia a história dela. Ele
não sabia nada sobre Jack, ou mesmo sobre Ramsey. John,
certamente, não sabia o que ela passara para chegar ao ponto
onde Jack era casado. E ficou bastante claro que John não
sabia que ela teria preferido ir com alguém que não fosse
Jack, a este show. Então, enquanto ele examinava para ver a
sua reação, estava trabalhando, ele foi aplainando as
emoções erradas.

217
— Não fique zangada, - ele disse, alcançando seu
cotovelo.

— Então, me diga com quem você tem falado.

Ele sorriu diabolicamente, e os joelhos dela tremeram.


Deus, ele era bonito. Era tão injusto nesta situação.

— Você vai descobrir querida. Obrigado por ir tomar


café comigo.

Lexi tomou uma respiração profunda, quando ele


passou por ela e entrou. O café aquecia os dedos dela, então
ela não o seguiu para dentro imediatamente. Ela tinha
certeza que estava pronta para atacar alguém.

Quem diabos iria alimentar John com informações sobre


ela? Quem poderia se beneficiar com isso?

Na verdade ela não fez mal nenhum. Ela não ia voltar


com o John. Que tinha más notícias escrita por toda parte.
Mas ainda assim, suas informações pessoais são suas
informações pessoais. Ela não gostou nada disso.

~~*~~

218
Quando Lexi ouviu a porta do carro de Jack fechar do
lado de fora, saltou literalmente, desde que ela tinha ouvido
tão forte. Ela olhou para cima, para Ramsey, se desculpando
quando ele arqueou uma sobrancelha. Ela sabia que ele tinha
ouvido, também.

Depois de sair da sua última reunião, eles tinham


saído e estavam sentados à mesa da cozinha, olhando seus
laptops. Bem, isso não é completamente verdade. Tentaram
relaxar e assistir a um filme, mas nenhum deles realmente
conseguiu relaxar. Assim, eles tinham vetado essa ideia e
passaram o tempo trabalhando e tomando café.

Ela se sentia bem ridícula durante a maior parte do


tempo que ela tinha sentado lá. Ela não tinha feito qualquer
coisa que ela queria. Metade do tempo, ela tinha estado
pensando sobre o que John disse a ela no escritório.

Claro, ela queria ver os D-Bags, mas ela não queria ver
o Jack. Na verdade, ela não queria nada menos de dar um
soco na sua cara. Ele merecia pelo que ele tinha lhe feito
passar. Ela tinha certeza que seria uma façanha conseguir
ultrapassar esse show com ele. Nunca na vida dela tinha
estado desconfortável perto Jack, mesmo quando ela estava
com raiva dele, mesmo quando tinham estado com outras
pessoas, mesmo quando essas pessoas tinham estado em
torno. Sempre tinha sido Jack.

219
Mas não, ele tinha acabado com ela. Algo nela tinha
partido. Era como se ele tivesse esticado e esticado o fio ao
longo do tempo, e tinha desgastado, mas um dia, a pressão
foi demais, e partiu o segmento. Verdade seja dita, isso não
tinha volta. O fio nunca seria completo novamente. Claro, ela
podia amarrar as pontas, mas sempre haverá uma
imperfeição perceptível.

Uma batida soou, e olhos de Lexi voaram para a porta.

— Quer que eu abra? - Ramsey perguntou, em pé, do


seu lugar.

— Claro, - ela disse, com um aceno de cabeça. — Eu só


vou pegar minha bolsa.

Os olhos de Lexi o seguiram até a porta, e então ela só


ficou ali e viu. Ela não poderia afastar o olhar.

Ramsey abriu a porta, e Jack estava lá, com um sorriso


tímido no rosto. Ele realmente parecia com seu Jack esta
noite — mesmo que esse termo não se aplicasse. Ele estava
usando jeans escuro desbotado e uma camiseta preta com
um velho par de Converse. Ela gostava de vê-lo não parecer
tão sufocante. Ele não precisava estar em um terno o tempo
todo para ficar bem, com seu cabelo castanho escuro, afiados
olhos azul bebê e um sorriso que era de matar — não que ela
estivesse pensando sobre isso em tudo.

220
— Ei, cara, - Jack disse com um aceno de Ramsey.

— Jack.

Os caras apertaram as mãos, e Lexi podia sentir a


tensão rolando fora, do outro lado da sala. Que tipo de
universo paralelo ela estava vivendo, agora que ela estava
morando com Ramsey e tendo um Jack casado para buscá-la
para levá-la? Claro, que não era um encontro ou algo
remotamente perto disso, mas ainda assim, era estranho.

Jack disse algo que ela não pegou, enquanto ela


caminhava para pegar a bolsa ao pé das escadas. Ramsey riu,
mas ela sabia que ele não estava nem um pouco bem
humorado. Ele estava provavelmente prestes a dizer ao Jack
que ela lhe contara — e que ele mataria o Jack se ele
colocasse uma mão nela. Ela levou um tempo pegando a
bolsa. Ela não queria ouvir nada disso. Toda essa situação já
era bastante constrangedora.

Ela agarrou a bolsa e botou-a no ombro. Jack estava


acenando a cabeça para Ramsey. Ela estava realmente feliz
que ela não estivesse ali. Jack não parecia feliz, e pelo
conjunto dos ombros de Ramsey, ele certamente não estava.
Bem, ótimo.

221
— Tudo pronto para ir, - ela disse, andando pela sala
de estar onde os caras estavam em pé.

Ramsey ainda não tinha deixado Jack entrar, que era


muito bom por ela. Ela não queria estar aqui com os dois por
mais tempo do que era necessário.

— Ei, Lex, - disse Jack, acenando na direção dela, mas


não fez nenhum movimento para entrar.

— Ei.

Cristo, se ao menos ele não fosse tão atraente... Se ao


menos ele não tivesse casado com a cadela.

O que seja. Não importava.

— Vejo você mais tarde, - ela disse para Ramsey,


quando ela se virou para sair.

Ramsey envolveu seus braços em torno dela e a puxou


de volta para ele. Ela mudou-se para dar-lhe um abraço de
despedida, mas ele deixou sua boca na dela e beijou-a
completamente. Ela sabia que ele estava fazendo isso como
um show. Ele provavelmente planejou, enquanto eles
estavam sentados, usando os seus computadores. Ele
provavelmente tinha planejado como colocar o medo da morte
em Jack. Ela sabia que Ramsey não confiava em Jack, e ela

222
não o culpava. Ela podia sentir cada gota de emoção que
Ramsey estava empurrando para este beijo. Ele queria que
ela se lembrasse de que estava vindo para casa. Ele disse que
confiava nela, mas esse beijo disse que ele queria ter certeza.
Doeu tanto quanto ela gostou da exibição.

Ainda assim, quando ele a soltou, ela estava sem fôlego


e agarrada nele para firmar-se.

— Eu vou esperar por você, - ele disse suavemente,


antes de liberá-la.

Lexi assentiu com a cabeça e depois saiu. Jack já


estava no meio da escada quando ela saiu pela porta. Ele
havia saído enquanto eles estavam se beijando? Ou ele
esperou até que ele ouviu o que disse Ramsey? Ela não sabia
se ele foi afetado, e mesmo que ele fosse, o importa?

Ela não queria pensar nisso. Este concerto era sobre


ela e Jack. Ela não tinha feito isso para fazer ciúmes a
Ramsey, para fazê-lo querê-la. Não foi certamente para fazer
Jack com ciúmes... Se ele era mesmo ainda capaz. Não foi por
nada, mas para ver os D-Bags.

Jack não virou enquanto ele ia direto para o carro dele.


Ela se perguntava o que ele pensava - sabendo que ele não
contaria a ela, ela não perguntaria.

223
Andando em volta do carro, ela abriu a porta do lado
do passageiro e deslizou para o banco. Cheirava como Jack.
Meu Deus! Ela engoliu e não tentou associar o cheiro
almiscarado que ele exalava com onde a mente dela sempre
foi com ele - sexo. Ela fechou os olhos e respirou fundo e
então soltou lentamente. Opa! Era inebriante.

— Acho que eu não estava planejando começar a noite


assim, - disse Jack, rufando os dedos contra o volante de
forma familiar. — Peço desculpas.

— Por quê? - ela perguntou, tentando derrubar-se


desde o alto.

— Colocando Ramsey na borda.

— Bem, - ela disse incapaz de segurar o tom sarcástico.

— Estou falando sério.

— Que seja Jack. É só dirigir.

Ele suspirou pesadamente e se apoiou na direção.

A melhor maneira de passar esta noite seria para


desencanar, não pensar sobre o cheiro que ela associava com
sexo no seu carro, ou nos olhos azul bebê, ou suas palavras
suaves. Ela apenas canalizou essa sensação do casamento, a

224
sensação em brasa do seu desespero naquele momento. Ele
queria uma saída, e ela se recusou a dar-lhe uma. Agora, ele
era casado com Bekah. Ela fechou as mãos em punhos,
lembrando-se da dor, da raiva e da mágoa. Isso queimou
através dela, o que ajudou a esclarecê-la nesta situação.

Ela não podia deixar Jack voltar. Pelo amor de Deus,


ela não deixaria Jack voltar.

Jack saiu para a estrada em direção a arena. Ela não


disse uma palavra desde que tinham saído, e ele também
não. Ela podia sentir os olhos vagando sobre ela, como se
quisesse dizer alguma coisa, mas não o fez. Ele só deu espaço
para ela porque estava claro que era o que ela queria.

Não era exatamente desconfortável. Afinal era Jack,


mas a fez ansiosa. Ela só queria quebrar o feitiço, no entanto,
ela não podia. Como ela queria que tudo estivesse bem e
quebrar este muro entre eles, ela queria ficar com raiva dele.
Ela queria ser capaz de segurar isso por tanto tempo quanto
possível.

Eles fizeram todo o caminho até a rampa de saída


antes de atingirem o tráfego. Eles entraram para a fila de
carros e esperaram ao longo para o estacionamento mais
próximo. Ela tinha certeza que tudo isso era para o show de
Sienna Sexton e D-Bags, mas ela desejou que o tráfego

225
apenas fosse mais rápido. Ela estava pronta para sair do
carro e ficar longe desse sentimento.

Jack olhou sobre ela quando abordaram a luz. —


Obrigado por ter vindo comigo.

Lexi murmurou e virou para olhar pela janela do


passageiro. A linha de tráfego quebrou, e eles passaram
através da luz e para o parque de estacionamento mais
próximo. Alguns níveis acima, Jack pegou o primeiro lugar
disponível e colocou o carro na vaga.

Finalmente. Deve ter sido o passeio de carro mais


estressante que ela nunca teve... E Jack só disse uma coisa.
E tinha sido algo realmente legal.

— Você vai para me ignorar todo o show? - ele


perguntou.

Ele não tinha se movido do seu lugar, e ele estava


olhando para ela com tanta intensidade que ela podia senti-lo
sem sequer olhar para ele.

Desencana. Desencana.

— Não, - Lexi disse de um modo quase malcriado,


abrindo a porta e caminhando em direção ao elevador.

226
Jack não podia ser legal com ela, quando ela queria
ficar com raiva dele. Não importava quanto irracional soava,
porque ele se casou com outra pessoa. E bem... Ela foi
autorizada a ser irracional nisso.

Jack saiu do carro e movimentou-se para alcançá-la. —


Tudo bem, - ele disse, parando o elevador com a mão e
olhando para ela com aqueles grandes olhos azuis.

Ela poderia se afogar em seus olhos.

— Você vai ficar chateada comigo o tempo todo?

Ela podia ouvir a borda do desejo na voz dele, e ele


estava tentando tanto mascarar. Se ao menos ela pudesse
manter seu temperamento sobcontrole quando ele estava por
perto, então talvez isso não acontecesse sempre. Mas ele
sempre gostou dela quando ela estava brava.

— Não.

— Bem... Bom, - ele murmurou, seguindo-a para


dentro do elevador. — Você vai dizer algo além de não por
acaso?

— Não, - ela disse calmamente.

227
— Olhe, eu estou sendo perfeitamente legal com você,
Lex. Você está me tratando como se eu a batesse contra a
parede do elevador, quando eu prometi que não faria nada de
estúpido.

O calor correu para o pescoço e bochechas de Lexi


quando ela olhou para ele. — E você quer saber por que,
quando você faz esses tipos de sugestões.

— Eu não estou sugerindo isso, - ele disse


rapidamente. — Você tem tudo errado. Estou aqui para o
show... Com minha amiga. Além disso, tem que dizer algo
diferente não. - Ele sorriu diabolicamente para ela.

Lexi virou-se para enfrentar a frente do elevador e


cruzou os braços sobre o peito dela. Como ele a irritava tão
facilmente? Ela estava tentando manter as suas defesas, e ele
estava tentando quebrar. Algumas palavras... Aqueles olhos
azuis... Aquele sorriso... E ela era um caso perdido. Mas ela
não podia...

Ela só podia imaginar a sensação de seus braços


pressionando em volta dela, contra a parede do elevador,
após bater o botão de emergência. Ela esperava que ninguém
precisasse do elevador. Ela veria a luz nesses olhos azuis
quando eles virassem azul cristalino, contando-lhe que tudo o
que ele queria fazer era devorá-la. E ela poderia deixar os
seus lábios encontrarem a sua boca, pescoço, orelha, —

228
beliscando, lambendo, chupando e provocando — até que ela
esfregasse o seu corpo contra o dele. Seus olhos se agitaram
fechando, quando ela passou os dedos no cabelo grosso e
escuro, implorando a ele por mais ação, tanto quanto as
palavras dela.

Ele levantaria as pernas dela e se pressionaria


firmemente contra ela. Ela ia ajuntar as mãos para baixo de
suas costas, e o calor do momento os faria perder todos os
pensamentos. Só seriam eles naquele momento. A sensação
de seus lábios, a aspereza de suas mãos em seus quadris,
pressionando contra ela o pau dele...

Merda! Ela parou sua imaginação bastante ativa ali.


Ela não podia andar naquela linha, mesmo em seus
pensamentos. Não era uma boa ideia.

Jack prendeu as mãos nos bolsos da calça jeans


desgastada e balançou para frente e para trás, enquanto o
elevador soou e abriu no andar desejado.

— Bem, obrigado por ter vindo de qualquer forma, - ele


disse suavemente.

Talvez se ela não se reprimisse tão fortemente, ela não


começaria a ter sonhos estúpidos sobre ele no elevador.
Jesus! Ela só precisava agir normalmente. Claramente, ficar
longe não estava funcionando. Talvez a cautela funcionasse.

229
— Eu queria estar no show, - ela finalmente disse a ele,
enquanto caminhavam em direção ao local. — Você sabe que
eu gosto da banda.

— São tão bons, - disse Jack. — Além disso, você acha


que o vocalista é quente.

— Ele é quente, - ela disse em um tom prosaico. —


Todos que são alguém, acham que ele é gostoso.

— Quero dizer para um cara, claro. Eu posso pegar


meu violão novamente se você quiser, - ele disse com um
sorriso fraco.

Lexi olhou para ele. — Não toca mesmo.

Ela não conseguia imaginar Jack com sua guitarra.


Não seria bom para sua saúde mental, não após os seus
pensamentos no elevador. Ela seria melhor fantasiando sobre
Kellan Kyle. Ele era muito mais fora do alcance.

— Ok, ok, - ele disse, levantando as suas mãos. — Só


para brincar. Provavelmente soaria terrível. Faz muito tempo
que eu toquei, e eu estava melhor em chaves.

— Eu sei Jack, - ela disse, seguindo a linha de tráfego


em direção a Philips Arena. — Eu me lembro.

230
Eles pararam de falar, enquanto eram empurrados
através da multidão. Jack puxou os bilhetes quando eles
chegaram à entrada.

A senhora vestindo uma camisa polo Philips Arena


digitalizou os bilhetes e entregou-lhes a volta de Jack. —
Aproveite o show.

— Obrigada, - Lexi disse, caminhando atrás de Jack,


para dentro do prédio.

A arena já estava repleta de pessoas falando com


amigos, olhando mercadorias e permanecendo em longas filas
para a admissão. Um sorriso espalhou no seu rosto com a
energia da sala, e a excitação dela assumiu.

Ela ia ver o Kellan Kyle. Puta merda!

— Acho que você precisa de uma camiseta, - disse


Jack, agarrando a mão dela e puxando-a para o stand da
mercadoria.

— Você está louco? Eu não vou pagar 35 dólares por


uma camiseta. - Lexi tentou detê-lo.

— Você está brincando, certo?

231
— O que? - Ela perguntou com um encolher de ombros.

Ele balançou a cabeça como se quisesse dizer alguma


coisa, e então ele reconsiderou.

— Sério?

— É só... Você só tem um novo emprego. Esta é sua


primeira vez que vê os D-Bags. Eles são a sua banda favorita.
Você rouba minhas camisas por anos.

Lexi mordeu o lábio e não tentou doar seus


pensamentos. Ela amava música D-Bags, mas ela só tinha
roubado suas camisetas porque eram dele. Ela nunca poderia
dizer-lhe isso agora.

— E você não vai gastar trinta e cinco dólares para


obter sua própria camisa? - Ele inclinou a cabeça sorriu-lhe.
— Acho que você deve comprar uma, mas é meio refrescante
ouvir que as pessoas ainda se preocupam com o preço das
coisas.

— Acho que você está passando muito tempo com o


tipo errado de pessoas então, - ela disse, com o rosto quente.

Não era que trinta e cinco dólares fosse demais. Ela


poderia pagá-lo agora, mas se sentia estranha.

232
Jack manteve esse sorriso bobo no rosto e depois foi
para frente sem ela.

— Ei, aonde você vai?

Ele ignorou-a e ignorou algumas meninas que estavam


escolhendo as suas camisetas.

— Pode me dar uma camiseta lisa e preta do D-Bags? -


Uma pequena, - disse Jack.

— Claro, - um cara disse, pegando uma do topo da


pilha e entregando a camiseta para ele.

Jack passou a ele seu cartão de crédito e assinou o


recibo.

— Toma, - disse Jack.

Deu-lhe a camiseta. Ela pegou, não tendo nem certeza


de como responder.

— Você não precisava fazer isso, - ela murmurou.

— Eu vou deixar você comprar as bebidas. - Ele sorriu


e encaminhou-a na direção oposta.

233
Ela realmente não sabia o que dizer. Nenhuma parte
dela esperava que Jack fosse comprar uma camiseta do D-
Bags sem motivo. Ela nem se lembrava da última vez que eles
só tinham saído, e tiveram um bom tempo juntos. Foi
provavelmente em Nova York há mais de três anos. Sentia
como se tivesse sido há muito tempo.

Eles pararam e pegaram uma cerveja para Jack,


enquanto Lexi simplesmente optou por uma coca-cola. Ela
poderia ter uma margarita depois, mas ela não queria beber
demais, especialmente tequila. Se ela começasse no início do
show, então ela estaria em um lugar ruim no final do show.

— Onde estão nossos lugares? - Ela perguntou, quando


o seguiu através de uma entrada aberta.

Ela olhou para a totalidade da Philips Arena. O time de


basquete profissional do Atlanta Hawks jogava seus jogos na
arena, e foi o lar de alguns dos maiores headliners do ano, na
música. Crescendo, ela tinha visto shows aqui com os seus
pais. Tinha assento normal no estádio, mas o local tinha
arranjado lugares ao longo do chão, que antecediam o palco.
As luzes eram ofuscantes, e o lugar estava brilhando com os
flashes das câmaras. A conversa estava alta por causa da
música de fundo, e Lexi estava borbulhando com a emoção e
ela só queria ir para os seus lugares.

— Eu vou lhe mostrar, - disse Jack.

234
Seu estômago virou quando ele começou a descer as
escadas sem fim. Ele mostrou seus bilhetes a alguém que os
deixou passam para a parte inferior. Uau, isso era bem perto.
Normalmente sentava-se na seção de hemorragia nasal. Eles
atingiram o fundo do piso inferior, e Jack entregou os
bilhetes novamente. Quando a pessoa deixou-os passar para
o chão, Lexi realmente começou a entrar em pânico.

— Estamos no chão? - ela engasgou, agarrando o braço


dele.

Jack respondeu com um sorriso e agitou as borboletas


no seu estômago. — Sim. Tínhamos uma suíte, mas troquei-
os por assentos.

— O quê? Por quê? - ela perguntou, chocada. — Se


você tivesse uma suíte...

— Eu pensei que você iria querer estar perto, - ele disse


alto o suficiente para que ela ouvisse por causa da música.

— Sim, - ela concordou, perdeu-se no fato de que ele


tinha trocado uma suíte porque ele achou que ela ia querer
sentar mais perto... Estar mais perto da banda.

— Bem, então... Bom. - Ele arrastou os seus pés, mas


mantinha seus olhos treinados no rosto dela. — Eu pensei...

235
Que faria você feliz. Eu sei não pode compensar tudo, mas
enquanto você está feliz, isso é tudo que importa.

— Jack... - Lexi disse, sacudindo a cabeça de um lado


para o outro. Ela não sabia o que dizer ou como responder.

— Vamos procurar nossos lugares, - ele disse


rapidamente, antes de avançar no meio da multidão.

Lexi ficou atordoada por um segundo, antes de seguir


os passos dele. Ele só queria que ela fosse feliz. Gah! O que
ela ia fazer com isso?

Eles caminharam para frente, e Lexi estava ficando


perto de hiperventilar, enquanto eles se aproximavam do
palco.

— A terceira linha foi o melhor que pude fazer em cima


da hora, - ele disse se desculpando.

Ele estava agindo como se ele não tivesse dito apenas


que ele ficou com os ingressos de terceira linha.

— Mas consegui no final do corredor, então você pode


picar a cabeça para fora.

— Oh meu Deus, não sei o que dizer, - ela disse,


levando o assento no final do corredor. — Terceira fila... No

236
corredor... Então eu posso realmente ver algo em torno de
todas as pessoas altas.

Jack riu baixinho, e ela não tentou pensar sobre quão


perfeito era aquele som. Por que... Por que... Por que ele estava
fazendo isso? Ela queria perguntar-lhe mais coisas, mas ela
não podia. Ela só ia apreciar o show. Ele não tentou nada.
Ela tinha se preparado para isso. Ela tinha se preparado para
o devaneio de elevador na cabeça dela, mas não para Jack
sendo... Bom. Sua parede bem construída não sabia analisar
esta nova informação.

Eles se acomodaram em seus assentos e conversaram


sobre coisas sem sentido, durante o ato de abertura,
Holeshot. Eles eram bons, mas eles não eram os D-Bags. Ela
disse a ele tudo sobre seu novo emprego e como ela estava
animada para trabalhar realmente em algo substancial,
depois de estar na escola por tanto tempo. Eles falaram sobre
o fato de que Seth ia ser pai e quanto terrível foi para ambos.
Para não mencionar, Seth tinha apenas dito a todos que ele
estava namorando uma menina. Sabendo o tipo de pessoa
que ele tinha sido na faculdade, tornava isso mais aterrador.
Justo quando ela começou a falar para Jack sobre o que
Chyna lhe contara sobre Milão, as luzes se apagaram e a
multidão irrompeu em volta.

Lexi e Jack se levantaram e começaram a bater palmas


e torcer com o resto da multidão. As luzes correram ao redor

237
da sala, caindo para o palco brevemente, antes de piscar para
fora, em direção a plateia. Depois de alguns minutos, as luzes
retornaram ao centro do palco, e ela viu Kellan Kyle, que
estava não mais de 30 metros dela. Puta merda! Ele era mil
vezes mais atraente na vida real do que ele era na TV.

Se ela pensava que a multidão tinha sido alta antes,


não era nada comparado ao que estava agora que o público
percebeu que os caras estavam no palco. Kellan pegou o
microfone na mão como se fosse o dono, do palco e do
público. E ele era.

— Boa noite, Atlanta!

A multidão conseguiu gritar mais alto, e Lexi só


aplaudiu junto com eles. Quando ele levantou a mão, ela
silenciou e ouviu os aplausos morrerem marginalmente.
Kellan apresentou a banda, e então eles se mudaram logo em
sua primeira canção. Fascinada, ela assistiu os dedos dele
voarem através da guitarra, e então sua voz quebrou através
das colunas.

O coração dela vibrou. Ali estava à voz mais sexy que


ela já tinha ouvido. Eles eram muito melhores ao vivo. Ela
não tinha certeza que ia ser capaz de articular essa
experiência quando tudo acabasse.

238
Ela sentiu os olhos de Jack nela, e ela se virou para
encará-lo com o maior sorriso no rosto. Ele ainda não estava
assistindo o show, os D-Bags estavam matando no palco. Lexi
jogou os braços ao redor dele e abraçou-o de perto. Jack
hesitou com as mãos para fora em seus lados, como se ele
não soubesse o que era suposto para fazer. Ela se perguntava
se o aviso de Ramsey estava soando em seus ouvidos. Mas
então, seus braços estavam ao redor de sua cintura, e
reacenderam juntos como um pedaço do quebra-cabeça.

— Obrigada, - ela sussurrou.

— De nada, Lex, - ele disse, e sua voz estava tensa. Ele


soltou-a rapidamente com um sorriso fraco antes de voltar
sua atenção para o palco, com sua banda favorita tocando.

Ela tentou não pensar nisso. Seu coração estava


martelando com a melodia da música e a influência dos
vocais do Kellan. Eles tocaram através de seu conjunto com a
multidão cantando ao longo de quase todas as músicas.

O primeiro acorde para a última canção golpeou-a até o


seu núcleo. Eles iam tocar ‘Goodbay’. Meu Deus! Ela pensou
que poderia desmaiar. Ela pensou que literalmente poderia
desmaiar. Esta era a sua musica preferida, a canção favorita
de Jack. A banda era boa, mas a maneira como Kellan
cantava essas letras, fazia tudo maior. Parecia que ele estava
cantando diretamente para ela, ligando para ela, implorando

239
para ela sentir. Foi tão emocionante, e assistir o Kellan
cantar as letras trouxe lágrimas aos seus olhos. Ela molhou
os lábios e tentou segurar as lágrimas que ameaçavam rolar.
Respirando profundamente, ela fungou e sentiu a garganta
apertar. Ela nem sabia de onde estes sentimentos estavam
vindos, ou o que sua mente estava lembrando que a fez
querer chorar, mas Kellan conseguiu tirar isso dela.

Ela sentiu a mão de Jack tocar contra a sua, e então


ele estava segurando a mão dela, partilhava da sua dor,
permitindo que ela sentisse. Ela tomou outra respiração
trêmula quando a canção ‘Goodbye’ chegou ao fim. Ela
engoliu em seco, desejando que todas essas emoções só
pudessem passar por ela. Jack apertou a mão dela
novamente, e ela se sentiu forte. Ela deixou-o envolvê-la
enquanto os D-Bags mudavam para sua última canção.

Fecharam sua setlist com ensurdecedores aplausos e


Lexi observava o corpo incrível de Kellan deixar o palco. As
luzes piscaram de volta quando a equipe de palco trabalhou
sobre a configuração do show de Sienna, e Lexi
apressadamente deixou cair à mão de Jack. Na luz, tudo veio
bater nela.

A canção ‘Goodbay’. Dizendo adeus. Segunda...


Terceira... Quarta... E quinta chance. O anel. O casamento.
Ramsey. Ela amava Ramsey.

240
Ela ainda não tinha feito nada com o Jack. Pode ter
sido o momento mais platônico que já tinham vivido juntos,
mas ainda assim, um calor estava pressionando contra os
limites. Ela tinha certeza o concerto tinha algo a ver com isso,
mas isso ainda estava lá.

Jack e Lexi torciam pelo conjunto de Sienna apesar de


nenhum dos dois estar realmente muito interessado nela.
Eles só ficaram para o final do show para ver o dueto que ela
cantava com Kellan. Era incrivelmente quente e cativante.
Lexi ouvi toda vez que ela ligou o rádio. A tensão entre Siena
e Kellan no palco era palpável, e Lexi estava começando a
acreditar nos rumores. Ela não culpava ninguém por querer
ficar com o Kellan Kyle.

O concerto acabou em uma névoa. Lexi ficou chocada


ao ver que era quase meia-noite. Ela achou que eles tinham
acabado de chegar, e em seguida já tinha acabado. A
multidão pressionou contra ela por todos os lados, e ela teve
que agarrar-se a camisa de Jack para não perdê-lo. Eles
fizeram isso para frente, mas ela puxou a camisa para fazê-lo
parar.

— Banheiro, - ela disse, apontando naquela direção.

Ele assentiu com a cabeça e seguiu naquela direção.


Havia uma fila muito longa para o banheiro das mulheres,
mas ela estava se movendo rapidamente. Ela fez seu negócio,

241
lavou as mãos e depois as passou através dos cabelos
indisciplinados. Ela puxou os cabelos longos em um rabo de
cavalo elevado para tirar os fios do pescoço dela, e então ela
se virou para sair.

Ela passou a pessoa que lavava as mãos ao lado dela, e


ela se perguntava por que a menina parecia familiar. Antes de
chegar até a saída onde uma fila de mulheres esperava para
usar o banheiro, ela percebeu quem era. Seu batimento
cardíaco disparou furiosamente no seu peito e ela sentiu os
dedos dela formigando com antecipação. Ela deveria dizer
alguma coisa? Que ponto haveria?

Mas ainda assim...

— Stella? - Lexi perguntou, com descrença.

Ela não podia certificar-se de que era quem estava em


pé diante dela. Ela não tinha visto ou ouvido de Stella desde
a noite em que Jack tinha dormido com ela em Nova York... O
dia que ele tinha deixado Lexi.

A garota virou-se, seus grandes olhos verdes


arregalaram em confusão. Então, eles desembarcaram no
rosto da Lexi, e alargaram ainda mais com alarme.

— Lexi? - Ela perguntou, como se ela não acreditasse.

242
Stella era quatro ou cinco centímetros mais alta do que
Lexi, com cabelo louro platinado, cortado curto, emoldurando
seu rosto angular. Lexi notou com auto satisfação que
parecia que Stella tinha ganhado peso.

— O que fazes aqui? - Stella perguntou. — Quero dizer,


não o concerto... Atlanta.

— Eu sou de Atlanta.

— Oh, certo, - ela disse sem jeito. — Esqueci.

— O que fazes aqui?

— Meu marido foi realocado em Atlanta para sua


empresa, - ela disse suavemente.

Em seguida, Lexi notou o anel de brilhante no dedo de


Stella. Lexi sentiu-se mal.

Não foi justo. Foi estúpido. Essa garota tinha arruinado


tudo... E ela ainda tinha casado com alguém antes de Lexi.
Como o universo poderia deixar isso acontecer? Só não fazia
sentido!

— Parabéns, - Lexi disse com os dentes cerrados.

— Lexi, - ela disse, mordendo o lábio. — Sinto muito.

243
— Sério?

— Nunca pensei em lhe dizer, mas sinto muito pelo que


fiz. Jack estava bêbado, e tinha ciúme de vocês dois. Vocês
eram perfeitos e eu... Eu era uma ladra. Eu queria o que você
tinha, então eu o levei. Eu não deveria tê-lo seduzido naquela
noite. Ele disse que não, umas cinco mil vezes...

— Espere... O quê? - Lexi perguntou, apertando as


sobrancelhas juntas. Seu corpo estremeceu com essas
palavras. — Ele disse que não?

— Claro que sim. Não lhe disse?

— Não, - ela respirou. — Não, não.

— Agora que estou com o homem que eu amo, não


posso ajudar, mas voltando para aquela noite, eu fui muito
estúpida. Se alguém fizesse isso com o meu marido, eu iria
caçá-la e matá-la. Você tem todo o direito de me odiar, - ela
murmurou.

Lexi abanou a cabeça em uma nevoa. Jack não queria


dormir com a Stella. Não só tinha sido um golpe de sorte. Stella
tinha ido atrás naquela noite.

244
Lexi não podia processar isso. Ela não podia apagar
mais de três anos de suposições em um piscar de olhos.

245
246
Capitulo 9

Presente

Lexi passou o mês seguinte tentando manter uma


promessa que ela tinha feito a Ramsey. Ela deu a Jack a
informação sobre o advogado, e então ela deu um passo
gigante de volta. Se ele ligou para perguntar-lhe algo sobre
isso, ela sempre lhe redirecionava para o advogado. Ela
queria ajudar e apoiá-lo. Mas a que custo? Ramsey não
gostou da ideia, e ela estava se casando com ele depois de
tudo.

Então, ela passou o fim de semana com Chyna e Adam,


comemorando o noivado, e ficando bêbada. Chyna era
basicamente a melhor amiga que Lexi poderia ter nesta
situação. Ela era extremamente favorável e ansiosa para
começar a planejar uma festa de despedida de solteira.

Lexi não tinha sequer pensado os detalhes. Ela esteve


tão envolvida no trabalho, no divórcio de Jack, e dizendo a
todos que estava noiva de que ela não tinha sequer
considerado - como ela assumiu que faziam a maioria das
meninas - todos aqueles detalhes sobre o planejamento do

247
casamento. Onde é que eles iam se casar? Que tipo de vestido
que ela queria? Quantas damas de honra?

A cabeça girou com todas as perguntas que ela nunca


tinha feito a respeito. Ramsey disse jocosamente que só iria
contratar um organizador de casamentos e Lexi riu disso.

Ela não precisava de um organizador de casamentos.


Ela poderia fazer isso por conta própria. Ela tinha tempo de
sobra.

~~*~~

Quando Ramsey veio do trabalho uma semana depois,


e disse a ela que ele tinha reservado uma reunião com um
organizador de casamentos, Lexi explodiu.

— Você está brincando? - Lexi perguntou, pulando de


seu assento e plantando suas mãos em seus quadris. — Você
nem me consultou sobre isso. Você acha que não posso fazer
isso sozinha?

— Uau! - ele disse, caminhando pela sala. — Eu não


disse nada desse jeito.

— Mas você nem me perguntou sobre um organizador


de casamentos. E se eu não quero um?

248
— Lexi, eu não tenho certeza se você sabe quanto
trabalho isso acarreta.

— Não quero que seja uma grande coisa.

Ramsey balançou a cabeça e fechou a distância entre


eles. Ele colocou as mãos sobre os ombros dela. — Lexi, de
onde vem tudo isso? Eu mencionei que queria um planejador
quando Chyna estava na cidade. Você não pareceu se
importar.

— Não pensei que estivesse falando sério!

— Você tem o caso Bryant para terminar o trabalho. Eu


estou executando a ala médica. Nenhum de nós tem tempo
para planejar um casamento. Estou tentando facilitar as
coisas para nós dois. Se você odeia o planejador e decidir que
quer fazer tudo sozinha, não temos que contratá-lo. Tudo
bem? - Ele perguntou, olhando em seus grandes olhos
castanhos.

Lexi tomou uma respiração profunda quando suas


palavras afundaram. Todas essas coisas de casamento a
colocaram na borda. Não dói nada para falar com alguém
sobre isso. — Quanto custa os planejadores do casamento?

249
Ele riu e balançou a cabeça. — Você deixa que eu me
preocupe com o dinheiro, tudo bem?

— Não gosto de como isso soa.

— Isso é porque você não gosta de gastar dinheiro, e


para ter um casamento, você tem que gastá-lo. Então,
simplesmente ignore os cifrões. Eu vou cobrir isso. É o seu
dia. Isso é tudo que importa, - ele disse com um sorriso.

~~*~~

Mais uma semana passou e agora era o grande dia, e ela


era uma bagunça. Ela esteve com o nariz enterrado nas
profundezas do caso Bryant e ela não tinha nem pensado na
reunião com organizadora. A maldita reunião só a tinha pego.
O que ela ia usar? Ela olhou fixamente no armário dela. Ela
não tinha nada para vestir.

— Ei, você está pronta? - Ramsey perguntou,


cutucando sua cabeça em poucos minutos depois.

Ela ainda estava em pé lá, de sutiã e tanga fio dental,


com um monte de vestidos aos seus pés. — Eu não tenho
nada para vestir, - ela sussurrou.

250
— Você tem um milhão de coisas para usar.

Lexi virou a cabeça para o lado e olhou pela janela.


Como ela poderia explicar isso a ele? Ela tinha que parecer
bem, - não, perfeita. Ela tinha que estar absolutamente
perfeita. Isto era suposto para ser o melhor momento da vida
dela, e ela nem tinha algo para usar.

Ramsey verificou o seu relógio, o que a fez estremecer.


Ela estava atrasando-os — tudo porque ela não conseguia
descobrir que roupa usar.

— Que tal o roxo? - Ramsey disse. Ele caminhou


através do armário e puxou um vestido roxo profundo e
entregou para ela.

Era um pouco vistoso, mas ele parecia tão bonito,


aguardando-a aceitar.

Ela apenas sorriu e a agarrou. — Este é perfeito.

Seu sorriso cresceu quando ela jogou o cabide no chão


e puxou o vestido por cima da cabeça dela. Ela escorregou as
mãos para os lados e deu suspiro. O material abraçou-a
perfeitamente, mas era tão apertado que ela achou que ia ser
melhor fazer um ajuste para o clube. Ramsey certamente
apreciava.

251
Puxando a um par de botas marrons até o joelho e
pegando seu casaco, ela seguiu Ramsey fora da casa.
Andaram pela cidade e em Buckhead. Lexi já estava se
contorcendo. Ramsey pode cobrir o custo disso, mas só o fato
de que o escritório do planejador do casamento era em
Buckhead, queria dizer ia ser caro.

Eles pararam em uma pequena boutique chamada


Happily Ever After com sua concepção nítida, projeto de
trabalho claro e entrada indescritível. Então, era isso. Lexi
respirou fundo e saiu do carro. Ramsey caminhou até o lado
para acompanhá-la.

O interior era lindo e moderno, definido em todos os


tons de azul, com cadeiras estofadas em azul bebê e uma
mesa de café azul marinho. Uma recepcionista sentava-se
atrás de uma mesa branca, e uma exibição de grande
propagação do trabalho da empresa estava na parede atrás
da sua cabeça.

— Bem-vindos ao Happily Ever After. Eu sou a Eva.


Como posso ajudar? - Ela perguntou, colocando suas mãos
no colo e olhando para eles.

— Nós temos um compromisso, - disse Ramsey. — É


em nome de Bridges.

252
— Ah, Sr. Bridges, claro. Deixe-me entrar em contato
com Sherri, - disse a mulher, antes de pressionar um número
no telefone e avisar Sherri que estavam aqui.

A mulher era da altura da Lexi, ou talvez ainda mais


baixa, com cabelos loiros na altura dos ombros, e um olhar
suave nas suas feições, saiu da parte de trás do escritório.
Ela usava uma saia lápis preta com uma blusa azul pálida e
joias de ouro.

— Ramsey Bridges, - ela disse com um sorriso


brilhante. — Prazer de finalmente tê-lo aqui.

— Sherri, - reconheceu, apertando sua mão com


cuidado, — é bom vê-la. Já ouvi grandes coisas.

Ela acenou-lhe de lado. — Não me adule. Eu só estou


fazendo meu trabalho. Agora, me apresente sua bela noiva.

Lexi ficou escutando estoicamente durante toda a


conversa. Ela nunca se perguntou como Ramsey tinha
selecionado a organizadora. Ele a conhece pessoalmente?
Claro que pareciam conhecer um ao outro, mas Lexi não
sabia como eles se conheciam.

— Sherri, esta é Lexi, - disse Ramsey, puxando Lexi


mais próximo a ele.

253
— Olá, - Lexi disse educadamente. Ela estendeu a mão
para Sherri.

— È bom conhecê-la. Você está positivamente


deslumbrante!

— Obrigada.

Lexi poderia dizer que Sherri estava tentando aplacar


qualquer nervosismo que estava flutuando ao redor, e dentro
de Lexi, mas não era provável que isso acontecesse.

— Por favor, vamos ao meu escritório. Estou tão


animada para trabalhar com vocês em seu dia especial, - ela
disse.

Eles a seguiram pelo corredor e para a área traseira da


boutique.

Sherri conversou o tempo todo. — Normalmente não


trabalho com os noivos também. É um verdadeiro deleite tê-lo
para planejar. Você sabe que eu faria qualquer coisa para os
Bridges. Depois de trabalhar no casamento da sua irmã,
estou feliz que você me contatou para isto.

Lexi congelou no lugar, no meio do corredor. Bekah.


Ramsey tinha selecionado a organizadora do casamento de
Bekah. Era como eles se conheceram, porque Ramsey esteve

254
no casamento de Bekah, — o casamento que ele tinha ido com
Lexi.

A mão de Ramsey deslizou na dela e ele incitou-a a


continuar andando, mas ela ficou enraizada no lugar. Havia
um milhão de planejadores da cidade, e ele tinha escolhido
aquele que trabalhou com Bekah.

— Por quê? - ela sussurrou.

Ela podia ver nos olhos dele que ele sabia que ela
estava perguntando.

— Ela é a melhor. Você merece o melhor.

— Mas a Bekah...

— Isso foi há dois anos atrás, Lexi. Bekah não pode


ditar as nossas escolhas.

— Sim, e você selecionou o seu planejador.

— Nós viemos encontrar com o planejador que ela


usou, sim. Ela é tão popular que ela tem que ser reservada
com antecedências de dois anos. Além do fato de que ela vai
nos receber fora de seu horário normal. Mas ela gosta de
mim, e ela gosta de minha família.

255
— Por que tem sempre que ser sobre quem você
conhece? - Lexi perguntou.

— Porque esse é o mundo que vivemos. Não posso


evitar que meu nome tenha influência. Ele apenas tem. Não
acho que você mereça nada menos do que Bekah no dia do
casamento. Na verdade, você merece muito mais do que ela.
Eu simplesmente estou pedindo para tentar isso... Por nós.
Por favor.

— Bem, - ela disse, só porque ele estava suplicando-


lhe.

Uma parte dela apenas desejava que algo tivesse


mudado durante esses dois anos, desde que ela concordou
em voltar com Ramsey. Eles estavam bem, mas ele não devia
ter contatado sobre o planejador. Quão difícil seria falar só
pra ela?

Era provavelmente tão difícil como tinha sido para ela


falar para Jack que tinha ficado noiva e, no entanto, ela havia
dito.

Esse pensamento a fez entrar em ação, e moveu-se


para frente no corredor. A planejadora do casamento tinha
parado na porta, fingindo não ouvir durante a troca de
palavras. Lexi perguntou quantas mulheres tinham avarias e
ataques, durante os primeiros estágios do planejamento.

256
Sherri levou-os para o gabinete dela, impecavelmente
decorado. A sala tinha cor areia, acentuado em vários tons de
verde e completado com plantas para fazer a sala parecer
mais natural e convidativa. Lexi e Ramsey sentaram nas
cadeiras em frente Sherri, esperando por sua sugestão.

Depois de dar uma longa introdução sobre a empresa,


Sherri virou o centro das atenções para Lexi. — Qual é a sua
visão para isso, Lexi? Eu adoraria saber com o que se parece
o seu casamento dos sonhos. Estou no negócio de realizar
sonhos, - ela disse com um grande sorriso.

Lexi apenas olhou para ela. Como ela quer que o seu
casamento seja? Ela não sabia. Ela pensou que a maioria dos
casamentos eram os mesmos. Ela havia ido a alguns, e tinha
sido tudo bem, mas a maioria tinha sido caro e muito chato.
Ela sabia que ela não queria que seu casamento fosse algo
parecido com o que suas amigas tinham feito - e
absolutamente nada como o de Bekah. Lexi não tinha certeza
de como articular isso.

Sherri esperou por Lexi falar alguma coisa. Quando ela


não o fez, Sherri fez outra pergunta, — Viu isso como um
grande evento, evento pequeno, à beira-mar ou casamento
íntimo à noite? Podemos fazer tudo o que funciona melhor
para você. Eu sei que, com os Bridges, a lista de convidados
tende a ficar muito longa, então talvez seja bom pensar no

257
local. Claro, é sua escolha. Estou aqui para fazer de seu
casamento uma realidade.

— Não sei, - Lexi respondeu finalmente. — Ainda não


pensei nisso.

— Quanto tempo você tem sido noiva? - Sherri


perguntou, voltando sua atenção para Ramsey.

— Quase um mês, - ele respondeu imediatamente.

Sherri estalou a língua contra o céu de sua boca, e


então levantou. — Eu tenho outra ideia. Se você irá seguir-
me, - ela disse.

Eles deixaram o escritório de Sherri e foram para uma


grande sala aberta, com uma mesa oval, ocupando o centro e
várias grandes estantes cheias até a borda com pastas,
folhetos e revistas.

— Sinta-se livre para sentar. Eu acho que é melhor só


para lhe mostrar o que fizemos no passado, para conseguir
uma compreensão para o seu gosto.

Lexi sentou em uma cadeira e olhou para a enorme


coleção de livros. Quantos casamentos eles fizeram? Quanto
trabalho foi mesmo deles?

258
— As primeiras coisas que nós gostamos de focalizar
com os clientes é a data, a paleta de cores, o número de
convidados e o local, - ela disse, escolhendo um grande
fichário, três por cada coisa que ela falou. — Tanto do nosso
trabalho de design é capturado on-line para a sua
visualização a qualquer momento. Eu já escolhi alguns dos
favoritos da empresa para nós darmos uma olhada.

— Ok, - Lexi disse suavemente.

As palmas começaram a suar, e ela não sabia por que.


Suas mãos nunca suavam. Quando ela fazia ginástica, nunca
tinha que usar giz como as outras garotas.

— Agora, a data, — tenho certeza de que vocês já


discutiram quando querem que o casamento seja. Pelo menos
um ano, é o ideal, mas uma estação estaria bem. - Sherri
virou-se para uma página com uma foto de casamentos em
cada uma das quatro estações.

Sherri olhou para ela, mas Lexi virou-se para Ramsey.


Eles não tinham discutido isto.

— Verão? - Lexi perguntou, mordendo o lábio.

— Ou Outono, - ele ofereceu.

259
— Verão ou Outono no ano que vem, - disse Sherri.
Estava claro que ela estava feliz por eles estarem fazendo
progresso.

O resto da entrevista foi em grande parte, da mesma


forma. Sherri puxou milhares de paletas de cores diferentes,
para faixas de vestuário, imagens de casamentos grandes e
pequenos, casamentos de praia, de enormes bolos... E a lista
continuava.

Sua opinião foi perguntada várias vezes, e Lexi


francamente não tinha opinião sobre muitas coisas. Quanto
mais tempo ela estava lá, mais as suas mãos tornavam-se
pegajosas. Então, piorou. A parte de trás do seu pescoço
estava pegajosa, com suor. Testa frisada. Ela sentiu a
garganta começa a fechar, como se ela tivesse inchado. Seu
estômago torceu como se ela estivesse doente, e levou tudo
nela para sentar-se com mais uma pergunta sobre o gosto em
algo.

Lexi empurrou sua cadeira de volta abruptamente e


levantou. — Eu, uh... Preciso usar o banheiro, - ela disse. Ela
enrolava o cabelo em torno de seu dedo e então, o colocou
atrás da orelha.

Ramsey e Sherri olharam para ela com preocupação em


seus olhos, quando Lexi livrou-se da sala sufocante e correu
até o banheiro. Ela pensou que ela literalmente pudesse estar

260
doente, mas quanto mais ela fugia, melhor ela começava a se
sentir. Foi como no tempo que ela tinha andado com Bekah
na joalheria do shopping. Seu corpo havia protestado.

Ela espirrou um pouco de água em seu rosto pálido e


tentou se colocar sob controle. Isso não fazia sentido, ela
estava tão tensa, olhando para as paletas de cores. Ela nem
gostava de Sherri. Ela era simples, mas determinada a
descobrir Lexi, mesmo quando ela deu para Sherri
praticamente nada para trabalhar. Mas como Lexi seria capaz
de passar por este processo, se sentada no escritório de um
planejador de casamento deixava-a enjoada?

Ela descansou a cabeça em suas mãos e segurou as


lágrimas. Ela se sentiu ridícula e desejou que ela pudesse
fazer tudo ir embora. Por que ela tinha que fazer isto tudo tão
difícil? Chyna ficou tão entusiasmada. Tudo isto seria melhor
com sua melhor amiga aqui para segurar a sua mão e levá-la
através de sua ansiedade. Toda vez que ela olhava para
Ramsey, sentia como se isso só piorasse, e ela ia desapontá-
lo.

Tomando uma respiração profunda, ela endireitou o


cabelo e voltou para a sala. Sherri e Ramsey estavam
conversando calmamente, como se Lexi nem tivesse saído.
Ele era sempre tão entrosado com outras pessoas. Eles
tiveram seus momentos, mas ser nascido e criado no country
clube o obrigava a ser eternamente educado. Ele nunca dizia

261
a coisa errada. Às vezes, ele iria lá e enquanto ele estava
ficando seus pensamentos juntos ou quando ela pegou-o
desprevenido, mas ainda... Ele sempre dizia a coisa certa.

Ela engoliu seu orgulho, sabendo que ela iria continuar


a dizer a coisa errada de uma forma bastante regular, e
entrou na sala de conferências. — Obrigada por me esperar.

— Claro, querida, - disse Sherri, inclinando o quadril


contra a mesa. — Estávamos discutindo os custos e tal. Nada
para se preocupar.

Custos. Nada para ela se preocupar. Isso era para


Ramsey lidar.

— Acho que vamos dar alguns dias para pensar nisso,


Sherri, - disse Ramsey. Ele caminhou até a Lexi e colocou o
braço por cima do ombro dela.

— É claro. Metade será devida quando você decidir, e


vou precisar uma data para certificar-me de que já não tenho
algo reservado, - ela disse com aquele mesmo sorriso.

— Obrigado por sua ajuda, - disse Ramsey.

— Foi maravilhoso vê-lo novamente Ramsey, e


conhecê-la, Lexi.

262
— Prazer em conhecê-la, também, - ela disse.

Ramsey a conduziu para fora do escritório, no fim do


corredor e para fora da boutique.

Ela olhou por cima do ombro e viu Sherri falando com


Eve e rindo. Lexi queria saber se elas estavam falando sobre
ela, se elas estavam perguntando quanto tempo Lexi e
Ramsey iriam durar após o susto de Lexi. Ela não queria
pensar nisso. Não era saudável para sua psique, já frágil.

Lexi permaneceu em silêncio na viagem de volta ao seu


condomínio. Ela se sentiu muito tola. Ela tinha estado tão
preocupada em olhar, que ela tinha perdido completamente a
parte de agir. Ela sabia que o planejamento do casamento
nem sempre era fácil, mas eles ainda não escolheram a data
do casamento. As únicas coisas que ela realmente sabia era
que Ramsey era o noivo e Chyna ia ser sua dama de honra.
Lexi ia precisar pegar as coisas dela, juntos, se eles
quisessem que o casamento fosse uma realidade.

Ramsey tomou um rumo inesperado, e Lexi levantou


suas sobrancelhas.

— Aonde vamos?

— Só o caminho mais longo para casa, - ele disse, com


um sorriso que sugeriu que ele não estava dizendo a verdade.

263
— Oh, realmente? - ela perguntou. — Isso parece ser
muito, muito fora do caminho.

— Não sei do que você está falando.

A maneira como os olhos dele brilhavam disse-lhe


outra coisa, mas ela decidiu deixá-lo ir e esperar para ver
onde ele ia levá-la.

Cerca de quinze minutos mais tarde, eles encostaram-


se a frente do Morelli e Lexi riu.

— Sorvete? - Ela perguntou.

— Parecia que você precisava de algum, - respondeu


ele, antes de sair de seu carro.

Morelli era uma sorveteria local de Atlanta, que tinha


sido aberta recentemente e conquistou os corações de todos
ao seu redor. Com um menu de sabores no estilo velha
escola, de mais de trinta sabores que eram alterados
diariamente. Morelli era o melhor lugar da cidade, e era
avaliado como o melhor sorvete de Atlanta, quase desde o seu
início.

Mesmo em tempo de outubro o frio, o lugar ainda


estava lotado, e entraram em linha. Uma vez que eles

264
chegaram à frente, Ramsey ordenou uma colher de noz em
uma casquinha, e Lexi escolheu amêndoa com calda de café.

Com as casquinhas na mão, eles caminharam até um


banco e sentaram.

— Então... O que você acha? - Ramsey perguntou


depois de um minuto.

— Eu gosto dela, - ela admitiu.

— Mesmo? - Ele não parecia convencido.

Ela respirou fundo e olhou para baixo, para o sorvete.


Realmente, era celestial. — Ela parece agradável e organizada.
Ela sabe o que está fazendo e eu acho que ela está
genuinamente interessada no que eu quero... O que
queremos. Você está muito confortável com ela, e isso
significa muito, também.

— Eu estou. Ela é muito profissional.

— Eu sei. Eu posso dizer. Eu estava muito preocupada


que ela esperasse que eu fosse como Bekah, mas ela não me
trata desse jeito. Não vou ter tempo para tudo o que ela falou,
e não sei duas coisas sobre a colocação de um casamento
juntos, - ela disse, finalmente olhando para ele. — Além

265
disso, não quero sentar-me em mais uma dessas reuniões
novamente.

Ramsey começou a rir. — Essa é minha Alexa, - ele


disse, inclinando-se para frente e beijando os seus lábios. —
Eu a amo tanto.

— Eu amo você, também, - ela murmurou suavemente.

— E você tem certeza que quer contratá-la? Eu só


quero o que é melhor para você.

— Sim, - ela disse, balançando lentamente. — Vamos


fazer.

~~*~~

Lexi puxou a porta do tribunal e caminhou através das


portas duplas. Ela tinha saído para o trabalho, e para ela se
encaixar no perfil de advogada naquela tarde, usava uma saia
lápis cinza com paletó, e uma blusa creme. Ela tinha deixado
o casaco no carro, e a sua bolsa de couro marrom escuro
estava foi pendurada por cima do ombro. A única coisa que
poderia identificá-la como fora do tipo, era que ela tinha
puxado a maioria de cabelo castanho escuro em um coque

266
desarrumado na nuca, mais cedo naquele dia, e tinha caído
para fora com gavinhas soltas emoldurando seu rosto.

Ela pensou que ninguém iria reconhecê-la e ver para


onde ela estava indo, de qualquer maneira. O escritório dela
trabalhava em questões societárias, não em direito de família.

Jack tinha chamado freneticamente no dia de seu


encontro com o planejador do casamento, para que ela
soubesse que uma audição temporária tinha sido criada para
decidir as circunstâncias imediatas, antes que pudessem
realizar uma audiência oficial. O Tribunal tinha acelerado o
caso, para ser ouvido em apenas três dias, desde então. Lexi
tinha ficado chocada que eles tinham marcado tão
rapidamente. Isso normalmente só acontecia em casos
extremos, quando crianças ou dinheiro estavam envolvidos.

Lexi questionou se a Bekah tinha comprado o juiz. Se


isso tivesse acontecido, isto realmente não ia bem.

Jack tinha falado com o advogado que ela arrumou


para ele, mas Jack tinha chamado Lexi para se aconselhar.
Ela lhe tinha dado tudo o que ela tinha e, em seguida, mais
alguns conselhos. Mas a maneira que ele tinha falado com
ela... A necessidade em sua voz... Ele tinha penetrado no
coração dela.

267
— Eu não estava mentindo quando disse que não tinha
mais ninguém. Eu estou vivendo agora com Seth, mas não
posso falar com ele sobre isso. O que ele entenderia sobre um
casamento desfeito? Ele e Sandy são o casal perfeito, - disse
Jack.

— Eu só estou tentando ficar fora disso, Jack, - Lexi


tinha tentado falar com ele.

Ela não contou a ele que estava mantendo uma


promessa para Ramsey. Claro, ela nunca realmente disse a
Ramsey que ficaria de fora, mas ela se sentia obrigada a fazê-
lo. Tinha sido um tipo de acordo tácito.

— Eu sei. É só que isso é a coisa mais difícil que eu já


passei, e parece que tenho uma doença transmissível ou algo
assim. Nenhum dos meus amigos quer ficar preso a isto, e
ainda tenho que ir trabalhar todos os dias com os Bridges.
Não sei por que pensei que você entenderia isso, Lex. Você
que sempre me entendeu, - ele disse suavemente.

— Jack, - ela gemeu, — Não é que eu não entenda.

Ele tinha suspirou pesadamente na outra extremidade.


— Esqueça tudo bem? Eu sei que você tem a sua própria
vida. Duvido que Ramsey queira se envolver nisto. Se eu o
conheço, eu apostaria que pediu para ficar fora disso.

268
Lexi permaneceram em silêncio.

— Eu vejo. E eu que pensei que tínhamos superado


tudo isso. - Ele tinha parecia derrotado... Que parecia ter
atingido o fundo do poço.

— Jack, - sussurrou. Ela tinha odiado o desespero em


sua voz.

— Quero dizer, eu estava lá para você naquele verão,


quando você não tinha mais para onde ir. Chyna estava em
seu próprio estado de felicidade e a umas mil milhas de
distância. Isso é o que os amigos fazem uns pelos outros.

Ela tinha engolido a lembrança que às vezes a acertava


novamente, como um murro. Só que ela estava ficando
complacente — não, não é uma boa ideia pensar sobre isso.

— Tudo que lhe peço é para você ser minha amiga


agora... Quando eu preciso de você, - ele disse suavemente.

Ela se sentia feliz por que não podia ver aqueles olhos
azuis suplicantes. Ela tinha quase dito para si mesmo que
tinha imaginado a maneira que ele havia falado com ela,
quando lhe contou sobre o divórcio. Ele não a queria. Ele só
tinha confiado em uma amiga - uma que precisava de novo
agora.

269
— Não me deixaram entrar no tribunal, e é uma
péssima ideia para mim, estar lá, de qualquer maneira, - ela
disse-lhe.

— Encontre-me depois?

Então, foi assim que ela tinha acabado entrando no


tribunal diretamente depois do trabalho. Virou-se pelo
corredor em direção a área do Tribunal de Família e tomou
um lugar lá fora. Jack devia estar chegando. Ela estava um
pouco surpresa que eles não tivessem acabado. Estas coisas
não demovam tanto. Geralmente era uma mediação, era o
julgamento real que levava mais tempo.

Ela bateu o pé no chão de ladrilhos e olhou para o


relógio. A qualquer momento.

Como uma deixa, a porta se abriu, e Bekah saiu. Lexi


se levantou. Ela não queria estar sentada se Bekah falasse
com ela. Lexi não queria que Bekah fosse capaz de olhar para
ela de cima, pelo menos.

O advogado de Bekah a seguia. Ele parecia familiar. Ele


provavelmente era um dos advogados que Lexi tinha
investigado quando estava à procura de um para Jack. O
advogado assentiu com a cabeça para Lexi e exortou Bekah a
continuar andando, como ele sabia que estava no seu melhor
interesse para não parar.

270
Bekah não lhe deu ouvidos.

— Que surpresa! - Bekah disse. Ela olhou para Lexi


presunçosamente como se ela esperasse que ela estivesse
aqui.

Lexi não gostava de cair nos planos de Bekah de


qualquer maneira. — Bekah, - ela disse de um modo quase
malcriado.

— Você acha que é o melhor lugar para você agora?

— Perto de você? Não, não particularmente, - Lexi


respondeu secamente.

Bekah eriçou o que foi muito divertido. Lexi gostava de


vê-la desconfortável. Ela só estava um pouco demasiado
perfeita com seu longo cabelo loiro, franja volumosa perfeita e
olhos azuis. Ela tinha um vestido rosa, com aparência um
pouco inocente e saltos modestos. Lexi assumiu que Bekah
estava jogando o cartão da vítima, apenas pela sua aparência.

— Você veio apenas dar um conselho a um amigo, -


Bekah disse, avançando em direção a ela.

— Apenas o que eu sempre quis.

271
— Se eu fosse você, ficaria longe de Jack.

— É isso mesmo? - Lexi perguntou, arqueando uma


sobrancelha.

— Você não deveria nem estar aqui agora. O que


Ramsey pensa sobre tudo isso?

— A melhor parte de tudo isso, Bekah, é que não é da


sua conta, - Lexi disse. Ela atirou-lhe um grande sorriso falso
antes de virar costas e ir embora.

Jack apareceu na entrada um minuto mais tarde. Ele


não parecia feliz. As coisas não devem ter ido bem. Lexi não
pensava que iriam.

— O que aconteceu? - Ela perguntou, preocupada.

— Ela ganhou.

— Não acabou.

Jack puxou um papel. — Nem sei onde começar - uso


exclusivo da casa conjugal, uso exclusivo do veículo a motor,
congelar em todas as contas conjuntas, pagamento de
honorários do seu advogado. Cristo, seus maldito honorários
advocatícios - quando ela é a maldita vice-presidente da

272
Bridges, - ele rosnou. -Além disso, eu ainda tenho que pagar
minha metade da casa e utilitários - não posso viver em casa.

Lexi sabia que não era o pior que poderiam ter feito.
Todos os dias, ela estava agradecida que crianças não
estavam envolvidas. Dinheiro pode ser gasto e ganhou. Era
apenas um pedaço de papel que valorizava as pessoas. O que
realmente importava o dinheiro nunca poderia tocar. Isso
poderia facilitar as coisas, mas era um aspecto da vida tão
frágil. Era algo que as pessoas tão facilmente permitiam, para
fazer ou quebrar sua felicidade.

— Está tudo bem. Não é o pior que poderia ser, e você


terá tempo para planejar uma defesa antes de ir para um
julgamento completo, se chegar a esse ponto. - Quando se
trata disso.

Jack abanou a cabeça. — Meu advogado está falando


com o juiz. Ele quer se encontrar comigo depois disso para
discutir o impacto e a estratégia que vai levar em frente.
Então, eu acho que nem consigo ver, mas obrigado por
aparecer.

— Claro, - ela disse suavemente.

Ela até olhou aqueles olhos azuis e só viu derrota.


Como a Bekah tinha feito isso? Ela era destrutiva. Lexi queria
ir lá para fora agora e bater nela até ficar como uma polpa

273
sangrenta, por cada pessoa que ela tinha usado em seus
jogos e manipulações. Ela era o tipo de pessoa que não
merecia andar ao redor do mundo com um chip em seu
ombro, como vice-presidente de uma empresa enorme. Ela
não merecia nada menos do que ser enterrada a sete palmos
- da mesma forma que ela estava fazendo com Jack.

— Talvez veja você em breve, - disse Jack.

Foi à primeira coisa mais otimista que ele tinha dito


desde que ela tinha chegado.

— Soa bem, - ela disse e então se virou para ir.

— Lexi, o que é isso? - Jack perguntou, soando


chocado.

— O que é o quê? - Ela apertou as sobrancelhas.

Jack seguiu para frente, fechando a curta distância


entre eles e agarrou a mão esquerda dela. — Isto. O que é
isto?

A boca de Lexi ficou seca. Ele não deveria descobrir


desta forma. Ele não podia saber agora, não quando ele já
estava tão surrado.

274
Ela balançou a cabeça, não é capaz de formar as
palavras.

— Lex, diga-me, - ele exigiu, seus olhos eram como gelo


quando olharam fixamente para ela.

Ela apenas acenou com a cabeça mais furiosamente. —


Não posso.

Ele apertou a mão dela imperceptivelmente, e ela


estremeceu. Quando ela está tensa, ele deixou cair à mão
dela como se ela tivesse queimado-o.

— Quando você ia me dizer?

— Em breve, - ela sussurrou. — Sempre que eu queria,


não podia. O divórcio...

— Todas às vezes? - Ele perguntou, levantando as


sobrancelhas. — Quanto tempo esteve... Há quanto tempo
isso aconteceu?

Ele não podia nem dizer. Ela também não.

— Cerca de um mês.

275
Jack cambaleou um passo para trás. Seu rosto era
uma máscara, e se ela não o tivesse conhecido tão bem, ela
não teria visto a dor intermitente em seus olhos azuis.

— Um mês...

— Sinto muito, Jack.

— Do que você está... - Ele balançou a cabeça. — Ou


por que eu descobri dessa maneira?

Ela respirou antes de responder. — Por que você


descobriu desse jeito.

— Você sempre foi uma mentirosa terrível para caralho,


Lex.

Lágrimas saltaram aos olhos dela, e ela acenou com a


cabeça. Ela odiava magoá-lo. Depois de todas as merdas que
eles passaram, ela ainda odiava essa porra. Fazia seu peito
doer, e as orelhas dela estavam soando.

— Eu não estou mentindo, - ela disse. Ela tinha que


ficar por isso. Ela amava Ramsey. Ela queria casar com ele.

— Você não pode dizer isso. Você não me disse.


Conheço você há anos, mais do que qualquer pessoa. Eu
conheço você, Lex, - ele disse, ainda em pé, a sua distância

276
segura. — Nunca esqueça que eu sei quem você é assim como
você sabe quem eu sou.

— Eu sei. Deus, eu sei, está bem? – Ela esfregou os


olhos quando sua visão ficou embaçada.

— Está feliz?

— Sim.

— Não, você é realmente, realmente feliz? Como, você


nunca será triste novamente porque você tem tudo o que você
quer. Está feliz com ele, Lex? - Ele perguntou.

Aqueles olhos azuis olharam direto, através dela. Eles


exigiam que ela pensasse e sentisse... E se lembrasse.

Ela hesitou. — Sim.

Ele balançou a cabeça e olhou para longe dela. —


Então, o que você faz aqui?

— O quê?

— Se é ele, Lex. E você está realmente feliz, então o que


você faz aqui?

277
— Não me faça perguntas estúpidas. Eu vim porque
você me pediu, - ela sussurrou.

Ele sorriu para ela. Foi um olhar conhecedor. Ela o


tinha visto milhões de vezes. Como ele conseguia isso através
da dor que era clara em seu rosto, neste momento, estava
além dela.

— Exatamente.

Lexi apenas olhou para ele. Como é que ela ia responder


a isso?

— E é por que você deve sair agora, porque eu estou


pedindo para você.

— Jack...

— Eu lhe disse que tudo o que eu queria era que você


fosse feliz. Se você é, então isso é tudo que importa. É isso, -
disse antes de virar e voltar para a sala de audiências.

Lexi ficou ali, congelada, por mais tempo do que ela


queria admitir.

O que acabou de acontecer?

278
279
Capitulo 10

Abril
Um ano e seis meses antes

Lexi poderia muito bem estar no meio de um pesadelo.

Ela estava no centro de um grande grupo de pessoas.


Fotógrafos estavam ao redor. Um pódio havia sido construído
ao lado. Uma pá cavou a terra recém-lavrada, e antes que ela
pudesse perceber a terra estava completamente limpa, onde a
nova ala médica Bridges ia ser construída. Apesar de que a
obra havia começado, oficialmente, há dois meses, com a
garagem subterrânea que estava em construção, eles estavam
tendo a cerimônia pública neste, este perfeito e ensolarado
sábado de manhã, diante da imprensa.

A imprensa deixava Lexi nervosa.

Ficou ainda mais nervosa quando três caras com quem


ela tinha dormido estavam nas proximidades. Sem falar que,
os pais de Bekah, Parker e Ramsey também estavam
presentes!

Ela nunca tinha estado com todos eles em um só lugar.


No ano passado, o jantar de ensaio do casamento foi perto,
mas John não tinha estado em conta na equação. Agora, ele
estava aqui, em pé, ao lado de Jessica, presunçosamente.

280
Quando ele chamou a atenção de Lexi, ele olhou para ela
como se soubesse todos os seus segredos. Foi completamente
desconcertante. Ela nunca descobriu onde ele estava
recebendo informações sobre ela, mas porra, ele parecia
saber tanto sobre ela toda vez que ela o encontrava. Ele foi
civilizado, e não tinha empurrado a sua sorte com ela nem
nada, mas ele nunca estava muito fora do seu meio.

E ela só queria saber, como?

Mas ele não quis dizer a ela.

Ela não podia interrogá-lo sobre isso, sem levantar


questões a respeito do porque ela estaria falando tanto com
ele. Então, tentou evitá-lo. Mas estaria mentindo se dissesse
que a tentação de reunir o máximo de informação possível
dele não estava lá.

Lexi desviou sua atenção de John quando ele começou


uma conversa com Jessica. Lexi examinou o resto da
multidão. Bekah não estava com Jack. Ele estava
conversando com alguns colegas de trabalho que Lexi nunca
tinha visto antes. Bekah estava no lado direito de seu pai,
uma posição de poder. Mesmo que Bekah não estivesse
trabalhando na ala médica, ela tinha certeza de se colocar no
centro das atenções, em relação ao desenvolvimento.

Todos estavam vestidos com ternos, e por um breve


momento, ela lamentou a perda do Chuck Taylors de Jack.
Ela não o tinha visto neles desde o dia do concerto. Isso
281
também poderia ser porque ela não o tinha visto fora do
trabalho.

Algo havia mudado naquela noite depois do concerto.


Lexi não sabia o que dizer a Stella depois de seu anúncio.
Jack disse que não. Stella tinha empurrado a sua sorte. Ainda
assim, eles tinham dormido juntos. Mas Lexi não sabia por
que Jack nunca lhe tinha dado os detalhes. Lembrou-se de
sua interação com Jack, em Nova York, claro como o dia. Ele
havia dito que não tinha uma desculpa, a culpa era dele, e
que ele tinha que dizer a ela... Deixar tudo claro. Por que ele
iria dizer, quando na realidade tinha uma desculpa?

Não que ele tivesse mentido sobre isso.

Ela provavelmente ainda estaria chateada por que ele


tinha ido com ela. Mas uma parte de seu cérebro continuava
a sussurrar que talvez as coisas pudessem ter sido
resgatadas.

No entanto, ela não tinha sido capaz de levá-la com ele.

Ela simplesmente não podia fazê-lo.

Ela saiu do banheiro e olhava para aqueles grandes


olhos azuis, com uma onda de memórias desabando à sua
volta. O jeito que ele tinha olhado para ela na praia, na
primeira vez que ele tinha dito a ela que a amava, e
sussurrou palavras doces antes de adormecerem juntos. A
profundidade da emoção em seus olhos, quando ele tinha
dado o anel em seu surrado apartamento em Nova York. Ela
tinha visto tudo isso e milhares e milhares de mais momentos
282
tudo em um segundo. Ela tinha visto Jack em pé diante dela,
querendo fazer nada mais do que fazê-la feliz, quando tudo o
que ele tinha a fazer era dar uma desculpa por seu
comportamento.

Mas ele nunca deu.

Ele nunca tinha dado uma desculpa para quem ele era.

Ele era apenas Jack, o homem de olhos azuis, sorriso


discreto, bonito, que ela tinha amado por muito tempo.

Algo tinha clicado naquele momento. Ela não estava


brava com ele.

Ela tinha todos os motivos para estar brava com ele.


Ele fodeu com ela mais de dez mil vezes ao longo dos anos.
Ela teve seu coração arrancado do peito mais vezes do que
podia contar. Ele tinha dormido com outra pessoa quando
finalmente teve a chance de trabalhar para fora. Ele tinha
tido relações sexuais com Lexi antes de propor a Bekah. Ele
tinha colocado uma duplicata de seu anel no dedo da cadela.
E então, ele se casou com a porra da cadela.

E ainda assim, ela não poderia estar zangada com ele


mesmo quando queria estar. Então, ela deixou-o ir. Porque a
única maneira que ela poderia continuar, era seguir em
frente.

Quando encontrou seus olhos azuis no meio da


multidão, ela sabia que haveria para sempre uma atração
entre eles, puxando-a com um inexplicável magnetismo. Se

283
ela continuasse lutando, então ela só estaria colocando toda
a sua energia para empurrar algo longe que ficava travando
em sua vida e não incidindo sobre a vida que ela estava
vivendo atualmente.

Então, ela viveu sua vida com Ramsey. Jack passou a


estar apenas lá, e não como ele sempre foi, mas mais como...
Um amigo.

— Lexi, - Ramsey sussurrou.

Ele estava ao lado dela, e ela nem tinha percebido que


ele estava falando com ela.

— O quê? Desculpe, - disse ela, virando-se para


Ramsey.

Ele riu e apertou sua mão. — Você parece um pouco


pálida.

— Imprensa, - ela murmurou baixinho.

— Não se preocupe. Eles estão aqui apenas para tirar


fotos e talvez fazer algumas perguntas. Você não vai mesmo
ter de estar em torno deles.

— Isso é bom.

— Estamos prestes a começar, - disse ele antes de


dobrar-se e beijar sua bochecha. — Eu vou encontrá-la
depois.

— Tudo bem. Boa sorte.

284
— Eu não preciso disso, - disse ele com um sorriso
confiante.

— Eu sei. Mesmo assim boa sorte de qualquer maneira.

— De você... Eu não vou levar nada, - ele sussurrou.

Ela acreditou nele.

Ramsey saiu do seu lado e caminhou até o pódio,


seguido de perto por seu pai e Parker. Seu pai fez algumas
observações de abertura rápidas, agradecendo a todos por
estarem presentes. Então, Ramsey fez um discurso sobre o
progresso do projeto, a visão por trás do desenvolvimento, e o
futuro da Bridges Enterprise.

Parker entrou na conversa com a entrega perfeitamente


cronometrada de suas linhas. Ela parecia um pouco nervosa
lá em cima, na frente de todas essas pessoas. Ela tinha
claramente tido tempo para colocar-se junto, embora. Lexi
normalmente pensava que Parker tinha um pouco de uma
aparência jogada, como se ela não se importasse muito mais
do que a próxima cirurgia pela frente. Alguém deve tê-la
convencido de outra forma hoje, porque ela parecia muito
bem, mesmo Lexi podia admitir isso. O cabelo castanho
escuro de Parker foi penteado para fora, e ela colocou a
maquiagem cintilante que trouxe cor à sua pele naturalmente
pálida. Ela estava usando um vestido coral de corte fino e
saltos, ambos de designer, se Lexi tivesse que adivinhar.

O terno de Ramsey era negro, mas sua camisa e


gravata combinavam com o que Parker estava usando. Eles
285
pareciam bem lá em cima. O coração de Lexi contraiu com o
pensamento, e ela desejou em sua essência, que ela pudesse
pensar de outro modo. Alguém os tinha vestido. Não tinha
sido um acidente. Sim, absolutamente, não tinha sido um
acidente, não quando eles estavam indo para estar na TV e em
fotos e vai serem transmitidas.

Foda-se.

Ela afastou-se do discurso, porque, na verdade, ela não


queria ficar engasgada na frente de ninguém, muito menos
dessas pessoas aqui. Felizmente, ninguém estava olhando
para ela. Todo mundo estava em Ramsey e Parker falando
sobre o que eles tinham criado juntos.

Ela desejava que este tipo de coisa que a atingisse nos


momentos mais oportunos. Ela estava tentando não se
importar com o fato de que Ramsey e Parker estavam
trabalhando juntos. Para começar, Ramsey só tinha cedido à
ideia por causa de Lexi. Claro que, se ele tivesse pedido, ela
teria dito a ele para nem considerar a ideia. Que ridículo era,
ela preferir ele ao redor de strippers e prostitutas do clube
durante todo o dia, do que estar perto de Parker?

Mas Ramsey não estava mais apaixonado por Parker.


Pelo menos, havia isso. Eles eram apenas amigos... Colegas
de trabalho. Lexi poderia passar por isso.

Recompondo suas feições, ela virou-se em direção ao


palco e olhou para o namorado bonito. Ele era o único a olhar
para ela. Ele estava falando para a multidão, mas estava

286
olhando diretamente para ela. Ela se perguntou se ele sabia o
que ela estava pensando, e as emoções que estavam agitando
através de seu peito.

Pela expressão de seu rosto, ele tinha uma boa ideia.


Ela não era muito boa em mascarar suas emoções,
segurando, não reagindo. Ela não podia mentir bem com seu
corpo mais do que com as suas palavras.

Os discursos terminaram com uma salva de palmas.


Lexi se obrigou a bater palmas junto com a multidão,
enquanto o Ramsey, seu pai e Parker desceram do pódio e
foram até a ornamentada pá. Uma série de fotografias foram
tiradas, em cada uma delas um pouco de escavação de terra
dentro do buraco. Lexi não viu o ponto desde que a
construção já estava bem encaminhada, mas foi um
comunicado de imprensa, e ela não conseguiu nada sobre
isso. A imprensa deu mais alguns fatos de todos eles juntos e
depois os separou para entrevistas. Ramsey e Parker se
viraram para falar com um jornalista, e Lexi apenas olhou.

Ela sentiu a presença atrás dela antes de falar.

— Você está bem? -, Perguntou Jack.

— O que você quer dizer? - Ela manteve sua voz leve e


arejada. Ela não sabia por que estava tentando enganar Jack.
Era bastante inútil.

— Então, não está?

287
Ela suspirou. — Eu estou bem. Não se preocupe
comigo.

— Você parecia muito triste por um minuto durante o


discurso.

— Você não estava olhando para mim, - disse ela. Ela


nem sabia por que ela estava se defendendo assim.

Jack sorriu para ela, e aqueles olhos azuis se


iluminaram. — Eu podia sentir seu pânico a uma milha de
distância, Lex. Eu só precisava de um olhar periférico para
saber o que você estava sentindo.

Lexi apenas deu de ombros. Se ele sabia, então ela não


ia se explicar. Havia muitos olhos e ouvidos ao redor, no
momento. Por tudo o que sabia, Bekah ia invadir mais e
confrontá-la a qualquer momento, exceto que Lexi sabia que
provavelmente não aconteceria. Bekah cuidava de sua
reputação mais do que qualquer outra coisa, e ela não
correria o risco de perdê-la, de pessoa açucarada e doce na
frente da imprensa e uma longa lista de prestigiados
associados Bridges.

— O que você acha de tudo isso? - Perguntou Lexi,


apontando para os seus arredores.

— Festa muito entediante se você me perguntar.

Lexi riu e balançou a cabeça. — Não, a ala médica.

— Ah. Eu provavelmente ainda iria para o Grady


Memorial, - ele disse com um encolher de ombros.

288
Lexi enrugou o nariz. O Grady Memorial não era um
hospital bem quisto em Atlanta, conhecido principalmente
por estar em uma parte ruim da cidade e ser bom em salvar
vítimas de bala. Ela tinha estado lá mais recentemente
quando seu pai tinha tido um ataque cardíaco. Ela realmente
não queria voltar lá novamente.

— Só se você tiver uma ferida de bala. Eu tenho certeza


de que você ia morrer de qualquer outra coisa lá.

— Certo. Esqueça isso, - disse ele, dando-lhe um


sorriso. — O que você pensa sobre tudo isso?

Lexi abriu a boca para dizer-lhe, mas ela não sabia o


que dizer. Na superfície, ele era brilhante. A unidade médica
de serviço completo ajudaria a colocar uma rotação mais
positiva sobre a marca Bridges. Iria deixá-los sobre um olhar
compassivo, como se estivessem oferecendo um benefício
para a comunidade. Ele adicionou outra camada para o seu
lema, Bridge põe uma distância entre você e seus problemas.

No entanto, ela teve um sentimento terrível sobre isso.


Ela tinha certeza de que tinha algo a ver com quem estava
bem diante de seus olhos e todo um inferno de muito menos
a ver com a ala médica real.

Ramsey e Parker estavam lado a lado, de frente para o


repórter. Ambos pareciam relaxados e confortáveis com o que
estava acontecendo. Lexi não estava tão longe, para que ela
pudesse não escutar o que eles estavam dizendo, e ela se
concentrou. Eles estavam apenas fazendo algumas

289
apresentações, e ela podia dizer que o repórter estava
tentando mantê-los relaxados, embora ele realmente não
precisasse. Ramsey nunca ficava desconfortável, e Parker
parecia à vontade ao seu lado.

— Nós provavelmente devemos encontrar outra coisa


para ocupar sua mente, - Jack murmurou.

— O quê?

— Você está olhando.

— Eu sou a namorada dele, - disse ela, quebrando-lhe


a atenção e olhando de volta para Jack. — Eu tenho
permissão para olhar.

— Eles não estão juntos, Lexi.

A testa de Lexi franziu ao ouvir as palavras de Jack. —


Eu sei!

— Só pensei que você precisava do lembrete.

— Bem, eu não preciso.

Jack tocou seu cotovelo suavemente quando ela se


afastou dele para olhar para Ramsey novamente.

— Ramsey não é estúpido. Ele não vai estragar tudo,


Lexi, - disse Jack. — Confie em mim... Ele me disse.

A boca de Lexi ficou seca. Em vez de reagir, ela se


fechou. Ela não podia ouvir isso. Isso a deixava, insana, como
se ela literalmente quisesse machucar alguém...
Principalmente Bekah, mas só porque ela era uma cadela.
290
Lexi deveria gostar do fato de que Ramsey havia dito que
nunca iria lhe ferrar, mas a audácia a irritava. Ele já tinha
fodido. Ele tinha mentido para ela, uma e outra vez. Ele
construiu sua relação sobre uma base de mentiras, e o pior
estava no momento em pé, ao seu lado, dando uma entrevista
com ele.

— Esta é uma grande conquista para vocês dois sendo


tão jovens. Qual foi o catalisador que desencadeou a decisão
de abrir um novo hospital na área de Atlanta? - O repórter
perguntou a Ramsey e Parker.

Lexi ouvia de longe.

— É algo que nós sempre conversamos em fazer, - disse


Ramsey, — Mas depois que Parker formou-se na faculdade de
medicina e começou a trabalhar como cirurgiã, nós sabíamos
que não haveria momento melhor.

Espere, espere, espere, Parker foi o catalisador por trás


deste empreendimento? Essa era a história que eles estavam
contando? Claro que, no fundo de sua mente, Lexi sabia que
era uma história melhor para vender para a imprensa. Mas o
resto dela queria pisar ali e dar-lhes a história real.

Os olhos de Lexi se estreitaram quando Ramsey


colocou a mão na parte inferior das costas de Parker.

— Ela é o cérebro por trás do projeto. É tudo seu. -


Ramsey não moveu sua mão.

291
Era apenas para a imprensa. Era apenas para a
imprensa. Era apenas para a imprensa.

— Uh... Talvez devêssemos dar um passeio, - disse


Jack, agarrando-lhe o cotovelo.

— Você ouviu essa porra? - Ela deixou escapar.

— Sim. Poderia ser melhor para você andar fora daqui,


pois tem vapor soprando fora de suas orelhas agora, - disse
ele.

— Tudo bem, - ela murmurou, ainda encarando


Ramsey quando facilmente conversava com o repórter.

Ela tinha parado de ouvir. É evidente que não era


saudável para ela fazer isso.

Eles se voltaram juntos, Jack levando-a mais longe de


Ramsey e Parker. Ele estava certo. Ela precisava ficar longe
disso. Era apenas um show, e realmente, isso não importava.
Apenas uma cerimônia idiota, em tudo.

— Lexi, - alguém chamou, quando eles se afastavam da


área.

John apareceu, e ela quase gemeu. Até onde ela sabia,


ele não tinha encontrado Jack ainda. Isso ia ser divertido.

— Você não está indo embora, não é?

— Não. Eu estava indo para obter um pouco de água, -


ela mentiu, através de seus dentes.
292
Jack olhou para o lado e tentou esconder um sorriso.
Ela realmente deveria parar de tentar mentir. Bem, depois de
estar fora de forma por um par de anos, isso tende a
acontecer. Era uma coisa boa, tanto quanto ela estava
preocupada.

— Eu acredito que nós não nos conhecemos, - disse


John, segurando sua mão para Jack. — John Ward. Eu sou
um dos protagonistas do projeto da ala médica através da
Global.

Jack pegou a mão de John na sua e apertou. — Jack


Howard. Eu sou um executivo sênior da contabilidade da
Bridges.

Mundos colidiram.

Lexi queria correr o mais rápido que podia, até que


seus pulmões queimassem e suas pernas tremessem. Até que
sua respiração saísse em suspiros, e ela literalmente não
pudesse levar-se mais longe. Isso seria melhor do que ficar
aqui neste momento.

Eles soltaram as mãos, mas algo havia mudado em


John. Ela não sabia o que era, mas tinha certeza de que ela
não iria gostar.

— Vamos lá, Jack. Eu realmente preciso de água, -


disse ela, empurrando-o na direção oposta.

— É este o cara? - John perguntou antes que pudesse


fugir.

293
Ele parou abruptamente, e Lexi desejou que ela
pudesse apenas continuar caminhando.

— O quê? - Ela conseguiu dizer.

— O que eu não me comparava?

Lexi gemeu. Grande. Suas palavras estavam sendo


jogadas de volta para ela.

A cabeça de Jack estalou para o lado, para olhar para


Lexi, mas ela não poderia mesmo encontrar seus olhos.

— Huh. Eu pensei que ele ia ser um pouco maior... -


disse John, avaliando Jack.

— John, apenas caia fora.

— Lex, o que ele está falando? - Jack exigiu.

— Eu poderia levá-la, - disse John, de improviso.

Ele sorriu para ela com aquele olhar insuportavelmente


arrogante em seu rosto, e ela esperou por uma merda de
briga para acontecer.

Cristo! Nenhum desses caras era o namorado dela! O


namorado dela estava atualmente com sua ex-namorada.
Perfeito.

— Jack é casado, - ela disse para John, surpresa que


ela conseguisse dizer isso sem pestanejar. — Na verdade, ele
é casado com a vice-presidente da Bridges. Jack e eu somos
apenas amigos, e você está agindo como um idiota.

294
— Oh, espere, - Jack disse, como se algo tivesse clicado
no lugar. — Você é o irmão de Adam.

— Adam é o meu irmão mais novo.

— Ele é o pau que você comeu quando voltou para


Nova York? - Perguntou Jack, balançando a cabeça em
descrença.

John realmente riu.

Ótimo! Ela era uma grande piada agora.

— Isso não é da sua conta. Nada disso tem a ver com


você, - disse ela, batendo em John para parar de rir e, em
seguida, batendo em Jack tão difícil. — Vocês dois, podem ir
se foder.

Lexi fugiu para longe. Como se ela já não estivesse com


raiva o suficiente de Ramsey, os dois tinham que ter a porra
de um concurso de medição de pau, bem na frente dela. Ela
não podia acreditar que John tinha trazido coisas para cima de
Jack bem na frente dele, e, em seguida, Jack tinha
estabelecido sua roupa suja, onde qualquer um poderia ver,
que porra!

Jack a alcançou facilmente. — Lex, Lex, mais devagar.


Vamos, desculpe-me, - disse ele, estendendo a mão para ela
para impedi-la de andar. — Fiquei surpreso, isso é tudo.

Ela desacelerou para uma caminhada, e Jack caiu em


passo ao lado dela. Ele não disse mais nada, e ela realmente
não queria saber o que ele estava pensando. Ela queria ter a

295
porra da água que ela tinha dito que estava indo pegar e, em
seguida, voltar para Ramsey. Talvez ele estivesse com Parker
até lá! Ela quase rosnou em frustração com o pensamento.
Que diabos tinha acontecido em seu mundo? Ela sabia que
essa cerimônia ia ser uma má ideia. Muitas pessoas em um
só lugar.

Lexi passeou pelo edifício de conferência e pegou uma


garrafa de água da geladeira. Ela tomou um longo gole com
um suspiro. Jack estava olhando para ela, e ela não se
importou neste momento. Talvez ela devesse ter apenas se
recusado a participar. Isso teria sido a coisa certa mesmo que
Ramsey, provavelmente, se opusesse a isso.

— Ei, o que ele estava falando lá atrás? - Jack


finalmente perguntou.

— Isso não importa.

— Você disse que ele não se comparava a mim? - Ele


pareceu surpreso pela admissão.

— Por favor, só esqueça. Eu não quero falar sobre isso.

Jack ficou ali em silêncio por um minuto. Ela não tinha


certeza se ele estava chateado ou apenas curioso, mas ela
não se importava. Ramsey estava lá fora com Parker. John
tinha trazido toda essa besteira com Jack. E Jack... Por que
diabos ela estava mesmo zangada com ele? Por colocar para
fora sua sujeira na frente de todos? Por ainda estar aqui
quando ele estava casado e fodendo com Bekah?

296
Ela balançou a cabeça e olhou para longe daqueles
olhos azuis.

— Eu deveria deixar? - Ele perguntou.

Lexi assentiu, ainda olhando para longe.

— Você sabe, - disse ele, segurando-lhe o queixo na


mão e forçando-a a olhar para ele, — Só porque você está
com raiva de Ramsey, não significa que você tem que me
excluir.

— Eu não estou excluindo-o, - ela resmungou.

— Mentirosa.

— Pare com isso, Jack, - disse Lexi, sacudindo-o. — O


que você quer que eu diga, afinal?

— Eu só quero que você pare de agir como se você


tivesse que passar por tudo sozinha. E, Jesus, eu não acho
que uma pergunta deveria deixá-la fora de si.

Seus olhos azuis estavam aquecidos, e ela só queria


dar um soco nele... Ou talvez...

Não. Era só Jack. Respire e expire.

— Eu estou perfeitamente bem.

— Eu preciso lhe chamar de mentirosa de novo?

— Você precisa calar a boca.

— Eu não sou o único. Você está agindo como uma


idiota quando eu estou tentando ajudá-la.

297
— Então, agora, eu sou uma idiota? - Perguntou Lexi.

— Você vai ser, se você não se acalmar.

Lexi engoliu em seco e prendeu a respiração. Ela estava


com raiva e tudo a irritava, não era uma boa combinação em
torno de Jack. Ele não iria fazer nada sobre isso, mas,
caramba, se ela não parasse a si mesmo... Ela não sabia se
ele iria realizar isso.

Ela estava com raiva de Ramsey, não de Jack. Ela não


precisava jogar isso nele. Não era justo com ele. Ela estava
jogando suas frustrações em cima dele, por tempo suficiente.

Como se ele pudesse sentir sua mudança de humor, ele


arriscou a sua sorte. — Você vai me dizer o que ele estava
falando, ou vai me deixar querendo saber?

— Eu terminei as coisas com John em agosto do ano


passado após o seu... - Ela engoliu. Ela poderia dizer isso. —
Depois de seu casamento. E ele não aceitou amavelmente.

— Ele parece ser o tipo, - disse Jack, com um sorriso


presunçoso.

Ela ia chutá-lo fora de seu rosto, se ele não calasse a


boca.

— Eu disse a ele que me fazia lembrar, de você, mas


que não podia comparar... Você sabe, com toda a nossa
história, - ela terminou em voz baixa.

298
Jack acenou com a cabeça. — Muito poucas pessoas
podem se comparar com a nossa história... E talvez isso seja
uma coisa boa.

Lexi percebeu que ainda estavam em pé juntos, e ela


deu um passo para trás. Ela realmente não queria respirar
ele e cair de volta para essa história. Ela não tinha certeza de
como interpretar esse último comentário. Ele estava feliz,
porque tão poucas pessoas já tinham sido afetadas por alguém
assim, ou feliz que os outros não tinham que passar por tanta
merda? Ela certamente não ia perguntar a ele.

— Nós provavelmente deveríamos voltar lá para fora


agora que eu tenho a minha água. Eu odiaria que as pessoas
venham nos procurar, - ela sussurrou.

A irritação brilhou em seus olhos, mas então se foi, e


ele estava conduzindo-a para fora do escritório de
conferência. Ela não tinha sequer um segundo para
perguntar do que se tratava, pois como eles saíram, ficou
claro que as pessoas já estavam olhando para eles. Ela
esperava que ninguém tivesse a impressão errada, pois,
claramente, absolutamente nada nem remotamente sexual
tinha acontecido entre eles. Mesmo que Ramsey estivesse
supostamente se tornando mais e mais confortável com o fato
de que ela tinha esta estranha amizade com Jack, ele ainda
não estaria bem com ela vagando com ele. Ela fez todo
mundo ficar mal.

Ramsey lhe chamou a atenção pela primeira vez.


Parecia que ele queria caminhar até ela e roubá-la de Jack,
299
como se houvesse uma competição a mais. Ela tentou manter
o rosto impassível. Ela estava com raiva o suficiente dele, e
qualquer confronto poderia fazê-la explodir em público e não
seria uma boa ideia. Ele tinha uma imagem. Sua reputação
era tão importante quanto à de Bekah neste momento.

Lexi nem sequer disse nada para Jack enquanto se


afastava e foi direto para Ramsey. Parker ainda estava ao seu
lado, mas ela estava falando com outra pessoa. Seus olhos
brilharam para Lexi quando ela se aproximou, mas o olhar de
Parker rapidamente correu para longe. Lexi tinha certeza que
ela nunca iria entender Parker. O que ela estava pensando
por trás daqueles olhos assombrados?

Sinceramente, isso não importava.

Enquanto ela ficasse fora do caminho.

— Ei, baby, - disse Ramsey, com um sorriso que ela


sabia que ele estava fingindo para a imprensa na vizinhança.
— Onde você estava?

Seus olhos perguntaram: O que você estava fazendo


com o Jack?

— Obtendo um pouco de água. - Ela segurou a garrafa.

— Estamos prestes a terminar aqui. Você está pronta


para ir embora?

— Eu estou pronta, - disse ela, através de um sorriso.


Ela tinha certeza que ele tinha lido a borda de seu próprio

300
comentário, antes que você esteja sendo agradável com
Parker.

— Ótimo, eu vou estar pronto em apenas um minuto, -


disse ele.

— Eu vou ficar bem aqui.

Ela sabia que estava agindo um pouco louca, mas isso


tende a acontecer quando o namorado de um ano e meio,
disse ao mundo inteiro que a ala médica que ele estava
trabalhando com sua ex-namorada era tudo em sua
homenagem!

Ramsey voltou alguns minutos mais tarde como


prometido, e eles conseguiram sair da cerimônia antes que
ela pudesse correr de quaisquer outras surpresas
desagradáveis... Como Bekah.

~~*~~

A viagem de volta para o seu apartamento foi tensa e


em silêncio. Lexi olhou para fora da janela, sem ver. Ramsey
estava segurando o volante um pouco apertado. Ela sabia que
deveria dizer algo, mas ela não o fez.

Eles fizeram todo o caminho até as escadas e fecharam


a porta antes que ela se abrisse.

301
— Parker é o cérebro por trás de todo este projeto, - ela
gritou com ele. — Ela é a razão pela qual você decidiu fazer
isso? É tudo com ela? - Suas mãos estavam voando enquanto
ela falava, e ela não poderia manter seu temperamento sob
controle.

— O que você queria que eu dissesse para as câmeras,


Lexi? Você queria que dissesse que eu fodi tudo com a minha
namorada, então eu fiz isso, tentando fazer o certo por ela? -
Ele exigiu.

— Seria melhor essa porra de história, do que contar


para as malditas câmeras que foi Parker que fez você decidir
fazer isso! Você quer saber por que seria uma história
melhor? - Ela perguntou, caminhando até ele.

— Por que, Lexi? - Ele perguntou, seus olhos verdes se


estreitaram ardentes.

— Porque teria sido a verdade!

— Eu não menti. -

— Você está falando sério? Porque é novidade para


mim que Parker foi seja a razão para tudo isso!

— Parker tem feito um monte de trabalho. Eu fui o


nome Bridges e ofereci meus dois centavos no lado do
negócio. Ela é o lado médico. É o seu bebê.

— Só porque ela perdeu o outro, - disse ela, antes que


ela pudesse se conter.

302
Ramsey olhou, realmente olhou para ela. — Não fale
sobre isso, - disse ele calmamente.

Era uma calma assustadora, que estava beirando a


loucura. Ela havia tocado no assunto que ele não poderia
discutir com a cabeça no lugar, e ela sabia disso. Ela foi
empurrando-o sem uma boa razão, empurrando só porque
ela estava com raiva e queria uma briga naquele momento.
Ela nem estava jogando limpo.

— Eu não gosto dela. Você disse que ela teria ido, se eu


quisesse. Você disse que ela não tinha que estar mais em
nossas vidas. Eu não a quero mais em nossas vidas, - disse
ela, sem rodeios.

— Eu disse antes que assinasse o contrato para a ala


médica, - disse ele, parte do fogo em seus olhos sumindo.

— Outra promessa quebrada, - disse Lexi, sacudindo a


cabeça.

— Olhe, eu tenho que trabalhar com ela agora, e estou


fazendo toda essa merda por você. Eu não posso
simplesmente empurrar Parker longe quando estamos no
meio de conseguir esta empresa fora do chão. Mas isso não
muda absolutamente nada em nosso relacionamento.

Lexi olhou para longe. Às vezes, parecia que ele tinha


mudado muito mais do que ele jamais iria admitir.

— E quanto a você?

303
— Eu? - Ela retrucou. Seu temperamento claramente
não tinha o seu curso ainda.

— Eu tenho que trabalhar com Parker, mas você não


tem que estar em torno de Jack, e você ainda está. Então, por
que você ainda está ao seu redor?

— Sim, eu não trabalho com Jack, o que significa que


não tem que estar perto dele cada maldito minuto de cada
dia. Isso significa que eu não tenho que dizer à imprensa que
ele é a razão do meu próximo grande projeto, - disse ela,
levantando a sua voz enquanto falava. — Isso significa que há
distância entre nós.

— Não seja hipócrita!

— Hipócrita? - Gritou Lexi.

— Sim! Só porque você não está por perto dele o tempo


todo não torna isso melhor.

— Jack Howard não é mais problema meu. Ele é


casado com sua irmã e tem sido nada além de um bom amigo
para mim desde que aconteceu!

— Ninguém é tão bom como um amigo quando olha


para você como ele faz.

— Você está apenas tentando me deixar louca? Você


está apenas tentando me afastar? - ela perguntou, afastando-
se dele.

— Lexi, traga seu traseiro aqui, - ele rosnou. — Agora.

304
— Não, - ela disse teimosamente.

Ramsey deu dois grandes passos para fechar a


distância entre eles, antes de cair com a boca sobre a dela.
Ela não queria gostar disso. Ela queria ficar com raiva. Ela
queria dar um tapa nele e dizer-lhe para obter a sua merda
juntos ou ela estava fora da porta. Claro, ela não ia sair, não
realmente. Era uma raiva irracional, percorrendo-a por meses
de frustração reprimida, sobre Parker estando em torno de
Ramsey, meses de saber se algo estava para acontecer, meses
de manter a boca fechada.

Então, ela não tinha sido capaz de mantê-la fechada


por mais tempo.

Suas mãos estavam sobre ela em um instante,


puxando o vestido por cima da cabeça, soltando o sutiã sem
alças, e segurando os seios com as mãos. As mãos dela foram
para a fivela do cinto. Ela queria ele fora dessas roupas. Ela
não o queria em qualquer coisa que combinasse com Parker
nunca mais.

Uma vez que ela terminou com as calças, ela pegou a


gravata e empurrou o seu rosto de volta para ela. — Será que
vocês planejaram isso? - Ela exigiu.

— Planejar o quê?

— Combinar. Você correspondeu.

Ramsey olhou para ela em estado de choque, e foi o


suficiente para dizer a ela que não tinha planejado isso.

305
Foda-se. Ela pensou que iria fazê-la se sentir melhor, mas
isso não aconteceu. Isso a fez querer maldizer o universo de
sua má sorte.

— Precisamos tirar você deste momento, - disse ela,


indo trabalhar com os botões de sua camisa.

— Não há tempo, - ele resmungou.

Ramsey empurrou para o lado do sofá e inclinou a na


cintura. Sua calcinha caiu no chão em sua insistência. Ela
ouviu o zíper de suas calças, e então caiu no chão também.
Ele segurou-a para baixo, voltada para frente, antes de
empurrar para dentro dela.

Lexi gritou. Ela já estava aquecida de sua conversa,


mas ele não estava sendo gentil. Ele estava tão irritado como
ela estava, o que fazia uma combinação mortal. Com uma
mão em seu ombro e uma no quadril, Ramsey puxou para
trás e bateu de volta nela mais e mais e outra vez. Ele nunca
tinha sido tão rude com ela antes.

Ele sempre foi bom, mas isto estava... Em um estágio


diferente.

Ela não conseguia pensar em nada, exceto ele batendo


dentro dela, sua buceta apertando ao redor dele, e a raiva
crescendo em seu coração.

— Eu estou tão chateada com você, - ela rosnou.

— Bom.

306
Ele não desistiu mesmo uma polegada, e ela podia
sentir seu corpo inteiro batendo dentro. Ela estava tão
chateada com ele, mas graças a Deus, que ela amava este
homem.

— Você vai gozar para mim.

— Não, eu não vou, - disse ela, embora ela soubesse


que ela estava tão perto da beira que ia explodir a qualquer
segundo.

— Sim, você vai. E eu vou com você, - disse ele,


chegando a uma mão na frente dela e acariciando seu clitóris
com o dedo, enquanto ele continuava a fodê-la.

Seu corpo começou a tremer. Ela não podia aguentar.


E ele não a queria.

O jeito que ela estava sentindo naquele momento, ela


não queria qualquer um. Ela queria senti-lo empurrar dentro
dela quando eles vieram juntos. Ela queria esquecer seu
argumento e apenas viver no aqui e agora, sabendo que eles
poderiam estar com raiva, mas seria bom. Eles poderiam
seguir em frente com isso.

Ela sentiu as pernas cederem, logo que o orgasmo


rasgou através de seu corpo. Lexi caiu no sofá enquanto
Ramsey soltou seu ombro e gozou em profundidade nela. Seu
peso mudou quando ele agarrou o sofá como apoio.

Enquanto ela estava ali, ofegante, ela olhou para ele e


conseguiu sair, — Eu te amo, Ramsey.

307
Ele sorriu um preguiçoso sorriso sincero para ela. —
Eu também te amo.

308
Capitulo 11

Presente

— Você o quê? - Lexi gritou através do telefone.

— Chica, relaxe, - disse Chyna.

— Minha partida é esta tarde. O que quer dizer que


você tem uma sessão de fotos em Nova York?

— Isso não pode ser ajudado. Fashion week é em


menos de um mês.

— Eu não me importo com a semana de moda, Chyna.


É a festa de noivado da sua melhor amiga.

— Eu sei, - ela lamentou. — Eu tentei explicar isso a


eles, mas eles realmente não se importam. Além disso, nós já
comemoramos quando descobrimos. Não é o fim do mundo.
Eu vou voar daqui para ir às compras para isso. Oh! Melhor
ainda, deixe-me falar com o designer sobre seu vestido.
Poderíamos fazê-lo sob medida.

Lexi balançou a cabeça. — Você é louca. Você sabe


quanto custa um vestido de um designer?

Ela quase podia ver Chyna olhando fixamente. O


dinheiro não era um objeto para ela. Mas Ramsey não se
oporia a qualquer coisa que Lexi quisesse de qualquer
309
maneira. Isso ainda não significava que ela queria gastar dez
ou vinte mil em um vestido de casamento.

— Não se preocupe tanto. Você vai viajar para a


semana de moda, certo? - Perguntou Chyna, habilmente
mudando de assunto.

— Eu não falei com Ramsey sobre isso.

— Esqueça a velha bola e corrente, e venha visitar-me.

Lexi revirou os olhos. — Muito legal da sua parte


dizer... Desde que você não está no seu caminho para cá e
para a minha festa de noivado.

— De qualquer forma, o que está realmente


acontecendo? Você tem sido tranquila recentemente, além de
você reclamar comigo sobre a festa, - disse Chyna.

— Nós ainda falamos todos os dias, - Lexi disse a ela.

— Quer dizer, quase todos os dias. Mas você tem


estado desmiolada, como se algo aconteceu e você não me
contou. Oh, como a vez que você dormiu com o irmão de
Adam. Oh, ou como qualquer tempo com Jack. Será que isso
tem a ver com um menino? - Perguntou Chyna.

Lexi olhou ao redor do apartamento. Ramsey não


estava em nenhum lugar à vista. Ela sabia que ele estava
ocupado com os preparativos para a festa de hoje à noite. O
homem sabia como dar uma festa, isso era certo. Ela estava
feliz que as escapadas de domingo à noite tinham acabado,
mas ele foi empurrado para jogar alguma coisa com os outros

310
para seu noivado. Ela esperava que ele não saísse para as
festas de domingo que ela havia frequentado quando eles
começaram a namorar. A lista de convidados certamente
ostentava o suficiente de seus amigos para garanti-lo... Mas
ela não achava que iria ficar assim.

Ou, pelo menos, ela não esperava.

Decidindo que Ramsey não estava prestes a entrar a


qualquer minuto, Lexi suspirou.

— Isso deve ser bom, - disse Chyna, com uma


risadinha.

— Você está bêbada?

— Ainda não.

— Então, por que você toma tal prazer perverso em


minha dor?

— Porque você se tortura, chica. Prato da mercadoria.

Lexi resmungou baixinho sobre a franqueza de sua


melhor amiga antes de falar. — Eu disse a Jack que eu fiquei
noiva.

— Certo. Eu assumi. Você está noiva já por uns dois


meses. Imaginei que todo mundo sabia. Será que ele...
Enlouqueceu?

Lexi balançou a cabeça mesmo sabendo que Chyna não


podia ver. — Sim e não. Ele apenas ouviu falar sobre os

311
resultados auditivos temporários. Bekah tem tudo o que ela
queria. Acho que ela está para tentar arruiná-lo no tribunal.

— Alexa... A sério, não é o seu problema, - disse Chyna


suavemente.

— Eu sei, eu sei. Eu não estou dizendo que é. Eu fui lá


para, como, dar apoio moral, quando isso foi feito. Eu mal
consegui falar com ele sobre isso, porque ele tinha de se
encontrar com seu advogado logo depois. Como eu estava
saindo, ele viu o anel de noivado.

— Sim, - disse Chyna. — Não é o melhor caminho para


ele descobrir. Por que você não só... Disse a ele?

— Eu não sei, - disse ela com sinceridade.

Nunca houve um momento certo. Primeiro, ela havia


descoberto sobre o divórcio, e, em seguida, uma série de
eventos infelizes tinham acontecido. Ela só não tinha sido
capaz de dizer a ele. Talvez ela soubesse o tempo todo em
algum nível iria machucá-lo, e ela não queria causar mais dor
a ele do que ele já estava recebendo.

— Psiu, chica, você sabe.

— Eu não, - ela negou.

— Eu sei. Você está apenas agindo muda, como se você


estivesse dizendo que você não fez.

— Por que você não me disse então, Chyna?

312
Chyna desviou Lexi através da linha. — Tudo bem, o
jogo muda.

— Chyna...

— Além do fato muito óbvio que você provavelmente


não queria que seu ex... Uma coisa ou outra soubesse que
você estava noiva, você também claramente não queria
machucá-lo, porque vocês são amiguinhos agora. Já que
vocês são amiguinhos, o que significa que você pode nunca,
jamais, deixar de ir a sua relação. Eu sei que você está
prestes a saltar na minha garganta e dizer-me que mudou
assim Deus me ajude, - disse Chyna, protelando os protestos
iminentes de Lexi. — Tudo o que eu vou dizer é que Jack é,
provavelmente, está em um monte de dor por causa de seu
divórcio, e você não queria torná-lo pior. Se for ou não, eu
acho que ele poderia merecer ser o único sofrendo desta vez...
Não vem ao caso.

— Você é realmente encantadora, Chyna, - disse Lexi.

Embora, Chyna estivesse certa. Ela estava sempre


certa sobre esses tipos de coisas, tudo isso era muito
irritante.

— Seja como for, chica. O homem precisa de um gosto


de seu próprio remédio agora e novamente.

— Ele está passando por coisa suficiente.

— Escute a si mesmo. A mesma velha Lexi, - disse


Chyna baixinho. — Pare de defendê-lo.

313
— Eu não estou defendendo o que ele fez no passado.
Estou vendo pela pessoa que ele é agora. Dois anos de
casamento o mudaram, e eu vou ser a primeira a admiti-lo.

— Se ele mudou tanto, então por que você não disse a


ele que você está noiva? - perguntou Chyna.

— Tudo bem, Jesus, eu percebo o seu ponto. Você


simplesmente não o viu naquele dia, quando ele estava me
contando sobre os papéis do divórcio ou depois que ele
deixou o tribunal.

— Eu não sou suscetível a esses olhos azuis.

— Grandes palavras, C, - disse Lexi com uma risada.

— Cadela.

— De qualquer forma, eu sei que você precisa de muito


menos do que um par de olhos azuis, - disse Lexi.

— Não mais.

— O quê? Você pode mudar, e ninguém mais pode, -


perguntou Lexi. Ela sabia que a carta hipócrita era baixa,
mas deixava as pessoas com raiva o suficiente para ver um
ponto.

Chyna ficou em silêncio por um minuto. Lexi assumiu


que estava remoendo lá enquanto tentava encontrar uma
maneira de sair do buraco que ela mesma tinha cavado.

— Bem. Seja o que for. O que ele quis realmente dizer


quando você disse a ele?

314
— Um monte de coisas, - disse Lexi, não querendo
lembrar. Ele ainda fazia seu coração se contrair. — Ele me
perguntou se eu estava feliz, e eu disse a ele que eu estava.
Em seguida, ele disse que tudo o que ele queria era que eu
fosse feliz, então eu deveria sair.

— Nossa. Você saiu?

— Sim.

— Isso explica por que você esteve deprimida, então.

— Eu não tenho sido assim. Deus!

Chyna zombou. — Você tem sido irritante. Você deveria


ter me dito. Agora, traga seu traseiro aqui em cima para a
semana da moda. Eu tenho a cabeça para fora. Diga a
Ramsey que eu deixei um olá.

— Eu vou, Chyna, mas eu ainda não sei sobre a


semana de moda.

— Eu não quero ouvir isso. Vejo você em seguida,


chica. Tchau!

Lexi desligou seu telefone com um suspiro. Dizer a


Chyna tudo sobre as coisas com Jack foi um alívio. Ela
estava segurando, tentando fingir que nada disso tinha
acontecido... Tentando esquecer o horror em seu rosto
quando ele tinha visto o anel.

Eles não tinham conversado muito desde então. Ele


estava se preparando com seu advogado para tentar mediar o
divórcio. Não era exigido nos tribunais da Geórgia, mas era
315
fortemente recomendado que Jack tentasse negociar fora do
tribunal. Ele diminuiria as despesas para todos, e poupava o
tempo do juiz... E paciência.

Lexi duvidava que isso fosse ser resolvido através da


mediação. Jack não ia aceitar a acusação de Bekah, de que
ele a havia traído enquanto eles estavam casados. Só porque
ele teve um passado histórico de mau comportamento, não
significava necessariamente que ele havia feito isso
atualmente. E uma vez que ele estava para lutar contra ela
até a sepultura, eles provavelmente acabariam em um
tribunal, logo que Bekah tivesse toda a sua evidência e uma
data fosse definida.

Lexi balançou a cabeça suavemente e, em seguida,


colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. Como Chyna
havia dito nada disso era o seu problema, e ela realmente
estava tentando ficar de fora. Ramsey tinha realmente
concordado em não convidar Bekah para a festa de hoje à
noite, o que significava que deveria ser abençoadamente
silencioso.

Uma batida na porta sacudiu Lexi. Ela não estava


esperando ninguém. Ela caminhou para frente, assim como
Ramsey veio correndo solto pelas escadas.

— Porta? - ela perguntou quando ele virou a esquina.

— Sim, eu posso consegui-lo.

316
Lexi já estava lá, então ela abriu a porta. Em pé, diante
dela, estava uma loira incrivelmente alta, fresca, com batom
vermelho brilhante e uma roupa preta justa.

— Lola! - Disse Lexi, com um sobressalto. — Eu não


sabia que nós estávamos esperando por você.

— Olá, querida. É tão bom vê-la, - disse Lola, dobrando


para frente e dando um beijo vermelho na bochecha de Lexi.

— Lola, você veio cedo, - disse Ramsey. Ele não parecia


descontente.

— Você se esquece de quanto tempo de instalação leva,


amor. Dois anos, fora do negócio e você já se esqueceu, -
disse ela, com uma reprimenda. Ela se aproximou e apertou o
bíceps de Ramsey. — Você ainda está malhando? Você parece
magro.

— Dois insultos em uma frase, e eu pensei que você


poderia ser diferente depois de dois anos levando a empresa
sozinha.

Lola acenou com a mão, com suas longas unhas


vermelhas laqueadas no ar. — Eu sou uma puta. Isso vem
com o território.

— Espera instalação? - Perguntou Lexi, inclinando a


cabeça. — Eu pensei que nós estávamos tendo a festa de
noivado em um restaurante.

Ramsey timidamente olhou para ela. — Uma mudança


de última hora. Eu estava no telefone com Lola antes, e ela

317
insistiu em estar no clube, mas eu sabia que não seria para
isso. Então, ela não aceitaria um ‘não’ como resposta, e
pensamos que poderíamos trazer a festa para cá. Mantendo-a
mais discreta do que festas típicas, mas trazendo-a de volta.
Quero dizer, foi o nosso primeiro beijo.

Lexi não sabia o que dizer. Por um lado, ela não se


importava que ele movesse a festa para o seu apartamento,
mas ela estava esperando para sair e ter um bom tempo.
Diversão que não tinha certeza que teria se ficassem aqui,
mas era diferente.

— E quanto a todos os outros? Os convites já saíram


semanas atrás, - ela lembrou.

— Eu tenho tudo resolvido.

— Oh.

— Você não está feliz, - disse Ramsey suavemente.

Lola suspirou. — Eu vou mandar as pessoas


começarem a trazer as coisas para dentro, se você optar por
remarcar de novo, por favor, me avise antes de nós
carregarmos os alto-falantes. Eles são pesados.

Ela olhou para Lexi drasticamente, antes de sair.

— Eu só... Eu não me importo que estamos fazendo a


festa aqui, mas isso é... - Ela suspirou. Quantas vezes eles
tinham tido essa conversa? — Quando você ia me dizer?

318
— Eu tinha planejado isso antes da Lola chegar aqui.
Ela estava no início, - disse ele, coçando a parte de trás de
sua cabeça.

Lexi lembrou que ele estava fazendo isso para ela,


tentando fazer deste o melhor que poderia ser para ela. Ela
não ia explodir para ele. Ela, definitivamente, não estava para
explodir com ele. A última coisa que ela queria era uma
discussão antes de sua festa de noivado.

— Mas... Por que você não me perguntou? É o meu


noivado, também, sabe? - Disse ela, apontando para um nível
de voz.

Quando Ramsey fez uma careta, ela sabia que ela não
tinha conseguido isso.

— Eu sei que você odeia surpresas, então eu estava


para quebrá-la para você, mas em uma espécie de surpresa
no caminho... Não por Lola aparecer em nossa frente com
alto-falantes enormes e muito batom, - disse ele.

— Tudo bem.

Não havia mais nada a dizer. Era tarde demais para


mudá-lo de volta para o restaurante que tinham reservado
em conjunto, há semanas. E não faria nenhum bem estar
zangada com Ramsey por tentar mais uma vez fazê-la feliz.

— Lexi...

— Eu vou me arrumar. Diga a Lola para trazer os alto


falantes, - disse ela, virando-se para subir as escadas.

319
— Ei, - disse ele, pegando-a e puxando-a para ele. —
Eu a amo. Achei que você ia gostar disso.

Lexi sorriu levemente. — Eu gosto. Foi atencioso. Vai


ser bom ter todos em casa.

— Mas você não está feliz.

— Eu estou bem.

— Tudo bem significa que você está chateada, -


Ramsey observou.

— Eu estou... Frustrada. Está tudo bem. Vai passar.


Eu deveria ir me preparar, - disse ela.

Ramsey não a deixou ir embora. Ele puxou-a com força


para ele e beijou-a na boca suavemente. — Eu a amo.

— Eu também te amo, - ela sussurrou contra seus


lábios.

— O que você vai vestir esta noite? – Ele questionou.

— É uma surpresa. - Ela lhe deu um sorriso diabólico


antes de sair de seu abraço e correndo para as escadas.

Pelo menos lá em cima, longe de seu olhar atento, ela


podia permitir-se estar com raiva e frustrada, e ela seria
capaz de quebrar alguma coisa. Ela não achava que era tão
difícil de consultar com ela sobre as coisas. O casamento não
deveria ser coisa da menina? Não que ela fosse uma menina
ou qualquer coisa. Não que ela não tivesse apavorada na
reunião com o planejador de casamentos. Nem o casamento

320
que Ramsey não podia ver através de sua bravata de uma
milha de distância. Ainda assim, mesmo que ela não
estivesse fazendo todo o trabalho ou não sabia o que era
necessário para fazer todo o trabalho para o casamento, não
queria dizer que ela não podia ser incluída.

Lexi se jogou de costas na cama e fechou os olhos. Ela


realmente precisava começar a se preparar, mas tudo o que
podia pensar era em Lola passeando dentro do apartamento e
Lexi se sentindo como uma idiota, por não saber o que estava
acontecendo... De novo. Ela não podia ter essa conversa
outra hora sobre o desejo de saber tudo o que estava
acontecendo. Ela havia perdido a conta de quantas vezes já
tinha acontecido.

Ramsey ainda disse a ela o que ele pensava que era


importante. Ele não estava escondendo grandes segredos,
tanto quanto ela soubesse, mas, às vezes, até mesmo a
menor, minúscula, a menor omissão parecia enorme. Deu-lhe
uma dor de cabeça.

~~*~~

Duas horas mais tarde, os convidados começaram a


chegar.

321
Lexi estava muito frenética neste momento. Sua raiva
se transformou em cansaço, e ela acidentalmente adormeceu
na cama.

Planejar este evento apenas uma semana e meia antes


do Natal realmente não era a melhor ideia. Ela felizmente
fechou o caso Bryant, mas seu chefe tinha prontamente
atribuído a ela um novo caso para trabalhar. Além disso, ela
teve as compras de Natal para ficarem prontas e reuniões
com o organizador de casamentos para finalizar as suas
paletas de cores de merda e merda. Em cima de tudo isso,
Jack estava se divorciando.

Mas ela não podia pensar em todo o resto, como ela


colocou os últimos retoques em sua maquiagem. Ela tinha
escolhido cores suaves para acentuar sua pele naturalmente
bronzeada e seu cabelo escuro. Seus olhos estavam forrados
de preto com mascara espessa, e acrescentou um pouco de
pó brilho de ouro para as pálpebras com um leve toque de
gloss para os lábios. Seu cabelo escuro estava solto, quase
até a cintura, em cachos macios. Sua franja foi colocada para
o lado, e quando ela se virou, elas caíram em seus olhos
sedutoramente.

O vestido que ela tinha escolhido era branco virginal, a


cor mais irônica em seu armário. Lexi praticamente nunca
usava branco. Ela pensou que se destacava mais em roxos
profundos e vermelhos deliciosos, até mesmo os negros eram
notícia bombástica. Mas bem... Ela imaginou se houvesse um
ano para ela vestir branco, era este ano.

322
O material abraçando o corpo agarrou-se a ela em
todos os lugares, parando no topo das suas coxas. As tiras
eram grossas sobre os ombros em um X, baixo em suas
costas, antes de amarrar em uma curva. Enquanto o decote
não era tão revelador como muitas de suas roupas, ele ainda
justifica uma tomada no dobro no estilo. Ela combinou com
um colar de pérolas e um par de saltos azuis.

Ela não podia esperar para que todos possam ver como
ela estava. Ela desejou que Chyna estivesse aqui para isso...
Mas Lexi não iria se debruçar sobre isso. Ela só precisava
apressar a sua bunda para cima, para que ela pudesse
receber seus convidados.

Lexi respirou fundo e, em seguida, tomou as escadas


para o primeiro andar. Quando ela atingiu o patamar, ela
olhou em choque para o apartamento dela. Eles não tinham
tido uma festa em sua casa, nos dois anos que eles viveram
juntos, e não desde que Ramsey tinha desistido dos clubes.

Parecia um tempo atrás, que isto tinha sido a sua vida.


Ela não tinha percebido o quanto iria mudar depois que ela
saísse da faculdade de direito. Agora, ela tinha um emprego
em tempo integral, e Ramsey tinha a ala médica. Ela chegava
em casa exausta, e ela só tinha mais trabalho a fazer. Pelo
menos, ela ainda tinha Chyna para forçá-la a ir visita-la e
festejar, lembrando-a de que ela tinha apenas vinte e sete
anos.

Isso foi o que fez a transformação de seu apartamento


ainda mais interessante. Fazia dois anos, mas o lugar ainda
323
parecia o mesmo - as luzes, o DJ, o bar. E, ao mesmo tempo,
ficou claro que Ramsey lhes havia instruído a alterá-lo. Foi
mais discreto. Os hóspedes podiam realmente manter uma
conversa. Não havia um insanamente grande grupo de
pessoas que ela nunca tinha visto antes de aparecerem em
sua sala de estar. Eram principalmente amigos de Ramsey,
do trabalho, clube, escola, mas misturados estavam alguns
de seus amigos que já tinham aparecido.

Ela sabia que Ramsey estava apenas tentando fazê-la


feliz. E se ele tivesse sugerido ter a festa em sua casa antes,
então talvez ela não estivesse tão frustrada.

— Querida, você parece fodível demais para estar


pensando duro, - disse Brandon, quando ele deslizou o braço
ao redor da cintura dela e puxou-a para um abraço.

— Pookie! É tão bom ver você. - Lexi puxou de volta


para bater-lhe no ombro. — Eu não pareço fodível!

— Lexi, Lexi, Lexi... - disse Brandon, balançando a


cabeça. — Você está apenas testando a minha paciência.
Você acha que eu não vou jogá-la por cima do meu ombro e
provar o meu ponto?

— Sim, isso é exatamente o que eu penso! Ramsey iria


segui-lo lá em cima, e nós dois sabemos como isso termina.

— Ah... Eu acho que ainda estou a me recuperar de


quando eu decidi dormir com Parker.

324
Lexi não estremeceu. Todos os homens de sua vida
estavam ligados de uma forma ou de outra. Jack era casado,
e... Atualmente divorciando-se da irmã de Ramsey. John
trabalhou com Ramsey na ala médica da Bridges. Brandon
tinha saído com a ex-namorada de Ramsey. Pelo menos,
houve algum grau de separação entre Jack e John, mas
Cristo... Ela não acreditava mais em coincidências.

— Brandon, você está tocando a minha garota, -


Ramsey observou, enquanto ele caminhava em direção a eles.

Brandon não fez nenhum movimento para deixá-la ir.


Lexi apenas balançou a cabeça. Ramsey sabia até agora que
Brandon não tinha chance alguma com ela, mas ele ainda
não gostava de Brandon. E ele provavelmente nunca gostaria.

Ela saiu do abraço de Brandon e deu um passo em


direção a seu noivo. — Você não mudou, - ela murmurou.

Ele ainda parecia delicioso em um par de jeans escuro


e um suéter preto.

— Quando eu teria tido tempo? Você estava lá em cima


o tempo todo.

— Ah, certo. Eu acidentalmente caí no sono.

Ele riu. — E eu aqui pensando que você estava infeliz


comigo.

Ela tinha ficado, mas ele parecia visivelmente aliviado


que ela não tinha estado lá em cima, ignorando-o o tempo
todo. Ela não queria acabar com o bom humor, mesmo que

325
ela ainda estivesse insatisfeita com a forma como o dia tinha
progredido.

— Não pense que você está fora do gancho, - ela


criticou levemente.

Ele sorriu para ela com um olhar compreensivo. — Eu


nunca estou com você.

Merda! Ela sabia que era para ser sexual, mas ainda
assim, ela se sentiu mal. Ela sempre foi uma espécie de
perdoar e esquecer-se da pessoa, mas desde a bomba no
casamento de Jack, ela havia estado segurando em seu
passado mais e mais. Ramsey parecia estar sempre no centro
disso. E a sua lembrança de que, mesmo que fosse acidental,
não ajudava em nada.

E, em seguida, a festa começou.

Lexi foi arrastando ao redor da sala, apresentada a


uma série de pessoas da vida de Ramsey. Ela sorriu, riu e
brincou, e em algum lugar lá, ela respirava. Ela sabia que
uma festa de noivado era para ser mais discreta do que o
casamento em si, mas ainda assustava. Esta parecia nada,
mas discreta, e talvez fosse porque Chyna não estava aqui, e
um monte de seus amigos de faculdade e escola de direito
moravam fora da cidade. Ela não podia esperar que eles
viessem para a cidade duas vezes.

Os antigos colegas de quarto de Ramsey, Jason e Brad,


estavam dando pequenos socos nele, e Lexi estava em uma
profunda conversa com sua antiga capitã de ginástica, Krista,
326
que vivia na área de Atlanta. Ela estava grávida de gêmeos e
já mostrando. Ela estava louca para ver a pequena mulher
atlética que não tinha quase nenhuma gordura em seu corpo
para ter um pouco de gordura com os bebês. Lexi tinha
achado estranho quando o cabelo de Krista tinha sido de
uma cor só, e agora, ela estava tendo filhos! Pelo menos, o
cabelo dela estava vermelho com loiro debaixo dele agora.

— Eu simplesmente não posso acreditar que você vai se


casar com Ramsey Bridges, - disse Krista, olhando para o
anel de Lexi novamente.

Lexi riu. — Sim.

— Quer dizer, eu sempre pensei seriamente que você e


Jack... - Krista parou, olhando para cima para se certificar de
Ramsey não estava olhando para cá. — E você quer dizer que
você e Jack são literalmente apenas amigos?

Lexi sempre esquecia que Krista e Jack tinham sido


amigos na faculdade e que Krista era a pessoa que Jack tinha
ido quando ele tinha chegado a Lexi na equipe de ginástica,
depois que ela parou de falar com ele.

— Apenas amigos, - confirmou Lexi.

— Triste. Quero dizer, eu acho que ninguém esperava


que eu acabasse com o meu namorado da faculdade. Se eu
tivesse, eu nunca teria conhecido Matt, que eu amo muito.

— Exatamente, - disse Lexi, seu olhar se deslocando


para Ramsey.

327
Em seguida, a porta da frente abriu.

Lexi não sabia por que ela ainda notou sobre o barulho
da festa e o DJ tocando música de festa, mas chamou a
atenção dela. Ela sentiu como se estivesse assistindo E o
vento Levou, quando Scarlett entrou na festa com o vestido
vermelho icônico depois de ter sido pega com Ashley. Seus
olhos pousaram em Parker na porta da frente, e Lexi prendeu
a respiração. Claro Ramsey iria convidá-la. Eles eram
parceiros de negócios, mas ainda...

Parker estava vestida com um vestido de mangas


compridas com gola de capuz em uma cor profunda
Borgonha e botas pretas. Seu cabelo estava empilhado no
alto da cabeça, como se tivesse sido em uma corrida. Com
quem Lexi estava brincando? Parker estava sempre com
pressa. Ela estava torcendo as mãos juntas quando ela
procurou Ramsey na multidão. Lexi sabia que era o que
Parker estava fazendo antes mesmo de fecharam os olhos
pela sala.

— Quem é essa? - Perguntou Krista. — Ela se parece


com você.

Lexi respirou pelo nariz. Claro que ela parece. — É


Parker. Ela trabalha na ala médica com Ramsey, - explicou
Lexi.

— Estranho. Você sabe que ela se parece com você,


certo?

328
— Sim, - disse Lexi, enquanto observava Parker virar
no meio da multidão, direto em direção a Ramsey. — Eu sei.

— Coincidência estranha.

Coincidência. Ah!

— Algo como isso, - disse Lexi suavemente.

— Foda-se, eu mataria por uma bebida no momento, -


disse Krista, olhando para o bar com tristeza. — E o meu
marido não vai parar de beber. Se eu tiver que ir para casa,
eu poderia matá-lo antes que esses bebês aparecessem.

— Você não vai, - disse Lexi, rindo.

— Eu o amo, mas eu quero matá-lo diariamente. Você


vai entender quando você se casar, - disse Krista, batendo em
seu ombro.

Lexi olhou para Ramsey e inclinou a cabeça para o


lado. — Eu tenho certeza que eu já consegui isso.

— Lexi, - disse Ramsey, apontando-a.

Ela respirou fundo e caminhou em direção a eles. — Ei,


Parker.

— Oi, - ela disse timidamente. — Eu, uh... Trouxe-lhe


isso. - Ela empurrou uma garrafa de vinho e uma caixa
retangular plana na mão de Lexi.

— Oh, - disse Lexi, envergonhada. — Obrigada.

329
Ela não esperava presentes. A festa de noivado que os
pais de Ramsey estavam planejando era o lugar onde ela
antecipou pequenos presentes, mas não na festa que eles
estavam fazendo para os seus amigos.

— Não é muito. Eu não tinha certeza de o que vocês


queriam, pois você ainda não está registrada, mas eu meio
que senti que deveria trazer alguma coisa, - disse Parker em
voz baixa.

— Bem, Uau, um... Obrigada. Nós não tivemos


quaisquer outros presentes.

As bochechas de Parker viraram rosa brilhante. — Ah...


Realmente? Eu pensei... Não é a etiqueta?

Lexi deu de ombros.

Ramsey pulou dentro. — É. Obrigado, - disse ele, com


um sorriso, tomando o vinho da mão de Lexi.

— Você pode abri-lo agora, se você quiser. Não é muito,


mas eu pensei que você pudesse... Eu não sei. Cabe a você, -
disse Parker.

— Vá em frente, Lexi, - disse Ramsey, encorajador.

— Tudo bem, - disse ela.

Ela desatou a fita de prata, arrancou de volta o papel


branco e prata, e abriu a tampa da caixa. Dentro havia um
planejador de casamento com abas individuais para cada
coisa que ela precisava realizar, e lia-se na capa dianteira, O

330
Casamento de Lexi e Ramsey, em uma fonte de prata
rebuscada.

Lexi sorriu para Parker, sentindo-se completamente


genuína sobre isso, pela primeira vez. O planejador era
verdadeiramente um belo presente. — Obrigada, - disse Lexi
graciosamente.

— Eu sei que você contratou Sherri, mas eu pensei que


nunca é uma má ideia de ter seu próprio planejador. Eu não
sei se você já teve um.

— Eu não. Esta será uma grande ajuda.

— Bem... Bem, muito bem.

As duas ali sem jeito por um momento, o conhecimento


do quanto perto Parker tinha chegado a estar nos sapatos de
Lexi, pesando-os para baixo.

Ramsey passou de um pé para o outro. — Eu acho que


vou guardar isso, - disse ele, levantando a garrafa de vinho.

As duas meninas assistiram ele ir embora, e o silêncio


caiu entre elas como uma parede de tijolos. O que ela tinha a
dizer a Parker que Parker já não soubesse? Não é que Parker
fosse uma pessoa intrinsecamente ruim. Lexi simplesmente
não podia estar perto dela sem ver Ramsey e tudo sobre ela.
O homem que ele tinha sido, as coisas que ele tinha
sacrificado, o desespero havia mostrado para fazer as coisas
direito, ela fazia seu coração doer.

331
— Então... O que você acha sobre o divórcio? -
perguntou Parker.

Oh, pelo amor de Deus!

— É sobre Bekah e Jack?

— É... É meio estranho, não é?

Lexi olhou-a desconfiada. — Por que você acha isso?

— Eu só sei que, conhecendo Bekah, que era


apaixonada por casamentos, e ela sempre disse que uma vez
que ela se casasse, seria para sempre. Estou surpresa em vê-
la quebrando tão cedo, só porque ele a traiu. Quero dizer...
Ele fez isso antes, - disse Parker, mordendo o lábio e olhando
para longe.

— Como você sabe que ele a traiu? - Perguntou Lexi.

Ela arquivava as informações sobre Bekah. Isso a fez


querer vomitar, ela iria olhar para ele outra vez, quando ela
pudesse processar.

— Ah... Bem, eu não sei. Eu só estou falando o que ela


disse.

— Ele não fez isso, - disse Lexi.

Ela não sabia por que ela teve que defendê-lo naquele
momento. Por um tempo, ela tinha vindo a debater se era ou
não era verdade, mas com as palavras caindo da boca de
Parker, Lexi simplesmente não podia deixá-la pensar acerca
de Jack. Ele não tinha feito nada com Lexi quando ele teve

332
chance... De modo que ela duvidava que ele estivesse com
alguém. Esperava que ela estivesse certa.

— Bem... Se ele não o fez, então é ainda mais estranho,


- Parker admitiu.

— Ela não lhe disse por quê? - Perguntou Lexi,


arqueando uma sobrancelha.

Parker deu de ombros. — Eu conheço um monte de


gente que não gosta de Bekah, mas ela não é de todo ruim.

— Você quer dizer, seu coração é preto. Não está


faltando?

Parker realmente rachou de rir com isso. Quando o fez,


Lexi quase podia ver a garota que Ramsey costumava amar.
Foi uma sensação estranha naquele momento. Ela tinha visto
Parker rir antes. Era como se sua guarda baixou por uma
fração de segundo. Ela não parecia tão cansada,
sobrecarregada e despenteada.

— Bekah e eu não somos tão próximas quanto uma vez


já fomos, mas eu não acho que ela iria se divorciar de Jack se
ele não tivesse realmente feito alguma coisa. Então, se ele
não a enganou, então o que ele fez?

Então, o que ele fez? Essa era uma boa pergunta. Lexi
tinha algumas teorias para si mesmo sobre essa situação,
mas ela não tinha certeza se era Parker a melhor pessoa para
julgá-los.

333
— Eu não sei, - Lexi respondeu com um encolher de
ombros.

Parker olhou em outra direção, como se estivesse


pensando em outra coisa, quando Brandon veio
sorrateiramente por trás de Parker e agarrou-a em torno do
meio.

— Ei, você! - Ele gritou.

Parker saltou e virou-se, surpresa. Seu sorriso caiu


marginalmente quando viu quem era, mas depois se
recuperou e deu um leve sorriso para ele novamente. — Oi,
Brandon.

— Oh, não está muito animada em me ver? - Disse ele


secamente.

— É bom vê-lo.

Brandon olhou para Lexi e deu-lhe um olhar que dizia,


porra ela está mentindo. — O que vocês senhoras
encantadoras estão discutindo, afinal?

— Bekah e o divórcio de Jack, - Parker disse a ele.

— Ah... A cadela, - disse ele, balançando a cabeça.

— Nós estávamos discutindo o que nós pensamos sobre


a verdadeira razão de por que Bekah está divorciando-se de
Jack, - disse Lexi, sorrindo para o seu comentário.

— A Lexi não acha que Jack enganou-a, - disse Parker.

334
— Porque Jack nunca faria nada de errado, - disse ele
sarcasticamente.

— Ele não a traiu, - Lexi repetiu.

— Então, qual é a sua teoria, querida? - Brandon


sussurrou.

Sua teoria? Ah. Provavelmente não era o melhor


momento para nada disso, mas ambos estavam olhando para
ela agora.

— Pessoalmente, acho que Bekah colocou todo o


esforço no início, enquanto eles estavam namorando. Ela viu
isso como uma competição. Ela viu-o como apenas outra
maneira de ganhar. Ela fez de tudo... E eu quero dizer tudo,
para manter Jack, mesmo quando era muito claro que
ninguém sabia o porquê. Em seguida, eles se casaram, e ela
ganhou, - disse Lexi suavemente. — Então, ela não tinha
mais nada para lutar. Jack começou a colocar esforço para
fazer o casamento funcionar... Para salvar o monte de merda
que eles entraram. Mas ela não tinha mais nada para colocar
esforço, embora.

Parker e Brandon olharam para ela com surpresa.


Nenhum dos dois falou.

— O jogo tinha acabado.

335
336
Capitulo 12

Agosto
Um ano de dois meses antes

Chyna se agarrou ao braço de Lexi quando ela tropeçou


para frente. — Você não vai acreditar nas coisas que Adam
pode fazer com a língua.

— Eu não tenho nenhum desejo de saber o que ele


pode fazer Chyna, - Lexi resmungou.

— Não, é sério Alexa. - Chyna riu, enquanto


caminhavam para fora do restaurante.

— Por favor, poupe-me os detalhes de sua vida


amorosa.

— Eu nunca tive que poupar os detalhes antes. Está


ficando chato agora que você tem um emprego, - Chyna
reclamou.

— Chato? Você está brincando comigo agora?

— Eu não posso fazer nada se o seu trabalho e o seu


brinquedinho estão lhe domesticando. Quando você está
comigo, menina, você tem detalhes atrevidos, e nós estamos
indo para a festa, como se nunca você tivesse saído. Tem que

337
compensar o tempo perdido, - disse Chyna assim que o seu
motorista abriu a porta do carro.

As duas entraram no carro de ônix, e ele fechou a


porta.

— Então, nós deveríamos estar encontrando Adam no


lugar de sempre. Ele já está a caminho, - Chyna informou.

No momento, parecia que ela tinha esquecido a


história que ela estava dizendo. Lexi estava feliz em deixá-la
esquecer. Ela inclinou a cabeça para trás contra o interior de
couro preto e suspirou. Era tão bom estar de volta à Nova
York. Ela conhecia muitas pessoas que gostavam da cidade,
mas eles precisavam ficar longe o suficiente dos subúrbios,
do interior, dos fodidos campos de milho para sentirem-se
livres para respirar. Mas Lexi sentia exatamente o oposto.
Era como se os três anos que ela viveu aqui tivessem sido
inculcados em sua própria existência. Atlanta era uma cidade
grande, mas tinha uma energia diferente de Nova York. E
através da poluição, do trânsito, do barulho, da fumaça e dos
resíduos, ela sentia como se pudesse respirar. Toda vez que
ela a visitava, se sentia mais como voltar para casa do que
quando ela voltava para o Sul.

O motorista de Chyna parou em frente ao clube que


sempre frequentava, e deslizou para fora. Uma fila de
quilômetros de extensão já estava envolvendo em torno do
edifício, e Lexi se lembrou da primeira noite, quando ela
conheceu Chyna. Lexi tinha sido uma daquelas meninas que

338
esperam para entrar no clube, e Chyna a tinha puxado para
fora da fila, após Lexi ter reclamado. Lexi tinha certeza que
Chyna tinha ouvido isso um milhão de vezes antes, mas tinha
sido diferente de alguma forma. E agora, eles eram melhores
amigas e tinha sido há quatro anos.

O segurança reconhecia Chyna, e em um instante ele


assobiou de volta, e a corda foi baixada para deixá-la entrar,
Lexi ouviu as ameaças venenosas no seu caminho, enquanto
passava por duas meninas espremidas pela porta da boate
lotada. Elas pegaram as escadas para o salão VIP no andar
de cima, onde Chyna piscou para o segurança para deixá-la
passar. Lexi só balançou a cabeça. Chyna seria sempre
Chyna.

Chyna apontou Adam do outro lado da sala, e eles se


desviaram em direção a ele. Quando se aproximavam, viram
outro corpo colocar dois drinques antes de se voltar a olhar
para as meninas. Um sorriso cruzou seu rosto, e Lexi podia
ver aqueles olhos castanhos olhando diretamente através
dela, naquele momento. Ele era muito malditamente atraente.

— O que ele está fazendo aqui? - Perguntou Chyna,


enrugando o nariz.

— Eu não sei. Adam provavelmente convidou-o.

— Você não?

— Eu não falo com ele, - Lexi disse a ela.

339
Exceto quando ela tinha que falar com ele, quando ele
estava ajudando com a ala médica. Ela o via pelo menos uma
vez por semana, mas não era a mesma coisa. Ele sabia
demais sobre a sua vida, e ela não tinha ideia de quem o
estava informando.

— Deve ter sido Adam então, - Chyna resmungou. —


Se ele foder com meu zumbido, eu vou acabar com ele.

Lexi riu e continuou andando atrás de Chyna para


Adam e John. Chyna correu direto para Adam, que
prontamente se levantou e envolveu-a em seus braços. Lexi
sorriu para a amiga. Ela estava tão feliz por eles. Era bom ver
Chyna em algum tipo de um relacionamento normal. Eles
estavam juntos por mais de um ano e meio, excluindo o seu
curto tempo separado. Lexi sabia um pouco demais sobre o
que tinha acontecido quando Chyna que estava em Milão
para descontar completamente nesse momento, mas
nenhuma das meninas tendia a trazer isso.

— Ei, querida, - disse John, em pé e oferecendo a Lexi


um assento.

— Ei, - disse Lexi, suavemente.

— Vodka cranberry, certo? - Disse John, passando por


ela.

Sua mão roçou o braço quando ele passou, e ela


estremeceu.

— Sim. Como você sabia?


340
Ele apenas sorriu para ela mais uma vez. — Chyna,
Martini?

Chyna olhou para ele. — Vá se foder.

— Eu realmente não estou para isso.

— Eu aposto que sua mão está tendo um ótimo


treinamento, - ela resmungou.

Adam bateu de leve no braço e sussurrou em seu


ouvido.

John apenas balançou a cabeça. Lexi poderia ler todos


os pensamentos girando em sua mente. Ela se lembrou do
que tinha acontecido entre John e Chyna há muito tempo.
Chyna teve um tempo difícil abandonando os ressentimentos.
Ficou claro que o rancor com John ainda estava intacto.

— Martini, - disse ele. — Eu já volto. - Ele estendeu a


mão e apertou a mão de Lexi, seu polegar correndo ao longo
de sua palma, antes que ele se afastasse.

— Eu não o deixaria tocar em você, Alexa. Não sei o


que você pegou, - disse Chyna, olhando atrás dele.

— Chyna. Jesus! - Disse Adam, empurrando-a para


um lugar. — Ele ainda é meu irmão.

— E ele ainda é nojento. Por que você o convidou aqui


esta noite?

341
— Eu estava esperando que você fosse capaz de crescer
por uma noite, - ele disparou de volta.

Chyna deu de ombros. — Eu não acho.

Adam balançou a cabeça e sentou-se ao lado dela. —


Você é insuportável. É uma coisa boa que eu realmente a
amo para caralho.

— Você quer dizer que eu realmente o amo, porra, - ela


disparou de volta, quase como um desafio.

— Se vocês começarem a fazer isso, eu vou embora, -


disse Lexi, estatelando-se ao lado de Chyna.

Chyna deu de ombros. — Onde está o seu


brinquedinho esta noite, afinal?

— Eu já lhe disse que ele tinha que trabalhar.

A nova ala médica foi configurada para abrir em


apenas dois meses, e Ramsey estava trabalhando em torno do
relógio. Considerando esse fato, Lexi estava um pouco
surpresa que John estivesse aqui. Ultimamente, ele estava
em Atlanta quase tão frequentemente ou talvez até mais do
que ele tinha estado em Nova York.

— Teria sido bom me sentar aqui e assistir Ramsey


derrotar John com o olhar de ‘quero te foder’, - disse Chyna.

— Ele não tem o olhar de ‘quero te foder’!

Chyna revirou os olhos. — Seja como for, garota.

342
— Chyna, o seu telefone está tocando, - disse Adam.

— Ugh! Quem está me chamando a essa hora? - Ela


exigiu. Ela tirou o pequeno telefone e olhou para o número.
— Isso é estranho.

— O quê? - Perguntou Lexi.

— É internacional.

— É a sua mãe no exterior ou algo assim?

— Minha mãe não me liga, - disse Chyna, olhando para


o número curiosamente.

— Basta responder, - Adam disse a ela.

Chyna deu de ombros e apertou o telefone no ouvido.


— Olá?

Toda a cor sumiu de seu rosto na fração de segundo


que levou para a pessoa do outro lado do telefone responder.
Lexi nunca tinha visto Chyna parecer tão mortificada em sua
vida. Pode ter havido uma pontada de verde no rosto dela
naquele momento.

— Que porra é essa que você quer? - Ela exigiu sua voz
como gelo.

Lexi e Adam olharam para ela com muito cuidado.


Adam colocou a mão sobre sua coxa. Nenhum dos dois sabia
o que estava acontecendo do outro lado da linha.

343
— Você está falando sério, agora? Isso já tem um ano!
Um ano porra! E você tem a audácia de me ligar depois do
que você fez comigo, porra! - Ela quase gritou para a linha.
Chyna levantou-se rapidamente e começou a gritar mais alto,
— Você colocou-me na lista negra, Marco! Eu não tive um
trabalho de modelagem em um maldito ano!

As sobrancelhas de Adam e Lexi levantaram em igual


proporção. Marco. Era um nome que Lexi não tinha ouvido
falar em um longo tempo. Ele era o designer de moda e ilustre
fotógrafo que Chyna tinha trabalhado e se tornaram amantes
durante o verão passado, quando ela estava em Milão. Ele a
tinha transformado em uma supermodelo e tinha tomado
tudo quando ela o deixou, até o vestido de milhões de dólares
que ela havia usado num baile de gala. Seu desentendimento
havia abalado o mundo de Chyna, depois de ser colocado na
lista negra do mundo de modelagem por roubo.

— Não, - disse Chyna friamente. — Você tem o vestido.


Eu tenho as caixas de presentes que você me enviou. Eu
tenho tudo! A resposta é não.

Chyna tinha chamado Lexi um dia no ano passado,


chorando e usando toda caixa de lenço quando apareceu em
sua casa. Aparentemente, ele tinha toda a peça de roupa que
ela já tinha usado em uma sessão de fotos com ele, cada fita
de sexo, todos os rolos de fotos, e em seguida, tudo o que ela
tinha deixado em Milão. A única coisa que faltava havia sido
o vestido de milhões de dólares.

344
Duas semanas depois, uma mesa gigante tinha
aparecido em seu apartamento. Chyna tinha pensado que
Frederico tivesse importado sem o seu conhecimento, mas
então ela se deu conta de que, na verdade, veio de Milão. Era
uma mesa da casa de ópera, onde ela tinha sido a estrela de
uma festa de gala. Lexi não queria saber o quanto isso
custou. O cara era muito louco.

Lexi realmente queria saber a próxima parte, mas um


retrato nu de Chyna tinha aparecido em seu batente por toda
sexta-feira por três meses. Mas tanto quanto Lexi sabia
Chyna nunca tinha realmente falado com Marco. Então, em
março, tudo tinha acabado e Chyna não tinha ouvido falar
dele novamente... Até agora.

— Eu não dou a mínima para a semana de moda. Eu


não dou a mínima para a porra da sua empresa. Deixei você,
lembra? E então, você me fodeu. Mesmo Corsa que já tinha
me oferecido um emprego, rescindiu a oferta... Então foda-se,
Marco. Vai foder com a vida de outra pessoa. Parece que
Ravenna está gostando, - disse Chyna, lançando o nome da
menina que Marco a tinha substituído.

Houve silêncio por um minuto.

— Não. Para mim chega com essa conversa. Eu não


me importo se você diz que vai levantar a lista negra, filho da
puta. Eu nunca vou trabalhar para você de novo, não na
semana de moda, e não em Milão, não em qualquer lugar.

345
Coloque isso na sua cabeça, e pare de agir tão
desesperadamente, - ela rosnou.

Em seguida, apertou o botão Finalizar e jogou o


telefone de volta na mesa. Ela ainda estava em pé... E ela
estava tremendo. Lexi não sabia se ela estava tremendo de
raiva. De vergonha. Ou de tristeza porque ela teve que
desistir da sua carreira pela segunda vez pelo mesmo homem.

— Chyna, - disse Lexi suavemente, chegando a tentar


consolar a amiga.

— O que está acontecendo? - Perguntou John,


aparecendo naquele momento com uma expressão cautelosa
no rosto e bebidas para as meninas em suas mãos.

— Aquele filho da puta mexeu com meu zumbido, - ela


rosnou. — Me dá isso.

Ela estendeu a mão para o Martini na mão de John, e


ele prontamente ofereceu.

— Eu vou precisar de mais dez desses. - Obrigada.

— Chyna, - disse Adam cautelosamente, em pé ao lado


dela.

Chyna já tinha começado a derrubar sua bebida.

— O que foi aquilo?

Ele arrancou a bebida da mão dela, e ela olhou para


ele.

346
Lexi tinha certeza que ambos sabiam que isso estava
prestes a acontecer. Chyna tinha feito isso muito claro
enquanto gritava de volta ao Marco. Felizmente, o clube
estava lotado, e o lounge VIP estava igualmente lotado.
Apenas algumas pessoas haviam olhado mais para eles
enquanto Chyna tinha repreendido Marco por chamá-la.

— Pegue outra bebida, - disse Chyna, espantando


John.

Ele olhou desafiadoramente para ela, como não havia


nenhuma maneira que ele ia fazer seu lance.

— Chyna, fale comigo, - disse Adam. Ele passou a mão


ao longo da baixa de suas costas e beijou seu ombro
levemente.

Deve ser difícil, namorar alguém como Chyna,


explosiva, um pouco teimosa, muito também de
temperamento forte com a tendência para beber, exagerar e
ser dramática.

— Marco me pediu para ser a estrela de sua semana de


moda. Ele está vindo para os Estados Unidos para
supervisionar sua boutique na Fifth Avenue e começar a
produção para a nova coleção.

— Por que agora? - Perguntou Adam.

— Eu não sei, - ela admitiu. — Eu estava muito


ocupada gritando com ele.

347
— O que ele ganha dando-lhe um trabalho e tirando-a
da lista negra um ano depois? Não parece fazer sentido, -
disse Adam.

Oh não! Lexi viu aonde isso ia. Ela tinha certeza de


que Adam já sabia a resposta para essa pergunta, mas talvez
ter Chyna admitindo e colocando para fora ajudaria.

— Não é óbvio? - Chyna cuspiu. Ela virou a cabeça


para Adam e parecia estar olhando fixamente por cima do
ombro de John. — Ele me quer de volta. Eu fui à única que
escapou.

— Bem, ele não pode tê-la, - disse Adam. Ele agarrou-


a em torno da cintura e apertou-a contra o peito. — Você é
minha. Eu não me importo quem diabos é esse cara.

— Ele é realmente um cara muito legal. E ele dirige um


Bugatti, - disse John, colocando a bebida de Lexi para baixo
na frente dela.

Então, ele tomou o assento ao lado de Lexi. Ela estava


determinada a não ser perturbada por sua proximidade.

— E como você o conhece? - Perguntou Lexi.

— Eu trouxe a sua empresa de vestuário para os


Estados Unidos, da Itália. Ele é um cliente Global, - John
informou.

— Oh.

— Sim, - disse Chyna, sacudindo a cabeça.

348
Lexi viu que Chyna sabia que tinha algo, e ficou se
perguntando se ele tinha alguma coisa a ver com o porquê
Chyna não gostar de John.

— Bem, na verdade, nada disso importa, - disse Adam.


— Chyna não vai trabalhar para ele. Não vale a pena.

— Não, não vale, - disse Chyna melancolicamente.

Lexi sabia o quão difícil tinha sido para Chyna desistir


de uma coisa em que ela era bastante surpreendente e
também tinha apreciado muito.

— Tanto faz. Talvez devêssemos sair daqui, - Chyna


sugeriu.

— Aonde você quer ir? - Perguntou Adam.

— Devemos voltar para a minha casa. Tenho certeza


de que poderíamos ter a nossa própria festa juntos.

Adam balançou a cabeça. — Por que não vamos


apenas dar uma volta? Central Park?

— À noite, - ela perguntou, franzindo o nariz.

— Nós vamos ficar em áreas bem iluminadas. Não


fecha antes de 01:00h.

Chyna deu de ombros. — Você quer? - Ela perguntou


a Lexi. Chyna claramente não se importava com a opinião de
John.

349
— Com certeza. - Lexi sabia que Chyna precisava ficar
longe do que tinha acontecido com ela.

Beber para se livrar dos seus problemas sempre tinha


sido seu mecanismo de enfrentamento, mas Lexi sabia que
não iria realmente ajudar Chyna. Talvez ela apenas estivesse
tentando fazer com que sua mente ficasse fora.

Eles terminaram suas bebidas rapidamente e, em


seguida, saíram da boate lotada. O carro de Chyna estava
esperando por eles. Lexi forçou John no banco da frente para
ela fugir do lado de Chyna. John disse ao homem para onde
deixá-los, e eles foram levados pela cidade.

Chyna se aconchegou no braço de Adam, e Lexi


deixou-os no seu sussurro privado. Ela não precisava ouvir o
que eles estavam dizendo para saber que Adam estava
tentando animá-la. Lexi olhou pela janela a paisagem que
passava. John olhou para ela uma vez e sorriu
tranquilizando-a. Ela lançou os olhos para as luzes da cidade
e tentou não pensar em nada, mas na razão por que ela
estava aqui... Para sair com Chyna.

As coisas tinham sido muito agitadas no trabalho, e


Lexi estava realmente feliz por ter conseguido um tempo para
visita-la. Ela desejava que Ramsey tivesse sido capaz de se
juntar a ela, mas ele estava tão sobrecarregado no trabalho.
Às vezes, ela sentia como se visse Jack tanto quanto Ramsey,
nos dias de hoje, o que era tão bizarro. Não era verdade, mas
Ramsey estava incrivelmente ocupado, trabalhando todas as

350
horas do dia e fazendo tudo o que podia para poder fazer a
ala médica entrar em funcionamento. Metade do tempo ela só
queria dizer-lhe para fazer uma pausa, para abrandar. Ela
não queria nada disso, para começar, e ele estava
sobrecarregando-se por fazê-lo. Isso tornava tudo uma
situação tensa, mesmo que ele não tivesse a intenção que
fosse dessa maneira. Como ele estava sempre no escritório
em uma situação tensa, era uma luta para não trazê-lo para
casa. Nenhum deles estava conseguindo isso. No entanto,
eles estavam tentando levar um dia de cada vez.

O motorista parou no Central Park, na 72 Street com


Fifth Avenue, e todos os quatro desceram. Chyna disse ao
motorista que iria precisar dele mais tarde, à noite, e ela teria
Adam chamando para deixá-lo saber quando voltar. Quando
o motorista os deixou eles desceram na entrada bem
iluminada do parque.

Chyna e Adam assumiram a liderança, e Lexi seguiu o


passo ao lado de John. O parque estava bastante deserto a
esta hora da noite, e isso fez Lexi ficar ansiosa, até mesmo
sobre os caminhos iluminados. Ela tinha ouvido histórias de
horror de pessoas sendo sequestradas no parque. Mas
pensando nisso não fazia nada para aliviar sua ansiedade.

— Então, eu não sabia que você trabalhou com o


Marco, - disse Lexi levemente.

351
— Eu tenho certeza que tem algumas coisas que você
não sabe sobre mim, - disse John. Seu sorriso de resposta
era brilhante. Ele iluminou todo o seu rosto.

— Isso é provavelmente verdade, - disse ela, desviando


os olhos de volta para o caminho à sua frente. — Como quem
é a pessoa que está alimentando-lhe informações sobre mim.
Você sempre parece saber alguma coisa...

— Como o evento desta noite da Bridges Enterprise, -


disse John de improviso.

— Espere o quê? - Perguntou Lexi, virando-se para


encará-lo.

— Há algum evento para os funcionários de nível


superior de toda a empresa. Eu acho que, basicamente, é um
grande tapinha nas costas. Estou um pouco surpreso que
você não estará lá.

Lexi olhou para ele, espantada. Ramsey teria


comentado isso com ela? Ela não conseguia se lembrar. A pior
parte é que era perfeitamente possível que ele tivesse, e ela
tivesse esquecido. Ela não queria ir para aos eventos se
Bekah estivesse lá. Para não mencionar, esta semana foi o
aniversário de casamento de Jack e Bekah. Pensar sobre isso
era de contorcer o estomago, e ela não queria estar na cidade
para a ocasião. Ela tinha ficado muito desesperada para sair
de Atlanta, então ela deve ter perdido Ramsey dizendo a ela
sobre isso, porque ele certamente não teria desejado que ela
saísse. Esta era uma grande coisa para segurar.
352
— Você sabia sobre isso, certo? - John sondou.

— É... Eu acho que eu esqueci, - ela mentiu.

— Alguém já lhe disse que você é uma péssima


mentirosa? - John ergueu as sobrancelhas.

— Muitas pessoas.

— Fiquei surpreso de encontrá-la aqui, depois do que


estava acontecendo. Pensei que seu namorado queria que
você estivesse lá.

— Não fale sobre ele. Tenho certeza de que Ramsey


disse sobre isso. Tenho estado ocupada e eu tinha essa
viagem já planejada... - Ela parou de falar quando seu sorriso
cresceu. — O quê?

— Você sempre o defende.

— Ele é meu namorado.

— E ele é uma merda no trabalho.

— Eu não sei por que você tem uma opinião tão


negativa de seu chefe, - ela cuspiu de volta.

— Ele não é meu chefe. Eu trabalho para a Global, e


agora, eu trabalho com Jessica. A empresa só é um cliente
da Global.

— Agora, quem está agindo na defensiva?

353
John riu. — Você é linda quando você está mal
humorada.

Essa não era a primeira vez que ela tinha ouvido isso.

— Hum... Obrigada, - disse ela, colocando uma mecha


de cabelo atrás da orelha.

Pelo menos ele não sabia que era seu sinal indicador de
ansiedade.

Com um sorriso, ele empurrou outra mecha para trás


da orelha dela. — Não há necessidade de ficar nervosa
querida.

Ela ficou boquiaberta. Mas que diabos? Como ele


sabia disso? Ela não tinha ficado tempo suficiente em torno
dele para ele soubesse pequenas coisas como essa.

John balançou a cabeça e riu de novo com a reação


dela. — Dê-me um pouco de crédito, querida. Eu presto
atenção.

— Já passou um ano desde que eu terminei com você.


Eu não sei o que você está fazendo, mas tem que parar, - ela
sussurrou.

Ela não queria que Chyna e Adam ouvissem a


conversa ou a seriedade em sua voz. John não a tinha
perseguido como ela tinha esperado. Se ele não soubesse
muito sobre ela o tempo todo ela diria que ele teria desistido.
Mas o brilho em seus olhos e aquele sorriso arrogante disse-

354
lhe o contrário. Ela era um desafio. Na verdade, ela tinha
estabelecido o desafio para ele, e ele estava tentando
encontrá-la. É evidente que não se importava se ela não
queria que ele continuasse, porque ele ia fazer de qualquer
maneira.

— Eu vou parar quando seu coração não saltar uma


batida quando você me vir, - ele disse para ela, confiante.

Lexi abriu a boca para discutir com ele, mas Adam


cortou-os. — Ei, vocês dois. Vamos.

Tinham chegado a Fonte Bethesda, no centro do


parque. Era uma bela exibição. Duas escadas gigantes
levaram até uma ponte que dava para a área da fonte. A
ponte tinha sete arcos iluminados por baixo, com a famosa
estátua do Angel of the Waters em cima dela. Descrito como
um anjo bonito, a estátua representava a bênção da piscina e
as suas capacidades de cura como referenciados a partir do
Evangelho de João. Passando a fonte, a passarela
emparedada se abria para uma visão à beira do lago.
Durante o dia, a área era tipicamente cheia de famílias e
casais remando sobre os pedalinhos alugados.

— É tão bonito à noite, - Lexi murmurou, seguindo


Chyna e Adam para o lago.

— É perfeito, - disse Chyna.

Uma leve brisa agitava o cabelo preto de Chyna no seu


rosto, e ela sorriu para o seu namorado bonito. Olharam a

355
imagem perfeita naquele momento. John ficou ao lado de
Lexi, e mesmo que houvesse um monte de perguntas sem
resposta, eles compartilharam um momento em que ambos
estavam felizes por Chyna e Adam. Lexi sempre quis que a
sua melhor amiga estivesse com alguém que a tratasse como
Adam fazia. Apesar das diferenças entre Chyna e John, ele
parecia muito feliz que seu irmão estava tão apaixonado.

— Você é perfeita, - Adam sussurrou.

Ele beijou Chyna suavemente na boca, e quando ele se


afastou, ele afundou lentamente a um joelho.

A mão de Chyna voou para o seu coração. Lexi


congelou. John colocou a mão nas costas de Lexi para mantê-
la estável, e ela olhou para cima em seus olhos cor de avelã
por apenas um segundo. Ele sabia. Ele sabia o tempo todo o
que estava acontecendo.

— Oh meu Deus, - Chyna respirava.

Adam puxou uma caixa azul do bolso e abriu-a para


revelar um anel de noivado. — Você é a pessoa mais perfeita
que eu já conheci. Você é a pessoa que eu quero passar o
resto da minha vida. Quer se casar comigo?

Era tudo tão simples naquele momento. Tudo se


encaixava. Sua melhor amiga estava se casando. Lexi nunca
pensou que veria este dia.

— Então, isso é o que você estava escondendo? - Disse


Chyna. Ela quase se engasgou com as palavras.
356
Adam riu e acenou com a cabeça. — Eu nunca
esconderei mais nada de você.

— Bem, você vai responder a ele ou o quê? - John


brincou.

— Bem, sim, claro, eu vou me casar com você, - disse


Chyna.

Ela jogou a mão para fora na frente dele, e Adam


colocou o anel em seu dedo anelar esquerdo.

— Eu a amo, - disse Adam, em pé, pegando-a e


puxando-a para ele.

— Eu também o amo.

John e Lexi os observaram por um minuto antes de


voltar a dar-lhes a sua privacidade. Eles fizeram um passeio
ao redor da fonte e, em seguida, Lexi se sentou na borda.
John sentou-se ao lado dela e esticou as longas pernas.

— Eu não posso acreditar que Chyna vai se casar, -


Lexi disse-lhe com sinceridade.

— Ela realmente não parece o tipo.

— Não, ela não é.

— Especialmente em comparação com a melhor amiga


dela, que ainda não está comprometida, - disse ele,
empurrando-a nas costelas levemente.

357
— Você é um idiota, - disse ela. Ela balançou a cabeça
para ele. — De qualquer forma, não é como se eu ainda
quisesse ficar noiva, ou casada, ou qualquer coisa. É apenas
essa coisa estranha, vendo isso acontecer com meus amigos.

— Você não quer se casar? - Questionou. — Para


alguém que coloca um monte de esforço em seus
relacionamentos, com certeza você age como alguém que
quer.

Lexi deu de ombros. — Faculdade de Direito foi o meu


primeiro objetivo. Eu não me importava com dois, três, ou
quatro.

— Quer dizer que sim, se ele lhe pedisse? - Perguntou


John, pensativo.

— O quê? Oh, Ramsey... Eu não sei. Eu não pensei


sobre isso, - disse Lexi.

— Você realmente não é como as outras meninas, não


é?

— Acho que não, - disse ela, em pé e tirando a poeira


de seu vestido. Ela não queria continuar a ter esta conversa
com John. — Você não parece ser do tipo que se casa
também.

Ele se levantou, elevando-se sobre ela, e deu-lhe o


sorriso mais bonito. — Acho que somos um par, não é?

358
Lexi riu, empurrando-o para trás um passo. Não foi
uma boa ideia tê-lo tão perto dela. Ela não podia negar sua
atração, não que ele fosse estúpido o suficiente para agir
sobre ela de novo.

— Continue sonhando.

— É onde eu sempre encontro você.

Lexi revirou os olhos. — Vamos encontrar os


pombinhos. Vamos?

Eles descobriram Chyna e Adam ainda aos beijos.


Eles estavam pressionados tão bem juntos, que nem mesmo
um centímetro de espaço entre eles estava em qualquer lugar.
Lexi estava feliz porque o quarto de hospedes não era perto
do quarto de Chyna. Lexi tinha medo que ela pudesse ouvir o
que estava acontecendo através de várias camadas de
paredes.

Ela e John conseguiram erguê-los. Eles saíram do


Central Park, quando o relógio bateu uma hora, e o parque
foi fechado.

A viagem de carro de volta para a casa de Chyna foi


curta e um pouco desconfortável. A atração física de Chyna e
Adam normalmente retido em público foi embora na noite.
Lexi não podia culpá-los. Eles ficaram noivos, depois de
tudo.

359
Lexi só olhava para frente, até que chegou a sua porta.
John abriu a porta e deixou todo mundo sair do carro mais
uma vez.

— Eu sei que você vai ficar arrasada, mas eu vou voltar


para a minha casa agora, - disse John. Ele encostou-se ao
carro e deu um olhar convidativo para Lexi. — Você quer se
juntar a mim? Eu não posso garantir que vai ser mais
silencioso do que a casa da Chyna.

— Você sabe que eu não tenho nenhuma intenção de


voltar com você, - disse Lexi, dando um passo para trás.

— Vamos lá, - ele persuadiu. — Você vai ter um bom


tempo.

— E ninguém tem que saber, - ela falou com um aceno


de cabeça.

— Eu prefiro que todos saibam pelo menos todo do


andar.

— Oh meu Deus, - disse Lexi. — Eu tenho que ir. Boa


noite, John.

— Se você mudar de ideia, me ligue. - Seus olhos


brilhavam com malícia. Ele claramente gostava de provocá-
la.

Passando rapidamente, ela seguiu Chyna e Adam de


volta até o apartamento, tentando empurrar as tentativas de
John para levá-la para casa com ele fora de sua cabeça. Ela

360
sabia muito bem o que uma noite em seu apartamento
implicava. Ela tinha vivido isso há um ano atrás... E não era
algo que ela deveria pensar quando ela estava sozinha.

~~*~~

Lexi acordou na manhã seguinte com seu telefone


zumbindo ruidosamente em seu ouvido. Foda-se! Onde tinha
colocado aquela coisa maldita? Ela olhou ao redor, com os
olhos turvos por um segundo, antes de perceber que estava
realmente embaixo do travesseiro.

Sufocando um bocejo, ela apertou o botão. — Olá?

— Lexi, - disse Ramsey no telefone.

— Ei, baby, - ela murmurou, bocejando.

— Acordei você?

— Sim, mas está tudo bem. Apenas deixe-me acordar,


- disse ela, caindo para fora da cama e alongando.

Depois de um minuto de alongamento, ela se lembrou


de tudo o que aconteceu na noite passada. Jantar, o clube,
Marco, John dizendo a ela sobre a festa da Bridges, a
proposta... Que noite!

— Você ainda está aí?

361
— Sim. Como você está? - O que ela queria perguntar
era por que ele não tinha contado a ela sobre a festa.

— Eu tive uma noite interessante.

— Eu também. Adam propôs casamento.

— O quê? Uau. Bem, isso é maravilhoso. Estou


assumindo que Chyna disse sim.

— Ela disse. Eu queria que você estivesse aqui.

— Eu gostaria de ter estado com você, também. Muito


mais do que lidar com o que eu acabei por lidar, - disse ele,
parecendo abatido.

— O que aconteceu? Esteve presente na festa da


empresa que você não me convidou? - Perguntou Lexi.

Ela não tinha pensado que iria falar, mas ela tinha
imaginado isso a noite passada. Ele provavelmente tinha
saído com Parker em vez de com ela. A imaginação de Lexi
tinha conseguido o melhor dela, e ela não tinha sido capaz de
se concentrar em qualquer outra coisa.

— O que quer dizer, eu não lhe disse? Eu disse-lhe um


par de semanas atrás, mas você estava decidida a ir para
Nova York, - disse Ramsey defensivamente.

— Eu não me lembro de você me dizendo, - disse Lexi


timidamente. Se ele disse a ela?

362
— Então, como é que você sabe sobre isso? – Ele
questionou.

Lexi mordeu o lábio. Havia sempre a possibilidade de


que ela colocasse a culpa em Jonh, quando saiu com Chyna,
mas ela e Ramsey só não tinham realmente falado sobre isso.

— John me disse.

— Ah, eu sabia que tinha sido ele, mas eu não sabia


que ele tinha sido convidado, - disse ele, com a voz rouca.

— Ele estava aqui para a proposta de casamento.

— Certo. - Ele não soava como ele tivesse acreditado


nela.

— Isso não muda o fato de que eu não me lembro de


alguma vez você ter me contando sobre este evento. Você não
achou que eu gostaria de ir?

— Eu tentei falar sobre isso, Lexi. Você estava uma


espécie de ausente, recentemente.

— Eu tenho ficado em torno, mais do que você acha.

— Eu quis dizer mentalmente... Você fica fora muito


tempo. Eu não sei se é estresse, mas você não fica realmente
nem aqui nem lá. Eu preciso que você volte para casa, -
disse ele abruptamente.

— Casa? Por quê? Eu tenho que estar em Nova York


por mais dois dias. - Ela não queria desistir de suas férias.

363
— Eu só... Preciso de você aqui.

— Ramsey, que diabos está acontecendo? - Lexi


perguntou confusa.

Com a ala médica agora, ele normalmente não


precisava dela ao redor. Por que ele precisava dela para voar
de volta para Atlanta no fim de semana que ela tinha de folga?

— Eu estou indo para reservar-lhe um voo. Certifique-


se de fazê-lo, certo? Eu pediria a Chyna o jato particular,
mas eu acho que posso estar exagerando. Eu não tenho
certeza embora. Você acha que ela se importaria? Ela
provavelmente não o faria, mas eu odeio... - disse ele,
divagando sobre si mesmo.

— Ramsey, - ela retrucou. — O que é isso tudo?

Ele respirava pesadamente no telefone. Ela quase podia


ouvir seu cérebro trabalhando, tentando encontrar uma
maneira de dizer a ela. Alguma coisa tinha acontecido. Ela
não sabia o que era, mas tinha a sensação de que era ruim.
Tudo sobre isto parecia errado, e ela estendeu a mão para o
estribo na cama no quarto de hóspedes de Chyna.

— O que é isso? - Ela sussurrou novamente.

— Você está sentada?

— Não.

— Então... Então, acho que você deve sentar-se em


primeiro lugar, - disse ele em voz baixa.

364
Lexi foi até a espreguiçadeira no quarto e sentou-se
pesadamente. Seu estômago estava em nós, e ela não podia
deixar de empurrar automaticamente seu cabelo para trás da
orelha. Ela estava pronta para o seu coração quebrar. Ela
estava pronta para o seu mundo inclinar. Ela estava pronta
para o que ele tinha para repartir com ela. Ela podia
aguentar. Ela havia passado por pior que qualquer coisa que
ele pudesse dizer agora. Certo?

Deus, ela não queria nem saber. Naquele momento, a


última coisa que ela queria era ouvir algo que estava para
despedaçá-la. Não tinha ela tido o suficiente? Ela não podia
viver a vida perfeita de alguém, pela primeira vez?

Lexi se preparou no braço e suspirou. — Eu estou


sentada.

— Eu realmente sinto muito que eu tenho que dizer


isso... Que nada disso está sendo levantado. Eu realmente
odeio que você tenha que ouvir isso por telefone quando eu
não posso ver a sua reação, tranquilizá-la, prendê-la em
meus braços. Eu só estou... Sinto muito sobre um monte de
coisas.

A maneira como ele falava com ela era como seu


coração estivesse partido. Ela quase podia imaginá-lo sentado
em seu apartamento, desgrenhado e despenteado, ainda
vestindo a roupa da noite anterior.

365
Ela apertou o telefone mais duro em sua mão. Ela não
achava que ela poderia preparar mais para o que ele estava
prestes a dizer a ela.

— Eu tive um processo de assédio sexual contra mim,


por parte de uma empregada anterior. Era uma menina,
Elisa, que trabalhava em um dos clubes que eu consegui.

A boca de Lexi caiu. Ela tinha pensado que estava


preparada para isso... Mas ela não estava. Ela não poderia
ter se preparado para isso. O assédio sexual... Quando
aconteceu?

— Ela alega que fez sexo... - disse ele, com a voz tensa.
— E que, quando ela ficou grávida, ela foi forçada a tirar. Ela
tem um filho, não tem bem um ano de idade. Ela afirma que
ele é meu.

Sua visão nadou. Um bebê. Uma prostituta do clube


teve um menino com o seu namorado.

Oh, meu Deus!

Não.

Não poderia ser possível. Não podia ser.

Ramsey não poderia ter um filho com outra pessoa.


Ele tinha evitado o escândalo com Parker. Os clubes tinham
sido apenas uma distração. Ramsey nunca dormiria com as
empregadas. Ele nunca iria forçar a saída de mulheres
grávidas. Ele nunca teria um filho que ele não sabia.

366
Espera... Ainda de um ano de idade!

Isso quer dizer... O bebê teria de ser concebido quando


eles estavam namorando. Isso significava que Ramsey a teria
traído.

Ela nem sequer tinha palavras nesse momento. O que


ela poderia dizer sobre isso?

Ramsey continuou rapidamente: — Não é verdade.


Nada disso é verdade. Elisa é uma cadela. Eu nunca, nunca
teria feito qualquer das coisas que ela disse. Não há
nenhuma maneira que ela possa provar. Ela está tentando
capitalizar sobre a publicidade e o sucesso da ala médica. Ela
quer seus quinze minutos.

— Ela está fodendo com a minha vida por seus quinze


minutos, - Lexi rosnou.

Ele suspirou profundamente. — Eu sei. Eu gostaria


que nada disso tivesse acontecido. Eu gostaria que ela tivesse
escolhido outra pessoa para esta besteira. Não é justo com
você ou a empresa. Eu gostaria que ela não estivesse
tentando nos arrastar pela lama para conseguir um pouco de
dinheiro. - Ele fez uma pausa. — Vai bater a notícia hoje...
Amanhã, o mais tardar. Eu queria você aqui comigo.

Lexi rangeu os dentes. Só o que ela queria tratar. — O


que você vai fazer sobre isso?

— Nós já pedimos um teste de paternidade, estamos


programando o mais rápido possível, - disse ele.
367
— Você vai colocar um advogado em cima?

— Claro. Nós vamos ter um advogado que trabalha na


logística. Nós realmente só queremos que isso vá embora com
o menor dano possível.

— Mas você vai provar que ela está errada, não é? -


Perguntou Lexi. Ela sabia que tinha uma visão,
inerentemente, do sistema legal, mas ainda assim, ela queria
justiça. — Se você é inocente, você vai ser capaz de provar
isso.

— Estamos minimizando os danos, - disse ele em voz


baixa. — A empresa não se importa se é verdade ou não...
Contanto que seja varrido para debaixo do tapete e não tenha
impacto sobre a ala médica.

— Mas eu me importo se é verdade ou não.

— E você tem a minha palavra, Lexi, que isso não é


verdade, - disse ele, sério.

E tudo o que podia pensar com a percepção de que ela


provavelmente nunca saberia o que realmente aconteceu foi
que... A palavra de Ramsey nunca tinha realmente significado
muito.

368
369
Capitulo 13

Presente

O natal tinha sido quase tão estranho como Lexi nunca


tinha experimentado, com a família Bridges.

Ela e Ramsey tinham decidido que eles estavam para


fazer suas próprias coisas na manhã da véspera de Natal,
sair com seus pais naquela noite, e depois ir para casa dos
pais dele no período da manhã para comemorar com eles.
Tinham passado menos tempo com a sua família, uma vez
que viviam mais longe e pensava que seria agradável passar
um pouco mais de tempo com eles no feriado. Sua mãe
queria ajudar com os preparativos do noivado, e seria uma
boa desculpa para falar com ela sobre isso.

Isso deveria ter funcionado. Deveria ter sido bem,


exceto os que pais dele tinham decidido que eles iam festejar
o feriado no country club na véspera de Natal, depois da
igreja, onde a mãe de Ramsey estava hospedando este ano.
Então, Ramsey e Lexi não seriam capazes de fazer qualquer
tipo de celebrações com sua família dela naquela noite. Lexi
disse que poderia ir para a casa de seus pais na noite de
Natal, mesmo que ela não tivesse tanto tempo com eles, e

370
então eles iriam passar mais tempo com sua família no
grande dia.

Mas, é claro, Ramsey era esperado para estar na festa


na noite de Natal também. Uma grande parte sua queria que
Ramsey fosse o homem rebelde que ela tinha se apaixonado.
Ela queria que ele dissesse aos seus pais que não, e ela só
queria que ela e Ramsey fizessem suas próprias coisas.
Cristo, ela teria ficado feliz em simplesmente ignorar tudo
isso, sentar se em torno de sua sala de estar, e abrir os
presentes, sem ninguém por perto. Eles poderiam ter comido
rolos de canela e assistir Rudolph e a Rena do Nariz Vermelho.

Ramsey não era mais aquela pessoa. Ele tinha


assinado a sua alma para o diabo, quando ele tinha
concordado em trabalhar para seu pai. Expectativas vieram
com isso, e mesmo se Ramsey odiasse o clube, ele não faria
nada para arriscar o negócio que ele havia criado e agora
amava.

Tinham passado véspera de Natal no clube de campo


da família Bridges. Não tinha sido muito ruim. Parker não
tinha aparecido, e Bekah havia deixado Lexi sozinha. Ela
tinha estado muito ocupada recebendo todas as simpatias
para as terríveis circunstâncias por trás de seu divórcio. Lexi
tinha tentado evitar, revirando os olhos.

Eles tinham passado a noite na casa de seus pais e


abriram os presentes com eles na parte da manhã. Tinha sido
completamente diferente do que ela estava acostumada. Um

371
designer de interiores tinham decorado tudo, e todos os
pacotes tinham ficado perfeitamente juntos debaixo da
árvore. Seus pais geralmente usavam qualquer papel de
embrulho para fazer os pacotes. Eles gostavam de exagerar,
também, e eles iriam receber uma tonelada de pequenos
presentes para preencher a capacidade da árvore.

Lexi e Ramsey não tinham sido capazes de escapar do


clube de campo até meados da tarde, e no momento em que
eles chegaram à casa de seus pais, eles já haviam comido,
pensando que ela não iria aparecer. No geral, isso tinha sido
mais estressante do que precisava ser.

No próximo ano, ela estava determinada a fazer melhor.


No entanto, sua mãe lhe dissera sobre o quanto difícil tinha
sido para acomodar os horários de todos quando eles se
casaram, e às vezes era apenas melhor fazer suas próprias
coisas e ver as pessoas quando pudesse.

Lexi sorriu e concordou. No ano que vem.

O Ano Novo foi sem interocorrências.

Lexi tinha ficado gripada e não podia sair de casa. Ela


havia ficado muito chateada porque eles tinham planejando
passar o fim de semana na Flórida, em sua casa de praia,
longe do resto do mundo. Certo será dizer que Lexi não tinha
sido capaz de fazer a viagem, por isso, eles tinham acabado
de cozinhar em frente da lareira e viram a bola cair no
conforto de sua própria sala de estar.

372
Uma vez que ela tinha superado sua doença, eles
tinham tirado fotos de noivado. Lexi pensava que eles eram
uma espécie de brega, mas o planejador do casamento tinha
insistido em fazer os cartões de casamento.

Tudo parecia estar acontecendo tão rápido. Um dia,


Ramsey tinha proposto, e cinco meses depois, eles haviam
escolhido uma data no final de outubro. Agora, eles estavam
mandando as datas para seus convidados.

Tudo parecia um pouco surreal.

~~*~~

Lexi entrou no pequeno restaurante mexicano em


Buckhead e sentou-se no canto de trás. Seu novo cliente
realmente não era a pior coisa que ela já tinha sofrido, por
isso ela estava de volta em uma programação normal, onde
ela realmente... Comia. Isso era um luxo!

— Ei, Lex, - Jack disse, quando ele se aproximou da


mesa. — Desculpe o atraso.

— Eu acabei de chegar aqui.

Um garçom veio e trouxe bebidas antes de desaparecer


com a mesma rapidez.

— Como está o trabalho? - perguntou Jack.

373
— Tudo bem. Nada a reclamar.

Lexi sempre sentiu o peso de seu anel de noivado


durante esses encontros. Ele nem sequer tinha que dizer
nada. Ele poderia apenas olhar para ela com aqueles grandes
olhos azuis e ela sabia...

— Como é o apartamento? - Ela perguntou assim ele


parou de olhar para ela.

— Eu encontrei um lugar um par de dias atrás. Não é


tão bom como o que eu tinha antes... Mas eu realmente não
preciso de muito. Eu sempre fui mais de coisas simples.

— Diz o homem que dirige um BMW, - ela brincou.

— Você também tem o dos Bridges. - Ele apenas deu de


ombros, derrotado.

Ele nem tem como dizer o nome agora. Ela não


perguntou mais sobre o trabalho. Era evidente que não era
uma situação ideal. Ele era muito infeliz lá, lidando com
Bekah.

— Eu acho que sim.

— É meio estranho, ter meu próprio lugar. Realmente...


Tranquilo, - disse ele.

Lexi assentiu. Ela nunca teve seu próprio lugar antes.


Durante toda a faculdade e pós-graduação, ela tinha tido
companheiros de quarto, e agora, ela vivia com Ramsey. Ela
podia imaginar um mundo sem outras pessoas sendo muito

374
tranquilo, especialmente depois de viver com alguém como
Bekah.

— Você deve vir vê-la algum dia.

— Sim, claro, - disse ela, porque, Deus, ela se sentia


mal por ele.

Esta não era uma sensação que ela estava acostumada.


Jack era para estar no controle. Ela teve muita dificuldade
para entender a pessoa à sua frente.

E então, seus olhos se encontraram, e ela se lembrou.


Ele ainda era Jack.

— Como está o processo de divórcio? - Lexi perguntou


sobre o elefante na sala.

Jack encolheu os ombros novamente. — Richard diz


que as coisas estão indo bem. Ele conseguiu que eles
concordassem com a mediação.

— Isso é ótimo! Se você pode resolver isso fora dos


tribunais, será melhor.

— Eu acho. Isso é o que ele vive me dizendo.

— Quando é que isso começou?

Jack riu ironicamente. — Esta tarde, na verdade. Eu


tenho que atender Richard após este passar por cima de
nosso caso e como querem lidar com processos. Então, nós
estamos indo direto para a mediação.

375
— Bem, boa sorte. Que tipo de resultado que ele quer?

— Cinquenta por cento de divisão, - disse a ela.

Mas alguma coisa em sua postura mostrou-lhe que ele


estava pensando em algo mais. Ela só queria chegar até ele,
mas ela não ousou se mover.

— O que você quer? - Ela sussurrou.

— Eu quero minha mulher de volta, - Jack respondeu


honestamente.

Lexi não poderia deixar de estremecer. Bekah e a


palavra esposa nunca tinham sentado bem com Lexi. E
certamente não agora, quando a cadela estava trabalhando
tão duro contra ele.

— Você quer?

— Sinto-me como um idiota que eu não vi isso antes.

— O quê? - Perguntou Lexi.

— Bekah é um pouco cadela.

— Um pouco? - disse Lexi rindo.

— Estou atrasado nesse joguinho, - ele disse,


timidamente.

— Um pouco.

376
— Eu não sei como eu perdi. Quando estávamos
namorando... - Jack parou, balançando a cabeça. — Você
provavelmente não quer ouvir isso.

Lexi suspirou baixinho. Jack precisava dela. Ele não


tinha mais ninguém, e se ele precisava reclamar de Bekah,
Lexi poderia escutá-lo. Ela nem sequer gostava de pensar
sobre Bekah. Pelo menos, se ela tivesse que adicionar um
defeito lá de vez em quando, então pode valer a pena.

Ela se forçou a continuar. — Você pode falar comigo.

— Você sabe que você é uma coisa maravilhosa, não é?


- Ele perguntou, olhando para ela, do outro lado da mesa.

Seu coração saltou de seu peito, e ela colocou uma


mecha de cabelo atrás da orelha. Olhando para ela como
quem deve ser banida. Não era justo que ele ainda tinha
muito controle sobre seu corpo.

— Hum... Obrigada.

— Você e sua obsessão com o seu cabelo...

— Isso tem um efeito calmante!

Jack riu. — Eu só estou brincando com você. Eu


gosto. Ele me diz o que está pensando, sem ter que pedir.

— Você sabe o que eu estou pensando de qualquer


maneira. - Pelo menos, eu sempre me senti assim.

377
— Eu tenho certeza que se eu soubesse em que você
estava pensando, sem pedir, eu não teria sido tão idiota, -
disse ele.

O silêncio permaneceu entre eles quando Lexi olhou


para ele. Ele não estava fazendo isso fácil. Parte dela achava
que ficar em torno de Jack era tão fácil. Ele simplesmente
pegou. Eles tinham estado em torno por tanto tempo que ela
não tinha que se explicar. No passado, ele sabia exatamente
quando e onde tocá-la. Ele a conhecia. Mas então, havia
coisas sobre Jack, que eram tão difíceis, como a sua
necessidade de buscar sempre alguém, o peso pesado da sua
história, a dica de desejo que sempre surgiu entre eles,
espontaneamente, nos momentos mais inoportunos. Tanta
coisa estava lá entre eles, girando em torno, que, às vezes,
parecia sufocante. E Lexi apenas desejou que ela pudesse ver
o passado nessas emoções.

O garçom interrompeu-os colocando as bebidas e


fazendo seus pedidos. Lexi não estava com tanta fome, para
começar, e a volta da conversa não parecia ajudar.

Quando o garçom desapareceu, Jack começou a falar


novamente. — O que eu estava dizendo antes, é que quando
Bekah e eu estávamos namorando ela era uma pessoa muito
diferente, pelo menos para mim. Ela era doce, sincera e agia
como se ela me amasse. Ficávamos juntos o tempo todo. Eu
estava hesitante sobre me casar com ela. Eu estava
preocupado que ela estava dentro de mim um pouco mais do
que eu estava dentro dela.
378
Lexi rangeu os dentes. Ela queria sacudi-lo. Ela queria
chegar em cima da mesa e bater algum sentido para ele. Ele
não sabia o que tinha feito por ser tão estúpido? Argh! Ele só
fez seu sangue ferver.

— Então, nos casamos, e as coisas estavam bem por


um tempo. Nós dois tivemos que nos ajustar, a viver juntos
em nossa nova vida. Eu acho que você poderia chamá-lo de
efeito da lua de mel, mas então algo aconteceu. Ela mudou.
Ela parou de se importar comigo, sobre qualquer coisa. Eu
não sei o que aconteceu. Talvez ela só tivesse descoberto que
ela tinha cometido um erro. Em qualquer caso, ela não era a
mesma pessoa que eu conheci. E ela é ainda pior agora.

— Então, eu acho que este divórcio é para o melhor, -


disse Lexi suavemente.

Lexi sabia que era. Ela sabia que ele não deveria nunca
ter se casado com Bekah, mas Lexi não poderia mudar o
passado.

— Lexi, a pior parte de tudo isso é que eu realmente


tentei fazer dar certo.

— Eu sei Jack, - ela sussurrou.

— Como você sabe?

— Eu estava lá, - ela lembrou.

— Mas há algo mais nessa afirmação. - Ele apontou


para ela, como se ele estivesse tentando descobrir o que ela

379
estava escondendo atrás de seus grandes olhos castanhos. —
Não tem?

— É só que... Jack, você poderia tentar fazer com que o


casamento desse certo, mas já tava tudo errado.

— Por que você diz isso? - Ele perguntou, com os olhos


gélidos.

Ele não queria ouvir o que ela estava dizendo.

— Porque você fez isso com todas as suas outras


namoradas.

Os olhos de Jack se endureceram. — Não há nada de


errado em tentar fazer as coisas funcionarem com alguém.

— Não quando elas estão todas erradas para você, -


Lexi não poderia deixar de atirar de volta.

— É melhor do que fugir de todas as relações, logo que


as coisas ficam difíceis.

— Eu tenho certeza que a única coisa que esteve no


caminho dos meus relacionamentos foi o seu pau, - disse ela,
não sendo capaz de segurar sua raiva.

— Oh, vamos lá, Lex, me dê algum crédito. Às vezes, a


minha língua, também.

Lexi se levantou abruptamente. — Por quê? Por que


não tentou comigo? Por que para todas as outras pessoas,
mas não para mim? Por que ainda sou a única aqui, Jack?

380
— Eu tentei com você, - disse ele, não quebrando o
contato visual. — Tentamos em Nova York.

— Mentira! Você dormiu com outra pessoa em Nova


York. Diga-me a verdade.

— Lex, eu tentei...

— Você sabe que eu conversei com Stella?

— O quê? - Perguntou Jack. Ele olhou seriamente


confuso, naquele momento.

— Eu a vi no D-Bags, - disse Lexi, sentando-se quando


o casal do outro lado da sala começou a olhar para ela.

— Isso foi há mais de dois anos atrás. - Ele não parecia


satisfeito com o rumo da conversa. — O que ela disse?

— Ela disse que estava arrependida do que tinha feito


para mim. O que ela fez para mim, Jack?

— Por que isso só agora?

— Porque ela me disse que você disse que não, como


cinco mil vezes. Ela disse que não queria dormir com ela
naquela noite e que ela seduziu a sua bunda bêbada. Ela
disse que você tinha uma desculpa para ser um idiota total
naquela noite, mas você nem sequer me disse isso! Você disse
que não há desculpa para o que você fez, e então você tirou
um anel de diamante do caralho, e puf! Você desapareceu no
ar.

381
— Eu disse que eu não tinha desculpa para o que eu fiz
com Stella, porque não havia nenhuma desculpa para o que
fiz. Eu não poderia vir rastejando de volta para você,
implorando para você me ver como o total idiota, - disse ele,
cuspindo suas próprias palavras para ela, — que tinha
dormido com outra pessoa, rastejando para você me aceitar
de volta.

— Mas eu teria! - Ela retrucou.

— Lexi, ter ou não Stella me seduzindo naquela noite


não importava para mim, porque eu a decepcionei naquela
noite. Você estava certa. Nós éramos diferentes. E então eu
dormi com ela. Não importa o que me aconteceu para fazer
isso... Que ainda era o resultado. Eu não mereço você.

Lexi só olhava para ele. Durante todo esse tempo, e ele


anunciou. Ele não a merecia. Doeu pior do que ela já pensava
que seria. Outras pessoas tinham dito isso a ela, mas ela
sempre ignorou.

— Eu tinha que assumir o que eu tinha feito em Nova


York e assumir a responsabilidade por minhas ações. Eu caí
naquela noite. Ás milhares de vezes que eu disse não, não
fazia diferença por causa da vez que eu disse que sim.

— Teria importado para mim.

— Bem, nós não podemos mudar o que aconteceu, -


disse Jack, recostando-se na cadeira. Seus olhos estavam

382
distantes. — Não importa o que queremos... Temos que viver
com os nossos erros e viver com nosso passado.

— Isso é tudo que eu tenho feito... Viver com os meus


erros, - disse Lexi.

— Sim. Uma grande parte do tempo, só se sente mais


como morrer com os meus erros ao invés de viver.

Lexi suspirou e balançou a cabeça. — Eu sei o que você


quer dizer.

— Se alguém sabe, - disse ele, olhando para ela de


novo. — Esse alguém é você.

A comida chegou, e eles comeram em silêncio. A


mediação de Jack estava se aproximando rapidamente, e ela
teve que voltar ao trabalho. Mas ela achou difícil correr de
volta para as suas obrigações. Mesmo quando eles discutiram
mesmo no silêncio, mesmo quando parecia que eles estavam
a apenas milissegundos de rasgar suas roupas, Jack sempre
pareceu natural e normal. Ela nunca tinha superado aquela
sensação de estar ao redor dele. Era uma sensação
indescritível que, mesmo através de sua amizade, eles nunca
tinham se livrado.

As coisas tinham mudado. Mas uma coisa nunca


mudou em Jack. Ele sempre era a pessoa que ela procurava
quando as coisas davam errado em sua vida.

Jack pagou mesmo que Lexi tinha insistido que era


uma péssima ideia, com o processo do divórcio. Mas ele
383
apenas riu e disse-lhe que ele não ia acabar sem um tostão.
Ele poderia pagar o almoço.

— Boa sorte na mediação. Espero que ela leve a sério, -


disse Lexi.

— Obrigado. Você quer vir para cá depois? Eu posso


dizer-lhe como foi, e você pode ver a minha nova casa.

Lexi mordeu o lábio e olhou para baixo. — Eu não sei


Jack.

Memórias passaram pela sua mente dele pedindo-lhe


para vir para a sua casa, ele fazendo as pazes com ela, ele
prometendo não cruzar a linha. Seu rosto se aqueceu, e ela
sentiu como todo pensamento sujo foi escrito claro em sua
testa.

Jack riu suavemente para ela. — Vem cá, você, - ele


disse quando ele a puxou para um abraço.

Ela colocou os braços ao redor de seu pescoço e tentou


não se sentir completamente envergonhada. Ela respirou
aquele velho cheiro familiar, lembrando ao seu corpo para
não reagir à associação do cheiro. Quando ele a soltou, seus
olhos azuis ainda estavam rindo dela. Ela baixou os braços
rapidamente e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Você sabe que eu ainda estou casado, certo?

384
Lexi bateu-lhe no braço. — Claro que eu sei. Eu estou
noiva, lembra? - Disse ela, piscando-lhe a pedra de diamante
no dedo.

O humor deixou seu rosto, e ele concordou. — Você


não precisa me lembrar. Eu sei.

— É...

— Eu estava apenas sugerindo que você venha ver meu


apto, nada mais do que isso. É o que os amigos fazem. Se
você não está confortável... - disse ele.

Lexi suspirou. — Vamos ver Jack.

— Tudo bem. - Ele não queria empurrar sua sorte.

— Lembre-se de ouvir o seu advogado, e não ceder à


sua isca. Porque, Jack, - ela disse, — ela vai tentar seduzi-lo.
Apenas... Apenas tente não perder a sua vitória, ok? Isso é
tudo o que ela quer. Se você não fez nada errado, então você
não tem nada a esconder. Você vai fazer muito bem.

— Obrigado, Lex, - Jack disse, com a cor drenada de


seu rosto.

~~*~~

Lexi passeou em toda a sala de estar, um bloco de


notas debaixo do seu braço. Ela tinha um trabalho que

385
precisava ser feito, mas ela estava tendo mais dificuldade de
concentração. Não havia muita coisa para fazer. Além do
trabalho, ela tinha coisas do casamento, tanta coisa para
fazer que ela, estava, pronta para ficar vesga. Além disso,
Jack estava atualmente em sua mediação com Bekah. Lexi
estava ansiosa para ouvir sobre isso e se ela estava certa
sobre Bekah.

Ramsey estava lá em cima, trabalhando em seu


escritório. Ele tinha vindo trabalhar em casa com mais
frequência recentemente. Ela não sabia se ele tinha mais
trabalho feito aqui ou se ele só gostava de estar longe do
hospital. Ela suspeitava que ele fosse dizer a ela que era
porque ele gostava de estar perto dela. O pensamento a fez
sorrir.

— Sherri ligou, - disse Ramsey, aparecendo na parte


inferior da escada.

— Por que ela sempre o chama? - Lexi exigia. Ela parou


no meio do tranco.

— Porque você nunca atende ao telefone.

Lexi marchou até seu telefone e apertou o botão para


atendê-lo. — Ela não me ligou.

— Quase quatro meses, e você não atende os


telefonemas dela quando ela chama, isso a levou a me
chamar primeiro, - explicou Ramsey.

— Eu não evito seus telefonemas ou qualquer coisa.


386
— Ninguém disse que você fez querida.

— Bem, o que ela queria? - Perguntou Lexi.

— Só verificando, já que estamos sete meses fora. Ela


perguntou se nós tínhamos escolhido uma florista e disse que
iria me enviar um e-mail com algumas recomendações. Ela
perguntou como você estava fazendo com a escolha do
vestido.

— Ugh! Terrível. Nenhum deles parece certo.

Ramsey riu. — Eu sei. Você me disse. Ela disse que


deveria ser sua prioridade número um no momento.

— É. Chyna quer usar um designer personalizado, mas


eu não preciso de nada extravagante. Eu só vou usá-lo uma
vez.

— É verdade, - disse Ramsey, caminhando em direção


a ela e pegando-a.

— Ei, me coloca para baixo, - ela chorou.

Ele a levou em seus braços, subindo as escadas, e para


o seu quarto.

— Você está pensando muito duro sobre algo que não


lhe diz respeito, - disse ele, jogando-a levemente sobre a
cama.

387
Ela riu quando ela caiu no meio do edredom. — Eu não
estou pensando em nada, mas esta cama agora. - Ela abriu
os dedos para fora e correu para baixo do tecido macio.

— Onde estava sua mente antes que eu lhe carregasse


nos braços para a cama, - ele perguntou, tirando os sapatos e
subindo ao lado dela.

Lexi deu de ombros. — Nada.

— Diga-me. - Seus lábios deram um beijo em seu


quadril, e seus dedos corriam por sua coxa.

— Não é nada. Sério.

Mudou-se mais para cima, beijando-a de lado e seu


estômago. Um braço em volta de sua cintura, pressionando
seu corpo contra ele.

— Não me faça cócegas para ter respostas para você.


Não fique sobre mim.

Lexi franziu o nariz para ele e enfiou-o na lateral. —


Não seja um idiota. - Ela não conseguiu conter o sorriso.

— Ah, sim, eu sou. Eu sou o maior idiota que você já


conheceu. Como você pode mesmo estar comigo, - perguntou
Ramsey, revirando os olhos verdes brilhantes.

— Claramente, eu não posso. O que você está fazendo


na minha cama, afinal?

388
— Sua cama, - ele perguntou, erguendo as
sobrancelhas. — Desde quando é esta sua cama?

— Oh, eu não sei? Talvez nos últimos dois anos, - disse


ela. Ela não conseguia manter o sorriso do rosto.

— E quem tem compartilhado esta cama com você nos


últimos dois anos? - Seus lábios pousaram na palma de sua
mão, e depois, lentamente, ternamente, ele correu beijos por
seu braço.

— Eu poderia ter permitido que você dormisse na


minha cama.

Ramsey parou em seu ombro e olhou para ela. —


Enquanto eu estou compartilhando isso com você, então ela
pode ser sua.

Lexi preguiçosamente sorriu de volta para ele. Às


vezes, ele era tão romântico.

— O que não lhe isenta de me dizer o que você estava


pensando no andar de baixo, - disse ele maliciosamente.

Ela gemeu. — Você deve saber?

— Você tem que tentar me iludir?

— Jack e Bekah estão em mediação hoje, - ela


sussurrou, sem tirar os olhos dele.

389
Foi à vez de Ramsey gemer. Ele fortemente apoiou a
testa em seu ombro. — Eu pensei que você ia ficar de fora de
seus negócios.

— Jack é meu amigo. Ele sempre esteve lá para mim


quando eu precisei dele. Sinto-me como uma amiga ruim se
eu não estivesse lá para ele agora, - disse ela, tentando
explicar, mas sabendo que era inútil.

— Eu sei que as coisas entre você e Jack mudaram e


que você é amiga dele. Eu sei tudo isso. Eu tenho muito
malditamente aceitado tudo, considerando o seu passado...

Lexi se encolheu. Esse era um dos momentos que ela


sentiu como se estivesse morrendo de seus erros, em vez de
viver com eles.

— A última coisa que eu quero é que você possa


perder-se nisto, - ele disse, apertando a mão dela. — Você
entende, não é?

Lexi deu de ombros e olhou para o teto. Na sua


perspectiva, ela já estava enroscada no que estava
acontecendo. Ela estava sempre enroscada em algo com Jack,
e este não era diferente. Não era como se ela tivesse tomado o
seu caso em nada. Ela estava apenas sendo uma amiga de
apoio quando ele precisava. Ela não achava que era pedir
demais.

— Por que você tem que se envolver com isso? Fale-me


o seu ponto, - disse ele.

390
Ele provavelmente poderia vê-la fechando e fechando.
Ela nunca tinha gostado de ser dito o que fazer.

Lexi observou o movimento da ventoinha por alguns


segundos antes de responder. — Eu não sei o que quer dizer
que eu já não disse antes. Conheço Jack desde que eu tinha
18 anos de idade. Sim, a nossa relação mudou desde esse
ponto, e deveria. Nós somos mais velhos, e nós crescemos. Às
vezes, eu realmente o odiava, e, às vezes, eu realmente o
amava. Era quente e frio, não, queimando e congelando. Foi
dois extremos que eu pensei que nunca seria capaz de
controlar, nunca seria capaz de descobrir. Em vez disso, nós
apenas nos chocamos contra uma catástrofe outra vez, -
explicou Lexi.

Ela queria dizer muito mais, mas ela não sabia como
explicar algo que quase não fazia sentido para ela.

— Quando ele se casou com a sua irmã, foi o fim para


mim. Eu estava fora de tudo isso. Eu não queria mais.

— Eu me lembro como era, - respondeu Ramsey.

Lexi sorriu suavemente. — Eu fui uma idiota para Jack


no concerto dos D-Bags. Mas ele disse algo naquela noite que
ele tenha realmente realizado nos dois últimos anos. Ele me
disse que tudo o que ele queria era que eu fosse feliz. Contra
o meu melhor julgamento, tentando ser meu amigo. É difícil
deixar alguém que sempre esteve lá, - ela sussurrou.

391
Ela rolou na cama para enfrentar Ramsey, e algo na
expressão dele lhe disse que ele entendia muito, pelo menos.

— O divórcio é o culminar de todas as coisas terríveis


que Jack jamais poderia pensar. Este é provavelmente o seu
maior medo. Bekah o está destruindo, e ele não tem
ninguém.

— Mas ele fez isso para si mesmo, - Ramsey lembrou.

— Provavelmente é verdade. - Ela lhe daria isso.

— Como você se sentiria se fosse Parker?

Lexi prendeu a respiração. Ela sabia exatamente como


ela se sentiria. — Você quer trazer Parker para isso? - Ela
perguntou.

— Estou apenas usando-a como um exemplo.

— Se eu posso me ajustar para você passar todos os


dias com ela, então certamente você deve estar bem comigo
estar lá para Jack quando ele está passando por algo muito
traumático, - disse Lexi rapidamente.

— Ok, Lexi, - disse ele, acariciando o cabelo para trás


de seu rosto. — Eu não estou tentando brigar com você. Eu
estou tentando entender. Eu não diria a você para não ser
amiga de Jack. Só que a mesma regra aplica-se desde o
início.

— O que é isso? - Ela perguntou.

392
— Se ele a tocar, eu vou matá-lo.

Lexi riu e enterrou a cabeça em seu peito. — Eu acho


que você está seguro.

~~*~~

Poucas horas depois, Lexi encontrou-se dirigindo na


frente do apartamento de Jack na periferia de Buckhead. O
fato de ele considerar este um passo para baixo era um pouco
ridículo. O complexo era de maneira nenhuma um lixo. Ela
tinha vivido muito, muito pior, em Nova York. Então,
novamente, ela tinha sido uma estudante, não uma executiva
de um grande conglomerado.

Lexi nunca tinha ido à casa que Jack tinha


compartilhado com Bekah. Ela não tinha sido capaz de fazê-
lo. Por tudo o que sabia, tinha sido uma mansão. Assim, em
comparação com o que este lugar era, provavelmente, um
lixo. De qualquer forma, Jack estava agora pagando aluguel
em um apartamento de um quarto e metade da hipoteca para
a casa que tinha comprado. O lugar não poderia ser tão
espetacular se tivesse que pagar o dobro... Ou o seu salário
era extravagante. Ela não tinha certeza de qual era o caso.

Ela puxou em um local a alguns metros da entrada do


seu prédio. Suas mãos tremiam.

393
— Merda, - ela resmungou.

Ela bateu as mãos em suas calças jeans, algumas


vezes, tentando ver se isso ajudava. Ela não sabia por que
elas estavam ainda tremendo. Não fazia sentido.

Depois de uma tarde agradável, trancada no quarto


com Ramsey, sentiu estranha vindo para o apto de Jack.
Ramsey sabia que eles estavam se encontrando. Desde que
tinha falado sobre como se sentia por estar lá para Jack,
Ramsey não tinha empurrado o assunto quando ela disse que
ia encontra-lo. Ainda assim...

Ugh! Ela precisava parar seu cérebro de analisar. Era


só Jack. Nada tinha acontecido entre eles em mais de dois
anos, e nada iria acontecer com eles hoje. Não devia importar
que ela estivesse em sua casa, em vez de encontrá-lo em um
restaurante. Ela foi se acalmando.

Lexi saiu de seu carro e, em seguida, entrou no


complexo de apartamentos. A atendente loira estava sentada
atrás da mesa, teclando em seu telefone celular. Ela nem
sequer olhou para cima quando Lexi entrou o que foi bom por
ela. Caminhando até o elevador, apertou o botão e assim que
ele apitou no piso inferior, a atendente olhou para cima.

— Posso ajudá-la? - Ela perguntou, ainda escrevendo


em seu telefone.

— Não...

— Nós temos que identificar os visitantes.


394
Lexi deu de ombros. — Estou aqui para Jack Howard,
apartamento número seiscentos e cinquenta e dois.

— Oh, Jack! - Disse ela com um grande sorriso. — Diga


a ele que eu disse oi!

Lexi lutou revirando os olhos. Jack só tinha vivido aqui


um par de dias, e já, a atendente sabia quem ele era. Típico.

— Vou falar, - disse Lexi, entrando no elevador e


deixando as portas se fecham entre ela e a loira.

Algumas coisas nunca deixaram de surpreendê-la.

O novo apartamento de Jack era perto dos elevadores,


por isso foi uma rápida caminhada até a porta da frente.
Parou em pé no limiar de seu apartamento, se lembrado de
quando estava se debatendo se devia ou não vir a Atlanta
para conhecer sua namorada. Tanta coisa havia mudado
desde então.

Lexi bateu de leve na porta e esperou Jack para


responder. Ela ouviu os pés tamborilando quando ele correu
em direção à porta. Ele abriu e Jack apareceu, sorrindo
radiante para ela. Era uma daquelas situações angustiantes.
Seus brilhantes olhos azuis brilharam quando ele estendeu a
mão e agarrou o batente da porta.

— Você veio, - disse ele. Ele fez um gesto para que ela
entrasse.

395
— Sim. - Ela caminhou para frente no apartamento. —
Foi fácil de encontrar.

— Isso é bom. Sem problemas para entrar ou algo


assim? Alguns dos atendentes não são simpáticos.

— Sem problemas, mas a menina lá embaixo queria


que eu lhe dissesse oi! - Disse ela, imitando a voz da menina.
— Loira anódina ligada ao seu telefone.

— Ah, - ele disse. — Eu acho que é Heidi.

— Ela parecia muito feliz quando eu mencionei você, -


disse Lexi, arqueando uma sobrancelha acusatória.

Jack fechou a porta com força. — Eu não acho que eu


posso ouvir ninguém me acusar de fazer bobagem esta noite,
ou eu posso revidar e, literalmente, foder com a primeira
pessoa que eu encontrar. - Ele olhou para Lexi incisivamente.

— Eu, uh... Sim, - ela gaguejou, tentando encontrar as


palavras certas sem corar furiosamente naquele olhar. Ela
tinha visto isso um milhão de vezes, e ele não estava
ajudando. — Não foi isso que eu quis dizer.

— É claro que não, - respondeu Jack sarcasticamente.

— A mediação foi tão ruim assim?

Jack riu com desdém. — Eu vou deixar você me dizer.

396
Ela o seguiu até a sala, onde uma garrafa de Jack
Daniels e um copo meio vazio repousavam sobre uma mesa
de café. — Esse é bom, hein?

— É só o terceiro. Acho que posso terminar a garrafa?

— O que aconteceu? - Ela perguntou, dando a


oportunidade de olhar em torno de seu apartamento.

Foi pouco decorado, para não dizer o mínimo. Ele tinha


um sofá velho sentado atrás da mesa de café e uma TV de
tela plana ligado à parede. Ela se perguntava se tudo isso
tinha sido do armazenamento ou se alguém tinha emprestado
a ele. Não havia nada nas paredes sem imagens, sem capas
de discos antigos, nada. Além do Jack Daniels, não havia
nada de realmente visível. Era mais deprimente do que
quando uma pessoa tivesse acabado de se mudar porque não
havia mesmo quaisquer caixas ao redor. Todas as coisas dele
ainda deviam estar em casa.

— Tudo o que disse que iria acontecer. O advogado dela


passou metade do tempo falando sobre a mediação, tentando
me fazer admitir que eu a traía enquanto estávamos casados.
Ela continuou me atraindo, jogando de vítima. Nós não
realizamos nada, e depois de horas de tentar fazer alguma
coisa, Bekah disse que não queria continuar a mediação, e
não foi útil. Então, nós apresentamos uma data da corte de
qualquer maneira, - disse Jack.

Lexi odiava dizer que ela lhe disse isso. Provavelmente


não é a melhor coisa nesta situação.
397
— Bem, pelo menos, o álcool está torcendo por você, -
ela disse suavemente.

— Não. Você é a primeira coisa boa que eu vi desde que


eu saí.

Ele olhou para ela do outro lado da sala, e ela podia


sentir o crepitar da tensão entre eles. Não era bom. Ela
precisava redirecionar e rapidamente.

— Tem certeza que você só bebeu três doses? - ela


perguntou. Ela pegou a garrafa e olhou para o quanto foi
deixado.

— Você quer me dar outra dose? - Ele afundou no sofá


e bagunçou seu cabelo castanho escuro, que tinha crescido
mais do que o habitual.

Ela gostava mais agora.

— Eu não acho que você precisa de uma agora.

— Eu acho que eu ainda tenho um pouco disso, - ele


disse, pegando o copo e derrubando o resto do uísque para
baixo na parte traseira de sua garganta. Ele bateu o copo de
volta na mesa e sorriu para Lexi. Ele deu um tapinha na
almofada ao lado dele. — Venha se sentar, Lex.

— Onde você conseguiu tudo isso? - Ela perguntou,


tentando ser casual quando ela afundou na almofada.

— Seth, - disse Jack com um encolher de ombros. —


Sandy insistiu que eu tirasse as coisas de seu porão, uma vez

398
que não seriam usadas. Não é o melhor, mas o que diabos eu
estou brincando? Tudo o resto foi para a merda. Por que eu
preciso de coisas boas? A próxima coisa que eu sei é que
alguém vai pegar o meu BMW amanhã, no caminho para o
trabalho.

— Jack, - ela sussurrou antes de engolir duro. Era tão


difícil de sentar aqui e ouvir a sua dor. Ela queria ajudá-lo e
torná-lo melhor. Ela desejou que houvesse uma maneira para
que isso fosse possível.

— Está tudo bem. Eu vou me recuperar. Eu sempre


faço, - disse ele calmamente.

— Você faz, - ela concordou. Ela mordeu o lábio e


manteve os olhos para frente.

— Pelo menos eu ainda tenho você, - ele murmurou,


descansando os braços sobre o encosto do sofá.

Ela virou-se para olhar para ele, surpresa com a


declaração. — Uh... Somos amigos.

— É isso mesmo, - disse ele, com aquele sorriso


matador. — Nós somos amigos.

— Jack, nem sequer tente isso comigo agora, - disse


Lexi, sacudindo a cabeça. — Você não pode agir como se você
quisesse ficar comigo, de repente.

Ela não podia acreditar que tinha conseguido as


palavras quando ele estava olhando para ela daquele jeito,

399
mas ela sabia que tinha que dizer alguma coisa. Ela tinha
que parar com isso.

— Eu não estou agindo assim.

Lexi balançou a cabeça. Ela não acreditou nele.

— Tentar ser seu amigo não é o mesmo que tentar


estar com você, Lex.

— Eu sei, - ela disse suavemente.

— Eu tento ficar com você o quanto eu posso.

A boca de Lexi literalmente caiu aberta com essa


declaração. Bem, caramba, não era o álcool falando hoje à
noite?

Ela rapidamente se levantou incrédula. O que diabos


Jack estava pensando? Ele ainda era casado. Ela estava
noiva. Depois de todo esse tempo, ele estava tentando isso
agora... Quando ele estava desesperado e no meio do
processo de divórcio com a cadela que ele nunca deveria ter
casado.

— Eu acho que eu deveria ir.

— Espera... - Jack estava inquieto em seus pés. —


Foda-se! Eu não quis lhe chatear, Lex.

— Eu não estou chateada.

400
— Você está chateada. E realmente isso fica sexy em
você, mas eu sinceramente não queria, - disse ele, passando
a mão pelo cabelo novamente.

— Está tudo bem, Jack. Eu só acho que você, hum, -


disse ela, olhando-o de cima a baixo. — Está um pouco
bêbado e pode não ser a melhor ideia para mim estar aqui.
Ramsey está me esperando em casa. Ele sabe onde eu estou.
Ele confia em mim.

— Isso é bom. Ele deve.

— Mas eu não confio em mim ao seu redor, - ela


admitiu. — Então, eu acho que é melhor se eu apenas... Ir
embora.

— Tudo bem. Eu acho que você deve ir em seguida, -


disse ele.

Ele olhou diretamente para ela de uma forma que a fez


desejar que ela pudesse ficar.

Jack a enervava como ninguém jamais tinha feito. Ele


fazia suas paredes desmoronarem e seu coração derreter,
mas no momento, ela estava mais perto de um ataque de
pânico.

Ele caminhou até a porta, seguindo atrás dela. Ela


colocou a mão na maçaneta da porta para sair, e sua mão
desceu e cobriu a dela. Ela virou-se para olhar para ele, para
dizer-lhe para deixá-la ir, mas ela olhou em seus olhos azuis
e foi atingida em silêncio, paralisada naquele olhar.
401
Jack estava tão perto, não mais do que seis
centímetros do seu corpo. Sua mão estava quente, onde
cobria a dela, e ela podia sentir o calor irradiando dele. Ele
cheirava a sexo com uma pitada de uísque. Era uma
combinação que tinha se acostumado na faculdade, e isso a
deixava com os sentidos aguçados. Ele parecia tanto com seu
Jack naquele momento, e ela sabia que precisava sair
daquele apartamento agora.

— Você sabe o quê? - Perguntou Jack, inclinando-se


sobre ela, quase fechando a distância entre eles.

Sua respiração era quente em seu rosto, e ela não


tinha certeza se ela estava mesmo respirando. Sua mão
estendeu a mão e afastou uma mecha de cabelo castanho
encaracolado atrás da orelha.

— O quê, o quê? - Ela gaguejou.

Ela tentou não recuar quando sua mão acariciou seu


ouvido antes de se retirar.

— Você não devia falar comigo.

— O que você quer dizer? - Ela sussurrou.

Deus, ele estava tão perto. Se ele se movesse mais


perto, seus lábios estariam nela. E não havia lugar para ela
ir.

— Você não deveria estar em torno de mim. Você não


devia querer Lex. Porque tudo que eu vejo quando olho para

402
você é a mulher que eu amo, a mulher que eu quero levar
para casa comigo, a mulher que eu passei dez anos
estragando as coisas. E você devia ficar longe, porque eu sei
que eu faria tudo de novo.

403
Capitulo 14

Outubro
Um ano antes

As acusações de assédio sexual nunca chegaram ao


tribunal.

Lexi não tinha respirado facilmente durante o mês e


meio que levou para agendar um teste de paternidade e obter
os resultados de volta. Geralmente só levava uma semana
para descobrir quem era o pai, mas Elisa tinha ficado
esquivando-se em cada movimento. Ela sempre tinha uma
desculpa, sempre os horários eram conflitantes ou ela ficava
apenas reclamando sobre que o teste de paternidade não era
necessário, porque ela sabia que Ramsey era o pai.

Depois que ameaçou processá-la por difamação, Elisa,


de alguma forma conseguiu milagrosamente os cotonetes de
DNA que eram necessários para o teste.

Ele tinha sido o mês e meio mais tenso de vida de Lexi.


Ramsey ficou tentando deixá-la tranquila, de que nada havia
acontecido, e ela realmente queria acreditar nele. Deus, ela
queria acreditar nele. Ele continuou dizendo que ela confiasse
nele. Depois de todas as mentiras, ela não sabia o que fazer.
404
Eles tiveram um relacionamento de longa distância por
um ano inteiro. Não tinha sido fácil, e eles haviam se
separado muito. Ele teve um milhão de oportunidades para
estar com alguém. Ela não tinha pensado que tinha, mas a
semente da dúvida apenas manteve-se surgindo.

E se o garoto fosse seu? E se o assédio sexual fosse


verdade? E se eles tinham dormido juntos?

Quanto mais ela pensava nisso, mais ela tinha remoído


de dentro para fora.

Ela havia perdido quatro quilos naquele mês. Para


alguém que já era uma mulher pequena, pouco mais de um
metro e meio de altura, quatro quilos era muito. Suas roupas
tinham ficado largas, e ela tinha bolsas sob os olhos. Ela
tinha sofrido três anos na faculdade de direito, e a
possibilidade de Ramsey ter um filho com outra pessoa tinha
sido o estresse que ela não poderia suportar.

Quando os resultados foram negativos, o advogado de


Elisa havia tirado o peso de um saco de batatas de suas
costas. E Lexi pode finalmente respirar de novo.

Ela ainda se lembrava do sorriso que Ramsey tinha


dado a ela quando saiu aquele telefonema.

405
— Negativo, - ele disse, pegando-a e esmagando-a
contra ele.

— Sério? - Ela sussurrou.

— Realmente.

— E as acusações de assédio sexual?

Tudo havia parecido tão surreal. Um minuto, ela estava


obcecada sem parar sobre a possibilidade de seu namorado
ter um filho com outra pessoa, e então... Ele não tinha.

— Caiu, - ele disse, colocando-a gentilmente de volta


em seus pés. Ele tinha tomado o rosto entre as mãos e
reivindicou um beijo. — Ela nunca vai nos incomodar de
novo.

— Ela só não podia provar as acusações? Ou ela


concordou que elas foram fabricadas? - Lexi tinha pedido
contra seus lábios.

— Ela simplesmente abandonou o caso. O advogado


dela não iria ajudá-la após o teste de paternidade dar
negativo. Nunca houve um caso. Não havia motivos para o
caso sustentar-se.

406
— Oh. Então, ela simplesmente desistiu, então? - Lexi
tinha perguntado.

Ela não tinha certeza por que ela não poderia envolver
sua mente em torno disto. Claro, Elisa tinha desistido. Ela
não tinha nenhuma prova. Ela já havia tentado a apostar seu
filho contra uma corporação multimilionária, e ela tinha
batido em uma parede de tijolos.

Mas isso não prova que nada tivesse acontecido. Ele


apenas roçou a sujeira para debaixo do tapete, para que o
piso parecesse limpo para os visitantes.

Então, eles tinham seguido em frente.

Ela teve que fazer uma escolha. Ou ela aceitava que


Ramsey era o homem que ela sempre acreditou que ele fosse,
ou ela não o fazia. Realmente, não havia mais nada que
pudesse fazer sobre isso. A ala médica da Bridges estava
abrindo em três semanas. Estavam todos sob um monte de
estresse com um ano de trabalho, que estava chegando a
uma conclusão. Ela tinha que escolher.

Se ela não acreditasse nele, então, seria o fim. Ela


estava disposta a ir embora por causa de uma puta? Não
havia nem mesmo qualquer prova! Talvez tenha sido a pior
parte. Se tivesse prova, de uma forma ou outra, se alguma
coisa tivesse realmente acontecido, mesmo que a criança não

407
fosse dele, então ela poderia ter encerrado e seguir em frente.
Sem isso, ela tinha que ir na fé cega. Ela tinha que confiar em
Ramsey, o homem que ela tinha dado uma segunda chance
há um ano atrás, depois de ter mentido para ela de novo e de
novo e de novo por um ano consecutivo.

Isso significava que não havia realmente uma escolha.


Ela não estava desistindo de Ramsey. Se ele disse que nada
tinha acontecido, então nada tinha acontecido. Ela tinha
estado tão longe dele, e ela não tinha feito nada. Ele nunca
agiu como se nada tivesse acontecido. Mentir sobre o seu
passado não faz dele um trapaceiro.

Ela só tinha que lembrar que, por enquanto ele


passava o dia todo com Parker.

As três semanas haviam desaparecido num piscar de


olhos, e de repente, eles estavam de pé em frente ao bloco de
terra que tinha sido uma mera sujeira ano atrás. Agora, era
uma parte da história, um hospital com serviço completo,
com um logotipo colossal Bridges Enterprise na frente. Lexi
não podia acreditar que tinha terminado a tempo.

Ramsey podia parecer elegante em um terno preto


Armani novinho em folha para a ocasião, mas ele tinha
estado uma bagunça quente durante toda a semana. Mini
terremotos estiveram quebrando através dos planos da
empresa, e ele passou a maior parte da semana apagando

408
incêndios. Lexi tinha gostado de uma das novas
recepcionistas imediatamente, e ela encontrou-se gastando
mais tempo com a menina nova, Cierra, do que lá em cima
com os caras da classificação dos detalhes.

Mas enfim, hoje era o grande dia da inauguração oficial


da ala médica da Bridges. Uma grande fita tinha sido
esticada através da entrada, e em pé na frente da multidão
estavam Ramsey e Parker. Seu pai, Bekah, e os outros vice-
presidentes seniores da empresa estavam diretamente atrás
deles. Jessica e John estavam por perto, parecendo aliviados
por eles terem realmente realizado tudo o que tinham a
intenção de fazer. Lexi se perguntou o que a sua comissão
seria neste projeto, não que fosse da conta dela.

Pessoalmente, Lexi não queria estar em qualquer lugar


perto dos holofotes. Ela tinha retrocedido e ficou do lado
entre a multidão crescente, longe da mídia que se amontoava
no edifício, procurando o melhor local. Ela sabia que Jack
estava aqui, mas ele não estava com Bekah, e ela não o tinha
visto quando ela chegou. Lexi só esperava que isto fosse
melhor do que a cerimônia.

Um silêncio caiu sobre o público quando Ramsey


avançou confiante. Ele começou a falar e Lexi sentiu alguém
tocar em seu cotovelo. Ela afastou mais para acomodar a
pessoa enquanto ela ouvia seu namorado começar o discurso
de abertura.

409
— Desculpe, eu estou atrasado. Fiquei preso, - Jack
sussurrou em seu ouvido.

Um arrepio percorreu-lhe a espinha, pela sua


proximidade, e ela lutou para manter seus olhos para frente.

— Onde você estava? - Ela sussurrou de volta. — Eu


pensei que você estaria aqui com Bekah.

— Não, ela tem estado muito ocupada com essas coisas


recentemente. Ido muito. Eu vim por minha conta, - ele disse
a ela. — Eu já odeio a situação do estacionamento.

Lexi mordeu o lábio para segurar a risada. Ramsey


tinha falado o tempo todo sobre como o estacionamento era
uma merda, mesmo com a garagem subterrânea.

— Você não deveria ter vindo tarde, então.

— Provavelmente não.

— O que você estava fazendo, afinal?

— Pegando algumas coisas para a festa de hoje à noite.


Eu deveria ter começado mais cedo, mas eu acabei adiando, -
disse ele, empurrando-a na lateral.

410
— Não parece com você em tudo, - ela sussurrou em
um tom de repreensão.

— Nem um pouco. - Ele riu levemente e cruzou os


braços, efetivamente terminando a conversa.

Ela provavelmente devia estar prestando mais atenção


de qualquer maneira.

Lexi olhou para Ramsey. O orgulho tomou conta de


todas as outras emoções que tinha manifestado. Mesmo que
ela não tivesse certeza sobre este empreendimento, para
começar, ela não podia negar o quão feliz ele deixou-a por
que ele tinha feito isso. Ele havia feito isso contra todas as
probabilidades. O prazo de um ano não devia ter sido por
muito tempo, mas de alguma forma, tinha sido. Agora, eles
estavam em pé no limiar de um novo começo.

Alguns discursos mais tarde, Parker e Ramsey


estenderam um par de tesouras douradas gigantes, e, juntos,
eles cortaram a fita bloqueando a entrada para a ala médica.
E foi assim que, Atlanta tinha um novo hospital. Sabendo o
quanto de trabalho tinha colocado nisso, a cerimônia real, em
grande parte, era irrelevante. Era uma oportunidade de foto
com todos, e um inferno de um monte de aplausos e
congratulações.

411
O verdadeiro teste será ver como o edifício realmente
funcionava. Mas naquele momento, eles tinham conseguido
que era o que importava. Hoje à noite, eles estavam fazendo
uma festa enorme para comemorar. Ela realmente faria um
espalhafato em um vestido assassino. Porque se ela ia entrar
naquele salão de baile, depois de tudo o que tinha acontecido
com Elisa nos últimos dois meses, então ela queria parecer
muito bem.

No final da cerimônia, a multidão avançou para a ala


médica. Lexi foi para trás e deixou a maioria das pessoas
seguindo Ramsey e Parker pelas portas de vidro de correr. Ela
já tinha estado dentro mais vezes do que podia contar desde
que o edifício tinha sido construído. Ela podia deixar todo
mundo ter uma boa visão.

Jack apertou o cotovelo levemente antes de


desaparecer com a multidão. Ela o viu chegar até Bekah. Ela
estava em uma conversa com outra pessoa, e ela mal o
reconheceu quando ele passou o braço em volta da sua
cintura. Lexi respirou fundo e, em seguida, deixou-o
lentamente. Foi apenas algo que ela teve que se acostumar
com relação ao ano passado. Podia fazer o sangue dela, sentir
como se ele estivesse sendo empurrada através do lodo, mas
não havia nada que pudesse fazer sobre isso. Ela havia
aceitado o fato há muito tempo.

412
A multidão se dispersou, e Lexi foi até a recepção, onde
Cierra sentava, olhando com os olhos arregalados para o
grande grupo. Estava claro que ela tinha tomado uma grande
quantidade de tempo para ficar pronta de manhã. Seu cabelo
preto caia passando os ombros. Sua pele caramelo estava
destacada com um bronze cintilante, e seus olhos negros
eram aros com carvão que faziam estalar. Ela estava com um
brilhante brilho labial burgundy que era a perfeição. Isso
nunca teria combinado com pele de Lexi.

— Ei, Cierra!

— Lexi! Ufa, - ela disse, respirando pesadamente. —


Finalmente, um rosto familiar.

Lexi riu levemente. — Você vai conhecer a todos


conforme eles vêm e vão.

— Eu espero que não. Eu prefiro trabalhar com


pessoas reais. Ternos, na maior parte do tempo, me deixam
nervosa.

— Eu acho que nada deixa você nervosa, - disse Lexi,


encostada na mesa.

— Quero dizer, não fisicamente nervosa, - disse ela,


com um encolher de ombros. — Eu sinto como se eles
estivessem sempre se preparando para me despedir.

413
— O quê? - Perguntou Lexi. — Ninguém está
dispensando você. Você é a melhor empregada que eles têm.

— Lexi... Caia na real. Existem cirurgiões que são


insubstituíveis.

— Bem, eu disse a Ramsey que eu gosto de você. Eu


duvido que você vá a lugar algum.

Os olhos de Cierra ficaram ainda mais arregalados. —


Você falou com o Sr. Bridges sobre mim?

— Não fique tão assustada. Ele é apenas meu


namorado.

Sr. Bridges. Ha!

— E o meu chefe.

— Bem, eu sou a chefe dele, por isso estamos bem.

As duas riram muito duro por isso. Lexi sentia falta de


estar em torno de Chyna. Era bom ser capaz de falar com
Cierra. Os únicos amigos de verdade que ela tinha em Atlanta
eram Brandon e Jack, e não era como se ela pudesse
realmente conversar com qualquer um deles sobre seu
relacionamento, não sem receber olhares sérios, pelo menos.

414
Krista morava muito longe da cidade, para que fosse prático
passar muito tempo com ela, e Lexi não tinha se conectado
com ninguém em seu escritório. Esperava que a Bridges
mantivesse Cierra, se por nenhuma outra razão do que Lexi
queria uma amiga.

— Falando de patrão, - Cierra sussurrou, balançando a


cabeça e erguendo as sobrancelhas.

Lexi virou e viu Ramsey parado ali, esperando por ela.

— Aí está você, - disse ele, caminhando em direção a


ela. — Eu sabia que ia encontrá-la aqui.

— Não aja como se você me conhecesse, - disse ela


timidamente.

— Oh, Lexi, eu a conheço. - Ele puxou-a para si e


beijou o seu nariz pequeno.

Ela deu uma risadinha. — Quando é que vamos sair?

— Em breve. Eu tenho que falar com mais algumas


pessoas, e então, nós podemos sair.

— Bom. Eu estou pronta para levá-lo para casa.

Ele arqueou uma sobrancelha. — Parece que vamos ter


uma noite, - ele disse, roçando seus lábios contra seu ouvido.
415
— Ramsey, - disse ela, batendo-lhe no braço e saindo
de seu abraço. — Aqui não.

Ele riu para ela. — Sim, eu imaginei que iria para casa.

Lexi sentiu o rubor se aproximar de seu pescoço. Ela


não era pudica, mas em público, como em seu trabalho, ela
pensou que ele teria tido um pouco de discrição. Seus
brilhantes olhos verdes lhe disseram que a última coisa em
sua mente era discrição.

Ela ouviu um assobio baixo atrás deles, e ela


rapidamente girou ao redor. Cierra estava sorrindo de orelha
a orelha para eles, mas ela estava tentando jogá-lo fora, como
ela estava trabalhando ativamente em seu computador o
tempo todo.

— Você acabou de assobiar-me? - Lexi cuspiu fora.

— Eu não sei do que você está falando, - disse Cierra,


com um sorriso.

— Eles simplesmente não deixam ninguém trabalhar


aqui, não é? - Ela perguntou, brincando.

— Quase como se eles simplesmente deixassem


qualquer um entrar direto, - disse Cierra, piscando para ela.

— Vocês jogam bonito, - disse Ramsey, beijando a testa


de Lexi. — Eu estou para terminar.

Lexi observou-o ir em direção a uma multidão de


pessoas. Ela podia ver Parker conversando com um grupo de
terno. Ela parecia surpreendentemente desconfortável. Lexi
416
sabia que Ramsey preferia ser o centro das atenções, e Parker
preferia o trabalho de fundo. Ela ainda estava trabalhando
como cirurgiã no ano passado, e, tanto quanto Lexi sabia,
Parker estaria tomando esse trabalho também. Parecia uma
vida louca...

Mesmo após o estresse que Lexi tinha sofrido na


faculdade de direito e agora, enquanto trabalhava para uma
empresa de prestígio, ela pensou em ser uma cirurgiã e
ajudar a abrir e administrar um hospital novo em folha só
parecia... Uma loucura. Parecia uma pessoa que queria
correr-se no chão.

Tanto faz. Parker não era da sua preocupação. Se ela


queria correr-se no chão, estava tudo bem... Desde que ela
ficasse longe de Ramsey. Lexi já teve que lidar com Elisa. Ela
não podia lidar com Parker, também, e sair ilesa.

— Sei que não nos conhecemos há muito tempo, Lexi, e


eu poderia estar ultrapassando... Mas você não precisa se
preocupar, - disse Cierra suavemente.

— O quê? - Perguntou Lexi, a cabeça estalando de volta


para Cierra.

— Você olha para ela como se fosse uma ladra.

— Quem?

— A Senhora Mackenson.

— Ah... Parker, - disse Lexi.

417
— Você não tem nada para se preocupar. Ele adora o
chão que você pisa.

— Eu sei.

— Ele não olha para ela como ele olha para você.

— Eu sei.

— Então, pare de se preocupar tanto. Não deixe que a


menina Elisa entre em sua cabeça. Isso é o que ela quer. Se
você deixá-la incomodá-la, em seguida, ela ganha.

Lexi mordeu o lábio. — Como eu não posso deixar isso


me incomodar?

Cierra encolheu os ombros levemente. — Isso é entre


você e seu homem. Só estou dizendo que, se eu tivesse um
homem que olhasse para mim assim... Eu não ficaria
preocupada com a menina que saiu errado em seu caminho,
porque ele não iria colocar-se com ela.

— Você não tem namorado? - Perguntou Lexi, tentando


redirecionar a atenção.

— Namorado? Mais como um brinquedo, - disse ela


com uma risadinha.

— Oh, Senhor...

— Sim, ele é mais jovem. Não sabe o que ele vai ter. -
Cierra piscou para ela de forma dramática.

— Você está trazendo-o para a festa de hoje à noite?

418
— Oh! - Disse Cierra, com seus olhos brilhando. —
Estou muito animada para esta festa. Eu vou tê-lo no
reboque. Você pode julgá-lo por mim.

Lexi apenas riu. — Eu olho para frente. Vejo-o hoje à


noite.

Caminhando em direção a um grupo de pessoas que


estava conversando com Ramsey, Lexi pensou sobre o que
Cierra tinha dito. Será que ela realmente olhava para Parker
como se ela fosse uma ladra? Lexi não queria isso. Mas era
tão difícil não se preocupar depois da mentira e, em seguida,
este enorme desastre com Elisa. Lexi só precisava tomar uma
respiração profunda e deixá-la ir.

Talvez esta noite fosse ajudar.

~~*~~

O espalhafatoso vestido tinha valido a pena quando viu


o olhar no rosto de Ramsey, depois que ela saiu do banheiro,
pronta para a festa hoje à noite. O vestido sem alças, de cor
ameixa, que atingia o chão, com uma fenda até a coxa,
mostrando suas pernas magras. Ela combinou o vestido com
brincos longos que quase passavam seus ombros e Manolos
preto de salto alto. Ela havia tecido o cabelo para cima em
um coque trançado e bagunçado com cachos macios caindo
em torno de seu rosto. Sua maquiagem foi esfumaçada,
dando uma aparência sedutora de gata, e ela usava batom

419
suave que dava destaque em sua beleza natural e a graça do
vestido.

— Não, - disse Ramsey, balançando a cabeça.

— Não? - ela perguntou, com um sorriso vacilante. —


Não, o quê?

— Você não pode sair de casa com isso.

— E por que não?

— Todo sujeito no lugar vai querer colocar as mãos em


você, - disse ele, caminhando para frente e passando as mãos
para baixo de seus lados.

— Eles vão ter um vice-presidente sênior muito


chateado para enfrentar, se eles sequer pensarem em tentar.
- Ela deslizou as mãos até a frente de seu terno preto.

— Maldição, com certeza, eles vão.

Ela apertou os lábios levemente contra os dele, não


querendo sujar a maquiagem antes de sua estreia. Ele não
pareceu ter a mesma ideia quando ele esmagou Lexi contra
ele. Ela gritou, tentando empurrá-lo para trás para evitar
retoques, mas ele não deu ouvido e apenas beijou-a até que
ela sucumbiu.

— Eu sei que tem sido difícil ultimamente, - disse ele,


recuando. — Mas eu a amo tanto. Estou feliz que você ficou
comigo através dos acontecimentos ruins. Prometo continuar
a empurrar para torná-la melhor daqui pra frente, ok?

420
— Ok, - ela sussurrou, dando-lhe a garantia de que
ambos precisavam.

Ela queria acreditar no que Cierra tinha dito sobre ele,


e a maneira mais fácil de fazer isso, era apenas se manter
dizendo mais e mais. Isso iria afundar eventualmente.

~~*~~

Sua chegada à festa foi com uma grande fanfarra. Lexi


pensou que era principalmente para Ramsey, desde que ele
era um parceiro no projeto, mas com a forma como todo
mundo ficava de olho em seu vestido, ela se perguntou se
Ramsey tinha razão.

A festa era realizada no Opera em Midtown, que em


qualquer outro determinado dia da semana era uma boate
lotada repleta de go-go dancers, um palco de dança, e postes.
A grandeza da boate tinha sido removida e substituída por
uma pista de dança aberta e mesas com alimentos. Tinha
dois níveis, assim como uma casa de ópera antiga com
varanda, assentos e lustres de cristal.

O lugar estourou em cerca de mil pessoas, e Lexi podia


ver que eles provavelmente iriam bater a capacidade desta
noite. Eles tinham um monte para comemorar com a ala
médica, e muitos dos funcionários estavam aqui, vestidos
com o seu melhor. A ala médica da Bridges só tinha sido

421
oficialmente aberta por um meio dia, e depois de amanhã,
estaria em pleno andamento.

Depois de Lexi e Ramsey conseguirem romper a


multidão, eles se moveram ao longo, em direção ao palco
onde os pais de Ramsey estavam em uma conversa profunda
com alguns outros executivos que Lexi reconheceu. Bekah
estava em um, vestido apertado azul brilhante até o chão,
que fazia destacar seus olhos azuis bebê e seu corpo magro
ainda mais evidente. Seu cabelo loiro estava penteado para
trás em um coque apertado. Ela não usava joias exceto por
seu anel de casamento e dois diamantes gigantes em seus
ouvidos. Seus sapatos eram peep toes3 cor de champanhe,
com strass correndo até o calcanhar. Lexi odiou o quanto ela
gostou da roupa de Bekah. Se apenas a cadela fosse mais
feia...

Jack usava um terno azul-marinho, com apenas o


botão de cima fechado e uma gravata cinza. Ele ficou com
uma mão enfiada no bolso de suas calças e outra solta ao seu
lado enquanto seus olhos percorriam a sala lotada.

Lexi e Ramsey fizeram o seu caminho ao longo de sua


família amontoada. Ela não tinha certeza do que os seus pais
pensavam dela. Às vezes, eles agiam como se pensassem que
ela era agradável, mas mais frequentemente do que não, eles
agiam como se ela fosse esse crescimento estranho que
apareceu ao lado de seu filho. Ela não tinha certeza do que

422
tinha que fazer para obter a sua aprovação ou se já seria o
suficiente. Talvez se ela começasse a trabalhar para a
Bridges, como uma procuradora, não, ela preferia morrer a
ceder a isso!

— Ramsey! Você está finalmente aqui, - disse Bekah,


com um grande sorriso falso. — Nós pensamos que talvez
você estivesse com Parker.

Lexi olhou para Bekah. Sim, ela sabia que Bekah


estava apenas tentando obter um lugar fora dela, mas,
caramba, Lexi queria dar um soco na garganta dela para não
dizer absolutamente nada.

— Parker não está aqui? - perguntou Ramsey.

— Não, ela não apareceu, ainda.

— Sim, onde é que está à garota Mackenson? - O pai de


Ramsey rugiu. — Ela deveria estar aqui mais cedo.

— Eu não tenho ideia, - disse Ramsey, encolhendo os


ombros.

— Ela sempre foi um pouco inconstante, - ele meditou.


— Pelo menos eu sei que posso confiar nela para fazer um
trabalho bem feito.

Ramsey olhou para frente, para o pai, como se ele fosse


um porco com asas e estava prestes a voar ao redor da sala.
Seu pai não fazia elogios de ânimo leve, e ouvir um sobre
Parker e não dirigido a ele, deveria ter sido torturante. A
implicação clara nas palavras de seu pai era que ele não

423
podia confiar sempre em Ramsey. Mesmo que ele tivesse feito
tudo o que seu pai queria, Ramsey ainda tinha de lidar com
este tipo de comportamento. Lexi desejou que pudesse sair.

— Tenho certeza que ela vai estar por perto, - disse


Lexi, inclinando-se para Ramsey, para apoio. — Eu estou
indo para encontrar o banheiro. Vem comigo?

— Eu tenho que ficar aqui, - ele disse suavemente,


entre os dentes. — Volte para mim rapidamente.

— Tudo bem, - disse ela, desejando que pudesse estar


fora dali.

Lexi puxou Ramsey até a frente do seu terno e beijou-o


na boca. Ele sorriu contra seus lábios quando ela lhe
mostrou o quanto ele significava para ela naquele movimento.
Ela se afastou ligeiramente, e ele estava sorrindo como um
idiota, olhando para ela.

— Eu estarei de volta em breve.

Lexi esperou ele acenar antes de liberá-lo, e então ela


se afastou dele para procurar o banheiro. Ela olhou ao redor
para todos os funcionários. Ela reconheceu muitos, mas
havia muito mais que ela nunca tinha visto antes.

Ela encontrou o banheiro com facilidade, mas ela


tomou seu tempo, uma vez que ela estava lá dentro. Ela
realmente não tinha que usar o banheiro, mas ela não queria
que parecesse que ela havia simplesmente desaparecido sem

424
motivo. Ela lavou as mãos lentamente e tocou a maquiagem
antes de forçar-se a caminhar de volta para a festa.

Quase imediatamente, Lexi viu Cierra com o canto do


olho e caminhou até ela, acenando enquanto ela se
aproximava.

Cierra estava em um vestido de paetês preto curto com


salto alto para combinar, e seu menino brinquedo estava em
um terno preto com uma gravata preta fina. Ele era bonito,
com um rosto de bebê, e ele parecia não ver mais nada na
festa, apenas Cierra. A menina era louca se achava que ele
não olhava para ela como Ramsey fazia com Lexi.

— Ei, menina! Você está fabulosa! - Disse Lexi.

— Lexi! Obrigada. Você está ótima também! - Chorou


Cierra. — Este é meu homem, Deon.

— Então, prazer em conhecê-lo, - disse Lexi, pegando


sua mão estendida.

— O prazer é todo meu.

Parecia que ele poderia ser um jogador de basquete. Ele


era alto e magro, mas ainda musculoso. Lexi sentiu-se uma
miniatura ao lado de sua altura elevada.

— Vocês estão tendo um bom tempo até agora? -


perguntou Lexi.

— Há um bar aberto, - Cierra observou. — Eu não


tenho certeza que a festa poderia ficar muito melhor do que
isso.
425
Lexi riu. — Sim, isso é um bom recurso.

— Aí está você, - Lexi ouviu alguém dizer atrás dela,


antes de sentir a quebra de um braço em volta da cintura
dela.

— Oh! - Disse ela, tentando torcer para fora do abraço


que ela não esperava.

Ela virou-se no lugar e olhou em um par de olhos cor


de avelã. Ela parou de se contorcer. Droga, o homem era
atraente.

— John, - ela sussurrou.

— Lexi, - disse ele com um sorriso presunçoso. — É


bom vê-la.

Vindo aos seus sentidos, bem rápido, Lexi saiu de seus


braços e levantou-se em linha reta. Ela podia sentir os olhos
de Cierra e Deon sobre ela, mas ela não poderia encontrá-los.

— Você também. Você conheceu Cierra, - ela


perguntou, puxando-os para a conversa. — Ela trabalha na
ala médica.

— Ah, eu não acredito que eu tenha, - disse ele,


sacudindo a mão dela e depois a de Deon.

— John trabalha para Global. Eles foram uma das


pessoas encarregadas de conseguir o hospital em
funcionamento no prazo, - explicou Lexi.

426
— Uau, bom show, - disse Cierra, olhando para Lexi
novamente.

— Bem, - disse Lexi sem jeito. — Estou feliz que vocês


puderam fazê-lo. Venha me encontrar mais tarde.

— Tudo bem, Lexi. - Cierra deu-lhe um olhar de


desaprovação.

Para alguém que Lexi tinha conhecido há apenas


algumas semanas, ela teve certeza que era como o olhar de
desaprovação de Chyna.

Eles deixaram Cierra sozinha com seu homem, Lexi e


John vagaram lentamente em direção a Jessica, que estava
deslumbrante em um vestido coral de corte quadrado que
abraçava o corpo até os joelhos, abrindo para fora até o chão.

— Você parece... Meu Deus, qual é a palavra certa? -


John disse, olhando de cima a baixo com apreço. —
Impressionante... Radiante...

Ela balançou a cabeça. — Não há necessidade de


continuar. Eu entendo. Obrigada.

John estava em um terno cinza claro com uma gravata


azul Royal escuro. Seja qual for à colônia que ele estava
usando esta noite era almiscarada e inebriante. Ele fez sua
cabeça girar um pouco.

— Eu não a tenho visto muito ultimamente, - disse ele.

— Eu estive ocupada.

427
— Ah, com que, a menina Elisa?

Lexi rangeu os dentes. Ela sabia que John sabia disso.


Todos sabiam sobre isso... Mas ela realmente não gostava de
falar sobre isso.

— Eu nem sequer pensei nisso, - ela cuspiu.

— É só a gente. Você não tem que mentir.

— Olhe, eu realmente não quero falar sobre isso, -


disse ela com firmeza. — Eu deveria realmente ir encontrar
Ramsey agora.

— Ele está só lá em cima com Parker, - disse John,


apontando para frente da sala.

A cabeça de Lexi chicoteou. Deus, ela não tinha ido há


muito tempo, tinha? Não deveria ter sido uma surpresa vê-la
aqui... Ou juntos, mas ainda assim foi. Para não mencionar,
Parker estava impressionante em uma maneira muito casual,
sem esforço, que ela sempre exalava.

Ela estava com um vestido verde-floresta com pequenos


redemoinhos de preto em que acentuava sua figura e
emagreceu a sua silhueta. As tiras finas cortadas em um V
bem torneadas na frente do vestido caiam para a piscina aos
seus pés. Estar ao lado de Ramsey, ficou claro que ela não
estava usando sapatos de salto alto, porque ela ainda mal
chegou até o ombro. Seu cabelo castanho estava solto,
passando por seus ombros, e em um estilo natural ondulado
‘acabei de sair do chuveiro’. As sardas eram evidentes contra

428
sua pele pálida, mesmo de onde Lexi estava em pé. O único
adorno de verdade que Parker usava era o batom vermelho-
cereja brilhante em seus lábios. Lexi realmente nunca a tinha
visto com maquiagem antes, e o batom a fez parecer
surpreendentemente bonita.

— A gravata do Ramsey é verde? - John perguntou ao


ouvido de Lexi.

— Sim, - ela disse suavemente.

Ela não tinha pensado sobre isso. A gravata era verde.


Combinavam novamente. Ugh!

— Eles são tão fofos juntos, não é?

— Não está funcionando, - disse ela, apunhalando um


dedo em seu peito. — E você pode cortar isso fora. Agora.

John riu. — Eu estava brincando. Alguém está na


defensiva.

— Eu não estou na defensiva. Estou só... Você está


falando de coisas que você não entende. Então, é melhor se
você mantivesse o nariz fora disso.

— Ok, ok. Sinto muito. Eu não queria incomodá-la, -


disse ele, pegando o braço dela para impedi-la de ir embora.
— Eu estava apenas brincando, a sério.

— Tudo bem.

429
— Você está animada por Chyna, - ele perguntou,
dando em cima de um tema que ele sabia que ela jorraria
sobre ele.

— Claro que eu estou! Eu não posso acreditar que isso


tudo está acontecendo para ela.

— Adam me disse que você é a dama de honra.

— É isso mesmo, - disse Lexi. Como se não houvesse


outra opção.

— Parece que eu tenho que levá-la até o altar, então.

— Oh, - ela disse, deixando as palavras afundar dentro.


— Você é o padrinho.

Isso deveria ter sido óbvio, também, mas, por algum


motivo, não tinha sido.

— Isso é certo.

— Basta jogar uma melhor despedida de solteiro para


Adam como na última que eu fui, - disse ela.

Ela viu que o comentário tinha jogado ele fora de


guarda, e fez ela sorrir .

— Você... Foi a uma despedida de solteiro?

— E eu achava que você sabia tudo sobre mim, - disse


ela, com uma piscadela, antes de se virar e ir embora.
Deixando-o meditar sobre isso.

430
Até o momento ela conseguiu voltar para o lado de
Ramsey, seu pai, tinha lançado em um discurso de
congratulações, agradecendo a todos por estarem presentes e
por sua dedicação à empresa.

Ele sempre voltava a isso.

Ramsey passou um braço em volta dos ombros de Lexi


e sorriu para ela, com carinho. Ela pegou Parker olhando
para ele, mas quando percebeu Lexi olhando, ela virou-se
abruptamente. Se Lexi não fosse tão desconfiada, isso quase
poderia fazê-la se sentir mal por Parker... Quase.

O discurso terminou, e todos aplaudiram. A música


filtrou através dos alto-falantes, e isso era o sinal para que
todos começassem a dançar. Ramsey entregou-lhe uma
bebida, e ela tomou um gole relaxante. Era assim que as
coisas deveriam ser fáceis e relaxantes.

Parker acenou para ela, mas não veio e disse oi. Em vez
disso, ela virou-se e caminhou em direção a Bekah. Lexi não
podia culpá-la, e ela estava feliz que Parker tinha entendido a
dica.

— Dança comigo? - Ramsey sussurrou.

Lexi assentiu, colocando-a bebida para baixo sobre


uma mesa e caindo em seus braços. A música tinha uma
batida, hip-hop, mas eles não se importaram, pois
balançaram para frente e para trás nos braços um do outro.
Lexi descansou a cabeça no peito de Ramsey e fechou os
olhos, saboreando o doce cheiro de menta.
431
Ficaram assim por mais três danças antes de Ramsey,
ser puxado para discutir negócios com alguns associados que
estariam saindo em breve. Ela permaneceu ao seu lado
durante toda a interação chata, porém, e quando ele foi
finalmente capaz de ir embora com eles, ele foi levado para
outra conversa. Eles foram arrastados ao redor da sala em
um tipo diferente de dança quando eles procuraram
acomodar todos os convidados que queriam a atenção dele. A
sala começou a esvaziar como as pessoas que tinham de ir
para o trabalho no dia seguinte, viram as horas passando.
Ramsey disse adeus a um casal e, em seguida, mudou-se
para dizer alguma coisa para a pessoa por trás dele, mas ele
parou no meio do caminho.

Lexi tinha estado olhando em outros lugares, mas ela


sentiu a mudança em seu humor imediatamente.

— O que você está fazendo aqui, Elisa? - Ele rosnou.

Elisa. Foda-se!

Lexi não a conhecia pessoalmente, e Elisa era cada


pedacinho do que ela esperava. Ela tinha altura média, e um
par de centímetros mais alta do que Lexi, com o cabelo loiro
desbotado e um corpo muito magro. Lexi podia ver algumas
de suas costelas no peito. Seus lábios estavam apertados, e
ela parecia que poderia atacar. Como tinha entrado, usando
um vestido da cor da pele apertado, que mal tocou o topo de
suas coxas estava além de Lexi.

432
— Como você ousa não retornar nenhuma das minhas
mensagens de texto ou ligações! Como se atreve a ameaçar
me processar, Ramsey! Como se atreve a dizer que todas as
coisas que eu disse eram uma mentira! - Disse ela, elevando
para trás e batendo-lhe claro em toda a face.

A pancada na bochecha silenciou todos que estavam


na sua vizinhança. O DJ disparou música através dos alto
falantes e afogou o resto da sala.

A boca de Lexi caiu com a visão, e Ramsey parecia


pronto para bater na menina de volta.

Ramsey agarrou o pulso de Lexi e puxou-a para trás,


um pouco, bloqueando sua visão.

— Elisa, você precisa sair daqui agora, - ele disse, sua


voz mortalmente séria.

— Eu não estou saindo porra, até que você me diga o


que diabos você vai fazer em relação a toda essa merda! Meu
advogado me deixou por causa de sua maldita mentira. Ele
disse que não podia provar que o que eu disse era verdade,
mas porra, eu sei que eu tive seu pau dentro de mim, sem ao
menos um preservativo entre nós, baby. Eu tive seu esperma
dentro de mim, e você porra me demitiu assim que cansou de
mim, - ela gritou.

Lexi engasgou assim como quase todos os outros nas


proximidades. Ela tentou escapar do aperto de morte de
Ramsey, mas ele não estava tendo nada disso.

433
— Vamos pegar sua verdade dos fatos, - disse Ramsey
através do ódio mal contido. — Você era uma stripper. Você
tirava a roupa por dinheiro. Eu nunca, nunca teria tocado
você ou qualquer outra garota dos meus estabelecimentos.
Você pode perguntar a Lola. Você pode perguntar a qualquer
outra stripper que trabalhou para mim. Eu não iria a
qualquer lugar perto de você, especialmente sem um
preservativo.

— Você diz isso agora porra, quando você está


trabalhando para o seu pai, - disse Elisa, com um bufo. — Na
frente de todas essas pessoas que não sabiam o que diabos
você era naquela época.

Ela puxou o pulso, mas Ramsey não a deixou ir.

— Quem é essa? A sua nova vagina? - Elisa cuspiu.

— Saia daqui, ou eu vou chamar a polícia.

— Quer esconder a sua pequena gatinha, de mim? Com


medo de que ela vá ver a verdade, enquanto estamos falando?
- Elisa ronronou.

Lexi mexeu livre naquele momento e deu a volta em


Ramsey para encarar a cadela que tinha feito sua vida
miserável nos últimos dois meses.

— Basta sair, - disse Lexi ferozmente. — Assim, você


vai saia daqui. Você só o está envergonhando. Você está
lutando uma batalha perdida, e a única coisa que você vai

434
sair disso é com uma ordem de restrição, se não algo mais
grave.

— O quê? Você acha que é uma porra de um advogado


ou algo assim, gatinha?

— Sim, na verdade, eu sou. E você não é nada mais do


que uma stripper que engravidou de alguém, que não é o meu
namorado. Você não é nada mais do que um embaraço. Você
não pode continuar chorando e esperar que as pessoas
possam levá-la a sério. Meu conselho é para manter-se longe,
muito longe de mim, de Ramsey, deste recurso, e da toda a
Bridges Enterprise ou vamos tomar medidas legais, - disse
Lexi. — Não há ‘se’, ‘e’ ou ‘mas’ sobre isso. Se você continuar
a assediar-nos, então eu vou levá-la por mim mesmo ao
tribunal. E eu não vou perder.

— Eu aposto que você não vai fazer, - disse Elisa,


revirando os olhos.

Lexi podia ver uma mudança em seu comportamento,


um sentimento de inquietação.

Elisa deu um passo para trás, como se estivesse saindo


de forma pacífica, mas então ela pegou uma bebida em uma
mesa próxima e jogou o líquido em Lexi. Felizmente, ela
perdeu seu rosto, mas a bebida pousou em todo o seu vestido
novo.

A boca de Lexi caiu, em estado de choque. Elisa tinha,


realmente, jogado uma bebida nela? O líquido afundou no
material, e Lexi se sentiu toda pegajosa de uma só vez. Lexi
435
soube quase de imediato que o vestido estava arruinado.
Outro belo vestido caro foi arruinado em uma festa... E desta
vez, não era mesmo para ser algo divertido.

As pessoas correram para frente como um só. Parker


estava ao seu lado, e em seguida Cierra estava lá, também.
Algumas outras pessoas correram com guardanapos e
toalhas para tentar limpar o vestido, mas Lexi sabia que era
inútil. Quando ela olhou para cima, Ramsey estava andando
com dois seguranças musculosos. Eles tinham pegado Elisa,
que estava chutando e gritando, e eles estavam agora a
levando para fora do prédio.

— Estou bem, estou bem, - disse Lexi, balançando as


pessoas fora dela.

Mas ela não estava bem. Suas mãos estavam tremendo


de raiva. Ela estava tentando desesperadamente segurá-las
juntas na frente de todas essas pessoas.

Lexi andou até uma mesa e levantou a mão para


manter as pessoas à distância. Todo mundo ficou para trás,
exceto Bekah. Por alguma razão desconhecida, ela pensou
que Lexi poderia realmente querer falar com ela. Ela tinha
pensado que Bekah era a última pessoa que ela queria ver,
mas ela tinha certeza de que, por enquanto, esse ponto foi
reservado para Elisa. Jack ficou pouco fora de Bekah,
realmente envolvido, mas não realmente. Ele não parecia
saber onde era o seu lugar.

436
— Eu não posso acreditar que você a tratou assim! -
Disse Bekah.

— O quê? - Gritou Lexi.

Ela estava coberta de algum tipo de bebida alcoólica, e


Bekah estava repreendendo-a por como ela agiu?

— Ramsey tinha tudo sob controle. Se você não tivesse


dito nada, ela teria acabado por sair. Por que você sempre
tem que ter a última palavra?

A boca de Lexi caiu. — Você está brincando?

— Só porque você não consegue lidar com algo que


aconteceu no passado de Ramsey, não significa que você
pode estragar toda a festa com suas palhaçadas, - Bekah
jogou as palavras para ela.

Elas desembarcaram em todo o corpo de Lexi como um


soco no estômago.

— Por que você não cala a boca? - Lexi estalou.

Ela não conseguiu conter sua raiva, não agora, não


depois do que tinha acontecido com Elisa. Lexi visivelmente
endireitou-se e olhou para Bekah. O vestido de Lexi estava
encharcado pela lunática maluca que tentava rasgar Ramsey,
e Bekah teve a ousadia de gritar com Lexi.

Lexi simplesmente não podia levá-lo.

— Você não se importou que seu noivo a tinha


enganado antes de lhe propôs. Você não tem que se envolver

437
nisso, - disse Lexi, sua voz quase um sussurro, mas tão
ameaçador que ela poderia muito bem ter sido mortal. —
Então, por que você apenas não pula fora e se preocupa com
o seu casamento ou algo igualmente inútil?

Os olhos de Bekah estavam em chamas, e ela estava


visivelmente fervendo. — Você não tem que falar comigo
desse jeito, sua putinha. Você não era boa o suficiente para
Jack, e você certamente não é boa o suficiente para o meu
irmão.

— Bekah, - Jack retrucou, movendo-se entre elas. —


Apenas deixe-a em paz.

— O quê? - Bekah quase gritou. Seu nariz estava


enrugado quando ela olhou para Jack, em choque.

— Eu disse, para deixá-la em paz. Você não precisa


atacá-la como esta agora. É ruim o suficiente por que alguém
acusou injustamente Ramsey, e ela está lidando com o efeito
colateral. Você não precisa ataca-la, também.

Lexi e Bekah ambas apenas olharam para Jack.


Quando ele nunca tinha se levantado contra Bekah? Quando
ele tinha sempre mantido Lexi e Bekah da garganta uma da
outra? Lexi não sabia o que dizer sobre isso. Ela só queria
agradecer-lhe porque se manifestou em realmente segurar
Bekah... E isso era tudo que Lexi queria neste momento.

— Vamos lá, Bekah, - disse Jack, tomando-lhe a mão,


— apenas vamos andando.

438
Então, ela se afastou.

E Lexi estava ali, sem palavras.

439
Capitulo 15

Presente

Quanto rápido ela conseguia correr para fora do


apartamento?

Os lábios de Jack tinham pairado tão perto dela. Seus


olhos tinham bebido mais que uísque. Ela praticamente podia
ouvir seu coração batendo fora do seu peito. Ou tinha sido o
dela? O calor crescente entre eles tinha sido como um inferno
em chamas ameaçando dominá-los.

Ela não podia fazer isso. Ela não podia olhar para
aqueles olhos azuis e ceder aos sentimentos que ele sempre
agitou dentro dela. Eles eram amigos agora... Apenas amigos.
E se ele se sentia de outra forma, então talvez ela devesse
ficar longe dele.

Mas a sua cabeça não parecia se conectar com o resto


do seu corpo, implorando e suplicando-lhe para ficar, apenas
ficar, apenas um momento, dar dentro para aquele sorriso,
aqueles olhos, o cheiro picante de feromônios de sexo, ao
calor, o desejo e paixão que os consumia por dentro e por
fora. Tudo o que ela teria que fazer era fechar os olhos. Teria
sido tão simples.

440
Jack sabia o que queria. Ele sempre soube. E não seria
diferente agora.

Não era diferente.

Não... Isso certamente não seria diferente de qualquer


outro momento em que tinha jogado as suas relações para
longe. Não é diferente de todas as outras vezes que eles
tinham tirado uma linha na areia só para atravessá-la de
novo, de novo e de novo. Não é diferente de qualquer uma
delas.

— Então, eu devo ir, - ela sussurrou na quietude.

Sua mão tinha caído duro no batente da porta para se


firmar, e ela pensou por uma fração de segundo que ele iria
cruzar a linha que tinha desenhado mais de dois anos antes.

— Sim... Sim, você deve.

— A sua mão ainda está... - Lexi fez um gesto para a


porta onde sua mão estava cobrindo a dela.

Ele havia retirado sua mão com um suspiro, e Lexi


virou a maçaneta.

— Ei, - ele sussurrou.

Respirando fundo, ela se virou para encará-lo mais


uma vez. Ele estendeu a mão e colocou outra mecha de
cabelo atrás da orelha.

— Eu vou sentir sua falta.

441
E, em seguida, os lábios tinham pousado suavemente
em seu rosto, muito mais suave do que ela tinha pensado que
eles iriam, considerando a quantidade de álcool que estava
em seu sistema. Ela engoliu em seco, abriu a porta, e saiu
correndo do apartamento.

Suas mãos tremiam quando ela tirou as chaves do


carro. Ela deixou cair uma vez e xingou em voz alta, antes de
pegá-las e empurrando a chave na porta. Uma vez que estava
aberta, ela caiu no banco da frente e bateu com as mãos
repetidamente no volante.

— Foda-se. Foda-se. Foda-se. Foda-se. Foda-se, - ela


chorou as lágrimas que ameaçavam deixar soltas. — Não. Por
favor, não.

Ela se inclinou para frente e apertou a testa no volante.


Ela tinha estado abusando, e deixou as lágrimas caírem. Ela
nem sabia como articular o que estava rasgando o seu peito,
mas doeu como um filho da puta.

Ela só queria agarrar em seu caminho através de seu


peito e fazer toda a dor ir embora. Como ele poderia dizer
essas coisas para ela? Como ele poderia dizer essas coisas
quando ele sabia que não tinha importância, quando ele sabia
que ela estava se casando com outra pessoa? Como ele
poderia colocá-la nessa posição?

As lágrimas corriam pelo seu rosto, quentes, como uma


montanha-russa de emoções desencadeadas ao seu redor. E
ela não poderia impedi-las de cair, porque ela nem sabia a

442
verdadeira fonte de sua dor. Ela estava com raiva que ele
tinha dito aquelas coisas para ela... Ou que ele tinha dito para
ela tarde demais?

~~*~~

— Então, deixe-me ver se entendi, - disse Chyna,


passeando pelo seu apartamento.

Lexi sentou-se com seus pés amassados embaixo. Ela


tinha acabado de dizer a Chyna toda a história do início ao
fim, e ela estava esperando para ouvir a reação.

— Jack disse que a amava e que você deveria sair, e


você realmente saiu de seu apartamento?

Lexi assentiu solenemente.

— Chica, estou chocada. Você realmente cresceu? Você


tem uma febre? - Perguntou Chyna, caminhando até ela e
pressionando as costas da mão na testa de Lexi.

Lexi deixou de lado. — Não, eu não estou doente,


maluca.

Chyna riu e se afastou quando Lexi deu um tapa nela


novamente.

— Eu não sei o que você quer que eu diga. Você fez a


coisa certa. Jack estava bêbado e agindo como... Jack. Eu sei
que ele não tem sido assim por um tempo com você, mas isso
443
não significa que o homem não é ele ainda, dentro dele. Eu
acho que o divórcio está apenas começando para ele.

— Esse é o eufemismo do século.

— O que você vai fazer agora? - Perguntou Chyna,


caminhando de volta para Lexi e sentando.

— O que você quer dizer?

— Quero dizer... Agora que Jack está se divorciando...


Ele vai estar livre de novo, - disse Chyna suavemente.

— E daí? - Disse Lexi, olhando para Chyna,


desconfiada.

— Pare de me olhar assim. Eu sei que você o ama.

— Eu não...

Chyna nivelou com um olhar que parou Lexi, direito em


seu caminho.

— Nem tente isso comigo. Eu sei como você é com


Jack. Vocês dois poderiam ter sido amigos desde que ele se
casou, mas isso não significa que você ama esse homem
menos. Se for ou não estúpido, não é a questão. É
completamente idiota, mas isso não muda o fato, nem um
pouco.

Lexi mordeu o lábio inferior. — Eu não vou fazer nada.


Eu vou me casar no final de Outubro, - ela sussurrou,
empurrando o anel para fora na frente dela como se Chyna
não soubesse ou não tinha visto isso ainda.

444
— Eu sei. Eu sou sua madrinha de casamento, lembra?

— Eu sei que você é. Falando de ser dama de honra, eu


devo estar fazendo alguma coisa nessas duas últimas
semanas, além de planejar a festa de despedida que você já
planejou? - Perguntou Lexi, batendo os cílios para Chyna
inocentemente.

— Não. Falando em festa de despedida, o que você quer


fazer para a sua?

— Eu não sei, - disse Lexi, com um encolher de


ombros. — Isso não é o seu trabalho?

— Você nem mesmo encontrou um vestido ainda? -


Perguntou Chyna, ignorando sua pergunta.

— Para a festa de despedida?

Chyna revirou os olhos. — Não pense que você pode me


enganar. Você ainda não tem um vestido de noiva, não é?

— Um...

— Alexa, você precisa ter um. Nós só temos seis meses!

— Seis meses é muito tempo!

— Eu tive a minha estilista sobre esse aspecto do


casamento, como, dois dias depois Adam me pedir. Eu queria
que ela tivesse tempo suficiente para fazer o vestido. Isso foi
antes de eu sequer saber que eu estava indo para ser parte
da semana de moda daquele ano e teve que adicionar uma
prorrogação de seis meses para o casamento. Ela deu um

445
suspiro de alívio quando eu disse que ela tinha seis meses
mais para ele. Dezoito meses, chica. Não seis!

— Bem, eu não vou ter um grande designer de moda


para o meu vestido. Eu vou comprar essa merda de uma
prateleira e mandar adaptá-lo. Não pode demorar muito
tempo, - disse Lexi, com um encolher de ombros.

— Às vezes, eu me pergunto como nós somos amigas.

Lexi riu das diferenças entre elas. Elas certamente


tinham origens drasticamente diferentes, mas nunca tinha
importado para Lexi. Elas trabalharam apenas a forma como
elas eram. Lexi tinha certeza que Chyna não gostaria de ter
uma amiga que como ela, e tão provável, ela não gostaria de
alguém com tanto dinheiro quanto ela. A maioria das outras
pessoas na última categoria eram ainda mais egoístas do que
sua melhor amiga, não que ela quisesse Chyna de qualquer
outra maneira.

— Será que precisamos sair e procurar um vestido para


você, - perguntou Chyna, em pé, rapidamente, com a
perspectiva de fazer compras.

— Hum... Não. Não é um grande negócio. Eu vou


encontrar alguma coisa.

Chyna rolou dramaticamente os olhos. — Podemos,


pelo menos, ir procurar um vestido de dama de honra para
mim ou algo assim?

446
— Você não, eu deveria estar aqui para ajudá-la com o
seu casamento?

— Sim, mas o meu casamento é planejado. Você só


precisa mostrar-se.

— Então, o que estou fazendo aqui? - Lexi perguntou,


exasperada. Ela tinha saído do trabalho por isso.

— Porque você precisava ficar longe de Atlanta.

Lexi abriu a boca para protestar.

— Longe do divórcio, pelo que parece. Talvez longe de


Ramsey um pouco, também.

Lexi suspirou e descansou a cabeça contra o sofá. —


Não é suposto ser o momento mais feliz da minha vida?

— Eu acho que um monte de gente acha o


planejamento de um casamento insanamente estressante. E
enquanto o dia da noiva é suposto ser espetacular, já que é
uma grande festa... É geralmente muito estressante também.
Eu não acho que é estranho que você está assustada por
isso. - Chyna disse pensativa. — Quero dizer, especialmente
porque você pode surtar sobre tudo.

— Você deve ter me confundido com outra pessoa.

— Experimente e diga-me que metade dessa ansiedade


não vem do divórcio iminente de Jack.

— Não metade...

447
— E a outra metade não vem da merda com Ramsey, o
passado de mentiras, da cadela da Elisa... O que aconteceu
no verão passado.

— Não vamos falar sobre isso, - Lexi estalou.

— Ok, tudo bem, - disse Chyna, jogando as mãos para


cima. — Viva em sua vida delirante agora, mas um dia, você
vai ter que enfrentar todos esses anseios. Não seria melhor
apenas dizer-me sobre eles, para que você possa seguir em
frente, ao invés de sentar em sua cabeça e ficar obcecada por
tudo? Eu estou aqui para você. Eu sei a merda que você fez.
Você sabe a merda que eu fiz. Eu não vou julgá-la. O que
você quer Alexa? O que faz você feliz por tudo isso?

— Eu não sei.

— Sério? - Perguntou Chyna. Ela colocou as mãos nos


quadris e praticamente olhou para Lexi. — Você não sabe o
que você quer?

— Quero dizer... Eu sei o que eu quero.

— Então, esqueça todas as outras tretas. Esqueça todo


o drama Ramsey, Jack, Bekah, Parker, Elisa, John. Esqueça.
E diga-me.

— Eu quero Ramsey, - disse ela automaticamente.

— Eu disse-lhe para esquecer a besteira. Não me dê


respostas de mesmices. Eu sei que você o ama, e você
concordou em se casar com ele, mas isso não me diz o que

448
você quer, - gritou Chyna. — Por que isso tem que ser tão
difícil? Sabe o que eu mais queria da minha vida?

— Uma noite só?

Chyna deu-lhe uma risada empolada. — Eu queria que


meus pais me deixassem em paz. Eu queria esquecer o
quanto eles me foderam quando eles se divorciaram. Eu
queria que a sua memória não manchasse todo
relacionamento... Cada pensamento de um relacionamento...
Mesmo uma amizade. E você sabe o quê? Então, eu encontrei
você. Eles não podem tocar em você. Então, eu ganhei pelo
menos parte do mesmo se eu tiver que lutar contra o resto
diariamente. Eu ganhei. Eles não. Eu tenho o que eu queria.
Encontrei uma melhor amiga que não me trata como eles
fizeram que me tratou como uma pessoa. Eu cometi erros...
Quer dizer, de vez em quando, - disse ela, levantando as
sobrancelhas com um sorriso em seus lábios perfeitos. —
Mas eu sabia o que eu queria, e eu não ia me contentar com
menos do que isso.

— Enquanto eu aprecio o sentimento, você vai me dizer


que você não se contenta com menos do que todos esses anos
que você estava dormindo com metade de Manhattan?

— Eu não estava à procura de um relacionamento,


então. Tenho certeza de que não teria encontrado um com os
caras que eu estava levando para casa. Você não está
surpresa que eu vou me casar?

— Cem por cento, - disse Lexi sem perder o ritmo.

449
— Cadela, - gritou Chyna. — De qualquer forma, isso
não é sobre mim. Eu fui idiota, e eu não vou atrás do que eu
queria o tempo todo também. Eu estraguei tudo com Adam
duas vezes, mas quando eu percebi que ele era ‘ele’, eu não
olhei para trás. Eu apenas sei. É como se depois de Marco
fiquei na lista negra por mais de um ano. Eu só não cedi às
suas exigências, mas eu ainda fui atrás de ser uma modelo.
Eu nunca mais parei. Então, um dia Corsa me chama de
volta, diz que Marco levantou a lista negra, e que ela me quer
para a semana de moda. Eu ganhei. Eu tenho o que eu
queria. Portanto, corte as besteiras e fale comigo.

Lexi respirou estremecendo. Chyna não estava


brincando, e Lexi não poderia agir como se fosse tudo uma
brincadeira por mais tempo. Apenas considerando tudo que
Chyna tinha dito, fez Lexi querer chorar. Porque a verdade é
que a cabeça dela tinha sido tão fodida por tanto tempo que
ela nem sabia o que queria.

Ela pensou que era Ramsey. Ela certamente tinha


estado dizendo que era Ramsey por tempo suficiente. Ele era
perfeito. Amava-a ferozmente. Ele queria o que era melhor
para ela. Não havia absolutamente nada de errado em querer
ficar com um homem assim. Como ela poderia resistir a um
homem que a tratava assim?

Mas então, não havia esse sentimento... Naquele


momento... Que corroeu o coração dela. Dúvida. Chyna tinha
batido o prego na cabeça. Ela tinha estado com Ramsey por
quase três anos e meio agora, e ela ainda não poderia dizer se

450
é ou não verdade que ela confiava nele. Era ridículo,
absolutamente ridículo. Como ela poderia vacilar sobre
alguém, quando ela tinha estado com ele por tanto tempo?

Mas ainda estava lá, as sementes da dúvida, rastejando


por sua espinha, espalhando-se através de suas terminações
nervosas, paralisando-a quando ela menos esperava.

— Eu quero parar de sentir... Como se eu tivesse que


tentar tão duro, - ela finalmente sussurrou. — Eu sinto que
eu passei todo esse tempo apenas tentando segurar tudo. Eu
não posso estar irritada com Parker, porque eu sou amiga de
Jack. Eu tenho que esquecer Elisa porque a empresa quer
esquecer Elisa. Eu tenho que aceitar o homem que trabalha
uma vida de country-club porque ele fez isso por mim,
quando eu nunca pedi por nada disso! Eu só tenho que
aceitar que Ramsey fez de tudo por mim, porque ele me ama.
Eu só tenho que aceitar que Bekah está tentando rasgar Jack
para longe, quando tudo que eu quero é fazer a coisa certa.
Eu não consigo fazer nada sem o meu passado subindo e me
sufocando. Acima de tudo, eu só quero esquecer o meu
passado e viver meu presente. Porque é que tão difícil?

Ela não foi capaz de segurar as lágrimas. Deus, ela


odiava isso. Mas elas vinham para ela de qualquer maneira, e
ela enterrou a cabeça em suas mãos, tentando forçá-los a
parar.

Chyna suspirou, e Lexi sentiu o mergulho do sofá


quando Chyna sentou-se ao lado dela. Ela esfregou as costas
de Lexi, e deixou as lágrimas seguirem seu curso.
451
— Acho que o problema não é que você não pode
esquecer o seu passado. É que você realmente não quer, -
Chyna falou finalmente.

— O quê? - Perguntou Lexi, passando as costas da mão


contra sua bochecha.

— Seu passado modelou quem você é como pessoa. Fez


você a pessoa que você é hoje. Jack deixou a sua marca em
você, e Ramsey deixou sua marca em você. As cicatrizes
podem durar para sempre.

— Eu sei que ele me em moldou, mas isso não significa


que eu não possa mudar.

— Claro que você pode mudar, - disse Chyna,


claramente tentando segurar o seu jeito habitual. — Todo
mundo pode mudar, e eu acho que você tem. Eu só acho que
a única coisa que não mudou é fugir das coisas, que você
deseja. É como se você acreditasse que não é boa o suficiente,
como se você não merecesse o mundo e muito mais, mas você
faz.

Lexi desconsiderou Chyna e se levantou. Ela fez um


circuito completo da sala antes de fazer a sua mente sobre o
que ela queria dizer.

— Você me diz tudo isso, você diz que eu estou fugindo


do que eu quero e que eu mereço mais, mas eu não sei o que
mais eu poderia fazer para tornar isso uma realidade. Eu me
empurrei completamente para este relacionamento. Eu me
mudei para Atlanta. Nós fomos morar juntos. Passamos por
452
altos e baixos, altos e baixos, para os lados e para trás nos
caminhos.

— Eu não preciso ouvir sobre sua vida sexual, - disse


Chyna, arqueando uma sobrancelha sugestivamente.

Lexi riu, mas continuou. — Eu só estou dizendo que eu


tentei de tudo e mais, para fazer esta relação funcionar. Isso
não prova que é o que eu quero? Isso não prova que eu
mereço ter alguma aparência de paz e felicidade?

— Você colocou tudo neste relacionamento? -


Perguntou Chyna suavemente.

— Sim! - Lexi gritou, exasperada.

— Então, basta responder uma pergunta minha, - disse


Chyna, movendo-se para ficar diretamente diante de Lexi. —
Por que você não foi capaz de deixar Jack ir? Através de tudo
isso... Ele ainda está aqui.

— Eu o deixei ir. Somos apenas amigos.

— Ele disse que ele a amava e queria levá-la para casa


com ele. Eu não tenho amigos assim.

— Você está tentando me empurrar em direção a Jack?


Ele se casou! Casou-se com a cadela da Bekah!

— E agora, ele está se divorciando dela! Eu não estou


dizendo que você tem que correr de volta para Jack... De
novo. Eu só estou dizendo que você pense sobre sua vida,
Alexa. Eu estou dizendo que você seja uma adulta e perceba
que algumas das coisas que você está passando podem ser
453
apenas da sua própria maldita culpa! Você pode amar
Ramsey e pôs tudo neste relacionamento, mas você só está
enganando a si mesmo quando você fica dizendo que você e
Jack são apenas amigos, - disse Chyna, empurrando o ombro
de Lexi, em um acesso de raiva. — Eu acho que isso é o que
me irrita mais. Você pode tê-lo, tem tudo isso, o que todo
mundo procura, mas você faz tudo em seu poder para
combatê-lo!

Lexi caiu visivelmente, sentindo o peso das palavras de


Chyna. — Eu não sei como fazer qualquer outra coisa.

~~*~~

Abrindo a porta o mais silenciosamente possível, Lexi


entrou no apartamento que dividia com Ramsey. Ela havia
tomado seu voo de Nova York para cá, naquela noite. Chyna
tinha tentado convencê-la de ficar mais tempo, mas Lexi
sabia onde ela precisava estar nesta noite. Ela havia tirado o
fim de semana para trabalhar com Chyna nos planos de
casamento, mas Lexi realmente precisava estar aqui,
trabalhando em coisas com Ramsey.

Ela precisava vê-lo, tocá-lo, abraçá-lo, para lembrar-se


por que ela o amava para caramba. Ela não precisava
normalmente de um lembrete. Ela não tinha que estar em
torno dele em todos os momentos para sentir esses três anos
e meio envolvê-la como um cobertor. Mas hoje à noite, bem,
454
esta noite era diferente. Chyna tinha feito tudo às avessas, e
ela queria ficar com o lado direito para cima novamente. Ela
queria sua reação instintiva inicial, o que ela tinha dito uma
e outra vez por três anos, para ser instintiva, para estar
sempre na ponta da língua. Ela não queria pensar em mais
nada. Isso era o que ela queria.

Naquele momento, ela não se importava se ela estava


mentindo para si mesma sobre isso.

Ela fechou e trancou a porta atrás dela e, em seguida,


na ponta dos pés foi para cima através do apartamento às
escuras. Ela tinha deixado às malas no carro dela desde que
ela não queria ter que transportá-las lá em cima no meio da
noite. Tudo o que ela queria era ver Ramsey.

Os pés dela levaram-na para o final do corredor. Ela


ficou na frente da porta fechada para o quarto e respirou
fundo antes de empurrá-la.

Ramsey estava deitado em seu lado da cama, enrolado,


de frente para onde o seu corpo normalmente estava ao lado
dele. Ele parecia tão calmo, com as cobertas caindo metade
de seu torso musculoso nu. Ela sorriu para a familiar
imagem que ela tinha ficado acostumada e tendo como certa.
Ela tinha que dormir ao lado dele todas as noites. Mesmo
quando cambaleava na cama, exausta, ela ainda sentia o
calor de seu abraço e a aceitação entre eles. Essas eram as
coisas que importavam.

455
Lexi facilmente retirou tudo, ficou só com a roupa de
baixo e se arrastou para a cama, ao lado dele. Ele nem sequer
mexeu quando a cama caiu sob o peso dela. Avançando, ela
apertou o peito contra ele e, em seguida, todo o seu corpo.
Sem sequer abrir os olhos, o braço veio ao redor dela,
segurando-a delicadamente no lugar contra seu corpo.

Ela arrastou sua mão até a definição, do seu abdômen,


para o peito, até o pescoço, e depois para a forte mandíbula.
Na primeira, os lábios pousaram em seu ânimo leve, mas, em
seguida, seus beijos cada vez mais exigentes começaram
despertando-o de pijama.

Os dedos cavando em suas costas foi, a primeira


indicação de que ele tinha acordado, e depois a sua metade
inferior pressionado contra ela, antes de finalmente deixar os
lábios entreabertos para a língua entrar em sua boca. Eles se
beijaram apaixonadamente, desesperadamente, como ela lhe
dava toda emoção trancada em seu corpo. Ele não se conteve
tanto quando ele começou uma rotina lenta contra ela. Podia
senti-lo endurecer através da fina camada de roupas
separando-os.

— Baby, - Ramsey rosnou contra sua boca, rolando-a e


pressionando-a firmemente na cama.

— Aham...

— Você está em casa mais cedo.

— Eu precisava de você, - disse ela, dando-lhe a


resposta mais honesta que ela tinha.
456
Ela precisava de uma conexão física agora mais do que
nunca. Ela precisava da noite de lembrete de que ela estava
fazendo a escolha certa.

— Gosto de ouvir isso, - ele gemeu. Ele abriu suas


coxas e aliviou-se entre elas, continuando a moer contra ela.

— Faça amor comigo, - ela quase gemeu quando seu


pau empurrou contra o tecido fino de sua calcinha.

Removendo a última camada de roupa, Ramsey


acomodou-se entre as pernas dela e levou-a para o seu
próprio. Sentiu-o puxar para trás e encontrá-la de novo e de
novo, e ela tentou manter sua mente no aqui e agora.

Isso era o que ela queria. Ela queria ter esse


sentimento, para saber que ele era dela e ela era dele. Para
senti-lo e saber que ela ia ter isso para o resto de sua vida...
Que era isso que ela queria por mais tempo do que isso.

Ela podia senti-lo lutando para liberar, e suas paredes


foram apertando ao redor dele, tremendo em seus impulsos
medidos.

Ela amava esse homem.

Ela, porra, amava esse homem.

Eles podem ter seus problemas, mas cada casal tinha


problemas. Ela podia ter tudo com o passado que tinha
acontecido. Ela podia lidar, porque, aqui e agora... Era a
decisão certa.

Ela não ia lutar com ele sobre isso.


457
E ela não fez, quando ele a empurrou sobre a borda,
enviando ondas de prazer a partir de seu centro para as
pontas dos dedos. Ela fechou os olhos, saboreando aquela
sensação, e, em seguida, ela deixou seu corpo relaxar de volta
para a cama. Ramsey desabou sobre ela antes de puxar para
fora.

— Eu te amo, - disse ele.

Ele beijou os lábios e, em seguida, saiu da cama para ir


ao banheiro.

Suas endorfinas cravadas e em seguida liberadas. Era


como se ela estivesse batendo no fundo de um elevado teor de
açúcar. Ela virou-se e escondeu o rosto no travesseiro.

Se for assim que ela deveria sentir, então por que ela
tinha que ficar lembrando a si mesmo que era feliz?

458
Capitulo 16

Dez meses antes

Atlanta era um alvoroço com os turistas, durante toda


a temporada de férias. Tráfego lotado nas interestaduais, os
shoppings eram embalados com compradores de Natal, e em
todos os lugares que Lexi passou, a cidade estava cheia de
alegria do Natal. Era excepcionalmente frio para o sul. Estas
temperaturas baixas normalmente não batiam até o final de
janeiro ou início de fevereiro, e duravam apenas algumas
semanas, no máximo. Ela ficou surpresa ao estar
constantemente vestindo-se com seu traje de blusas, botas
até o joelho, e casacos de Nova York. Ela amava as camadas,
mas ela já estava sentindo falta do verão.

O escritório de advocacia havia dado suas duas


semanas de folga em torno do Natal, e ela não tinha ideia do
que fazer consigo mesmo. No Natal passado, ela teve três dias
de folga. Ela imaginou que o tempo extra fora veio de pagar
suas dívidas... Ou talvez eles tivessem acabado de ver o
quanto de um naufrágio ela tinha estado recentemente.
Certamente não ajudava que seus problemas de
relacionamento tinham virado a notícia.

Quando Elisa tinha sido transportada para fora da


Opera, naquela noite, há dois meses, ela havia sido presa por
459
invasão. A notícia local de Atlanta havia informado sobre o
evento, incluindo um retrato de Ramsey e Elisa juntos fora do
local. Fazia todo tipo de humilhação.

Seu pai havia se preocupado com a reação contra a


empresa e publicou uma série de comunicados de imprensa,
tentando minimizar os danos. Mas, além do constrangimento,
ele não tinha feito nada para a ala médica. Na verdade, ele
parecia passar a palavra ainda mais, e o novo edifício foi
inundado com as pessoas. Lexi só esperava que a empresa
não tentasse usar escândalos pessoais para obter mais
negócios depois disso.

A única vantagem de tudo isso era que Ramsey tinha


sido incrivelmente frio sobre tudo em sua vida. Ir almoçar
com Jack não era grande coisa. Passar tempo com Brandon
não o irritava. Ela não sabia se ele tinha acabado de deixar as
suas preocupações ou se ele simplesmente não queria colocá-
la através de qualquer outra coisa, depois disso. Ela queria
acreditar que ele confiasse nela, de modo que era o que ela
estava indo.

De qualquer forma, foi um alívio não ter que se


preocupar tanto. Ramsey sempre tinha dito que ele não se
importava com Jack e Brandon ou qualquer outra pessoa,
desde que mantivessem as mãos para si, mas ela nunca tinha
realmente acreditado nele. Após esse incidente com Elisa,
quando Lexi tinha sido deixado em pé no meio do Opera com
um copo de vodka derramado sobre ela, então Jack salvando-

460
a de Bekah, e ninguém, mas Cierra e Parker para cuidar dela,
bem, as coisas tinham mudado.

E parecia que era necessária a mudança.

Mesmo quando ela saia com as pessoas Ramsey tinha


dito que não se importava, ela ainda se sentia como se
estivesse na ponta dos pés em torno dele, em alguns
aspectos, mas não mais. Era como se alguém tivesse
apertado um interruptor de luz.

Assim, quando John ligou para ela de repente, ela


atendeu ao telefone. Se Ramsey ia ser legal sobre todos os
outros, então, certamente, ela não tinha nada a esconder
sobre John.

— Há um nome que eu não vi no meu telefone há


algum tempo, - disse Lexi, quando ela respondeu.

— Baby, eu perdi a sua voz, - disse John


sedutoramente.

— Você não me parece um homem que quer uma


mulher tagarela, - ela brincou.

— Só você.

— Oh, ha-ha! - Lexi revirou os olhos. O homem nunca


desistia. — E que você realmente me chama para isso?

— É bonito como você acha que eu estou brincando.

— É bonito que você ache que eu sou tão distraída.

461
John riu através do telefone. — Eu não, não em tudo.
Na verdade, estou apenas indo para Atlanta para o fim de
semana. Bridges me manteve no contato principal para a ala
médica, e eles são devidos para uma inspeção checkup de
sessenta dias. Ouvi dizer que você teve a semana de folga, e
eu queria ver se você estaria interessada em me fazer
companhia.

— Como diabos você sabe que eu tenho a semana de


folga, - perguntou Lexi, sentando-se ereta. Cristo, como ele
sempre sabia coisas sobre ela?

— Você tem, não é?

— Sim, mas como você sabe?

— É estranho que você sempre saiba dessas coisas.


Com quem você fala? É Adam ou algo assim? - Lexi sondou.

— Você não quer apenas passar um tempo comigo? É


por isso que você está parando? - Perguntou ele com uma
risada. — Eu quase não acredito que é, ou você não teria
atendido a minha chamada.

— Não tente mudar de assunto.

— Ou é o seu namorado que não quer que você saia


comigo? Ele está tentando evitar outro escândalo na empresa
como a sua grande foda com aquela garota Elisa? Ele não
devia ter pensado melhor antes de ir para fora com ela
naquela noite, - perguntou John, rindo baixinho.

462
Lexi rangeu os dentes. Elisa. Apenas o nome trouxe
bile na garganta nestas circunstâncias. Ela estava a um
passo abaixo de Bekah na escala de ódio.

— Você não está fazendo o seu caso no momento, - Lexi


resmungou.

— Então, é o namorado?

— Não, - ela retrucou. — Ramsey não se importa com


quem eu saio, porque não tem nada para se preocupar.

— Claro que não, querida, - disse ele.

Ela quase podia ver o seu sorriso.

— Então, você não terá reservas sobre passar algum


tempo comigo enquanto eu estiver em Atlanta, sozinho, pouco
antes do Natal.

~~*~~

E foi assim que Lexi acabou visitando a ala médica


Bridges com John na semana antes do Natal. Tinha sido
totalmente funcional para pouco mais de dois meses, e na
medida em que Lexi poderia dizer, ela estava funcionando
perfeitamente. Ramsey não reclamou metade do que
costumava antes de ter aberto, de modo que ela assumiu que
as coisas tinham caído facilmente no lugar.

463
John estava em um terno preto e gravata preta nítida,
quando ele esperou-a fora da entrada da frente para a ala
médica da Bridges. Pelo olhar da ação, o seu trabalho para a
Bridges pagava generosamente. Anos atrás, Chyna tinha
ensinado como escolher um terno caro, e Lexi iria colocar seu
dinheiro em uma boutique na Quinta Avenida.

Ela tinha vestido mais casualmente em um camisão


creme gigante combinando com uma saia cor de vinho, e
botas de montaria caramelo na altura do joelho. Ela tinha um
cachecol de malha marinho enrolado em seu pescoço duas
vezes, e seu longo cabelo castanho caía solto. Suas mãos
estavam enfiadas em longas mangas de sua blusa enquanto
ela correu até John. Suas bochechas e nariz estavam rosa do
vento, e ela estremeceu.

— Para dentro, - ela disse em saudação e, em seguida,


caminhou em direção ao prédio.

Ele riu e a apanhou com facilidade. — Este não é


tempo de frio.

— Você me disse no ano passado, e isso não importa,


então.

— Uau... Foi há um ano? - Ele meditou em voz alta.

Lexi assentiu. Era difícil de acreditar que tinha sido há


um ano e meio, desde que ela tinha saído do casamento de
Jack, desde que ela e Ramsey tinham trabalhado as coisas,
desde que ela tinha dito a John que não podiam se encontrar.

464
Era um pouco surreal que eles estivessem todos em sua vida,
ainda, de alguma maneira.

Por mais que John soubesse sobre a sua vida, ela


nunca perguntou sobre a dele. Ela tentou mantê-lo o mais
profissional possível. Ele sempre tentou cruzar a linha
apenas um pouco em cada interação, mas ela nunca tentou.
Perguntou-se se deveria perguntar a ele sobre sua vida, mas
depois ela parou. Que bem isso faria? Ele só acharia que ela
tinha tomado um interesse renovado. Ele tirou isso de tudo o
que ela fez.

Mas ela estava curiosa. Não era como se ele estivesse


ativamente perseguindo-a, mas ele ainda estava tentando vê-
la quando ele estava na cidade. Isso a fez pensar que ele não
estava namorando ninguém a sério. Ela odiava quando sua
curiosidade levava a melhor sobre ela.

Lexi soprou suas mãos quando ela entrou no hospital.


Ela desejou que ela tivesse trazido o casaco com ela. Ela não
queria ter que carregá-lo com ela embora no caso de Cierra,
não estar lá para deixá-la esconder isso.

— Precisa de mim, para aquecê-la, - perguntou John,


vindo por trás dela.

— Não, obrigado. - Ela saltou para longe dele, e seus


olhos percorreram a sala de entrada.

Ramsey sabia que ela estava vindo para o hospital hoje,


mas ela não tinha certeza de quando, de verdade, eles
estavam para chegar, então ela não tinha deixado-o saber o
465
tempo específico. Ele realmente poderia estar em qualquer
lugar lá dentro, mas ela esperava que eles fossem para ele.
Talvez ela devesse apenas ter mandado um texto para ele.

Ela tocou o telefone no bolso da saia, mas depois


desistiu. Se ele sabia que ela já estava aqui, então ele viria
procurá-la. Ela preferiu evitar constrangimento a qualquer
custo. John, afinal, era o homem que ela tinha dormido
depois de ter rompido com Ramsey. Ele poderia dizer que ele
estava bem com ele e até mesmo agir como ele, mas com
certeza ela não gostava do pé entre eles.

— Por aqui, - disse John, apontando-a em direção aos


elevadores.

— Qual é o plano?

— Você não queria andar cada andar do prédio?

— Não. Nem por isso, - disse ela com sinceridade.

— Não, nem eu. Então, vamos pular alguns. Pulando


aqui e ali, e assustar as pessoas até a morte.

— Você deveria ter trazido uma prancheta, - disse Lexi.

— Vamos prender outra pessoa.

Eles pularam para o elevador, e John escolheu um piso


aparentemente de forma aleatória. Tinha certeza de que ele
tinha instruções detalhadas sobre o que ele deveria estar
fazendo, mas ele não tinha compartilhado com ela. Isso foi
bom por ela. Ela não queria saber mais sobre o
funcionamento interno da ala médica do que ela já tinha que
466
viver com a pessoa que tinha começado a empresa mais de
um ano atrás.

Eles andaram para cima e para baixo pelos corredores,


falando sobre coisas triviais. Ele parava para conversar com
as pessoas em vários quartos, e ela iria esperar lá fora para
os poucos minutos que ele estaria dentro. Ela fez um monte
de observar as pessoas e se sentia um pouco como se
estivesse assistindo a um drama hospitalar de televisão com
todas as pessoas conversando e andando entre os desastres,
para não mencionar, os interesses amorosos óbvios.

John anunciou que eles estavam na metade, e eles


pararam por um minuto, para que ela pudesse pegar um
pouco de café. Ela não sabia por que ela estava cansada... Ou
talvez ela estivesse apenas desejando seu café. De qualquer
forma, o gosto amargo sempre levantava ânimo, e ela
precisava. Além disso, o líquido lhe deu coragem para
realmente perguntar a John as perguntas que ela tinha na
parte de trás de sua mente.

— Então, você está saindo com alguém? - Perguntou


Lexi, que afundou em seu café.

— Por quê? Você ainda está interessada?

— Não. Tenho Ramsey. Eu estava simplesmente


curiosa.

John olhou para ela de lado, avaliando-a, antes de


responder: — Nada sério.

467
— Então, você está vendo alguém! Como ela é? Ela está
oferecendo uma luta? - Lexi perguntou com uma risadinha.

Ela não sabia por que achou graça. Poderia ser apenas
por que ele sempre fazia piada com ela sobre Ramsey. Ela
simplesmente não podia prendê-lo dentro.

— Eu não estou saindo com ninguém, - disse ele com


firmeza.

— Mas você está, ou você não estaria agindo assim.

— Eu também não estaria aqui com você, estaria?

Lexi bufou. — Sim!

— Bem, eu sei que você está preocupada, mas você


pode parar. Não é sério. Apenas algo divertido, - disse ele,
erguendo as sobrancelhas.

— Uh-huh. Então, quem é ela? O que uma garota tem


que fazer para manter seu interesse?

— Eu estou olhando para ela, - disse ele, olhando-a.

As bochechas de Lexi aqueceram com o comentário,


mas ela o empurrou para frente. — Você está dizendo que ela
é como eu?

— Não, ela não é nada como você. É por isso que não é
sério.

Lexi não sabia o que dizer sobre isso. Fazia um ano e


meio desde que eles tinham tido qualquer tipo de
relacionamento sexual. Claro, eles tinham tido um grande
468
mês juntos, mas ela manteve sua posição de colocá-lo para
trás. Se ela conseguia ser amiga de Jack, então ela não podia
fazer nada.

Certamente, todas as palhaçadas de John eram mais


engraçadas do que ele sério. Ele era um homem em um lugar
de imenso poder. Ele se formou com um MBA de Harvard,
trabalhava na Global, e tinha seu próprio loft na cidade. Ela
simplesmente não podia vê-lo definhando atrás de alguém, e
não quando havia um milhão de mulheres na cidade, que ele
poderia perseguir depois.

— Bem, eu espero que ela mude a sua mente, prove


que você está errado, - disse Lexi.

— É duvidoso.

— Tenho certeza que você pode encontrar alguém para


mantê-lo ocupado com bastante facilidade.

— Oh, eu tenho certeza, - disse John com confiança. —


Há sempre outro peixe no mar e tudo mais. É isso que você
está tentando dizer?

— Quero dizer, não exatamente...

— Eu sou a última pessoa que precisa de sua


compaixão.

— Eu não estava tentando...

John virou-se e agarrou a mão dela. — Venha comigo.


Eu quero lhe mostrar uma coisa.

469
Lexi estava tão surpresa com a mudança abrupta na
conversa que ela simplesmente seguiu pelo corredor. Ela não
tinha a intenção de se deparar com tanta pena dele. Ela
certamente não olharia para baixo, por ele não ter uma
namorada ou por não se estabelecer. Para cada um o seu
estilo de vida para o que ele queria. De todas as pessoas, ela
definitivamente não era o modelo de como ir sobre
relacionamentos. Esse não era o lugar de julgar, e ela
esperava que ele não achasse isso.

— Para onde vamos? - Lexi finalmente perguntou,


depois de terem tomado o elevador para outro andar e tinham
feito a curva para outro corredor.

Lexi mordeu o lábio, a sensação de afundar fixando-se


em seu estômago. Ela não sabia de onde tinha vindo ou o que
a deixou apreensiva, mas apenas prendeu seu intestino. Ela
colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha reflexivamente
e continuou a segui-o pelo corredor.

Pararam diante de uma porta fechada. John bateu


duas vezes, e quando ninguém respondeu, ele abriu a porta e
conduziu-a para dentro.

— O quê? - ela começou, mas depois parou quando viu


onde estavam.

Eles estavam em um relativamente pequeno quarto


com dois beliches e uma pequena mesa do computador.

— Onde estamos?

470
— Este é o quarto de plantão, - disse ele, deslizando as
mãos pelos seus braços.

Lexi saltou quando ele a tocou, e ela afastou-se dele.

— É para os médicos dormirem ou relaxarem quando


estão de plantão no hospital.

— Oh, - ela espreitou. Seu coração estava acelerando


quando ela olhou para a pequena sala. Ela não sabia como
verdadeira mostra do hospital realmente era, mas isso era
frequentemente mostrado como a sala onde todos os médicos
tinham relações sexuais. Ela queria rir, mas ela não tinha
vontade de rir naquele momento. Sentia-se ansiosa.

— Você lembra a noite quando você me disse que eu


não me comparava com o seu ex... Jack. Você disse que
desistiu fácil, mas você não queria compromisso, - disse
John, caminhando em direção a ela.

Lexi deu um passo para longe dele. — Eu não disse


isso... Exatamente, - ela sussurrou, perguntando onde ele
estava indo com isso.

— Eu acho que você disse. E eu estou um pouco


confuso com algumas coisas, - disse ele. — Gostaria de
explicar algumas coisas para mim?

— Hum... Certo, - disse ela, dando mais um passo


hesitante para trás. Ela não sabia o que ele ia pedir, mas sua
inquietação estava no auge.

— Você namorou Jack muito tempo, certo?

471
— Hum... Não. Nunca namorei na verdade.

— Mas vocês estavam juntos.

— Bem, não exatamente.

— Dormindo juntos, - John ofereceu.

— Hum... Sim.

— E você está namorando Ramsey agora por mais de


dois anos?

— Sim. Dois anos e meio.

— Isso parece bastante comprometido para mim. -


John arqueou uma sobrancelha.

— Eu apenas disse que me comprometer é a parte


difícil... Não impossível.

— Comprometida com Ramsey e ainda vendo Jack,


certo? - Perguntou John, indo perto dela novamente.

Lexi deu mais alguns passos para colocar distância


entre eles novamente. Passou o cabelo atrás da orelha, ela
desviou o olhar e tentou envolvê-la em torno da mente, onde
John estava indo com isso. O que é que isso importava para
ele? E por que ele está tão zangado? Seus olhos castanhos
eram escuros sob seus espessos cílios negros, e seu corpo
estava rígido, onde era normalmente relaxado.

— Jack e eu somos apenas amigos. Nós não estamos


vendo um ao outro. Eu não sei o que você está tentando

472
provar nesta conversa, mas eu acho que nós deveríamos sair,
- disse Lexi, tentando por sua melhor voz de tribunal.

— Você é amiga de alguém que você dormiu desde a


faculdade, - perguntou ele, incrédulo.

— Sim, algumas pessoas aprendem a crescer, - ela


cuspiu de volta. Em seguida, ele bateu nela. — Como é que
você sabe sobre mim e Jack? Eu não disse a você sobre o
nosso relacionamento. Com quem você falou? Como você
consegue saber de tudo isso estando fora?

John apenas deu de ombros.

— Por que você quer saber tudo isso de qualquer


maneira, - ela perguntou. — O que você ganha com isso?

John avançou rapidamente, e Lexi deu mais um passo


vacilante para trás. Suas costas bateram na parede, e ele
pairou perto sobre ela. Ela prendeu a respiração enquanto ele
estava lá. Um milhão de cenários passaram por sua mente ao
mesmo tempo.

Ela não queria o que ele estava oferecendo. Ela gostava


dele, e eles se deram bem, mas também a colocava na borda.
Na maioria das vezes era por causa da atração física que
ainda estava lá, entre eles, mas não neste momento. Isso
parecia diferente. Ela podia sentir a necessidade física
fervendo por baixo de tudo, mas havia outra coisa lá que ela
não conseguia colocar o dedo.

473
— Eu lhe disse uma vez que eu não ia jogar limpo.
Você não jogava limpo, então eu não ia. O que mais eu
descobri sobre você, Lexi, só prova que você nunca jogou
claro com Jack por anos e forçando Ramsey estar em torno
de Jack. Durante todo o tempo repreendendo Ramsey por
estar em torno de Parker quando você está em torno de Jack.

— Qual é o ponto de tudo isso? - Ela retrucou. — Não


me julgue pela vida que eu vivo! Você não sabe o que eu
passei para chegar até aqui, e eu sou perfeitamente capaz de
tomar minhas próprias decisões.

— Caminhe longe de tudo.

Os olhos de Lexi se arregalaram com o comentário. De


onde diabos tinha vindo isso? Vá embora de sua vida? Da vida
que ela tinha lutado com unhas e dentes para ter?

Ele estava mentalmente insano?

Não havia nenhuma maneira que ela ia se afastar de


Ramsey. Eles tiveram seus altos e baixos, mas era o negócio
real, a coisa certa. Enquanto Elisa foi atrás deles e ela podia
confiar nele em torno de Parker, então seria ótimo.

E Jack...

Bem, Jack, ela finalmente fez as pazes com ele. Eles


eram amigos. Apenas amigos. Nada mais. Nunca mais.

Ela não ia desistir disso agora que já estava


funcionando. Ela nunca pensou que ela seria capaz de
chamar Jack de seu amigo, em qualquer sentido real. A

474
tensão sexual entre eles sempre foi muito palpável, mas eles
tinham feito o trabalho. E ela precisava dele.

— Caminhar de quê? Da minha vida?

— Basta deixar tudo para trás, - disse ele, em voz


baixa. Parecia que ele queria chegar e tocá-la, mas não o fez.

— Eu não posso deixar a minha vida para trás. Você


sabe o quanto louco isso soa? Eu só quero sair daqui, - disse
ela, empurrando contra seu peito para tentar passar por ele.

John pegou-lhe os pulsos e puxou-a contra ele. A


respiração sumindo fora de seus pulmões quando o peito
colidiu com ele asperamente.

— Eu estou oferecendo-lhe uma saída. Você quer ficar


longe. Eu quero que você fique longe. Volte para Nova York.
Saia com Chyna. Passe algum tempo comigo.

Lexi balançou a cabeça para trás e para frente, e


tentou arrancar as mãos de volta. — Não. Você não pode me
dizer para desistir da minha vida, porque você quer me
namorar. Eu já lhe disse não... Um ano e meio atrás. Agora,
deixe-me ir!

— Por que você luta com isto?

— Porque você está me machucando, - disse ela,


apontando para onde ele ainda segurou-a no lugar.

John a soltou, e ela empurrou de volta contra o seu


peito novamente.

475
— Eu disse que não. Sinto muito que você não possa
aceitar que não, mas a minha resposta não mudou. Eu amo
Ramsey. Estou namorando Ramsey.

— Você quer se casar com ele? Você disse que não é do


tipo que se casa... É ele? - perguntou John.

— Isso não é da sua conta. Você parece saber tudo


sobre a minha vida. Como é que você não sabe a resposta
para essa pergunta?

— Eu já sei que ele é. Eu só quero que você veja o


quanto errado vocês estão juntos.

— E o quê? - Ela perguntou, irritada. — Para provar


que somos um para o outro? Você prova com ações, não
palavras.

— Então, deixe-me provar isso. Você vai olhar para trás


neste momento e se arrepender de não sair. Posso vê-lo em
cima de você. Eu conheço você, Lexi, - John disse a ela.

Ela deu um passo em torno dele. — Nós nos


encontramos por um total de um mês. Tivemos relações
sexuais uma vez. Poderíamos ter nos desligado desde que
você estava trabalhando no hospital Bridges, mas eu não
estou indo embora, e eu não vou me arrepender disso.

Lexi virou-se e caminhou em direção à porta. Ela não


podia acreditar que ela tinha acabado de ter essa conversa.
Era audácia do homem, realmente, dizer essas coisas para
ela, para tentar convencê-la a desistir de Ramsey, de sua

476
amizade com Jack, sua vida em Atlanta, por algo com ele em
Nova York, e a própria ideia de tudo isso era ultrajante.

John caminhou atrás dela, afastando-a da porta. — Eu


não estou dizendo para ir embora por minha causa. Eu estou
dizendo para sair comigo. Poderíamos muito bem cair aos
pedaços em um par de meses, mas pelo menos você saberia.
Você não estaria fazendo essa coisa, correndo a mil para
satisfazer ninguém, mas a si mesmo.

— E como você sabe que eu estou fazendo isso por


mais alguém além de mim? - ela perguntou, cruzando os
braços sobre o peito. — Você acha que eu decidi amar
Ramsey, porque ele me queria? Que eu decidi morar com
Ramsey, porque ele queria? Que eu decidi ser amiga de Jack,
porque ele queria? Eu tenho certeza que eu tive uma palavra
a dizer em tudo isso!

John riu e balançou a cabeça. Ele realmente parecia


distraído de seu discurso. — O fato de que você já ter se
iludido a pensar é a parte mais triste de tudo isso, - disse ele,
abrindo a porta com força e saindo para o corredor.

Lexi correu atrás dele, pronta para dar-lhe um pedaço


de sua mente. John parou apenas para fora da porta, e ela
olhou para ele, pronta para gritar com ele mais um pouco,
mas depois ela deu uma boa olhada no que o fez parar.

Ramsey e Parker estavam em pé a poucos metros da


sala de plantão. Eles estavam conversando entre si, mas
foram andando em linha reta em direção a Lexi e John.

477
Quando Lexi tinha saído da sala de plantão, Ramsey e Parker
tinham olhado para ela.

Foda-se!

De jeito nenhum que isso parecia bom. Ela estava com


raiva e confusa por causa da conversa que acabara de ter
com John, e agora, ela tinha que lidar com isso. Ramsey
estava em um terno, como de costume, mas Parker vestia
jaleco com os cabelos em um rabo de cavalo bagunçado.
Fugir naquele momento não parecia tão ruim.

— Lexi, - disse Ramsey. — Eu não sabia que você já


estava no hospital.

Ela sabia que deveria ter enviado uma mensagem para


que ele soubesse que ela estava aqui, mas ela tinha planejado
fazer isso quando ela estivesse pronta, para que ela pudesse
passar mais tempo com ele. Agora, ela tinha sido apanhada a
pé para fora da sala conhecida por onde os médicos tinham
relações sexuais. Simplesmente fantástico.

— Sim, eu estou aqui há um tempo. Nós estamos


apenas vagando pelos corredores enquanto John faz seu
relatório.

— Parte da sua inspeção estava na sala de plantão? -


perguntou Ramsey, mantendo a voz.

Mas Lexi podia ver que ele não estava satisfeito.

Parker forçou uma risada empolada. — Tenho certeza


que não foi nada.

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Todos eles ali sem jeito no minuto de silêncio. Lexi não
sabia o que dizer. Ela sabia que Ramsey estaria chateado se
soubesse o que John tinha dito para ela. Ela percebeu a
extensão de Ramsey agindo legal com o seu ser amigos com
estes homens estendidos apenas enquanto eles mantiveram
distância. John tinha cruzado a fronteira. Não, era mais como
ele tinha pulado por obstáculos a linha em uma corrida de
velocidade.

— Acabamos de terminar de qualquer maneira, - disse


John casualmente.

Lexi olhou para ele. É claro que ele iria encontrar uma
maneira de fazê-lo soar sujo.

— Ele só estava me mostrando. Eu nem sabia para que


o quarto era, - Lexi admitiu.

— Eu vou terminar a minha inspeção agora. Eu


acredito que ela é sua para cuidar, - disse John asperamente,
oferecendo Lexi.

— Sim, talvez você devesse terminar o seu trabalho


aqui, - disse Ramsey, tomando a mão de Lexi e puxando-a
para si, reivindicando-a.

— Eu posso acompanhá-lo o resto do caminho, - disse


Parker imediatamente.

Lexi perguntou se Parker poderia ficar melhor. Lexi


queria odiar a mulher, mas ela simplesmente não conseguia.
Ela não gostou da história entre Ramsey e Parker, mas ela

479
daria a Parker à mesma chance que Ramsey havia dado a
Jack.

Parker se moveu para ficar ao lado de John, e então


algo atravessou o rosto de Parker que Lexi não tinha notado
antes. Parker parecia feliz... Mais feliz. Normalmente, quando
Lexi estava ao seu redor, Parker tinha esta expressão abatida,
distante dela, mas estava faltando algo.

— Espere, - Lexi murmurou, com a cabeça girando. Ela


poderia estar imaginando isso?

— O quê? - John e Ramsey e perguntaram ao mesmo


tempo.

— Você está vendo Parker? - Lexi cuspiu em choque.


Ela realmente esperava que ela estivesse errada.
Honestamente, pelo amor de Parker, ela esperava que ela
estivesse errada.

As bochechas de Parker perderam a cor imediatamente,


e ela olhou para o chão. John apenas olhou presunçoso.

Merda! Oh Deus, a menina que ele estava falando


sobre... Ou pelo menos um deles, tanto quanto Lexi estava
preocupada... Era Parker.

O que ele tinha dito a Lexi sobre a garota que ele estava
vendo? Ela não é nada como você. É por isso que não é sério.
Por mais que ela se parecia com Parker, elas eram
absolutamente em nada parecidas. Lexi era forte, onde Parker

480
era fraca, de confronto, onde Parker contornava com
argumentos emocionais, onde Parker era estoica.

— Oh meu Deus, é você, - Lexi sussurrou.

— Você está vendo John? - perguntou Ramsey,


claramente surpreso.

— Hum... Não exatamente, - disse Parker, desviando o


olhar dela e olhando de volta para John. — Quero dizer... Não
é sério, nem nada.

Não, claro que não era sério, porque John não se


importava com Parker. John estava usando Parker. Lexi não
podia acreditar no quanto isso bateu nela. Ela sempre tinha
assumido que John tinha tirado toda a sua informação sobre
Lexi de Adam, que tinha escorrido de Chyna, para Adam e
para John. Ela tinha pensado que John estava apenas
curioso, e Adam era muito bom de um irmão para negar-lhe
qualquer coisa.

Mas agora...

— Era quem estava alimentando você com informações,


- Lexi engasgou.

— Alimentar-lhe com informação? - perguntou Ramsey.

Lexi nunca tinha dito a Ramsey sobre John sempre


saber coisas sobre ela. Toda vez que isso tinha acontecido, ela
não estava com ele, e então ela tinha tendência a esquecer de
que tinha acontecido até a próxima vez.

481
Parker parecia genuinamente confusa sobre a sua
parte. — Do que você está falando?

— Todo esse tempo, John acabava magicamente


sabendo tanto sobre a minha vida. É Parker, não é? -
Perguntou Lexi, incapaz de parar. Respostas para a pergunta
incômoda que ela teve durante o ano e meio anterior,
estavam tão perto que ela não conseguia manter a boca
fechada. Ela deveria ter escolhido outro tempo e lugar, mas
ela tinha que saber.

— Você estava dizendo-lhe coisas que eu disse para


você? - Parker engasgou.

John apenas deu de ombros, indiferente com todos.

Os olhos de Lexi se arregalaram. Ele não se importava.


Ele não tinha vergonha.

— Há quanto tempo isso vem acontecendo? -


Perguntou Ramsey. Seu rosto ainda era uma máscara de
incredulidade.

Claramente, isto tinha saído do rumo, tanto para ele,


como para Lexi.

— Ele sabe das coisas desde outubro do ano passado, -


Lexi fundamentou. — Ou pelo menos esse tempo.

— Setembro, - Parker murmurou baixinho. Ela


realmente parecia escandalizada com a coisa toda.

— Você nunca disse nada, - disse Ramsey, balançando


a cabeça.
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Lexi podia ver o que ele estava pensando. Como ele
poderia estar em torno de alguém todos os dias por um ano e
meio e não saber que ela estava escondendo alguma coisa?
Então, Lexi tinha um terrível pensamento de que ela desejava
que pudesse segurar. Ele teria um gosto de seu próprio
remédio.

— Ele não veio para cima. E como eu disse... Não é


sério, - disse Parker com um encolher de ombros e, em
seguida, olhou para longe de Ramsey rapidamente.

— Um ano e meio não é grave? - Ramsey perguntou


antes que pudesse se conter.

— Pare com isso, - disse Parker. — De todas as


pessoas, eu sou a última pessoa que precisa de seu
julgamento.

O grupo ficou muito quieto com aquele comentário.

Lexi não sabia o que tinha acontecido, o que havia


mudado. Mas Ramsey apenas balançou a cabeça e, em
seguida, estendeu a mão para Lexi para tentar levá-la para
sair. John se virou para ir, incentivando Parker para segui-lo.
Parker parecia que tinha mais a dizer, mas não conseguia
formar as palavras. Então, Parker empurrou para fora do
alcance de John e caminhou pelo corredor, longe de todos
eles. Lexi olhou para trás, se perguntando se ela estava
sofrendo mais por John do que Ramsey naquele momento.

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— Gostaria apenas que terminasse o seu relatório e
fosse embora, - disse Ramsey para John violentamente. —
Você já fez bastante dano aqui.

John esboçou um sorriso e olhou Ramsey de cima para


baixo como se o medisse. — Eu entendo porque vocês dois
estão juntos agora, - disse ele, os olhos deslocando entre Lexi
e Ramsey. — Você é igualmente alheio.

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485
Capitulo 17

Presente

Chyna não estava mesmo nervosa.

Como era possível que Chyna não estivesse nem um


pouco nervosa sobre o seu próprio casamento? A maioria das
pessoas estaria animada, mas sempre há um nervosismo do
que estará acontecendo em pouco tempo. Eles estavam
alguns minutos de Chyna andando em direção ao altar, ela
não tinha bebido nenhuma gota quando de fato Chyna bebeu
para tudo em sua vida.

Talvez ela estivesse assustada o suficiente e Adam


tinha conseguido fazê-la ficar sóbria.

— Tem certeza que você não quer algo para beber? -


Perguntou Lexi, olhando para a garrafa fechada de
champanhe. Ela estava realmente pensando em abrir a
garrafa cara para si mesmo e engolir o conteúdo. Ela poderia
andar em seus calcanhares ligeiramente embriagados, um...
Bêbados, não é? Era normal que a dama de honra de estivesse
mais nervosa que a noiva?

— Não, Alexa, eu estou bem. Eu não preciso de álcool


hoje, - disse ela com um sorriso brilhante no rosto.

Chyna estava deslumbrante. Lexi tinha visto as fotos


486
dela de modelo, e nada em comparação com o dia do
casamento. Ela estava radiante.

A maquiadora de Chyna tinha caído de amores em uma


de suas últimas sessões de fotos, e tinha artisticamente
aplicado à maquiagem. As meninas tinham se dado bem
durante as horas de sessões de maquiagem que passaram
juntas, e Chyna a tinha chamado para o casamento e a
requisitou como dama de honra. Ela conseguiu realçar a
beleza natural de Chyna sem fazê-la parecer exagerada ou até
mesmo como se ela estivesse usando muita maquiagem. Seus
olhos estavam alinhados, e os cílios foram revestidos de rímel
preto grosso que fez seus olhos verdes destacar. Seus lábios
estavam com um rosa natural lindo para combinar com o
brilho do rubor e bronzeado.

Chyna estava com o mesmo cabeleireiro há anos, e


mesmo que o homem nunca tinha feito trabalhos
particulares, ele havia concordado em trabalhar no cabelo de
Chyna. Lexi tinha certeza de que Chyna o havia coagido a
isso, mas ele parecia ser um fazedor de milagres. Seus longos
cabelos negros, retos tinham sido transformados em cachos
lindos. A frente tinha sido repartida de lado e varreu
graciosamente para trás e, e sua longa franja foi dobrada
frouxamente atrás da orelha. Lexi não podia acreditar no
quanto, insanamente linda a amiga supermodelo, estava. Foi
o suficiente para fazer qualquer outra garota verde de inveja.

Ainda assim... Lexi não podia acreditar que Chyna não


estava bebendo.

487
— Eu diria que havia algo de errado com você, se você
não tivesse bebido por esta hora da noite, mas é o seu dia do
casamento, então eu acho que eu vou deixar você ser boa por
uma vez, - disse Lexi com uma risada.

— Eu agradeço chica, - disse Chyna, revirando os olhos


verdes para o céu.

— Obrigada por me deixar fazer parte do seu grande


dia, - disse Lexi.

Chyna sorriu ainda maior e balançou a cabeça. — Por


favor. Eu não deixei você. Era uma necessidade.

— Bem, de qualquer forma, você está linda.

— Essa também foi uma necessidade.

— Não é uma necessidade, é inevitável, você sempre


está linda. Eu acho que o casamento vai ficar bem em você, -
disse Lexi. Se ela continuasse a falar, ela ia começar a chorar,
e chorar não era uma opção, com a maquiagem.

— Você está me dizendo que eu vou ficar gorda?

Lexi soltou uma gargalhada. — Não! Você não poderia


ser gorda. Olhe para você! Adam é um homem de sorte.

— Caramba, ele é, - disse Chyna com uma piscadela.


— Quero dizer... Eu sou a pessoa de sorte. Ele vale tudo isso.

— Ele é seu cavaleiro de armadura brilhante, - disse


Lexi com uma risadinha.

— Oh Deus, - Chyna gemeu.


488
— Vamos lá, ele matou o dragão e a salvou de sua
madrasta malvada.

— Você é ridícula. Então, agora, Adam é o Príncipe


Encantado, de repente?

— Ele é para você, não é? - Perguntou.

— Tudo isso e muito mais, - Chyna admitiu.

Chyna avançou e puxou Lexi para um abraço. — Você


significa o mundo para mim, chica. Sinto muito por gritar
com você naquela hora.

— Realmente... Está tudo bem. Eu precisava ouvir isso,


- Lexi admitindo. — E você não precisa refazê-lo no dia do
seu casamento. Hoje é o seu dia. Todos os sorrisos. Todos os
parabéns. Tudo sobre você. Do jeito que você gosta.

— Não é possível até mesmo chamá-la de ser arrogante


quando você está dizendo coisas boas, - disse Chyna,
revirando os olhos.

— Você não me quer de outra maneira.

— Senhoras, - disse a organizadora de casamentos,


mostrando a cabeça para dentro do quarto. — Estamos todos
prontos?

Chyna não se soltou de Lexi, e elas ficaram juntas


como melhores amigas, praticamente irmãs. Ambas
assentiram porque falar poderia resultar em lágrimas. Lexi
sabia que Chyna não estava nervosa, mas lágrimas de
felicidade eram tão prováveis como de nervosismo.
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— Lexi, eu vou levá-la primeiro, - disse a organizadora
do casamento, abrindo a porta.

Lexi virou-se para a amiga. — Da próxima vez que eu a


vir, você estará andando pelo corredor, fazendo todo mundo
ficar com inveja. Eu a amo. Você é minha melhor amiga.
Tente não chorar. Eu não posso prometer que não vou. A
única coisa que tenho a dizer é... Eu estou realmente
contente que é Adam. De todos os caras que eu gostaria de
compartilhar a minha melhor amiga, eu acho que ele é o
melhor.

— Obrigada, - Chyna sussurrou, com as palavras


presas na garganta e a voz embargada.

Lexi beijou a bochecha dela em pó antes de se virar e


sair do camarim com da organizadora do casamento. Ela
tomou uma respiração estremecida e segurou as lágrimas.
Ela não podia chorar. Nada tinha acontecido, ainda.

Elas caminharam até um pequeno lance de escadas


para a área de espera, onde Adam e John estavam. Lexi
virou-se para olhar para fora das portas duplas que levam
para o local do último piso que Chyna tinha selecionado. Ao
ver o pano de fundo de todo o horizonte de Nova Iorque, sua
respiração ficou presa na garganta. Ela tinha estado aqui
antes, com Chyna, para ver o local, mas isso era outra coisa
tudo por conta própria. O sol estava se pondo alto no
horizonte, lançando um brilho bonito em todo o telhado.

Toda a cobertura foi decorada com uma cor de vinho e

490
cor de ouro, tema elegante com um pouco de extravagância
que só Chyna poderia retirar. Não havia altar, apenas uma
pequena plataforma diante de uma lareira de tijolos à moda
antiga. Cadeiras foram preenchidas com amigos e familiares
de ambos os lados do corredor. Cada cadeira estava envolta
em um pano cor de Borgonha, com arcos individuais de ouro
na parte de trás. Arranjos florais de cor Borgonha e flores de
ouro emparelhadas com rosas brancas foram amarrados ao
final de cada linha. O corredor estava cheio de rosa vermelha
escura pétalas e uma chuva de manchas de ouro que
refletiam fora da vazante da luz solar. O juiz de paz estava no
final do corredor, esperando pacientemente para o casamento
começar.

— Uau, - Lexi sussurrou. — É lindo.

— Você está linda, - John sussurrou.

Lexi respirou fundo e, em seguida, virou-se para


enfrentá-lo e Adam. — Obrigada, - disse ela em voz baixa.

— Eu concordo com o meu irmão, - disse Adam. —


Está linda.

— Vocês dois estão muito bem também, - disse ela


cordialmente.

E eles estavam.

Ambos estavam em ternos pretos feitos para seus


corpos, adaptados com camisas brancas de botão. O Laço de
Adam era vinho e dourado, com listras diagonais, enquanto

491
que John usava uma gravata cor de vinho sólido. Eles
estavam tão parecidos nesse momento, mesmo que John
fosse alguns, anos mais velho. John se portava com uma
confiança impressionante que derretia as calcinhas das
meninas, mas este era o dia de Adam. Ele estava tão animado
como Chyna, e assim... Hoje ele tinha vencido. Além disso, ele
tinha Chyna, e ela era o verdadeiro prêmio.

— Essa é a sua hora, Adam, - disse a organizadora de


casamentos.

Ele caminhou pelas portas duplas e tomou seu lugar ao


lado do juiz. Eles apertaram as mãos e trocaram algumas
palavras. Adam tinha o maior sorriso que não tinha deixado o
seu rosto praticamente desde a proposta. Ele era um homem
que apreciava a pessoa que estava e sabia o quanto sortudo
ele era hoje.

— Você deve usar ouro com mais frequência, - disse


John.

Foi quando percebeu que o momento tinha finalmente


chegado e ela estava sozinha com ele, novamente.

— Ele destaca seu tom de pele e traz o ouro em seus


olhos.

Lexi suspirou baixinho. Ela tinha vindo a debater a


forma de abordar esta situação por um tempo agora. Ela
nunca tinha sido capaz de descobrir isso. Ela queria estar
bem com tudo isso para Chyna, mas John estava andando
com ela na igreja. As únicas pessoas que ela sempre quis
492
fazer isso era seu pai e seu marido. Lexi olhou para seu anel
de noivado e parou de se mover quando ela percebeu que seu
pensamento não tinha sido Ramsey. Ele tinha estado em seu
marido. Com certeza, eles não eram uma a mesma coisa...
Ainda.

— Você está perdida em seus pensamentos, - disse


John.

— Oh, sim. Só pensando em Chyna e como chegamos a


este momento, - disse ela.

— Certo.

Ele parecia incrédulo, mas ela não poderia se importar


com isso.

Ela passou a não na frente de seu vestido, em


antecipação da cerimônia de casamento. Quando ela pegou o
primeiro vislumbre do vestido que Chyna tinha desenhado
para ela, tinha ficado atordoada. Era lindo. Chyna não tinha
tentado fazer o vestido um pouco feio. Ela sabia que não
havia nenhuma maneira que ela fosse ofuscada em seu
grande dia, e o vestido da dama de honra que ela tinha
escolhido só faria Chyna mais bonita.

O vestido tinha um encaixe perfeito, era dourado e cor


de vinho na altura do joelho, com lantejoulas douradas
costuradas à mão enroladas num padrão, no topo. Era sem
alças e com um decote. A metade inferior era de várias
camadas de material Borgonha puro, plissado sobre uma
seda de Borgonha que caiu até os joelhos. Ela tinha sapatos
493
de saltos altos Borgonha para combinar, uma corrente de
ouro fino com um nó descansando entre suas clavículas, e
combinando brincos com nó de ouro que ela tinha recebido
como um presente de dama de honra.

— Você está bem? - Perguntou John.

— O quê? - Perguntou Lexi, escovando as palmas das


mãos para baixo de seu vestido, de novo e de novo.

— Você parece um pouco nervosa, e você está um


pouco pálida.

— Estou? - Ela suspirou, com o rosto ficando mais


pálido.

— Sim, você está. Você precisa de um pouco de água?


Ou você precisa se sentar?

— Não, eu estou bem. Apenas... Casamentos me


deixam nervosa, - ela admitiu.

— Certo. Não sou do tipo que se casa, - disse ele, sem


qualquer humor em sua voz. — Engraçado, pois você tem um
anel enorme em seu dedo.

— Ramsey é diferente, - disse ela em voz baixa.

Não havia nenhum ponto em ter essa conversa com


John. Nunca tinha terminado bem no passado. Ela duvidou
que fosse ficar melhor no futuro.

— Certo, - ele repetiu.

Ele sorriu para ela, mas era equivalente a apenas ele


494
revirando os olhos.

Homem irritante!

— Falando sério. Água? - ele perguntou, erguendo as


sobrancelhas.

— Não. Sério, eu estou bem.

Ela não estava. Ela sentia como se fosse hiperventilar


enquanto caminhava pelo corredor com John. Não era nem
mesmo seu casamento, e ela estava agindo assim. Ela
precisava obter uma força sobre si mesmo.

A organizadora do casamento correu de volta para eles


e sorriu através de seu estresse. Lexi não sabia por que
estava tão nervosa. Isso tinha que ser um de seus
casamentos mais fáceis. Era tão pequeno, não mais que
cinquenta pessoas no atendimento. Era, provavelmente,
ainda menos se Lexi tivesse que adivinhar. Eles poderiam
passar por isso.

— Tudo pronto? Apenas liguem os braços até lá, - disse


a organizadora do casamento.

Lexi enfiou a mão na dobra do cotovelo de John, e ele


há puxou um pouco mais. Ela respirou fundo e prometeu não
deixá-lo ficar com ela.

— Uma vez que vocês estão lá fora, se lembrem de irem


ao mesmo tempo aos seus lugares. Chyna seguirá uma vez
que vocês estejam em seus postos.

— Pronta? - John sussurrou em seu ouvido.


495
Lexi assentiu.

E depois, as portas foram abertas, a música tocada era


clássica e suave. John deu o primeiro passo, conduzindo-a
para frente. Atravessaram as pétalas de rosa, e ela teve o
cuidado de manter o equilíbrio.

Seus olhos passaram por Ramsey, que estava sentado


no meio do lado da noiva. Ele estava em um terno e gravata.
Seus olhos verdes estavam trancados apenas com ela. Ele
nem sequer piscava para o fato de que outro homem estava
andando com ela na igreja. Ele apenas continuou olhando
para ela com adoração.

Por que ele não esta incomodado? John era nada


platônico em sua direção. Ele nunca tinha sido. Não que ela
quisesse que Ramsey estivesse irritado com ela, mas ele
simplesmente não se importava?

Ela estava sendo irracional, novamente. Por que a


perturbava que ele não se importava? Não era isso que ela
queria? Não era isso o que ela tinha lutado com Jack?

E agora, Jack estava se divorciando... E ele tinha dito a


ela que a amava... E ele queria levá-la para casa com ele. Ela
se perguntou se Ramsey ainda estaria bem com isso.

Sua mente voltou à noite, quando ele tinha proposto.


Ela atravessou o restaurante e viu os casais que mal se
preocupavam, uns com os outros. Ela perguntou então se ela
estava indo por esse caminho, se ela ia acabar sentada em
bom restaurante porque era isso que eles faziam, ao invés de
496
realmente desfrutar da companhia um do outro. Como ela
tinha varrido para debaixo do tapete? Ela ainda não sabia se
isso era esse o lugar onde ela estava indo.

Ela amava Ramsey. Ela precisava parar sua mente de


vagar. Esta era apenas uma caminhada até o altar com John.
Este não tinha reflexo sobre seu relacionamento... Sobre seu
noivo.

— Você se lembra daquela conversa que tivemos no


hospital? - John sussurrou enquanto se aproximavam da
plataforma.

— Sim, - Lexi sussurrou, intuitivamente sabendo onde


esta conversa estava indo.

— Você está arrependida de ficar nisso agora.

Lexi respirou bruscamente. Ela sabia que era algo


assim, mas não impedia que doesse. Ela estava arrependida
de que?

Não...

Ela nunca teria tomado o que ele lhe oferecia. Ela não
queria voltar para Nova York. Ela estava definitiva com
Ramsey... ainda definida em Ramsey. Essa era a vida que ela
tinha escolhido. Era a vida que queria levar.

Não era?

— Essa oferta ainda está de pé, - John disse, logo antes


que eles se separassem.

497
John mudou-se para ficar ao lado de Adam. Segurando
suas flores até o peito, Lexi virou ao mesmo tempo e tomou
seu lugar ao lado de onde Chyna estaria. John pegou seu
olhar, e ele sorriu como se soubesse que ela estava
considerando a oferta.

Como poderia considerar uma oferta assim? O que havia


de errado com ela? O que faria com que ela fizesse isso?
Sentia-se tão fora de tudo isso, de repente. A conversa com
Chyna há algumas semanas apenas tinha colocado mais
dúvidas em sua mente. Como se ela já não estivesse
assustada o suficiente, ela agora estava constantemente a
pensar sobre o que ela queria. Era isso que ela queria?

Parecia que sim, na maioria das vezes.

Mas isso era bom o suficiente?

Lexi desviou o olhar de John. Ela não queria ouvir suas


palavras ecoando em sua mente. Você está arrependida de
não sair. Ela não podia se arrepender. Ela sempre tinha
prometido a si mesmo que não iria se arrepender. E de
qualquer maneira... A vida dela era tudo que deveria ser.

Então, por que ela estava tão estressada?

Ramsey encontrou seus olhos e levantou as


sobrancelhas como se perguntasse, você está bem?

Ela assentiu com a cabeça ligeiramente. Ela esperava


que ele entendesse que isso queria dizer que ela estava bem,
em vez de que ela simplesmente não queria falar sobre isso.

498
Havia um tempo e um lugar para essa conversa. Ela agora
estava confusa. Ele iria acalmá-la uma vez que eles
estivessem de volta em Atlanta. As coisas sairiam bem.

Neste momento, ela precisava se preocupar com o


casamento de Chyna... E nada mais.

E enquanto ela tinha esse pensamento, um tradicional


‘Canon in D’4 encheu os alto-falantes, e todos se levantaram.
Depois de um segundo, Chyna se materializou na porta. Todo
mundo prendeu a respiração, com a pura beleza imponente
diante deles. Certamente, todo mundo ficava bonita em seu
dia de casamento, mas nem todo mundo era uma
supermodelo. Então, Chyna parecia brilhar.

Seu vestido era o melhor dos dois mundos com uma


mistura de vintage e design moderno. Era um vestido de
renda completa com mangas que pendiam elegantemente
todo o caminho para um corte V nas costas. O corpete tinha
um corte de onda, que terminava em um pequeno V para
revelar apenas um pouco de decote, mas nada por cima.
Trabalho de design intricado foi frisado sob o peito até a
cintura, onde a renda descia elegantemente em um trem
atrás dela. A parte traseira do vestido tinha um pequeno arco
na base do corte V, e, em seguida, duas dúzias de pequenos
botões segurava o vestido.

Chyna sorriu seu sorriso de supermodelo, e então ela


passou pelo corredor em uma marcha de luz suave, não

4
Canon em Ré maior, de Johann Pachelbel, peça barroca até hoje interpretada por diversos
músicos e orquestras, atualmente é muito executada em casamentos por sua doçura e melodia.

499
apressado, mas não lento.

A melhor parte de tudo isso era que Chyna não


precisava de ninguém para acompanhá-la até o altar. Na
maioria dos casos, este seria um momento de
constrangimento, de sussurros entre os convidados. Mas
Chyna se recusou a convidar seus pais, e não havia mais
ninguém que queria entregá-la. Lexi tinha sugerido Frederick,
e Chyna tinha apenas riu com a ideia. Frederick estava
sentado no lado da noiva, mas ele não poderia ser o único a
fazê-lo. Ela argumentou que ela era completamente
independente agora, e, portanto, ela devia ser livre para
andar até o altar.

Lexi pensou que era perfeito.

Os olhos de Chyna encontraram Adam sobre a


plataforma, e não deixaram o seu por todo o caminho.
Poderia não haver mais ninguém no lugar, e Chyna teria sido
feliz. Este era o homem que ela sempre quis, e ele estava bem
na frente dela. Ela ia, finalmente, ter a felicidade que ela
merecia.

Chyna parou na plataforma, entregou seu buquê de


flores para Lexi, em seguida, mudou-se para o lugar na frente
de seu futuro marido.

O juiz sorriu para eles antes de falar. — Em nome da


noiva e do noivo, gostaria de saudar a todos para a união de
Chyna Van der Wal e Adam Ward. Por favor, sentem-se.

Ele esperou que a multidão se reajustasse para os seus


500
lugares, antes de continuar. — Tenho o prazer de estar aqui
hoje para unir um par tão bom um para o outro. Não ouvi
nada além de elogios e as bênçãos derramadas sobre eles
desde conhecê-los e falar com seus amigos e familiares. E é
com grande prazer que realizo esta cerimônia. Se vocês
juntarem as mãos, vamos começar.

Chyna e Adam entrelaçaram as mãos e olharam nos


olhos um do outro. Lexi ficou surpreendida que Chyna, que
era uma das pessoas menos tradicionais que ela conhecia,
queria um casamento muito tradicional. Ela não queria nada
em uma igreja, mas a cerimônia em si parecia muito
importante para ela, e isso se traduziu no que o planejador
do casamento tinha reunido para eles.

Virou-se para Adam primeiro. — Adam, você pretende


levar esta mulher cuja mão você segura para ser sua esposa?
Você prometer diante de seus amigos e família ama-la, honra-
la e protegê-la através de sol e sombra da mesma forma,
mantendo-se só para ela, até que a morte os separe? Se
assim for, responda que sim.

Adam virou-se e olhou diretamente para Chyna. Lexi


podia vê-lo a partir de seu ponto de vista, e isso enviou um
arrepio na sua espinha. Ele amava Chyna tanto que era
quase inacreditável. Não havia nenhuma maneira que
qualquer um poderia perdê-la. Ele fez seu coração bater,
apenas vendo a devoção no seu rosto.

Ele respondeu: — Sim.

501
O juiz repetiu a declaração de intenção de Chyna, e ela
também respondeu de forma afirmativa. O coração de Lexi
vibrou.

— Agora, Adam, repita depois de mim, - disse o juiz,


preparando-os para os votos, — Eu, Adam, quero, Chyna,
para ser minha esposa...

Lexi observou-os fazerem os votos através das lágrimas


em seus olhos.

— Para ter e manter deste dia em diante...

Ela nunca tinha estado tão segura de um casamento


anterior. Chyna e Adam apenas trabalharam juntos.

— Para melhor ou para pior...

Eles eram polos opostos se unindo, equilibrando-se


mutuamente, e criando uma harmonia na vida um do outro.

— Na riqueza ou na pobreza...

Isso era o que Chyna precisava mais do que qualquer


coisa, e Adam foi o único capaz de fornecer.

— Na saúde e na doença...

Era o que Lexi queria o que ela estava procurando o


tempo todo...

— Para amar e amar, excluindo todos os outros...

Alguém que não tinha necessidade de cuidar dela.


Alguém que não precisava dela para cuidar dele. Mas o

502
equilíbrio...

— Contanto que a morte os separe.

Alguém que não precisava de nada, além dela.

O juiz falou brevemente sobre o significado do


casamento, do anel formado um círculo perfeito como um
símbolo da eternidade e mostrou a duração do compromisso
que eles estavam fazendo um com o outro. Chyna e Adam
pareciam extasiados com a perspectiva, e Lexi sentia como se
um peso estivesse esmagando seus ombros.

— Repita depois de mim, eu dou-lhe este anel como um


símbolo do meu voto...

Compromisso - havia essa palavra de novo. Tudo se


resumia a isso, saber que ela estava indo para passar o resto
de sua vida com essa pessoa.

— E, com tudo o que sou...

E não porque ela tinha, mas porque ela queria. Ela não
podia imaginar um minuto do seu futuro sem essa pessoa.
Ela não podia imaginar que jamais haja outra pessoa
esperando no altar para ela.

— E, com tudo o que eu tenho...

Mas Lexi... Podia.

— Eu vou honrá-lo.

Isso fez girar a cabeça de Lexi na própria noção. Ela


tentou permanecer no presente, mas era difícil não visualizar-
503
se em pé no lugar de Chyna e perguntando-se se estaria tão
animada como sua amiga. A julgar pela forma como ela
estava se sentindo doente em pé ao lado de Chyna... Lexi
duvidava. Como ela deveria estar lá em pouco mais de seis
meses sem tremer e se perguntando se ela estava fazendo a
escolha certa?

— E agora, pela autoridade a mim investida e em


conformidade com as leis do grande Estado de Nova York, Eu
vos declaro marido e mulher. Você pode beijar a noiva.

Adam abriu um grande sorriso. — Com prazer, - ele


sussurrou apenas levemente o suficiente para Lexi ouvir
antes de puxar sua esposa em seus braços e esmagar seus
lábios.

A multidão aplaudiu e aplaudiu, a sua união. Lexi


sequer tinha ouvido falar de alguns assobios enquanto
estavam juntos em um beijo íntimo ante de todos os seus
amigos e familiares presentes. Quando eles se separaram,
Chyna estava rindo, e as lágrimas brotando nos olhos. Lexi
nunca tinha visto Chyna tão feliz em sua vida.

Eles se soltaram para enfrentar a multidão enquanto o


juiz encerrava a cerimônia.

— É um prazer apresentar a vocês pela primeira vez,


Adam e Chyna Ward.

Todo mundo levantou-se, e os aplausos continuaram.


Lexi entregou a Chyna de volta seu buquê complexo de flores.
Adam e Chyna levantaram as mãos entrelaçadas, e todos
504
aplaudiram mais alto.

Lexi olhou através do altar para John. Naquele


momento, ele era o menos vigiado que ela já tinha visto, e ele
parecia genuinamente feliz por seu irmão. Depois do que
tinha acontecido com ele e Chyna, que tinha tomado um
longo tempo para que eles sejam capazes de deixá-lo ir. Ela
nem sequer via um traço disso em seu rosto.

Ele chamou sua atenção e sorriu, como se dissesse,


Você está tão feliz?

Ela mordeu o lábio. A resposta era não, e ele podia lê-lo


claro em todo o seu rosto.

Adam levantou Chyna em seus braços e sua cabeça


caiu para trás quando ela riu de alegria pura e do homem
que amava. Em vez de deixá-la caminhar até o altar, Adam
levou-a para uma rodada de aplausos ensurdecedores assim
como o sol diminuiu para o fundo do horizonte, o céu mudou
para um rosa lindo, laranja e cor amarela em toda a linha do
horizonte.

John e Lexi se reuniram no centro, ligando os braços


novamente, e seguiram o casal para fora. Lexi não olhou mais
para Ramsey. Ela não podia encará-lo. Ela não podia deixá-lo
ver os pensamentos girando em sua mente agora.

Eles fizeram isso através das portas duplas, e quando


ela finalmente tirou a mão da manga do terno de John, ela
deu alguns passos para longe dele. Chyna e Adam tinham
desaparecido, e Lexi só podia adivinhar o que eles estavam
505
fazendo.

— Nós vamos tirar fotos em cerca de dez minutos, -


disse o organizador de casamentos.

— Obrigada, - ela disse.

— Você está bem, querida?

— Ela está apenas um pouco tonta, - John


interrompeu rapidamente. — Eu vou ter certeza de que ela
será cuidada.

A organizadora de casamentos sorriu, aliviada. —


Obrigada. Lembre-se, dez minutos.

John esperou até que o planejador do casamento saísse


antes de fazer qualquer coisa. A recepção estaria começando
logo após, no salão no andar de baixo. Um bar foi aberto para
manter as pessoas entretidas enquanto esperavam para as
tomadas das imagens. John estava transportando-a para
uma sala privada, longe da entrada para evitar os foliões que
logo se seguiam.

— Você vai me dizer o que está errado? - John


perguntou uma vez que estavam dentro do quarto.

Lexi deu de ombros. — Não.

— Pelo menos você não disse que não havia nada de


errado.

— Só... Deixe-me em paz.

— O quê? Assim, você pode lamentar aqui durante o


506
casamento da sua melhor amiga? Não pode fazer isso, - disse
John. — Assim, apenas cuspa para fora o que está errado, e
nós podemos ir tirar algumas fotos.

Lexi apenas olhou para ele.

— Melhor ainda. Deixe-me adivinhar. Você está


percebendo o quanto pesado que o anel é em seu dedo.

— Eu não, - ela retrucou.

— Deixe-me vê-lo, - disse ele, pegando a mão esquerda


na dele. — Moderno. - Ele estalou para ela, balançando a
cabeça. — Eu teria dado a você um corte estilo princesa, mas
o que eu sei? Eu não vou me casar com você.

— Você é um idiota, - disse Lexi, pegando a mão dela


de volta. — Eu pensei que você estava indo para tentar fazer
com que eu me sinta melhor, não assediar-me sobre o meu
noivado.

— Tudo bem. Você quer trancar a porta? Eu aposto que


nós podemos fazer isso rápido, - disse ele, caminhando em
direção à porta.

— Não! Você está fora de sua mente? - Perguntou Lexi,


pulando para pará-lo.

— Você tem certeza? Parece que você precisa de uma


boa foda para obter a sua cabeça em linha reta.

— A única pessoa que faz isso é meu namorado!

— Noivo, - John corrigiu, com um sorriso.

507
— Oh, o que for.

— Isso é certo. É só o que quer. Realmente não


importa, - disse ele, girando em torno dela e empurrando-a
contra a parede, à direita da porta.

Mais uma vez, ela estava apoiada contra uma parede


por John quando ela não tinha dado nenhum convite.

— Que porra você está fazendo?

— Lexi, você não pode negar a atração física entre nós,


- Ele disse suavemente, passando as mãos pelo seu rosto.

Ela tentou golpear a mão dele, mas ele agarrou seu


pulso. Ela começou a entrar em pânico. Isso não era bom.

— Hum... Sim, eu posso!

Ele se inclinou em direção a ela e sorriu


diabolicamente. — Não, você não pode. Você nunca poderia.

A porta se abriu depois com John pairando apenas


alguns centímetros acima de seus lábios, sua mão segurando
em seu pulso, e outra, ela não tinha notado até então, foi
pressionado em sua cintura.

— O que diabos está acontecendo aqui? - Perguntou


Ramsey, olhando para John.

John se afastou lentamente, mas manteve aquele


sorriso insuportável no rosto. Ele estava claramente sem
pressa.

Lexi não sabia nem o que dizer. Ramsey estava lívido.


508
Seus olhos estavam em chamas. Seu corpo estava rígido, e
suas mãos estavam fechadas em punhos. Ela só nunca tinha
visto ele com raiva desde naquela noite no Ano Novo há muito
tempo. Era uma fúria incandescente, incontrolável e
irreversível.

— Eu só tenho uma única regra, - disse Ramsey,


entrando na sala com passos lentos, medidos. — Eu não me
importo com que amigos ela está. Eu não me importo com
quem ela sai. Eu não me importo se eles querem foder com
ela ou amá-la, ou se casar com ela. Você simplesmente não
pode tocá-la.

E depois, Ramsey puxou para trás e bateu com o


punho na mandíbula de John.

Lexi gritou em choque. Onde diabos tinha vindo isso?


Puta merda!

John deu um passo cambaleante para trás com o


impacto, mas Ramsey não estava deixando. Ele bateu com o
punho para o outro lado do rosto de John, em seguida, em
seu intestino, e depois outro em suas costelas. Não demorou
muito para que John verdadeiramente compreendesse o que
estava acontecendo. Ele bloqueou próximo soco de Ramsey e
enviou o seu punho no rim de Ramsey.

— Pare! - Lexi gritou, puxando o terno de Ramsey. —


Pare! Pare!

Era como se eles nem sequer a ouvissem ou sentissem


tentando entrar entre eles. Eles estavam fixados um no outro,
509
e ela já podia ver correr o sangue do nariz de John. Foda-se!

— É o casamento de Chyna! Ainda temos as fotos!


Vocês são uns caras fodidamente estúpidos? Parem com isso!
- Lexi gritou, colocando-se entre eles e empurrando Ramsey
de volta com as duas mãos.

Ele não se moveu no início, mas depois ele parecia


deixar a raiva fora dele, e ele caiu para trás alguns passos.

— O que diabos está errado com você? - Disse John,


segurando o nariz. — Você vê com quem você está se
casando, Lexi? Você acredita em mim agora?

— Assim que sair daqui, John. Vai ter alguém para


olhar para o seu nariz, - disse ela, apontando o dedo para a
porta. — Foda-se.

John saiu do quarto em uma fúria, e Lexi tinha certeza


que ela nunca iria ouvir o final disto com Chyna. Como
diabos eles poderiam tirar fotos agora, quando John tinha um
nariz machucado? E foi tudo, porque John a tinha
encurralado quando ela tinha estado pirando, e Ramsey
havia saltado para conclusões. Ela estava tentando empurrar
John para longe, e ela queria que ele saísse, mas não gostou
disso.

— O que foi isso, Ramsey? – Ele perguntou a ela,


balançando a cabeça e andando para frente. — Foda-se.
Foda-se. Foda-se. Eu sei que você disse que mataria qualquer
um que me tocasse, mas eu não achei que fosse uma
declaração literal! Pensei que seria apenas assustar a pessoa
510
para levá-lo a me deixar em paz.

— Ele está com medo agora.

— Oh, pare de falar. Apenas pare de falar! - Lexi


respirou dentro e fora bruscamente, tentando manter a
calma, mas não encontrando a serenidade para se retirar. —
Meninos e sua luta estúpida! Como se isso resolvesse algo!
Isso só torna tudo pior!

— Eu estava vindo para descobrir o que havia de


errado com você na cerimônia. Então, eu volto aqui e a
encontro assim? É isso que é o problema? É John, -
perguntou Ramsey.

— Não! É você! - Ela cuspiu e depois cobriu a boca,


horrorizada.

511
Capitulo 18

Junho
Quatro meses antes

Lexi correu pela praia em nada além da parte superior


de um biquíni roxo, shorts pretos curtos e tênis. Sua
respiração era pesada, e seu longo cabelo castanho estava
chicoteando ao redor do rosto com o ritmo acelerado. Este era
o seu lugar favorito no mundo, com areia debaixo dos seus
pés, o enorme oceano tanto quanto o olho pode ver, e
respirando o ar salgado do mar.

Ela já estava perto da casa de praia, e sua vontade de


voltar ao redor e executar mais alguns quilômetros tinha tudo
a ver com o desejo de absorver um pouco mais de sol. Não
tinha nada a ver com o fato de que a única razão pela qual
ela estava na praia em tudo era porque ela estava de férias
com a família de Ramsey.

Uma semana fora durante o ano, e eles tinham que


usá-la para passar o tempo com sua família, que a odiava.
Ok, eles não a odiavam, mas nunca foi uma experiência
agradável. Como se não fosse ruim o suficiente que ela teve
que passar o tempo com seus pais, Bekah, Jack e Parker os
tinham acompanhado para a ocasião. Parker era
praticamente da família, com as Bridges desde a abertura da
512
ala médica com Ramsey... E talvez até mesmo antes disso.
Ele não fez nada disso mais fácil.

Lexi desacelerou para uma corrida e, em seguida, um


passeio, deixando a frequência cardíaca descer. O suor
brilhava sobre ela no calor da tarde. Ela não tinha certeza de
há quanto tempo ela tinha ido, mas pela direção do sol, ela
diria que tinha estado correndo por pelo menos uma hora, se
não mais. Quanto longe ela tinha corrido?

Seus pés a levavam para longe do oceano e pela areia


solta, voltou-se para a casa de praia enorme da família de
Ramsey, uma propriedade na costa da Flórida. Ramsey tinha
sua própria casa, mas eles tinham decidido ir para a casa dos
seus pais, porque era um pouco maior. A única vantagem era
que o quarto estava longe o suficiente de todos os outros, e
ninguém podia ouvi-los, e ela não conseguia ouvir ninguém.

Jack estava sentado no deck, com os pés apoiados na


varanda, lendo um livro surrado. Ele não olhou para cima até
que ela estava subindo o pequeno lance de escadas. Seus
olhos viajaram por sua forma minúscula, vestindo
praticamente nada, enquanto ela estava coberta de suor e
areia, e ele sorriu. Ela sorriu timidamente, lendo a sua
mente.

Não havia nada que pudesse fazer sobre ele ser atraído
por ela, e ela não ia sair para correr na praia com mais
roupas.

E ele sentado ao redor em praticamente nada, sua

513
sunga azul não a ajudou muito. Seu cabelo escuro era mais
curto, e seus olhos... Aqueles olhos azuis eram tão brilhantes
como sempre, enquanto olhavam para ela.

— Teve uma boa corrida? - ele perguntou, baixando o


livro e apoiando-o na perna.

— Sim. É bom estar de volta na praia, - disse ele. — O


que você está lendo?

— Oh, isso? - Ele perguntou, virando para frente. —


One of the Wheel of Time5 de Robert Jordan.

— Você gostou?

Jack parecia tão relaxado. Ela não podia vê-lo se


concentrar em qualquer coisa sem apreciá-lo completamente.

— Sim. Geralmente não é a minha preferência, mas o


cara pode contar uma história. Vamos ver se eu faço isso
através de todos os quatorzes livros. - Jack encolheu os
ombros. — O que vocês estão fazendo hoje à noite?

Mesmo que eles estavam na mesma casa como todos os


outros, eles não tinham gasto muito tempo juntos. Lexi não
queria ver qualquer um deles, e Ramsey tinha sido feliz em
passar mais tempo sozinho com ela. Ele ainda não sentia
como umas férias, mas era melhor do que estar no trabalho.

— Não tenho certeza de termos algo planejado. Você?

— Bekah está reunindo alguns amigos da faculdade


que vivem na área, por isso estou sozinho esta noite.
5
Um dos Roda do Tempo
514
— Ela não quer que você vá com ela? - perguntou Lexi,
lembrando o tempo em que ela e Jack iam à praia,
juntamente com todos os seus amigos. Ela nunca teria
pensado em não incluí-lo, mas, novamente, eles eram amigos
em comum.

— Eu realmente não quero ir, honestamente, - disse


ele, com uma risada. — Seus amigos são um pouco demais
para mim. Eu prefiro sentar aqui e ler toda a noite do que
ouvir a vibração constante.

— Eu entendo isso.

— Então, se vocês estiverem fazendo alguma coisa, é só


me avisar. Caso contrário, eu vou estar aqui, - disse ele,
segurando seu livro.

— Aviso, - ela disse a ele. — Agora, eu acho que preciso


de um banho.

— Provavelmente é o melhor.

— Eu vou deixar você saber sobre esta noite, - disse


Lexi, girando e entrando na tranquila casa de praia.

Os pais de Ramsey estavam aqui, em algum lugar,


então ela correu para o quarto dos fundos. Ela tinha que
evitá-los durante toda a semana, quando podia. E ela
realmente não queria que a vissem assim. Sentia-se suja, e
ela já estava antecipando a sensação do banho para limpar a
areia.

Lexi abriu a porta para o banheiro, que também

515
conectava ao seu quarto. Ela tirou uma toalha e colocou-a
sobre o balcão para usar. Ela estava prestes a ligar o
chuveiro quando ouviu vozes que vinham do quarto.

Estranho.

Ela estendeu a mão para a maçaneta para abrir a porta


para descobrir quem estava falando com Ramsey, mas algo a
deteve. Seus dedos roçaram a maçaneta da porta, em
seguida, ela deixou cair à mão de volta para seu lado.
Avançando, ela pressionou o ouvido na madeira fina e
esforçou-se para ouvir a conversa do outro lado.

— Será que estamos tendo essa conversa de novo?

Lexi mal era capaz de ouvir o que Ramsey estava


falando. Ele não levantou a sua voz, mas ela poderia dizer
que ele parecia irritado.

— Eu não sei por que estamos tendo essa conversa de


novo, mas eu vou continuar a tê-la até que você entenda, -
disse Parker.

O estômago de Lexi caiu. Ela sabia que ela não deveria


escutar. Ela não sabia o que eles estavam falando. Ela não
queria saber o que eles estavam falando. Ela só queria saber
por que eles estavam tendo uma conversa privada no quarto
dos fundos.

O que ela deveria ter feito era dar a volta para fora do
banheiro, refazer seus passos de volta para a sala de estar, e
recuperar o fôlego. Então, quando ela estivesse composta, ela

516
poderia voltar e bater na porta.

Mas ela não se moveu de seu lugar atrás da porta.

— Isso não muda nada do que aconteceu entre nós, -


disse Ramsey rispidamente.

— Eu não estou pedindo para que ela mude de ideia.


Eu entendo que você está com ela. Você não acha que eu
entendo isso até agora? - Parker perguntou, sem um traço de
hesitação.

Esta não era a menina quieta e mansa que Lexi


normalmente via ao redor do hospital. Ela não tinha que
segurar com Ramsey.

— Bom. Você deve conseguir isso.

Houve silêncio por um minuto. Lexi desejou que ela


pudesse ver o que eles estavam fazendo. Parker estava
chateada? Ela estava frustrada? Ela estava feliz? Ela
imediatamente descontou o último pensamento baseado na
conversa.

Eles estavam falando sobre ela. Eesh!

— Eu não sou estúpida. Eu tenho um diploma de


médica. Eu sou uma cirurgiã e uma empresária. Você não
tem que colocar as coisas para mim como se eu não estivesse
ciente. Eu estava lá quando você agarrou-a e puxou-a para
longe de John, no hospital. Eu vejo a maneira como você olha
para ela. Você não tem que jogar as palavras na minha cara,
- disse ela, calmamente.

517
— Eu não estou jogando Lexi em seu rosto.

— Ugh! Esta conversa não é mesmo sobre Lexi. Você


está feliz com ela. Eu entendo. Trata-se de falsas promessas,
de estar com você por muito tempo agora.

— Elas não são suposições, - disse Ramsey com


frustração.

— Um dia eu vou provar que você está errado.

— Eu duvido disso. Você não tem nenhuma prova, - ele


gritou. — Você nunca teve provas. São apenas as suas
palavras, Parker. É por isso que nunca funcionou.

Lexi ouviu Parker desenhar em uma respiração afiada,


e ela não tinha certeza se ela tinha feito à mesma coisa. Ele
estava falando sobre o destino do bebê. Anos se passaram, e
ele ainda estava preso a ele. Ele nunca realmente soube se
Parker tinha feito um aborto ou um aborto espontâneo. Por
que ele se incomoda mesmo em ter essa conversa?

— Nós trabalhamos, - disse Parker apenas alto o


suficiente para Lexi ouvir. — Nós trabalhamos há anos.
Tínhamos tudo... Tudo. Só porque você não confia em mim o
suficiente para acreditar em mim, só porque nós éramos
jovens e estúpidos, e jogamos fora a melhor coisa que já havia
acontecido com qualquer um de nós, tão facilmente, não
significa que você pode contaminar a memória com mentiras.
Você ia se casar comigo, Ramsey Bridges. E não vou deixar
que você esqueça.

518
Lexi o imaginou correndo a mão pelo seu cabelo loiro
perfeitamente mantido, considerando o que ela tinha dito,
debatendo sobre como responder. Ela viu a raiva brotando
ainda mais dentro dele. Ela se perguntou se ele iria explodir
com Parker.

— Você está certa, - disse Ramsey suavemente.

Lexi cerrou os dentes. Ela estava certa? Só isso?

— Eu não devia ter gritado com você. A coisa toda só


me irrita.

— Isso é porque você é um tolo, e você estragou tudo, -


disse Parker, com tanta convicção, que parecia que tinha que
ser a verdade. — Eu gostaria que você apenas acreditasse em
mim.

— Eu não posso. Eu não posso, não sobre isso...

A respiração de Lexi pegou, e ela deu um passo para


longe da porta. Ela não conseguia ouvir mais nada do que
isso. Isso não era sobre ele.

Será que ele quis dizer que Parker ou o que quer que
tenha acontecido com eles, ou apenas o aborto? Em todo
caso... Não era uma coisa apropriada para ele dizer... Não
com Lexi bem no outro quarto. Claro, ele não sabia disso,
mas não deve haver segredos entre eles. Não era isso o que
ele tinha dito desde o início?

Ela cambaleou para trás mais alguns passos, querendo


distanciar-se do que ela acabara de ouvir. Isso fez o seu peito

519
apertar e sua garganta fechar-se. Depois de quase três anos
juntos, ele ainda não tinha acabado com Parker.

Não.

Ok, ele não tinha dito isso.

Ele só falou do fato de que Parker tinha tido um aborto.


Claro, ele não tem a prova e que se tornou mais difícil, mas
Lexi não tinha provas sobre se tinha dormido com Elisa, e ela
acreditou nele. Ela tinha colocado isso para trás. E ela não
precisava de anos para superar isso.

Claro, estava ainda gravado nela. Ele ainda a fazia


pensar na cadela, mas Lexi não estava presa a isso. Ela não o
tinha deixado sobre isso. Porque Ramsey não podia passar
além do que tinha acontecido com Parker? Será que ele não
amava Lexi o suficiente para seguir em frente?

Insistir sobre isso só fazia comer Ramsey vivo.

Que diabos ela deveria fazer com essa informação? Se


ele não estivesse sobre isso, não tinha acabado com Parker.
Isso foi há anos, mas abriram a ala médica juntos. O que
Jack disse a ela anos atrás?

Em algum nível, por pequeno que seja você não acha que
trabalhar em estreita proximidade juntos todos os dias vai
reacender algo que já esteve lá? Imagine se nós tivéssemos
que trabalhar juntos todos os dias. Qual seria a sensação?

Ela tinha dito a Jack, então, para não tentar fazê-la


duvidar de Ramsey. Mas talvez ela sempre tivesse essa

520
dúvida. Desde o primeiro dia que ela descobriu sobre Parker,
ela tinha e argumentou, se ela pudesse superar Jack e
tornar-se amiga de Jack, então ele só fazia sentido que
Ramsey sentisse isso sobre Parker. Era por isso que Ramsey
estava com Lexi agora depois de tudo. Certo?

Ela era apenas uma idiota para não ver isso acontecer?

Lexi rangeu os dentes. Foda-se! Ela não tinha que lidar


com o que estava acontecendo do outro lado da porta.

Ela abriu a porta do banheiro e saiu correndo. Ela


bateu a porta atrás dela, e foi alto o suficiente para que ela
tivesse certeza de Ramsey e Parker, pudesse ouvi-la. Tudo o
que ela queria fazer era voltar ao redor e continuar correndo
pela praia, como ela queria desde o início. Se ela tivesse feito
isso, então ela teria evitado este momento. Talvez não fosse o
melhor, em longo prazo, mas neste momento, soou como uma
ideia melhor do que estar em qualquer lugar perto deles.

Seus pés se acalmaram no meio do corredor, e ela


respirou fundo. Chyna sempre tinha dito que ela corria na
direção oposta de seus problemas. Talvez ela estivesse
exagerando. Foi preciso muita força de vontade para fazê-la
parar e considerar que talvez ela tivesse acabado de entrar
em uma má conversa. Talvez ele tivesse acabado com Parker.
Talvez ela estivesse errada.

Assim que ela se virou e começou a caminhar de volta


para o corredor, para enfrentar Ramsey e Parker, a porta se
abriu, e Ramsey saiu correndo do quarto. Ele veio parando

521
quando viu que Lexi estava caminhando em direção a ele e
não para longe.

— Lexi, - disse ele. Ele olhou culpado.

Ele queria saber o quanto ela tinha ouvido? Ele estava


decidindo como torcer isso? Será que ele mentiu? Ele estava
indo para tentar encobri-la?

Deus, ela odiava a si mesmo por pensar isso.

Lexi só olhava para ele. Ela não podia abrir a boca. Ela
não confiava no que iria sair.

— Eu não sabia que você estava de volta de sua


corrida, - disse ele, hesitante. — Você estava no banheiro?

Sem dizer uma palavra, ela o deixou ficar ali. Ele


mudou de um pé para o outro. O homem tinha uma maneira
de olhar culpado.

— Você quer conversar? - Ele finalmente perguntou.

— Com Parker ainda em nosso quarto? - ela perguntou,


com os olhos acusando-o.

— Então... Você estava no banheiro.

Dã! Ela só queria gritar com ele, mas ela não podia
soltar sua raiva. Tinha sido um acúmulo lento desde o início.
Se ela soltasse agora, então ela não poderia garantir que
Ramsey teria uma palavra... Ou se eles iriam acabar juntos
no final. Era melhor ficar em silêncio e esperar.

— Acho que devemos conversar.


522
Lexi apenas cerrou os dentes ainda mais. Suas mãos
estavam em punhos aos seus lados. Sentia-se tola por colocar
tudo acima em seu relacionamento e depois desvendar
segredos.

— Você não vai dizer nada? - Questionou.

— Você tem certeza que quer que eu diga alguma


coisa? - Ela conseguiu dizer.

— Sim. Sim, claro, eu tenho. Eu não, ah... Eu não sei o


que você ouviu, mas não é o que você está pensando.

Lexi arqueou uma sobrancelha. Ah, é mesmo?

Parker apareceu na porta. Seu rosto estava tão pálido


naquele momento, que suas sardas se destacavam em nítido
contraste. Ela parecia abalada e talvez até um pouco
assustada, mas definitivamente um pouco culpada. Estava
claro que ela não queria que Lexi ouvisse qualquer coisa que
ela disse

Bem, ela provavelmente não deveria ter dito as coisas se


ela não queria que ninguém mais ouvisse.

— Lexi, eu sinto muito, - Parker sussurrou. — Eu não


sabia que você estava lá.

Aguente firme. Lexi respirou fundo e soltou o ar


lentamente.

— Você deveria voltar para lá, - disse ela, estalando os

523
dedos e na direção do quarto.

— Lexi, eu...

— Agora.

Os olhos de Parker se estreitaram, mas Ramsey pôs a


mão no ombro dela, e Parker conteve qualquer que fosse a
réplica estava na ponta da língua.

— Tudo bem, - disse ela, virando-se e caminhando de


volta para o quarto.

— Não é culpa dela. É minha, então, fique com raiva de


mim.

— Oh, eu estou, - disse Lexi.

Ele passou a mão pelo cabelo, assim como ela o havia


esperado que fizesse quando ela estava ouvindo a conversa.
Ele estava perturbado. Tinha certeza de que ele estava
prestes a começar a divagar para tentar obter seus
pensamentos juntos. Ela costumava pensar que era bonito,
mas se ele fizesse isso agora, ela estava indo para fechar essa
merda.

— Nós estávamos falando sobre o trabalho, e, em


seguida, a conversa tomou um rumo para o pior. Isso não
quer dizer nada. Eu não quero que você exagere ou ache que
é mais do que é. É só Parker. Nós nos conhecemos há muito
tempo, por isso, às vezes, acabamos falando coisas que...

— Por favor, pare de falar, - disse ela, segurando sua


mão para cima. — Eu realmente não preciso ouvi-lo.
524
— Lexi, vamos lá.

— Você disse que não estava com ela, - ela gritou.

Isso o deteve. Ele apenas olhou para ela com as palmas


das mãos para cima. Não havia nada que ele pudesse fazer,
porque ele não poderia levá-la de volta.

— Então, não venham me dizer que vocês estavam


falando de algo... Que não quer dizer nada. Se não quisesse
dizer nada, então vocês seriam apenas amigos... Colegas de
trabalho. Você não estaria tendo uma conversa clandestina
na porra do nosso quarto.

— Nós não estávamos tendo uma conversa no quarto.


Cristo, isso não é o que parece, Lexi, - disse ele, caminhando
em direção a ela.

Ela deu um passo para trás. — A porta estava fechada.


Você estava falando sobre seu relacionamento com Parker.
Ela estava cobrando o casamento e lhe disse para não se
esquecer disso. Você Ramsey? Ela se limitou a dizer que não.

— Isso foi há anos! Não estou nem perto de casar com


Parker.

— Senhor, vamos esperar que não, - disse ela, com um


sotaque sarcástico.

— Pare de agir assim, - ele gritou. — Não há nada


acontecendo comigo e Parker.

— Então, por que não superou isto? - ela perguntou,


nem sequer levantou a voz. — Vá em frente e tente me
525
explicar. Eu expliquei Jack para você, por mais de uma
centena de vezes. Então, tente explicar Parker para mim.
Explique por que você ainda encontra-se em situações como
esta. Explique por que eu estou aqui há um par de semanas
de distância do nosso aniversário de três anos, tendo que
lidar com a mesma merda que estávamos lidando há dois
anos atrás. Eu não mereço isso. Eu fui capaz de consertar as
coisas com Jack. Por que diabos você não pode consertar
isso?

Ramsey olhou para trás em direção ao quarto, e com a


testa franzida. — Vamos para um lugar para falar sobre isso.
Nós não temos que fazer isso de pé aqui.

— O quê? Você não pode falar sobre isso na frente de


Parker? - Lexi exigiu. — Você não pode explicar o seu
relacionamento ao seu redor?

Ramsey parecia deliberar, mas não encontrou uma


saída. Ela certamente não estava indo para dar-lhe uma.

— Você já conhece a história, Lexi. O fato de que você


está tropeçando para frente com isto é simplesmente insano.
Sente-se insegura sobre o nosso relacionamento?

A boca de Lexi abriu. Ele disse isso? Ele estava


tentando culpá-la?

— Você vai me culpar? - Ela engasgou. — Você foi o


único lá, conversando com sua ex-namorada sobre como você
não é sobre ela! Nós terminamos há dois anos porque não
conseguia me dizer a verdade sobre o seu relacionamento.
526
Primeiro você nunca namorou alguém. Nunca amou alguém.
Em seguida, houve uma namorada... Que se parece comigo.
Então, você estava loucamente apaixonado e ia se casar, mas
foram bastante tragicamente dilacerados. E, de alguma
forma, você acha que a culpa é minha que eu estou confusa
sobre o que está acontecendo? Você acha que eu mereço
obter a culpa por essa besteira? Eu lhe disse como eu me
sentia sobre Parker no ano passado, e você disse que não
havia nada que pudesse fazer sobre isso. Bem, eu estou
começando a me perguntar se talvez você só não quisesse
fazer nada sobre isso!

Ela balançou a cabeça. Ela disse e agora, ela precisava


ficar longe de lá para pensar sobre o que ela ia fazer.

Lexi virou para ir embora, e Ramsey deu alguns passos


em direção a ela.

— Deixe-me, - disse ela.

Mas ele moveu-se para frente e agarrou seu braço. —


Você não está indo embora.

— Eu preciso sair daqui. Eu preciso pensar. Eu não


posso estar perto de você, - disse ela, puxando o braço.

— Não. Você tem a ideia errada.

— Ramsey Bridges, pare com isso! Pare de tentar cavar


seu caminho para fora do buraco. Eu estou tão cansada
disso, - disse ela, batendo no peito e tentando se afastar.

Ramsey a soltou, e ela tropeçou alguns passos.

527
— Você me deixa louco quando você está com raiva.
Você não vê a razão?

— Você me deixa louca quando você mente! Você não


pode simplesmente me dizer a verdade?

— Foda-se, Parker! - Ele chorou e então congelou.

A boca de Lexi caiu. Ele a tinha chamado de Parker?


Ah, porra nenhuma!

— Lexi. Eu quis dizer, Lexi, - ele corrigiu rapidamente.

Lexi balançou a cabeça com horror. — Eu estou indo


embora.

— Lexi, por favor...

Mas ela não ouviu o que ele disse em seguida, porque


ela se virou e saiu correndo pelo corredor. Ela ainda estava
vestida com sua roupa de correr, e ela precisava estar em
qualquer lugar, mas não aqui, naquele momento.

Ele a tinha chamado de Parker! Oh Deus, ela não


conseguia respirar. Ele a enfureceu! Ela pensou que pudesse
entrar em combustão.

Suas mãos tremiam, e seu coração estava batendo alto.


Quem ela estava enganando? Seu corpo inteiro estava
tremendo, tremendo, quase em convulsão. Ela não sabia se
era de vergonha ou raiva. Talvez fosse um pouco de ambos.
Tudo que ela sabia era que queria apenas correr. Ela queria
ficar longe, correr até o ponto de exaustão, aquele ponto em
que ela não iria sentir mais nada.
528
Ela abriu a porta para o deck, e Jack olhou para ela
por cima de seu livro. Quando ele viu o seu olhar distraído,
ele colocou seu livro em cima da mesa e se levantou.

— Você está bem? - Ele perguntou, a preocupação


vinha através de cada sílaba. — O que aconteceu?

Lexi apenas balançou a cabeça e correu, descendo as


escadas, e de volta para a areia. Ela ouviu o estrondo da
porta abrir atrás dela e ouviu seu nome ser gritado para fora,
mas ela não abrandou, e ela certamente não parou. Ela não
podia voltar para lá e enfrentar Ramsey agora. Ela precisava
de uma chance de limpar a sua cabeça, primeiro.

Ela olhou por cima do ombro uma vez, só para ter


certeza de que ele não a estava seguindo. Ela viu que Jack
tinha o dedo no peito de Ramsey, e então ele estava
arrancando em uma camisa. Lexi se virou para ver onde ela
estava indo. Ela não sabia o quão longe ela ia correr, mas ela
ia até as pernas dela pararem de se mover.

Um segundo depois, ela ouviu os pés batendo na areia


atrás dela. Grande. Ela ia ter que dizer para Ramsey deixá-la
sozinha, de novo. Ele não podia ver que ela só precisava estar
sozinha? Ele só poderia fazer mais danos, seguindo-a.

Mas quando ela se virou, ela não viu Ramsey. Era Jack
correndo atrás dela. Apesar de tudo, um pequeno sorriso
tocou as bordas de sua boca. Não era apenas perfeitamente
irônico ter Jack atrás dela?

Jack era muito mais alto do que ela, então ela sabia
529
que ele iria alcança-la em breve, mas ele não tentou ligar
para ela ou pedir-lhe para abrandar. Ele só fez progressos, e
quando ele a alcançou, ele combinou com seu ritmo e correu
ao lado dela. Ele não disse nada. Ele simplesmente deixou-a
fugir dos seus problemas... Longe de tudo.

Tudo, mas com ele.

Sua respiração era irregular, saindo em suspiros


irregulares. Seu lado tinha um ponto em que ela esfaqueou a
cada respiração. Seu cabelo estava emaranhado, e seu corpo
foi revestido por uma camada de suor e areia que só tinha
piorado com a segunda corrida. Seus pés e pernas estavam
começando a se sentir pesados, e ela sabia que estava
diminuindo. Ela não ia ser capaz de manter esse ritmo por
muito tempo. Ela estava se sentindo um pouco tonta,
provavelmente, pela desidratação, mas tinha a vantagem de
limpar sua mente.

Jack estava respirando pesadamente ao lado dela, mas


ele não parecia tão fora dele quanto ela. Isto não deve ser um
passo difícil para ele, e ele não tinha acabado de chegar de
uma corrida em qualquer caso.

Lexi tropeçou e caiu de joelhos na areia. Suas mãos


escorregaram para baixo para abraçar a si mesmo, e ela
gemeu quando suas pernas finalmente se acalmaram. Seu
corpo inteiro estava cantarolando, vivo com a adrenalina
correndo por ela. Seu peito arfava, enquanto ela olhava para
a areia molhada, e sua visão mergulhou e ficou turva. Ela
bateu as mãos para baixo de novo e de novo na areia,
530
querendo fazer a diferença na forma do mundo, mas suas
mãos apenas empurraram a areia para fora do caminho, não
ia realmente alterá-lo em tudo. Era apenas um ato de
deslocamento... Não mudava... Nunca mudam.

— Ei. Ei. Ei, - disse Jack, afundando na areia ao lado


dela e agarrando suas mãos.

Ela lutou contra ele, mas ele segurou-a com força,


impedindo-a de continuar seu ataque.

— Lex, - ele sussurrou, — está tudo bem.

— Não, há problema, - disse ela, em meio às lágrimas


que ela nem sabia que estavam caindo pelo rosto.

— Vai ficar tudo bem, - disse ele, puxando-a para perto


dele.

Ela resistiu a ele. — Pare. Eu estou nojenta.

— Eu não me importo.

— Estou coberta de areia e suor.

— Você ainda está bonita e você ainda precisa de mim.


Então, eu não vou parar, - disse ele, puxando-a para ele e
embalando-a contra seu peito.

— Você não tem permissão para pensar que eu sou


bonita, - disse ela em meio às lágrimas.

— Shh... - Ele acariciou suas costas suavemente. — Eu


nunca vou parar de pensar nisso.

531
— Não seria bom para mim. Eu quero ficar com raiva. -
Lágrimas estavam caindo tão difícil, agora que ela só poderia
falar com os soluços.

— Então, fica com raiva. Eu não vou lhe impedir.

— Eu te odeio.

— Não, você não odeia.

— Sim, eu odeio.

— Nem mesmo no meu pior dia, e eu estou longe disso,


Lex.

— Você dormiu com essas meninas? - ela perguntou.

Jack ficou tenso. — Que meninas?

— Sua secretária... A atendente em seu antigo


apartamento... Outras pessoas...

— Não, - ele disse suavemente. — Não, eu não.

— Por que você não disse nada? - A questão tinha


aparecido em seu estado delirante, ela não queria pensar em
nada, em nada do que ela tinha deixado para trás, na casa de
praia.

— Eu não quis dizer nada, por que... Ninguém teria


acreditado em mim. É como eu tendo a não discutir política,
porque as pessoas discutem comigo, e eu não vou mudar de
ideia... Mas isso não significa que eu não discordo deles.

— Foi estúpido.

532
— Muito. Eu fiz um monte de coisas estúpidas, mas eu
não acho que você está tentando fazer um buraco na areia
por minha causa.

Lexi caiu em seus braços com a lembrança de por que


ela havia corrido quilômetros de distância da casa de praia.
Ramsey a tinha chamado de Parker. Mesmo que fosse apenas
com raiva, ele ainda a tinha chamado pelo nome de sua ex-
namorada... O que eles estavam discutindo sobre, em
primeiro lugar. Como ele podia ser tão estúpido? E como ele
ainda não se desligou dela?

— Você quer falar sobre isso, - perguntou Jack.

— Não.

— Você quer apenas andar, então?

— Tudo bem, - ela murmurou, afastando-se de Jack.

Ele levantou-se primeiro e depois lhe ofereceu a mão.


Ela o deixou levantá-la do chão. Suas pernas ainda tremiam,
e ela pegou em seu braço para manter-se firme.

— Aonde você quer ir?

— Em qualquer lugar. Não quero voltar, - ela admitiu.

— Eu também não.

Jack acenou com a cabeça para a direção que tinham


vindo correndo. Eles partiram em toda a praia deserta na
maior parte. Lexi não tinha lhe perguntado no momento se
alguém tinha visto juntos na areia, mas ela pensou sobre isso

533
agora. Ela se perguntou quem tinha sido testemunha de seu
colapso. Concedido, isso realmente não importa, porque a
única pessoa que iria lembrar-se que era Jack.

À distância, puderam ver um grande cais público, e


com um olhar de cumplicidade entre os dois, eles se dirigiram
em direção a ele. Quando finalmente chegaram a ele, o sol já
estava caindo no horizonte. Eles não seriam capazes de ficar
muito tempo, ou nunca iriam voltar antes do anoitecer.

Lexi saiu ao final do cais, apoiou os cotovelos no


parapeito e olhou para fora através do oceano. Jack seguiu-a,
e eles ficaram ali, observando as ondas subirem e descerem.

— Eu nunca pensei que eu estaria com você em um


cais de novo, - disse Lexi.

— A primeira vez foi muito memorável, - disse ele com


um sorriso.

— E estamos ambos, ainda, com outras pessoas


enquanto estamos aqui.

Jack encolheu os ombros, mantendo os olhos para


frente. — Ramsey não me contou o que aconteceu. Você vai?

— Ele me chamou de Parker, - ela cuspiu.

Jack assobiou entre os dentes. — Você está falando


sério?

— Sim.

— Como diabos isso aconteceu? Ramsey não me parece

534
o tipo de confundir as duas. Quero dizer, vocês são tão
diferentes. Eu nem acho que vocês muito parecidas.

Lexi riu. — Sim, nós somos. Pensei que éramos gêmeas


quando eu a conheci.

— Eu acho, - disse Jack, com um encolher de ombros.


— Você não parece, nem age, o suficiente parecido para eu
confundi-la... Nunca.

— Bem... Ele estava no quarto, conversando com


Parker.

As sobrancelhas de Jack se arquearam. — Em seu


quarto?

— Sim. Eles estavam falando sobre por que eles tinham


se separado. Ela lembrou-lhe que eles estavam para se casar,
e ela queria que ele apenas acreditasse nela, mas Ramsey
disse que não podia... E que ele não estava sobre isso.
Entramos em uma discussão, e eu acho que ele ficou com
raiva e misturou tudo.

— Droga... Soa como nós, - ele meditou.

Lexi riu. — Talvez três ou quatro anos atrás.

— Então, - disse Jack, virando as costas para o oceano


e inclinando-se para trás para olhar para Lexi, — o que você
vai fazer? Você quer estar com ele? Você acha que Parker vai
tentar interferir?

Foi tão estranho naquele momento, ter esta conversa


com Jack, especialmente em um cais. Então, muitas vezes no
535
passado ele tinha sido a fonte desta afirmação, e agora, ele
estava lá para ela exatamente quando ela precisava dele e ele
manteve que estaria lá quando ela precisasse dele.

As coisas tinham mudado. Ele não estava olhando para


ela com a luxúria em seus olhos. Na verdade, ela não tinha
visto isto em muito tempo. Ele estava tentando estar lá para
ela como o amigo que ela merecia. Ele queria que ela fosse
feliz. Isso a fez feliz... E também muito triste o que era ainda
mais confuso. Ela queria Jack como amigo. Era algo que eles
nunca tinham sido capazes de alcançar antes. Mas tê-lo
como seu amigo... Queria dizer que ele não era nada mais.

Ela sabia que era um pensamento idiota. Ela estava


com raiva de Ramsey por chamá-la de Parker, e então ela
estava em pé aqui, ficando triste com Jack. Mas a única
razão pela qual ela estava pensando que era por causa dessa
situação com Ramsey. Ele a fez querer ser a mesma
adolescente idiota que tinha sido por muito tempo. Ela queria
atacar da única maneira que sabia.

E seria tão fácil.

Mas seria tão burro.

— O que eu devo fazer? Nós tivemos a conversa sobre


Parker mais do que nós tivemos conversas sobre você.

— Ele confia em você, - Jack quase sussurrou.

— Eu sei. Eu sei.

— Isso é muito valioso... Contanto que você confie nele.

536
— E se ele não estiver com ela? - ela perguntou,
olhando para aqueles olhos azuis. Ela só queria uma
resposta. Ela queria alguém para lhe dizer o que fazer,
mesmo sabendo que ela era a única que podia decidir.

— Eu acho que você está pedindo a pessoa errada...

É claro que ela estava. Ela baixou a cabeça entre as


mãos apoiadas sobre os trilhos. O que ela deveria fazer?
Mesmo que Jack não estava em cima dela, ele ainda tinha
casado Bekah - não que ela quisesse comparar seus
relacionamentos. Ainda assim, Ramsey pode não estar sobre
Parker, mas ele não estava buscando qualquer coisa com ela.
Eles tinham suas diferenças, o aborto, mas isso não
significava que ele ia correr de volta para ela.

Ela não se sentia como se estivesse exagerando. Ela


sentiu que ela estava suportando o subproduto de muito
acúmulo emocional. Todo esse tempo, ela havia se
preocupado com Parker, e então ela tinha razão. Ela queria
estar errada.

— Lex, - disse Jack, atingindo a frente e colocando o


cabelo atrás da orelha, — Você está feliz?

— Agora?

— De uma maneira geral. Será que Ramsey faz você


feliz?

— Sim, - ela sussurrou, endireitando-se e olhando para


Jack. — Ele faz.

537
Jack engoliu em seco e assentiu. — Então, nós
devemos voltar. Aposto que ele está preocupado. Eu estaria
preocupado.

— Jack Howard se preocupando? Agora, eu já vi de


tudo.

— Fiquei preocupado quando vi você correr para fora


da casa.

— Obrigada por ter vindo atrás de mim. Eu não sei


onde eu estaria... -, disse ela, arrastando os pés.

— E você nunca vai ter que saber, porque eu faria isso


o tempo todo.

Lexi sorriu timidamente para longe. Ela não conseguia


encontrar seus olhos. Ela estava grata por tê-lo em sua vida
naquele momento. Ela desejou que ele sempre tivesse sido
assim... Que as coisas tivessem sido diferentes. Mas eles não
eram, e ela só queria apreciá-lo agora.

— Obrigada, - disse Lexi.

Jack acenou com a cabeça e, em seguida, guiou-a de


volta ao largo do cais. Eles caminharam pela areia, de volta
para a casa de praia, em silêncio, além de as ondas
quebrando contra as ondas e gaivotas na distância. Foi
tranquilo e ajudou a acalmar os nervos, esvoaçando em torno
de seu estômago, a partir da perspectiva de ter de falar com
Ramsey quando ela voltasse.

Quando a casa de praia estava à vista, Lexi sentiu seus

538
pés arrastando, mas Jack segurou-a ao seu ritmo. Estava
quase completamente escuro, e se desacelerou mais, eles
teriam que andar a última etapa da noite.

— Você vai ficar bem, - Jack incentivou-a. — Este não


é o pior confronto que você atravessou. Imagine o que senti
quando Clark encurralou-a em seu apartamento.

A ansiedade de Lexi cravou. — Por que você iria trazer


isso à tona?

— Porque não há nenhuma maneira que vai ser tão


ruim assim. Você não fez nada. A decisão é sua sobre
Ramsey. Se ele realmente a faz feliz, eu tenho certeza que vai
ser uma decisão fácil, - disse Jack.

Ela podia ver a luz da varanda conforme eles se


aproximavam. Então, o perfil de Ramsey entrou em vista. Ele
estava sentado em uma cadeira, olhando para o oceano. Ela
se perguntou quanto tempo ele tinha estado lá. Ela
perguntou por que ele nunca tinha vindo atrás dela, não que
ela o quisesse no momento, mas ainda...

Eles chegaram ao alpendre, e Ramsey levantou às


pressas, olhando para Jack e Lexi em pé, juntos. Jack
apertou o braço dela e, em seguida, desapareceu no interior,
com um olhar para trás por segurança. Havia distância entre
ela e Ramsey, ela manteve os pés plantados na areia e ele em
pé na varanda.

— Você se foi há muito tempo, - ele finalmente disse.

539
— Sim.

— Onde você foi?

Lexi apenas deu de ombros e apontou na direção de


onde tinham vindo. Ela não sabia onde eles tinham ido. Ela
só se lembrou da areia, do mar, do cais... E Jack.

— Eu estava preocupado.

Jack tinha falado isso.

— Sim.

— Lexi. - Disse ele, descendo a escada e para a areia,


com as mãos espalmadas para fora antes dele. — Eu sinto
muito. Eu não sei o que aconteceu comigo. Eu a amo. Isso
não deveria ter acontecido. Você só exagerou...

— Não. - Ela disse, segurando a mão dele. — Não me


diga que eu exagerei.

— Tudo bem. Você não fez. Eu estava errado.

— Sim, você estava. Você quer que eu esteja bem com


Parker, com você trabalhando com Parker, depois de tudo
que passamos. Então, você tem uma conversa assim com
ela... E você... - Lexi balançou a cabeça. O próprio
pensamento ainda a fazia ter raiva. — Então, você me chama
pelo seu nome.

— Eu sei.

— Não, você não sabe! Eu realmente quero ficar bem


com Parker, porque este é o negócio real, Ramsey. Jack
540
perguntou-me se você me fez feliz. Se você faz, então ele disse
que deveríamos voltar, porque você estaria preocupado. Bem,
eu estou de volta, porque você me faz feliz. Eu só não consigo
descobrir o que fazer com este relacionamento, enquanto
Parker ainda é apaixonada por você.

— Mas eu não a amo. Eu amo você, - ele disse com


sinceridade, dando mais um passo em sua direção.

Lexi suspirou profundamente. Ela permaneceu no local


e permitiu-lhe aproximar-se, mas ela não se moveu em
direção a ele. — Então, como você pode dizer a ela que você
não é sobre isso?

— Porque o que aconteceu entre nós me fodeu por


anos. Ainda me mata. Não é ela. Eu não a quero. Eu quero
você. Há apenas uma história entre nós. Certamente, você
pode entender como é difícil deixar ir.

— Eu entendo o quanto difícil é. Eu não entendo por


que você iria então me culpar por dizer que sou insegura
sobre o nosso relacionamento.

— E eu fui um idiota, - disse ele, estendendo a mão


para ela. Ele passou as mãos pelos braços cheios de areia. —
Dois anos atrás, você colocou sua confiança em mim de novo,
e eu tenho sido cem por cento, honesto com você desde
então. Eu não deveria ter tido essa conversa com Parker, mas
eu não disse nada que significasse que eu não a amo ou que
eu não quero estar com você. Por favor, deixe-me continuar a
mostrar-lhe que eu faço.

541
542
543
Capitulo 19

Presente

— Eu, - Ramsey sussurrou. — Eu sou o que está


errado?

— Sim. Não. Sim. Eu não sei, - ela disse, atacando


longe dele.

— Não estou seguindo. Aquele idiota tinha você, jogada


contra uma parede, e você olhava assustada para fora de sua
mente. De alguma forma, eu sou o problema?

— Não tem nada a ver com John ou este momento. Eu


só estou pirando.

— Sobre o quê?

— O casamento. Não é você. Sou eu. Eu sei que soa


estúpido e clichê. Deus, isso soa clichê, - Lexi disse,
andando. — Mas a minha cabeça não está no lugar. Eu
continuo pirando sobre isso, e eu tento mantê-lo em segredo,
mas eu não posso. Está tudo chegando tão cedo, e eu sinto
que eu não estou fazendo nada por isso. Não consigo
encontrar um vestido, e eu não queria encontrar o vestido de
dama de honra de Chyna quando eu estava aqui. Sinto-me
estúpida por ter sido tão confusa sobre isso, mas eu não
consigo fazê-lo parar. O que há de errado comigo?
544
— Não há nada de errado com você, Lexi, - Ramsey
disse, suavemente. Ele a impediu de continuar a andar e
sustentou seu olhar. — Eu a amo. Se isso significa que eu
vou me casar com você em outubro, ou vou me casar com
você em outubro do próximo ano, ou o depois disso... Não
importa para mim. Você é importante para mim. O
casamento é um pedaço de papel. Você é a minha vida.

— Eu sei.

Mas o sentimento ainda rastejava através dela. Ela


simplesmente se imaginou em pé, atrás de Chyna, sendo tão
feliz por sua amiga e sentindo absolutamente nada disso para
si mesmo.

— Se é só um casamento, nós podemos adiar. Eu não


me importo que já enviemos os convites. Nós podemos retira-
los. Podemos dizer foda-se para um casamento de verdade e
ir ao tribunal ou Vegas ou em qualquer lugar e apenas torná-
lo oficial.

— Mas você queria um casamento.

— Eu quero você. Eu não sei quantas vezes eu tenho


que lhe dizer. Eu quero que você seja minha. Eu quero que
você seja a Sra. Bridges.

Ela sabia que ele queria se casar com ela. Não era
como se tudo isso fosse um segredo ou uma grande surpresa
para ela. Desde aquela noite em junho passado, quando ele
cometeu o erro de chamá-la de Parker, Ramsey tinha sido o
namorado perfeito. Eles nunca tinham discutido o casamento
545
em muitos detalhes, mas ela se encolhia completamente,
afastado o pensamento. Ela o amava. Eles estavam felizes.
Isso era o que importava. Isso foi o que a incentivou a dizer-
lhe que sim.

— Isso é o que você quer, certo?

Lexi abriu a boca, pronta para dizer-lhe que sim. Ela


estava pronta para confirmar e limpar suas dúvidas. Mas
como ela poderia esclarecer suas dúvidas, quando ela tinha
tantas?

A organizadora de casamentos enfiou a cabeça naquele


momento com um sorriso. — Tempo para fotos.

— Obrigado, - Ramsey disse laconicamente.

— Eu vou lhe ver mais tarde, - disse Lexi, chegando e


beijando-o de leve nos lábios.

Ele tentou puxá-la para aprofundá-lo, mas ela já tinha


se afastado e virou-se para sair da sala. Enquanto caminhava
de volta para o terraço, ela não podia acreditar que tinha
acabado de ter essa conversa. Eles estavam adiando o
casamento? Era isso mesmo que ela queria?

~~*~~

O resto do casamento tinha ido sem problemas. John


tinha sido limpo, e felizmente, só havia algum inchaço, e
nada foi quebrado. A planejadora do casamento havia corrido
com um bloco de gelo para ele, assim que as fotos estavam
completas. Lexi pediu desculpas cerca de mil vezes, embora

546
ele lhe houvesse dito repetidamente que não era culpa dela.
Ele havia dito que seu ‘psiconamorado’ devia ser
responsabilizado.

Chyna riu quando ouviu o que tinha acontecido. A


quinta essência de Chyna. Ela disse a Lexi que John,
provavelmente, tinha que vir por um longo tempo. Enquanto
susceptível, mas Lexi ainda se sentia tão chateada com toda
a situação que ela não poderia participar com risadas da
amiga. Chyna estava em tal estado de êxtase com Adam que
alguém levar um murro em seu próprio casamento ainda não
a tinha afetado.

Lexi não tinha sido capaz de falar com Ramsey na


recepção, e mesmo depois disso, a raiva tinha acabado
inflamando dentro dela. Ele havia sugerido de novo adiar o
casamento, mas ela apenas acenou para ele. Ela não queria
tomar uma decisão enquanto ela tinha essa raiva. Dormir
seria uma alternativa melhor, do que tomar uma decisão
rápida agora e lamenta-la mais tarde.

Ramsey tentou fazer as pazes com ela, mas ela não


estava com vontade. Principalmente, ela só queria ficar
sozinha... E chamar Jack... E dormir.

Ela não chegou a fazer nenhuma dessas coisas,


embora.

Os dias de trabalho após o casamento foram alguns


dos piores que Lexi tinha experimentado desde que ela tinha
fechado o caso Bryant, no ano passado. Meses de trabalho

547
haviam chegado a um ponto crítico durante o fim de semana,
e ela não tinha estado lá por nada disso. Isso significava que
sua vida, quando ela chegava a casa em uma hora razoável,
era inexistente. Também significava que o tempo que ela
realmente precisava gastar com Ramsey, era inexistente.

Quando eles voltaram para Atlanta, ela passou todo


domingo à noite e segunda-feira se preparando para o
tribunal. Então, nos próximos dois dias, ela tinha acordado
no início da madrugada, passou o dia todo na sala do
tribunal e seu escritório, antes de cair de volta na cama,
exausta.

Ela estava tão animada quando foi liberada do tribunal


no início da quinta-feira. Depois de passar mais algumas
horas se preparando para o dia seguinte, o chefe de Lexi
finalmente lhe permitiu deixar o escritório. Já estava ficando
escuro lá fora, mas pelo menos isso não estava se
aproximando da meia-noite. Essa tinha sido a semana de
inferno.

— Lexi, - seu chefe chamou, virando a esquina em seu


escritório.

Ela tentou não se encolher como ele disse o nome dela.

— Sim, senhor. - Se ele lhe pedisse para ficar até mais


tarde outra noite, ela poderia ter um colapso.

— Fique de plantão esta noite, ok?

548
— Você acha que eu vou ser necessária, - ela
perguntou, esperando e rezando para que ela fosse ficar
alguns momentos para respirar.

— Estamos à espera de algum material sensível de


última hora aparecer, e se vier esta noite, vamos precisar de
você aqui para revê-lo antes da manhã.

— Sim, senhor, - disse ela, querendo nada mais do que


desligar o telefone dela e fingir que não tinha ouvido nada
disso.

Ele fechou a porta, e ela caiu em sua cadeira. Grande.


Se essa informação chegasse hoje à noite, então ela estava
ferrada. Esta noite era uma noite desta semana que ela sabia
que não estaria trabalhando até altas horas da noite e ainda
chegando bem cedo.

Ela queria falar com Ramsey sobre o casamento. Ela


havia decidido adiar. Com esta programação brutal, não
havia nenhuma maneira que ela ia estar pronta para um
casamento. Outros seis meses a um ano, não seria o fim do
mundo. Ela precisava de mais tempo. Ele estava bem com
mais tempo. Chyna tinha feito um noivado longo, e tinha
funcionado para ela.

Sim, essa conversa precisava acontecer hoje à noite. Ela


não podia colocá-lo fora por mais tempo.

Ela jogou a última folha de sua papelada em sua bolsa


e correu para fora do escritório antes de seu chefe poder

549
segurá-la por mais tempo. Ela correu para o elevador e saiu
pela porta da frente antes de seu telefone começar a tocar.

— Foda-se, - ela chorou.

Não, ele não podia já estar chamando. Ela precisava de


um tempo longe. Ela precisava sair!

Ela pescou o telefone de sua bolsa, ela olhou para o


número na tela. — Jack, - ela disse em saudação. — Graças a
Deus você não é meu chefe.

— Ei, Lex. Você estava esperando seu chefe?

— Eu não tenho obtido um momento de paz durante


toda a semana. Este caso é quase tão ruim quanto aquele do
ano passado. Eu não posso nem ver direito. Temo que eu
esteja de volta no escritório muito cedo, - disse-lhe enquanto
ela caminhava até o seu carro.

— Isso é péssimo. Quanto tempo você acha que eles


vão continuar com isso, - ele perguntou.

— Não tenho certeza. Da última vez foi pelo menos


duas semanas deste negócio de pressa e espera.

— Acabamos de receber a nossa data do divórcio.

— Isso é ótimo! - disse ela, incapaz de esconder o seu


entusiasmo, porque ela estava muito distraída. Ela estava
completamente pronta para Bekah parar de torturar Jack
assim. — Quando é que você tem que estar lá? Duvido que vá
ser como o que eu estou fazendo agora. Eles tentam encerrar
sessões de divórcio muito rapidamente.
550
— Três semanas a partir de amanhã.

— Três semanas! Deram-lhe aviso prévio de três


semanas, - ela guinchou, deslizando para o lado do motorista
e puxando para fora do estacionamento no caminho de volta
a sua casa.

— Parece que o pai da Bekah conhece o juiz e foi à data


marcada mais breve possível.

— Claro que ele conhece a merda do juiz, - ela


resmungou. — Richard está preparado?

— Sim, estamos trabalhando nisso há meses.

Lexi suspirou. Pelo menos não foi isso. Ela não tinha
ouvido falar de Bekah desde a sessão de mediação de volta
em fevereiro. Ela tinha estado felizmente, tranquila, o que só
o fazia um pouco ansioso. Sendo a manipuladora magistral
que ela era. Bekah estar quieta significava que ela tinha mais
tempo para planejar.

— Ok. Bem, espero que isto seja o mais simples


possível, e você possa apenas... Seguir em frente.

— Sim. Obrigado por ainda falar comigo, depois do que


aconteceu no mês passado. Eu provavelmente não deveria ter
ficado tão bêbado e...

— Está tudo bem, - Lexi disse rapidamente.

Eles nunca tinham falado sobre o que tinha acontecido


em seu apartamento um par de semanas atrás. Eles tinham
acabado de se mover para frente.
551
— Tudo bem, - disse ele em voz baixa. — Eu não tive a
intenção de prejudicar qualquer coisa para você.

— Você não fez isso, - disse ela. — Por favor, Jack,


vamos... Não faça isso. Eu preciso ir.

— Ok, Lex. Eu vou deixar você saber se eu ouvir mais


alguma coisa de Richard. Se você precisar de alguma coisa,
eu estou a apenas um telefonema de distância. Agora que a
estação de imposto passou, eu não estou tão sobrecarregado
no trabalho, como você.

— Obrigada, - ela sussurrou, antes de desligar.

Ela não queria ter Jack preso em sua cabeça quando


ela estava prestes ter uma conversa séria com Ramsey, ela
provavelmente precisava de um tempo.

Lexi puxou em seu lugar na garagem e desligou o


motor. Ela estava nervosa sobre o que estava por vir, mas
sabendo que ela estava para finalmente falar com Ramsey
sobre como ela estava sentindo, deu-lhe mais determinação
do que o normal. Ela não queria que as coisas simplesmente
implodissem como no casamento de Chyna e Lexi estava feliz
que ela tinha tido tempo para pensar sobre o que ela queria
fazer.

Ela subiu as escadas até a porta da frente. Ela estava


tão feliz de estar em casa. Parecia um longo tempo desde que
ela tinha visto Ramsey por mais do que os poucos minutos
antes que ela se arrastasse para a cama. As coisas tinham
sido duras ultimamente, mas isso não significava que ela não
552
queria vê-lo. Sua garganta se contraiu com a emoção que
correu por ela. Ela só queria fazer isso e ficar tudo bem.

Ramsey não estava lá embaixo, mas ela sabia que ele


estava em casa. Ela tinha visto sua Mercedes na garagem ao
lado da Maserati que ele sempre mantinha coberta. Lexi
deixou cair à bolsa no sofá, chutou seus sapatos, e, em
seguida, correu até o segundo andar.

— Ramsey, - ela chamou baixinho, anunciando-se ao


andar de cima tranquilo.

Quando ela não obteve uma resposta, ela se perguntou


se ele estava dormindo ou se ele estava envolvido em seu
trabalho e não a tinha ouvido falar. Ela deu de ombros e
caminhou pelo corredor.

Ela abriu a porta do quarto e o achou vazio também.


Ele deve estar no escritório. Ela tirou o blazer e jogou-a sobre
a cômoda antes de continuar até o escritório. Ela girou a
maçaneta e entrou.

— Ramsey, estou em casa mais cedo, - ela disse e, em


seguida, parou em suas trilhas. — O que você está fazendo
aqui? - ela perguntou, antes que pudesse se conter.

Ramsey estava sentado em sua cadeira de escritório,


segurando alguns papéis, e Parker estava na frente dele. Ela
realmente não estava de uniforme e só tinha um par de jeans
simples de cor clara e um polo. Tinha os braços cruzados, e
ela não parecia feliz.

553
— Oh, - disse Parker, com a cabeça virando para a
porta. — Lexi!

Ramsey ficou lá, olhando para os papéis. Seu rosto era


uma máscara de choque, e ele levou um minuto para
registrar o que estava acontecendo. — Lexi, você está em casa
cedo.

— Eu disse isso, - ela falou hesitante.

Ramsey colocou os papéis cuidadosamente sobre a


mesa, como se ele não quisesse mexe-los, e então se
levantou. Ele caminhou até ela e puxou-a para um abraço.
Ela abraçou-o sem entusiasmo. Ela não sabia o que era tudo
isso.

— O que está acontecendo? - Perguntou Lexi, sabendo


que algo estava acontecendo.

— Eu já estava de saída, - disse Parker. Ela olhou entre


eles desconfortavelmente e, em seguida, caminhou em
direção à porta.

— Mas o que você está fazendo aqui? - Lexi bloqueou


sua rota de fuga. — Por que ela está aqui? - Ela odiava
repetir-se, mas as respostas não estavam surgindo.

— Eu vim trazer-lhe alguns papéis, e agora, estou


planejando sair, - Parker disse suavemente. — É isso.

— É isso mesmo? - ela perguntou, de frente para


Ramsey mais uma vez.

— Sim. Apenas alguns papéis.


554
Lexi cruzou os braços e olhou entre eles. Algo não
parecia bem, mas ela não sabia o que era. Por que ela tinha
que trazer a papelada para a sua casa? Por que não poderia
ter esperado até amanhã? Por que não podia tê-lo chamado
para o hospital? Tudo parecia fora do lugar. O terno de
Ramsey estava impecável. Parker não parecia culpada ou
qualquer coisa. Ela apenas olhou como se quisesse correr,
como de costume, talvez até um pouco pior pelo desgaste.

— Que tipo de papelada? - Perguntou Lexi.

Parker ficou tensa com a pergunta, e Ramsey não


encontrou seus olhos. Aha! Então, ela tinha tocado nele, o
que nenhum deles queria falar.

— Ramsey? - ela implorou.

— Você deve deixar Parker ir. Ela não precisa estar


aqui para isso. Então, devemos falar.

O coração de Lexi palpitou em seu peito. Precisamos


conversar. Soou como uma armadilha mortal. Claro, ela tinha
voltado para casa mais cedo, porque ela queria falar com ele
sobre o casamento, mas... Mas isso soava diferente. Ela
colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, enquanto ela
tentava se controlar. Isso não poderia ser bom.

Ela mudou-se para fora do caminho, e Parker saiu da


sala o mais rápido possível. Quando ela foi, ela pensou que a
tensão cairia fora dele... Mas isso não aconteceu.

555
— O que está acontecendo, Ramsey? Você está tão
branco como um fantasma.

— Ela teve um aborto espontâneo.

— Sinto muito. O quê? - ela retrucou, sua mente foi


para o pior lugar possível.

Seus olhos verdes viraram para ela, e ele balançou a


cabeça. — Quando estávamos namorando na faculdade... Ela
teve um aborto espontâneo.

A boca de Lexi caiu ligeiramente. Um aborto. — Como


você sabe? Eu pensei que não havia nenhuma prova.

Ele caminhou de volta para a mesa e pegou a papelada.


— Veja por si mesma, - disse ele, empurrando-os em suas
mãos.

Lexi pegou os papéis dele e vasculhou a papelada


tentando decifrar o que ela estava olhando, na papelada de
uma clínica de aborto.

— O que foi?

— Admitida e dispensada na mesma hora. Ela não foi


até o fim.

— Aonde diabos ela quer chegar com isso? Isso não


parece realmente suspeito para você, que ela só apareceu
magicamente com esta papelada para provar o seu ponto?

— Ela foi para a clínica logo depois que terminamos e


tentou pegar alguns papéis, mas a pessoa com quem ela falou

556
disse que não tinha registro de ela estar lá. Ela não tinha ido
ao médico porque estava com medo de que sua família fosse
descobrir. Ela voltou só para ver se alguém poderia ser mais
útil, e eles foram capazes de encontrar isso.

— Não acha estranho que ela continua a encurralá-lo


para falar sobre isso? E agora, ela pode provar sua inocência,
embora ela saiba que você vai se casar com outra mulher? -
Lexi exigia. — Por que ela ainda tem que trazer isso? O que
ela ganha?

— Eu não sei Lexi. Eu tenho acusando-a de ter um


aborto por anos. Deve ter sido difícil ter alguém pensando
que você estava mentindo. Eu acho que ela ganha a
absolvição, - disse ele em voz baixa.

Ela pensou que o raciocínio era besteira. Parker estava


fazendo isso para voltar com Ramsey. Ela podia querer o
perdão, mas ela queria muito bem Ramsey, também.

— E você não acha que esses papéis magicamente


apareceram porque ela quer voltar com você?

Ramsey olhou para o chão e balançou a cabeça. —


Tivemos nossa chance. Ela não quis depois do rompimento, e
ela não quer isso agora.

Era conveniente como Ramsey não disse que ele não


queria isso. No entanto, ela sabia que ele tinha dito a ela
inúmeras vezes. Ela sabia que ele sempre disse que ele não
queria Parker.

557
Lexi rangeu os dentes e vasculhou os papéis, desejando
lhe dizer mais, querendo que eles lhe dessem respostas.
Frustrada, ela jogou os papéis no ar e deixou-os cair no chão.
— Isto não é prova de nada!

— Lexi! Jesus! - disse ele, lutando para pegar a


papelada que ela tinha acabado de descartar.

— Por que isso importa para você? - Ela apontou para


os papeis, ainda espalhados no chão de seu escritório. — Por
que diabos você não deixa isso ir?

— Porque eu arruinei meus anos de vida por nada! - ele


gritou.

Lexi ficou muito quieta. — Arruinou a sua vida? Eu


não sabia que sua vida estava arruinada sem Parker, - ela
sussurrou sarcasticamente.

— Eu não quis dizer isso, - disse ele, passando suas


mãos em seu cabelo. — Você não pode compreender? Nós
terminamos porque eu pensei que ela tinha tirado meu filho
sem falar comigo. Você sabe o que isso faz a alguém? E
depois de descobrir que você era um idiota completo e total
para a única pessoa que sempre acreditou em você... Eu só
me sinto como um idiota. E eu sei que não importa para mim,
porque eu tenho você, Lexi, mas isso faz. Não importa. Eu
não posso explicá-lo. É como assistir a uma parede que eu
construí durante anos, desmoronar no chão em um instante.

— Você ainda a ama? - Lexi sussurrou.

558
— Eu amo você.

— Eu sei que sim, - ela disse, engolindo o nó na


garganta.

— Eu só preciso de tempo para processar esta


informação. Isso não muda nada com a gente, Lexi. Isso não
muda o que sinto por você. Eu só não esperava que isso
acontecesse. Eu tinha tanta certeza de que era um aborto.
Era a única coisa que fazia sentido para mim. Eu não podia
acreditar em Parker, e eu não podia acreditar que Bekah. Oh
Bekah – foda! - ele gritou, sentando-se na cadeira. — Eu fui
um idiota com ela sobre isso por tanto tempo.

— Bem, ela provavelmente merecia.

— Lexi, apenas deite fora por um segundo. Saí de seu


casamento por você. Você não acha que poderia me cortar
alguma folga quando se trata dela?

Não, ela mais certeza não. Bekah era a personificação


do mal. Se eles quisessem falar sobre pessoas que haviam
arruinado sua vida, em seguida, Lexi não podia esquecer-se
de colocar Bekah lá em cima, no topo. Na verdade, quanto
mais pensava sobre isso, mais furiosa ela ficava.

— Não deveríamos nem falar sobre Bekah. Eu a odeio.

— Ela ainda é minha irmã.

— Bem, é muito claro que nós não escolhemos nossa


família, - disse Lexi.

559
— O que você está fazendo em casa tão cedo? - Ele
perguntou, mudando de assunto. Ele afundou-se na cadeira
de sua mesa e apoiou a cabeça nas mãos.

Podia vê-lo sofrendo, e ela queria encontrar simpatia


para ele. Ela sentia simpatia por ele... Ela realmente sentia.
Provavelmente ferido como um filho da puta, por descobrir
que ele tinha estado errado sobre a mulher que ele estava
planejando se casar. Ela não podia imaginar passando por
algo parecido com Jack. Ela estava feliz, nunca teve um susto
de gravidez. Ela não sabia o que ela teria feito nessa situação.

Mas, ao mesmo tempo, tudo isso aconteceu anos atrás.


E sim, era emocionante e perturbador que ele estava apenas
descobrindo a verdade agora, mas não era o fim do mundo,
não, a menos que algo tivesse mudado... Mudado a maneira
como ele se sentia sobre Lexi, ou Parker, ou ambas.

— Meu chefe me deixou sair, desde que eu tinha


chegado cedo o resto da semana. Corri para casa, porque eu
não tinha visto você, e eu queria falar com você. Nós não
tivemos a chance de conversar desde o casamento de Chyna.

— Sobre o que temos para falar? - Ele resmungou.

Odiava fazer isso agora. Ele já estava machucado, e


isso não ia fazer nada melhor. Mas ela não podia segurar por
mais tempo. Isso estava a comendo todos os dias. Ela não
podia esconder as coisas dele, não quando isso a estava
afetando tanto.

— Eu quero adiar o casamento.


560
Ramsey soltou um grito estrangulado com as palavras,
e Lexi sentiu como se seu coração estava partido.

— Você disse que estava tudo bem...

— Eu não acho que você realmente deseja fazê-lo.

— Então, você... Mentiu? - ela perguntou, franzindo a


testa em confusão.

Ramsey levantou-se lentamente. Ele era tão alto que


ele se elevou sobre ela, mesmo com o peso de tudo o que
tinha acontecido mantendo os ombros. — Eu não menti. Eu
quero casar com você, e você sempre que vai ter-me. Só me
preocupo com o adiamento.

— Por quê? - ela sussurrou, sentindo-se como se ela


soubesse o que estava por vir.

Ele suspirou e baixou a cabeça antes de responder. —


Eu estou receoso que esta seja uma reação ao que aconteceu,
e não um reflexo de como você realmente se sente. Eu
prometo não mudar as coisas com a gente, Lexi.

— Não, - disse ela, balançando a cabeça. — Não se


trata de Parker. Esta sou eu. Esta é a minha decisão.

— Parece apenas que você não queria fazer isso antes,


e agora você faz por causa do que aconteceu.

— Eu estou dizendo a você que eu estou fazendo a


minha mente sobre o que eu quero. Esta é a minha decisão. A
pressão do trabalho é demasiado grande. Eu não me sinto no
controle.
561
— Você nunca vai estar no controle? - Ramsey
perguntou, passando a mão pelo cabelo. — Você continua
falando sobre controle, mas você jamais vai ter uma ideia
sobre isso. Se tivéssemos controle sobre nossos
relacionamentos, então eu não teria só descoberto sobre o
aborto de Parker. Isso, - disse ele, apontando para a porta
que Parker tinha acabado de sair, — é o que ela gostaria de
estar fora de controle. Você acabou de usar isso como
desculpa.

— Uma desculpa? Sério? - Ela resmungou. — Está


tudo bem para você Parker estar fora de controle, mas não
para mim? Eu entendo. Isso foi um erro. Eu acho que eu não
deveria ter sequer falado a você.

Ela se virou e saiu pela porta. Apressando-se para o


seu quarto, ela pegou uma muda de roupa e uma roupa extra
e enfiou-as dentro de uma sacola.

Ramsey apareceu na porta um minuto depois. — O que


você está fazendo?

— Eu estou assumindo o controle. - Ela cuspiu.

— Lexi, espere, espere, espere... Você não pode sair, -


ele suplicou, pegando sua bolsa.

— Me desculpe? O quê? Eu não posso sair? - Ela


segurou a bolsa para o peito e para longe dele.

Ela se virou para ir ao banheiro, mas ele bloqueou seu


caminho.

562
— Eu não quero que você saia. Isso não é tomar o
controle. Isso é ir embora.

Lexi o empurrou para o lado e entrou no banheiro. Ela


jogou sua bolsa de maquiagem, uma garrafa de mouse, e sua
escova de dente dentro da sacola. — Isso mesmo. Isso é estar
deixando. Eu estou tomando de volta o controle nessa
situação. Eu estive correndo a toda velocidade pelo ralo, há
dois anos, quando eu deixei você me fazer pensar que Parker
não seria um problema e que você confiava em mim.

— Eu confio em você. - Ele suplicou, elevando a voz


histericamente.

— E Parker? - Ela perguntou, arqueando uma


sobrancelha.

— Lexi, por favor...

— Você nunca a deixou ir. Se você ainda puder deixar


ir, - disse ela.

— Vou deixá-la ir. Só não saia.

Ele agarrou-a em torno do meio e tentou levá-la a ficar,


para beijá-la, abraçá-la, mas não podia. Como ela poderia
ficar lá por mais um segundo, sentindo-se dessa maneira? Ela
estava toda machucada. Seu corpo parecia que tinha sido
batido no chão, de ser sobrecarregado, e então, quando ela
tinha voltado para casa para ver seu noivo, ele estava
emocionalmente perturbado com outra mulher. Não, ela não
poderia estar nesta casa por mais um minuto.

563
— Lexi, - ele chamou, seguindo-a para fora da porta do
quarto e desceu as escadas, por favor, pare e pense sobre isso
por um minuto.

— Vou pensar sobre isso quando eu me for.

— Você está me deixando? - Perguntou ele,


arrebatando-lhe o pulso e forçando-a a olhar para ele.

— Eu estou saindo da casa. Eu não posso ficar aqui,


não com a maneira que eu estou sentindo agora.

— Lexi, eu a amo.

Ela suspirou, quebrando sua determinação. Isso não


era o que ela queria. Este era o homem com quem tinha
passado mais de três anos de amor, o homem que ela havia
concordado em estar. Ele era perfeito, absolutamente
perfeito, exceto quando ele não estava, exceto quando ela via
as suas falhas, as falhas que ele nunca deixava que o resto
do mundo visse. Ela o conhecia por dentro e por fora. Ela
sabia todos os seus caprichos. Ele estava sofrendo agora, e
ele queria que ela fizesse isso direito. Ela não queria discutir
com ele, mas ela era teimosa.

Ele não chegou a escolher quando estava para ser o


homem que o resto do mundo via. Relacionamentos davam
trabalho. Era um trabalho realmente difícil, e ela tinha
colocado seu quinhão no presente. Ela queria tão
desesperadamente que isso funcionasse. Mas como poderia,
com todo o resto que pairava sobre ele agora? Estas eram as

564
coisas que ela precisava descobrir, e ela não faria isso,
enquanto ela ainda estivesse ao seu redor.

— Eu também te amo, - disse ela, antes de ficar na


ponta dos pés e beijar seus lábios com ternura. — Eu. Eu
realmente amo.

Lágrimas a estrangulavam, quando ele a segurou em


seus braços, em silêncio, pedindo-lhe para não fazer isso.

— Mas... Eu tenho que ir, - disse ela, afastando-se dele


e saindo pela porta da frente.

565
Capitulo 20

Presente

Lexi sentou em seu carro, com as mãos tremendo. O


que diabos ela tinha acabado de fazer?

Ela deixou Ramsey. Ela havia deixado seu apartamento


com uma muda de roupa e sua escova de dente. Será que isso
significa que eles tinham acabado? Ela olhou para seu anel de
noivado de diamante, e as lágrimas vieram mais duras.

Não. Eles não tinham rompido ou quebrado o noivado,


mas ela realmente acabou de sair de sua casa.

Ela não sabia o que fazer. Ela mal podia respirar.

Através de suas lágrimas, Lexi saiu da garagem e


começou a dirigir sem rumo. Ela nem sabia onde ela estava
indo. Ela queria falar com Chyna, mas sua amiga estava a
milhares de quilômetros de distância, em uma ilha particular,
para sua lua de mel. Ela não estaria de volta até a próxima
semana.

Como isso continuava acontecendo quando Chyna


estava fora do país, quando ela e Ramsey estavam tendo
problemas? Chyna precisava parar de sair!

566
Não que Chyna fosse capaz de fazer muito mais do que
falar com ela fora da borda. Ela teria saído de Nova York,
quando Lexi precisava dela em Atlanta. Com certeza, a
melhor amiga dela tinha acesso a um jato particular e
poderia ir para Atlanta, em poucas horas, mas Lexi precisava
dela agora. De qualquer forma, isso não importava, porque
Chyna não estava nem perto de um par de horas de
distância.

Puxando para fora da estrada e para um


estacionamento, ela era uma pilha de frustração, Lexi deixou
as lágrimas caírem até os dedos das mãos e pés formigarem
de hiperventilação. Suas bochechas estavam quentes e
úmidas, não importava quantas vezes ela tentasse secá-las.
Ela queria que a dor em seu peito fosse embora. Queria se
sentir humano novamente.

Este não deveria ser o momento mais feliz da sua vida?


Ela não parava de repetir que para si mesma, mas não
importa se ela dissesse o mantra um milhão de vezes. Ela
tinha que admitir que ela não estava feliz. Ela estava sentada
na beira da estrada, em um estacionamento abandonado,
chorando seus olhos para fora. Se isso não mostrava o quão
baixo ela tinha afundado tudo de novo, então nada faria.

Seu telefone tocou ao lado dela, e ela olhou para baixo.


Ramsey.

— Por favor, volte.

567
Não, não podia. Ela não podia fazer isso. Ela não
estava pronta.

Saindo da tela, ela encontrou outro número e discou,


sabendo que era o único lugar onde ela poderia ir.

— Lex, eu não achei que ia ouvi-la hoje, novamente, -


Jack disse agradavelmente ao telefone.

O som de sua voz fez com que as lágrimas caíssem


mais duro. Ela nem sabia o por que. Talvez tenha sido a
perspectiva de falar com alguém sobre o que tinha
acontecido. Talvez fosse apenas Jack.

— Você está bem? Por que você está chorando?

— Ramsey, - disse ela. Foi à única palavra que saiu.

— Você precisa de mim para ir buscá-la?

— Não, - Disse ela, soluçando em meio às lágrimas. —


Eu estou estacionada em algum lugar.

— Você não deve dirigir assim, - disse ele, preocupado.


— Eu posso estar lá em quinze minutos.

— Posso apenas ir para a sua casa? - Lexi perguntou


fracamente.

— Claro que você pode. Você tem certeza que não quer
que eu a pegue?

Ele fez uma pausa, e ela podia sentir a tensão em sua


quietude.

568
— Eu não quero que nada aconteça com você, - disse
ele.

— Eu vou sobreviver.

Ela desligou o telefone, enxugou os olhos, e dirigiu de


volta para a estrada. Ela sabia que era provavelmente
estúpido ir ver Jack quando ela estava tão emocionalmente
confusa, mas aonde mais ela iria? Um hotel provavelmente
seria a melhor opção, mas a última coisa que ela queria era
ficar sozinha esta noite.

Jack iria cuidar dela.

Dirigir para a sua casa aconteceu no que parecia ser


uma questão de segundos, ou poderia ter sido um par de
horas. Ela não se lembrava de nada. Tudo que ela lembrava
era de sair do sua casa, carregando uma sacola de roupas...
Deixando Ramsey para trás.

Ela estacionou o carro em frente à casa de Jack e foi


delirante pela entrada. Ninguém estava esperando no saguão
e ela estava grata que ela não tivesse que enfrentar qualquer
outra pessoa em seu estado. O elevador abriu, e então ela
estava em pé na frente da porta de Jack.

O que ela vai dizer a ele? Como ela poderia começar a


explicar o que ela tinha acabado de fazer? Jack não iria julgá-
la, é claro. Ele nunca a havia julgado, mas não mudava a
forma como ela estava se sentindo naquele momento.

— Lex, - Jack sussurrou, quando ele abriu a porta.

569
Ele franziu o cenho quando viu o rosto inchado e
vermelho das lágrimas que ela não tinha sido capaz de
segurar. E quando ela olhou para seu rosto bonito, seu
cabelo, escuro e desgrenhado, seus olhos, sua cor favorita de
azul, seu queixo tão bem definido, ela começou a chorar de
novo.

Ele suspirou e puxou-a em seus braços. Ela pegou a


camiseta que ele estava usando entre os dedos e enterrou o
rosto em seu ombro. Sua mão desceu pelas suas costas,
segurando-a firmemente contra ele, enquanto fechava a
porta.

— Shh, - disse ele em voz baixa.

Ele passou a mão pelos cabelos dela uma e outra vez,


acariciando-o suavemente, até que ela se acomodou contra
ele. As lágrimas ainda estavam fluindo, mas a histeria
diminuiu, e ela sentiu como se ela fosse capaz de respirar
novamente.

— Você sabe. - Ela disse contra a sua camiseta, — Que


eu não odeio você, certo?

Ele riu suavemente e beijou o alto da cabeça levemente.


O gesto parecia tão perfeitamente em sintonia com o que ela
precisava no momento, e ele não a fazia sentir uma
aberração.

— Eu sei que você não faz.

— Eu meio que me odeio embora.

570
— Se você não me odeia você não pode odiar a si
mesma, - Jack disse, segurando-a no comprimento do braço
com um sorriso.

Lexi sorriu e balançou a cabeça. — Você não sabe o


tipo de pessoa que eu sou.

— Oh, acredite em mim... Eu faço.

— Eu era uma cadela total.

— Sim? - Ele perguntou. — E ninguém merecia.

Lexi suspirou e desviou o olhar. — Saí do Ramsey.

Jack cuspiu e tossiu para tentar encobri-lo, mas ele fez


um trabalho terrível. Para alguém geralmente tão discreto, ele
não era nada naquele momento. Ela não sabia lê-lo então, e
tudo o que ela queria era enrolar em uma bola no chão e se
sentir mal por ela mesma. Ela merecia isso, pelo menos.

— Vocês terminaram?

— Bem... Não, - ela disse, girando o anel em seu dedo.


— Quero dizer... Eu acho que não.

Jack colocou a mão na parte inferior das costas e


guiou-a para o sofá. — Eu acho que você deveria sentar e
começar desde o início. Você quer algo para beber? Eu acho
que eu só tenho Jack Daniels e água, mas...

— Eu estou bem. Acho que beber é uma má ideia. Eu


sou muito leve, - ela disse, estatelando-se no sofá e
pressionando a cabeça para a almofada de trás.

571
Jack sentou-se ao lado dela, espelhando a pose antes
de falar. — Eu nunca pensei que vocês iriam quebrar.

— Nem eu.

O próprio pensamento a fez ter um nó na garganta e


sua cabeça tonta. Ela não podia romper com Ramsey. Ela o
amava. Ele era seu noivo. Eles iam se casar. Mas será que ela
queria isso? Não era isso que Chyna estava falando desde o
início? Lexi precisava determinar o que ela queria não o que
alguém disse que ela deveria querer. E ela não podia ficar
com isso só porque ela havia dito que faria, não importa o
quê.

— O que causou isso? Tinha que haver alguma coisa,


certo? A maioria das pessoas não apenas acordam de um
noivado... Mesmo quando deveriam, - ele quase sussurrou a
última parte. Certamente, ele estava refletindo sobre a
idiotice de seu próprio casamento.

Lexi balançou a cabeça e apertou as palmas das mãos


sobre os olhos. Ela não queria mais chorar.

As lágrimas eram as palavras que ela tinha deixado


tácitas.

Elas falaram muito sobre a sua dor, sua dor, seu


desespero por uma relação que ela tinha colocado tudo de si.
Elas quebraram um selo sobre as emoções que tão fortemente
continha, até o ponto onde ela poderia literalmente sentir a
dor no peito, nos pulmões, no seu próprio ser. E, no entanto,
ela odiava a vulnerabilidade de tudo. Sabendo-se que, uma
572
vez investida em suas lágrimas, ela não podia levá-las de
volta. Elas a consumiam.

Como outra lágrima rolou pelo seu rosto, ela percebeu


então o quanto ela realmente precisava delas. Elas eram o
caminho de seu coração, para falar dessa dor.

Então, ela deixou-se sentir.

Colocando os pés para cima do sofá, ela abraçou os


joelhos contra o peito e chorou abertamente. Jack passou um
braço ao redor de seus ombros, mas ele não disse uma
palavra. Ele não precisa. Seu consolo era tudo o que ela
precisava.

Depois de alguns minutos, ela encontrou sua voz


novamente. — Você se lembra daquela noite na praia no
verão passado?

— Como eu poderia esquecer?

Sua mão parou círculos em seus músculos, e ela


conteve o suspiro que ameaçava escapar, enquanto
massageava fisicamente a tensão das costas.

— Retomei com Ramsey naquela noite, porque ele me


disse que queria provar para mim que tudo o que eu estava
pirando sobre Parker não era nada. E não era.

A mão de Jack acalmou como suas palavras


afundaram. — Será que ele... Fez alguma coisa com Parker? -
Perguntou ele com os dentes cerrados.

573
— Não. Quero dizer, eu acho que não... Mas eu vim
para casa, e ela tinha encontrado uma papelada que dizia
que ela havia recebido alta de uma clínica de aborto sem tê-lo
feito. Ela provou o que tinha dito o tempo todo... Que ela
tinha tido um aborto espontâneo.

— Esse é um tipo de coisa enorme para eles, não é? -


Jack perguntou suavemente.

— Sim. Sim, isso é. E eu provavelmente não teria me


importado tanto se tudo não tivesse sido tratado pelas
minhas costas e se ele não tivesse se assustado com a coisa
toda. Quer dizer, se ele ainda está tão preso a essa coisa com
Parker, - disse ela, virando-se para Jack, — então, como pode
ele mesmo querer se casar comigo?

— Eu sei por que ele quer se casar com você. E eu sei


por que, apesar das bandeiras vermelhas, ele não pode ver
nada além de você, - disse Jack.

— Por quê? Porque tenho certeza que não o vejo. Quer


dizer, eu não sou louca. Como ele está agindo sobre Parker é
uma enorme bandeira vermelha, certo?

Ela colocou um pedaço de cabelo atrás da orelha e


olhou em seus olhos azuis.

— Você não é louca. Ele é o cara que percebeu o seu


valor e colocou-a em primeiro lugar. Ele deu-lhe o que
merecia. E ele é um idiota completo para fazer algo que
comprometa isso.

574
Lexi olhou para o chão, quando suas palavras
afundaram. Ela tinha dado tudo para Ramsey, e ele arriscou
a sua relação com o que estava acontecendo com Parker. Algo
que tinha acontecido entre eles anos atrás, o que deveria ter
sido colocado para descansar a anos, foi surgindo e
sufocando tudo o que tinha investido.

— Ele devia ter aprendido com meus erros, - Jack


disse.

E então, ela viu em seus olhos azuis cristalinos, que ela


tinha perdido mais do que queria admitir.

Ele a queria. E foi uma ideia terrível até mesmo deixá-


lo ver que ela pode querê-lo, também. Mas era Jack. Ela
lambeu os lábios e sentiu o pulso acelerar. Ela estava muito
exausta do trabalho, muito degradada, também
emocionalmente perturbada com o colapso de sua vida. Ela
precisava voltar, para sair desta situação e lidar com ele mais
uma noite.

A mão de Jack deslizou por sua bochecha e para baixo,


na curva de seu pescoço e, em seguida, ele puxou a cabeça
para frente em direção a ele. Ela respirou bruscamente
quando ele a conheceu no meio do caminho, suas faces mais
do que uma polegada de distância. Ela poderia fechar os
olhos e praticamente sentir seus lábios nos dela. Esta era
uma má ideia, mas seu cérebro e seu coração não estavam
ouvindo-a. Ela queria esquecer tudo. Jack sempre foi à fuga
mais fácil.

575
Mas não...

Ela não podia.

Seu anel sentava-se pesadamente em seu dedo.

Jack inclinou a cabeça para frente e, em vez de beijá-


la, como ela esperava, ele descansou sua testa contra a dela e
deixou cair às mãos sobre os ombros.

— Perder você foi o maior erro da minha vida. Eu não


acho que outra pessoa mereça sentir essa perda às minhas
custas.

E ele puxou de volta, e ela ficou ali, ofegante.

Jack tinha... Parado. Ela não sabia como responder.


Ela deveria estar aliviada?

Porque ela não estava. Ela esperava que ele a beijasse.


Seu relacionamento estava em ruínas, e a ideia de voltar para
a casa dela deixava se sentindo enjoada.

E agora... Através de sua neblina, ela ouviu as palavras


que Jack tinha acabado de dizer a ela.

Perder você foi o maior erro da minha vida.

Oh Deus!

Depois de todo esse tempo...

Lexi se afastou bruscamente e olhou para frente, para


a parede distante. Ela não tinha certeza se ela estava

576
respirando corretamente. Seu coração se sentia pronto para
estourar. Era muito, tudo em uma só vez.

— Eu acho... Eu acho que eu preciso dormir um pouco,


- disse ela, em pé.

Ela não podia lidar com o que acabara de acontecer.


Ela não podia permitir-se pensar sobre suas palavras e as
consequências na sua significação. Ela não podia pensar
sobre o quanto ela queria que ele a beijasse, sentir seus
lábios pressionados contra os dela, para prová-lo.

— Sim, - ele murmurou. — Você pode ter a cama.

— Tudo bem, - disse ela, sem querer discutir com ele.

Ela se arrastou para baixo do corredor curto, atrás


dele, para o único quarto no local. Ele abriu a porta para ela
e acendeu uma luz. A decoração minimalista continuou no
quarto. Havia uma cama Queen-size no canto e uma pequena
cômoda. O armário estava aberto na parede oposta, e ela
podia ver que ele, pelo menos, estava principalmente
completo. Parecia que a única coisa real que ele havia se
mudado, era o lugar de sua roupa.

O banheiro era do outro lado do corredor. — Deixe-me


saber se você precisar de alguma coisa, - ele disse a ela. —
Vou apenas pegar um travesseiro. Eu só tenho os da cama.

— Oh, está bem, - disse ela.

Ele pegou um travesseiro e caminhou de volta para fora


de seu próprio quarto. — Boa noite. - Ele sorriu tristemente, e

577
então ele desapareceu pelo corredor, onde ele estaria
dormindo... No sofá.

Onde o mundo vai parar?

Lexi caminhou para o banheiro, onde ela passou a usar


roupas de dormir e escovou os dentes. Ela olhou para seu
reflexo e se perguntou como alguém poderia querê-la. Ela
parecia degradada, porque ela estava degradada. Ela não
tinha se exercitado desde a semana passada, o que não
estava ajudando nada. Quando seu trabalho a colocava em
processos como este, ela não conseguiu fazer muita coisa,
dormir, comer, exercitar. Círculos estavam sob seus olhos
vermelhos e inchados, e sua pele estava precisando
seriamente de praia. Pelo menos o cabelo dela ainda era longo
e brilhante.

Sempre otimista.

Lexi revirou os olhos e caminhou de volta pelo corredor


e para o quarto. Ela fechou a porta com um suspiro e depois
foi hesitante se encolher na cama de Jack. Ela gemeu quando
ela pegou em sua primeira respiração e enterrou o nariz no
travesseiro.

Cristo! Toda a cama cheirava a ele - perfume sexy


almiscarado e sexo. Ele fez seu corpo inteiro enrolar sobre si
mesmo no prazer da sensação inebriante de intoxicação que
caiu sobre ela e o efeito colateral alegre de um impulso de
adrenalina e endorfinas através de seu corpo.

578
Não havia nenhuma maneira que ela pudesse ser capaz
de dormir nisto. Tudo o que podia pensar era em todas as
vezes que ela tinha sido pressionada em seu corpo na
faculdade, depois de maratonas escondida em sua cama... E
o som de sua voz dizendo-lhe que perdê-la tinha sido o pior
erro de sua vida.

Ela estava deitada na cama, bem acordada, durante o


tempo que ela poderia suportar. Ela sabia que tinha que
trabalhar bem cedo pela manhã, mas ela não conseguia
adormecer, deitada aqui. Se apenas sua exaustão lhe desse o
alívio temporário que ela precisava...

Mas isso não aconteceu.

Com um suspiro, ela jogou as pernas para trás, sobre a


borda da cama, atravessou o quarto, e de volta para o
corredor. Jack estava deitado no sofá, de frente para o teto,
um cobertor jogado através dele. Quando ela entrou, ele
virou-se para encará-la. Não parecia com se ele estivesse
dormindo, também.

— Não pude dormir, - ela sussurrou.

— Nem eu.

— Pensando em você.

— Sim.

Lexi encostou-se à entrada do corredor e brincava com


os cabelos soltos sobre um ombro. Ela não estava usando

579
mais do que uma camiseta regata e short de dormir, mas ela
não poderia ser autoconsciente na frente de Jack.

— O que devo fazer? - sussurrou ela, desejando que ele


tivesse todas as respostas.

— Durma e decida pela manhã.

— Sim. Sim, isso é para o melhor, - ela concordou. —


Venha comigo?

Jack respirou fundo. — Onde?

Seus olhos encontraram-no na escuridão antes que ela


respondeu. — Cama.

— Lex, - ele gemeu com voz rouca.

— Eu não quero estar sozinha.

— Eu... Eu não posso.

— Por favor, - ela implorou.

Jack chutou seus pés para o lado e passou a mão pelo


cabelo. Depois de tomar uma respiração profunda, ele
atravessou a sala para ficar na frente dela. — Você ainda está
noiva.

— Eu sei. - Lexi assentiu, encontrando seus olhos. —


Não estou pedindo para você dormir comigo...

— Eu não posso prometer-lhe que eu não vou. - Suas


mãos encontraram os quadris, e ele agarrou-os firmemente.

580
Ele estava lutando para se controlar. Ela podia sentir
isso rolando de cada centímetro dele.

— Eu não pedi para você, - disse ela, mordendo o lábio.


Seus olhos voavam de volta para o chão, e ela sentiu que ele
reflexivamente puxá-la contra ele.

— Eu não quero lhe machucar nunca mais...

— Você não está me machucando, - disse ela,


encontrando a sua mão e puxando-o para ela. — Eu estou
apenas pedindo que você me abrace. Por favor.

Ela puxou seu braço, e com hesitação apenas de um


momento, ele a seguiu pelo corredor e de volta para seu
quarto. Jack fechou a porta atrás deles e Lexi se aconchegou
de volta sob as cobertas. Seu coração palpitava em seu peito
com antecipação. Ela lambeu os lábios novamente e tentou
não pensar sobre o que ela estava fazendo. Nada estava
acontecendo.

Jack se arrastou para a cama ao lado dela, e ela podia


sentir seu pulso na ponta dos seus dedos.

Ele colocou seu corpo em chamas.

— Lex, - ele sussurrou.

Ela podia sentir o espaço cobrado entre eles e percebeu


que ela estava ainda mais acordada agora do que tinha
estado antes.

— Eu não posso...

581
Lexi empurrou seu corpo para ele, e ele parou de falar.
Ela relaxou contra o peito dele, encaixando-se a ele como a
peça que faltava. Sua mão ao redor da cintura dela e puxou-a
nivelada contra o seu corpo, sua cabeça caindo sobre seu
ombro.

— Deus, você cheira tão bem, - ele gemeu, respirando-


a.

Seu corpo estava quente, e, juntos eram como um


inferno. Eles não tinham estado juntos assim desde o seu
aniversário e, antes disso... Nova York. Toda a resistência que
ela tinha colocado derreteu em um instante, e ela se
perguntou como ela já tinha dito que não. Lembrou-se por
que ela tinha sido uma idiota todos esses anos. Ela se
lembrou de por que tudo tinha valido a pena para ela.

Mas ela não... Não podia fazer isso com ele. Ela ainda
era noiva. Se ela dormisse com Jack esta noite, como seu
corpo estava praticamente exigindo naquele momento, então
ela seria completamente errada. Não seria mais a sua decisão
com Ramsey. Ela teria fodido outro relacionamento, não
importa se já estava em uma condição enfraquecida. Ela
havia jurado que nunca faria isso com Ramsey... Nunca.
Mesmo onde eles estavam agora, ela sabia que tinha que
segurar isso. Se ela estivesse com Jack agora, então ela não
seria melhor do que Ramsey ter sentimentos por Parker.

Com um gemido, Lexi se afastou de Jack. — Eu


também não, - disse ela, virando-se para encará-lo.

582
Ele baixou a cabeça no travesseiro com um suspiro. —
Eu sei.

— Somos amigos, - disse ela, tentando colocar de volta


até a barreira que eles tinham trabalhado tão duro para
conseguir, a barreira tinha caído sozinha.

— Eu não posso ser apenas seu amigo, - ele respirou


com a voz rouca na escuridão.

Lexi não conseguia distinguir o contorno de seu queixo


ou o sorriso que ela sabia que jogou em seu rosto ou o
conjunto de seu cabelo desgrenhado que perpetuamente caiu
em seus olhos. Mas ela sabia o que tudo parecia pela
memória. Sua respiração, quente em seu rosto, fez seus olhos
se fecharem, evocando as memórias que ela tentou
desesperadamente segurar.

— Você tem que ser, - ela conseguiu dizer. Ela nem


sequer soava como ela mesma. Ela não estava sozinha,
quando ela estava com ele. Ela era sua.

Seth tinha dito isso melhor há muito tempo atrás,


quando estavam juntos, não havia mais ninguém.

— Não. - Sua mão encontrou os dedos e lentamente


arrancou-os, e então ele enfiou a mão na dela.

Ela nem sequer lutou contra ele.

— Veja.

— O que? - Perguntou ela, pressionando a palma da


mão contra a sua, quando o polegar acariciou a mão.
583
— Nós nos encaixamos perfeitamente, - ele murmurou.
— Não deixe ninguém lhe dizer diferente.

Lexi gemeu as palavras que caíram de seus lábios, que


ela tão desesperadamente desejava. Não era justo. Era tarde
demais. Tão malditamente tarde. Por que agora?

— Não, Jack.

— Já tentei ser amigo. Era a única coisa que não tinha


tentado, - disse ele, sua voz mudando.

Ele tinha uma vantagem comandando a ele que


empurrou de lado o que ela havia dito.

— Eu dei-lhe um tiro, Lex. Eu dei-lhe o seu espaço. Eu


deixei você ser feliz. Isso foi o que você disse que queria. - Ele
agarrou a mão dela um pouco mais duro. — Como foi essa
experiência? Você está feliz? Você está feliz sem mim?

— Jack, - ela sussurrou, com lágrimas em seus olhos


mais uma vez.

— Eu sei que não era.

584
Capitulo 21

Presente

Lexi passou os quatro dias seguintes, alternando entre


se trancar ausente no trabalho e o apartamento de Jack. O
caso foi chegando ao fim. Ela podia ver a luz no fim do túnel.
Pelo menos as coisas estavam indo bem em sua vida
profissional, mesmo se sua vida pessoal fosse uma merda.
Sua secretária tinha parado na segunda-feira de manhã para
perguntar se ela estava bem. Lexi não tinha pensado que ela
parecia tão ruim, mas aparentemente, não tinha sido o caso.

Ela havia esbanjado no fim de semana e comprou


algumas roupas novas, para que ela não tivesse que ir para
casa. Ela se sentia culpada por isso... Por gastar o dinheiro e
sobre evitar a casa dela.

Ela sabia que precisava falar com Ramsey. Ele


assustou quando ela não tinha voltado para casa na noite
seguinte.

Era quase meia-noite, ela tinha voltado para a casa de


Jack, e ela não tinha respondido a qualquer das mensagens
de Ramsey ou chamadas durante o dia. Ela não tinha sido
capaz de falar com ele. A memória de ser, abraçada por Jack,

585
adormecer com ele, acordar com ele, á tinha impedido de ser
capaz de falar com Ramsey.

Nada tinha acontecido, mas ainda assim... Algo tinha


acontecido.

Lexi tinha finalmente quebrado e mandou uma


mensagem para Ramsey.

—Eu estou bem, mas eu não sei quando vou voltar.

A resposta foi instantânea.

—Por favor, volte para casa. Sinto muito. Eu estou


perdendo a cabeça por aqui. Eu não posso perder você
também.

Lexi tinha quase discriminado essas palavras. Seu


coração se sentiu como se alguém tivesse rolado sobre ele
com um rolo compressor. Cada músculo em seu corpo tinha
coçado ao caminhar de volta para o carro e consolá-lo. Mas
ela não tinha.

— Eu preciso de algum tempo afastada.

— Devemos falar sobre isso. Por favor, volte para casa e


fale comigo sobre isso.

— Eu não posso. Apenas me dê algum tempo, - ela


respondeu, mordendo com força o lábio.

— Onde você está? Eu encontro com você.

Sim, ela não estava indo até lá. Se Ramsey sabia que
ela estava com Jack, ele poderia fazer algo drástico... Como
586
conduzir até aqui e vir encontrá-la. Ela lembrou-se de apenas
uma semana atrás, quando o punho tinha conectado com o
rosto de John. Ela duvidou que ele fosse tão misericordioso
com Jack.

— Sinto muito. Eu não posso. Eu tenho que ir.

Ela desligou o telefone e jogou em sua bolsa. Ela não


tinha falado com ele desde então.

~~*~~

Três dias depois, e ainda assim, tudo o que ela queria


fazer era dormir.

Jack lhe tinha dado uma chave de sua casa, para que
ela pudesse entrar e sair quando quisesse. Ele não tinha
sequer hesitado. Ele tinha acabado de colocá-la em sua mão,
ontem de manhã, antes de ele sair para o trabalho. Não tinha
realmente importado, porque ela não tinha estado lá sem ele,
mas tinha sido uma sensação agradável.

Ela deslizou a chave na fechadura e abriu a porta do


apartamento tranquilo. Ela sabia que era tarde. Ela não
estava esperando que Jack esperasse acordado. As últimas
três noites, ela o encontrou desmaiado no sofá quando ela
voltou. Ela iria sacudi-lo para acorda-lo, para que ele
soubesse que ela estava em casa, e ele sentava-se para
conversar com ela sobre o seu dia, para tentar obter a sua
mente fora de todo o resto. Ela iria relaxar e voltar para o seu
colo, e ele iria acariciar seus cabelos até que ela parasse de
falar e caísse no sono.
587
Na manhã seguinte, ela acordava sozinha, envolta em
seus lençóis, depois de ter colocado o seu corpo exausto na
cama. Era a única maneira que ela encontrava um pouco de
paz a partir da dor de cabeça e dor no coração.

Mas esta noite, quando ela fechou a porta atrás dela e


entrou na sala de estar, Jack estava sentado no sofá com as
mãos cruzadas juntas, olhando para a mesa de café.

— Ei. Aconteceu alguma coisa? - Lexi perguntou,


deixando cair sua bolsa e caminhando até ele.

Jack baixou a cabeça e, em seguida, sentou-se em


linha reta. — Estou feliz que tenha voltado.

— Eu também, - ela disse hesitante. — Está tudo bem?

— Ramsey me ligou.

— Ele fez? - Ela perguntou, e seu estômago revirou. O


que Jack falou com ele? Ele disse Ramsey que ela estava
hospedada aqui? Ela olhou para a porta, pensando se
Ramsey iria dividi-la a qualquer momento. — O que ele disse?

— Ele queria saber se eu tinha ouvido falar de você.

— O que, hum... O que você disse a ele? - Ela


perguntou, empurrando uma mecha de cabelo atrás da
orelha.

— Eu disse a ele que eu tinha lhe dado algum espaço.


Ele não gostou muito daquela resposta.

— Você disse a ele que eu estava aqui? - Ela guinchou.

588
Jack arqueou uma sobrancelha, incrédulo, e se
levantou. — Não sou estúpido. Eu não teria dito a ele. Eu
ainda estive tipo esperando para ele mostrar-se durante toda
à tarde.

— Oh, - disse ela com um suspiro. — Sinto muito. Eu


não queria trazer isso à sua porta.

Ela olhou para baixo, para seus pés e tentou descobrir


o que diabo tinha acontecido com sua vida. Se Ramsey viesse
aqui e mexesse com Jack porque ela precisava de alguém,
então ela ia ficar tão chateada. Mas ela não queria que Jack
tivesse que passar por isso. Ela só queria fazer a coisa certa.

— Você quer que eu vá?

Seu rosto mostrava choque real em sua conclusão. —


Como pode pensar isso? Eu não quero que você saia. Isso é
exatamente o oposto do que eu quero.

— Ramsey bateu em John no casamento de Chyna. Eu


não quero que ele venha aqui e faça isso com você. Você não
merece isso quando você não fez nada, mas apenas me
ajudou.

— Meu advogado, provavelmente, adoraria se Ramsey


entrasse e batesse a merda fora de mim, - disse ele com uma
risada triste. — Então, talvez possamos fazer algo sobre a
situação que a Bridges está jogando na minha mesa.

— O que estão fazendo?

589
— Além Bekah se divorciar de mim? Além de tentar
levar cada centavo que eu valho? Além de arrastar o meu
nome na lama? Além de tudo, estão me forçando para fora da
empresa? - ele perguntou.

— Eles não podem demiti-lo por isso! - Lexi chorou.

— Ah, não, eles não vão despedir-me. Eles só estão me


incentivando fortemente a procurar emprego em outro lugar.

A boca de Lexi caiu. — Eles não podem fazer isso.

— E por que não? Eles são donos de metade de


Atlanta. Eles não vão ficar em apuros por chutar para fora
um funcionário. E mesmo se ele demandasse para isso, eles
simplesmente obteriam um, tapinha na mão, dizendo: não
faça isso novamente. Está tudo bem. Realmente. Toda esta
situação me fez ver as coisas de forma muito clara, - ele disse
para ela. — Sete meses separado de Bekah, e eu vejo o tipo
de pessoa que ela é. Percebo o que você estava dizendo o
tempo todo.

Que ela era uma mentirosa, conivente, e vadia


manipuladora? Sim, isso era o que ela tinha dito o tempo
todo. Ela estava tão feliz que Jack estava realmente
percebendo tudo isso, mas ela odiava que ele tivesse que se
machucar tanto para perceber isso.

— Sinto muito, - ela sussurrou.

590
— Você é a última pessoa para culpar. - Ele estendeu a
mão e segurou seu queixo, inclinando o rosto para trás até o
seu. — Você tentou me dizer. Eu fui o único que não ouvi.

— Eu estou apenas triste por que você está passando


por isso, - ela disse, olhando de volta para aqueles olhos.

— E eu sinto muito por ter lhe machucado, Lex. - Ele


suspirou e acariciou seu polegar para baixo sua bochecha
instintivamente. — Você se machucou muito, por muitas
pessoas.

Lexi piscou para conter as lágrimas e se afastou dele.


— Deveríamos ir dormir, - ela sussurrou.

— Ainda não. Eu queria falar com você, - disse ele com


um suspiro. — Eu estive pensando muito sobre você desde
que você veio para cá, pensando em como éramos, como
somos.

Ela virou a cabeça e avaliou-o. Ele estava olhando para


ela com alguma intensidade feroz. Ele não estava esperando
até contar a ela sobre Ramsey. Ele estava esperando para
falar com ela sobre o que estava em sua mente agora.

— E quanto a nós? - Essa palavra parecia tão estranha


e tão familiar.

— Deixe-me tentar tirar isso. Eu... Eu tive essa ideia na


minha cabeça que nunca daria certo entre nós. Eu queria. Eu
realmente queria muito. Mas eu simplesmente não podia ver
isso acontecendo, Lex, - ele murmurou baixinho.

591
O coração de Lexi apertou com suas palavras. Só o que
ela queria ouvir. Ele queria, mas isso nunca iria acontecer. Ela
não tinha sabido que desde o início?

— Bem, obrigada por sua honestidade, - ela disse


sarcasticamente. Ela não conseguia manter a dor em sua voz.

— Não, não é isso que eu quis dizer, - disse ele,


estendendo a mão para ela.

Ela afastou-se dele. Ele havia dito que não queria


machucá-la, e então ele jogou isso. Como ela poderia lidar
com qualquer outra coisa esta semana.

— Eu vou tentar explicar. Eu posso admitir que eu


estivesse realmente confuso com o divórcio dos meus pais.
Meus pais eram tão completamente, totalmente, loucamente
apaixonados. Já ouvi histórias de amigos da família sobre
como eles eram tão bonitos, que eles eram repugnantes. Eu
já ouvi isso de ambos, que eles só se casaram muito jovens
eles estavam muito apaixonados, eles não sabiam o que
estava por vir. Eles pensavam que o amor e a paixão fossem o
suficiente, que iria levá-los através, - disse ele em voz baixa,
— mas, isso não aconteceu.

Lexi engoliu em seco. Ela não sabia desta parte de sua


história. Ela sabia sobre o divórcio, é claro, mas não sobre
seus pais estarem apaixonado, pelo menos não assim.

— Eu pensei que depois de tudo isso, era uma merda


que eu nunca ia ser como eles. Não, nunca. Eu não estava

592
indo apenas para ceder a alguém assim. Eu gostaria de
encontrar alguém sólida e estável...

— Previsível, - Lexi ofereceu.

— Sim, muito. Não era que eu não estava investido ou


que eu não amo as pessoas, quando eu estava com elas, mas
não estava certo. Em cada novo relacionamento, eu tentei
cada vez mais difícil, e ele só parecia ficar cada vez pior.
Parecia que eu tive que empurrar a cada passo para fazer o
trabalho... Quando as coisas deveriam ter apenas se
encaixado.

Ele suspirou e encontrou seu olhar. Ela podia sentir as


ondas de emoções que rolavam para fora dele.

— Bem, veja, eu empurrei tão forte que eu me casei


com alguém sem paixão, sem a unidade, e é tudo fodido,
também, Lex. Não importava que os meus pais amavam-se,
porque eles permitiram que o amor morresse. Eu nunca tive
isso com Bekah... Eu só tive com você. E eu não quero deixá-
lo morrer, Lex. Nunca mais.

Lexi bateu-lhe no peito. — Eu não posso acreditar que


você diria essas coisas para mim agora. Depois do que, nove
ou dez anos, você finalmente percebeu o quanto idiota você
era? Você finalmente percebeu que eu sou aquela que você
quer? Eu não sou nenhuma santa, mas você é um idiota, -
ela sussurrou.

Ele agarrou a mão dela e levou-a suavemente sobre os


lábios. — Sou, mas porra, Lex, eu sou o seu idiota.
593
— Jack, por favor...

— Quando você bateu na minha porta, na semana


passada, você me perguntou o que você devia fazer, - ele
lembrou. — Fiz-lhe a mesma pergunta no dia do meu
casamento. Você deveria ter me dito para ir embora. Você
deveria ter me dito para deixá-la. Isso é o que você deveria ter
me dito. Eu acho que o tempo todo era o que eu queria ouvir.
Eu cometi o erro... E eu não quero que você faça o mesmo.

Seus olhos brilhavam com as palavras que ele estava


segurando para não sair de seus lábios. Ele estendeu as
mãos e apoiou-as sobre o rosto dela, e ela parou de respirar.
Lexi sabia que era o que ele estava pedindo a ela naquele dia,
mas ela não tinha sido capaz de dizer isso. Ela não deveria
dizer isso. Ela queria que ele chegasse à conclusão por conta
própria, mas ele não tinha. E ele havia se casado com Bekah.
Agora, ele estava dizendo a ela que era tudo um engano e que
eles haviam passado por tudo isso, por nada.

— Então, você me perguntou o que você deve fazer.


Você deve deixá-lo. Porque se você não está feliz agora... Você
não vai ser feliz quando você estiver casada.

Lexi se fixou naqueles olhos azul-bebê, no rosto do


homem que ela havia amado por mais tempo do que ela
poderia imaginar. Ele estava dizendo a ela para acabar com
Ramsey. Ele estava lutando por sua felicidade. Seus erros
com Bekah estavam longe de ser o que ela estava lidando
agora, com Ramsey, mas eles tinham suas semelhanças.

594
Mas ela não sabia se ela estava pronta para tomar essa
decisão. Ela podia resolver as coisas com Ramsey. Ela podia
fazer as coisas direito. Ela poderia ser feliz... Certo?

— Eu vejo o que você está pensando. Você tem isso


escrito em seu rosto. Você está cometendo um erro terrível, -
ele suplicou a ela.

Jack Howard estava implorando a ela.

Ela sentiu anos de urgência sobre ela, de todos os


lados. Ela queria isso. Ela queria que ele lutasse por ela. E
agora que ele estava o que ela deveria fazer?

Três anos com Ramsey, um anel de noivado, um


casamento...

Que ela lhe pediu para adiar.

— Eu não posso tomar uma decisão como essa agora.


É meia-noite. Estou exausta. Eu ainda tenho que falar com
Ramsey. Eu não posso...

— Desculpas, - ele disse rapidamente. — Você já sabe


que você não é feliz. Você não estaria aqui se você fosse. Por
que você ficou minha amiga, Lexi?

Lexi mordeu o lábio e virou-se. Ela não gostava de


responder a essa pergunta.

— Você poderia ter me soltado. Você poderia ter me


usado para ver os D-Bags e, em seguida, nunca me ver
novamente. Você provavelmente devia ter se afastado de

595
todas as besteiras que eu a fiz passar, mas você não fez. Por
que não o fez?

— Eu não sei o que você quer que eu diga, - ela


sussurrou. — Eu não sei o que você espera de mim.

— A única coisa que você já esperava de mim, Lex. A


verdade. Por quê? Por que, depois de tudo, você ficou minha
amiga? Por que você ainda me vê? Por que você está me
ajudando com o divórcio? - Ele perguntou, seguindo-a,
enquanto ela caminhava alguns passos para longe dele. — Eu
só quero ouvir o que você tem a dizer.

— Porque eu não podia tudo bem? - ela chorou. — Eu


não podia ir embora. Eu estava determinada a deixá-lo na
poeira depois de ter se casado com a puta. Você deu-lhe uma
cópia de meu anel, e então você se casou com ela! Eu nem
sequer queria pensar em você, e muito menos vê-lo. E ainda
assim, você conseguiu mexer o seu caminho de volta.

Ela se virou e deu um, tapa no peito, de novo. Ele


deixou-a lançar-se sem sequer tentar impedi-la. Ela não
estava realmente machucando-o, mas ela desejou que ela
tivesse energia para isso. Ela desejou que ela tivesse energia
para lutar com ele e não cavar as suas palavras.

— Eu queria que você se fosse, mas depois quando eu


estava por perto de novo, me sentia bem. Isso sempre
pareceu tão certo e tão fácil. Então, você era meu amigo...
Mesmo quando eu pensei que você ia tentar algo... Mesmo
quando eu queria porra, você segurou. Você era a única

596
pessoa, além de Chyna, que eu poderia contar. Você sabe
como estranho isso foi porra? Mas eu não só gosto... Eu
comecei a ansiar por isso. Você sempre estava lá para me
pegar. Você ainda me defendeu contra Bekah... Sua própria
fodida esposa. Eu deixei você ser essa pessoa. E agora?

Lexi parou de lutar contra ele e baixou a cabeça. Suas


mãos ainda repousavam sobre o peito dele, onde ela bateu
nele.

— Você ainda está aqui. Você ainda é uma parte de


mim. Eu não consigo me livrar de você, Jack. E eu não quero,
- ela sussurrou derrotada.

— E eu não quero que você queira, - disse ele,


colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Seth
sempre disse que você é a minha garota. Bem... Eu sou o seu
cara. Eu sempre fui. Eu apenas tive muito maldito medo de
fazer qualquer coisa sobre isso. Mas eu serei amaldiçoado se
eu deixá-la escapar por entre meus dedos novamente. Eu sou
seu. Você é minha. Apenas... Seja minha.

— Não é assim tão fácil, Jack, - disse ela, com lágrimas


reunindo em seus olhos.

Seus polegares roçaram suas bochechas, varrendo as


lágrimas caídas. — Nada é fácil com a gente, mas isso não
significa que não vale a pena lutar. As melhores coisas da
vida são as que valem a pena lutar e você, é a melhor coisa
que eu já tive na minha vida.

597
Ela não conseguia respirar. Era exatamente como Jack
estava virando seu mundo de cabeça para baixo. Era
exatamente como ele, para fazê-la sentir as emoções mais
intensas. Ele não teria nenhuma outra maneira.

Jack continuou: — Eu não quero que seja fácil. Eu só


quero que seja certo, e a única maneira de isso ser o certo, é
com você.

— Eu preciso... Eu preciso dormir com isso. Eu preciso


falar com Ramsey. Eu não posso... Eu não vou tomar uma
decisão sem estar mentalmente certa, - ela disse, tentando
evitar isso, tentando segurar. Porque se ela se soltasse, então
ela não sabia o que iria acontecer. Ela tinha que mudar de
assunto, ou ela pode entrar em combustão. — O que você vai
fazer sobre o trabalho?

Jack acenou fora da pergunta. — Eu não me importo.


Eu vou arranjar outro emprego. Eu já estive procurando.

— Onde?

— Em qualquer lugar. Será que isso importa mesmo?


Eu vou a qualquer lugar, desde que eu tenha você, - disse ele
com seriedade.

— Jack, você ainda é casado, - ela lembrou a ele, na


esperança de colocar alguma distância, muito necessária,
entre eles.

598
Jack gemeu e balançou a cabeça. Ele parecia que, falar
sobre seu casamento, no momento, era a última coisa em sua
mente.

Ele a queria. Ele, porra, a queria. Quanto tempo ela


esteve desejando essas palavras?

Mas ela poderia até confiar que eles iriam durar? Ela
poderia confiar que, se outra loira previsível aparecesse, ele
não iria embora, também? Há dois anos, ela teria dito com
certeza que ele iria correr com medo. Ele iria encontrar outra
Danielle, outra Kate, outra Bekah. Ele iria procurar algo
estável e sólido, assim como ele tinha dito, e deixá-la para
trás. Na poeira.

Segunda melhor.

Isso foi o que ela tinha sido por tanto tempo. Mas ela
não se sentiria a segunda melhor por mais tempo. Claro, eles
não estavam trabalhando em direção a um relacionamento
romântico pelos últimos dois anos, mas eles estavam
trabalhando em direção a um relacionamento. Eles estavam
trabalhando em direção a uma amizade. E era tão sólido,
estável e perfeito como ela poderia nunca ter esperado de
ninguém... Muito menos, Jack.

Ele não a tinha colocado em segundo lugar.

Ele havia trocado os bilhetes do D-Bgas para a linha da


frente, porque ele sabia que ela queria estar mais perto. Ele
não tinha colocado um movimento sobre ela, e ele tinha
respeitado o seu relacionamento com Ramsey. Ele a defendeu
599
da cadela Bekah, contra Elisa. Ele havia seguido ela naquela
noite na praia. Mesmo bêbado e desesperado, ele tinha dito a
ela para deixar a sua casa. Ele não queria estragar seu
relacionamento. E então, quando seu relacionamento estava
em ruínas, ele ainda esperou quatro dias inteiros antes de
dizer-lhe como se sentia e arriscar seus sentimentos. E ela
estava quase certa de que ele não teria dito nada se ele
tivesse pensado que ela estava para sair correndo de volta
para Ramsey, nesse primeiro dia.

— Vou ser divorciado em três semanas. Vou deixar


Bekah dizer o que ela quiser. Eu vou acabar com isso, e então
eu vou ser livre.

— Você não pode deixá-la ganhar assim, - disse Lexi, o


advogado nela saindo automaticamente.

— Ela não está ganhando quando eu me for.

— Ela não vai vê-lo assim. Você precisa lutar.

— Eu não quero prolongar o processo. Eu só quero que


ela se vá, - disse ele, sério.

Lexi mordeu o lábio e fechou os olhos. Ela não podia


fazer isso agora. Ela não podia pensar sobre isso com as
palavras de Jack espiralando através de sua mente.

— Lex, olhe para mim, - ele sussurrou. — Por favor.

Seus olhos se abriram e ela olhou fixamente em seus


olhos azuis de bebê.

600
— Eu já lhe disse o que penso. Acho que você deve
deixá-lo. Não por minha causa, mas por você. Para salvar
isto, - disse ele, apontando para o coração. — Eu só quero
que você abra os olhos e faça o que seu coração desejar. Será
que quer essa pessoa, essa vida?

Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e


depois se endireitou, dando-lhe o espaço que ela precisava.

— Eu peguei o que você disse para o coração, e eu


tentei ouvir você. Tentei me comprometer, para trabalhar com
os meus problemas, para deixá-la ir, deixá-la ser feliz. Você
foi o catalisador, mas eu fiz essas coisas por mim. Fiz para
me tornar uma pessoa melhor, - ele disse a ela. — Uma vez
você perguntou por que você não era boa o suficiente para
mim, quando meus olhos estavam abertos. Não tinha nada a
ver com você e tudo a ver com o que havia de errado comigo.
E Lex, eu só quero que você se sinta bem o suficiente por si
mesma com os olhos abertos.

601
Capitulo 22

Presente

Lexi pegou o telefone celular e orou para Chyna


responder. Ela e Adam estavam voltando de sua lua de mel
hoje. Lexi sabia que era egoísta para estragar a festa de
Chyna, logo que ela voltasse, mas não havia muito mais que
pudesse fazer. Ela precisava falar com sua melhor amiga. Ela
precisava de Chyna para acalmá-la.

Sabendo que era a sua única oportunidade de falar


com Chyna antes de Lexi sair do trabalho hoje à noite, ela
tinha tomado uma pausa da corte para um jantar. Ela não
tinha sido capaz de dormir na noite passada, e ela ficou pior
para o desgaste por causa disso. Dormir na cama de Jack,
mesmo sozinha, com todas as suas palavras empurrando
através de sua mente, exigindo a atenção dela, tinha sido
impossível. Ela havia passado a noite toda, até que ela
finalmente caiu em um sono inquieto algumas horas antes da
que ela tinha que acordar.

Ela não tinha visto Jack na parte da manhã, e Lexi


tinha assumido que tinha sido de propósito. Ele
provavelmente queria dar-lhe o espaço que ela precisava.

Perder Jack e ficar com Ramsey.

602
Ficar com Jack e perder Ramsey.

Ficar sozinha, sem nenhum dos dois.

Mudar-se para Nova York, começar uma nova vida,


recuperar o fodido John, tudo de novo.

Correr de seu passado para um futuro que não podia


sequer começar a lidar com sua bagagem emocional.

— Chica! - Chyna chorou.

Ela parecia fodidamente feliz naquele momento, e isso


fez Lexi apertar com a ideia de trazê-la para baixo.

— Estou feliz que tenha voltado.

— Oh, meu Deus. Eu não estou. Eu poderia viver na


praia com o mar e uma cabana privada em uma ilha
particular, tendo maratona sexual e bebendo, minha vida
toda. Foi puro êxtase. Felicidade, porra, pura, Alexa, -
sussurrou Chyna.

— É bom ouvir isso, - Lexi disse mal-humorada. Ela


sabia que Chyna não tinha uma vida de imagem perfeita, mas
ela tinha uma vida com Adam que era tão imaculada como
ele poderia chegar, desde a última separação, quando
finalmente decidiu se comprometer.

— O que eu perdi? Parece que você está...


Perpetuamente, emocionalmente perturbada.

— Não é perpétuo.

Chyna bufou. — Sim, está bem.


603
— Tanto faz.

— O que foi? Não aja como idiota. Você é uma bagunça


quente. Eu vim para viver com isso. Pelo menos você está
quente.

Ela praticamente podia ver Chyna encolhendo-se.

— Você ainda está bêbada? Você está falando como


uma idiota. Ou isso é apenas o seu estado perpétuo - Lexi
perguntou asperamente.

— Bêbada é o meu estado perpétuo. Nós dois sabemos


que eu sou um gênio, - Chyna disse com uma risadinha.

— Oh... Totalmente. Gênio.

— De qualquer forma, sua merda. O que há com você e


com o som estraga prazeres que sai de sua boca?

Realmente, ela podia sempre contar com Chyna para a


compreensão, carinho e apoio.

— Saí do Ramsey, deixei a casa, e não o tenho visto ou


falado com ele em, um... Cinco dias. Fui para a casa de Jack,
e ele é apaixonado por mim. Então, eu acho que ele quer ficar
comigo. Agora, eu tenho que decidir o que quero fazer, porque
eu não acho que eles estão para aceitar um ménage à trois, -
Lexi disse, deixando tudo para fora em um fôlego, tudo o que
tinha acontecido.

— Droga. Isso seria algum realmente bom sexo ódio, -


Chyna pensou em voz alta.

604
— Chyna, - Lexi chorou. Às vezes, a melhor amiga dela
surpreendia-a, mas ainda assim, ela não pôde deixar de rir.

— O que foi? O que você quer que eu diga? Você está


na mesma posição que estava há três anos, só que desta vez,
você tem a bagagem para arrancar com Ramsey e um anel de
diamantes em seu dedo. Esta é a mesma conversa que
tivemos antes de me casar. O que você quer? - Chyna
implorou. — Você não precisa de um cara para fazer você
feliz. Você não teria passado três anos na escola de direito e
matado a si mesma, se esse fosse o caso. Se Ramsey não a
faz feliz, então o deixe ir. Se Jack não a faz feliz, então o deixe
ir. Se a única coisa que vai fazer você feliz é um trio, eu
conheço algumas pessoas que poderiam ajudar com isso.

Lexi riu novamente. — Eu acho que vou passar.

— Sua perda.

— Chyna, - ela disse suavemente, contemplando o que


ela tinha dito, — O que se eu não sei o que eu quero?

— Você sabe. Você sempre soube. Você apenas tem que


parar de pensar sobre o que todo mundo quer. Ramsey quer.
Jack quer. Eu aposto que John ainda quer você. Porra, eu
quero você de volta, em Nova York, mas eu não vou pedir-lhe
para voltar a menos que isso seja o que você quer!

— Bem, eu tenho que falar com Ramsey esta noite e


decidir o que eu vou fazer.

605
— Faça o que fizer, será a escolha certa, porque isso é
para você, chica. Ninguém pode dizer que você fez a escolha
errada. Ninguém. Eu certamente não vou. Se alguém tentar
dizer que o que você decidiu fazer não era certo, então você só
lembre a pessoa que é a sua vida. Ninguém mais vai viver
apenas você. Então, por que não viver de acordo com a minha
filosofia? Faça o que diabos você quer, e diga a todos os
outros para sair daqui.

Chyna fez tudo parecer tão fácil. Isso era, afinal, uma
decisão de Lexi, e ela era a única que teria que viver com a
escolha que ela fazer. Não exatamente tomar a decisão mais
fácil, porque ela ainda tinha de escolher. Ela ainda tinha que
machucar alguém que se importava profundamente. Mas,
pelo menos, quando ela tomar a decisão, ela saberá que era o
caminho certo.

— Obrigada, C.

— Boa sorte esta noite. Ligue-me mais tarde para me


deixar saber como isso vai. Quero reservar um voo de volta
para comemorar.

— Você nem sabe o que eu vou fazer, - disse Lexi.

— Em primeiro lugar, eu sei o que você vai fazer. Estou


apenas esperando para você saber o que você vai fazer. E em
segundo lugar, não estamos celebrando você escolher
alguém. Estamos celebrando você colocar-se em primeiro
lugar e fazer a escolha certa para você. - Chyna disse a ela. —
Essa é a Lexi que eu conhecia que me chamou de vagabunda

606
e prostituta fora do clube, e fodidamente sorriu para mim
como se você soubesse que era verdade. Essa é a Lexi que se
colocou entre os dez primeiros da sua classe e passou de
Nova York ao bar da Geórgia no mesmo verão. Você tem tudo,
chica. Agora, pegue o que quiser.

— O que eu vou fazer?

— Oh, não! Eu não estou lhe dizendo o que fazer. Eu a


amo, mas eu não vou tomar essa decisão. Eu escolhi Adam.
Agora, é a sua vez.

Lexi balançou a cabeça e respirou fundo. Era tempo


para isso. Chyna estava certa. Olhando para baixo, para o
relógio, ela percebeu o quanto rápido sua parada estava
desaparecendo, e se ela queria comer alguma coisa, então ela
precisava desligar o telefone.

Depois de terminar a sua chamada com Chyna, Lexi


disparou uma mensagem de texto rápido para Ramsey.

— Precisamos conversar hoje à noite. Posso chamá-lo


quando sair do trabalho, para que possamos nos encontrar?

— Claro. Eu não posso esperar para vê-la e ouvir sua


voz.

Lexi mordeu o lábio e pensou sobre a decisão que ela


tinha que tomar daqui para frente. Era tudo o que podia
pensar em toda a sua refeição, na sala de audiências, e de
volta em seu escritório tarde da noite. Seu chefe a mandou
sair mais cedo porque ela estava tão fora disso. Disse-lhe

607
para estar mais bem preparada amanhã, ou ele estaria
cortando-a do caso, também. Isso não era verdade, pois ela
tinha feito todo o trabalho duro do projeto, mas ainda doía
quando ele disse isso a ela.

Também não ajudou envia-la sua casa cedo, ele estava


forçando-a a enfrentar seus problemas horas antes que ela
estivesse pronta. Embora, ela provavelmente nunca estaria
pronta. Ela só tinha que chupa-lo e enfrentar o que ela
precisava.

Lexi puxou o telefone para fora e olhou para o número


de Ramsey. Ela tinha que fazer isso. Não havia nenhum outro
lugar para ela ir, em nenhum outro lugar para ela se
esconder. E ela não queria mais. Ela estava cansada desse
sentimento, e tendo essa conversa era a única maneira de se
livrar dele.

— Ei, - ela disse, quando Ramsey atendeu ao telefone.

— Ei, - disse ele tão baixinho. — É muito bom ouvir de


você.

— Sim. O mesmo, - ela disse com sinceridade. Era bom


ouvi-lo. Ela tinha sentido falta dele no pouco tempo que
tinham estado separados... Tanto da distância física como a
emocional. — Podemos nos encontrar para conversar? Eu
prefiro ter essa conversa em pessoa.

— Claro. Você quer voltar para casa? - Ele perguntou,


usando a última palavra como se estivesse apertando em seu
coração.
608
— Eu acho que eu prefiro falar em outro lugar.

— Tudo bem, - disse ele lentamente. — Você quer me


encontrar no hospital ou algo assim? Eu não sei de muitos
outros lugares que estão abertos e propícios para uma
conversa, neste momento da noite.

Ugh! Um dos últimos lugares que ela queria estar era


no hospital, cercada pela Bridges Enterprise com o
conhecimento de que Parker era um ator tão importante na
empresa. Mas Lexi não tinha pensado sobre o fato de que
tudo estava acabando em breve.

— E Parker vai estar lá? - ela perguntou.

— Eu não sei. Eu não mantenho controle sobre ela, e


desde a nossa conversa na semana passada, ela fez-se
escassa, - disse ele com firmeza.

— Escassa em seu próprio hospital?

— Eu poderia ter tido palavras com ela.

Lexi podia imaginar como isso tinha sido. Ela não tinha
dúvidas de que Ramsey tinha provavelmente explodido em
Parker sobre a papelada do aborto. Ele tinha um
temperamento curto quando se tratava de Parker, e Lexi já o
tinha visto explodir com Parker antes. Lexi não achava que
Parker era necessariamente uma má pessoa, e ela se
perguntou o que ela pensava sobre tudo isso, nesse
momento, mas ela não queria falar com Parker para
descobrir. Lexi ainda estava muito chateada por que Parker

609
teve a audácia de trazer essa papelada para Ramsey, em
primeiro lugar.

— Tudo bem. Se você acha que ela não vai estar por
perto, então eu vou passar por ai.

— Ok, então eu vou para lá agora, - disse ele, ansioso.

Lexi desligou o telefone com um suspiro e colocou-o de


volta em sua bolsa. Era estranho, como advogada, ela odiar o
confronto, mas realmente odiava. Talvez fosse apenas
diferente, porque esta era a sua vida pessoal, e o trabalho
não tinha nada a ver com ela, mas era muito pior.

Ela dirigiu toda a cidade para o hospital e estacionou


no estacionamento pessoal como normal. Ela sabia que
Ramsey, provavelmente, já estava esperando por ela em seu
escritório. Ela bateu o pé ansiosamente em seu carro antes
de chegar a ter coragem de sair. Ela sabia que não devia
arrastar seus pés e adiar o inevitável.

Lexi passou rápido pelas portas de vidro deslizantes e


pelo enorme saguão do hospital. Os pés dela a levaram para o
elevador quando ela ouviu seu nome sendo chamada fora,
através da névoa, ela estava dentro. Ela balançou a cabeça e
virou-se para a direção de onde tinha ouvido o nome dela.

— Lexi - Cierra disse, acenando para ela. — O que você


está fazendo aqui? É tarde!

610
— Oh, ei, - Lexi disse suavemente. Ela não queria
correr para ninguém. — Apenas vindo ver Ramsey. Eu não
sabia que você trabalhava no turno da noite.

— Eles começaram a exigir de todos nós, trabalhar


uma vez por semana. Eu acho que as pessoas não queriam
trabalhar nos turnos da noite.

— Oh. - Isso era tudo o que ela conseguiu. Sua mente


estava em outro lugar.

— Estou feliz que cheguei a vê-lo. Eu realmente queria


falar sobre o casamento. Apenas deixe-me saber se eu preciso
ajudar com qualquer coisa ou encontrar-se com as outras
damas de honra para qualquer coisa para você, - Cierra
disse, seu rosto era um livro aberto, tanto quanto as
emoções.

Lexi suspirou e mordeu o lábio. Ela gostava de Cierra, e


ela a queria como parte da festa de casamento, mas ela
realmente não confiava em ninguém, apenas Chyna, com o
que tinha acontecido entre ela e Ramsey e Jack. E ela não
podia falar sobre um casamento agora.

— Vamos falar sobre isso outra hora, está bem? -


perguntou Lexi.

— Está tudo bem? - Perguntou Cierra, arqueando uma


sobrancelha.

— Tudo bem. Eu só tenho que atender Ramsey.

— Ok. Venha dizer oi antes de sair.

611
Lexi acenou-lhe sem uma resposta. Ela não podia falar
com ela sem ver como essa conversa com Ramsey seria,
primeiro. Depois disso, então ela iria decidir o que fazer com
as damas de honra e do casamento e tudo o mais em sua
vida. Um passo de cada vez.

Ela pegou o elevador para o piso superior. Através de


seus nervos, ela riu de como isso era a única coisa que
Ramsey não tinha chegado a conseguir. Ele não queria um
escritório no piso superior, como sua família, e mesmo que
ele tivesse dado o critério ao longo de quase todo o resto, os
designers ainda o tinha colocado no piso superior. Tanta
coisa boa que a discrição tinha sido para... Parker ainda
trabalhar com ele, e eles ainda tinham escritórios um ao lado
do outro.

É melhor que ele seja fiel à sua palavra de tê-la para


fora da área, se não sair do hospital inteiramente.

Quando o elevador abriu no andar de cima, Lexi se


preparou para a conversa que ela estava temendo a semana
toda. Se ela soubesse como isso tudo estava para ir para
baixo, então ela provavelmente não estaria tão apavorada
quanto ela se sentia, mas não podia evitá-lo. Ela colocou uma
mecha de cabelo atrás da orelha e saiu do elevador.

Ramsey estava andando em seu escritório quando ela


se aproximou. Sua secretária estava misericordiosamente
ausente. Lexi olhou para o escritório ao lado e não viu
ninguém. Ela suspirou de alívio. Sem Parker.

612
Ela estava acostumada a vê-lo de terno, mas ele não
estava no escritório. Ele havia ido para casa, então ele estava
vestido mais casualmente em um par de bermudas cáqui,
polo verde e sapatos de barco. Ele ainda parecia
perfeitamente em conjunto, mesmo que ela pudesse dizer por
seu ritmo, a maneira como ele abaixou a cabeça, do jeito que
ele passou as mãos pelo cabelo de forma metódica, que ele
era um naufrágio.

Sua mão pousou sobre a maçaneta da porta levemente,


e a cabeça de Ramsey se ergueu com o som. Seu coração se
partiu com a visão. Seu Ramsey nunca ia à parte alguma sem
ser barbeado, e Lexi podia ver a barba ao longo de sua
mandíbula. Seus olhos pareciam muito longe, e sacos
estavam se formando debaixo de seus olhos, como se não
tivesse dormido. Ela odiava que ele estivesse assim... Que ela
tivesse causado isso.

Lexi girou a maçaneta e entrou no escritório de


Ramsey, devagar, com cautela. Ele deu alguns passos em
direção a ela como se quisesse pegá-la e puxá-la em seus
braços, mas quando viu seu rosto, ele parou em suas trilhas.
Ele não era estúpido. Ele não queria pressioná-la novamente.
Mas qualquer distância entre eles sentiram exponencialmente
pior com os poucos pés.

— Lexi é tão bom ver você, - ele sussurrou, mas o


silêncio permaneceu entre eles.

— É bom ver você também, - ela respondeu


honestamente.
613
— Eu estou realmente feliz que você ligou e queria
conversar.

Agora que ela estava aqui, olhando para seu rosto


bonito, Lexi não sabia o que dizer. Faça o que quiser. Esse era
basicamente o que Chyna tinha dito a ela. Você já sabe o que
quer. Você apenas tem que tomar essa decisão por si mesmo.

Lexi suspirou e fechou os olhos. Por que não poderia


realmente ser assim tão fácil?

— Eu sei que você queria falar, mas eu posso ir


primeiro? - perguntou Ramsey. — Eu fui para a exploração
deste por cinco dias, e eu quero me livrar de tudo.

Ela assentiu com a cabeça. Ela nem sabia por onde


começar. Então, talvez fosse melhor.

— Esses papéis não significam nada para mim. Isso foi


há muito tempo atrás...

Lexi suspirou e balançou a cabeça. Ela sabia que ela ia


ter que sentar-se para isso.

— Estou falando sério, - continuou ele. — Eu fiquei


chocado quando ela apareceu com eles. Eu tinha tanta
certeza que era um aborto que eu tinha me forçado a
acreditar que todos estes, anos. Era uma espécie de como
perder uma parte de mim. Eu não sei como explicar isso. Mas
mesmo se eu estivesse errado sobre Parker, isso não muda o
que aconteceu entre nós. Parker e eu terminamos, e nós não
estivemos juntos em um tempo muito longo. Admito que o dia

614
que você entrou para o meu escritório, eu tinha todos esses
‘ques’ e ‘ses’ que rodam em torno da minha cabeça, mas isso
é tudo o que sempre será ‘que e se’. Parker... - Ramsey fez
uma pausa como se estivesse tentando envolver sua mente
em torno do nome e as emoções. — Ela não é você.

— Sim, bem, isso é muito claro, - Lexi disse


suavemente.

— Muito claro. Você me pediu para explicar ela para


você, para lhe dizer por que ela é importante. Bem, a resposta
é porque ela sempre me importava. Em primeiro lugar, como
um irmão mais velho brincando com as amigas de sua irmã.
Então, como uma amiga. Então, por todas as razões que nós
não poderíamos funcionar. Então, quando uma colega de
trabalho. A razão pela qual você se importa com as pessoas
podem mudar. Assim como os meus sentimentos por Parker
mudaram.

Lexi sabia exatamente o que ele estava falando, porque


ela tinha, com Jack. E isso pode mudar, mas sempre voltava
para um desejo e ela tinha dor na boca do estômago. E se o
que Ramsey e Parker estavam passando era qualquer coisa
como sua experiência com Jack, então não importa o quanto
ele mudou, não importa o quanto a distância foi colocada
entre Parker e Ramsey... Ainda os atormentava.

— Mas meus sentimentos por você nunca mudaram


assim. Eles só cresceram e cresceram, e eles continuam a
crescer a cada dia, cada minuto, cada segundo que eu estou
com você. E eu sabia desde o primeiro encontro que você era
615
diferente, que as coisas com você seriam diferentes. Eu
queria protegê-la. Eu queria fazer tudo melhor. Eu queria
livrá-la da expressão oca e depressão, que parecia pairar fora
de você.

— E você fez, - ela sussurrou baixinho. — Você me


tirou a dor que eu tinha estado durante anos.

— Bom. - Seus olhos verdes estavam arregalados.

Ela poderia dizer que ele tinha corrido tudo isto através
de sua cabeça por dias a fio. Ele não estava divagando ou
incoerente, como o Ramsey, sempre foi. Ele tinha pensado
nisso. Ele queria fazer isso direito.

— Você fez o mesmo por mim.

— Eu sei, - disse ela.

— E quando você saiu por aquela porta, quando eu não


a ouvi, senti-me... Eu nem sei como explicar isso. Eu senti
que não importava o que eu fiz mais, porque a única coisa
que eu queria no mundo todo, eu deixara sair de mim... De
novo.

O coração de Lexi parou. Como ela poderia não amar


um homem assim? Ele disse e fez todas as coisas certas. Ele a
amava incondicionalmente, apesar de todas as suas falhas e
toda a sua bagagem. Ele a pegou com dor e colocou-a de volta
em boas condições de funcionamento. Ele tinha sido
exatamente o que ela precisava.

616
— Por favor, Lexi, minha Alexa, deixe-me fazer isso
direito, - Ramsey sussurrou, fazendo a distância entre eles e
olhando em seus grandes olhos castanhos.

Ela poderia dizer que ele queria que ela fizesse o


próximo movimento, para fazer tudo certo.

— Quando eu fui ver Chyna antes do casamento, ela


me disse que eu deveria decidir o que eu quero. Que eu
sempre olhei para fazer todo mundo feliz. Que eu nunca
considerei a minha própria felicidade. Chyna tem um, certo
jeito com as palavras... Que eu acho que me falta.

Ramsey engoliu, e seu pomo de Adão balançou com


sua incerteza sobre onde isso ia.

— Ela é como uma dose de realidade através da minha


mente super analítica.

— Essa é uma boa maneira de colocá-lo, - Ramsey


disse timidamente.

— Eu acho que, de certa forma, ela está certa. Eu gosto


de dar felicidade às outras pessoas, pois coincide com o que
eu quero. Eu queria Jack por anos, então eu não pensei
sobre o que ele fez comigo durante esse tempo ou como ele
iria me afetar. E eu voltei para você depois de você me
machucar, sem sequer pensar sobre isso. Eu sinto que eu era
uma espécie de sempre fazer o que os outros esperavam que
eu fizesse. Eu não me arrependo de nenhuma das minhas
decisões. Elas moldaram quem eu sou. Elas me fizeram feliz

617
no momento, mas pensar nisso me faz perceber que eu estava
sempre correndo em círculos.

— Lexi, - Ramsey interrompeu. — Eu realmente não me


importo se nós temos que adiar o casamento. Eu...

Lexi levantou a mão para silenciá-lo. Ela precisava


terminar. Ela não conseguia pensar através de suas palavras.
— Eu acho que você está certo. Seus sentimentos para as
pessoas mudam com o tempo. Você pode precisar de alguém
por um motivo, e depois, quando isso é obsoleto, você pode
não precisar mais daquela pessoa. As pessoas entram e saem
de sua vida o tempo todo. Elas formam e moldam você como
argila, e, em seguida, a água lava as arestas.

Ela podia sentir as lágrimas picando seus olhos,


quando ela finalmente conseguiu o que ela estava tentando
dizer, como ela finalmente percebeu o que Chyna estava
dizendo a ela.

— Você entrou na minha vida. Você me puxou para


longe da minha dor. Você me moldou em uma pessoa melhor,
- ela disse, dando um passo para trás e engolindo em seco. —
Mas eu acho que era o que eu precisava, então... Não agora.

— Lexi, - Ramsey sufocou.

Ela sempre tinha pensado que a sua tentação era essa


de parar o coração, emoção inacreditável que ela era incapaz
de pensar ou respirar ou fazer qualquer coisa por causa de
como ele a fazia se sentir e o que a fez querer fazer. Essa
tentação era algo que ela sempre tinha dado. Pelo menos, era
618
assim que tinha sido por muito tempo antes de Ramsey,
antes que ela tivesse percebido o quanto importante era não
ceder, para não deixar isso afetá-la assim.

Mas então, a tentação alterou.

Ela mudou.

Desejo, luxúria, trapaça, - as tentações não estavam


mais lá. Ela não queria nunca enganar novamente. O que
veio com a trapaça eram desgosto e dor, a dor exata que
Ramsey a tinha, puxado, para fora.

Agora, ela estava evitando a tentação de se contentar a


ficar com Ramsey, porque ele tinha sido a pessoa para puxá-
la para fora dela, e percebendo que era a razão pela qual ele
era importante para ela.

E ela amou Ramsey. Ela o amava por um tempo muito


longo.

Mas ela não o amava o suficiente para passar o resto


de sua vida com ele.

E realmente, quando ele desceu para isso, foi uma


escolha fácil.

Porque era o que ela queria.

— Sinto muito, Ramsey. Eu só... Eu não estou feliz, -


disse ela. — Eu queria nos fazer funcionar. Eu queria que
fosse certo.

619
— Então, deixe-me mostrar-lhe. - Ramsey estendeu a
mão para ela, puxando-a para si. — Eu mudei toda a minha
vida para você, Lexi. Apenas deixe-me mostrar-lhe. Por favor.

— Ramsey, não, - ela disse, balançando a cabeça. —


Eu não lhe pedi para mudar a sua vida para mim.

— Mas eu fiz de qualquer jeito, - disse ele, passando os


braços para cima e apoiando as mãos em seus ombros.

— Eu gostava de quem você era. Eu gostei de você ser


independente. Eu gostei do Ramsey rebelde.

— Eu queria ser algo que poderia ser motivo de


orgulho.

Lexi balançou a cabeça e tentou se afastar. — Eu


nunca o julguei por como sua vida era. Eu gostava que você,
de que se importasse o suficiente sobre o que você queria que
você não tivesse que estar sob a influência de seu pai. - Lexi
mordeu o lábio e virou o rosto dele. Ela desejou que ela
pudesse explicar tudo isso melhor. — Mas quando você
mudou, para mim, perdeu parte da pessoa que você era
quando eu me apaixonei por você.

— Mudei para melhor, não para pior, Lexi. Mudei para


ser um homem melhor para você.

— Você não está me ouvindo, - ela disse suavemente.


— Você já era um grande homem. Você ainda é um grande
homem. Eu só... Não acho que você é o homem para mim.

620
Lexi viu o exato momento em que o coração de Ramsey
quebrou. Foi incrivelmente doloroso, como olhar para o sol
em uma tarde brilhante ou o brilho de uma lanterna em seus
olhos no escuro. Era como se o momento em que uma
tempestade quebrou em cima, deixando cair uma chuva
torrencial sobre a terra. Foi esse segundo, quando a luta foi
para fora dos olhos de um boxeador, o momento da derrota, o
momento da destruição, quando ele só precisava de mais um
soco para beijar o chão, e ter a escuridão o engolindo por
inteiro.

Uma única lágrima caiu do olho direito de Ramsey e


rolou pelo rosto de sua mandíbula ficou tensa. Seus olhos
estavam embaçados pela emoção, e Lexi teve que engolir um
nó na garganta. Ela trouxe esse homem forte, este homem
bonito, à beira das lágrimas, e não havia nada que ela
pudesse fazer sobre isso, ela não iria se arrepender para o
resto de sua vida.

— Sinto muito, Ramsey. Eu não posso manter isso -


disse ela, puxando o anel de diamante fora de seu dedo. Ela
colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e tentou piscar
as lágrimas se formando em seus olhos. — Eu já tenho um,
que me pertence. Ele foi salvo por mim, antes mesmo de eu
saber quem você era.

621
Capitulo 23

Presente

Lexi sempre pensou que quando chegasse o momento,


quando ela tivesse o direito de escolher, o direito de decidir
por si mesmo, sem qualquer complicação exterior, ela
rejeitaria Jack. Quantas vezes ele tinha feito isso com ela?
Mas, novamente... Quantas vezes ela tinha feito isso com ele?
Ele tinha dito a ela como se sentia quando ela estava saindo
com seus dois namorados de faculdade, e ela disse que não.
Eles nunca tinham tido sua chance só porque corriam contra
o medo a cada oportunidade. Mas agora, Jack foi colocado
para fora na frente dela, e ela não podia suportar ver Jack
saindo de sua vida. Ela não podia suportar desistir dele.

Era uma terrível noção, não correr mais, não se


esconder mais. Ela entendia até como estava se sentindo com
Ramsey, e ela teria que fazer agora com Jack.

Cristo! Ela o tinha deixado sem esperar por uma


resposta. Ela tinha saído de seu apartamento, quando ela
ainda estava decidindo o que ia fazer. A escolha de deixar
Ramsey era dela própria. Não tinha nada a ver com Jack. E
agora Jack provavelmente pensaria que tudo estava acabado.

622
Ela poderia ir embora, começar de novo, encontrar uma
nova vida.

Mas... Que tipo de vida ela teria sem Jack?

O coração de Lexi apertou, de pensar nisso. Ela estava


pronta para seguir em frente e passar por ele depois de seu
casamento, mas descobriu que não podia. Não era nem
mesmo que ela não pudesse. Ela só não queria. Ela o queria
em sua vida. Ela o queria por perto. Ela queria que ele fosse à
pessoa que ela escolhesse quando estava para baixo, a que a
faria sorrir. Estava tão cansada de sofrer, e se perguntou
quantas vezes ela tentou acabar com Jack, desde o início.

Ela nunca saberia. Eles nunca tinha tido a


oportunidade. Mesmo em Nova York, ela tinha sido a única a
dizer: Vamos com calma. Mas como eles poderiam até
eventualmente ir com calma? Todo o seu coração lhe disse que
era o chão, pedalar e acelerar na estrada o mais rápido que
pudesse.

Eles estavam lutando contra isso por tanto tempo que


ela não poderia sequer articular o que sentiu ao saber que
Jack estava esperando por ela, que ele a queria, que ela
poderia tê-lo...

Quase quatro anos, desde que eles tinham passado a


dormir juntos. Quase seis desde Nova York...

Ela engoliu em seco quando ela fez as contas. Depois


de todo esse tempo, dez anos, em agosto e Jack ainda era o
único homem que ela não poderia viver sem.
623
Jack tinha dito a ela, todos aqueles anos atrás, que
eram destinados a ficar juntos... Que ela gostaria de poder
voltar a mudar a maneira que tinha agido. Mas, nada poderia
apagar o passado, embora. Nada pudesse mudar o que
passou.

Mas Jack tinha mudado. Nos últimos dois anos, ela


tinha crescido. Ela tinha parado de pensar que poderia ter
seu bolo e comê-lo também. Ela respeitava, e agora... Ela
estava lutando por ele.

Assim, quando nada poderia mudar seu passado, eles


poderiam mudar o futuro.

Eles já tinham.

A mão de Lexi tremia quando ela bateu na porta do


apartamento de Jack. Era 1:30 da manhã, e ela sabia que
Jack provavelmente estaria dormindo... Na cama em que ela
estava dormindo nos últimos cinco dias. Ela ainda tinha a
chave que ele lhe dera, mas ela não se sentia bem em usá-la,
não depois de sair com ele esta manhã. Ela não podia, até
que ela descobrisse o que estava acontecendo entre eles.

Enquanto ela esperava por uma resposta, a porta


deslizou-se para trás, o rosto de Jack parecia chocado, ela
deixou a mente vagar de volta ao hospital.

O peso do anel em sua mão quando ela deslizou na


palma de Ramsey. O olhar de tristeza pura que assumiu seu

624
rosto. A percepção de que ele tinha perdido... Que tudo
estava acabado.

Com a onda de rejeição já aceita, Ramsey abraçou-a e


deixou um beijo solitário no alto da cabeça. Ela deixou-se
sentir seus braços em volta dela mais uma vez, sabendo que
este seria o último abraço. Ramsey a olhou em seus olhos
pela última vez quando ele tinha colocado o cabelo atrás da
orelha.

Ele se inclinou e sussurrou em seu ouvido: — Sua


advertência ainda está comigo, Lexi. - Sua voz estava rouca
com a borda de protecionismo que ele sempre teve. — Se ele
lhe machucar, eu vou matá-lo.

Lexi tinha finalmente se afastado, a boca definida em


uma linha reta, e assentiu. Ele acenou com a cabeça para
trás, e que tinha dito tudo sem dizer nada. Ela não queria
esconder isso dele. Ele merecia saber a verdade, e através de
um olhar, ela sabia que, enquanto ele pode não gostar, e
levaria tempo para ele superar isso, ele iria acabar com ela...

E então, ele a deixou ir. Porque não havia mais nada


que pudesse fazer. Ela tinha feito a sua mente.

Então, ela disse seu adeus e partiu.

Ela odiava ferir Ramsey, vendo a dor que ela havia


infligido sobre ele, mas ela iria se odiar mais, se ela ficasse
com ele e não o amasse... Não como ela queria... Não como
ele merecia.

625
Sua mão tinha descido ligeiramente no batente da
porta. Ela tinha os punhos sobre seu coração quando ela
empurrou a dor de lado. Ramsey ocupava uma parte
diferente de seu coração, mas a verdade era... Ela nunca
poderia se entregar totalmente a qualquer pessoa com Jack
ainda tendo a sua residência. Então, ela tinha que deixar
passar a dor, deixá-lo lava-la, como água no saibro, e saber
que ela estava tomando a decisão certa.

Com um suspiro e outro suspiro profundo, ela baixou


as mãos e endireitou as costas. Ela nunca iria esquecer os
três anos e meio que tinha passado com Ramsey. Eles tinham
sido bons anos.

Mas ela estava pronta para começar o resto de sua


vida.

A porta se abriu, e Lexi prendeu a respiração quando o


rosto de Jack veio à tona. Ele ainda estava esfregando os
olhos, tentando orientar seu corpo ainda grogue. Ela deve tê-
lo tirado da cama. Ele estava usando nada mais do que
shorts de basquete Borgonha pendurado abaixo em seus
quadris. Ela podia ver sua cueca boxer xadrez marinho por
baixo, como se tivesse acabado de vestir o short por cima
dele. Ele estava sem camisa, e ela podia ver cada linha
muscular no seu peito e no abdômen. Seus olhos traçaram os
músculos tensos em seus ombros e seus braços antes de
levantar de volta para aquele rosto lindo e aqueles olhos azul
bebê agora estavam olhando para ela em estado de choque.

626
Ficou claro que ele não estava esperando vê-la... Talvez
nunca mais.

Seus olhos se encontraram um ao outro, e era como se


ela nem sequer precisasse falar. Parecia que ele sabia cada
pensamento em sua cabeça. Este era o seu Jack

— Lex, - ele sussurrou.

— Posso entrar? - Ela perguntou, com seu peito


subindo e descendo no mesmo ritmo em que seu coração que
batia acelerado.

Jack abriu mais a porta sem dizer uma palavra e


deixou que ela passasse diante dele. Conteve-se para não
agarrá-lo, ela precisava falar com ele primeiro. Ela queria ser
racional sobre tudo isso... Antes que ele a fizesse perder todos
os seus sentidos.

— Eu não... Eu pensei que você não ia voltar, - disse


ele honestamente.

Jack nunca poderia esconder nada dela.

— Eu sei, - disse ela.

Doía-lhe pensar sobre o que ele pensava quando ela


tinha deixado... Quando ela não tinha voltado. Ela não queria
machucá-lo assim novamente.

— Você deu um ultimato ontem à noite...

— Eu não posso continuar fazendo isso, Lexi, - disse


Jack imediatamente. — Eu quero você. Tudo de você. Eu a

627
quero tanto agora que eu estou tremendo para encontrar
controle.

Lexi sorriu levemente. Ele ainda pensava que ela estava


decidindo.

— Jack, você nunca me fez decidir. Você apenas...


Queria, no entanto você pode me ter. Porque nesse momento
é diferente?

Jack fechou os olhos e balançou a cabeça, andando


num ritmo longe dela. — Eu pensei que tinha explicado
ontem à noite. Quando você saiu do casamento, eu sabia que
era o fim. Eu sabia que finalmente tinha que me afastar...
Inevitavelmente quebrado. Mas você me quebrou naquele dia,
também... Da melhor maneira possível. Quando eu disse que
nunca queria lhe machucar de novo e só queria ver você feliz,
eu quis dizer isso. Tenho trabalhado para isso estes últimos
dois anos. Venho lhe dando o que queria. Mas eu estou
oficialmente querendo ser a pessoa que a faz feliz, ser o
homem que você volta para casa... Bem, eu não poderia viver
comigo mesmo. Porque você é o que eu quero.

Ele respirou fundo, e seus olhos se encontraram


novamente.

— E se eu não sou o que você quer, então... Só me


coloque para fora com meu sofrimento.

— Oh, Jack, - Lexi gemeu, fechando a distância entre


eles e envolvendo seus braços ao redor de sua cintura. —
Você é o que eu quero. Você é tudo que eu quero.
628
Jack ficou congelado, como se não pudesse acreditar
no que acabara de ouvir. Ela se afastou para olhar em seus
olhos, que foram escurecendo.

— E quanto Ramsey? - Ele perguntou, com a voz rouca.

— Eu já conversei com ele, - disse ela, deixando Jack ir


e mostrando-lhe a mão esquerda. — Eu disse a ele que eu
não poderia ficar com o anel, porque eu já tinha um.

Ele olhou para a mão dela, o choque evidente em seu


rosto. Ele pensou que a noite passada era a última que eles
teriam, juntos. Ele claramente acreditava que tudo estava
acabado... Que a mulher que ele amou há dez anos estava
saindo de sua vida para sempre. E ele estava disposto a
deixá-la ir... Se isso fosse o que ela queria.

Ele puxou sua mão esquerda em seu rosto com um


sorriso e plantou seus lábios sempre tão suavemente em seu
dedo anelar. — Você fez bem.

Ela fechou os olhos com um suspiro bem diante de


seus lábios chocando-se com ela. Seus lábios se fundiram
com a facilidade de duas pessoas que haviam passado dez
anos lutando para ficar juntos. Ele provou, cheirou e sentiu
exatamente como se lembrava. Cada sentido foi intensificado,
e ela sabia que poderia se afogar aqui mesmo. Isso estava
certo. Era perfeição doce, energia hipnótica, adrenalina
eufórica bombeamento para baixo através de suas veias.

Suas mãos se moviam até enrolar em seu cabelo


castanho escuro, e ela puxou os fios, puxando-o para mais
629
perto dela, tentando sentir tudo dele, com sua língua
explorando sua boca. Ele gemeu em sua boca enquanto ela
mordeu um pouco duro, mas o aperto na sua cintura só ficou
mais forte, onde ele havia mudado de lado a camisa dela e
enfiado os dedos em sua carne quente.

— Eu te amo, - saiu entre os beijos. — Eu te amo


tanto.

Ela pressionou seu corpo ainda mais junto, ela podia


sentir o calor saindo de seu corpo, aquecendo sua pele e
deixando-a com o corpo dolorido.

— Eu também te amo. Sempre te amei...

— E sempre amarei, - ele terminou por ela.

Ele deslizou as mãos sobre sua bunda e para baixo nas


costas de suas coxas antes de levantar as pernas ao redor de
sua cintura. Ele começou a caminhar de volta para o quarto,
mesmo sem quebrar o beijo... E ela não iria detê-lo.

Suas costas colidiram com a parede do corredor, e a


respiração deixou seus pulmões em um assobio. Ele agarrou
sua camisa em suas mãos e começou a desabotoar cada
botão enquanto seus lábios pousaram em seu rosto, seu
pescoço, sua clavícula.

— Foda-se, - ele gemeu quando os botões não cederão


facilmente.

Ele agarrou a frente de sua camisa com as duas mãos e


puxou os botões mostrando todo o caminho até o umbigo. Ela

630
gritou com surpresa, que imediatamente se transformou em
uma risadinha.

— Deus, você é linda.

— E eu não estou nem com raiva, - disse ela.

Sua mão arrastou a partir da base de sua garganta até


a curva dos seios dela e mergulhou sob o delicado material de
renda. Ela arqueou as costas contra seu toque e sentiu seu
corpo exigindo sua atenção.

— Mas eu vou ficar, se você não me levar para o


quarto.

— O quê? Eu não posso levar meu tempo? - ele


perguntou, afastando o sutiã e trazendo seus lábios para seu
mamilo ereto.

Ela gemeu abertamente, querendo nada mais que ele


fizesse seja lá o que ele queria. Mas seu corpo não estava
concordando, pois pulsava ao seu redor.

— Tome seu tempo na segunda rodada, - ela saiu sem


fôlego.

Jack olhou para ela com um sorriso. Aqueles olhos


azuis eram cristalinos e diabólicos como pecado, e eles eram
malditamente dela.

— Eu amo o jeito que você pensa.

Ela mordeu o lábio quando ele a moveu mais para o


corredor e, com a ponta do pé, ele chutou a porta do quarto

631
todo o caminho aberto. Ele a largou em cima da cama, e seu
corpo cobriu o dela imediatamente. Sentiu cada centímetro
de seus corpos pressionados juntos. Ele estava duro através
de seu short fino, e ela exigentemente mexeu seus quadris
contra ele. Ela queria senti-lo enterrado profundamente
dentro dela. Ela queria que ele a tomasse, para ele... Ela
queria ser sua... Toda sua. Sua mente estava perdida neste
momento, sabendo que eles estavam aqui e, juntos, e tinham
um futuro. Era tudo o que ela poderia ter pedido e muito
mais.

Ele a despiu para fora de suas roupas e jogou seus


shorts e boxer ao chão antes de voltar para ela. Ela passou as
mãos para baixo por todo o abdômen dele até chegar a sua
virilha que arrastou ainda mais para baixo com ele se
estabelecendo entre suas pernas.

— Lex, - ele sussurrou enquanto caia para frente em


seus braços e beijou seus lábios suavemente.

Ela deslizou a língua ao longo de seu lábio inferior e


levantou os quadris para tocar-se contra seu pau. Ele se
inclinou para frente para o movimento e empurrou contra ela,
mas não completamente dentro. Ela gemeu, seus olhos
fecharam, com o desejo para este momento... Este homem.

— Ei, olhe para mim, - disse ele.

Lexi abriu os olhos e olhou para as profundezas azuis


do homem que amava.

632
— Meu coração pertence a você, - ela disse a ele. —
Você pegou há muito tempo e nunca me deu de volta.

— E eu nunca vou, - disse ele. Beijou-lhe os lábios


novamente, suavemente, antes de enterrar-se profundamente
em seu interior.

Ela gemeu ao senti-lo enquanto ele esticava-a e


preenchia-a. Seus olhos começaram a fechar, mas ele
balançou a cabeça e ficou olhando para ela com muito amor e
carinho, que ela pensou que seu coração fosse explodir.

Ele a amava. Jack amava.

Seus ritmos combinados entre si como se nunca


tivessem se separado... Como se os anos não tivessem
mudado nada. E nesse momento, enquanto seus corpos se
encontraram novamente e de novo, parecia que nada havia
mudado. Eles ainda estavam muito apaixonados, seus corpos
completamente e em perfeita sintonia, e os anos de separação
parecia uma vida atrás. Parecia que este era exatamente o
momento como ele foi sempre suposto a ser, e que fariam
tudo ao seu alcance para mantê-lo assim.

A respiração de Lexi pegou, quando Jack introduziu


nela. Suas paredes apertaram ao redor dele, e ela jogou a
cabeça para trás desesperada para o lançamento à beira do
abismo.

— Lex, você não tem que sempre segurar comigo, - ele


sussurrou em seu ouvido, enquanto o ritmo acelerasse. — Eu
sempre vou com você.
633
Ela empurrou contra ele, mais e mais, até que ela sabia
que não poderia segurar qualquer coisa por mais um
segundo. Ele gemeu e empurrou nela mais uma vez, pois
ambos explodiram, e seu mundo parecia mudar debaixo dela.

Tudo junto, ela pensou que Jack virou seu mundo para
fora do eixo, mas talvez ela tivesse sido errada. Talvez o resto
do mundo estivesse fora do eixo, e Jack era absolutamente,
perfeitamente certo. Porque nada mais neste mundo ou em
qualquer outro poderia fazê-la sentir tão absolutamente
maravilhosa, poderia quebrar toda noção do que ela deveria
estar sentindo, e poderia deixá-la em uma poça de felicidade
delirante.

Ele saiu e caiu sobre a cama ao lado dela, envolvendo


um braço em torno de sua cintura, para não deixá-la se
mover um centímetro. — Você... É a... mulher mais incrível
que eu tenho... Conhecido, - disse ele enquanto ele lutava
para respirar.

Ela se aconchegou em seu peito e descansou a cabeça


em seu braço. Um brilho de suor revestindo ambos os corpos.
Seu cabelo era um ninho de ratos bagunçados de cachos. E
ela era a mulher mais feliz naquele momento, em enquanto
ela conseguia se lembrar.

— Isso sempre foi diferente com você, - ela sussurrou.

— Sempre, - Jack concordou.

— Melhor.

634
— Com certeza.

Ela enterrou a cabeça em seu pescoço e beijou sobre a


pele sensível. Arrepios irromperam através de seus braços e
seu peito para baixo. Ele riu levemente e levou a mão para
acompanhar as colisões para baixo entre seus seios. Sua pele
corada sob suas mãos, e ela sentiu sua frequência cardíaca
pegando.

Deus, ela o amava.

Ele a ajeitou, então ela estava de frente para ele, e seus


lábios se encontraram novamente, lento e sensual. Nesse
momento, ela sentiu como se pudesse beijá-lo para sempre.
Não havia outro lugar que ela preferisse estar do que
trancada com Jack agora.

Antes de soltá-la, ele mordiscou levemente o lábio


inferior, sugando-o na boca e puxando-o para trás entre os
dentes. Ela empurrou as mãos para trás em seu cabelo,
amando como sua respiração engatou quando ela agarrou-se
a ele.

— Provocador, - ela sussurrou.

— Eu disse que ia tomar meu tempo na segunda


rodada, - disse Jack, passando a boca para baixo no oco de
sua garganta e beliscando a pele levemente.

Seus corpos se fundiram, e ela o sentiu endurecer


contra seu estômago.

— Você já está pronto? - Ela perguntou ansiosamente.

635
Não era como se Jack fosse sempre o tipo de cara de
uma vez e pronto. Mas já? Sem sequer uma pausa?

— Amor, eu estive perdendo isso há anos. Eu tenho um


monte a recuperar o que eu posso fazer?

E assim, eles saborearam o corpo um do outro e a


reunião de seu amor.

Jack rolou sobre Lexi, em cima dele, e ela deitou no


peito através de seu corpo, sentindo-se aquecido pele contra
pele. Suas mãos se moveram em seu cabelo e puxou-a
provocativamente como ela tinha feito. Ela ficou em êxtase.

Ela poderia ter ficado por cima, mas quando se moveu


dentro dela, não havia nenhuma dúvida de que eles estavam
compartilhando o controle sobre a situação. Ela
tentadoramente rodeou seus quadris em oitos ao seu redor,
fazendo-a gemer, e seu aperto em seu cabelo apertado.

Não era capaz de levá-la, provocando mais, sua mão


pousou pesado na bunda dela, e ele começou a trabalhar
seus quadris para cima e para baixo sobre ele até que ela
sentiu perder o controle novamente. Ela não podia diminuir
ou parar o que estava batendo em seu corpo, e se manteve
nesse ritmo, então ela ia perdê-lo mais cedo ou mais tarde.

Jack viu em seus olhos, e com o sorriso no rosto disse


a ela que não havia nenhuma maneira de parar como ele
estava indo para mantê-la a partir do orgasmo prestes a
explodir através de seu corpo.

636
— Oh merda, - disse ela, enterrando o rosto em seu
peito, como ela veio desequilibrando tudo ao seu redor.

Ele esperou que ela terminasse antes de rolar sobre


suas costas e enterrando-se nela mais uma vez. Ele ergueu
uma das pernas para cima em seus ombros, alavancando seu
corpo para chegar mais fundo.

— Meu Deus, meu pequeno corpo de ginasta, - ele


murmurou em seu ouvido.

Ela sorriu em sua névoa saciada, enquanto bombeava


mais e mais rápido, trazendo-a alegremente à beira de novo.
Ela não podia acreditar que ela já estava lá, mas com a forma
como ele estava empurrando, ela sabia que não era a única.
Eles se reuniram pela segunda vez, subindo muito, muito
distante e caindo de volta para baixo um do outro.

Lexi fechou os olhos, deixando que o momento caísse


sobre ela.

Ela deixou a respiração nivelar. — Eu pensei que você


estava indo tomar o seu tempo.

— Você está reclamando?

— Definitivamente não.

— Bom. Eu vou levá-la lentamente para terceiro


rounds, - disse ele, empurrando o cabelo para trás de seu
rosto.

— Eu não poderia estar acordada para isso, - ela disse


meio grogue.
637
— Eu vou acordar o seu corpo, - ele sussurrou
sedutoramente.

— Você sempre faz.

Ela podia sentir-se deslizando em um coma de sexo de


proporções recordes. Todo o cansaço e a ansiedade tinham
sido apagados e foi substituído por esta paz incrível. E ela
sabia que podia dormir fora dos próximos dois dias, envolta
nos braços reconfortantes de Jack.

— Ei, - ele sussurrou, roçando o nariz contra o dela.

— Mmm...

— Eu te amo.

Lexi sorriu e abriu os olhos para olhar para dentro dos


mais belos olhos azuis que ela já tinha visto. — Eu também
te amo.

— Eu ainda não posso acreditar que você está aqui, -


ele admitiu.

— Eu não vou a lugar nenhum.

— Eu não achei que você fosse voltar.

Ela arrastou sua mão para o lado de seu rosto e lhe


deu um beijo suave na boca. — Eu não posso viver sem você.
Foi você. Era sempre você.

— Eu vou passar todos os dias da minha vida lhe


provando, - ele disse a ela.

638
Seus olhos estavam completamente sérios, e ela
acreditou nele. Eles tinham passado por muitas coisas para
ele começar a mentir para ela agora. Ele a amava, e ele não ia
desistir dela novamente.

Depois de uma pequena pausa, eles se entregaram com


a sensação de outra vez antes de dormirem cativados.

Ela não sabia quanto tempo tinha estado fora quando


ouviu um barulho vindo de algum lugar distante. Ela pensou
que estava sonhando por um segundo, e a desorientação do
que tinha acontecido e onde estava não ajudou nada. Depois,
tudo voltou correndo para ela. Ela havia rompido o noivado
com Ramsey, então dormiu com Jack... E agora, ela estava
enrolada nos lençóis de Jack.

Bocejando ela se virou e o viu dormindo pacificamente


ao lado dela, seu cabelo era uma bagunça, os olhos fechados,
seu corpo subindo e descendo suavemente com sua
respiração estável. Por um segundo, ela não sabia se ela
tinha dormido demais e ia se atrasar para o trabalho, mas
com um olhar para o relógio digital no outro lado do quarto,
ela sabia que era apenas sete horas, uma hora e um meia,
antes de ela sair para o trabalho.

Em seguida, o barulho começou de novo. Desta vez, ela


tinha certeza de que ela não tinha imaginado, e
definitivamente não era um sonho.

— Jack, - ela murmurou, balançando seu ombro, —


Acorde. Acho que alguém está na porta.

639
— Hmm? - ele perguntou com ela puxando-o
lentamente para fora de seu sono. Ele passou um braço ao
redor da cintura dela e puxou-a para ele. — Você cheira como
eu.

Lexi deu uma risadinha. — Eu me pergunto por que


isso acontece?

— Eu tive um sonho que você veio para casa, para


mim, e tivemos sexo à noite, toda. - Ele ainda não tinha
aberto os olhos.

— Isso não foi um sonho, - disse ela, pressionando os


lábios nos dele levemente.

— Mmm, - ele gemeu. — Mais uma rodada na parte da


manhã? Foda-se, eu te amo.

Lexi riu alto naquele momento. — Eu também te amo.


Talvez mais uma rodada depois de atender a porta... Se você
tiver sorte.

— Eu tenho você, Lex, - disse ele, abrindo os olhos. As


esferas cristalinas olharam com os olhos arregalados para
ela. — Eu sou o cara mais sortudo do mundo.

Lexi suspirou baixinho enquanto ela olhou para Jack.


Ele sorriu preguiçosamente para ela antes de segurar o seu
rosto e puxando-o para baixo para encontrar seus lábios. Ela
riu como o barulho começou de novo e então se afastou.

— Vai atender a porta. Jesus, - disse Lexi.

640
— Tudo bem. Tudo bem, - disse Jack, rolando para fora
da cama, completamente nu.

Ela admirava seu lindo traseiro enquanto procurava em


torno, por sua cueca boxer, shorts, e uma camiseta
descartada que ele não tinha sequer se, preocupou na noite
passada.

— Não quero ir a qualquer lugar. Eu quero pensar em


você deitada nua na minha cama.

Ela riu de novo, mas ele esperou ela acenar antes de


caminhar para fora da porta e pelo corredor.

— Estou indo! - ela ouviu Jack gritar.

As batidas na porta finalmente cessaram.

Lexi esticou os braços por cima da cabeça enquanto


esperava pacientemente por Jack para voltar e violentar seu
corpo. Ela ouviu a porta aberta, e vozes suaves ecoaram pelo
corredor em direção a ela. Ela esperava que Jack fosse
apenas dizer quem estava lá para se perder, para que ele
pudesse voltar para ela. Ela lhe daria um par de minutos, e
em seguida, se a pessoa não fosse embora, ela ficaria feliz em
ajudá-lo a livrar-se de quem quer que fosse.

A porta se fechou novamente, e Lexi sorriu até que


ouviu o clique fraco de saltos altos sobre o piso de madeira.
Sapatos de salto alto. Huh. Lexi sentou-se, tentando ouvir
mais com dificuldade, tentando entender o que estava
acontecendo na sala de estar.

641
Em seguida, ela ouviu o que ela estava temendo.
Aquela voz.

— Jack, por favor...

Ah, porra nenhuma!

Lexi jogou as pernas para fora da cama, e ela colocou


um par de boxer de Jack e uma de suas camisetas. Ela
amarrou seu cabelo em um rabo de cavalo alto e caminhou
pelo corredor como se estivesse alheia ao que estava
acontecendo.

— Jack! - Lexi chamou. — Tem alguém aqui?

Ela cruzou o limiar para a sala onde ela viu Bekah em


pé ao lado do sofá com a mesa de café entre ela e Jack.

— Oh, oi, Bekah, - disse Lexi com um sorriso que falou


volumes.

— O que ela está fazendo aqui? - Bekah retrucou os


olhos mudando para Jack.

— Ela está aqui comigo, - Jack disse a ela, nivelando-a


com um olhar sério. — Ela está comigo.

— Ela está com você?

— Sim, - disse Lexi uniformemente.

— Eu aposto que Ramsey estaria muito interessado em


saber que você está aqui, - disse Bekah, virando o nariz em
uma careta.

642
Bekah pensou que tinha Lexi desde então. Ela
realmente fez Lexi sorrir.

— Ele já sabe, - disse Lexi desafiadoramente. — E já


que eu terminei com ele... Não é de forma alguma da sua
conta.

Bekah teve a decência de olhar surpresa. Lexi tinha


realmente surpreendido a cadela que parecia saber tudo. Era
uma experiência gratificante.

— Você não era boa o suficiente para o meu irmão, -


disse Bekah, regozijando.

Lexi olhou para ela. — O que você está fazendo aqui?

— Visitando meu marido, sua puta.

Os olhos de Bekah percorreram o corpo de Lexi, vestida


completamente em pele de Jack, como se ela fosse uma vadia
de dois centavos que Jack tinha pegado na rua. Lexi ficou ali,
deixando Bekah avalia-la, sem sequer pestanejar.

Ela sabia que Jack e Bekah estavam separados


judicialmente por nove meses, e enquanto eles não estavam
vivendo juntos, eles poderiam namorar quem eles quisessem
nesse momento. Lexi sabia da lei. Não havia absolutamente
nada que Bekah pudesse fazer sobre isso a não ser que vinha
acontecendo antes de Bekah pedir o divórcio, mas não tinha.

— Bekah, você está divorciada de mim. Eu realmente


não acho que isso seja necessário, - Jack interrompeu
imediatamente.

643
— Você sabe o quê? - Disse Lexi, avançando. — Você se
lembra da vez que a vi, depois da audiência temporária? Eu
realmente quis dizer isso quando eu disse que nada disso era
da sua conta. Eu ainda quero dizer isso.

— Bem, ele ainda é meu marido, - disse Bekah com um


sorriso sádico. — E nós estávamos tendo uma conversa.
Assim, você pode simplesmente sair daqui agora. - Bekah
realmente revirou os olhos e esvoaçava sua mão em Lexi
como se ela fosse uma mosca que precisava ser enxotado.

Lexi respirou fundo antes de partir para frente, pronta


para agarrar o rosto da cadela fora, mas ela foi interrompida
quando Jack falou.

— A resposta é não, - disse ele. — Eu não sei o que fez


você mudar de ideia, mas não quero tentar trabalhar com
isso. Talvez nove meses atrás, quando você me deu os papéis.
Talvez. Mesmo assim, eu não sei.

Lexi olhou com a boca aberta. Bekah tinha vindo aqui...


Para tentar reconquistá-lo. Que porra é essa? O que deu nela
para fazer isso depois de nove meses em um divórcio com
apenas uma semana antes de a coisa toda se tornar oficial?
Bekah tinha trabalhado duro para se certificar de que Jack
era visto como o suposto traidor que ele estava chegando ao
ponto de pressioná-lo para fora de sua própria empresa. Por
que ela iria tentar convencê-lo a voltar? O que deu naquela
mulher louca?

644
— É Lexi, - disse Jack. Ele deu um passo em direção a
Lexi, encontrou a mão dela, e entrelaçou os dedos juntos. —
Ela é a que eu quero.

— Você não acha que é nojento, ela terminou com o


meu irmão e decidiu ir para a cama com você?

— Não, - disse Jack, sem rodeios.

— Oh, isso é perfeito, - disse Bekah, dando um passo


para trás. — Vocês dois são picaretas perfeitos. Não é bom o
suficiente para qualquer outra pessoa, mas outro mentiroso,
trapaceiro desprezível.

— Bekah, - advertiu Jack, com os olhos de fogo.

Ela levantou a mão e parou. — Oh, por favor... Salve


isso para o tribunal. Você vai precisar de toda a ajuda que
puder obter.

— Você deveria dar o fora da minha casa, - disse Jack,


levantando a voz e apontando sua mão livre na porta. —
Agora.

— Permita-me deixá-lo para seus caminhos de


adultério, - disse ela, jogando as mãos para cima e se
retirando.

Bekah virou-se para dizer algo a Lexi, mas Jack cortou


na frente de sua linha de visão.

— Não se atreva a dizer mais uma palavra para ela. Ela


é muito boa para suas besteiras, Bekah, - Jack rosnou. —
Agora, saia.
645
Bekah abriu a boca para dizer algo mais, algo
provavelmente infame, mas Jack estalou os dedos na frente
do rosto.

Ele repetiu: — Fora! Cai fora!

E Bekah fez o impensável. Ela, na verdade, se virou e


saiu do apartamento de Jack, sem dizer uma palavra. Lexi
não estava muito certa se isso era para o melhor, com a
forma como sua mente diabólica funcionava, mas ela estava
apenas feliz por Bekah ter ido embora. Jack tinha dito a ela
para sair... E ela tinha.

Lexi ainda estava se recuperando da explosão quando


Jack pegou-a em seus braços e começou a levá-la de volta
para o quarto.

— O que...

— Eu não quero que você pense sobre o que ela disse


por um segundo, - ele sussurrou, caminhando para o quarto
e jogando-a de volta para a cama.

— Eu não estou preocupado com ela, Jack.

— Eu sei que você não está Lex, - disse ele, arrastando-


se sobre a cama com ela e afastando o cabelo que tinha caído
fora do seu rabo de cavalo bagunçado.

— Como você pode imaginar que eu poderia estar


pensando em qualquer outra coisa, com você dizendo que eu
sou o que você quer?

646
O sorriso de Jack voltou com força total, e ele beijou os
lábios até que ela tinha que puxar para trás, sem fôlego.

— Você é tudo que eu quero, - ele sussurrou, com sua


boca tocando seus lábios. — Você é tudo que eu quero, -
repetiu ele. Seus lábios caíram no canto da boca.

Ele repetiu a frase cada vez que ele beijou a bochecha,


o nariz, os cílios, cada têmpora, o lóbulo da orelha até que ela
estava sorrindo de orelha a orelha, perdida nas palavras
ecoando em sua mente.

Você é tudo que eu quero.

Ela era tudo que ele queria.

647
Capitulo 24

Presente

Lexi sabia que não era uma boa ideia entrar na sala de
audiências com o Jack.

Como advogada, ela sabia que não estava errada em


seu relacionamento com ele. Ela sabia que eles poderiam
estar juntos agora, enquanto ele e Bekah estavam se
separando. Mas nós advogados, também sabíamos que andar
em um tribunal por processos de divórcio quando a esposa
estivesse tentando provar que ele traiu ela era idiotice. Ela
iria matar seu cliente se a pessoa sequer pensasse nisso.

O advogado de Jack, Richard, tinha basicamente dito a


mesma coisa quando Jack abordou na reunião de
acompanhamento que Lexi tinha assistido com ele. Mesmo
Lexi tinha olhado para Jack como se ele fosse uma pessoa
louca quando ele tinha sugerido, mas Jack não recuou.

Quanto tempo tinham estado escondidos? Há quanto


tempo eles empurraram a sua relação de lado para lidar com o
resto de suas vidas? Bem, eles não queriam que fossem
definidos daqui para frente. Jack queria mostrar
solidariedade. Ele não tinha medo de Bekah, e com base nas

648
provas, ele estava certo de que ela não tinha um caso que
poderia provar que ele a tinha traído, porque ele não tinha.

Lexi havia passado a papelada enviada pelo advogado


dos Bridges, e ela sentiu como se algo estivesse faltando. Ela
não sabia o que era, mas através da forma que Bekah estava
com toda a sua conspiração do mal, Lexi simplesmente não
conseguiu encontrá-lo. Mas eles só poderiam trabalhar com
o que eles tinham enviado, mas, então Lexi tentou deixar
passar a sensação.

E mesmo ela sabendo que era uma má ideia... Ela não


poderia ficar de fora. Ela não só queria estar lá para Jack, ela
precisava estar lá por ele.

Foi assim que ela acabou com o dia de folga, o primeiro


dia oficial desde o casamento de Chyna, do lado de fora do
tribunal com Jack ao seu lado. Este era o seu trabalho, a sua
especialidade e se sentiu estranha por estar no tribunal, não
vestida para derrubar sua próxima vítima desavisada. Sem o
caso, o fato de poder, a certeza de que ela estava nessa para
ganhar, ela se sentia vulnerável.

Ela tinha escolhido para vestir na parte de cima uma


blusa preta sensível cônica para uma cintura ajustada com
uma saia alinhada. Ela havia completado com um cinto
dourado, longo colar de ouro, e seu fiel par de Manolos
negros. Ela trançou a frente de seu cabelo para trás com
metade solta em espiral até o meio das costas. Ela completou
o conjunto com maquiagem neutra e o mais suave
brilho labial rosa. O favorito de Jack.
649
— Por favor, pare de ficar remexendo, - Jack
murmurou, tomando-lhe a mão e passando o outro braço em
volta da cintura. — Você vai me deixar nervoso.

— Eu não estou nervosa, - disse Lexi, mostrando o ar


de confiança que seu estômago que não tinha.

Jack estava lindo em um terno cinza com gravata para


combinar com seus olhos. Ele até havia conseguido cortar o
cabelo, embora ela tenha pedido que não. O que ela deveria
ter feito para impedir?

— Lex, - disse ele, sua mão subindo do braço, através


de seu ombro, e seu ouvido onde ele colocou seu cabelo atrás
da orelha, — você nunca foi uma boa mentirosa.

— Eu só... Tenho esse sentimento estranho. Vai


passar. Não se preocupe com isso, - ela disse suavemente.

— Você quer-me dizer sobre isso?

Ele tocou com os fios soltos na base de seu pescoço, e


levou um grande esforço para não suspirar e fechar os olhos
para seu toque.

— É um grande dia. Muitos percursos até resultado.

— Você e eu não dependemos do resultado, - disse


Jack suavemente. — Não importa o que realmente aconteça
lá dentro... Vou ser livre para ser seu e só seu.

— Você já é.

— Legalmente.

650
— Legalmente, você é meu também, - brincou ela.

Jack deu-lhe um sorriso e um beijo em seus lábios. —


Ainda não, mas você vai ser. Alguém tem que fazer de você
uma mulher honesta.

— Jack Howard, - ela gritou, batendo-lhe no braço.

Ele riu de sua explosão e enrolado seu braço com o


dele. — Não é a minha Lexi.

Ela balançou a cabeça para ele à medida que


caminharam para o prédio e pelas portas duplas. Eles
passaram pela segurança e no hall de entrada do Palácio da
Justiça. Era um enorme edifício antigo situado em um estilo
do sul antigo, com grandes colunas brancas e uma grande
escadaria que leva até os muitos andares ascendentes. O
tribunal civil, onde o processo de divórcio estaria tomando
lugar estava na ala direita do edifício, e Lexi andou com Jack
nessa direção.

Em pé, com os braços nos quadris estreitos, Bekah


estava conversando com uma equipe de advogados, assim
como seu pai e outro associado da Bridges, Lexi o tinha visto
por aí, mas ainda não sabia o nome dele. Bekah parecia à
rainha das cadelas, ela estava em uma saia lápis preta na
altura do joelho com uma blusa creme de manga comprida
dobrada nela. Seus saltos nus estavam no lado mais
modesto, curto. A única joia em seu corpo eram as pérolas
nas orelhas. Sua maquiagem era leve, e ela teve seu cabelo
loiro natural, preso para trás, fora de seu rosto.

651
Vítima.

Ela sempre estava tentando desempenhar o papel de


vítima. Era como ela fingia com tudo. Açucarada e doce por
fora, mas, um ser humano podre e azedo no interior.

Com o canto do olho, Bekah olhou Jack e Lexi,


deixando cair seu olhar para onde suas mãos estavam ligadas
antes voando de volta para seus rostos. Bekah não disse
nada. Ela não precisava. Lexi podia ver o desprezo em seu
rosto a partir de uma milha. Ela empurrou Jack em direção a
Richard, que estava de pé ao lado e desajeitado através de
uma pilha de papéis em suas mãos.

— Bem, você está aqui, - disse Richard, seu rosto


desenhado e tenso quando ele olhou para Lexi.

— Na hora certa, - disse Jack.

— Eu vejo que você ainda exibiu.

Lexi mordeu o lábio e assentiu. O olhar no rosto de


Bekah tinha sido suficiente para saber que Lexi era
necessária aqui. De certa forma, era profundamente
gratificante saber que, enquanto Bekah havia se casado com
Jack... Ela realmente nunca tinha tido o seu coração. Ele
tinha acabado de lutar contra seu amor por Lexi durante todo
o tempo. Ele certamente não tinha encontrado o que estava
procurando em um jogo com a cadela.

Richard soltou o ar pesadamente. Parecia que neste


caso estava lhe causando muita dor. Lexi não tinha escolhido

652
ele porque ia ser fácil. Ela esperava que ele não estivesse
perdendo o controle.

— Houve algumas mudanças de última hora. Desculpe


me repetir, Lexi, mas eu queria que você tivesse ficado em
casa.

— Última hora? - Perguntou Lexi, franzindo a testa.

— O que aconteceu? - Perguntou Jack. Ele cruzou os


braços, sua mandíbula apertando. Parecia que ele estava
pronto para ir direto ao que interessa.

Apesar da situação, Lexi sorriu, admirando o homem


que ele se tornou.

— Parece que o juiz permitiu que os Bridges


admitissem alguma evidência de última hora para o caso, -
disse Richard, sacudindo a cabeça. — Em todos os meus
anos...

— Foda-se, - disse Lexi, sentindo-se a outra queda de


sapato. Ela sabia que o pacote tinha sentido incompleto. O
que foi que a cadela escondeu?

Richard entregou a Jack um pacote de informações, e


Lexi olhou por cima do ombro para ler o que ele disse. Ela leu
rapidamente através do jargão jurídico que justifique Bekah
admitir novas provas após o período de descoberta designada.
A mente de Lexi já estava tentando descobrir como obter esta
jogada de fora. Não havia nenhuma maneira de isso pode ser

653
admitido nos tribunais. Por que o juiz permitiu Bekah
submeter esta?

Porque o juiz era propriedade de Bekah.

Lexi tinha suspeitado antes, mas isso parecia


confirmar em seus olhos. Nenhum juiz teria apenas permitido
Bekah produzir material novo sem alguma justificação séria.
Bekah foi estratégica em conter esta informação. Ela não
queria que ninguém visse até o dia de ir ao tribunal. Ela não
queria dar a Jack a chance de uma refutação. Agora, eles só
tinham uma hora antes da corte que estava em sessão para
discutir o que fazer com as novas informações... A menos que
eles pedissem uma mudança na data.

Olhando apenas para Jack, então, disse a ela que não


havia nenhuma maneira que ele iria concordar com isso. Ele
estava pronto para se livrar de Bekah. Ele iria continuar com
isso, mesmo que fosse contra o seu melhor juízo. Quando eles
iriam conseguir uma próxima data da corte? Bekah não vai
pressionar uma data mais rápida para assinarem o divórcio,
agora sabendo que Lexi e Jack estavam juntos. Ela iria,
atrasar, atrasar e atrasar.

Lexi apertou a ponta de seu nariz, entendendo então


porque Richard parecia mais degradado com o peso desta
notícia.

E, em seguida, Jack virou a página.

Sua boca se abriu, e ela se apoiou contra o braço de


Jack. Era uma foto dela e de Jack. Eles estavam na praia. Ela
654
estava enrolada em seus braços, a cabeça apoiada em seu
peito. Ela não podia dizer a partir do ângulo que ela havia
chorado. Ele só parecia que eles estavam juntos... Realmente
juntos. As próximas dez páginas eram daquela noite.

O coração de Lexi correu quando ela olhou para cada


uma individualmente. Estas foram de há muito tempo.

A imagem seguinte era no D-Bags. Merda! Quem quer


que tenha tirado a foto de alguma forma ampliada o
suficiente para colocar as mãos entrelaçadas. Ela tinha
esquecido completamente sobre isso. Tinha sido amigável.
Não tinha sido nada. Não tinha acontecido assim.

Jack folheou as fotos, uma de cada vez. Havia dezenas


deles juntos, alguns em seu apartamento, outros em almoços
juntos, um dele abrindo a porta de seu escritório depois do
expediente. Lexi se sentiu ofegante. Bekah estava seguindo-
os. Com a qualidade dessas fotos, Bekah deve ter contratado
um investigador particular.

Então, Jack virou-se para a parte de trás, e ambos


olhavam de queixo caído com uma imagem que, enquanto ele
estava desfocado e difícil de ver, era inconfundivelmente eles.
Nenhum jamais esqueceria aquela noite. As costas de Lexi
estavam pressionadas firmemente contra a parede, seu
vestido vermelho subiu acima de seus quadris com as pernas
envolvidos em torno de sua cintura. Não havia dúvidas sobre
o que estava acontecendo.

655
Ela ficou tão chocada com o grande volume de imagens
e a história sendo contada, que Lexi não poderia mesmo
começar a trabalhar sua mente para dizer a Richard quanto
isso era besteira total e absoluto. Jack tinha que jogar estes
fora. Não era verdade, mas porra, a partir deste enredo,
parecia crível para equilibrar ela. Lexi poderia ser responsável
por todos os momentos em que estas imagens tinham sido
capturadas. Nenhum deles foi medicado, mas também
nenhum deles era dela e Jack traindo... Com exceção da
última.

— Não, - disse Lexi, sacudindo a cabeça. — Vamos


encontrar um espaço para falar isso. É uma pista falsa. Ela
plantou uma pista falsa. Ela é foda em falsificar provas. Oh,
eu vou esfolá-la viva!

— Essa é uma ótima ideia, - disse Richard, fazendo um


gesto para que eles andassem por um corredor.

Lexi podia ouvir a melodia na risada de Bekah


enquanto se afastavam. Levou toda a força de Lexi para não
se virar e agarrar rosto da cadela fora.

Entraram em uma sala aberta, e Richard fechou a


porta.

— Algum de vocês vai explicar isso para mim, para que


possamos ter um ponto de partida sobre como lidar com isso?

— Mande o juiz jogá-las fora! Não é permitido.

656
Richard balançou a cabeça. — Precisamos de um plano
de ataque. O juiz já concordou em mantê-las. Ele deu uma
olhada e disse que era muito importante para não incluir.

— Qual foi o seu raciocínio por não tê-las mais cedo? -


Ela chorou.

— O investigador particular estava esperando por


imagens de vídeo, que foi realizado, - disse Richard,
sacudindo a cabeça. — Mentira. É assim que eu sei que está
tudo errado. Assim, um de vocês precisa começar a explicar.
Não temos tempo.

Richard puxou uma cadeira e sentou-se. Depois de


obter seu bloco de anotações e uma caneta, eles lançaram
para a história. Eles explicaram cada única imagem em
detalhe completo. Nenhum deles vacilou em suas histórias,
porque era a verdade. Pela primeira vez, eles não tinham
absolutamente nada a esconder.

— E a última? - perguntou Richard, levantando a


sobrancelha.

Lexi olhou para Jack, e ele suspirou e assentiu.

— Foi na noite anterior, em que eu propus a Bekah, -


disse Jack.

Richard largou a caneta. — Você não está realmente


me ajudando.

657
Lexi opinou durante. — Eu estava lá. Eu disse a ela
sobre isso. Eu posso nomear quase dez pessoas que foram
testemunhas.

— É tarde demais para testemunhas, mas isso vai ter


que fazer. Existe alguma coisa que qualquer um de vocês
possa pensar que iria mudar as marés? Eles vão trabalhar
este enredo muito duro. Eu já posso dizer.

Jack e Lexi olharam um para o outro, tentando decidir


se havia mais alguma coisa, mas não havia.

— Tudo bem. Isso é o que vamos fazer...

— É a verdade embora, Bekah sabia disso antes de nos


casarmos.

Essa coisa toda dependia, quer seja ou não, podia


provar que Jack não tinha traído. Se ele não tivesse assinado
o acordo pré-nupcial com a maldita Bekah dizendo que, se
qualquer um deles enganasse, o culpado tinha que pagar ao
outro uma quantia considerável, incapacitante, de dinheiro e
desistir de todos os ativos, em seguida, nada disso teria
mesmo assunto. Seria normal, meio a meio dividido, como
todos os outros divórcios.

Ele apertou-a levemente e sorriu para ela. — Não se


preocupe. Nós vamos passar por isso. Mentir nunca pareceu
funcionar. Talvez dizendo a verdade nos faça algum bem, - ele
disse com uma piscadela.

658
Lexi sorriu fracamente para ele. Ela queria ter o seu
otimismo naquele momento, mas este tinha ido de bom, para
ruim, para pior em questão de minutos. Ela não queria que
Bekah desmoralizasse Jack... A rasgá-lo para baixo até que
não havia mais nada. Lexi não queria pensar que Bekah era
capaz disso, mas Lexi não sabia. Ela só não sabia.

Quarenta e cinco minutos mais tarde, quando eles


foram chamados à sala do tribunal, eles tinham um plano de
jogo para saber como eles estavam indo para aproximar as
novas provas. Lexi respirou fundo, e Jack agarrou a mão dela
novamente.

Eles deixaram a sala de trás e caminharam até a


entrada da sala do tribunal. Bekah presunçosamente
caminhou diante deles. O jeito que ela olhou para eles fez
parecer que ela já tinha ganhado.

Lexi não sabia do que se tratava aquele olhar, mas


acendeu uma lâmpada em sua mente. Ela puxou
rapidamente o braço de Jack, quando ele tentou continuar a
andar para frente. Lexi estava balançando a cabeça,
percebendo o que estava faltando.

— Lex, vamos lá, - disse Jack, pedindo-lhe para ir


seguir em frente. — Vai ser breve.

— Eu tenho que conseguir algo. Acabei de me


lembrar... - Ela parou.

— O quê? - Perguntou Jack, seus olhos apontados para


ela.
659
Tinha certeza de que ele podia sentir Richard como um
punhal olhando para eles.

— Eu sei o que pode ajudar. Eu estarei de volta, - disse


ela, virando-se para sair.

— O quê? Lexi, - Jack chamou.

Ela parou e se virou.

— O que é isso? O que devo dizer ao Richard?

Lexi sorriu e sussurrou no ouvido de Jack.

Jack riu e acenou com a cabeça. — Tudo bem.

— Diga a ele para estar pronto, - disse ela, antes de


virar e correr para fora do tribunal.

~~*~~

Lexi perdeu quase tudo, mas isso não importava.

Ela tinha encontrado o que ela estava procurando. Ela


não tinha certeza de que ele ainda existia ou que seria o
suficiente, mas ela tinha que tentar. Jack ia tentar por ela.
Enquanto o juiz lhes permitiu contribuir mais informações
para o caso, então eles estariam em claro. Se Bekah tinha
comprado completamente o juiz de toda a sanidade, então
nada que eles fizessem iria ajudar de qualquer maneira.

Lexi aliviou tranquilamente na sala do tribunal e


sentou-se na parte de trás. Ela não precisava avançar até
Richard chamar por ela.

660
Lexi bateu o pé, impaciente. A adrenalina estava
bombeando em suas veias, e ela sentiu o familiar direito que
ela tem antes de colocar o prego no caixão de um caso que
tinha vindo a trabalhar há muito tempo. E Bekah certamente
foi um caso, Lexi estava tentando quebrar.

Bekah sentou na bancada, ela já havia feito o


juramento, e seu advogado estava fazendo algumas
perguntas. Bekah parecia à parte, e revirou o estômago de
Lexi. Ela havia sido treinada bem. Lexi nem sequer ouviu a
pergunta que seu advogado havia pedido, mas ela ouviu o
discurso que Bekah deu então. Foi claramente bem ensaiado.

— Enganar nunca é bom, mas em um casamento... -


disse Bekah, enxugando os olhos, — é muito pior. No
casamento, você assumiu um compromisso diante de seus
amigos, família e Deus. Você assinou um documento legal
com o Estado, reconhecendo que você é da família agora. É
diferente. Por que desperdiçar todo esse tempo e amor? Nada
destrói você tanto assim, e se isso acontecer, então você deve
voltar-se para o seu parceiro.

Bekah olhou para Jack, em seguida, com o que ela


estava tentando se passar com uma verdadeira tristeza.
Embora o ato de Bekah fosse bom, ainda era apenas um ato.

— O seu parceiro, - Bekah repetiu. — Não é mais


ninguém. Isso é o que o seu parceiro é. Se o parceiro não for,
então você deve ter pelo menos a decência de falar com ele.
Não coloque a outra pessoa através do toque para suas
próprias inadequações.
661
Lexi tinha certeza que ela ia vomitar se tivesse que
ouvir mais uma palavra da mentira que Bekah estava
jorrando. Sim, o que Bekah estava dizendo era verdade, mas
o contexto era todo errado. Jack não tinha feito nada!

Bekah continuou falando sobre as fotos e contando a


história fácil que foi girado para fora dos quadros. Lexi sabia
que estava chegando, mas ela ainda não podia deixar de se
encolher.

— Sem mais perguntas.

Ufa! A vez de Richard. Finalmente.

— Sra. Bridges, - disse Richard, de pé e caminhando


até ela, — você nunca comprou qualquer coisa para a Sra.
Alexa Walsh, que é representada aqui? - Ele bateu uma das
fotos na frente de Bekah.

— Eu não sei como isso é relevante, - Bekah respondeu


fazendo uma careta.

— Pergunta simples, Sra. Bridges. Será que você


comprou ou você não comprou qualquer coisa para a mulher
retratada aqui?

Os olhos de Bekah esvoaçavam ao seu advogado, em


seguida, para o seu pai sentado diretamente atrás do
advogado, e, em seguida, para Lexi. Lexi eclodiu em um
sorriso desafiador.

— Não. Eu não acredito que o fiz, - disse Bekah.

Mentiu. E sob juramento.


662
— Sério? - Perguntou Richard, levantando as
sobrancelhas. — Meritíssimo, eu gostaria da permissão para
apresentar duas peças de evidência perante o tribunal e pedir
uma intimação para o histórico do cartão de crédito da Sra.
Bridges.

— Oponho-me, - o advogado de Bekah gritou, em pé e


jogando o punho para baixo. — Novas evidências não são
permitidas durante o processo judicial.

— Quais as novas evidências? - Perguntou o juiz. — E


por que uma intimação? Explique-se, Richard.

Richard fez um gesto para Lexi para avançar, e ela se


levantou enquanto Richard continuou falando.

— Sra. Bridges afirma que meu cliente teve um caso


com essa mulher. Enquanto apenas algumas fotos,
desfocadas na melhor das hipóteses, mostram o meu cliente
tendo relações sexuais com a Sra. Walsh, podemos provar
que estas fotos foram tiradas antes do meu cliente estar
casado com a Sra. Bridges, desde que Sra. Bridges comprou o
vestido que ela tem nas fotos.

— Oponho-me, - disse o advogado dela de novo. — Não


há nenhuma razão para admitir isso para o arquivo.

— Se tivéssemos todas as provas que você estava


trazendo para a mesa dentro do prazo dado, então teríamos
facilmente obtido esta informação e se tivesse em arquivo
para você, - Richard falou dentro da corte.

663
— Calma, vocês dois, - disse o juiz. — Deixe-me ver o
que você tem.

Lexi entregou a Richard o material de seda vermelha


dobrada do vestido que ela usava para festa de aniversário de
Jack todos aqueles anos atrás. Ele havia sido jogado para o
fundo do seu armário, em Nova York, longe da vista, longe do
coração. Mas quando ela se mudou, ela o colocou em uma
caixa com um monte de outras coisas que ela nunca tinha
aberto. Ela ainda ia colocar quando ela recuperou a mão para
Richard.

Em seguida, ela passou-lhe uma foto que ela tinha


tirado da cômoda. Ela se sentiu mal por tê-la sem falar com
Ramsey, mas ele não estava em casa, e ela não tinha mudado
as coisas dela ainda. Ela e Ramsey tinham ido juntos na festa
de aniversário de Jack. Um fotógrafo de passagem no evento
tinha tirado a foto naquela noite, ela podia ver a festa de
aniversário dos vinte e cinco anos de Jack e no fundo havia
uma faixa pendurada em toda a parede traseira que dizia:
Feliz 25 Aniversário, Jack. Era fraco, mas estava lá. Não
havia dúvidas. Lexi sempre tinha escondido a imagem por
trás de alguns outras que estavam bagunçadas em sua
cômoda, mas Ramsey sempre tinha gostado... Assim que ela
tinha guardado. Agora, ela estava feliz que ainda tivesse.

Richard passou as provas para o juiz e explicou cada


uma delas completamente. Lexi pensou que Bekah e seu
advogado estavam para entrar em combustão. Ela nunca
tinha visto Bekah desgastar nas bordas como nesse

664
momento. Bekah ia ter uma explosão. Lexi podia vê-la, e
assim, ela apenas sorriu para Bekah.

Tome isso, cadela!

O juiz olhou para a foto e o vestido e balançou a


cabeça. Ele estava murmurando baixinho para si mesmo.
Lexi não poderia entender o que ele estava dizendo, mas ela
pensou que poderia ter ouvido filhos de maldição. Talvez ela
tivesse ouvido errado.

— Sra. Bridges, você estaria disposta a apresentar uma


cópia do seu histórico de cartão de crédito para o tribunal no
tempo em que esta foto foi tirada? - Perguntou o juiz.

Bekah engoliu em seco e assentiu. — Sim, senhor.

Lexi podia ouvir o medo em sua voz. Tinha certeza de


que o juiz viu tudo sobre o rosto de Bekah. Falsificar provas,
mentir sob juramento. Bekah estava certamente somando
todas as coisas que tinha dado errado em seu plano.

— Bom. Vamos dar um breve recesso para mim, para


determinar se deve ou não prosseguir com esta nova
evidência ou para reunir em um momento posterior quando
tudo isso pode ser processado corretamente, - disse o juiz,
batendo o martelo para baixo e dando-lhes uma pequena
pausa.

Richard e Jack seguiram Lexi de volta para fora da sala


do tribunal e em sua sala mais uma vez.

665
Quando a porta se fechou atrás deles, Richard
começou a falar. — Essa prova vai empurrar o resultado de
uma divisão meio a meio, - disse ele, confiante. Ele parecia
praticamente tonto de alívio. Ele tinha tido certeza de que
Jack ia se livrar de tudo.

Meio a meio era muito melhor do que perder todo


sustento de Jack para a cadela, que nem sequer precisa!

— Bom, - disse Jack. — Nós não precisamos empurrar


para algo mais do que isso. Eu só quero que seja logo.

— Ela vai ter que recuar. O juiz parecia que ia ter de


usar a evidência após os comentários de Bekah, - disse
Richard. — Que bom que você pensou sobre o vestido.

Jack encontrou a mão de Lexi, mais uma vez e puxou-a


para mais perto dele. — Isso é bom.

— Eu não queria que ela se safasse, - disse Lexi


suavemente, seus olhos castanhos encontrando seus olhos
azuis bebês.

Ela desejava naquele momento que eles estivessem


sozinhos e isso tivesse acabado. Ela só queria começar de
novo com Jack. Depois de hoje, eles iriam finalmente se livrar
de Bekah e do passado e poderiam pensar concretamente
sobre o futuro.

Falaram por mais alguns minutos sobre o que fazer


daqui para frente, e, em seguida, eles foram chamados de
volta para o tribunal. Lexi tomou o assento diretamente atrás

666
de Jack neste momento. Ficou claro que ela era parte desta
audiência mesmo, Richard queria que ela fosse. Ele
provavelmente estava agradecendo-lhe neste momento uma
vez que, com base no acordo pré-nupcial, o ofensor teria que
cobrir seus honorários advocatícios.

O juiz caminhou de volta para sua cadeira e sentou-se.


— Eu decidi incluir a prova no arquivo e que a Sra. Bridges
produza a documentação necessária. Vamos parar para o
almoço e voltar em uma hora. - Ele bateu o martelo para
baixo e desapareceu tão rapidamente como veio.

Uma hora chegou e passou tão lentamente que Lexi


sentiu como se estivesse tentando nadar através da água no
ombro, contra a corrente. Ela comeu alguma coisa, mas ela
realmente não podia contar a ninguém o que era. Jack tinha
sido tão tenso durante o intervalo. Ele desejava acabar com
isso mais do que ninguém. Ele era o único que teve que lidar
com isso durante os últimos nove meses e lidar com Bekah
quatro anos mais do que isso. Com certeza seria um alívio
como nada que já tinha experimentado de ter isso tudo
acabado.

Lexi e Jack voltaram para o tribunal juntos. Ela


esperava que ela pudesse arcar com um pouco da tensão
para ele, que era tudo o que poderia esperar. À medida que se
aproximava da entrada, ela percebeu alguém parado do lado
de fora com os braços cruzados sobre o peito. Lexi olhou
contra o sol brilhando em seus olhos. Tinha certeza de que
ela estava imaginando o que ela estava vendo. Quando ela se

667
aproximou, percebeu que seus olhos não estavam enganando
ela.

— Clark, - disse Lexi provisoriamente em saudação. O


que o ex-namorado está fazendo aqui? — Ei.

Jack reforçou seu aperto em sua mão como se ele


pensasse que ela poderia se afastar, mas ela não tinha
intenção. Ela não sentia absolutamente mais nada por Clark.
Se ela não tivesse se afastado na frente de Bekah, ela
certamente não ia considerar Clark.

— Lexi, - disse Clark, acenando para ela. — Jack. Não


é engraçado, vendo vocês dois juntos? Não? Não, não
realmente, eu acho.

— Ei, - disse Jack, apenas como tentativa.

— Você está no tribunal hoje? - Perguntou Lexi,


tentando descobrir por que ele estava aqui.

Ele estava no negócio, mas ela não tinha mantido o


controle sobre o que ele estava fazendo. Ela não tinha, na
verdade, até mesmo sabia que ele ainda estava na cidade.

Clark sorriu e balançou a cabeça. — Não. Eu vim para


falar com Jack na verdade.

— E aí, cara? - Perguntou Jack.

Clark se adiantou e deixou cair os braços. Lexi tinha


ideia do que se tratava. A última vez que tinha visto Clark
tinha sido no casamento de Jack. Ele tinha sido um estúpido
total com ela, e tudo tinha ido por água abaixo.
668
Clark estendeu a mão trêmula para Jack. Jack olhou
para ele, hesitante, como se estivesse se perguntando o que
fazer com tudo isso, mas, em seguida, decidiu que ele não
tinha nenhum motivo real para não tomar a mão oferecida,
então Jack apertou sua mão.

— Eu só queria dizer que estamos quites, - disse Clark,


apertando.

— Estamos quites?

— Há muito tempo atrás, você levou o que era meu, -


disse Clark, completamente calmo, — e agora, eu tomei o que
era seu.

Jack baixou a mão e recuou. Ele inclinou a cabeça


para o lado. — Do que você está falando?

— Eu sabia que ela nunca lhe diria nada porque ela é


um tanto covarde como você era. Então, eu queria vir e
certificar-me de que você ouviu falar por mim mesmo. Eu
tenho dormido com sua esposa desde o ano passado, - disse
Clark calmamente sem vacilar um único segundo ou um
pingo de remorso.

— O quê? - Perguntou Jack. Ele parecia tão surpreso


quanto ela se sentia.

— Nós nos conhecemos em seu casamento e nos


encontramos por acaso outra vez, provavelmente, um ano
depois, - explicou Clark. — Levei apenas um par de semanas
para levá-la para a cama. Eu realmente pensei que você iria

669
perceber seus próprios padrões de quando eles eram usados
contra você.

Jack apenas olhou. Não havia nada que qualquer um


deles poderia dizer para o que estava saindo da boca de
Clark.

Clark riu de sua expressão pasmo. — Alguma vez lhe


ocorreu para você? Pense em todas as vezes que ela estava
desaparecida. Sua viagem de praia? Ela estava comigo. Após
a abertura da ala médica? Ela estava comigo. Você já se
perguntou por que ela contratou tantos advogados de
divórcio? Esse foi o dia em que ela pensou que você poderia
ter suspeitado dela. Por que ela reclamou que você a tinha
enganado, além do fato de que você provavelmente fez? A
defesa mais fácil é uma ofensa forte. Ninguém jamais
suspeitaria.

Jack desviou o olhar com um suspiro. Lexi poderia


dizer que Clark estava à procura de uma resposta maior. Ela
acreditava sinceramente que ele queria Jack para balançar
sobre ele. Mas Jack apenas balançou a cabeça depois de um
minuto e voltou a olhar para Clark.

— Então, é bom eu estar me divorciando dela, - disse


Jack, cruzando os próprios braços. — Você testemunharia
isso sob juramento?

Lexi sentiu sua mente processar o que estava


acontecendo. Era como o clique de um bloqueio feito depois
de entrar a combinação certa. Se Jack trouxesse Clark como

670
testemunha de traição de Bekah, então a cláusula pré-
nupcial de infidelidade passaria para Bekah... E ela poderia
perder tudo.

— Você não vai mesmo ter que dizer qualquer coisa, -


disse Lexi rapidamente. — Só você estar lá vai ser o suficiente
para fazê-la admitir isso para si mesmo.

— Por que eu deveria ajudar a qualquer um de vocês? -


perguntou Clark.

— Você só está eliminando a verdade, - disse Jack,


raciocinando com o homem que tinha sido seu amigo.

Clark só se preocupava com a verdade. Isso era o que


ele queria de Jack e Lexi quando tinha sido enganado. Ele
não podia deixar Bekah fugir com a mentira, também.

— Se você sair agora, ela vai mentir e dizer que isso


nunca aconteceu.

— Por favor, Clark, - disse Lexi, na esperança de que


em algum lugar do homem quebrado que ela estava olhando,
ainda havia alguma humanidade esquecida.

Ele balançou a cabeça, mas depois de um minuto, ele


finalmente suspirou. — Eu não vou dizer nada?

E eles o tinham.

De volta ao tribunal, eles falaram para Richard sobre o


que tinha acontecido. A melhor parte de tudo era ver a cara
de drenagem de todas as cores de Bekah quando Clark
entrou atrás de Lexi e Jack. Ela cobriu a boca e na verdade,
671
parecia que ela poderia estar doente. Seus olhos estavam
arregalados e não apenas com o medo, como Lexi
suspeitava... Mas talvez, apenas talvez, algo mais.

Lexi não tinha certeza se teria acreditado se não tivesse


visto com seus próprios olhos, carinho... Amor mesmo. Bekah
realmente se preocupava com Clark. Puta merda! Lexi não
achou que a cadela tinha um coração. E agora, eles estavam
prestes a bater nele.

Que apropriado.

Depois que o juiz voltou e deu a sua peça sobre o caso,


Richard fez o seu movimento para entrar em cena.

— Meritíssimo, nós gostaríamos de mudar o nosso


arquivo de nenhuma falha de violação da cláusula de
infidelidade nos acordos pré-nupciais assinados e
testemunhados pelo meu cliente e a Sra. Bridges. As
evidências recentes mostram que a Sra. Bridges entrou em
um caso sexual com outro homem, enquanto estava casada
com o meu cliente. Nós temos o homem em questão aqui para
testemunhar, se a Sra. Bridges permitir-se desmentir as
acusações, - disse Richard esperto.

Bekah abriu a boca para falar, mas seu advogado


colocou a mão no ombro dela, efetivamente silenciando-a.

— Minha cliente não tinha conhecimento desta nova


evidência, e não ter sido dado tempo suficiente para se
preparar para a defesa. Gostaria de solicitar que adiássemos
o caso e nos reunir em uma data futura.
672
Bekah deu uma tapa na mão dele e endireitou-se. Ele
olhou indignado e talvez até um pouco como se tivesse
rachado.

— Meritíssimo, eu nunca terminei de interrogar a


testemunha, - Richard disse dentro da corte. — Eu acredito
que nós devemos começar com a Sra. Bridges de volta na
posição.

— Sra. Bridges, autoriza a retornar à posição? -


perguntou o juiz.

— Não, ela certamente não vai, - disse seu advogado.

— Sra. Bridges? - O juiz implorou, ignorando seu


advogado e olhando diretamente em seus olhos azuis
brilhantes.

Era como se ele pudesse ver que ela era um rato


encurralado e talvez até mesmo ele não quisesse vê-la fugir
também.

Bekah olhou primeiro para Jack e depois para Lexi


sentada atrás dele. Ela parecia estar cavando um buraco e se
enfiando dentro dele. Ela estava tentando encontrar uma
maneira de sair de tudo isso, mas não estava produzindo
nada. Não havia nenhuma maneira de sair. Mesmo se ela
esperasse por outra data, Clark tinha confirmado essa
história, e tudo o que eles precisavam era a ameaça dele no
registro.

673
Foi quando os olhos de Bekah encontraram Clark. Lexi
viu o olhar que passou entre eles, e ela sabia muito bem o
que estava acontecendo na mente de Bekah. Um amor
perdido... Um desesperado, amor imprudente, que Bekah
tinha sido estúpida o suficiente para cair. Clark virou o rosto
para longe dela, e a delicada corda que Bekah estava
segurando quebrou.

— Sim, - a voz de Bekah soou claramente. Ela voltou-


se para o juiz. — Sim, eu vou voltar para o púlpito.

Lexi estava chocada. A menina estava indo para o


próprio túmulo. Era como se ela tivesse atingido um ponto de
ruptura. Seu advogado entrou em colapso em sua cadeira e
ergueu as mãos. Lexi entendia sua preocupação.

Eles juraram Bekah de volta, e no registro, Richard


perguntou se ela tinha tido um caso com Clark. Depois de
alguns minutos de insistência, Richard conseguiu puxar a
verdade dela. Quando as palavras saíram de seus lábios,
confessando que ela estava dormindo com Clark por mais de
um ano, Bekah realmente quebrou em lágrimas. Lexi nunca
tinha visto Bekah chorar. Lexi não tinha acreditado que
Bekah era capaz disso.

E tudo o que Lexi podia ouvir através de soluços de


Bekah foi: — Eu pensei que ele me amava. Ele disse que me
amava.

Lexi não conseguia superar o fato de que Bekah era


humana. Apesar de tudo o que tinha acontecido, Lexi não

674
podia acreditar que Bekah foi capaz de mostrar qualquer
emoção, exceto pela malícia. Ela realmente não fazia Lexi se
sentir mal por ela, desde que Bekah tinha posto muito por
isso, mas Lexi fez pelo menos a entendia naquele momento.
Lexi tinha feito o mesmo com Jack, repetidas vezes. A única
diferença era que Jack realmente amava Lexi. E ele estava
olhando para ela logo em seguida como se ele nunca fosse
parar.

Os advogados fizeram suas considerações finais, e, em


seguida, o juiz fez a sua decisão oralmente antes de todo
mundo. Ele anunciou que Bekah violou a cláusula de
infidelidade no acordo pré-nupcial. Devido a isso, todos os
bens conjugais passariam para Jack, e Bekah deve a ele uma
quantia previamente combinado que fez girar a cabeça de
Lexi com zeros.

Bekah parecia que estava em choque completo, e seu


pai parecia prestes a surrá-la. Ela tinha quebrado as regras.
Ela fez exatamente o oposto do que ela tinha vindo fazer aqui.
Ela não só humilhou a si mesmo, mas toda a família Bridges.
E Lexi sabia que tipo de consequências que isso teria sobre
Bekah.

O juiz manteve a fotografia, por agora, mas ele


entregou o vestido de volta para a proteção de Lexi. Clark
tinha que trocar algumas palavras com Jack antes de sair, e
Lexi estava feliz que Clark não tinha tentado falar com ela.
Ela não tinha certeza do que ela teria sido capaz de dizer a
ele. Ele tinha sido desnecessariamente cruel. Claro, foi a

675
Bekah, que merecia tudo o que estava vindo para ela e mais,
mas Lexi não queria ter de enfrentá-lo por isso.

O pai de Bekah a conduziu para fora da sala do


tribunal com pressa, e Lexi e Jack seguiram logo atrás deles
com um sorriso. Lexi podia ouvir os sussurros que passavam
entre Bekah e seu pai, quando ele a repreendeu. Lexi só sabia
o que estava acontecendo, porque ela tinha estado em torno
dos Bridges suficiente para pegar as suas manias.

Jack estava ao seu lado, um sorriso brilhante no rosto.


Ele se inclinou e sussurrou em seu ouvido: — Nós somos
livres.

Lexi sorriu brilhante.

— Eu te amo, - disse ele.

Lexi olhou para o lindo rosto de Jack, e ela sabia, sem


dúvida que um dia não tinha passado quando ela não amasse
esse homem. — Eu também te amo.

Eles caminharam por Bekah e seu pai no caminho para


fora do prédio, e Lexi ouviu a palavra ‘puta’ ecoar atrás dela.
Lexi levantou as sobrancelhas e parou de caminhar.

— Só me dê um minuto, - Lexi disse para Jack.

Ele olhou ameaçadoramente para ela, mas ela só deu


um sorriso tranquilizador e virou-se para enfrentar Bekah.

— O que diabos você quer? - Bekah estalou quando


Lexi se aproximou.

676
— Rebekah! - Disse o pai. Ele sabia que alguém poderia
estar ouvindo. Ele era um profissional para isso.

— Eu só queria dizer obrigada, por tudo, - disse Lexi,


com um brilho em seus olhos castanhos.

Ela jogou o vestido vermelho no peito de Bekah, e


Bekah pegou instintivamente.

— Eu pensei que você poderia usar isso, pois tudo que


você quer nunca foi bom o suficiente para os meus segundos
desleixados.

— Sua vadia! - Bekah rosnou, se lançando para Lexi.

Os olhos de Lexi se arregalaram, e ela cambaleou para


trás alguns metros fora do alcance de Bekah. O pai de Bekah
agarrou em torno de sua cintura e segurou-a de volta.

Pressão. Pressão. Pressão. Pressão. Pressão.

Flashes dispararam por cima, pegando a coisa toda


para a câmera. Um repórter apareceu em sua linha de visão.
Ficou claro a história já estava se formando na cabeça do
repórter.

Golden Girl da empresa Bridges, Bekah Bridges, ataca a


nova namorada do ex-marido. Pai impede delirante lunática.

Ok, então a imaginação de Lexi tinha embelezado a


última parte, mas seria um bom título.

— Você acha que ganhou? - Bekah estalou. — Porra,


eu ganhei. Você nem sabe o que eu fiz. Você e Ramsey nunca

677
vão ficar juntos. Eu asseguro que quando eu plantei aquela
prostituta, Elisa.

Lexi engasgou. Sua mão voou para sua boca enquanto


as palavras afundam dentro dela. De repente, tudo fez
sentido como Elisa entrou na festa em primeiro lugar e por
que ela estava tão ansiosa para poder atacar Ramsey, mesmo
quando ele era claramente uma causa perdida.

A realização feita por Lexi sentia-se tão mal por


Ramsey. Eles tiveram que passar por tudo isso por nada,
porque sua irmã era o diabo. Lexi desejou que ela a tivesse
conhecido desde o início. Ele poderia ter feito toda a diferença
no seu relacionamento. Ela mordeu o lábio e considerou que
Bekah havia orquestrado. Mas no final... Ele provavelmente
não teria mudado tanto assim. Ele teria tido o mesmo
resultado. Sabendo disso agora fez o peito de Lexi se sentir
mais leve. Ramsey era o homem que ele sempre disse que ele
era. Lexi sabia disso, com certeza agora. — É isso mesmo! Eu
a ajudei, - disse Bekah, oscilando claramente fora da borda.
— E eu ajudei Parker a achar aquela papelada. Ela veio até
mim, querendo provar que ela estava certa, e assim eu provei
que ela estava certa.

— Você quis manufaturar a documentação da clínica? -


Perguntou Lexi, imaginando como devastado Ramsey ficaria
se ouvisse isso tudo de novo. Ela não podia acreditar o
quanto baixo Bekah tinha ido para colocar uma separação
entre Lexi e Ramsey.

— Eu não preciso. Meu irmão era um idiota, - disse ela.


678
Seu pai tentou acalmá-la, mas ela apenas passou por
ele.

— Eu só conhecia a pessoa certa para pedir para obter


a papelada e Parker estava procurando. E agora, você não vai
tê-lo!

Lexi assentiu. Ela não tinha Ramsey mais. E talvez em


parte fosse por causa de Bekah e o que ela tinha feito. Mas as
peças já estavam no lugar. As fendas já tinham estado lá. O
relacionamento deles não tinha fraturado por causa de
Bekah. Eles haviam acabado de cair aos pedaços. Ela
esperava que o que Ramsey faria depois disso... Ele devia
ficar bem longe de sua irmã louca.

— Você sabe Bekah? - Perguntou Lexi, ignorando os


repórteres e intensificando a conhecê-la. — Eu realmente
tenho pena de você.

— Não tenha pena de mim. Eu tenho o mundo.

— Você não tem nada, pelo menos nada que realmente


importa. As únicas coisas que você gosta são dinheiro, status
e sua preciosa reputação. Isso motiva você a se iludir e
pensar que você estava feliz. Mas todas estas coisas podem
deixá-la num piscar de olhos. Uma vez que todos eles se
foram, o que você tem? Nada. Seu irmão despreza você. Seu
marido a deixou. Seu melhor amigo não pode mesmo confiar
em você. E você liga para desconhecidos pela atenção que
anseiam desesperadamente, e você confunde isso por amor, -

679
Lexi disse a ela. — Então, eu vou repetir. Tenho pena de você,
e ainda assim, eu acho que é mais do que você vale a pena.

Ela sentiu Jack colocar a mão em seu ombro. —


Vamos. Vamos sair daqui.

Lexi balançou a cabeça para Bekah, conhecer outra


réplica afiada estava por vir. Mas Lexi estava sobre ela. Ela
não estava se casando pela família Bridges. Jack estava livre
de Bekah. Lexi tinha a sua paz. Lexi seria feliz em nunca
mais ver a cadela novamente para o resto de sua vida.

— Sim, - ela disse, olhando Bekah para cima e para


baixo com desgosto. — Vamos.

— Jack! - Bekah praticamente gritou. — Aqui, toma


essa coisa imunda. - Ela atirou o anel de diamante reluzente
em seu peito, e ele pegou-o facilmente em sua mão.

Ele olhou para ela por um segundo. — Não, você pode


ficar. Ele foi feito para você, - disse ele, jogando-o inutilmente
de volta em sua direção. — Eu ainda tenho o que significa
algo para mim.

Bekah engasgou. — Você quer dizer que ela estava


certa? Você me deu um diamante falso?

— Ah, é de verdade, mas você nunca recebeu o anel da


minha avó.

Lexi cobriu a boca para não rir histericamente de


Bekah, cuja boca estava entreaberta. Jack passou o braço em
volta da cintura de Lexi e guiou-a para longe. Bekah começou

680
a chamar-lhes até mesmo enquanto eles caminhavam de
volta para o carro de Jack.

— Sobre o que você está sorridente? - Ela perguntou,


com o coração ainda acelerado do confronto.

Ele riu. — Você é tão quente quando você está com


raiva.

Lexi não conseguiu conter o riso dela. — Pelo menos


isso não mudou.

— Nunca, - disse ele, encontrando seu olhar, seus


olhos se tornando azul cristalino. — E eu estou pronto para
levar minha garota para casa e mostrar-lhe exatamente o que
faz a mim.

681
Capitulo 25

Presente

Lexi envolveu, mais uma vez, seu lenço de malha cor de


caramelo em volta do seu pescoço, tentando lutar contra as
temperaturas que havia caído rapidamente. Era início de
maio, o tempo era notoriamente frio em Nova York, o verão
ainda não havia mostrado sinais através das nuvens. Era
bom estar de volta no campus da NYU. Ela não tinha
percebido o quanto sentia falta da cidade e de seus antigos
lugares preferidos na faculdade de direito, até estar de volta.

Depois de falar com Chyna, Lexi tinha decidido voltar à


cidade com Jack para visita-la. Ele tinha estado lá com ela
durante o ultimo inverno em Nova York, mas agora ela tinha
muito mais para mostrar-lhe, desta vez, eles passariam a
maior parte de seu tempo vagando pela cidade e visitando
todos os seus restaurantes favoritos. Tinha vivido uma
experiência totalmente diferente com Jack. Depois dessas
duas ultimas semanas, ela estava feliz por tudo que
compartilhou com Jack.

Os dois tinham deixado suas residências anteriores, e


por enquanto, estavam vivendo juntos em seu pequeno
apartamento de um quarto em Atlanta. A maioria de seus

682
móveis estava em um armazém fora da cidade, ainda não
haviam decidido o que fazer com os mesmo.

Lexi tinha pensado que Jack iria manter as coisas dele


na casa que agora lhe pertencia, mas assim que foi repassado
em seu nome, ele se reuniu com um agente imobiliário para
se livrar da propriedade. Ele não queria mantê-la como uma
lembrança por muito mais tempo, do que Lexi queria. Ele
ainda esperava a separação de bens do divórcio de Bekah.
Enquanto ele estava desconfortável com isso, a verdadeira
questão é que com a quantidade de dinheiro que ele
receberia, seria o suficiente para ambos começar de novo em
qualquer lugar.

E Lexi estava pronta para sair de Atlanta. Os Bridges


possuíam metade da cidade e ela realmente não queria estar
por perto para qualquer reação deles.

— Está ficando tarde, - disse Lexi, enquanto conduzia


Jack do outro lado da rua da faculdade para a beira do
Washington Square Park.

— Ainda não está escuro, - disse Jack a ela,


envolvendo-a com um braço em volta dos seus ombros para
tentar aquecê-la.

— Mas está frio. - Ela enterrou os dedos nos bolsos do


seu casaco de marinheiro de cor branca.

Jack riu. — Podemos olhar para o arco mais uma vez?

683
— Você quer caminhar pelo parque antes do anoitecer?
Você quer ser assaltado? - perguntou Lexi.

— Viva um pouco. Nós vamos ficar bem, - disse Jack,


balançando a cabeça para ela.

Lexi deu de ombros e se dirigiram para a entrada. Eles


ainda tinham luz suficiente para poder andar pelo parque
antes do anoitecer. Lexi sabia das histórias que acontecia no
Washington Square Park, à noite, e ela não se importava,
pois se sentia segura com Jack. E eles não iriam ficar lá por
muito tempo.

Jack demonstrava uma tensão quando caminhou pelo


parque, retirando suas mãos do bolso. Elas balançavam
soltas entre eles quando uma brisa agitou os seus cabelos
envolvendo o seu rosto. Enquanto caminhava perante o
circulo gigante que levava até o arco, Lexi riu da situação
lutando para colocar o seu cabelo no lugar.

Eles pararam em frente à estátua de mármore colossal


que era uma réplica do modelo do Arco do Triunfo de Paris.
As luzes já se havia se acendido, iluminando a grande
construção. Lexi e Jack passaram pelo arco, rindo sobre as
semelhanças entre ele e a copia. Os alunos não eram
autorizados a passar sob o arco no campus, em virtude disso
não quiseram se arriscar.

Jack circulou envolto do arco, indo para frente da obra


encontrando duas esculturas de George Washington, exibido
uma imagem alta e prepotente do antigo presidente. Lexi

684
tinha passeado por aquele local muitas vezes, mas com Jack
sentiu que era a primeira vez que ela estava realmente
apreciando tudo.

— Este pode ser o meu lugar favorito na cidade, - disse


Jack.

— Por quê? - Perguntou Lexi, franzindo o cenho. Ela


gostava do arco, mas havia tantos lugares incríveis na cidade.
Ela acreditava que não poderia escolher um predileto.

— Porque eu estou aqui com você.

Lexi colocou os braços ao redor de seu pescoço. — Jack


Howard, quando você se tornou uma pessoa romântica?

Ela roçava levemente o seu nariz contra o dele quando


o mesmo a agarrou em torno da cintura. Sentia-se
absolutamente feliz de estar naquele local, em pé, envolta por
Jack daquela forma. Eles haviam se escondido e lutado
contra os seus sentimentos por tanto tempo, e agora ela não
precisaria mais se segurar, ela sentia algo irrompendo dentro
dela.

— Não diga nada a ninguém. Eu tenho uma reputação


a zelar, - brincou ele, deixando-a de boca aberta.

— Ah, sim, não gostaria de prejudicar a sua reputação


idiota.

— Você está me martirizando, amor, - disse ele contra


sua boca.

— E você gosta disso.


685
— Eu amo tudo de você.

Lexi abaixou a cabeça em seu ombro. — Você sabe


deixar uma garota vermelha.

— Pode apostar que sim, - disse ele com voz rouca em


seu ouvido.

Ela sorriu sedutoramente enquanto agarrava a gola do


casaco cinza puxando-o para a rua. — Espere por hoje à
noite.

— A noite vai custar para chegar.

— Então, seja paciente.

— Esperei por você sempre, Lex, - disse ele, parando


nas trilhas que se seguia, tomando seu rosto levemente com
as mãos. — Eu sempre vou ser impaciente. Eu quero você o
tempo todo. Eu quero você agora.

Lexi acreditou que desmaiaria com as suas palavras,


sentindo os seus joelhos fraquejarem. Ela olhou fixamente
para aqueles olhos azul-bebê. Deus, ela amava esse homem.

— Está um pouco frio lá fora para eu poder sair daqui,


- disse ela com uma piscadela.

— Não me tente, - ele rosnou.

— Eu sempre serei sua tentação.

686
Jack sorriu com aquele sorriso de parar o coração, e
nesse momento Lexi sabia que ela iria segui-lo a qualquer
lugar. Sexo no parque não estava parecendo uma opção tão
ruim assim, principalmente com essa expressão em seu rosto
dizendo que valeria a pena esse tempo juntos. Sempre
valeria.

— Nós... Temos que ir visitar a Chyna, - Lexi


murmurou, tentando mantê-los centrado no caminho certo.

— Você realmente vai me fazer esperar? E se quiser


toma-la e lhe possuí-la agora? - Ele perguntou, andando pelo
parque cada vez mais decidido.

— Eu não iria impedi-lo, - disse ela com um sorriso no


rosto.

— Porra, como posso, controlar-me, quando você olha


para mim desse jeito?

— E você se controla?

— Quanto tempo nós ainda temos? - Perguntou Jack,


guiando-a por uma trilha lateral no parque.

Lexi tinha andado naquele local algumas vezes, e ela


sabia que estava longe o suficiente da saída e que
provavelmente não seriam perturbados por ninguém. Seu
coração disparou frente à antecipação do que estava por vir.

— Não o suficiente, - ela sussurrou.

Mas ela não se importava. Chyna iria perdoá-la, certo?

687
— Oh bem. - Jack olhou ao redor.

Já estava bastante escuro o local. Seria improvável


alguém aparecer onde ambos estavam.

— Isso vai ter que ser o suficiente, - disse ele.

Suas mãos logo emaranharam os cabelos de Lexi,


puxando a sua boca de encontro à dele, pressionando as
suas costas contra a base de uma grande árvore. Seus beijos
foram aquecendo e intensificando em apenas poucos
minutos. Sempre foi assim, cada vez mais quente,
apaixonado, febril. Nunca era o suficiente para os dois. Eles
não podiam parar, e o bom de tudo é que não precisariam.

Lexi enfiou os seus dedos dentro da blusa de tecido


escuro de Jack, antes de passar suas mãos frias por baixo da
camisa tocando ao longo do seu estômago. Em resposta ao
toque ele arquejou com a diferença de temperatura, mas não
o suficiente para fazê-lo parar de beijá-la. Ele agarrou uma de
suas pernas cobertas por uma fina camada de meias pretas,
entrelaçando ao redor de sua cintura, dirigindo sua outra
mão de encontro a barra da sua saia. De forma provocativa,
ela passou a mão suavemente ao longo das bordas da sua
calça.

— Foda-se, - ele gemeu.

Sua mão deslizou até a parte inferior da sua saia,


fazendo-a arquear suas costas para poder sentir mais o seu
toque. Ele riu de sua necessidade, no mesmo instante que
passou suas mãos de forma lenta até sua coxa. Seu corpo
688
estava pulsando, e ela estava pronta, queria arrancar suas
calças juntas para se entregar por completo. Ela precisava
senti-lo, sentir a adrenalina de seus corpos unidos.

O polegar de Jack encontrou seu clitóris através da


calcinha, fazendo movimentos circulares envolta dela, seu
corpo parecia que iria entrar em combustão. Um gemido
escapou de seus lábios, e ela se agarrou ao seu cinto,
desejando senti-lo mais perto. O gemido deve ter sido muito
alto, pois Jack cobriu a sua boca novamente com seus lábios,
apertando sua ereção que crescia rapidamente contra ela. Ela
choramingou através dos beijos enquanto seus corpos se
moviam juntos, desesperada para senti-lo. Sua mão se
atrapalhou ao se desfazer da fivela do cinto. Ela finalmente
puxou o fecho, desabotoando as calças, deslizando o zíper
para baixo. Sua mão encontrou logo sua espessura através de
seu jeans, e ela logo deslizou suas mãos por todo o seu
comprimento.

— Jack, possua-me, - ela rosnou em seu ouvido.

Ela não precisava pedir mais, ele pegou as suas calças


e com força levou-a até o chão. Ela esperava que não
tivessem que correr, mas, neste momento, ela não poderia se
importar menos. Jack retirou seu membro dos limites da sua
cueca, e empurrou Lexi com mais força contra a árvore. Seu
corpo pulsava com o calor irradiante que emanava deles.

Este era o seu Jack.

689
Ele levantou-a do chão com facilidade, pressionando o
seu pau contra a sua abertura, em seguida, deslizando-se
para dentro dela. Sua vagina foi preenchida por ele,
comprimindo em volta da invasão bem-vinda.

— Esta é apenas uma forma de como eu gosto de ver


você, - disse ele, pegando uma de suas mãos, colocando-a em
volta de sua cabeça, e depois repetindo o mesmo com a outra.

Ela sorriu para ele, diante da sensação dele dentro


dela, completamente exposta para ele. — Eu vou tentar
segurar os meus gritos, - disse ela em tom desafiador.

— Não faça isso. O mundo perderia uma sinfonia.

Ela riu até que ele saiu de lá lentamente. Foi o único


movimento lento dele, depois disso enfiou-se dentro dela com
força, uma e outras vezes mais. O risco de ser pego apenas
intensificou a emoção e desespero em seus movimentos. E ele
a levou desenfreadamente, em uma forma que não deixou
nenhuma dúvida em sua mente que nunca mais haveria
nada parecido com isso, ninguém mais como seu Jack.

Ele poderia tê-la brutalmente, lento, rápido, irregular


ou de qualquer jeito, e ela gostava. Ela sempre ansiava por
mais. E ela não podia imaginar um tempo em que deixaria de
querê-lo.

Com Jack movimentando-se dentro dela, Lexi acreditou


que o seu mundo começaria a inclinar - do jeito que sempre
acontecia com Jack. Sua respiração se acelerou, e ela sentiu
a primeira onda de orgasmo sobre seu corpo. Apertando-se
690
em volta dele, ele atingiu o clímax junto com ela. Ainda
sentindo os amontoados de prazer correndo em seus corpos,
Jack apoiou sua testa na cabeça de Lexi.

— Minha, - ele sussurrou.

— Para sempre.

Eles já haviam se separado e quando já estavam se


ajeitando para retornar a caminha eles ouviram alguém
limpando a garganta por traz deles, chamando-lhes a
atenção.

Lexi deixou cair suas mãos imediatamente, e Jack


saltou-se para longe. Os dois se viraram, para enfrentar a
fonte da interrupção, e viram um jovem policial que estava
nas proximidades.

— Desculpe oficial, - disse Jack com um gesto.

— Andando, - disse o rapaz. Ele tentava conter seu


divertimento enquanto os repreendia-a.

Jack colocou a sua mão na parte inferior das costas de


Lexi e caminhou junto a ela de para fora da trilha. —
Desculpe por isso, - disse Jack.

— Pelo quê? - Perguntou Lexi. — Pelo orgasmo?

Jack riu. — Não. Eu nunca ressentiria por eles.


Desculpe é pela polícia.

— Pervertido.

691
Jack perguntou novamente. — Quanto tempo nós
ainda temos?

Lexi olhou para o relógio. — Merda! Nós estamos com


pouco tempo, está próximo da hora. Temos de encontra
Chyna primeiro, em seu apartamento e logo após teremos
reservas para o jantar.

Eles saíram para a rua, e Jack chamou um táxi. Ele


abriu a porta de trás e deixou-a entrar primeiro. — Ei, Lex, -
ele murmurou.

— Sim?

— Eu tenho algo para fazer antes do jantar. Posso lhe


encontrar depois, no local?

Lexi estreitou os olhos. Após esse encontro no parque e


toda essa conversa sobre primeiro comer ela como
sobremesa, Lexi não tinha ideia do motivo dele não ir com ela
ao jantar. Isso a fez desconfiar de algo, e foi uma sensação de
que realmente não gostou. Anos de suspeitas faziam seu
estômago embrulhar só de pensar.

Jack pode ver muito bem o seu desconforto estampado


em seu rosto. Ele se inclinou para frente e a beijou. — Você
vai gostar.

— Aonde você vai? - Ela perguntou de qualquer forma.


Seu estômago ainda estava embrulhado pela ansiedade.

— É uma surpresa para você. E eu não quero arruiná-


la.

692
— Da última vez você saiu de Nova York.

Jack a fez calar com outro beijo. — Eu não vou


embora.

— Eu não achava que você iria.

— É uma ótima surpresa, mas é um segredo. Por favor,


deixe-me fazer isso, - ele sussurrou.

Lexi balançou a cabeça lentamente em confirmação.


Ela confiava nele. Ele parecia tão sério ao fazer o pedido, não
demonstrando nem um pingo de decepção em seu rosto. Ela
se perguntou se ele havia planejado isso há bastante tempo
ou era apenas o calor do momento.

— Tudo bem. Vejo você na casa de Chyna ou no


restaurante?

— Eu não tenho certeza ainda. Provavelmente no


restaurante.

— Eu te amo, - ela sussurrou.

— Eu também te amo, Lex, - disse ele, antes de fechar


a porta do táxi e partir.

Lexi deu o endereço do apartamento de Chyna para o


motorista do táxi, e logo a sua mente voltou para Jack. Eles
tiveram um ótimo fim de semana na cidade, o suficiente para
solidificar o seu desejo de voltar. Ela teve ótimas ofertas de
escritórios de advocacia em Nova York, antes de ir para
Atlanta para estar mais perto de Ramsey, e ela tinha certeza
de que ela poderia adquirir um trabalho aqui com toda a
693
experiência que tinha ganhado. E Jack certamente poderia
conseguir um emprego na cidade agora. Ele tinha falado
amplamente sobre isso, mas ela queria ter uma conversa
mais profunda sobre o assunto. Ela pensou que seria bom
para eles saírem de Atlanta.

Só esperava que toda essa surpresa fosse boa. Ela


sabia que Jack tinha mudado, mas às vezes, ele ainda a
assustava, apesar dos dois estarem juntos. Ela o amava com
todo seu coração, e a única coisa que queria fazer era dar
todo o seu coração a ele. Agora, só precisava confiar em si
mesma para não tentar prendê-lo. Jack sabia o que estava
fazendo.

O táxi já estava no bairro residencial, em frente à


cobertura de Chyna, que tinha uma vista incrível para o
Central Park. Felizmente, Lexi conseguiu chegar alguns
minutos mais cedo, apesar do tráfego na cidade. Ela pagou o
táxi e, em seguida, saiu e viu Bernard que estava segurando
a porta aberta para ela.

— Senhorita Lexi, - disse ele com um gesto. — É bom


ver você.

— Sr. B.

— Sr. B, - disse ela com um gesto. — Você sabe, eu


nunca perguntei: Como é ter Chyna não exibindo um homem
aleatório todas as noites? Você realmente não tem que cuidar
mais dela.

694
Bernard riu e balançou a cabeça. — O Sr. Adam agora
faz o papel de babá. E ele é muito bom nisso.

Lexi mordeu o lábio e sorriu. Tanta coisa havia mudado


desde que ela tinha chegado pela primeira vez em Nova York.
— Estou feliz em vê-lo.

Ela entrou, pegou o elevador e desceu no andar de


cima e caminhou pelo corredor para logo chegar ao
apartamento de Chyna. A porta se encontrava entreaberta, e
logo ao entrar se deparou com um local quase completamente
vazio. Ela estava esperando encontrar Chyna ligeiramente
bêbada, andando pelo apartamento com Adam a assistindo-a
com incredulidade, como ele normalmente fazia quando sua
esposa agia como... Ela mesma. Em vez disso, tudo que viu
foi John.

Ele parecia bem. Ela tinha certeza que todas as


mulheres do mundo o achariam um homem atraente. Ele
possui uma bela aparência. Ele estava em um terno escuro
com uma camisa preta por baixo e sem gravata. Seu cabelo
castanho curto estava espetado. Seus olhos percorreram o
seu corpo de cima a baixo e um sorriso surgiu em seu rosto.

Lexi esperava que não ficasse óbvio o que acabou de


fazer com o Jack. Ela não tinha parado para verificar se os
seus cabelos ou suas roupas estavam devidamente alinhados.
Oh Bem. Não podia fazer mais nada em relação a isso agora.
De qualquer maneira, passou as mãos em frente da sua saia
de forma reflexiva.

695
— Olá. Eu não sabia que você estava aqui. - Ela não o
tinha visto ou ouvido falar dele desde o fiasco do casamento.

— Eu também não sabia que você viria aqui, - disse


ele, levantando-se do sofá, atravessando a sala indo em
direção a ela. — Como você está?

— Ótima, - ela respondeu com sinceridade.

Um sorriso cresceu em seu rosto enquanto ela pensava


em Jack - no seu rosto, corpo, beijos doces, na maneira como
seu cabelo enrolavam nas pontas, na cor perfeita de seus
olhos, na forma como sua mão traçava a sua palma, na forma
que os seus lábios revelava enquanto dizia que a amava.

— Realmente ótima.

— Bem, eu estou feliz em saber, mesmo acreditando


que seu noivo não passa de um completo babaca, - disse
John.

A boca de Lexi se abriu. Ela estava tão acostumada a


John saber tudo sobre sua vida que não tinha ocorrido à
ideia de que ele não saberia do que tinha acontecido
realmente. Mas porque ele...? Não tinha sido há muito tempo.
Até onde sabia, ele ainda não falava com Parker. Então tinha
suposto que Adam falaria tudo a ele, mas ele não
demonstrava conhecimento sobre o ocorrido.

— Eu terminei com ele, - Lexi disse a ele suavemente.

Foi à vez de John olha-la com surpresa. Não havia


nenhuma forma de ter antecipado a sua reação.

696
— Eu não posso dizer que estou decepcionado, - disse
John, dando mais um passo para perto dela. — Embora, eu
esteja desapontado com o tempo desperdiçado. Você poderia
ter vindo aqui o tempo todo, evitando todas essas besteiras
que aconteceram em sua vida.

— Jack, - ela respondeu, saindo do seu alcance. —


Sempre foi Jack.

John estreitou os olhos. — O que eu nunca poderia me


comparar? - questionou como se ainda fosse à coisa mais
ridícula que já tivesse escutado.

Ela odiava ter que admitir, mas reproduzido cada


palavra que ela tinha dito a ele durante o jantar naquela
noite.

— Ele não é casado?

Lexi balançou a cabeça em negação. — Não. Ele se


divorciou.

— E agora, estão juntos.

— Sim, - ela sussurrou.

— Perfeito, - disse ele sarcasticamente. — Onde ele está


agora?

Lexi mordeu seu lábio. Grande. A única coisa que não


queria que ele perguntasse. — Ele está na cidade comigo, mas
não sei onde ele está agora. Está vindo me encontrar.

697
— De tudo que eu ouvi sobre ele, o mais interessante é
que ele é um tremendo trapaceiro. Você não está preocupada
que ele vá fugir para bem longe? - Perguntou John, jogando
em sua cara todos os seus medos que tinha perturbado a sua
mente durante anos.

Mas ela não podia ficar ali e o deixar falar todas essas
coisas. Jack não a enganava há bastante tempo. E se ela
conseguiu mudar, então por que ele não poderia? Por que não
podia dar-lhe o benefício da dúvida? Nenhum deles tinha sido
perfeito, mas eles não poderiam continuar a julgar os outros
sobre uma coisa que aconteceu há bastante tempo. Como
Jack disse no dia em que revelou sobre a solicitação do
divórcio, ele já não era mais aquele garoto de dezenove anos
de idade.

— Eu era uma trapaceira também. As pessoas tendem


a esquecer desse detalhe quando passam a culpar Jack de
tudo. Nós dois falhamos, e agora, deixamos quem éramos
para traz e mudamos, nos tornados pessoas que queríamos
ser. Então, se você estiver julgando-o deve me julgar também.

— Então é isso? - Perguntou John. — Eu não posso


mudá-la de ideia? Diga-me o quanto custará esse erro que
você está cometendo?

— Eu não estou cometendo nenhum erro. Eu já fiz a


minha escolha. É o caminho certo, porque isso me faz feliz.

— Tudo bem.

698
Ele não parecia convencido, mas ela tinha certeza de
que as suas palavras estavam começando adentrar a sua
cabeça.

Eles ouviram um barulho vindo do outro quarto, e em


seguida a maçaneta sendo movimentada. John apertou os
lábios e então suspirou.

— Diga a Adam que eu estava fora de mim. Espero que


você esteja certa sobre ele, - disse John. — Eu aposto que
Ramsey quebraria á cara dele se você estiver errada.

— Sim, eu aposto que ele faria, - disse Lexi com uma


risadinha, embora ela tivesse certeza de que John não
acharia isso engraçado. — Desculpe, não é engraçado.
Apenas parece como se fosse, em uma vida anterior.

— Eu estou feliz por ver você. Se você mudar de ideia...

— Eu não vou, - Lexi respondeu automaticamente.

— Tudo bem, - disse John, com um encolher de


ombros.

E, em seguida, ele saiu do apartamento de Chyna, sem


nenhuma outra palavra - nenhum alarde, nenhum apelo
voltado para o lado emocional, nenhum beijo de despedida.
Apenas a provável percepção de que ele estava perdendo
tempo ao continuar lutando por ela. Ela não tinha dúvidas de
que se as coisas não dessem muito certo com Jack, em
seguida, John ainda estaria interessado nela, mas acreditava
que isso nunca chegaria a acontecer.

699
Na verdade, neste momento, ela não podia sequer
imaginar a possibilidade de uma vida sem Jack.

E ela contava que nunca teria.

700
Capitulo 26

Presente

Assim que John fechou a porta atrás de si, Chyna e


Adam começaram a passar pelo corredor.

— Alexa, - Chyna cantarolou, andando pelo corredor


com confiança, em cima de seus finíssimos saltos altos de
seis polegadas, e em um mini vestido preto colado ao corpo.

Lexi poderia afirmar claramente que ela já havia


bebido.

— Ei, C, - disse Lexi, com um gesto de cabeça.

Ela sentia-se um pouco estranha depois do que tinha


acontecido com John juntamente com desaparecimento de
Jack. Ela queria também alguma coisa para beber.

— Onde está o seu garoto?

— Teve que sair para pegar alguma coisa. Ele disse que
será uma surpresa, e que iríamos nos encontrar no
restaurante. Você está pronta? - Perguntou Lexi rapidamente.

Chyna levantou uma de suas sobrancelhas bem


cuidada. — Ele só foi pegar alguma coisa? Isso é... Estranho.

701
Lexi deu de ombros, ignorando a mensagem da amiga.
— Ele vai ficar bem.

— Totalmente. Quero dizer, ele seria estúpido de


estragar as coisas agora, - disse Chyna com uma risadinha
embriagada.

Adam balançou a cabeça e passou por Chyna. — Eu


tenho a mulher mais insensível do mundo.

— E você ama a cada minuto, - Chyna retrucou.

— Tenho certeza de que Jack está fazendo exatamente


o que ele disse que iria fazer, - disse Adam, ignorando a
explosão de Chyna. — Você por acaso viu o John?

— Sim. Ele só me pediu para que dissesse a vocês que


já tinha a cabeça no lugar. Ele descobriu sobre Ramsey e
Jack e depois foi embora.

— Ah, - disse Adam.

Seus olhos se encontraram, e ela sabia que Adam


compreendeu o que tinha acontecido entre ela e John. Ela
sempre teve uma ligação estranha com Adam, e Lexi sabia
que ele era muito próximo a John. Ela indagou-se, do porque
nunca ter perguntando ao John o que Adam havia falado
sobre ela depois de descobrir que os dois tinham dormido
juntos. Mas agora isso já não importava mais.

— Bem, nós já estamos indo, estamos atrasados


porque Adam queria me dar dois orgasmos em vez de um. Ele

702
não é um cara fantástico? - Disse Chyna, com uma piscadela,
serpenteando a mão por suas costas.

Adam revirou os olhos, mas Lexi viu suas orelhas


ficarem vermelhas. Lexi deduziu que era sempre assim entre
eles. Ele provavelmente estava acostumado a isso, mesmo
que tivesse corado.

— Leve o seu traseiro até o carro, - disse ele, batendo


no bumbum de Chyna, brincando.

— Vocês são ridículos, - disse Lexi.

Lexi seguiu as suas bundas ridículas para fora do


apartamento, sentando no banco de traz do carro, e partiram
pela cidade. Poucos minutos depois, eles pararam em frente
do novo restaurante que tinha acabado de ser aberto por um
proeminente chefe de TV famoso. Unindo uma comida
clássica Americana em um ambiente gourmet com a
decadência do Upper East Side.

Assim que Chyna terminou de ficar babando o local,


eles foram levados para o andar de cima, em direção a uma
mesa que estava localizada em uma sala privada, afastada do
salão principal do restaurante. Havia velas iluminando a
pequena sala, a mesa estava posta para quatro, um cardápio
de capa dura foi exposto em cada lugar da mesa. Lexi pegou o
telefone celular para verificar as horas. Jack ainda não havia
chegado. Eles chegaram dez minutos atrasado para as suas
reservas do jantar, então ela não poderia questionar nada

703
sobre o atraso dele. Mas ela sentia falta dele e estava tão
curiosa sobre o que diabos ele estaria fazendo.

A garçonete apareceu alguns segundos depois, e Chyna


pediu uma garrafa de vinho caríssima para a mesa, enquanto
esperavam Jack. O vinho foi aberto, e quatro copos foram
servidos quando Jack apareceu. Suas bochechas estavam
coradas por causa do frio do lado de fora, e seus olhos azuis
prenderam os de Lexi. Ele sorriu, e ela sentiu seu coração
parar.

— Desculpe o atraso, - disse ele, antes de beijar a


bochecha de Lexi e, em seguida, tomando um assento ao lado
dela.

— Ainda bem que você resolveu se juntar a nós, - disse


Chyna secamente.

Jack riu para ela. — Beba mais vinho, Chyna.

— Não importa o que faça, - disse ela, antes de beber


do seu copo. Ela baixou-o e apontou entre eles. — Você sabe,
eu saberia encontrar você e iria buscá-lo.

— Você me disse, - disse Lexi.

Uma vez que Lexi tinha finalmente chamado Chyna


para contar o que aconteceu, Chyna tinha dito que já sabia
que Lexi terminaria ficando com Jack. Lexi tinha certeza que
Chyna tinha pensado que Lexi iria apenas deixar Jack e
Ramsey, completamente, mas Chyna tinha insistido que era
Jack o tempo todo.

704
E Lexi concordou com ela sobre isso. Seria sempre
Jack.

O jantar veio logo em seguida, e Lexi aproveitou a


chance para perguntar ao Jack sobre o que tinha ido fazer.
Ela olhou para ele, tentando fazê-lo falar, mas ele apenas
sorriu e apertou-lhe a sua mão por baixo da mesa. Se ele
estivesse com a intenção de fazer segredo, ela poderia muito
bem deixa-lo à vontade com isso. Ela iria descobrir no tempo
certo.

— Você recebeu minha mensagem? - Jack sussurrou


quando Adam e Chyna deixaram de prestar a atenção neles e
entraram em um debate íntimo entre os dois. — Você não
respondeu.

— Mensagem? Não. Eu verifiquei o meu telefone antes


de chegar aqui. Quando foi que você enviou?

— Logo antes de eu entrar no quarto.

Lexi levantou seu dedo e retirou seu telefone do bolso.


Sim. Havia uma mensagem perdida de Jack.

03:00 hs.

Lexi deu uma risadinha. — Você estava me olhando do


lado de fora.

A última vez que ela tinha recebido uma mensagem de


texto como aquela foi quando ela estava na faculdade, e ele a
tinha visto do outro lado do bar. Naquela noite tinha sido a

705
faísca que eles precisavam para acabar juntos novamente. E
eles acabaram juntos por anos depois disso.

— Como eu não poderia?

— Você é bobo. Eu nunca poderia esquecer aquela


noite.

— Eu nunca poderia lhe esquecer.

Seu telefone tocou na mão dela quando ela já estava


guardando-o, e ela clicou no e-mail que tinha acabado de
receber.

Huh. Era uma mensagem de Cierra.

Cierra ficou triste ao saber sobre o rompimento de Lexi


com Ramsey, mas ela havia entendido o lado de Lexi sobre a
coisa toda. Lexi teve a sorte de ainda tê-la como amiga,
mesmo após ela trabalhar para a Bridges. Cierra ia ser uma
dama de honra para Lexi, afinal.

O e-mail apareceu diante de seus olhos, e antes de


terminar a introdução, ela imediatamente começou a rir.

— O que foi? - Perguntou Chyna, interrompendo sua


discussão com Adam.

— Oh, você não vai acreditar nisso, - disse Lexi,


cobrindo a boca para não rir histericamente quando ela leu o
artigo que estava em anexo no e-mail.

706
— A revista Atlanta Lifestyle dedicou uma página
inteira sobre ninguém menos do que a própria cadela, - Lexi
anunciou.

— Bekah? - Perguntou Jack baixinho.

— O que é seria essa revista? - perguntou Chyna.

— É uma reconhecida revista em Atlanta, - Jack


explicou com um encolher de ombros. — Todos os clubber do
país leem religiosamente. Bekah teve uma assinatura da
revista durante toda a sua vida. Basicamente a página seis da
revista.

— Oh, - disse Chyna, empinando o nariz. — Então, o


que diz?

Lexi colocou o telefone visível para todos e exibiu a


imagem. Uma foto clara de Bekah instável se lançando sobre
Lexi com os braços estendidos a sua frente enquanto seu pai
a prendia, segurando suas costas. Ela parecia estar prestes a
assassinar Lexi. Felizmente, apenas a parte de trás da cabeça
de Lexi era visível ou então não teria sido tão engraçado.

— Ele menciona brevemente o processo de divórcio dela


que está acontecendo. A maior parte das informações se trata
de sua trapaça com Clark e a destruição de sua reputação de
garota de ouro. E essa parte é interessante, - disse Lexi,
voltando o telefone para si mesmo, passando a ler um trecho
do artigo. — Devido à humilhação que sofreu contra o famoso
nome Bridges e sua incapacidade de lidar com suas próprias
finanças, uma fonte anônima vazou para nós que o fundo
707
fiduciário de Bekah foi congelado, e seu papel ativo como
vice-presidente da Bridges Enterprise foi revogado até novo
aviso.

— Uau, - Jack sussurrou. — Ela deve estar


mortificada.

— Sim, - disse Lexi, vendo a preocupação no rosto de


Jack. — Eu sinto muito. Quero dizer... Eu ainda a odeio, mas
eu sinto muito pelas as coisas acabarem assim.

— Você sabe, ela foi a primeira pessoa a me trair, -


Jack disse de improviso.

— Eu sei.

— Bem, pessoalmente, acho que a cadela louca merece


tudo que está acontecendo com ela, - disse Chyna. — Ela era
terrível para todos.

Lexi estendeu a mão e segurou a de Jack.

Ele sorriu para Lexi e concordou: — Ela era, não era?

— Sim. Na verdade, acho que isso merece um brinde, -


disse Chyna, levantando o copo para o ar.

Lexi adorava a maneira como sua melhor amiga diluía


uma tensão... Com álcool.

— O que brindaremos? - perguntou Adam, a sua


esposa.

— A liberdade, - disse Chyna.

708
Lexi riu, lembrando-se do tempo em que ela havia
embarcado em um jato de Chyna para fugir do mundo, ela
tinha usando as mesmas palavras. — Não, - disse Lexi. — Ao
seu encerramento.

Chyna piscou para ela quando Jack e Adam


levantaram as suas taças também.

Pouco antes de eles tocaram os copos, Jack


acrescentou: — Para um novo começo.

Quando terminaram de beber o vinho, um zumbido


intenso começou a estabelecer-se à conversa. Com seu
deleite, Chyna insistiu em pagar a contam inteira mesmo
após todo mundo argumentar com ela, mas na verdade, não
havia uma maneira de dissuadir Chyna da ideia.

Lexi tropeçou ao descer as escadas de volta para fora


do edifício. Jack estava com o braço em volta da sua cintura e
ajudou a apoiar as suas pernas bambas assim que eles
saíram para a noite fria.

— Eu acho que já está na hora de voltarmos, - Jack


disse para Chyna com um sorriso.

— Agora? - Perguntou Lexi. — Mas a noite acabou de


começar.

— Vai valer a pena, - ele sussurrou em seu ouvido. —


Eu ainda estou morrendo de vontade de colocar minhas mãos
em você de novo.

709
Lexi riu e acenou com a cabeça. — Sim, está bem.
Vamos.

— Legal, - disse Chyna, acenando pelos comentários a


distância. — Vocês deveriam ir, no carro. Nós vamos pegar
um taxi.

Seus olhos se arregalaram, Lexi olhou para Chyna.


Nunca Chyna ofereceu o seu carro quando tinha que se
separar. Ela preferira deixar Lexi no local, mesmo que
andasse ao redor da cidade antes de ir ao seu destino.

Então, isso só podia significar que Chyna sabia o que


Jack tinha em mente.

Adam abriu a porta para Lexi enquanto Jack já entrava


no carro. Jack passou em primeiro lugar, para Lexi não teria
que fugir mais em seu vestido.

Lexi agarrou a mão de Chyna. — O que está


acontecendo? - Ela sussurrou, esperando Chyna responder.

— Você irá me agradecer depois, chica. Tenha uma boa


noite, - disse ela, acenando em despedida para Lexi.

Lexi inclinou-se para Jack na parte lateral do carro de


Chyna. Ela nem se incomodou em perguntar para onde
estava indo, porque ela sabia que se Chyna não havia dito
sobre nada, certamente Jack não diria. Lexi ocupava-se em
sentir o peso da mão dele contra a sua mão, a aspereza de
suas mãos contra sua pele lisa, e da forma como a sua

710
parecia tão pequena, comparada a dele. No entanto, elas se
encaixam perfeitamente juntas. Isso a fez sorrir.

Eles pararam em um posto de manobrista e Jack logo


saiu do carro. Ele estendeu a mão para ela, e ela retribui
colocando a sua levemente na dele. Seus olhos fixaram os
deles e, em seguida, para um cartaz pendurado no batente da
porta, sob suas cabeças. Suas sobrancelhas arquearam.

— Um hotel, - ela falou com um sorriso peculiar no


rosto. — Tudo isso para um quarto de hotel? Você não
poderia ter me dito que me queria sozinha?

Seu estômago vibrou na expectativa. Ficar na cobertura


de Chyna era divino, e a localização era irreal, mas Lexi não
tinha podido estar a sós com Jack. Embora ela nunca tivesse
sugerido um hotel. Não fazia sentido, considerando Chyna
vivendo na cidade.

— Eu quero ter você sozinho, Lex, - ele sussurrou,


roçando seus lábios contra ela.

— Ainda perdido na nossa aventura no parque? - Em


menção de seu comportamento anterior, sua boca se curvou
para cima.

— Perdido em você, - ele respondeu simplesmente.

Lexi pegou a mão de Jack e passou a acompanhá-lo


através do sofisticado lobby do hotel. Havia pisos de mármore
encerado, parecia intocado, com vários móveis antigos,
envolto de belos tapetes orientais vermelho-sangue. Um

711
enorme lustre de cristal pendia bem acima de suas cabeças,
no trajeto até o elevador.

Jack colocou um cartão magnético em um slot do


elevador clicando em um botão para o andar de cima.

— Cobertura? - Perguntou Lexi, estreitando os olhos.

Jack nunca havia feito grandes exibições de riqueza.


Ela sabia que ele tinha dinheiro de seu trabalho de contador,
e, claro, ele estava recebendo um dinheiro da empresa de
Bekah. Mas nenhum deles havia vivido com opulências, pois
nunca foi uma prioridade alta em suas vidas.

— Só o melhor para você.

— Você irá me estragar, - disse ela, torcendo as mãos.


— Você não precisa fazer isso.

— Você ainda não sabe o que eu fiz, - ele sussurrou.

— Oh, Deus, - ela gemeu, — com esse tom, eu só sei


que você deve ter se superado.

Jack estendeu a mão e empurrou o cabelo dela para


trás da orelha. — Com esse tom, eu sei que você está prestes
a perder sua aderência em dois segundos. Descontraia. Esta
é a forma de trata-la do jeito que você merece, porque você é
especial, Lex.

Ela fechou os olhos e o deixou beijá-la em antecipação


até as portas do elevador se abrir. Ele a beijou novamente
antes de caminhar pelo corredor do hotel. Eles logo
localizaram seu quarto, e Jack deslizou a chave na ranhura.
712
Ele abriu a porta e estendeu a mão. — Depois de você.

Lexi mordeu o lábio e olhou em seus olhos azuis


travessos antes de caminhar para dentro do quarto. Seus
olhos se iluminaram quando ela olhou para dentro do recinto.
Havia velas acesas formando uma trilha que conduzia através
da sala, e ela seguiu-as como se fosse umas migalhas de pão
como os contos de fadas. Eles a levaram até uma suíte
master com uma cama de grandes dimensões. Velas foram
acesas em cada mesa de cabeceira e na frente do espelho que
refletia o banheiro de volta para ela. Em uma mesa ao lado,
havia uma garrafa de champanhe gelada em um balde com
um prato de morangos e cobertura de chocolate. Foi
realmente muito simples, e talvez, o que tornou ainda mais
romântico.

Lágrimas surgiram em seus olhos se por nenhuma


outra razão do que pelo fato de que Jack tinha colocado tanto
cuidado em fazê-la feliz. Seu coração apertou dolorosamente
ao perceber que Jack estava dando a ela tudo o que ela
queria e muito mais.

Suas mãos pousaram levemente sobre os ombros, Jack


girou em torno dela e perguntou. — Você gostou?

— Como não? - Ela perguntou, enxugando seus olhos.


— Eu amei tudo.

— Por que você parece triste? O que eu fiz? - Ele


perguntou preocupado.

— Nada. É muito bonito.


713
Jack ergueu as sobrancelhas. — Se é tão bonito, por
que você está triste?

— É só que... Isso é tudo que eu quero. Você. Eu quero


você.

— Eu sou seu, - disse ele, segurando as suas mãos.

— Eu sei. - Ela tentou fazer com que seus pensamentos


se conectassem. Era tudo tão perfeito, tão bonito, e
exatamente o que ela queria. Ela só não queria que algo de
ruim acontecesse. Ela não queria que ninguém tirasse isso
deles.

— A última vez que, estivemos juntos em Nova York,


você me mostrou o anel da sua avó, - Lexi sussurrou. Ela
odiava levantar a questão, mas ela não podia fingir que não
tinha mais medos. Ela queria confidenciar seus medos a ele e
permitir-lhes desaparecer naturalmente.

Jack acenou com a cabeça, o entendimento cruzando


seu rosto. — Eu prefiro pensar sobre o mês anterior, quando
eu a segurei em meus braços todas as noites.

— Às vezes, é fácil esquecer os altos com tantos pontos


baixos.

— Sempre existirão pontos baixos, - Jack respondeu,


varrendo seu cabelo atrás da orelha dela. — Mas eu não acho
que qualquer um de nós poderia realmente apreciar os
pontos altos sem a existência deles. E eu não posso prometer
que não haverá pontos baixos. Haverá, mas todos os pontos

714
altos vão valer a pena. - Seus lábios dolorosamente
encontraram os dela.

— Eu sei Jack, - ela murmurou contra seus lábios. —


É só que... São memórias.

— Eu não quero apagar essas memórias. Mantêm-nos


na reta. Eles nos lembram de onde erramos e de onde
deveremos partir. Eles nos mantiveram juntos, - disse ele. —
Você e eu, Lex, vamos ser sempre um negócio inacabado.

Lexi sorriu para ele, deixando a tensão de seus ombros


esvaírem. Jack estava certo. É claro que ele estava certo.
Haveria sempre problemas a enfrentar, mas desde que eles
tinham um ao outro, e confiasse um no outro, eles poderão
superá-los.

— Levei dez anos para chegar até você. Eu acho que é


uma troca justa, desde que eu tenha uma vida inteira para
gastar com você, - ele sussurrou.

Lexi sorriu para ele, praticamente gratificante pela


mensagem de Jack. Há quanto tempo ela imaginava uma vida
com Jack? E agora... Ele estava ao seu alcance.

— Por favor, não surte, - ele disse a ela.

Ela inclinou a cabeça para o lado mostrando sinais de


confusão, até que o viu retirar do bolso uma pequena caixa
preta.

— O que... É... Isso? - Ela gaguejou já quase entrando


em pânico.

715
— Eu disse para você não surtar. Não é o que você
pensa, - disse ele com uma risada apertada.

— Um... - ela disse, com os olhos arregalados.

Jack abriu a caixa e tirou de dentro uma pequena joia


antes que ela pudesse ter dado uma olhada a fundo. Neste
ponto, seu estômago já estava revirado em algum ponto ao
redor de seus pés, e sua mente estava em outro lugar, longe,
muito longe. Sua boca estava seca, e ela podia ouvir um
zumbido nos ouvidos. O que exatamente estava nesta
pequena caixa preta da qual ela não deveria surtar?

— Eu só... Eu tenho uma coisa, - ele disse, os seus


olhos azuis encontrando os dela.

Só aquele olhar a fazia amolecer. Este era Jack. Ele


sabia o que a fazia enlouquecer. Ele sabia tudo sobre ela.

— Você é uma parte tão grande da minha vida. E eu sei


que nós não estamos prontos para fazer um grande passo,
mas eu senti que eu precisava mostrar que estou pronto para
fazer um pequeno passo. É muito importante para mim, Lex,
para mostrar que eu estou comprometido com você mais do
que qualquer coisa. Porque esse sou eu. Posso dizer-lhe um
milhão de vezes, que serei todo seu, mas eu sei que o tempo
vai ser a prova disso. Assim, por agora, eu apenas pensei que
eu ia começar com isso.

Jack estendeu um pequeno anel de prata com um nó


em loop no topo. Era simples e delicado e tão incrivelmente
perfeito para eles.
716
— Eu quero que você seja presa a mim, Lex, de todas
as formas possíveis, - disse Jack, com sua voz rouca. — Eu
quero que você use este até estarmos prontos para você usar
o outro.

Jack deslizou o anel no dedo de Lexi. Seu coração


parecia que sairia pela boca. Este não era um anel de noivado
ou qualquer coisa parecida, mas isso significava muito.
Talvez, neste momento, significava mais do que isso. Era uma
promessa do anel, uma promessa de se comprometer com
ela, a promessa de amá-la, uma promessa de tratá-la do jeito
que ela merecia. E por usá-lo em seu dedo, ela estava
prometendo-lhe o mesmo em troca.

E muito mais, tanto que eles nunca seriam capazes de


articular um para outro, exceto por meio de olhares, toques,
experiências e tempo.

E eles tinham todo o tempo do mundo.

Fim

717
Nota da Autora

Muito obrigado por passar por esta jornada comigo.


Este livro é o culminar de mais de quatro anos de escrever e
publicar a série Evitando. Eu sei que esta série teve muitos
altos e baixos e reviravoltas. Eu tenho que ouviu falar de
pessoas que jogam seus Kindles. Eu mesmo tive alguém me
trazendo um iPad quebrado para uma sessão de autógrafos.
Recebo que esta viagem é emocional, e eu aprecio a cada dia
que você me permitiu mostrar-lhe minha visão.

Eu sei que esta história não é exatamente


convencional, mas eu nunca aleguei ser uma narradora
convencional. Este último livro teve um monte para mim, não
porque eu não tinha uma história em minha cabeça, mas o
que eu tentei escrever não era para mim. Depois que eu
descobri o final real, um que você acabou de ler, eu escrevi
todo o primeiro capítulo sem parar. E então, eu escrevi o livro
inteiro com o fim em mente. É a história que eu tinha que
escrever.

Eu nunca fui uma pessoa que gosta de coisas


amarradas em muito poucos arcos. A vida é uma confusão.
Eu gosto da minha ficção bagunçada. Eu gosto dos meus
personagens falhos. Eu gostaria de mantê-los fiéis a si
mesmos enquanto ainda crescem, mudando e adaptando-se
às situações em mão.
718
Todos nós já estivemos em situações em que
conhecíamos alguém perfeito, mas não para nós. Eu sei como
difícil à decisão é a de não se contentar com nada menos do
que você merece e que nem todo mundo vai entender essa
decisão, mas a decisão é sua, tanto quanto era de Lexi.

Toda a mentalidade de equipe tomou a decisão sobre


como acabar com este livro difícil, mas uma vez que eu
descobri o que eu queria, mais importante, o que Lexi queria,
não havia como voltar atrás. Então, eu espero que você
aprecie os diferentes desafios que Lexi teve de enfrentar ao
longo do caminho. E mesmo que a escolha que ela fez não é a
sua cara, espero que ainda a ame para estar se para si
mesmo, para o que ela acreditava e para o homem que ela
escolheu para amar.


K.A. Linde

719
720

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