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Breno Scott Leão

A falsa promessa das organizações internacionais:


o debate sobre a crise israelo-palestina e o lobby sionista no Conselho de Segurança
das Nações Unidas

Franca
2023
1

Breno Scott Leão

A falsa promessa das organizações internacionais:


o debate sobre a crise israelo-palestina e o lobby sionista no Conselho de Segurança
das Nações Unidas

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado como parte dos


requisitos para obtenção do título de Bacharel em Relações
Internacionais, junto ao Conselho de Curso de Bacharelado em
Relações Internacionais, da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais,
da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus
de Franca.

Franca
2023
2

Àqueles que ainda sonham com um mundo seguro, desgarrado do


preconceito e do imperialismo, do racismo e da intolerância. Aos
mártires da causa palestina: nossa luta não está perdida!
3

Agradecimentos

Bismillah, ar-rahman, ar-rahin1.


Em nome de Allah, o clemente, o misericordioso, pelo encorajamento constante de
meus pais, irmã e família, com a presença imprescindível de meus amigos e companheiros de
graduação e sob a universidade que tornou possível a realização deste sonho é que dedico este
trabalho de conclusão de curso a todas as mais de 15 mil vítimas do genocídio palestino e mais
de 5 milhões de refugiados perpetrados pelas políticas de limpeza étnica do regime racista e
sionista de Israel. Este projeto é o início de uma longa trajetória de luta pela decolonziação do
Sul global, emancipação da Palestina, bem como os demais Estados ocupados pelos
israelenses e construção de uma epistemologia livre do preconceito enraizado em nossas
culturas.

Agradeço a Deus pela força e inspiração que me concedeu durante esta jornada
acadêmica. À minha amada família, que sempre me apoiou incondicionalmente, aos amigos
que caminharam ao meu lado e à universidade que me proporcionou esta oportunidade de
aprendizado e crescimento.

Às quase cinco mil crianças que tiveram seus sonhos interrompidos pelo racismo
colonial euro-americano, aos quase cinco mil pais que assistiram aos enterros de seus filhos,
à Gaza e Al-Quds um só desejo: Palestina livre, do rio ao mar!

1
ٰ ‫ٱلرحْ هم ِن‬
Do árabe, em nome de Allah, o clemente, o misericordioso (‫ٱلرحِ ِيم‬ ِ ٰ ‫!) ِبس ِْم ه‬
ٰ ‫ٱَّلل‬
4

O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim
por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.
Albert Einstein (1993)
5

RESUMO: Inserido na área de Relações Internacionais, com foco em Paz, Defesa e


Segurança Internacional, o presente projeto busca compreender a ineficiência da Organização
das Nações Unidas (ONU) perante o conflito israelo-palestino após a criação do Estado de
Israel (1948). A pergunta que orienta o trabalho é: de que forma o conflito entre Israel e
Palestina foi abordado no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) após a criação
do Estado Judeu? A hipótese apresentada é que a existência de uma sociedade, sobretudo euro-
americana, composta por acadêmicos, intelectuais e políticos sionista influencia diretamente
no debate do caso na ONU; isto é, o conflito não consegue ser resolvido, pois há uma parcela
significativa da população sendo beneficiada por ele, quer financeira ou socialmente. Para
tanto, foi escolhido como referencial teórico a teoria neorrealista de John Mearsheimer,
especialmente o debate que o autor traz sobre a instrumentalização das organizações
internacionais por atores estatais. Este debate foi escolhido também para melhor representar a
ineficiência das Nações Unidas quando o intuito é promover a paz em locais devastados pelo
imperialismo. A metodologia envolverá revisão bibliográfica, assim como análises de
conteúdo dos documentos e resoluções do CSNU, com o intuito de compreender a evolução
do conflito, mas principalmente os interesses envolvidos e a atuação da ONU.
Palavras-chave: CSNU. Conflito Israel-Palestina. Realismo Ofensivo. Lobby.

ABSTRACT: Inserted in the area of International Relations, with a focus on Peace, Defense
and International Security, this project seeks to perceive the inefficiency of the United Nations
(UN) in the face of the Israeli-Palestinian conflict after the creation of the State of Israel (1948).
The question that guides the work is: how was the conflict between Israel and Palestine
addressed in the United Nations Security Council (UNSC) after the creation of the Jewish State?
The hypothesis presented is that the existence of a society, especially Euro-American,
composed of Zionist academics, intellectuals and politicians directly influences the debate on
the case at the UN; that is, the conflict cannot be resolved, as there is a significant portion of
the population benefiting from it, whether financially or socially. To this end, John
Mearsheimer's neorealist theory was chosen as a theoretical reference, especially the debate that
the author brings about the instrumentalization of international organizations by state actors.
This debate was also chosen to better represent the inefficiency of the United Nations when the
aim is to promote peace in places devastated by imperialism. The methodology will involve
bibliographical review, as content analysis of UNSC documents and resolutions, with the aim
to understand the evolution of the strife, but mainly the interests involved and the UN's actions.
Keywords: UNSC. Israel-Palestine conflict. Offensive Realism. Lobby.
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Lista de Tabelas
Tabela 1 - Resoluções do CSNU concernentes ao conflito Israel-Palestina 10

Lista de abreviaturas e siglas


AGNU Assembleia Geral das Nações Unidas
CSNU Conselho de Segurança das Nações Unidas
FFIPP Rede Educacional pelos Direitos Humanos em Palestina/Israel
ONGs Organizações não governamentais
ONU Organização das Nações Unidas
7

Sumário

1. Introdução............................................................................................................................8
1.1. Problema de pesquisa e hipótese…………………………………………………….12
1.2. Objetivos (Geral e Específicos)...................................................................................13
2. Revisão bibliográfica.........................................................................................................13
3. Procedimentos de pesquisa...............................................................................................16
4. Cronograma de execução.................................................................................................18
5. Referências.........................................................................................................................19
8

1. INTRODUÇÃO

Inserida nos estudos sobre Paz e Resolução de Conflitos, a presente proposta busca
analisar a eficiência da Organização das Nações Unidas (ONU) na promoção de recursos
suficientes para a segurança internacional e uma existência pacífica entre os Estados de Israel
e Palestina. Nesta introdução, será realizada uma conexão entre os três eixos temáticos que
conduzem a pesquisa: o conflito travado entre colonos e colonizados na Palestina; a
interferência das Nações Unidas; e as contribuições do marco teórico neorrealista na
abordagem do caso.
Os distúrbios entre o Estado de Israel e os Territórios Palestinos não se resumem a
uma disputa religiosa por locais e terras consideradas sagradas por judeus e muçulmanos, mas
ultrapassa o desrespeito às principais instituições do Direito Internacional (Fachini, 2021, n.
p.), tal como a autodeterminação dos povos. Nesse sentido, é possível compreender o conflito
como uma manifestação do colonialismo eurocêntrico financiado por nações imperialistas,
cujos principais objetivos serão analisados no decorrer deste projeto.
A questão aqui analisada surge com a proposta de criação do Estado israelense em
1947, a partir da Resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas, a qual institui a
Partilha da Palestina; isto é, propôs a divisão do antigo Mandato Britânico da Palestina –
habitado majoritariamente por árabes muçulmanos – entre a população local (47%) e os
colonos judeus (53%). No entanto, para entender o porquê dessa expatriação em massa, faz-
se necessário compreender os eventos que se passavam na Europa, região com maior
concentração da população judaica até então.
Lamentavelmente, o antissemitismo esteve presente na sociedade europeia, e
posteriormente na americana, desde que grandes populações judaicas foram forçadas a migrar
para tais regiões, a partir do século I d.C. Extermínios, saques e destruições em comunidades
judias eram cada vez mais frequentes e ganharam impulso com a Inquisição dos reis católicos
da Península Ibérica a partir do século XV. O surgimento de pogroms — campos de
concentração ou guetos na Europa Oriental, sobretudo no Império Russo — culminou no
êxodo de mais 600 mil judeus e no extermínio de outros 100 mil, principalmente na Ucrânia
Soviética (Modelli, 2022, n. p.), cenário este que se intensificou drasticamente com o avanço
do nazifascismo após o término da Primeira Guerra Mundial.

Entrementes, a região da Palestina havia sido ocupada por diversos califados,


sultanatos e impérios muçulmanos até ser oficialmente incorporada à potência protestante e
9

vitoriana dos britânicos, em 1920, após a derrota do Império Otomano. Enquanto uma parcela
das narrativas aponta uma simpatia de Londres em relação à causa sionista antes e após o
Holocausto, outra linha argumentativa destaca o acentuado antissemitismo desses Estados
ocidentais e explora um possível interesse em defender a criação de um Estado que pudesse
recepcionar os judeus europeus (Chomsky; Pappé, 2015).
Contudo, as tensões entre nativos e hebreus, agora europeizados, foram impulsionadas
com a consolidação do Estado de Israel em 1947, quando a Grã-Bretanha cedeu a posse da
Palestina aos diplomatas e embaixadores da ONU, responsáveis diretos pelo futuro de milhões
de palestinos. A Partilha da Palestina desencadeou a Independência de Israel e a Guerra Árabe-
Israelense, que desde 1948 já soma milhões de refugiados palestinos, roubos de terras,
massacres rotineiros e torturas (Globo, 2023, n. p.). Tal crise será objeto da análise aqui
presente, com o propósito de compreender as razões da sua persistente não-resolução, tendo
em base a ineficácia do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) com o caso e sua
ausência na busca por uma paz efetiva que atenda aos diversos interesses envolvidos.
Desse modo, o primeiro eixo temático do trabalho envolve a disputa perpetrada entre
colonos e colonizados na Palestina. O primeiro passo envolve justamente o tensionamento
acerca do termo “guerra” e se ele pode ou não ser utilizado neste caso. Para Raymond Aron
(2002), esta não se refere apenas à ausência de segurança; é um ato de violência tomado por
intenções hostis que não objetivam apenas o desarmamento do inimigo, mas sua submissão
aos interesses da força ocupante. É nesse sentido que Clausewitz define a guerra enquanto a
continuação da política e que Eduardo Mei argumenta que se trata de um “confronto violento
entre grupos politicamente organizados, [...] um fenômeno intrinsecamente político e, como
todo fenômeno histórico-social, a sua compreensão está sujeita à perspectiva do observado”
(Mei, 2018, p. 644).
Desse modo, nota-se a ligação entre o conflito em questão e casos de limpeza étnica
de caráter colonial e imperialista, como o observado ao longo do avanço europeu nas
Américas, a fim de consolidar o projeto sionista de um Estado de Israel “limpo e unido” dos
judeus e para os judeus, tal como o descrito pela Lei Básica do estado-Nação do Povo Judeu,
aprovada em 2018 pelo Knesset, cujo direito ao exercício da autodeterminação nacional é
exclusivo à população judia. A Lei não apenas exclui os mais de 20% de árabes residentes no
país, além de estabelecer sua língua como oficial, promovendo Jerusalém como capital
indivisível do Estado, e incentivando o avanço dos assentamentos predatórios nos Territórios
Ocupados da Cisjordânia.
10

Na sequência, o segundo eixo temático que sustenta a presente proposta se refere à


interferência das Nações Unidas na questão, que pode ser remontada à Resolução 181 em
1947. Sete meses após o início do conflito, a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU)
aprovou a resolução 194, com o objetivo de garantir o direito ao retorno de todos os refugiados
exilados da guerra – algo que nunca foi respeitado e executado. No mesmo mês, a AGNU
acolheu a Resolução 260, uma Convenção para a Prevenção e a Repressão ao Crime de
Genocídio, semelhante ao que ocorria na Palestina, ainda que possam ser questionados os
efeitos práticos de tal convenção em impedir ataques contra o povo palestino. Já em 1973, a
Assembleia adotou – sob abstenções e votos negativos dos Estados Unidos, África do Sul e
inúmeros países europeus –, a Resolução 3068, considerando o apartheid como crime contra
a humanidade, que Israel segue cometendo até os dias atuais.
Por sua vez, entre 1951 e 2023, o CSNU aprovou 169 resoluções sobre o conflito
israelo-palestino. A tabela 1 abaixo categoriza essas resoluções a partir da década em que
foram aprovadas. Vale destacar um aumento no número de resoluções nas décadas de 1960 a
1990, em um contexto de Guerra Fria, tendo em vista os desdobramentos dos conflitos árabes-
israelenses, como Guerra dos Seis Dias, Guerra de Yom Kippur e Crise do Petróleo de 1973.
Tabela 1 - Resoluções do CSNU concernentes ao conflito Israel-Palestina

Quantidade de
Ano Resoluções
Resoluções

12 92, 93, 95, 100, 101, 106, 107, 108, 111, 113, 114, 127.
1951-1960
162, 171, 228, 233, 234, 235, 236, 237, 240, 242, 248, 250, 251, 252,
26
256, 258, 259, 262, 265, 267, 270, 271, 273, 279, 280, 285.
1961-1970
298, 313, 316, 317, 331, 332, 338, 339 344, 346,
347, 350, 362, 363, 368, 369, 371, 378, 381, 390,
50 396, 398, 408, 416, 420, 425, 426, 427, 429, 434,
438, 441, 444, 446, 449, 450, 452, 456, 459, 465,
1971-1980 467, 468, 469, 470, 471, 474, 476, 478, 481, 483
485, 487, 488, 493, 497, 498, 501, 506, 508, 509,
511, 515, 516, 517, 518, 519, 520, 523, 524, 529,
531, 536, 538, 543, 549, 551, 555, 557, 561, 563,
64 573, 575, 576, 583, 584, 586, 587, 590, 592, 594,
596, 599, 603, 605, 607, 608, 609, 611, 613, 617,
624, 630, 633, 636, 639, 641, 645, 648, 655, 659,
1981-1990 672, 673, 679, 681.
684, 694, 695, 701, 722, 726, 734, 756, 768, 790,
16
1991-2000 799, 803, 830, 852, 887, 904.
1397, 1402, 1403, 1405, 1435, 1515, 1544, 1850,
10
2001-2023 1860, 2334.

Fonte: Elaboração própria com base em United Nations Security Council


11

Embora os apelos e acordos conduzidos pelas Nações Unidas tenham sido respeitados
em diversos locais e contextos, não é o que se pode observar no conflito israelo-palestino,
onde Israel continua menosprezando as variadas acusações que lhe seguem e perpetuando
diversas violações. Tendo em vista esse recorrente desrespeito em relação às resoluções
aprovadas no âmbito da ONU, o último eixo temático desta proposta envolve a análise do
papel e das limitações das organizações internacionais na promoção da paz e da segurança
internacional. Para tanto, terá como suporte o marco teórico neorrealista de John Mearsheimer.
O autor analisa a preponderância de atores estatais em detrimento de outros no que tange às
ações em nível internacional, especialmente no que se refere a um dos problemas mais
clássicos das Relações Internacionais: a sobrevivência de um Estado. Segundo o autor,
Os Estados mais poderosos do sistema criam e moldam instituições para que possam
manter sua parcela de poder mundial, ou mesmo aumentá-la. Nessa visão, as
instituições são essencialmente "arenas para representar relações de poder. Para os
realistas, as causas da guerra e da paz são principalmente uma função do equilíbrio
de poder, e as instituições refletem em grande parte a distribuição de poder no
sistema. o equilíbrio de poder é a variável independente que explica a guerra, as
instituições são apenas uma variável interveniente no processo (Mearsheimer, 1995,
p. 13. Tradução nossa)2.
Nesse sentido, é possível argumentar que as organizações internacionais, a exemplo da
ONU, podem ser instrumentalizadas por Estados como uma espécie de terceirização, a fim de
alcançar maiores objetivos sem ferir a legitimidade dos atores envolvidos. É neste sentido que
a presente proposta será articulada à teoria neorrealista, ao propor uma investigação dos
bastidores da atuação onusiana no caso palestino, identificando interferências excessivas dos
membros do CSNU ou até mesmo a ineficiência deste em tal debate.
Como consequência desta instrumentalização, o Estado israelense surgiu atendendo
aos interesses de uma elite influente na política e economia euro-americanas, fundando um
Estado racista cercado de inimigos, assim como viam os árabes. O sionismo político, desde
que fora codificado nas Conferências da Basileia (1897), idealizado pelo austro-húngaro
Theodor Herzl, instituiu a ideia de criação de um Estado Judeu na Palestina, baseado na
percepção de “um povo sem terra para uma terra sem povo”. Ao longo dos anos, os sionistas
passaram a pressionar as grandes potências para que o Estado de Israel fosse finalmente criado,
o que foi possível principalmente após a Declaração de Balfour3, um documento em que o

2
The most powerful states in the system create and shape institutions so that they can maintain their share of global
power, or even increase it. In this view, institutions are essentially "arenas for representing power relations. For
realists, the causes of war and peace are primarily a function of the balance of power, and institutions largely
reflect the distribution of power in the system. Balance of power is the independent variable that explains war,
institutions are just an intervening variable in the process (Mearsheimer, 1995, p. 13).
3
A obra de Theodor Herzl (2005) apresenta um panorama geral da realidade enfrentada por grande parte da
população judia na Europa e na América. A partir desta, o sionismo político - tal como o definiu-, ganhou força
não só entre os judeus, mas também entre cristão simpatizantes, sobretudo no Reino Unido. Como exemplo, tem-
12

governo britânico se compromete a ceder o Mandato Britânico da Palestina aos milionários


empresários judeus, sendo estes os principais integrantes do chamado lobby sionista; isto é,
um dos fenômenos responsáveis pelo alinhamento ocidental à causa israelense.
Vê-se que, diferentemente de vários conflitos que têm ganhado notoriedade nos
últimos anos, a causa palestina é defendida com livros e pedras, enquanto é diariamente
massacrada por fuzis e mísseis. A narrativa que o conflito tem adquirido ao longo dos últimos
anos é reforçada por meio de fotos, vídeos e notícias circuladas de modo parcial no Ocidente,
as quais são frequentemente abatidas pelos sionistas disfarçados de democratas, recorrendo ao
argumento de defesa do “direito divino de Israel existir em suas terras ancestrais”.
Sendo assim, visto como uma das maiores crises humanitárias do mundo
contemporâneo, o conflito entre israelenses e palestinos é assunto de notável importância no
campo das Ciências Humanas e Sociais por estar diretamente ligado a questões como:
desrespeito ao Direito Internacional, violação de Direitos Humanos e Humanitários,
segregação racial, crime de genocídio e a atuação das Nações Unidas como mediadora e
promotora da paz na região.
Desse modo, situada no campo de estudos sobre Paz, Segurança e Resolução de
Conflitos, a presente proposta busca ampliar as análises sobre o conflito israelo-palestino a
partir de uma lente teórica crítica às atuações das Nações Unidas, nomeadamente por meio do
seu Conselho de Segurança, destacando a influência israelense sobre o órgão e a política
externa dos envolvidos. Deste modo, justifica-se a relevância não apenas do tema, mas também
da abordagem aqui proposta, uma vez que contribui com o debate a partir de uma literatura
ainda pouco explorada em língua portuguesa e da reunião de dados ainda pouco
sistematizados, como é o caso da influência do lobby sionista sobre o CSNU e, mais
especificamente, sobre a postura dos Estados Unidos neste Conselho.
1.1 Problema de pesquisa e hipótese

A pergunta que orienta esta pesquisa é: de que forma o conflito entre Israel e Palestina
foi abordado no Conselho de Segurança das Nações Unidas após a criação do Estado Judeu?
Sendo assim, a hipótese aqui apresentada é que a existência de uma sociedade, sobretudo euro-
americana, composta por acadêmicos, intelectuais e políticos sionistas, influencia diretamente
no debate do caso na ONU.
1.2 Objetivos (Geral e Específicos)

se a Declaração de Balfour (1917), um marco na história do sionismo, que segundo Herzl foi concebido para
conduzir uma nação apátrida a uma região desabitada.
13

O objetivo geral da proposta é analisar os fatores que influenciam na atuação da ONU


como promotora da paz e seu papel em conflitos internacionais, adotando o caso israelo-
palestino como foco e destacando as relações de força entre os atores envolvidos e o lobby
sionista, com o intuito de compreender o desenvolvimento do conflito e os fatores internos e
externos que o têm feito chegar ao estágio atual. Sendo assim, os objetivos específicos, são:
a) Estudar o histórico e a evolução do conflito entre Israel e Palestina, destacando
os tipos de intervenções realizadas e seus impactos;
b) Compreender a estrutura dos reais policy makers da ONU e seu Conselho, seus
financiadores e interesses;
c) Entender as contribuições do debate neorrealista, proposto por John
Mearsheimer, acerca do papel da ONU na sociedade internacional;
d) Compreender o desenvolvimento da influência sionista (lobby) e o poder
exercido por Israel na formulação de agendas e interesses dos atores envolvidos na questão;
e) Analisar a possível instrumentalização do Conselho de Segurança das Nações
Unidas a fim de atender ações diretas e indiretas de lobistas sionistas.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Tendo em vista que a presente proposta de pesquisa busca analisar os projetos de


manutenção de paz da ONU, resoluções aprovadas e tentativas frustradas para a resolução do
conflito israelo-palestino, faz-se necessário entender o porquê de tamanha ineficácia perante a
situação. É com esse intuito que será utilizada a teoria proposta pelo cientista norte-americano
John Mearsheimer: o realismo ofensivo (ou neorrealismo).
Tendo surgido como uma adaptação a escolas anteriores - tais como o Realismo
Clássico, que parte da natureza humana para explicar a ocorrência de conflitos internacionais,
ou do Idealismo, que destaca a busca pela paz e cooperação -, o Neorrealismo busca realizar
um estudo mais profundo acerca da forma como a estrutura intencional influencia no
comportamento dos Estados como atores internacionais, destacando fenômenos como
anarquia, equilíbrio de poder, dilema de segurança e autopreservação.
Segundo este conceito, um Estado deve possuir como maior objetivo a garantia de sua
sobrevivência, onde todos os meios possíveis deverão ser tomados para que este não sucumba
ao poder de um ator inimigo, e é com base neste escopo que, muitas das vezes, os Estados
formam alianças, conglomerando-se em organizações internacionais que compartilhem a
14

busca comunitária por um objetivo em comum, quer humanitário ou militar. O idealismo


entende que esse exercício da interdependência pode trazer o sistema internacional a uma
realidade mais harmônica e pacífica. Por sua vez, o neorrealismo compreende que a busca por
poder e o exercício da força sempre estarão à frente de qualquer ator nas relações
internacionais, ainda que por meio de instituições, que Mearsheimer entende como
um conjunto de regras que estipulam as formas pelas quais os Estados devem
cooperar e competir uns com os outros. Eles prescrevem formas aceitáveis de
comportamento estatal e proscrevem tipos inaceitáveis de comportamento. Essas
regras são negociadas pelos Estados e, de acordo com muitos teóricos proeminentes,
envolvem a aceitação mútua de normas superiores, que são "padrões de
comportamento definidos em termos de direitos e obrigações" (Mearsheimer, 1995,
p.9. Tradução nossa).4
Neste cenário surge a ONU, com o objetivo de promover a paz e evitar o alastramento
de conflitos bélicos. Contudo, acabou sendo de responsabilidade também desta organização
determinar o futuro de uma nação subjugada ao imperialismo europeu e de uma minoria
religiosa que pressionava as potências por um “lar”, prevalecendo os interesses dos colonos
ante os colonizados.
A análise neorrealista argumenta que, embora a justificativa das atividades onusianas
seja cativante e sublime, suas ações acabam submissas aos interesses (imperialistas) de seus
Estados financiadores porque, ainda que seja a maior organização internacional do mundo,
suas resoluções não dispõem de poder superior à soberania de um país que não as acate. Isto
é, não há solução ao conflito analisado enquanto a parte mais forte e poderosa continuar a ser
financiada pelas potências militares, que insistem em apoiar as ações sionistas no tocante à
questão palestina.
Com isso, observa-se a existência de uma forte pressão política que este grupo de
empresários, milionários e acadêmicos realiza ante os governos para que sua política externa
seja favorável aos interesses de Israel, frente a qualquer um que “ameace” o governo de Tel
Aviv. É nesse sentido que Mearsheimer analisa a “falsa promessa das organizações
internacionais”, apontando que
muitos decisores políticos, bem como acadêmicos, acreditam que as instituições são
uma grande promessa para a promoção da paz internacional. Essa avaliação otimista
das instituições não se justifica, no entanto, principalmente porque as três teorias
institucionalistas que a sustentam são falhas. Existem sérios problemas com a lógica
causal de cada teoria e pouca evidência empírica para qualquer uma delas. O que é
mais impressionante sobre as instituições, de fato, é quão pouco efeito independente
elas parecem ter sobre o comportamento do Estado (Mearsheimer, 1995, p. 47).

4
A set of rules that stipulate the ways in which states should cooperate and compete with each other. They
prescribe acceptable forms of state behavior and proscribe unacceptable kinds of behavior. These rules are
negotiated by states, and according to many prominent theorists, they entail the mutual acceptance of higher norms,
which are "standards of behavior defined in terms of rights and obligations. These rules are typically formalized
in international agreements and are usually embodied in organizations with their own personnel and budgets
(Mearsheimer, 1995, p.9).
15

Além disso, a bibliografia estudada explora o tema em dois núcleos distintos - embora
diretamente ligados aos eixos temáticos supracitados: a configuração e manutenção do
conflito; e a estrutura da Organização das Nações Unidas (ONU), seus mecanismos de poder
e histórico de resoluções.
O primeiro núcleo será conduzido por uma bibliografia tangente ao conflito travado
entre israelenses e palestinos. Em um primeiro momento, será realizado um estudo acerca da
sustentação do conflito e legitimação que Israel tem conseguido para expandir suas fronteiras
às vilas e cidades palestinas, dizimando a população. Autores como Mearsheimer e Walt
(2007), Moraes (2018), Rodrigues (2016), Said (1996) e Tenório (2022) trarão abordagens
acerca da atividade decisiva de lobistas sionistas espalhados entre as grandes potências e o
papel destes na manutenção das políticas externas dos paymasters da ONU, além de criticar a
posição distorcida e segregacionista de que Israel é o legítimo herdeiro das terras que ocupa,
baseando-se em eventos históricos. De acordo com Tenório,
Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem
nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, suas águas, sua
liberdade, tudo. Nem sequer têm o direito de eleger seus governantes. Quando votam
em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se
em uma ratoeira sem saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições de
2006. A democracia é um luxo que nem todos merecem. (Tenório, 2022, p. 206).
Em seguida, será abordada a interferência das Nações Unidas e, sobretudo, demais
nações no conflito através das obras de Cardoso (2015), Kneel (2017), Saab (2016) e Tenório
(2022). Também serão mobilizadas as pesquisas realizadas por Huberman (2014),
Loewenstein et al. (2012), Piva (2021), entre outros, acerca do presente e futuro da Palestina,
e quais opções ainda se mostram viáveis à solução do caso.
Por fim, além da análise das resoluções aprovadas pela ONU e os planos para
independência dos palestinos que nunca foram respeitados, o projeto trabalhará com autores
especializados na análise do sistema onusiano e as características que configuram o chamado
“fracasso das organizações internacionais”, segundo proposto pelo neorrealismo. Neste ponto,
a presente proposta se aproxima do grupo de autores que destacam as limitações e traçam
críticas à atuação da ONU, reforçando seu histórico de fracassos, disputa de poder dentro do
Conselho de Segurança, interferências políticas, lobbies, entre outros, como Culpi e Rodrigues
(2012), Mearsheimer (1995; 2001) e Sato (2003). Destacam-se também autores como Bigatão
(2015) e Lopes (2007), que esmiuçam as operações de paz, seus fracassos e reformas; e que
fazem uma análise da atuação das Nações Unidas para o reconhecimento do Estado palestino
e os fatores que levaram os organismos e atores internacionais a oscilar entre a defesa dos dois
Estados ou a criação de um Estado único. Segundo Lopes,
16

Quando a concepção pode ser conciliada com a posição da maior parte dos membros
do Conselho de Segurança, como nos casos de Somália e Bálcãs, os objetivos da
ONU podem ser aprofundados. Do contrário, há consequências nefastas para a
ordem internacional e a legitimidade do Conselho. (Lopes, 2007, p. 53).

3. PROCEDIMENTOS DE PESQUISA

Os procedimentos de pesquisa foram organizados a partir dos objetivos específicos


supracitados – os quais, conforme exposto na Introdução, estão subdivididos em três principais
eixos temáticos: o conflito travado entre colonos e colonizados na Palestina; a interferência
das Nações Unidas; e a influência do marco teórico neorrealista na abordagem do caso.
O objetivo específico responsável pela condução dos demais terá como suporte obras
que tragam um estudo acerca da história da Palestina e histórico do conflito, que deverá ser
traçado através da busca de relatos e experiências que evidenciem a origem das invasões,
levando em conta as primeiras intervenções externas, desde que essa nação passou do controle
otomano aos britânicos até os dias atuais. Para isso, destacam-se as obras de Castro (1969),
Culpi e Rodrigues (2012), Galeano (2009), Knell (2017), Loewenstein et al. (2012) e Said
(1996), além de relatórios semestrais de organizações não-governamentais (ONGs) que atuem
na defesa dos direitos humanos dos civis palestinos, como o caso da israelense B’Tselem, e
também na coleta de relatos e dados que comprovem a hipótese aqui apresentada.
No que se refere ao segundo objetivo, analisar-se-á os documentos e bibliografias a
respeito da história da Organização das Nações Unidas, a fim de compreender suas percepções
sobre paz e conflito, bem como as estratégias e metodologias que leva a ONU a decidir sobre
a intervenção ou não em cada caso, desde as primeiras negociações até as mais recentes
operações de paz. Com o propósito de tensionar as diferentes opiniões de autores sobre o papel,
o alcance e as ideologias do Conselho de Segurança, serão mobilizadas obras como as de
Bigatão (2015), Bellamy (2010), Cardoso (2015), Culpi e Rodrigues (2012) Lopes (2007),
Rodrigues (2016), Sato (2003), Seitenfus (2008), entre outros.
Por conseguinte, naquilo que tange às contribuições do debate neorrealista sobre o
papel da ONU na sociedade internacional, será realizado um esforço de revisão bibliográfica
para localizar o surgimento dessa corrente no âmbito da disciplina de Relações Internacionais,
seus principais pressupostos e conceitos, assim como as suas aplicações e limitações. Para
tanto, serão utilizados como base os textos de Mearsheimer (1995; 2001), Waltz (1984; 1987),
Walker (1987), Selis (2011), Pereira (2014), Battistella (2014), entre outros.
A fim de melhor compreender o lobby sionista, o projeto utilizará a obra The Israel
17

Lobby and the U. S. Policy de Mearsheimer e Walt (2007) 5 , bem como suas referências
especializadas no assunto, a exemplo de Chomsky (2006), além de analisar fontes como
Rodrigues (2016), Said (1996) e Tenório (2022). Essas fontes auxiliarão a identificar os
parâmetros da conduta sionista frente às demais nações, sua contraditória performance como
Estado democrático e defensor dos direitos humanos, cercado de ditaduras autoritárias,
antagônicas aos padrões ocidentais; além de apurar a continuação do propósito imperialista
idealizado pelo pai do sionismo político, Theodor Herzl (2005), e como a última diáspora
judaica tem contribuído para o financiamento de atores poderosos, sobretudo os Estados
Unidos, em socorro ao Estado Judeu.
Neste sentido, o papel do lobby israelense também será analisado a partir da leitura de
artigos e demais obras que exponham a convergência entre tal fenômeno e os chamados
cristãos sionistas, e como estes estão diretamente ligados à defesa incondicional de Israel no
tocante a seus crimes internacionais. Este grupo que compõe parte significativa da sociedade
ocidental também é objeto de estudo para autores como Berman (2007), Findley (2003) e
Williams (1959). Neste momento, será fundamental a análise de tais fontes, que realizam um
trabalho crítico sobre o lobby, sua origem, desenvolvimento e participação, especialmente, na
política externa dos Estados Unidos.
Para melhor compreender a atuação da ONU no conflito, buscar-se-á analisar a ligação
entre seu papel como mediadora e promotora da paz e sua mal sucedida participação no embate
aqui analisado. Culpi e Rodrigues (2012), Lopes (2007), Saab (2016) e Sato (2003) são autores
que colaborarão com a compressão do que as Nações Unidas puderam ou até poderiam fazer
para trazer estabilidade à região, sem negar seu envolvimento no conflito. Vale ressaltar que
o projeto também vai analisar os relatórios disponibilizados no portal virtual das Nações
Unidas, que apresenta uma biblioteca completa com todas as resoluções discutidas e aprovadas
pelo Conselho de Segurança desde 1946 até os dias atuais.
A análise de todos os documentos pertinentes à pesquisa será realizada a partir de uma
estruturação em três etapas indicadas por Laurence Bardin: pré-análise; exploração do
material; tratamento e interpretação dos resultados. Em um primeiro momento, a leitura é
realizada com o objetivo de identificar os principais elementos do texto e quais são os mais
pertinentes ao estudo realizado. Na sequência, as observações e fichamentos serão realizados

5
Nesta obra, os autores realizam uma análise sobre a estrutura do lobby sionista, isto é, um conjunto de atores
responsáveis por orientar a política externa dos Estados Unidos a uma direção pró-Israel, além de debater os
prejuízos e consequências deste a ambos os países envolvidos, destacando a participação dos cristãos sionistas
não só no lobby como no sionismo em geral e, principalmente, a elite neoconservadora.
18

com maior rigor, manifestando de maneira sintética o pensamento do(a) autor(a) concernente
ao objetivo específico. Em seguida, os dados e informações obtidos seguirão para análise final,
a fim de realizar a confirmação da hipótese aqui testada e a real ligação do chamado lobby
sionista ou lobby judeu com o fracasso onusiano de promover segurança, desenvolvimento,
equilíbrio e segurança aos palestinos, quer refugiados ou remanescentes.
Por fim, aventa-se o desenvolvimento de um período sanduíche na Cisjordânia,
Jerusalém e Faixa de Gaza, para que o contato direto com a população contribua com o
desenvolvimento da pesquisa. Este intercâmbio seria financiado pela ONG euro-americana,
com filial no Brasil, FFIPP (do inglês, Rede Educacional pelos Direitos Humanos em
Palestina/Israel). A ONG financia esse perfil de projetos para estudantes da área de Segurança
Internacional ou Direitos Humanos interessados na Questão Palestina e que queiram ampliar
os debates acerca do tema, a fim de trazer o conflito a uma solução justa e que atenda à
determinação palestina, respeito a suas fronteiras, economia e política. A convivência direta
com as vítimas também servirá para facilitar o acesso lusófono à realidade por elas vivida.

4. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Atividades 2024 2025

1º sem 2º Sem 1º sem 2º Sem

Alinhamento do Projeto X

Disciplinas Cursadas X X

Levantamento Documental X X

Levantamento Bibliográfico X X

Análise de Conteúdo X X X

Análise da Bibliografia X X

Redação da Qualificação X X

Período de pesquisa no exterior X


19

Entrevistas e pesquisa de campo X

Revisão do material X X

Redação final da dissertação X X

Defesa da dissertação X

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