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26 a 30 de julho de 2021
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Bolsista FAPERJ
Resumo
O conflito Israel-Palestina em decorrência da partilha realizada pela ONU que deu origem
aos dois Estados em 1947 se estende até os dias atuais. Um dos movimentos nacionalistas
de Israel é o Sionismo que teve um papel forte sobre as narrativas das origens do conflito e
sobre os palestinos. Diante disso, este trabalho tem por seguinte pergunta: quais os
impactos da narrativa do Sionismo no final do século XIX e início do século XX sobre os
palestinos que vivem no Oriente Médio? Os objetivos principais são analisar quais são os
impactos do discurso e narrativa Sionista nos seguintes temas: imagem dos palestinos no
ocidente, a representatividade da OLP e os Direitos Humanos dos refugiados. Este trabalho
utilizará a perspectiva teórica pós-colonial de Edward Said em uma análise de narrativa que
terá como fontes trabalhos acadêmico de debates sobre o tema. Esta lente teórica permitirá
se fazer uma análise crítica da história sobre o conflito em dimensão colonialista e também
analisar como a imagem dos palestinos foi se desenvolvendo ao longo do tempo. Os
resultados da pesquisa foram que o Sionismo teve impactos na narrativa das origens do
conflito e nos refugiados palestinos.
Abstract
The Israeli-Palestinian conflict as a result of the partition carried out by the UN that gave rise
to the two states in 1947 extends to the present day. One of Israel's nationalist movements is
Zionism which played a strong role in the narratives of the origins of the conflict and the
Palestinians. Given this, this work has the following question: what are the impacts of the
narrative of Zionism in the late nineteenth and early twentieth century on Palestinians living
in the Middle East? The main objectives are to analyze the impacts of Zionist discourse and
narrative on the following themes: image of the Palestinians in the West, the
representativeness of the PLO and the Human Rights of refugees. This work will use a post-
colonial theoretical perspective of Edward Said in a narrative analysis that will have
academic works of debates on the theme as sources. This theoretical lens allows for a
critical analysis of the history of the conflict in a colonialist dimension and also to analyze
how the image of the Palestinians has developed over time. The results of the survey were
that Zionism had an impact on the narrative of the origins of the conflict and on the
Palestinian refugees.
1.Introdução
Antes da partilha a região da Palestina foi controlada pela Grã-Bretanha de 1922 até
1948, depois do fim do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial. Em 1947 a
Assembleia Geral da ONU por meio da resolução 181 determinava a criação dos dois
Estados e a partilha da região da Palestina. Os dois povos buscavam a consolidação e
independência de seu país. “(...) foi aprovada resolução recomendando a partilha política do
território do mandato. Seriam criados um Estado árabe e outro judeu, associados entre si
numa unidade econômica. Jerusalém seria internacionalizada (...)” (OLIVEIRA, 2002, pg.
307). A maioria dos países ocidentais votou a favor da partilha, mas os países árabes e
outros países da região como Egito, Arábia Saudita, Afeganistão, Líbano, Iraque e Irã
votaram contra (SANTOS, 2000, pg. 25).
A formação dos dois Estados tinha influências nacionalistas bem distintas. O Estado
de Israel tinha diversos movimentos nacionalistas que contribuíram para a formação do país,
um deles era o Sionismo, que já vinha crescendo desde o século XIX. O Sionismo contribuiu
para a promoção da imigração judaica vinda especialmente da Europa para a região da
Palestina nas primeiras décadas do século XX (SAID, 2012; NETO, 2010). Com influência
religiosa judaica e também com influência do socialismo europeu, o movimento Sionista
ganhou muita força e sua “(...) coesão e a solidez interna de Israel e dos israelitas como
povo e como sociedade escapavam em geral à compreensão dos árabes.” (SAID, 2012, pg.
100).
1880” (SAID, 2012, pg. 135). Mas este fato não impediu que a partilha e a formação dos
Estados fossem aprovadas pela Assembleia da ONU em 1947 por meio de uma resolução e
o estabelecimento das fronteiras.
O Estado da Palestina, por sua vez, também criado em 1947, através da resolução
181 na Assembleia Geral da ONU, teve um desenvolvimento diferente, mas construído
juntamente com o Estado de Israel e com o seu entorno. “(...) a identidade nacional
palestina foi gradativamente construída a partir de um processo de dupla diferenciação e
afirmação: em relação ao movimento sionista e em relação ao restante da população de
etnia árabe (...)” (NETO, 2010, pg., 125).
2.Argumentação teórica
Depois da criação dos Estados de Israel e da palestina, uma das principais razões
para as relações tensas entre eles foi a forte influência do Sionismo como movimento
nacional judeu. Diante deste movimento nacional judeu muito mais fortalecido, os palestinos
não conseguiram alcançar os mesmos objetivos para a consolidação de um Estado
independente. Para Edward Said o movimento Sionista pode ser comparado com
colonização europeia na palestina. “(...) o sionismo nunca se afirmou explicitamente como
um movimento de libertação judaica, mas sim como um movimento colonial de
assentamento no Oriente.” (SAID, 2012, pg. 78).
Diante disso, este trabalho tem por pergunta a seguinte questão: quais as
implicações da narrativa do movimento nacional Sionista no final do século XIX e início do
século XX sobre os palestinos que vivem em Israel, na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e nos
países do entorno?
Este trabalho não tem por objetivo dar uma resposta ao problema, mas analisar
somente alguns dos obstáculos que este discurso colocou aos palestinos. Assim, os
objetivos principais são analisar quais são os impactos do discurso Sionista na vida dos
palestinos que vivem no Oriente Médio, utilizando os seguintes critérios: na imagem que os
palestinos têm no Ocidente, a representatividade da OLP (Organização para a Libertação da
Palestina) e Direitos Humanos dos palestinos.
Este trabalho buscará em primeiro lugar fazer uma análise do que foi este discurso
Sionista e suas expressões, utilizando como visão teórica o orientalismo de Edward Said, no
que se refere à construção do conhecimento sobre o conflito Israel e Palestina e os
impactos dos discursos utilizados pelos sionistas. “O Orientalismo de Edward Said trouxe
um importante aporte ao debate pós-colonial, tanto à crítica epistemológica das formas de
produzir conhecimento quanto à denúncia das assimetrias globais de poder.”(ABU-
LUGHOD, 2016, pg. 1027). A utilização dessa lente teórica permitirá que se possa fazer
uma análise crítica da história sobre o conflito em dimensão colonialista (HALABI e ZAK,
2014).
3.Construção da narrativa
Como surgiu a narrativa e o discurso Sionista? Com ela foi se reproduzindo ao longo
do tempo? A narrativa utilizada pelo movimento sionista no final do século XIX e nas
primeiras décadas do século XX se baseava em certa medida na frase de Israel Zangwill
“Uma terra sem povo para um povo sem terra” (SAID, 2011, pg. 11) com objetivo de se
formar uma nação judaica na região da Palestina. Esta frase teve impactos na formação do
próprio Estado de Israel, nos palestinos e nos países árabes ao redor, assim como na
imagem de Israel diante dos países ocidentais, em especial dos Estados Unidos e dos
países europeus. O Sionismo possuía uma grande influência europeia, tanto socialista como
de colonização, mas também com suas próprias características (NETO, 2010, pg.128;
PEREIRA, 2003, pg. 40; HABALI e ZAK, 2014, pg. 70-71).
“Na verdade, uma parte importante dos sionistas fazia questão de ressaltar
a diferença: eles se viam como um grupo de pessoas civilizadas, portadoras
do progresso, ao contrario dos árabes, orientais e retrógados. Theodor
Herzl já enfatizava o Estado judeu como “baluarte da Europa contra a Ásia e
vanguarda da civilização em oposição à barbárie” (HERZL, 1988, p.96) (...).
Por fim, com as imigrações sionistas, emergia uma sociedade paralela à
pré-existente. E, para alojar as levas de novos habitantes, seria necessário
obter um recurso escasso na Palestina: terra.” (NETO, 2010, pg.129).
Os impactos dessa narrativa podem ser sentidos até hoje em toda a região. “(...)
alguns líderes árabes identificaram o estabelecimento judaico na Palestina como um
movimento aos moldes do imperialismo europeu. Porém, para eles, o colonialismo judeu era
muito pior.” (NETO, 2010, pg. 130).
Para Nets-Zehngut (2019), essa narrativa dos acontecimentos das guerras árabes-
israelenses de Israel afetou a esfera política, a memória nacional e internacional do conflito
Israel–Palestina. Isto foi possível através do controle que o Estado de Israel fazia sobre a
mídia local e também do que seria divulgado para mídia internacional. O Sionismo foi
controlando tudo o que se refere ao conhecimento, o discurso e reconhecimento sobre
qualquer tema sobre o conflito Israel-Palestina (SAID, 2012).
Com o tempo, a partir dos anos 1970, pesquisadores de diversas partes do mundo
começaram a ter uma visão crítica sobre a narrativa do conflito Israel-Palestina. Para a
narrativa crítica, os palestinos foram expulsos pelo exército israelense (NETS-ZEHNGUT,
2011; ERAKAT, 2017). Uma das principais divergências entre narrativas sobre o conflito
Israel-Palestina são as causas para o êxodo dos milhares de refugiados palestinos.
A visão crítica sobre o conflito Israel-Palestina analisa por uma ótica de colonização
feita através dos assentamentos judeus na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Buscando
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entender os efeitos dessas ações que geraram opressão, invisibilidade e exclusão dos
palestinos. Os Sionistas, tendo como base essa narrativa crítica, acabaram por expulsar os
palestinos, garantindo assim a conquista da terra invadida.
Para se perceber quais foram os reais impactos dessa narrativa sionista na vida dos
palestinos e na região do Oriente Médio, as três próximas seções se dedicarão a mostrar os
efeitos em três áreas: na imagem dos palestinos e israelenses diante dos países ocidentais,
na atuação da OLP como uma entidade de representação do povo palestino e na vida dos
refugiados.
O mundo pós Segunda Guerra Mundial inicia uma nova ordem tendo dois polos de
poder antagônicos, cada lado com sua estrutura e grupos de aliados. O bloco capitalista
liderado pelos Estados Unidos, tendo como aliados os países da Europa ocidental, forma o
que vamos usar nessa seção como países ocidentais e comunidade internacional. Não será
feita menção aos países do bloco socialista liderado pela URSS, mesmo que este tenha
participado de alguma forma no conflito, pois se tratar de uma região estratégica para eles
também. Porém, o discurso Sionista era dirigido para o ocidente capitalista devido ao seu
vinculo religioso judaico-cristão e valores culturais.
A relação dos países ocidentais com a região é bem antiga e diversas potências já
quiseram conquistar o Oriente. “(...) intervenções autoritárias e imperialistas das grandes
potências nos países árabes e em outras regiões consideradas inferiores e/ou atrasadas.”
(PEREIRA, 2003, pg. 35). A Grã-Bretanha atuou antes e depois da partilha em 1947, pois a
região tinha sido protetorado dos ingleses que apoiaram a migração de judeus para a
palestina. Depois disso, os Estados Unidos atuaram diretamente nas questões que
envolvem Israel e os países árabes devido aos seus interesses na região no contexto da
Guerra Fria e pela enorme influência do lobby judeu americano (SAID, 2001; PEREIRA,
2003, pg. 39).
As ações dos Estados Unidos pós Segunda Guerra Mundial segundo Erakat (2017)
se baseava em “(...) constantemente usar seu poder político, econômico e militar para
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A ONU desde 1945 até os anos 1990 foi a única organização internacional que atuou
diretamente sobre os conflitos por meio de suas agências internas. Pode-se destacar a
UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no
Próximo Oriente) que atua como ajuda humanitária para os milhares de refugiados
palestinos. A partir dos anos 1990 e depois na primeira década do século XXI novos atores
entraram como mediadores do conflito.
Mas como o ocidente tem se posicionado diante das ações de anexação e ocupação
de Israel sobre os territórios que de acordo com a partilha de 1947 e as diversas resoluções
da ONU pertencia aos palestinos? Como tem se envolvido diante do êxodo de milhares de
palestinos para toda a região desde 1948? Para Montenegro (2007) o “(...) avanço da
ocupação e do controle dos Territórios Ocupados pelo governo israelense e seus colonos
interventores vai de encontro a esses acordos, diante do silêncio da “comunidade
internacional” (...)” (MONTENEGRO, 2007, pg.143). Esse silêncio do ocidente por muito
tempo permitiu que o discurso Sionista ganhasse espaço e se fortalecesse.
Os israelenses com forte influência europeia criavam uma imagem dos palestinos
como diferente, como os “outros” por causa de diferenças culturais e religiosas. Israel olhava
para os palestinos como os europeus olhavam para suas ex-colônias, como um povo
atrasado que precisa ser civilizado.
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No entanto, em 1947 a ONU fez a partilha que dividia em dois Estados e não
somente Israel. Isso mostra que a comunidade internacional já reconhecia a presença dos
palestinos na região e que a melhor forma de resolver a questão entre os dois povos era
criar dois Estados separados. (NETO, 2010, pg.137; MOHAMMED, 2014, pg.59).
“(...) Estado judeu contra a população palestina (...) esses ataques são
tolerados e transmitidos pela mídia internacional (...) noticiados pela
impressa internacional como “incursões” nos territórios “disputados” e não
como agressões aos “territórios ocupados”, termo este reconhecido e
utilizado pela própria Organização das Nações Unidas (ONU).” (Pereira,
2003, pg.39).
Desta forma, a narrativa sionista por mais de 30 anos era a única visão que o
ocidente tinha do conflito e dos impactos na vida dos palestinos. Com o tempo a
comunidade internacional começa a ter uma visão critica do conflito. Tentando fazer com
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que Israel tome responsabilidade de suas ações e não mais acreditando exclusivamente nos
discursos de Israel.
A OLP no seu início tinha pouco espaço no âmbito internacional, pois demorou a ser
reconhecida pela comunidade internacional, em especial pelos Estados Unidos e por Israel.
Até o final da década de 1980, Israel considerava a OLP uma organização terrorista. A OLP
só passa a ser reconhecida pela ONU em 1974 e por Israel somente nos anos 1990 como
representante oficial dos interesses palestinos no exterior durante as negociações dos
acordos de Oslo (SANTOS, 2000).
“(...) a Palestina, que até pouco tempo atrás não era considerada um Estado
pela arena internacional, não era uma organização internacional, não era
uma ONG: era… Palestina! Uma entidade única, que não possuía um
território fixo, delimitado (e ainda assim o é), não possuía uma lei própria.
Ressalte-se, aliás, que a bem da verdade existe, sim, uma lei própria,
embora sui generis, posto que a Palestina possui um governo próprio há
muitos e muitos anos, com ministérios e estrutura de governo. Todavia,
padece uma situação muito difícil; por exemplo, todo o dinheiro que entra na
Palestina fruto de arrecadação de impostos pagos ou recebidos pelos
palestinos em suas relações internacionais passa antes por Israel, que
determina quanto e quando repassará, ou não, sendo certo que a qualquer
momento poderá reter esse repasse.” (MARTINS, 2011, pg.9)
“(...) as negociações de paz (...) por Israel (...) como assumiu o próprio
premiê israelense, continuem com o processo de colonização (...) os
acordos atuaria não passam de uma série de manifestações vagas e
ambíguas com o objetivo de reforçar o domínio israelense sobre os
territórios ocupados (...)” (Pereira, 2003, pg.37)
A questão dos refugiados palestinos é o tema mais sensível de todo o conflito Israel-
Palestina. Desde 1948 milhares de palestinos tiveram que sair de suas cidades e passar a
morar em campos de refugiados, em outros países árabes e mais recentemente em outros
países ao redor do mundo.
Mas afinal quem são os refugiados palestinos? Segundo Moulin (2011) os refugiados
são aqueles que foram expulsos de suas terras devido a ações violentas ou que passaram
as ser “(...) cidadãos de segunda classe (ou subcidadãos), para os quais as promessas de
inclusão nunca se efetivaram, seja por táticas de exclusão política, econômica e social (...)”
(MOULIN, 2011, pg.146)
A grande dificuldade que os palestinos enfrentam são as ações de Israel para barrar
qualquer tipo de reivindicação e ação dos palestinos para a obtenção de sua independência.
As “(...) dificuldades principais: uma comunidade dividida, dispersa, sem soberania territorial
própria, enfretamento a constante opressão sionista e a indiferença mundial, (...)” (SAID,
1992, pg. 139)
“(...) o direito à terra não é visto como uma questão de direitos humanos.
(...) No âmbito internacional, nenhum tratado ou declaração prevê
especificamente um direito à terra. Estritamente falando, não há um direito
humano à terra perante o direito internacional. (...) Historicamente, o
controle sobre o direito à terra tem servido de instrumento de opressão e
colonização.” (GILBERT, 2013, pg.121)
Diante disso, com uma narrativa que nega a existência e a não responsabilidade
sobre o êxodo de milhares de palestinos, as negociações de Israel com a OLP têm
dificuldade de seguir adiante. Os palestinos querem seu país soberano e seu território
inviolado, mas as ações de Israel impedem que isso possa ocorrer.
A Lei de retorno que tem por objetivo trazer os palestinos refugiados para a Palestina
também é ameaçada pelo discurso sionista. Para que os palestinos possam voltar para sua
terra em primeiro lugar eles precisam do reconhecimento de Israel e da comunidade
internacional de que eles foram tirados a força e que precisam de ajuda e proteção para
poder voltar.
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3.Conclusão
Este trabalho buscou analisar como foi se formando o movimento Sionista e quais os
impactos do discurso sionista sobre os palestinos e sobre os refugiados palestinos nos
últimos 70 anos na visão teórica do orientalismo de Edward Said. Os objetivos eram poder
entender como esse discurso foi usado e os impactos sobre a construção da memória e
história do conflito Israel-Palestina.
Como analisado ao longo do texto a narrativa Sionista tentou negar a existência dos
palestinos e depois quando isso não foi mais possível, tentou excluir os palestinos. Isso foi
feito por meio das ações de colonização nos moldes europeus que Israel promoveu nos
territórios ocupados e nas políticas discriminatórias e de controle contra os palestinos e
violação dos direitos humanos.
As ações de Israel tinham uma forte influência europeia na sua forma de colonização
com um viés orientalista que permeou a narrativa Sionista sobre o conflito. A narrativa
palestina sobre as causas e consequências do conflito de forma geral e sobre o êxodo dos
palestinos foi ignorada e silenciada pelo discurso sionista. Na década de 1970 uma narrativa
crítica surge buscando as causa do conflito colocando Israel e suas políticas de colonização
como o motivo para o surgimento dos milhares de refugiados nos países vizinhos. A OLP
também teve um papel fundamental em resgatar a memória palestina e criar uma narrativa
palestina sobre o conflito.
Por fim, o sionismo tentou esconder e não se responsabilizar pelo êxodo de milhares
de palestinos da região e de provocar uma crise humanitária com suas políticas de
colonização por meio dos assentamentos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
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