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FICHAMENTO
Biografia do autor
Wolfgang Leo Maar, professor doutorando em filosofia, possui um currículo
acadêmico invejável sendo um renomado colaborador para a pesquisa e estudo da teoria
no Brasil. Foi professor titular concursado na Universidade Federal de São Carlos (2004),
onde leciona desde de 1979. Sua graduação foi na Universidade Federal de São Paulo,
onde ingressou também em mestrado e doutorado em filosofia no ano de 1988. Seus
estudos não se limitaram somente ao Brasil, possui pós-doutorado na Universitat Kassel
da Alemanha. Maar é um expressivo pesquisador e colaborador nas áreas de filosofia,
teoria política, história e filosofia contemporânea e em temas como: Idealismo Alemão,
Dialética, Marx e Marxismo, Teoria Crítica, Adorno, Habermas, Teorias Políticas
Contemporâneas.
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O livro de Maar, em sua apresentação, esclarece a multiplicidade de facetas a que
se aplica o termo “política” e introduz aos leitores uma visão que contrapõe a ideia
unânime de que está inteiramente na esfera institucional. Hoje, a política abrange todas
as dimensões da vida social, o autor pontua diferenças entre o valor político imediato e
valor político não diretamente institucional. O primeiro refere a um conceito predominante
em que a política se encontra em comícios, partidos políticos, vereadores e deputados,
ações do governo. O segundo, sendo um conceito mais vago, é característica das
relações sociais seja em escolas, igrejas, em empresas ou até em relacionamentos
conjugais. Existem, portanto, em um mesmo instante, várias formas de se fazer política e
essas diversas propostas relacionam-se entre si.
Para o autor, a política surge junto com a própria história entre seus emaranhados
conflitos mediando a realidade social. Dessa forma, a delimitação rígida do que constitui
politica é um efeito prejudicial advindo da história, a conjuntura institucional marcada por
episódios de corrupção e violência desmoraliza a atividade política, a chamada
“politicagem”, que resulta na insatisfação e apatia por parte da sociedade. Paralelamente,
a esfera institucional modifica o valor da atividade política, que se torna um dever e
responsabilidade e deixa de ser um direito. Fruto dessa inversão de valores é o exercício
do voto, que por muito tempo constitui-se motivo de luta é visto na atualidade como
obrigação, que é elucidado pelo autor como a “sensação de camisa-de-força” (WAAR,
1994, p.16). Para Wolfgang, a atividade política é uma espécie de mal necessário, por
meio dela o meio social é transformado sendo um poderoso meio de precisão na vida em
sociedade.
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“O que a política grega acrescenta aos outros Estados é a referência à cidade, ao
coletivo da pólis, ao discurso, à cidadania, à soberania, à lei.” (MAAR, 1994, p.30)
“...o mundo que cerca a política apresenta-se como uma constante ‘caixa de surpresas’,
não só aos menos acostumados e mais distantes, mas inclusive para os que dele se
ocupam de modo ‘profissional’, frequentemente pegos de calça curta” (MAAR, 1994,
p.46)
“O Estado e seu gerente, o governo, utilizam a exaustão: polícia, leis, decretos, censura,
impostos, obrigações.” (MAAR, 1994, p.60)
“O estado cria cidadãos, dando-lhes direito de votar uma vez a cada quatro anos sob a
condição de que respondam a condições muito gerais” (MAAR, 1994, p.73)
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“A força dos movimentos socias provém deles próprios, do seu compromisso como
instrumentos da coletividade, das comunidades, associações.”(MAAR, 1994, p.74)
“O confronto eleitoral constitui apenas o ultimo elo abstrato de uma cadeia cujo conteúdo
concreto passa pela mobilização e organização cotidiana da sociedade para pressionar
seus representantes” (MAAR, 1994, p.78)
Referencial bibliográfico