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Ficha nº 3

Texto 1

Meu nome é Maria Emília. Tenho quinze anos. Que barra, hein?
Naturalmente eu gosto de um menino que não gosta de mim, toda vez que
eu tenho uma festa me nasce uma espinha no nariz e no colégio eu vou
mal em matemática.
Minha mãe me acha malcriada, meu pai me acha gênio.
Eu odeio verduras em geral e espinafre em particular.
Se gosto de alguma coisa?
Claro! Eu gosto de Titãs, da Marisa Monte e do Tom Cruise.
Sou louca por bombom de cereja, filme de terror e revista de fofoca.
Televisão? Mais ou menos... Quer dizer, eu adoro, mas às vezes me enche um pouco.
O que eu gosto mesmo, que nunca me cansa, é ler.
Já li todos, quer dizer, quase todos os livros da Agatha Christie, adorei Alice e Ulisses, Porcos com
asas e Cronópios e famas. E, outros livros, também, que eu bem que gosto de best-sellers...

(Ruth Rocha. O mistério do caderninho preto. ed. São Paulo: Ática, 1998. p.9.)
Texto 2

Alice estava começando a se aborrecer de ficar sentada ao lado de sua irmã numa elevação do
jardim, sem nada para fazer. Dava uma ou outra olhadela no livro que sua irmã lia, mais implicava:
 De que serve um livro sem figuras nem diálogos?
Cheia de preguiça, por causa do calor do dia, ela se perguntava se o prazer de fazer uma coroa de
margaridas valeria o esforço de levantar-se e colher as flores, quando de repente um coelho branco com
olhos cor-de-rosa passou correndo junto dela.
Nada havia de muito estranho naquilo. Nem Alice achou assim tão esquisito quando ouviu o
Coelho dizer para si mesmo:
 Oh meu Deus! Eu vou chegar muito atrasado!
Mas, quando ele tirou um relógio do bolso do colete, olhou-o e se apressou, Alice se levantou,
dando-se conta que nunca antes havia visto um coelho nem com colete e nem com um relógio no bolso.
Ardendo de curiosidade, seguiu-o correndo, a tempo de vê-lo penetrar numa larga toca sob a cerca.
E lá se foi Alice, descendo atrás do Coelho, sem jamais considerar como faria depois para sair dali.
(Lewis Carroll. Alice no país das maravilhas. Texto em português de Nicolau Sevcenko. São Paulo: Scipione,1986. p.9)

Os textos que você acabou de ler são o início de histórias muito interessantes. Aquele que conta
a história é chamado de narrador.
1) Observe os verbos e os pronomes destacados empregados pelo narrador nestes trechos do Texto 1:

“Tenho quinze anos.”


“Naturalmente eu gosto de um menino que não gosta de mim”
“Minha mãe me acha malcriada, meu pai me acha gênio.”

a) Em que pessoa estão as formas verbais e os pronomes destacados?

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b) O narrador participa dos fatos? Ou seja, ele também é personagem da história?

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2) Agora observe os pronomes destacados empregados pelo narrador nestes trechos do Texto 2.

“Alice estava começando a se aborrecer de ficar sentada”


“ela se perguntava se o prazer de fazer uma coroa de margaridas valeria o esforço”
“Mas, quando ele tirou um relógio do bolso do colete, olhou-o e se apressou”

a) Em que pessoa estão as formas verbais e os pronomes destacados? ____________


b) O narrador participa da história como personagem?___________________________

No Texto 1, quem conta a história é um narrador-personagem, isto é, um narrador que também é


uma das personagens, enquanto no Texto 2 quem conta a história é um narrador-observador.
O narrador-personagem se situa nos acontecimentos da história, fala de si, empregando verbos e
pronomes na 1ª pessoa. Já o narrador-observador não participa da história; conta os fatos sem fazer
nenhuma referência a si mesmo, empregando verbos e pronomes na 3ª pessoa.

1) Dos textos a seguir, assinale aquele que apresenta narrador-observador.

( ) Passei a semana comprando livros novos, cadernos e matérias, falando de nossas férias no mar, na
montanha, no campo, no exterior. Todas nós fomos a algum lugar e temos coisas para contar umas para
as outras.
(Zlata Filipovic. O diário de ZlataI. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p.19.)
( ) O sorriso nunca iluminava a fisionomia severa do Sr. Utterson, o advogado. Frio e contido, ele era
um homem de poucos palavras e de sentimentos reprimidos. Magro, alto, desalinhado e triste, no
entanto, de alguma maneira ele conseguia ser uma pessoa amável.
(Robert Louis Stevenson. O médico e o monstro. Tradução de Lígia Cademartori. São Paulo: FTD, 1993

2) Reescreva o texto a seguir, transformando o narrador-personagem em narrador-observador.


As minhas impressões de viagem, depois da partida de Bistritz, foram bem estranhas e variadas. Quando
cheguei junto à diligência, para tomá-la, o cocheiro estava conversando com a dona do hotel, sem
dúvida a meu respeito, pois me olharam de soslaio. Consegui ouvir, durante sua conversa, diversas
palavras muitas vezes repetidas, palavras esquisitas, pois falavam várias línguas. Assim, tirei da valise
meu dicionário poliglota, e olhei o significado dessas palavras. A constatação não foi muito alvissareira
para mim, pois as palavras eram: “Ordog” – satanás; “pokol” – inferno; “stregoica” – feiticeiro; e”vrolok”
e “vlkoslak”, ambas com a mesma significação, pois uma é eslovaca e outra sérvia: uma espécie de
lobisomem ou vampiro.

(Bram Stoker. Drácula. Tradução de David Jardim Júnior. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p. 9.)

alvissareiro: que traz boas notícias.


soslaio: viés, esguelha.

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