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Artigo de revisão

Práticas e condutas que aliviam a dor e o sofrimento em


crianças hospitalizadas
Practices and conducts that relief pain and distress in hospitalized
children

Resumo
Esther Almeida da Silva1 No intuito de compreender os aspectos associados à dor e ao seu trata-
Josué Lopes Corrêa Neto1 mento, o trabalho objetiva identificar, na literatura científica, as práticas
Maria Cecília Figueiredo1
Anadergh Barbosa-Branco1 e condutas que aliviam a dor e o sofrimento em crianças hospitalizadas.
Para tanto, realizou-se revisão bibliográfica abrangente e não-sistemá-
tica em sites científicos e literatura especializada. Identificou-se uma
gama de técnicas e práticas empregadas no manejo da dor, voltadas
para o seu alívio e enfrentamento. Discutiram-se ainda tópicos sobre a
interdisciplinaridade no tratamento, bem como os desafios enfrentados
pela equipe de saúde e familiares.

Palavras-chave: alívio da dor, crianças hospitalizadas, multidisciplina-


ridade, educação em saúde.
1
Faculdade de Ciências da Saúde,
Universidade de Brasília, Brasília,
DF, Brasil.
Abstract
In the purpose to understand the aspects associated to pain and its
treatment, the article aims to identify, in scientific literature, the practi-
Correspondência: ces and conducts that relieve the pain and the suffering in hospitalized
Anadergh Barbosa-Branco. Laboratório de children. To make this study, it was realized wide-ranging and non-
Saúde do Trabalhador/Agência de Correios sistematic bibliographic revision in scientific sites and specialized litera-
UnB – Caixa Postal: 4526, Cep 70904-970, ture. It was identified a great deal of techniques and practices employed
Universidade de Brasília-UnB, Brasília, DF,
Brasil. E-mail: laboratoriost@unb.br in management of pain for its relief and confrontation. Besides, it was
discussed topics about multidisciplinarity treatment, as the challenges
faced by the health squad and the family.

Key words: relief of pain, hospitalized children, multidisciplinarity,


Recebido em 18/setembro/2006
Aprovado em 25/janeiro/2007 health education.

Com. Ciências Saúde. 2007;18(2):157-166 157


Silva EA et al.

Introdução Dor: história, conceito, classificação e aspectos


psicossociais
A dor é um fenômeno universal que acompanha Ao longo da vida, a dor se manifesta de várias
a humanidade ao longo de sua evolução. Todos, formas, seja por processos inflamatórios, doen-
de certa forma, já a experienciaram algum dia, de ças, intervenções cirúrgicas dentre outros fatores,
modo que ela se torna real na vivência humana. A assim afirmando seu grau de importância para o
origem etimológica da palavra dor vem do grego organismo humano, pois sua ocorrência é um in-
poinê, que significa punição ou penalidade1. Atu- dicativo de que há algo errado com o mesmo. Em
almente, a dor é compreendida como sendo uma certas civilizações como a grega, a questão da dor
experiência sensorial e emocional desagradável re- era discutida em torno do natural e do antinatu-
lacionada a um dano real ou potencial e descrita ral, de modo que a natureza remetia-se à ordem
em termos desse dano2. e a enfermidade à dor e ao caos. Ademais, a dor
era entendida como um castigo divino ou como a
A dor é também uma realidade social. Embora sua presença de maus espíritos. Na antiguidade, filó-
fisiologia seja comum a todos os povos, há ques- sofos como Aristóteles e Galeno, já relatavam as
tões culturais que permeiam o modo pelo qual a peculiaridades dos aspectos emocionais e senso-
sociedade vivencia a doença e a forma de apre- riais da dor3. Hoje, sabe-se que a dor é percebida
sentar a dor na comunidade. O que é expresso pelo complexo sistema sensorial nociceptivo, no
como dor suportável, tratável ou ainda o que é qual o estímulo doloroso iniciado nos terminais
legítimo fazer ou omitir em nome da dor, também sensoriais pode ser modificado antes de sua per-
é dado por padrões culturais. Disso infere-se que cepção3.
a percepção da dor encontra-se intimamente rela-
cionada com os aspectos de cada sociedade, o que Atualmente, a dor se constituiu como campo de
leva a uma ressignificação da mesma a partir da estudo próprio e, para tanto, foi fundada a Inter-
construção sociocultural vivenciada3. A dor não national Association for the Study of Pain – IASP,
se circunscreve apenas ao campo da experiência com o objetivo de integrar as múltiplas disciplinas
somática, pois ela também é tida por seu valor subjacentes aos entendimentos da dor, como a
cultural, que é aprendida ao longo da evolução psicologia, fisiologia, anatomia e química do siste-
ontogênica do indivíduo. A cultura desempenha ma nervoso e, a partir daí, desenvolver estratégias
um papel de grande relevância na expressão e na adequadas para o seu manejo e controle. A dor é
vivência do processo álgico4. “uma experiência sensorial e emocional desagra-
dável associada com real ou potencial lesão de te-
No caso da hospitalização ou da realização de cido ou descrita em termos de tal lesão”2.
procedimentos invasivos em criança, a dor pode
ser potencializada, quando há um despreparo da A dor é uma experiência subjetiva, portanto, suas
equipe de saúde para lidar com situações que en- particularidades relacionam-se também à idiossin-
volvam sofrimento e agressividade. Muitas vezes, crasia do organismo. A discussão contemporânea
os profissionais agem com indiferença no trata- contempla as características individuais e as variá-
mento, o que complexifica a situação. Além de veis psicossociais como mediadoras dessa experi-
constituir uma experiência traumática, a hospitali- ência9. O conceito de dor abrange três aspectos: o
zação pode tolher a criança de seu ambiente fami- sensitivo-discriminativo (sensação física); o afeti-
liar e de suas atividades cotidianas, maximizando vo-motivacional (emocional) e o cognitivo-avalia-
a dor, a limitação física, bem como comportamen- tivo (pensamento)4. A dor é percebida a partir de
tos de passividade, sentimentos de culpa, punição um impulso agressivo externo ao organismo, que
e medo da morte5. gera impulsos nervosos, os quais são captados e
conduzidos por nervos periféricos primários, de-
Dessa forma, visando à minimização da dor em nominados nociceptores, que sucessivamente se
crianças hospitalizadas, observa-se na literatura a conectam pelas sinapses a outras classes de neu-
promoção de mecanismos como sedação e anal- rônios em uma complexa rede neural na espinha,
gesia6, recreação terapêutica7, exposição gradativa seguindo até o tálamo e o córtex cerebral, onde a
em atividades sociais e exercícios físicos, reforço percepção da dor ocorre10.
diferencial de comportamentos adaptativos, rela-
xamento, biofeedback e treino de distratibilidade As variações de dor podem decorrer de sua loca-
social8. lização, qualidade (formigamento, ardor, queima-
ção), intensidade, freqüência e duração, natureza
(orgânica ou psicogênica) e etiologia. Tais critérios

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Práticas e condutas que aliviam a dor

são empregados na classificação da dor e se distin- remoção do estímulo doloroso, a terapêutica em-
guem em2: pregada nos sintomas, bem como a intervenção de
terceiros. Assim, identifica-se que as reações vo-
 or aguda - duração relativamente curta, decorre
D luntárias viabilizam a comunicação da expressão
de lesões teciduais, processos inflamatórios ou de dor e a interação dessas com fatores sociais e
moléstias. Usualmente extingue-se quando sua culturais12.
causa é apropriadamente diagnosticada e a tera-
pêutica prescrita pelo especialista é corretamente Dor e infância
seguida pelo paciente. Como exemplos, citam-se Os pacientes acometidos por doenças e interna-
os pós-operatórios e as aplicações de injeções; dos em hospitais deparam com sentimentos que
se manifestam de diferentes formas, incluindo an-
 or crônica - duração longa, variando de meses
D siedade, tristeza, medo, angústia, dentre outros.
a anos. Recorrentemente, associa-se a processos Além disso, há ainda o interrompimento do seu
de adoecimento crônico. Essa dor pode decorrer curso de vida, afastando o sujeito de um lugar
de lesões anteriormente tratadas. A artrite reu- estável, desestruturando o modo de vida que de-
matóide e a dor fantasma (dor em um membro mandou inúmeros investimentos. Assim, entende-
amputado) são exemplos típicos da mesma; se que o sofrimento psíquico do paciente advém
não apenas do adoecimento físico, mas também
 or recorrente - é uma dor aguda, que ocorre em
D da fragilização emocional ocorrida durante a in-
episódios de curta duração, mas tem uma carac- ternação, abrangendo tanto a fase de indefinição
terística crônica, pois sua freqüência é recorrente diagnóstica, quanto à de potenciais pioras na evo-
ao longo do tempo. Pode vigorar ao longo de lução do quadro clínico. A situação de doença e a
toda vida de seu portador, apesar de não se re- expectativa de internação conduzem a criança e a
lacionar a um processo específico. O exemplar família a experimentar momentos de desconforto
desse tipo é a enxaqueca, na qual o paciente sofre e perturbações emocionais como a regressão e o
de forte dor de cabeça intercalada por períodos retraimento13.
livres de qualquer dor.
Inúmeras reações psicológicas são desencadeadas
Um importante aspecto a ser considerado no diag- no paciente com dor. A ansiedade natural é poten-
nóstico da dor é a situação psicossocial de cada cializada quando a dor é acompanhada de falta de
paciente, a fim de se obter maiores entendimentos entendimento e por insegurança no tratamento.
acerca das inter-relações desenvolvidas ao longo Quase todas as crianças apresentam alguma rea-
do processo de adoecimento. A compreensão da ção à experiência da hospitalização ou à realização
dor perpassa situações de idade, de sexo, de con- de procedimentos invasivos. A título de exemplo,
texto cultural, desenvolvimento emocional expe- destacam-se como as queixas mais freqüentes a
riências pregressas, padrões de comportamentos ansiedade, a depressão, o apego exagerado ao(s)
familiares, dentre outros11. cuidador(es), a diminuição da auto-estima, a re-
cusa ou não-adesão ao tratamento e o mau rendi-
O processo de imprimir valor cultural às experi- mento escolar 14.
ências humanas se dá de maneira gradual e, fun-
damentalmente, por sistemas sociais, tais como: O desenvolvimento cognitivo infantil influi na per-
família, escola, instituições religiosas, modos de cepção da dor de três maneiras. As crianças me-
produção, instituições de trabalho. Valores, cren- nores compreendem diferentemente a natureza, o
ças e atitudes relacionados à saúde são majorita- tratamento e a etiologia da dor. A existência de tra-
riamente adquiridos na infância pelo processo de tamentos específicos, como a terapia cognitiva, de-
aculturação, que, por sua vez, influencia de ma- manda níveis de atividades cognitivas inexistentes
neira precípua a aquisição de valores, crenças, ati- ou pouco desenvolvidas nas crianças. Independen-
tudes e comportamentos relativos à dor4. temente do nível desenvolvimental, muitas vezes,
as crianças encontram-se mal-informadas sobre
Por fim, embora a dor seja um evento privado a a origem da dor, o seu significado para elas, bem
quem a sente, ela pode ser comunicada e compar- como sobre o que podem fazer para enfrentá-la.
tilhada por meio da expressão de comportamentos Como a compreensão da dor se modifica nas dife-
ou pela ausência da expressividade. Comumente, rentes fases do desenvolvimento, é imprescindível
a reação inicial à dor se dá de forma involuntária que o tratamento clínico atenda a essas mudanças,
e instintiva com afastamento imediato da fonte ál- o que, por sua vez, inclui orientações acerca da dor
gica. Dentre as reações voluntárias destacam-se a ou de procedimentos invasivos15.

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Um tópico importante a ser considerado na dor da criança. Tal conduta priva o profissional da
infantil refere-se ao desenvolvimento social. O compreensão e do relato direto do infante, quan-
contexto familiar influi de maneira significativa na do este pode os fornecer. Isso muitas vezes ocor-
vivência da dor pela criança. A doença na infância re, pois os profissionais crêem que as crianças não
reforça os vínculos de dependência e de necessi- expressam e não comunicam a dor que sentem do
dade de proteção entre a criança e seus cuidado- mesmo modo que os adultos. Além disso, há uma
res. A possibilidade de ruptura dos vínculos afe- crença bastante difundida de que o sofrimento ál-
tivos na infância levou os hospitais a encorajarem gico das crianças é de caráter psicogênico. Isso se
as mães a permanecerem com seus filhos durante deve a várias razões, dentre elas o desconhecimen-
as internações e a participarem de seu cuidado, to da etiologia da dor. Recorrentemente, os profis-
buscando-se assim, a valorização da subjetividade sionais de saúde usam tal argumento para atenuar
e da existência de um mundo interno operante na o desconforto decorrente da incerteza diagnóstica
criança14. que enfrentam15.

No que tange à hospitalização e à realização de Práticas e condutas para o alívio da dor


procedimentos invasivos16, existe um despreparo O controle da dor é precípuo na assistência ao pa-
da equipe para lidar com a situação de dor, sofri- ciente, quer seja este cirúrgico ou não, isto porque
mento e agressividade apresentada nos comporta- a ocorrência de estímulos dolorosos por um perí-
mentos reativos das crianças. A medida e a valora- odo extenso causa maior sofrimento ao paciente,
ção da dor são alguns dos problemas mais difíceis além de propiciar complicações no tratamento.
de se encarar por aqueles que prestam atenção à Para um adequado manejo da dor, faz-se neces-
saúde pediátrica3. sário o emprego de uma abordagem multimodal,
que abranja tanto técnicas farmacológicas quanto
Um profissional de saúde que não consegue ava- não-farmacológicas18. As intervenções biológicas
liar a dor em crianças, de alguma maneira, está e psicossociais são fatores importantes que visam
ferindo a não-maleficência, um dos princípios da à minimização do desconforto no tratamento da
bioética. A não-maleficência17 refere-se à preven- dor, à melhora da função e à adaptação do in-
ção de danos intencionais, de modo a visar o bem divíduo para o desempenho das atividades19. As
do paciente. Tal princípio é o mais citado, contudo estratégias de manejo da dor visam ao desenvol-
é o que apresenta maior dificuldade de entendi- vimento de repertórios de auto-regulação, desse
mento. Geralmente, ele é transgredido quando a modo propiciando decréscimo na freqüência de
criança não é orientada ou preparada para proce- comportamentos de dor, manifestos ou encober-
dimentos invasivos que provoquem dor. tos, e recrudescimento de respostas adaptativas8.

Outro princípio da bioética, costumeiramente, fe- Dentre algumas estratégias trabalhadas no manejo
rido no tratamento infantil é a autonomia. Esta se da dor, destacam-se:
relaciona à capacidade de deliberar sobre seus obje-
tivos e ações, assim sendo a autonomia preconiza o  eforço diferencial do comportamento adequado:
R
respeito às escolhas e opiniões pessoais. Todavia, tal consiste no reforço de qualquer melhora ocorri-
princípio pode encontrar-se restringido, dependen- da no comportamento do paciente, o que pode
do da fase de desenvolvimento em que a pessoa se ser realizado por meio de incentivos, elogios,
encontre (infância, adolescência, velhice, por exem- atenção dirigida ao mesmo. Pode ser realizado
plo), por perda parcial ou completa da mesma, em tanto pela equipe de saúde quanto pelos familia-
virtude de doenças orgânicas ou mentais, ou por res. No que tange aos familiares, para que estes
condições sociais que limitem a liberdade17. Dife- possam empregar tal técnica, eles devem ser ade-
rentemente do adulto que pode expressar, implo- quadamente orientados e motivados a participar
rar, reclamar ou ordenar que sua dor seja cessada; do tratamento8;
as crianças, principalmente, as que não conseguem
falar ainda, comunicam seu sofrimento através do  esenvolvimento de habilidades sociais e trei-
D
choro. Muitas vezes, esse choro não é respeitado, no assertivo: técnica comportamental que visa
pois é tido como malcriação pelos profissionais e à manifestação de sentimentos e opiniões, sem
tratado com indiferença3. inibição ou agressividade excessiva. Orienta-se
o paciente a delimitar as situações de inabilida-
Na maioria das vezes, os questionamentos em re- des sociais das mais simples e pouco ansiógenas
lação à dor são dirigidos unicamente aos cuidado- às mais complexas e bastante estressoras, traba-
res, desconsiderando os aspectos idiossincráticos lhando-se inicialmente as primeiras. O pacien-

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te treina com o terapeuta maneiras alternativas ou grupo, em um processo destinado a facilitar e


de enfrentar a situação, abrangendo aspectos promover comunicação, relacionamento, apren-
da comunicação verbal e não-verbal. O treino é dizado, mobilização, expressão, organização e
seguido de discussões acerca das possíveis con- outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de
seqüências do comportamento assertivo, bem atender às necessidades físicas, mentais, sociais e
como de sua conveniência ou não, dependendo cognitivas. A Musicoterapia objetiva a desenvol-
de cada situação. Posteriormente, o paciente é ver potenciais e/ou restaurar funções do indiví-
estimulado a experienciar formas assertivas de duo e, consequentemente, uma melhor qualida-
comunicação nas situações do cotidiano8; de de vida, por meio da prevenção, reabilitação
ou tratamento. A música como instrumento tera-
 elaxamento: age nas respostas físicas como ten-
R pêutico é aplicada no tratamento de transtornos
são muscular, elevação da pressão arterial, nos mentais, principalmente nos quadros depressivos
batimentos cardíacos, na freqüência respiratória e ansiogênicos. Estudos na área de medicina clí-
e no fluxo de adrenalina que acompanham os epi- nica têm demonstrado que a música possui pro-
sódios de dor intensa. Sua ação se dá por meio da priedades analgésicas e ansiolíticas e vem sendo
amenização destas respostas e pelo aumento do usadas em unidades de tratamento intensivo, as-
limiar de tolerância à dor. Como conseqüência, sim como em procedimentos diagnósticos como
há conciliação do sono, aumento da possibilida- endoscopia e em operações maiores, nas fases
de de controle sobre a dor, assim como redução pré e pós-operatórias diminuindo a necessidade
de comportamentos ansiogênicos8; de medicamentos em muitos casos22;

 iofeedback: baliza-se no pressuposto de que a


B  eios Físicos: O calor, o frio, a eletricidade e
M
dor é composta de respostas fisiológicas subja- as ondas eletromagnéticas promovem o alívio
centes, de modo que a pessoa pode aprender a sintomático da dor. O efeito analgésico deve-se
identificar, discriminar e controlar essas respos- entre outros fatores à ativação do sistema su-
tas. O processo ocorre por meio da detecção, da pressor da dor e ao relaxamento muscular. Con-
amplificação e processamento de respostas bio- forme a necessidade e particularidade de cada
lógicas, tais como ondas cerebrais, taxa cardíaca, caso são utilizados: termoterapia – que consiste
pressão sanguínea e tensão muscular, por apare- no emprego do calor superficial por condução
lhagem eletrônica que são retroalimentados para (parafina, compressa quente); eletroterapia – a
o paciente, que aprende a controlar as respostas utilização de corrente elétrica promove analge-
corporais. Recorrentemente, tal técnica é associa- sia porque melhora a circulação local e exerce,
da com o emprego do relaxamento. A aplicação por efeito contra irritativo, ativação do sistema
isolada do relaxamento, em termos de compa- supressor de dor; cinesioterapia – atua como re-
rabilidade, apresenta resultados semelhantes aos laxamento de estruturas tensas ou contraturas
de biofeedback e que o relaxamento apresenta e o fortalecimento muscular; massoterapia – a
como vantagens o seu aspecto menos oneroso e massagem clássica, a massagem das zonas refle-
a disponibilidade para ser ensinado em grupo20; xas, a massagem transversa profunda, a do tecido
conjuntivo e a dos pontos clássicos da acupuntu-
 istração: baseia-se no desenvolvimento de re-
D ra, proporciona relaxamento muscular, alívio da
pertório de comportamental incompatível com a dor, do edema e da estase linfática; manipulação
dor, quer sejam os comportamentos manifestos vertebral – realiza torção rápida das articulações,
ou encobertos. Usualmente, é empregada para respeitando sua amplitude normal de movimen-
minimização da dor percebida e ocorre por meio tação19;
do engajamento em atividades de desfocalização
da dor, tais como: exercícios de leitura, assistir  cupuntura: tem por objetivo o tratamento de
A
TV, ouvir música, realizar alguma atividade lú- enfermidades pela aplicação de estímulos na
dica – como, por exemplo, os Drs. da Alegria - pele, por meio de agulhas em pontos específi-
compartilhar experiências entre pares, imaginar cos, denominados acupontos. O acuponto é uma
atividade ou situação prazerosa, dentre outras. região epitelial na qual há alta concentração de
Esse recurso mostra-se mais eficaz para dores de terminações nervosas sensoriais23. A acupuntura
baixa intensidade21; proporciona relaxamento muscular, efeito antiin-
flamatório, assim como liberação de substâncias
 usicoterapia: utilização da música e/ou de seus
M analgésicas (endorfina e serotonina). A acupun-
elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), tura a laser constitui-se na estimulação dos acu-
por um profissional qualificado, com um cliente pontos sem o agulhamento e é uma alternativa

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bastante empregada em crianças e pacientes que o deslocamento da atenção para fora das sensa-
não desejam usar agulhas24; ções corporais. Usualmente, é empregada conco-
mitantemente com o relaxamento, a sugestão e a
 iblioterapia: contempla a leitura de histórias
B visualização11. Há aspectos desconhecidos sobre
através de textos literários, parte do pressuposto a natureza do fenômeno hipnótico e isso levou
que toda experiência poética é catártica e que a a formulação de diversas teorias, com distintas
liberação da emoção produz uma reação de alívio explicações. Contudo, nenhuma destas abrange
da tensão com valor terapêutico. Dessa forma, a completamente tal fenômeno. Desse modo, a au-
literatura torna-se sedativa e lúdica. A bibliotera- sência de um modelo científico, que balize seu
pia tem sido utilizada em hospitais, prisões, asi- entendimento e funcionamento, obstaculiza sua
los e no tratamento de problemas psicológicos aplicação e aceitação junto aos serviços de saúde
em crianças, jovens, adultos, deficientes físicos, física e psíquica27.
doentes crônicos e adictos. Constitui-se em uma
atividade interdisciplinar, podendo ser desen-  armacoterapia: o tratamento farmacológico
F
volvida em parceria com a biblioteconomia, a contempla os sedativos e analgésicos. Citam-se
literatura, a educação, a medicina, a psicologia e como exemplos: os barbitúricos – que promo-
a enfermagem. Tal interdisciplinaridade confere- vem sedação ou sono, em decorrência de ação no
lhe um lugar de destaque no cenário dos estudos sistema nervoso central (SNC); os benzodiazepí-
culturais. É um lugar estratégico que permite nicos – que ocasionam sedação e hipnose, redu-
buscar aliados em vários campos e um exercício ção da ansiedade e relaxamento da musculatura
aberto a críticas, contribuições e parcerias25; esquelética; os opiáceos – que promovem anal-
gesia e depressão respiratória, bem como sono-
 sicoterapia de apoio: perpassa o desenvolvi-
P lência ou euforia. Em virtude de causarem anal-
mento de estratégias de manejo da dor, de for- gesia em dose inferior à necessária para sedação,
ma que esta não monopolize a vida do paciente, usualmente, não são empregados isoladamente
trabalha-se com a identificação, percepção, ava- para sedação. De acordo com esses autores, to-
liação e transformação de pensamentos disfun- das as medicações sedativas podem acarretar
cionais, do excesso de generalização, da desqua- complicações, desse modo a equipe deve estar
lificação dos progressos do tratamento. Aborda preparada, caso haja alguma intercorrência28.
também os benefícios secundários decorrentes Aponta-se ainda o uso de antidepressivos - nos
do papel de sofredor e de incapaz, muitas vezes casos de dores neuropáticas, cefaléias, dores de
mantidos pelo paciente. Há também o trabalho caráter contínuo; anticonvulsivantes – para dores
desenvolvido com os familiares para se evitar o neuropáticas e centrais; neurolépticos – que po-
reforço de comportamentos regressivos e/ou de tencializam a ação analgésica de outros fármacos,
ganhos secundários11. Aponta-se como sua fina- especialmente morfina e outros opióides, além
lidade o reforço dos aspectos saudáveis do pa- de propiciar efeito antiemético e sedativo11.
ciente; a redução do desconforto psíquico e do
comportamento desadaptativo; o auxílio quanto Enfim, as práticas e condutas anteriormente apre-
à independência, em relação à condição clínica, sentadas visam à minimização do desconforto
bem como promoção de autonomia quanto às no tratamento da dor, à melhora da adesão e à
decisões relativas ao tratamento26. adaptação do indivíduo para o desempenho das
atividades. O emprego de uma ou mais tem por
 ipnose: embora não seja um aspecto universal,
H objetivo auxiliar o tratamento, bem como promo-
alguns pacientes apresentam capacidade de blo- ver qualidade de vida ao paciente.
quear a dor pela hipnose. Mais do que um uso
exclusivo, ela pode ser utilizada como procedi- A interdisciplinaridade no tratamento da dor e a
mento auxiliar pré-anestésico, levando freqüen- educação em saúde
temente a uma diminuição da dose de anestésico A dor recebe menor atenção e é tratada menos
necessária a procedimentos cirúrgicos de manei- intensamente nas crianças do que nos adultos.
ra geral. A hipnose é indicada particularmente na Algumas atitudes sociais e pessoais acerca da dor
obstetrícia, em que se diminui a dose de anesté- consideram que o sofrimento em decorrência da
sicos visando à saúde do bebê. Em certas formas mesma relaciona-se a uma penitência e/ou à for-
de dor persistente, como o câncer, ela pode ser mação de caráter, pois a capacidade de sentir dor
empregada como tratamento coadjuvante13. A seria sinal de fortaleza e o contrário seria sinal de
hipnoterapia é empregada tanto para dores aguda fraqueza. Além disso, há também a crença de que
quanto para dores crônicas e sua ação se dá sobre sua origem seja psicogênica, no intuito de chamar

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Práticas e condutas que aliviam a dor

atenção de seus cuidadores1. Essa mentalidade aprender novas estratégias para lidar com a mesma
vem mudando, de modo que se tem pensado a e a assumir comportamentos mais adaptativos19.
dor na infância não apenas no aspecto curativo,
mas também no preventivo. O trabalho das clínicas da dor não se restringe ape-
nas à área de saúde. É uma proposta muito mais
A multidisciplinaridade perpassa o trabalho com ampla, visto que contempla processos transforma-
a dor. A proximidade e a associação de distintas tivos que subsidiam ações educativas. As práticas
formações, em especial na saúde, contribuem para de saúde tornam-se um importante instrumento
a compreensão da complexidade dos problemas29. de transformação, por promoverem a interação
Todavia, para pensar e atuar em saúde não basta dos diversos segmentos (usuários, gestores, equi-
apenas congregar múltiplos profissionais. É neces- pe de atendimento) dos serviços de saúde. Elas
sário haver um nível de interação entre os profis- reproduzem a configuração social, a realidade
sionais envolvidos no processo, a fim de propor- sociopolítica de nossa sociedade. Desse modo, as
cionar reciprocidade e enriquecimento coletivo na mesmas constituem-se também enquanto espaço
troca de informações29. de trabalho, além de uma prática social de grande
responsabilidade à transformação coletiva30.
O emprego simultâneo de procedimentos farmaco-
lógicos e não-farmacológicos vem se tornando uma É pela educação que o homem se constitui como
alternativa no tratamento e na minimização da dor membro de uma sociedade e é por esta que a so-
infantil. Assim, entende-se que, à luz da complexi- ciedade integra o educando ao seu processo socio-
dade da dor e das idiossincrasias do paciente, faz- histórico vigente, a fim de imbuir neste a conduta
se necessário o desenvolvimento de atendimentos e a aceitação do bem comum, que também é en-
interdisciplinares para sanar ou minimizar as mul- tendido com fins coletivos31. No caso da saúde, re-
ticausalidades e os impactos ocasionados pela mes- correntemente, a maioria das práticas de educação
ma. Por conseguinte, observa-se o surgimento de é marcada pela verticalização, na qual um tutor do
clínicas de dor com esse propósito6. conhecimento detém o saber e deposita naqueles
que não o têm, ou seja, os usuários dos serviços
As clínicas de dor têm representado um avanço sig- não são vistos como detentores de um saber, mes-
nificativo na assistência ao paciente, isto porque, mo que popular, mas sim como os depositários do
os seus objetivos visam ao manejo dos quadros saber dito científico, o qual virá salvá-los de sua
depressivos e ansiogênicos desencadeados pela al- ignorância. Muitas vezes, a própria transmissão do
gia, ao emprego de estratégias mais adaptativas de conhecimento encontra-se dissociado da vivência
enfrentamento à dor, à redução da percepção da social da população trabalhada32.
mesma, à maior adesão ao tratamento e melhor
utilização do sistema de saúde; assim como, ao A perspectiva de trabalho interdisciplinar no tra-
menor desempenho do papel de doente, tornando tamento da dor abrange a humanização na assis-
o paciente também um agente do tratamento. O tência à saúde. No atual panorama sociohistórico
tratamento do paciente com dor requer uma atu- em que vivemos, não há como negligenciar o mo-
ação interdisciplinar, para tanto é imprescindível vimento de trocas interpessoais que perpassa as
o emprego de distintas técnicas, a fim de minorar relações humanas. Tais trocas englobam relações
o sofrimento11. no plano político e econômico, relações de com-
plementaridade e de reciprocidade, assim como
Vale destacar também que os programas de edu- conflitos e diferenças33.
cação e de tratamento da dor propõem a execu-
ção de programas educativos e de orientações
interdisciplinares, que possibilitem transmitir aos Discussão e considerações finais
pacientes informações sobre etiologia, nosologia
e fisiopatologia da dor, contribuindo para o com- A dor constitui-se numa experiência multidimen-
partilhamento de informações e de experiências sional, em virtude de abranger componentes fisio-
entre os usuários e profissionais da área de saúde. lógicos, psicológicos e sociais18. Falar de dor é falar
Ademais, esses programas objetivam modificar as de uma vivência que todos experienciam. Embora
atitudes e crenças dos pacientes com condições seja desagradável senti-la, ela tem acompanhado
clínicas complexas, de modo que recebam infor- o homem ao longo de toda sua evolução. Mui-
mações sobre o tratamento e se apropriem destas. tas vezes, ela é compreendida como um castigo
Com isso, os usuários sentem-se estimulados a re- ou, até mesmo, uma retaliação por parte de quem
ver seus conceitos e atitudes em relação à dor, a a sente3. Apesar de a dor apresentar um caráter

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Silva EA et al.

adaptativo, o que a torna vital na identificação de que haja um espaço de discussão para os conflitos
situações perigosas, ela também pode gerar inca- insurgentes na própria equipe, pois os mesmos
pacidade, principalmente nos casos de dor crônica são característicos desse tipo de trabalho. Muitas
e/ou recorrente, que podem persistir ao longo da vezes, a equipe de saúde ver-se-á solitária no em-
existência do indivíduo8. Embora haja inúmeras bate contra muitos e importantes problemas de
atribuições a sua vivência, entende-se que a dor saúde coletiva35.
acarreta um comprometimento do bem-estar e da
felicidade humana3. No caso da educação em saúde, as atividades são
entendidas como educativas ou deseducativas a
A assistência à saúde infantil, especialmente no depender da forma como são realizadas. Os as-
que concerne ao tratamento da dor, não pode pectos que a caracterizam como deseducadora são
restringir-se apenas ao modelo de atuação calcado o tratamento autoritário e grosseiro que desvalori-
na patologização do paciente, medicalização dos zam os pacientes, a culpabilização destes por parte
problemas, hierarquização da relação profissional- dos profissionais, a medicalização de problemas
paciente. Tal assistência demanda a participação que gera a idéia de que tudo é questão de mais ou
dos familiares, bem como do próprio infante, a melhores medicamentos, bem como as limitações
depender da sua fase de desenvolvimento. Na pri- do próprio atendimento. Quando os pacientes e/
meira infância, a criança depende de cuidadores ou seus familiares percebem que não são com-
que provenham suas necessidades vitais e sociais preendidos em suas queixas, nem devidamente
e isso, na maioria das vezes, fica a cargo da família. avaliados, eles passam a criticar o profissional de
É por meio das experiências familiares pregressas saúde, responsabilizando-o pela incapacidade de
que a criança aprende crenças e atitudes que as atendê-los bem. Por outro lado, os profissionais
remetem às formas de enfrentamento adaptati- de saúde passam a se sentir cobrados, ameaçados
vas ou não à dor. À medida que a criança cres- e julgados em seu serviço35. Isso gera um proble-
ce, desenvolve maior autonomia em relação aos ma de comunicação que pode ser trabalhado por
genitores, assim como relações extrafamiliares de meio do diálogo e da interação entre equipe de
dependência com colegas, bem como com o meio saúde e usuários. Para tanto, é imprescindível o
populacional, em relação aos valores e modelos acolhimento, a escuta e a qualificação das queixas
adotados socialmente15. e do sofrimento velado nestas, de modo que os pa-
cientes e familiares não se tornem apenas pessoas
O cuidado da dor perpassa por uma multidiver- poliqueixosas ante a avaliação dos profissionais de
sidade na própria assistência à saúde, isto porque saúde.
contempla profissionais de distintas especialida-
des. Vêm-se empregando práticas e condutas não Por fim, no que tange as práticas e condutas que
apenas voltadas à medicalização e à domesticação aliviam a dor e o sofrimento em crianças hospi-
dos corpos, mas, fundamentalmente, visando ao talizadas, o presente trabalho constituiu-se em
desenvolvimento de autonomia e de apropriação uma pequena amostra quanto às inúmeras pro-
do saber em saúde34. Tal situação se reflete desde postas apontadas pela literatura pesquisada. Ao
um simples procedimento de curativo até núcleos invés de eleger uma única técnica para minimizar
reflexivos com intuito de formular ações sociais a dor e o sofrimento, vale destacar que ao pensar
mais amplas35. Com isso, desemboca-se em outro a saúde na infância, bem como nas demais fases
movimento, ou seja, o de humanização e de resga- do desenvolvimento, torna-se necessário buscar a
te da saúde pessoal e coletiva. complementaridade dessas práticas e condutas no
tratamento, de modo a humanizá-lo, assim propi-
A preparação da equipe de saúde não deve res- ciando qualidade de vida aos pacientes. Por fim, é
tringir-se apenas às atividades hospitalares, mas importante salientar a necessidade de desenvolvi-
estender-se junto à população em visitas domi- mento de outros trabalhos voltados à dor na infân-
ciliares, em parcerias com comunidades locais, cia e seu tratamento, com a finalidade de subsidiar
grupos de atendimento com caráter de consulta maiores informações para a área.
coletiva, palestras. É preciso que a equipe esteja
preparada para identificar situações-problema,
tais como realmente acontecem e são enfrentadas Referências bibliográficas
pelos pacientes. É imprescindível que a formação
dos profissionais seja continuamente acompanha- 1. Schechter NL. Dores recidivantes na criança: su-
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