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NORMAS E

PROCESSOS DO
COMÉCIO EXTERIOR

Patrícia Garcia

E-book 2
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO���������������������������������������������� 3
ACORDOS INTERNACIONAIS����������������� 4
Conceitos������������������������������������������������������������������4
Negociações no Comércio Internacional���������������5
Princípios que norteiam as negociações������������ 11
Rodada do Uruguai����������������������������������������������� 15
Rodada de Doha���������������������������������������������������� 17
Pacote de Bali������������������������������������������������������� 22
Conferência Ministerial de Nairóbi���������������������� 23
Conferência Ministerial de Buenos Aires������������ 24
Postura do Brasil nas Negociações Mundiais���� 24
Panorama Geral das Negociações���������������������� 28
Solução de controvérsias������������������������������������� 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS���������������������� 33
SÍNTESE�������������������������������������������������������34

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INTRODUÇÃO
Você sabe como surgem ou são criadas as normas
do comércio internacional? Sabemos que a regula-
ção no comércio exterior tem sua origem em um
processo de negociação, que pode ser entre dois pa-
íses ou entre vários. Sabemos também que existem
organismos internacionais que atuam na regulação
do comércio entre os países. Vamos descobrir como
funcionam as negociações em escala global?

Neste módulo, aprenderemos como acontecem as


negociações globais, quais os temas mais impor-
tantes que costumam ser discutidos e quais os prin-
cipais acordos estabelecidos até hoje. Além disso,
verificaremos a postura do Brasil nas negociações
mundiais. Para finalizar, estudaremos como funciona
o Sistema de Solução de Controvérsias.

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ACORDOS
INTERNACIONAIS
Quando falamos de comércio internacional, os acor-
dos firmados entre países funcionam como uma nor-
ma para eles. Por isso, quando estudamos normas e
processos do comércio exterior, é essencial entender
a dinâmica dos acordos e tratados comerciais.

Conceitos
Um acordo acontece quando duas ou mais partes
estão envolvidas em ideias e objetivos comuns. Vale
lembrar que os acordos envolvem a decisão em co-
mum de todas as partes, ou seja, não pode ser im-
posto. Quando se trata de comércio internacional,
um acordo funciona como uma norma para as partes
signatárias. Tais acordos implicam direitos e deveres
que devem ser observados pelas partes.

Acordos e tratados funcionam como contratos.


Então, estabelecem-se, nesses contratos, as regras,
os direitos e os deveres dos signatários. Os trata-
dos geralmente apresentam períodos mais longos e
são mais complexos, ao passo que os acordos são
mais simples e flexíveis. As regras estabelecidas
nos acordos referem-se a produtos envolvidos na
transação, quantidades, valores globais e prazo de
duração (MAIA, 2011).

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No comércio internacional, quando pensamos no
número de participantes, os acordos podem ser
bilaterais, multilaterais, plurilaterais ou regionais.
Os bilaterais envolvem duas partes. No âmbito da
Organização Mundial do Comércio (OMC, os acordos
multilaterais são aqueles a que todos os membros
devem aderir. Enquanto que, nos acordos plurilate-
rais, a adesão é facultativa. Ou seja, nos acordos
plurilaterais nem todos os países-membros da OMC
são signatários. Por fim, temos os acordos regio-
nais, quando envolvem países de uma região, como
América do Sul ou Europa, por exemplo.

Você sabe de onde vêm os acordos e tratados?


Acordos são frutos das negociações. Então, vamos
entender como funcionam as negociações no co-
mércio internacional.

Podcast 1

Negociações no Comércio
Internacional
Em geral, no comércio internacional, os acordos são
resultado de um processo de negociação. Assim,
em acordos bilaterais, dois países negociam entre
si; nos regionais, os países participantes do bloco
econômico também negociam entre si. Entretanto,
quando falamos de acordos em escala global, existe
a necessidade de um intermediário nas negociações.

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Atualmente, esse intermediário é um organismo inter-
nacional: a Organização Mundial do Comércio (OMC).

A OMC iniciou suas operações em janeiro de 1995.


Daí você se pergunta: Então como funcionava a regu-
lação do comércio internacional antes dessa data?
Antes de 1995, havia o General Agreement on Tariffs
and Trade (GATT), criado em 1947, que em portu-
guês significa Acordo Geral de Tarifas e Comércio.
O GATT não era uma instituição, e sim um acordo,
mas no contexto desse acordo havia um fórum de
negociações comerciais entre os países.

No âmbito global, há acordos que foram mediados


pelo GATT e, posteriormente, pela OMC. Para deixar
mais claro, a própria OMC se originou de uma das
negociações do GATT. A OMC cuida de tudo o que
já havia sido acordado no GATT e segue com no-
vas reuniões, com o objetivo de incentivar e regular
o comércio internacional. Vale destacar que, sob a
gestão da OMC, houve um aumento de temas que
entraram na pauta de negociações. Dessa forma, os
acordos são o resultado das negociações entre os
países e na estrutura GATT-OMC fala-se em rodada
de negociação.

Rodada de negociação é um mecanismo para colocar


os participantes do comércio internacional juntos e
com a finalidade de discutirem interesses comerciais
e chegarem a acordos que beneficiem a todas as
partes. As decisões são tomadas em consenso, por
isso pode acontecer de uma rodada ficar em aberto
por anos até se finalizar. As negociações apresentam

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seus objetivos iniciais, e os participantes mais fortes
tanto política quanto economicamente podem impe-
dir que esses objetivos sejam atingidos se acharem
que terão algum tipo de desvantagem.

Como você acha que um país se torna forte na OMC


para conseguir mudar a regulação internacional?
Neto (2016) explica que a força política nos fóruns
internacionais se dá pela força que o país apresenta
no mercado internacional. Por exemplo, um país que
é líder na exportação em determinado setor pode
se tornar mais ativo nas negociações de regulação
desse setor. O autor destaca ainda que, no período
entre a Rodada do Uruguai e a Rodada de Doha, o
Brasil ganhou importância nas negociações em razão
do crescimento das exportações no setor agrícola.

Lamy (2014), por sua vez, comenta não só sobre o


Brasil, mas de uma mudança geral nos principais
negociadores da OMC:

O final da década de 1990 marcou uma mu-


dança importante na interação dos diversos
atores do comércio internacional. Assistimos
a um rápido reajustamento do portfólio de in-
fluências com a adesão da China, em 2001,
e com a afirmação gradual de membros fun-
dadores do GATT, como a Índia e o Brasil. Até
então, o sistema tinha sido dominado pelo
chamado Quad, ou seja, grupo formado por EUA,
UE, Japão e Canadá. A ascensão dos países emer-
gentes não só mudou profundamente a agenda,

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mas também alterou as modalidades das nego-
ciações e a composição dos principais atores.

Existe outro fator que afeta o desenrolar das nego-


ciações. A questão se coloca porque o comércio
é apenas uma das pautas quando pensamos em
relações internacionais, por isso,

É preciso ter claro, ademais, que as negocia-


ções comerciais internacionais não se dão
num universo diplomático à parte, e sim no
contexto das relações internacionais em sua
totalidade, cuja lógica dominante é a lógica
do poder (MAGNOLI; SERAPIÃO JR., 2006, p.
200).

Muitas vezes, as negociações dos acordos comer-


ciais funcionam como moeda de troca em relação
a outros temas do contexto internacional (meio am-
biente e direitos humanos, por exemplo). Apesar de
sabermos que existe uma questão de “guerra de po-
der” entre os representantes dos países, é importante
dizer que a regulação da OMC é baseada no conceito
de diplomacia, sendo esse um dos motivos pelos
quais as negociações parecem ser muito demoradas
(LAMY, 2014).

Você consegue imaginar como seriam as negocia-


ções sem diplomacia? A diplomacia, apesar de tor-
nar o processo demorado, é um grande avanço da
humanidade. Se não houvesse diplomacia, é possí-

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vel que as questões comerciais internacionais se
resolvessem por meio de guerras, como acontecia
no passado.

Magnoli e Serapião Jr. (2006) falam, por exemplo,


de um conflito célebre entre Inglaterra e Holanda:

A máxima popular, segundo a qual “o comércio


é uma guerra”, aplica-se com perfeição à traje-
tória que conduziu a Inglaterra até a posição
de rainha dos mares. Os Atos de Navegação
de 1651 proibiam o transporte de produtos
de fora da Europa para a Inglaterra por na-
vios estrangeiros, bem como o transporte de
produtos europeus destinados à Inglaterra
por embarcações de um terceiro país. O alvo
principal era a frota mercante da Holanda, e
o resultado foi a primeira das quatro guerras
navais anglo-holandeses, que se desenrolou
entre 1652 e1654.

Percebe-se que havia um impasse comercial inter-


nacional entre Inglaterra e Holanda que resultou em
guerra. Como seria se houvesse uma rodada da OMC
para resolver a situação? Bom, vamos voltar às ro-
dadas de negociação.

Historicamente, houve oito rodadas de negociação no


contexto do GATT e, sob a gestão da OMC, tivemos a
rodada de Doha (ainda não finalizada). Como o GATT
não era uma instituição, mas um acordo, podemos
dizer que esse acordo é o principal instrumento de

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regulação do comércio internacional. O documento
inicial de 1947 (GATT 47) sofreu atualizações, con-
forme foram ocorrendo as rodadas de negociação.
A Tabela 1 apresenta o histórico de rodadas:

Rodada Período Países Par- Temas


ticipantes
Genebra 1947 23 Tarifas
Annecy 1949 13 Tarifas
Torquay 1950-1951 38 Tarifas
Genebra 1955-1956 26 Tarifas
Dillon 1960-1961 26 Tarifas
Kennedy 1964-1967 62 Tarifas e
Antidumping
Tóquio 1973-1979 102 Tarifas, Medidas
não tarifárias,
Cláusula de
Habilitação
Uruguai 1986-1994 123 Tarifas, Agricultura,
Serviços,
Propriedade
Intelectual,
Medidas de
Investimento, Novo
Marco Jurídico,
OMC
Doha 2001- 149 Tarifas, Agricultura,
Serviços,
Facilitação de
Comércio, Solução
de Controvérsias,
“Regras”

Tabela 1: Rodadas de negociação GATT-OMC. Fonte: Ministério da


Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços

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Princípios que norteiam as
negociações
A OMC, nos processos de negociação, busca estabe-
lecer acordos multilaterais, nos quais o que é acorda-
do vale para todos os membros da Organização. No
entanto, também existem os contratos plurilaterais,
nos quais apenas parte dos membros são signatá-
rios, ou seja, são válidos apenas para os membros en-
volvidos no contrato e não para todos os membros da
OMC. A esse respeito, Magnoli e Serapião Jr. (2006)
explicam que a cláusula da “nação mais favorecida”
é o princípio do multilateralismo comercial:

Essa cláusula tem importância crucial nos


tratados de comércio internacional. A cláusula
significa o oposto do que parece. Por meio
dela, concede-se a todos os parceiros condi-
ções idênticas às da “nação mais favorecida”.
Isso significa que, se um país A concorda em
reduzir sua tarifa de importação de maçã em
relação a um país B, essa tarifa reduzida vai
valer para todos os demais países participan-
tes da negociação. O princípio é a pedra de
toque do multilateralismo comercial, pois im-
plica a supressão de privilégios e preferências
especiais, eliminando a existência de nações
“mais favorecidas”.

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Sob a responsabilidade da Organização Mundial do
Comércio (OMC), as negociações globais seguem
os seguintes princípios:
• Não discriminação: engloba dois subprincípios:
ƒ Nação mais favorecida: obriga um país a estender
aos demais membros qualquer vantagem ou privi-
légio concedido a um dos membros.
ƒ Tratamento nacional: impede o tratamento dife-
renciado de produtos nacionais e importados.
ƒ Previsibilidade: garante que operadores do co-
mércio exterior tenham previsibilidade de normas
e acesso aos mercados tanto na exportação quanto
na importação.
ƒ Concorrência leal: coíbe práticas ilegais como o
dumping e subsídios.
ƒ Proibição de restrições quantitativas: impede
o uso de restrições quantitativas como meio de
proteção.
ƒ Tratamento especial e diferenciado para países
em desenvolvimento: países desenvolvidos abrem
mão da reciprocidade nas negociações tarifárias,
e existe medidas mais favoráveis aos países em
desenvolvimento.

Quanto às medidas favoráveis aos países em desen-


volvimento, existe o mecanismo do Sistema Geral de
Preferências (SGP), por meio do qual os produtos
dos países em desenvolvimento recebem redução

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de tarifas alfandegárias quando são exportados para
os países desenvolvidos.

O SGP foi idealizado no contexto da Conferência das


Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento
(United Nations Conference on Trade and
Development – UNCTAD) e foi incorporado na regula-
ção internacional por meio da Cláusula de Habilitação
da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O SGP é unilateral e não recíproco, ou seja, os paí-


ses desenvolvidos concedem tratamento tarifário
preferencial, mas não obtêm o mesmo tratamento
em contrapartida. Assim, os países desenvolvidos
apresentam uma lista de produtos com as respec-
tivas reduções tarifárias e podem exigir algumas
regras a serem cumpridas, como regras de origem,
por exemplo. Cada país desenvolvido tem autonomia
para disponibilizar suas listas e regras, pois não há
necessidade de um acordo global nesse caso. Além
disso, listas e regras têm caráter temporário, mas
podem ser renovadas.

Entre os países desenvolvidos que participam do


SGP, podemos destacar Austrália, Estados Unidos
da América, Japão, Noruega, Nova Zelândia e Suíça.

Apesar de os princípios priorizarem os acordos multi-


laterais e instituírem algumas medidas favoráveis aos
países em desenvolvimento, havia outros mecanis-
mos nas negociações globais capazes de contribuir
para o enfraquecimento desses princípios. Um deles
é a Cláusula da Paz.

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A Cláusula da Paz fazia parte do Acordo de
Agricultura (um dos acordos do sistema GATT-OMC)
e era o dispositivo jurídico que permitia a países de-
senvolvidos continuar a fornecer subsídios aos seus
agricultores. Ou seja, por meio dessa cláusula, os
países desenvolvidos podiam aplicar subsídios ile-
gais e não poderiam ser contestados. Os subsídios
agrícolas distorcem o comércio internacional e pre-
judicam a entrada dos países agrícolas no mercado
dos países desenvolvidos. A Cláusula da Paz perma-
neceu em vigor por nove anos e ficou válida até 2003.

FIQUE ATENTO
O Brasil foi o primeiro membro da Organização
Mundial do Comercio (OMC) a ousar questionar
os subsídios agrícolas sob a vigência da Cláusu-
la da Paz (BARRAL; AMARAL, 2015). Em 2002, o
Brasil, por meio da Associação dos Produtores de
Algodão (Abrapa) e do Ministério das Relações
Exteriores (MRE), questionou os Estados Unidos
em relação à legalidade dos subsídios agrícolas
(domésticos e direcionados à exportação) na
produção de algodão. A disputa foi finalizada em
1 de outubro de 2014, e o Brasil venceu a contro-
vérsia contra os Estados Unidos. A disputa, co-
nhecida como contencioso do algodão, resultou
em uma compensação financeira de aproxima-
damente US$ 900 milhões para os produtores de
algodão brasileiros (AZEVEDO, 2015).

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Estudamos, até este ponto, o funcionamento das
negociações no comércio exterior. A partir de agora,
vamos conhecer a principal rodada de negociação,
que aconteceu na estrutura do GATT, e a rodada
sob a responsabilidade da Organização Mundial do
Comércio.

Rodada do Uruguai
Você sabe dizer por que a Rodada do Uruguai foi
tão importante? Ela foi a última rodada de negocia-
ção antes da instituição da Organização Mundial do
Comércio (OMC). Dentre as que aconteceram antes
de 1995, a Rodada do Uruguai foi a mais longa (durou
oito anos), a que tinha o maior número de países en-
volvidos (123) e a que apresentava o maior número
de temas a serem discutidos. Vamos conhecer a
normatização que lhe deu origem.

A Rodada do Uruguai, finalizada em 1994, incluiu


acordos de novos temas de política comercial. Antes
disso, os acordos do GATT referiam-se basicamente
às tarifas de importação. Entre os novos acordos,
temos:
• Acordo Geral sobre Comércio de Serviços (General
Agreement on Trade in Services – GATS).
• Acordo sobre Aspectos de Direitos de Propriedade
Intelectual Relacionadas ao Comércio (Agreement on
Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights
– TRIPs).

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• Acordo sobre Medidas de Investimento
Relacionadas ao Comércio (Trade-Related Investment
Measures – TRIMs).
• Acordo de Antidumping e Direitos Compensatórios.
• Acordo sobre Subsídios.

No setor agrícola, temos dois acordos:


ƒ Acordo sobre Agricultura (AsA).
ƒ Acordo sobre Sanidade e Fitossanidade.

Segundo Neto (2016), os acordos no setor agrícola


não traziam mudanças satisfatórias para a liberaliza-
ção do comércio, com isso, países interessados na
abertura comercial, como o Brasil, aceitaram as con-
dições estabelecidas com a promessa de que hou-
vesse maior flexibilidade nas próximas negociações.

Importante comentar também que foi na Rodada do


Uruguai que se deu a adoção do single undertaking,
um princípio negociador que obriga todos os países
participantes a assinar todos os acordos aprovados
ou nenhum (MAGNOLI; SERAPIÃO JR., 2006).

Esta rodada também foi responsável pela criação da


Organização Mundial do Comércio (OMC). O GATT
era basicamente responsável pelas negociações in-
ternacionais, enquanto que a OMC assumiu outras
atribuições: além das negociações, também atua
com o monitoramento dos países-membros quanto
às práticas e políticas comerciais; tem uma grande
responsabilidade com a resolução de controvérsias
entre os países. Neste tópico, aprofundaremos nosso

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estudo sobre as negociações, pois os acordos firma-
dos nessas negociações globais fazem parte da es-
trutura normativa que rege o comércio internacional.

Rodada de Doha
Vera Thorstensen (2012) comenta que houve uma
evolução no processo de regulação do comércio in-
ternacional entre o sistema do GATT e a atuação da
OMC. A autora atribui dois fatores para essa evolu-
ção: a ampliação do número de países-membros; a
abrangência de temas.

Enquanto 23 países participaram da criação do GATT,


a OMC já conta com 164 países-membro. Você sabe
como acontecem as rodadas de negociação na
Organização Mundial do Comércio? A Conferência
Ministerial é o fórum de tomada de decisões mais
alto da OMC e, geralmente, realizada a cada dois
anos. As decisões do Conselho Geral, que se reúne
periodicamente em Genebra, também contribuem
para a regulação do comércio internacional. Mas na
Conferência Ministerial, reúnem-se todos os mem-
bros da organização, que tomam decisões dos acor-
dos multilaterais.

Desde a criação da OMC, já aconteceram as


Conferências Ministeriais:
• Dezembro de 1996 – Singapura.
• Maio de 1998 – Genebra.
• Dezembro de 1999 – Seattle.

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• Novembro de 2001 – Doha.
• Setembro de 2003 – Cancun.
• Dezembro de 2005 – Hong Kong.
• Dezembro de 2009 – Genebra.
• Dezembro de 2011 – Genebra.
• Dezembro de 2013 – Bali.
• Dezembro de 2015 – Nairóbi.
• Dezembro de 2017 – Buenos Aires.

Conhece a Rodada de Doha? Sabe dizer por que


ela é tão famosa? A Rodada de Doha, lançada na
Conferência Ministerial de novembro de 2011, foi
a primeira rodada de negociação sob a gestão da
Organização Mundial do Comércio. Antes da Rodada
de Doha, houve a tentativa de lançamento da Rodada
do Milênio, que aconteceria em 1999. No entanto, em
razão de divergências quanto à pauta que deveria
ser discutida, tal rodada não chegou a ser lançada.

SAIBA MAIS
Batalha de Seattle (2007, 1h51m) é um filme de
drama e ação que foi baseado em fatos reais. O
enredo trata de personagens fictícios envolvidos
no protesto de 1999 contra a Conferência Minis-
terial da Organização Mundial de Comércio, ocor-
rida na cidade de Seattle (EUA).

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A Rodada de Doha, também chamada de Rodada
do Desenvolvimento, apresentou em sua agenda de
negociação um número bem maior de temas que
já haviam sido discutidos. Os principais objetivos
foram:
• Redução de tarifas em bens não agrícolas.
• Discutir temas relacionados à agricultura: subsí-
dios, apoio interno, redução de tarifas e crédito à
exportação.
• Liberalização progressiva em serviços.
• Ampliar o Acordo TRIMs e o Acordo sobre Medidas
de Investimento Relacionadas ao Comércio.
• Debater princípios gerais de concorrência, trans-
parência, não discriminação, formação de cartéis,
cooperação voluntária e instituições de concorrência
para países em desenvolvimento.
• Transparência em compras governamentais.
• Questões institucionais do comércio eletrônico.
• Melhorar dispositivos do Acordo de Solução de
Controvérsias.
• Melhorias nos acordos de antidumping, subsídios
e medidas compensatórias.

Mesmo com um número maior de tópicos a serem


discutidos, a agricultura ainda figura como o tema
central das negociações. A questão agrícola é um
dos temas mais controversos das rodadas, porque
grandes economias (como UE e EUA) apresentam
uma postura fortemente protecionista nesse campo,

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ao passo que os países em desenvolvimento, incluin-
do o Brasil, atuam enfaticamente em uma abertura.
A despeito disso, Magnoli e Serapião Jr. (2006) co-
mentam os subsídios da União Europeia:

Os subsídios agrícolas da União Europeia são


uma das fontes principais de distorção do co-
mércio internacional e a causa mais importan-
te dos impasses nas negociações agrícolas
da Rodada do Uruguai do GATT e da Rodada
Doha da OMC.

Você consegue imaginar o motivo pelo qual a Rodada


de Doha ainda não terminou? Thorstensen (2012)
identifica alguns fatores das questões agrícolas:
• Estados Unidos, na época, estavam sob o comando
democrático após o período de governo republicano,
passavam por um quadro de recessão após a crise
de 2008 (Crise do Sub Prime) e não tinham interesse
na abertura do mercado agrícola.
• A União Europeia havia feito uma reforma agrícola
interna em 2003 e não demonstrava interesse em
debater o tema.
• Países em desenvolvimento formaram o G-20, sob
a liderança do Brasil, e solicitavam o fim dos subsí-
dios agrícolas.

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Inferimos, assim, que o impasse se estabeleceu
porque temos, de um lado, Estados Unidos e União
Europeia, que são os mais fortes e desenvolvidos
economicamente, demonstrando pouco interesse
na liberalização de seus mercados agrícolas; de ou-
tro lado, temos os países em desenvolvimento, que
solicitam o acesso ao mercado agrícola em troca de
redução de tarifas de bens não agrícolas.

Na Conferência Ministerial de 2011, em Genebra, foi


reconhecido formalmente que havia um impasse na
Rodada de Doha (RIOS; PANZINI, 2014). Thorstensen
(2012) alerta que a falta de consenso na Rodada de
Doha pode provocar um enfraquecimento da centra-
lização da Organização Mundial do Comércio (OMC)
em relação à regulação do comércio internacional. O
resultado desse enfraquecimento é a proliferação de
acordos bilaterais e regionais sem nenhum vínculo
com a cláusula de reciprocidade, ou seja, são acordos
estritamente preferenciais.

A existência de acordos preferenciais negociados


fora do âmbito da OMC e desconsiderando o multi-
lateralismo comercial pode gerar novas barreiras e
dificuldades no fluxo do comércio internacional, o que
seria, de certa forma, um retrocesso na regulação
dos negócios internacionais:

Além da possibilidade de conflito de regras


e inconsistência entre o quadro regulatório
da OMC e a nova regulação produzida pelos
acordos preferenciais de comércio, há o temor
de que a proliferação de marcos regulatórios

21
incremente os custos de transação no comér-
cio internacional, gerando ineficiências, além
de, na prática, criarem mercados preferenciais
por meio de reconhecimento mútuo padrões e
regulações técnicas e fitossanitárias, afetando
a eficácia e a pertinência das negociações no
âmbito multilateral THORSTENSEN (2012).

Pacote de Bali
O Pacote de Bali foi instituído em dezembro de 2013
como resultado da Nona Conferência Ministerial da
Organização Mundial do Comércio (OMC), contri-
buiu para a retomada da Rodada de Doha (AZEVEDO,
2015). Esse pacote reascendeu as esperanças de
revitalização do processo negociador da Rodada de
Doha. No entanto, após a Conferência Ministerial de
Bali, surgiram indícios de enfraquecimento de alguns
dos princípios basilares da OMC. Nesse sentido, Rios
e Panzini (2014) comentam algumas direções que
a OMC poderia seguir após a aprovação do Acordo
de Bali:
• Não manutenção do single undertaking, ou seja, não
haveria mais obrigatoriedade de que todos os acordos
fossem assinados e aprovados por todos de uma única
vez. Dessa forma, os acordos seriam aprovados em etapas.
• Avanço de acordos plurilaterais e não multilaterais.
• Incorporação de novo temas à agenda negociadora.

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Dos assuntos abordados no Pacote de Bali (facili-
tação de comércio, agricultura, algodão e questões
de desenvolvimento relacionadas aos países em de-
senvolvimento), o Acordo de Facilitação de Comércio
foi o mais relevante e o que de fato resultou em
uma regulação no âmbito do comércio internacional
(RIOS; PANZINI, 2014). De modo geral, tal acordo
refere-se às questões operacionais e burocráticas
do despacho alfandegário.

Em relação à agricultura, o tema de maior conflito


da Rodada de Doha, Rios e Panzini (2014) afirmam
que houve um retrocesso, pois acordou-se que os
maiores volumes de subsídios seriam aceitos se fos-
sem classificados como políticas sociais.

Qual é a sua percepção? Você acha que houve


avanço na Rodada de Doha depois da Conferência
Ministerial de Bali? Vamos analisar os resultados
das Conferências que aconteceram após o Acordo
de Bali.

Conferência Ministerial de
Nairóbi
Na Conferência Ministerial de Nairóbi, em 2015,
foram acordadas regras para subsídios ao crédito
de exportação, ajuda alimentar e operações de em-
presas estatais exportadoras de produtos agrícolas
(RIOS; PANZINI, 2014). Ainda assim, tais regras não

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foram suficientes para uma efetiva abertura comer-
cial no setor agrícola.

Conferência Ministerial de
Buenos Aires
Na Conferência Ministerial de Buenos Aires
(Argentina), em 2017, houve acordos em temas con-
siderados menos importantes nos negócios inter-
nacionais, como comércio eletrônico e subvenções
à pesca. Além disso, criou-se um grupo de trabalho
para a adesão do Sudão à OMC. De modo geral, o
resultado dessa conferência não foi considerado
substancial.

Postura do Brasil nas


Negociações Mundiais
O Brasil é um país que apresenta um enorme poten-
cial de crescimento no comércio exterior. Conforme
já abordado, as negociações resultam em acordos
que podem ser benéficos em maior ou menor escala
para determinados países. A força política de países
ou grupos pode impactar as reuniões globais. De
forma geral, observamos uma dualidade nos entraves
dos acordos: de um lado, países desenvolvidos e, de
outro, países em desenvolvimento. Sabemos que o
Brasil está no grupo dos países em desenvolvimen-

24
to. Como você acha que o Brasil se posiciona nas
negociações do comércio exterior?

Podemos dizer que, mesmo na condição de país em


desenvolvimento, o Brasil esteve envolvido nas ne-
gociações do comércio mundial desde o início do
GATT, ou seja, o Brasil fazia parte dos países que
constituíram o GATT 47.

Em reuniões da OMC, o Brasil posicionava-se como


um forte defensor da liberalização do comércio no
setor agrícola e, ao longo do tempo, buscou parcerias
para discutir temas de seu interesse nas rodadas
de negociações. Primeiramente, liderou o Grupo de
Cairns, que atuava contra o protecionismo agrícola.

O Grupo Cairns foi criado em 1986 na cidade de


Cairns (Austrália) e conta com os seguintes países:
• África do Sul
• Argentina
• Austrália
• Bolívia
• Brasil
• Canadá
• Chile
• Colômbia
• Costa Rica
• Filipinas
• Guatemala

25
• Indonésia
• Malásia
• Nova Zelândia
• Paquistão
• Paraguai
• Peru
• Tailândia
• Uruguai
• Vietnã.

Esse grupo é bastante heterogêneo em termos de


desenvolvimento econômico, mas é responsável por
uma parcela considerável das exportações de pro-
dutos agrícolas.

Posteriormente, o Brasil atuou nas negociações tam-


bém por meio do G-20, que foi criado em 1999 e for-
mado pelos seguintes países mais a União Europeia:
• África do Sul
• Alemanha
• Arábia Saudita
• Argentina
• Austrália
• Brasil
• Canadá
• China

26
• Coreia do Sul
• Estados Unidos
• França
• Índia
• Indonésia
• Itália
• Japão
• México
• Reino Unido
• Rússia
• Turquia.

O G-20 não é uma instituição, mas um grupo de paí-


ses que discute temas ligados ao desenvolvimento
econômico, sustentabilidade, combate à corrup-
ção, economia digital, energia, infraestrutura, mu-
danças climáticas, emprego, saúde e educação. Na
Ministerial de Bali, Rios e Panzini (2014) dizem que
o Brasil não demonstrou força política em relação
aos seus interesses na questão agrícola:

Nas questões agrícolas o Brasil foi omisso


deixando a Índia, que tem uma realidade agrí-
cola totalmente diferente da nossa, se tornar
a líder no enfrentamento com os países de-
senvolvidos. E a Índia venceu obtendo o que
pretendia, o inovador tema liberando subsídios

27
para políticas de estoques de alimentos com
a chancela de segurança alimentar.

Panorama Geral das


Negociações
Estudante, não se preocupe em decorar todos os
acordos existentes. Afinal, são muitos! A ideia não
é sabermos de cor todas os acordos que já foram
negociados. Mas precisamos entender como fun-
cionam os mecanismos de negociação que geram
a regulação do comércio mundial. Adicionalmente,
precisamos saber quais os principais temas discuti-
dos. Além disso, é importante compreender os temas
que apresentam maior impacto para o Brasil.

SAIBA MAIS
Estudante,
mesmo não sendo necessário decorar todos os
acordos, é sempre bom saber onde devemos pro-
curar quando precisamos. Na página do Ministé-
rio do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Ex-
terior e Serviços (MDIC), você encontra uma lista
dos acordos da OMC, inclusive o acordo GATT
47, e consegue fazer o download se quiser ler na
íntegra. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/in-
dex.php/comercio-exterior/negociacoes-interna-
cionais/1885-omc-acordos-da-omc. Acesso em:
30 ago. 2019.

28
Quando pensamos em rodadas de negociação ou
Conferências Ministeriais da Organização Mundial
do Comércio, observamos que a postura dos países
pode mudar de acordo com interesses políticos e
econômicos da época em que acontecem as reuni-
ões; tal postura pode mudar o ritmo e o rumo das
negociações mundiais.

Há vários conflitos de interesses entre nações quan-


do se trata de comércio internacional. Existem orga-
nismos mundiais atuantes em uma regulação global
e trabalham para que os acordos sejam multilaterais
e proporcionem um fluxo cada vez maior nos negó-
cios entre os países, sem que haja prejuízo econômi-
co, financeiro, social ou ambiental para nenhuma das
partes envolvidas. No entanto, ao longo da história,
esses organismos e especialmente a OMC se enfra-
queceram, pois os acordos preferenciais envolvendo
os chamados megablocos estão se fortalecendo.

Não temos como prever o desenrolar da história, mas


podemos visualizar duas possibilidades: a retomada
de poder político da OMC e seu fortalecimento como
regulador mundial do comércio internacional ou seu
enfraquecimento definitivo. O que você acha que
acontecerá? Não precisamos ter a capacidade de
prever o futuro, mas certamente podemos aprender a
avaliar os fatos e identificar os impactos dos entraves
ou dos acordos na regulação e na operacionalização
do comércio exterior.

29
Solução de controvérsias
Além das rodadas de negociações, existe outro pro-
cesso muito importante no comércio internacional:
a solução de controvérsias. A Organização Mundial
do Comércio (OMC) atua como um tribunal para a
solução de conflitos entre os países envolvidos no
comércio internacional. Analisemos a estrutura da
OMC e seus principais órgãos:
• Conferência Ministerial.
• Conselho Geral.
• Conselho para o Comércio de Bens.
• Conselho para o Comércio de Serviços.
• Conselho para Aspectos dos Direitos de
Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio.
• Comitês (Comitê de Acesso a Mercados, Comitê
Agrícola e de Subsídios, por exemplo).
• Secretariado.

O Conselho Geral é formado por representantes


permanentes dos membros da OMC, sediado em
Genebra (Suíça). O Conselho Geral pode se reunir
como Órgão de Solução de Controvérsias (OSC, em
inglês, Dispute Settlement Body - DSB) ou como
Órgão de Revisão de Política Comercial. O Órgão de
Solução de Controvérsias, por sua vez, atua com os
Painéis e o Órgão de Apelação.

O Sistema de Solução de Controvérsias apresenta


basicamente quatro procedimentos:

30
• Consultas.
• Painéis.
• Apelação.
• Implementação.

A consulta é a fase inicial, na qual se apresentam as


questões divergentes entre as partes envolvidas e a
norma internacional, assim, o painel funciona como
um tribunal. A apelação tem a função de recurso
em relação a uma decisão ou recomendação, e a
implementação refere-se às medidas que devem ser
tomadas para que a questão conflituosa seja sanada.

As decisões sobre as controvérsias podem acon-


tecer já na fase inicial, nos painéis ou via Órgão de
Apelação. Thorstensen (2012) detalha o mecanismo
da OMC para solução de controvérsias entre países:

A eficácia do mecanismo pode ser conside-


rada elevada. Foram apresentados ao DSB,
pelos membros da OMC, 447 casos até agosto
de 2012. Desses casos, 164 se converteram
em decisões de painel e 107 em decisões do
OA. É importante notar que o DSB não é um
tribunal convencional com julgamento de me-
didas de comércio, mas um mecanismo para
solucionar (settle) as diferenças entre as partes em
conflito. Desse modo, grande parte das disputas é
resolvida pelas partes na fase inicial das consultas.
O nível de implementação das decisões também é
elevado e não chegam a uma dezena os casos que

31
ainda são considerados pendentes e permanecem
na agenda do DSB.

SAIBA MAIS
Você já observou como essas disputas funcio-
nam na prática? O Contencioso do Algodão foi
uma disputa entre Brasil e Estados Unidos que
durou mais de dez anos e rendeu uma compen-
sação financeira relevante aos produtores de al-
godão brasileiros.

Leia Fim do Contencioso do Algodão: lições de


uma disputa na OMC e descubra como aconteceu
a negociação.

Disponível em: http://www.funcex.org.br/publica-


coes/rbce/material/rbce/122_WBRA.pdf. Acesso
em: 30 ago. 2019.

Podcast 2

32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, aprendemos que os Tratados e
Acordos Comerciais fazem parte da normatização
do comércio exterior; que existem acordos bilaterais
(quando envolvem apenas dois países), multilaterais
e plurilaterais (quando envolvem mais de dois países)
e os acordos regionais (quando envolvem um grupo
de países dentro de uma região). Estudamos os acor-
dos que são fruto de um processo de negociação e
entendemos como funciona o processo na estrutura
GATT-OMC (rodadas de negociações).

Conhecemos os resultados das principais rodadas de


negociação: Rodada do Uruguai e Rodada de Doha.
A despeito da Rodada de Doha, esta ainda não está
finalizada. Abordamos os impactos do Pacote de
Bali (2013) e verificamos os resultados das últimas
Conferências Ministeriais. Além disso, apresenta-
mos a postura do Brasil nas negociações mundiais.
Por fim, entendemos como funciona o processo de
solução de controvérsias da OMC.

33
SÍNTESE
NORMAS E PROCESSOS DO
COMÉRCIO EXTERIOR
CONTEÚDO:
SÍNTESE
Neste módulo, estudamos que as normas e os processos do comércio internacional são
frutos de acordos� Existem acordos:
 bilaterais, quando envolvem apenas dois países
 multilaterais
 plurilaterais, quando envolvem mais de dois países
 regionais, quando envolvem um grupo de países dentro de uma região�

Os acordos, por sua vez, são resultado de um processo de negociação e, no âmbito global,
as negociações são coordenadas por organismos mundiais: o GATT (1947-1995) e OMC
(1995-), os quais são os responsáveis pela coordenação das rodadas de negociação entre
os países�

No âmbito do GATT, a Rodada do Uruguai foi a mais importante� Sob a gestão da OMC,
temos a Rodada de Doha, que se iniciou em 2001 e ainda não foi finalizada� Além disso, o
processo de Solução de Controvérsias, sob a responsabilidade da OMC, é também um
mecanismo importante para a regulação do comércio internacional�

ACORDOS INTERNACIONAIS
 Conceitos
 Negociações no Comércio Internacional
 Princípios que norteiam as negociações
 Rodada do Uruguai
 Rodada de Doha
 Pacote de Bali
 Conferência Ministerial de Nairóbi (2015)
 Conferência Ministerial de Buenos Aires (2017)
 Postura do Brasil nas Negociações Mundiais
 Panorama Geral das Negociações
 Solução de Controvérsias�
Referências
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