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Índice

1.0.Introdução..................................................................................................................................2

1.1.Objectivos:.................................................................................................................................2

1.2.Geral:.........................................................................................................................................2

1.3. Específicos:...............................................................................................................................2

1.4.Metodologia...............................................................................................................................2

1.5.Conceitos básicos.......................................................................................................................3

1.6.As dinâmicas políticas e económicas da Ásia lusófona, as guerras comerciais do oriente e


ocidente e a organização mundial do comércio...............................................................................4

1.7.Dinâmicas políticas....................................................................................................................4

1.8.Dinâmicas económicas..............................................................................................................5

1.9.As guerras comerciais................................................................................................................6

2.0.As Guerras comerciais entre Oriente e Ocidente.......................................................................7

2.1.Estados unidos da América e china...........................................................................................7

2.2.Antecedentes históricos: de minor a major player (1949-2016)...............................................7

2.3.A guerra comercial sino americana (2018-2020)......................................................................8

2.4.O acordo de Fase Um e a conclusão temporária da guerra comercial.......................................9

2.5.O crescimento económico chinês............................................................................................10

2.6. A taxação de impostos dos EUA............................................................................................11

2.7.As consequências geopolíticas da guerra comercial................................................................11

2.8.Organização mundial do Comércio........................................................................................12

2.9.Críticas da OMC......................................................................................................................13

3.0.Disputas comerciais x OMC....................................................................................................13

3.1.Conclusão................................................................................................................................14

3.3.Referências bibliográficas.......................................................................................................15
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1.0. Introdução

Antes do surgimento do Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio (Gatt) e, posteriormente, da


Organização Mundial do Comércio (OMC), a relação de comércio entre os países se dava,
principalmente, por uma perspectiva do poder que países maiores, com economias mais robustas,
exerciam sobre aqueles menores, com economias menos desenvolvidas. Com o pós II Guerra
Mundial, o respeito às regras acordadas entre as partes passou a ser predominante no comércio
internacional
Em 1947, o Gatt foi assinado e surgiu com o intuito de promover as negociações multilaterais do
comércio internacional, sendo percebido, desde então, um crescimento expressivo do comércio,
superior ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Em uma época caracterizada por um contexto de mundo polarizado, a criação do Gatt se deu
com uma participação mínima dos países em desenvolvimento, o que muito explicou as
primeiras pautas de discussões e de negociações do acordo. Nas primeiras rodadas, os temas
principais foram a redução das barreiras tarifárias, postergando temas polémicos e de interesses
dos países em desenvolvimento, como subsídios agrícolas, que só passaram a ser discutidos a
partir da Rodada Kennedy, ocorrida no período 1964-1967
1.1.Objectivos:
1.2.Geral:
 Compreender as dinâmicas políticas e económicas da Ásia luxofonia, as guerras
comerciais do oriente e ocidente e a organização mundial do comércio
1.3. Específicos:
 Explicar as dinâmicas políticas e económicas da Ásia
 Explicar o contexto das guerras comerciais entre oriente e ocidente
 Explicar as Disputas comerciais com a organização mundial do comércio
1.4.Metodologia
Para a realização e materialização do presente trabalho recorreu-se a vários procedimentos que
combinados permitiram a coerência da pesquisa desde a selecção de documentos e análise das
variadas bibliográficas e por fim a sistematização e compilação do trabalho final.
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1.5.Conceitos básicos
Guerra comercial
Conybeare (1987) Guerra comercial é entendido como sendo o “resultado de conflitos
comerciais em que a intensidade aumenta gradualmente e o grau de retaliação interactiva
aumenta. Elas são conflitos onde os Estados interagem, negociam e retaliam principalmente
sobre objectivos económicos directamente relacionados aos bens comercializados ou sectores de
serviços de suas economias, e onde os meios usados são restrições ao livre fluxo de bens e
serviços.
Ka Zeng (2004), define Guerras comerciais como sendo um conflito comercial sustentado e de
alta intensidade envolvendo pelo menos uma rodada de retaliação mútua.
Política é uma palavra que faz menção a tudo que este vinculado ao estado e a sua
administração, mas definições modernas defendem que a politica meramente o exercício do
poder
Dinâmicas económicas são um termo usado para se referir ao acto de monitorar um sistema
económico com objectivo de analisa-lo para qualquer tipo de mudança que possa ter ocorrido
dentro de um período de tempo.
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1.6.As dinâmicas políticas e económicas da Ásia lusófona, as guerras comerciais do oriente


e ocidente e a organização mundial do comércio

1.7.Dinâmicas políticas
Segundo Pérez (2008), os escassos vínculos institucionais e jurídicos entre os países asiáticos,
até a década de 1990, evidenciavam-se, sobretudo, pela baixa densidade de acordos comerciais
intra-regionais, em contraste com outras regiões do globo, período no qual proliferam acordos
notificados à OMC, processo denominado na literatura “Novo Regionalismo”. Estima-se haver
em todo o globo, na actualidade, 450 acordos regionais de comércio, em diferentes graus de
integração.
Na Ásia, no entanto, até o ano 2000, havia apenas um acordo preferencial regional em vigência
no Sudeste Asiático, o já mencionado Acordo de Livre Comércio da ASEAN Agreement of the
ASEAN Free Trade (AFTA) é um acordo envolvendo países da Ásia Meridional, o APTA. Não
obstante formarem-se tardiamente, em relação a outras regiões, a construção dessas instituições
tem sido acelerada nas últimas duas décadas.
Para se ter ideia da rápida evolução desse quadro institucional de governança regional, se, em
2000, apenas dois acordos comerciais vigiam na região, ao final da mesma década, no ano de
2009, já havia 45 acordos preferenciais de comércio concluídos e em vigência, tendo países da
região como signatários, e já havia negociações em curso de número equivalente de acordos.
Baldwin (2006) estimou acertadamente que em 2010 haveria cerca de noventa acordos
preferenciais ou de livre comércio em vigência na Ásia, em processo que denominou noodle
bowl syndrome naquele continente, em alusão ao termo spaghetti bowl, cunhado por Jagdish
Bhagwati, que se refere ao fenómeno do surgimento de densa e complexa rede de acordos
preferenciais de comércio, ocorrendo, em algumas circunstâncias, em detrimento do sistema
multilateral.
Nogueira (2008), faz ressalvas a respeito da amplitude dos acordos regionais asiáticos, que
considera insuficientes em razão da profundidade da redução tarifária proporcionada e, em
matérias não tarifárias, como a incapacidade para gerir regras de origem. Segundo o autor, cortes
unilaterais de tarifas promovidas pelos países asiáticos são os maiores responsáveis pela
liberalização comercial na região. Em que pesem as críticas, a rápida evolução normativa na Ásia
já constitui objecto digno de análise pormenorizada.
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Em processo que poderia ser analisado por uma perspectiva neofuncionalista das relações
internacionais, porquanto transfigurou-se a finalidade dessa instituição, inicialmente proposta
para lidar com temas de segurança e estabilidade regional, por meio do efeito spill-over
(Nogueira, 2008).
Foram estabelecidas novas áreas de convergência, distintas daquelas estabelecidas
preciosamente, transcendendo o interesse individual dos Estados, em razão da interdependência
material integração produtiva e complementaridade comercial ao regular temas como o sistema
financeiro regional e o comércio entre os países que a compõem.
Pode-se explicar o rápido crescimento do número de acordos e instituições por quatro razões
fundamentais a saber:
 A crise financeira asiática, em 1997;
 A ascensão económica chinesa nos anos 2000;
 O impasse nas negociações multilaterais da Rodada de Doha da OMC, iniciadas em
2001, porém ainda inconclusas;
 E a actual crise global, iniciada em 2008.
A China, nesse contexto, tem procurado adensar relações comerciais com os países da região,
como instrumento para ampliar mercados para suas exportações, em alternativa ao arrefecimento
da demanda por parte das economias europeia e norte-americana, e, concomitantemente,
assegurar a competitividade internacional, diminuindo custos de sua produção transfronteiriça
regionalizada.

1.8.Dinâmicas económicas
Segundo Moita (2017) o final do século XX foi abalado pela crise financeira e económica nas
economias do Sudeste Asiático que havia sido tomado como exemplo nas últimas décadas do
século por sua exponencial progresso e a aparente força de suas economias.
As consequências desta crise tiveram impacto imediato nas economias mundiais como um todo
afectando em maior grau os países em desenvolvimento emergentes que foram seriamente
afectados pela queda massiva nos preços das commodities com o impacto inevitável em suas
respectivas alianças comerciais; situação agravada diante da reacção do sector financeiro que
endurece as possibilidades e condições de crédito aos países.
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A crise asiática foi talvez o primeiro grande efeito em escala mundial da globalização que se
apresentava em teoria como a vantagem de um mundo integrado e participativo provou ser, na
prática, mais um factor de extorsão para impor a vontade dos mais fortes.
No âmbito da Organização Mundial do Comércio, foi feita uma tentativa de organizar o que era
provisoriamente designada como Rodada do Milénio, a fim de ordenar e esclarecer as regras do
comércio mundial no novo século. O espírito deste encontro coincide com o que apontamos na
introdução das novas oportunidades entre os países membros da comunidade mundial idm.

1.9.As guerras comerciais


Ka Zeng (2004, p.79), define Guerras comerciais como sendo um conflito comercial sustentado e
de alta intensidade envolvendo pelo menos uma rodada de retaliação mútua.
Conybeare (1987) as entende como sendo o “resultado de conflitos comerciais em que a
intensidade aumenta gradualmente e o grau de retaliação interactiva aumenta.
Elas são conflitos onde os Estados interagem, negociam e retaliam principalmente sobre
objectivos económicos directamente relacionados aos bens comercializados ou sectores de
serviços de suas economias, e onde os meios usados são restrições ao livre fluxo de bens e
serviços idem.
Segundo Emelie Wallin e Emelie Åström (2018), essa intensidade que uma guerra comercial
consegue atingir está directamente ligada à extensão do conflito, isto é, quanto maior sua
propensão em atingir os níveis mais altos (ou executivos), não ficando apenas no nível
burocrático de governo, maior sua intensidade.
Guerra comercial é uma disputa económica entre dois ou mais países, caracterizada pela
imposição de taxas ou cotas comerciais e alfandegárias. Nesse tipo de disputa, uma ou mais
nações têm como objectivo obter vantagens económicas ou prejudicar as demais.
De acordo Chora (2020) é preciso cautela ao classificar alguns episódios como guerra comercial,
Isso porque, em um mundo globalizado e caracterizado pelo comércio multilateral ou seja
internacionalizado, é comum que os Estados “troquem farpas” às vezes, aumentando tarifas para
os produtos de nações concorrentes. Quando há batalhas sucessivas e deterioração nas relações
comerciais, é provável que haja, de fato, um conflito maior. É o caso da disputa actual entre as
duas maiores economias mundiais: Estados Unidos e China.
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2.0.As Guerras comerciais entre Oriente e Ocidente

2.1.Estados unidos da América e china


Do lado oriental temos a China e do lado Ocidental temos os EUA como as principais cabeças de
lista dessa guerra comercial entre o Oriente e o Ocidente.

2.2.Antecedentes históricos: de minor a major player (1949-2016)


Historicamente, as relações sino-americanas não apresentaram um padrão linear, muito pelo
contrário. Como se pode perceber que tal relação é permeada de momentos de aproximação e
afastamento, compostos tanto por cooperação quanto por tensão e atrito.
De acordo com Nsarchive, (2021) de 1949, quando Mao Zedong proclamou o estabelecimento
da República Popular da China (RPC), até 1978, quando os Estados Unidos estabeleceram
relações diplomáticas plenas com a RPC, os dois países viviam um período de relações
conturbadas.
Segundo a análise feita por David Shambaugh (2013), o ano de 1964 é particularmente
importante, pois ele é marcado, não só pelo primeiro teste nuclear chinês, mas 60 também pelo
discurso de uma possível revolução chinesa global. No entanto, dois anos depois, inicia-se a
chamada Revolução Cultural, que se estende até 1976, ano em que Mao Zedong faleceu.
Assim, de 1966 a 1970, a RPC se volta ao isolacionismo, apaziguando a ideia de uma revolução
global.
Em 1971, quando “os representantes do Governo da República Popular da China são
reconhecidos como os únicos representantes legais da China nas Nações Unidas e que a
República Popular da China é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança”
(UN, 1972), seu peso no cenário internacional é fortalecido. Nesse mesmo ano, Nixon anunciou
sua intenção de abrir o diálogo com Pequim e trazer a China de volta à comunidade mundial,
dizendo no Congresso que a animosidade contínua entre os EUA e a RPC era um “problema não
resolvido, de fato sério” (WANG, 2010, p.166).
Assim, de 1971 a 1978, inicia-se um período marcado por uma diplomacia que fomentou a
integração da China no sistema internacional, onde se verificou uma abertura significativa para
com os EUA.
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Em 1978, com a convocação da Terceira Secção Plenária do Décimo Primeiro Comité Central do
Partido Comunista Chinês, “os assuntos internos e a diplomacia da China começaram a passar
por uma série de ajustes”.
A partir de então, observa-se um período de reforma e abertura na China, e Tais reformas,
iniciadas por Deng Xiaoping, permitiram que a China resolvesse o “enigma do século”,
desenvolvendo rapidamente e tirando milhões de pessoas da pobreza.
Segundo Sider, (2020) à medida que a União Soviética assume uma posição mais ameaçadora, a
China se torna mais valiosa para os Estados Unidos como um aliado estratégico e seus laços
económicos se expandem substancialmente. Assim, com a normalização das relações políticas e
as reformas económicas observadas na década de 1980, a China pavimenta o caminho para “uma
aceleração na troca de bens, valores, ideias, pessoal e tecnologia”. O comércio exterior chinês 63
quase triplica, indo de 20,6 bilhões de dólares em 1978 para 60,2 bilhões de dólares em 1985.
Segundo Diego Pautasso (2019):
Na década de 1980 as exportações chinesas praticamente se restringiram ao
petróleo e seus derivados, alimentos e outros produtos primários; durante os
anos 1990 passaram a ser compostas por calçados, vestuário, brinquedos e
outros bens manufacturados de baixo valor agregado; já na actualidade,
predominam equipamentos Electro electrónicos, motores, veículos, materiais de
construção, dentre outros bens sofisticados. […] Em 1992, pouco mais de 6% das
exportações chinesas eram formadas por bens de alto valor agregado (alta
tecnologia), chegando a mais de 25% em 2016 – enquanto os Estados Unidos, no
mesmo período, viram despencar de 32,5% para 19,9% a participação dos bens
com alto valor agregado na sua pauta de exportações.

2.3.A guerra comercial sino americana (2018-2020)


A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2016 foi um marco importante na
política comercial dos Estados Unidos. Ainda durante a corrida eleitoral, Trump anunciou que
“consertaria o abuso de longa data da China no sistema internacional falido e as práticas
injustas”, afirmando que reformularia os princípios de cooperação de seu país com a China e que
traria “casos” contra Pequim, inclusive na OMC, em uma ampla variedade de questões
(GIBBON; VESTERGAARD, 2017).
Para tal, Trump prometeu que contrataria um quadro de profissionais que pudesse implementar
sua agenda de forma “agressiva e eficaz”.
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O chefe deste quadro, Robert E. Lighthizer, actuou como Representante Comercial dos Estados
Unidos (USTR), sendo o único membro do mesmo que possuía experiência anterior no governo.
Durante a presidência de Reagan, ele ocupou um cargo no escritório do USTR e adquiriu uma
reputação por medidas comerciais agressivas contra o Japão. Especificamente sobre a China, ele
acredita que o país tem uma política de roubo de propriedade intelectual, transferência de
tecnologia forçada e roubo cibernético de empresas norte-americanas, o que ameaça a vantagem
mais importante que Washington tem economicamente: a tecnologia de ponta (CBS NEWS,
2018). Assim como Lighthizer, muitos críticos temem que as empresas, ansiosas por se firmar no
mercado chinês, possam dar (e de fato deram aos chineses) acesso à vital tecnologia norte-
americana, especialmente aquela de duplo uso; isto é, tecnologia com significado militar e
também econômico (GILPIN, 2005, p. 180).
Nas palavras de Peter Navarro, Lighthizer “é o negociador mais Durão que já teve no USTR e
ele vai entrar em primeiro lugar e reduzir as barreiras não tarifárias e acabar com todas essas
práticas estruturais que impedem o acesso ao mercado”.
Segundo Mendonça, Thomaz, Lima e Vigevani (2019), Lighthizer é considerado mais moderado
do que Navarro e Ross em relação à China, apesar de também ser um grande crítico dela.

2.4.O acordo de Fase Um e a conclusão temporária da guerra comercial


Assinado em 15 de Janeiro de 2020, pelos Estados Unidos e pela China, e em vigor desde 14 de
Fevereiro de 2020, o Acordo de Fase Um, visa aliviar as tensões entre os dois países e abrir um
caminho para o fim da guerra comercial (USTR, 2020).
O acordo exige reformas estruturais e outras mudanças no regime económico e comercial da
China nas áreas de propriedade intelectual, transferência de tecnologia, agricultura, serviços
financeiros, moeda e câmbio.
Ademais, ele inclui provisões sobre compromissos que a China deve assumir, como realizar
reformas estruturais e outras mudanças em seu regime económico e comercial nas áreas
previamente mencionadas; consumir, em valores substanciais, mais bens e serviços dos EUA nos
próximos anos; não manipular sua moeda e; abster-se de forçar empresas estrangeiras a transferir
tecnologia. Do lado norte-americano, Washington assumiu, entre outros, o compromisso de
modificar suas acções tarifárias da Secção 301 de maneira significativa idm.
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No que diz respeito à propriedade intelectual, as “Partes concordam em garantir protecção eficaz
para segredos comerciais e informações comerciais confidenciais e aplicação eficaz contra a
apropriação indevida de tais informações”.
Quanto à transferência tecnológica, estabeleceu-se: obrigações vinculantes e exequíveis para
lidar com várias das práticas injustas de transferência de tecnologia da China que foram
identificadas na investigação da Secção 301 do USTR. Pela primeira vez em qualquer acordo
comercial, a China concordou em encerrar sua prática de longa data de forçar ou pressionar
empresas estrangeiras a transferir sua tecnologia para empresas chinesas como condição para
obter acesso ao mercado, aprovações administrativas ou receber vantagens do governo. A
China também se compromete a fornecer transparência, justiça e devido processo nos
procedimentos administrativos e a fazer com que a transferência de tecnologia e o licenciamento
ocorram nos termos do mercado. Separadamente, a China se compromete ainda a abster-se de
direccionar ou apoiar investimentos externos destinados à aquisição de tecnologia estrangeira de
acordo com planos industriais que criam distorção (USTR, 2020).
2.5.O crescimento económico chinês
A China, que até a década de 1970, era vista como um país pobre e atrasado, teve uma mudança
de postura a partir da reforma Deng Xiaoping (1978), que a longo prazo, determinou como metas
triplicar o PIB do país, investir massivamente em educação, indústria e infra-estrutura, além de
estabelecer zonas económicas especiais e cidades com desenvolvimento económico e
tecnológico situadas em todo o território chinês.
As décadas se passaram e a China apresentou elogiáveis índices económicos, devida à sua
grande taxa de industrialização e a quantidade de mão-de-obra barata existente em território
chinês, se configurando como um factor de atracção industrial de todo mundo.
Nos últimos anos, o governo chinês vem investindo bastante em tecnologias, produzindo
produtos com maior qualidade. Essa mudança de patamar económico e tecnológico fez a China
ser o país com a segunda maior economia do mundo e a passos largos para alcançar o primeiro o
posto pertencente aos EUA.
Segundo Chernavsky (2011) o desenvolvimento chinês se desdobrou em três processos
fundamentais, no âmbito do seu comércio exterior, nas últimas décadas do século XX:
 Primeiro: expansão dos fluxos de comércio e participação chinesa no comércio global;
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 Segundo: sofisticação da pauta do comércio externo do país, que resultou na


consolidação de um sector exportador dinâmico e com crescente intensidade tecnológica;
 Terceiro: redirecionamento dos fluxos de comércio, em especial das exportações, no qual
os EUA se constituíram no principal mercado consumidor e as nações asiáticas se
tornaram as principais fornecedoras para a produção desses bens exportados.

2.6. A taxação de impostos dos EUA


O actual crescimento económico chinês vem incomodado bastante o governo estadunidense, que
em Março de 2018, decidiu aumentar a tarifa de alguns produtos chineses exportados (aço e
alumínio), ou seja, o governo chinês passou a pagar mais impostos por cada produto exportado
para os EUA. (Nogueira, 2008)
Para o presidente o aumento da taxação de impostos de produtos chineses comprados tem dois
motivos principais:
 O primeiro era de aumentar o preço dos produtos chineses no comércio americano, para
tentar estimular a população americana a consumir os produtos feitos pelas indústrias
estadunidenses.
 A segunda razão era de diminuir o lucro chinês na relação comercial com o país, que em
2018, os EUA lucrou 120 bilhões em produtos exportados para a China, que em
contrapartida, arrecadou 539 bilhões em produtos exportados para o país estadunidense.
Indignados com a medida de Trump, que gerou um aumento no pagamento de impostos para o
país – cerca de 50 bilhões de dólares de prejuízo -, o governo chinês também decidiu taxar os
produtos exportados para os EUA, que novamente taxou mais produtos chineses exportados,
acarretando no acirramento da guerra comercial entre as duas potências.

2.7.As consequências geopolíticas da guerra comercial


Esse conflito de ordem económica, afecta directamente todo o mundo, já que Estados Unidos e
China são os países que mais arrecadam com exportações. Com a taxação de impostos, seus
produtos podem ter um aumento de preço e levar à redução do consumo por parte dos mercados
consumidores de muitos países em âmbito mundial.
Além disso, a guerra pode levar a uma escalada de tarifas, aumentar os custos as exportações e
gerar um ciclo de diminuição do comércio internacional e freiar o crescimento económico global.
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Mas também pode haver uma valorização do dólar e uma desvalorização das moedas,
especialmente nos países emergentes.

2.8.Organização mundial do Comércio


A OMC foi criada em 1995 com o intuito de promover a liberalização do comércio em todo o
mundo.
Segundo Pempel (2008) A Organização Mundial do Comércio (OMC), em inglês: WTO (World
Trade Organization) é um mecanismo internacional fundado em 1995 em substituição ao antigo
GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), que havia sido criado em 1947.
O principal objectivo da OMC é promover a liberalização do comércio mundial, diminuindo ou
extinguindo as barreiras comerciais e alfandegárias para facilitar as trocas económicas em âmbito
internacional. Os acordos envolvem o comércio de mercadorias, serviços e propriedades
intelectuais.
Com sede em Genebra, a OMC conta actualmente com 156 países-membros, com destaque para
a Rússia, que só ingressou como membro signatário no ano de 2012, em função da crise
económica que atingiu o país nos anos pós Guerra Fria e dos impasses envolvendo a aceitação de
acordos bilaterais.
Entre as várias funções desse organismo internacional, destaca-se o seu papel em administrar e
regular acordos internacionais, em promover a ampliação de negociações, fiscalizar e julgar
denúncias referentes à conduta dos países no âmbito comercial e promover acções de cooperação
mundial. Apesar de, em muitos casos, as decisões atenderem às dinâmicas internacionais de
poder, a existência de um regime de regulação do comércio é extremamente importante para
países como o Brasil, que fazem uso desse espaço para fazer valer os seus direitos.
Do ponto de vista organizacional, a OMC é estruturada por um Conselho Geral, por
Conferências Ministeriais, por um Secretariado e alguns outros espaços decisórios. O Conselho
Geral analisa as políticas comerciais e administra as disputas entre os diferentes Estados. As
Conferências Ministeriais, instância maior dentro do órgão, reúnem a cada dois anos todos os
países-membros para decisões superiores referentes a tratados multilaterais. Já o Secretariado
presta somente auxílios administrativos e burocráticos.
Para Oliveira (2012), a OMC é muito criticada por diversas frentes em virtude de falhar, várias
vezes, na promoção do desenvolvimento do comércio mundial, além de coibir de forma desigual
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as acções de proteccionismo por parte dos países. A entidade é frequentemente acusada de


beneficiar somente os países desenvolvidos, legitimando as barreiras alfandegárias levantadas
por essas nações e taxando politicamente os países periféricos que tentam agir da mesma forma.
Apesar disso, no final de 2013, a OMC conseguiu um importante avanço rumo à liberalização do
comércio em todo o mundo. Foi assinado um acordo histórico em uma conferência na cidade de
Bali, na Indonésia, que envolve a facilitação de acordos aduaneiros entre todos os países-
membros, o que inclui até mesmo Cuba. O acordo foi considerado por muitos – inclusive por seu
presidente – como a primeira grande façanha da OMC no sentido de cumprir os objectivos pelos
quais fora criada.

2.9.Críticas da OMC
A OMC tem recebido diversas críticas desde a sua fundação. Apesar de formalmente incentivar a
redução de tarifas e taxas alfandegárias sem discriminações entre as nações, a organização tem
relevado práticas proteccionistas praticadas, sobretudo, por países desenvolvidos, como os EUA
e membros da União Europeia.
Apesar de adoptarem medidas proteccionistas para a sua economia interna, os países
desenvolvidos são os principais defensores da retirada de barreiras económicas para exportação
de produtos. Essa prática dificulta o desenvolvimento económico os países subdesenvolvidos que
são membros da organização.
Em 2010, por exemplo, o Brasil conseguiu que a OMC condenasse os Estados Unidos pelas
barreiras alfandegárias aplicadas para o suco de laranja brasileiro, que levaram a redução das
exportações do sector.
3.0.Disputas comerciais x OMC
Segundo Oliveira (2012), as disputas comerciais entre países são frequentes e quem define as
regras do comércio internacional e eventuais soluções de conflito é a Organização Mundial do
Comércio (OMC), órgão criado nos anos 90.
Quando um país quer questionar as práticas comerciais de outro ele pode abrir um painel na
OMC para solicitar mudanças e até mesmo o aval para retaliar o concorrente.
OMC, geralmente as retaliações são consentidas caso a caso, e a entidade avalia se de fato há um
dano ou uma situação injusta concorrencial e se o país (acusado) está autorizado a adoptar tarifas
contra outro neste mercado por determinado tempo.
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3.1.Conclusão
Feito trabalho conclui-se que a OMC é um mecanismo internacional fundado em 1995 em
substituição ao antigo GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), que havia sido criado em
1947. A Organização Mundial do Comércio (OMC) busca estimular, supervisionar e liberalizar o
comércio internacional, com o intuito de contribuir para aumentar o desenvolvimento e o bem-
estar económico dos países. A instituição, também, estabelece medida para que este processo
ocorra da maneira mais equânime possível entre os países. Dessa forma, procura-se incentivar
decisões mais consensuadas acerca de temas, relacionados ao comércio, que causam
divergências entre os países. Mas contudo a OMC é muito criticada por diversas frentes em
virtude de falhar, várias vezes, na promoção do desenvolvimento do comércio mundial, além de
coibir de forma desigual as acções de proteccionismo por parte dos países. A entidade é
frequentemente acusada de beneficiar somente os países desenvolvidos, legitimando as barreiras
alfandegárias levantadas por essas nações e taxando politicamente os países periféricos que
tentam agir da mesma forma.
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3.3.Referências bibliográficas
I. CHORA, Miguel. O Desafio do Oriente: Uma Análise Comparada entre os Dois Maiores
Conflitos Económicos das Últimas Década. Observatório Político. 2020.
II. CHERNAVSKY The challenge of global capitalism: the world economy in the 21st
century. 4. ed. Washington: Institute for International Economics, 2011
III. GIBBON, Peter; VESTERGAARD, Jakob. US Trade Policy under Trump: Assessing the
Unilateralism Turn. Copenhagen: Dansk Institut for Internationale Studier (DIIS), 2017.
IV. GILPIN, Robert. The challenge of global capitalism: the world economy in the 21st
century. 4. ed. Washington: Institute for International Economics, 2005.
V. JANK, M.; TACHINARDI, M. H. Política comercial, negociações internacionais e
internacionalização de empresas. In: FLEURY, A.; FLEURY, M. T. Internacionalização
e os países emergentes. São Paulo: Atlas, 2007.
VI. MENDONÇA, Filipe; THOMAZ, Lais Forti ; LIMA, T. ; VIGEVANI, Tullo. “America
First But Not Alone”: uma (nem tão) nova política comercial dos Estados Unidos com
Donald Trump. REVISTA TEMPO NO MUNDO, 2019.
VII. NSARCHIVE c. National Security Archive. Chronology of U.S.-China Relations, 1784-
2000. 2021
VIII. NOGUEIRA, I. A política regional da China e os processos de integração na Ásia. In:
Conferência nacional de política externa e política internacional. Brasília: FUNAG, 2008.
OLIVEIRA, I. O regionalismo no século XXI: comércio, regulação e política. Rio de
Janeiro: Ipea, 2012
IX. PEMPEL, T. J. A China e o emergente regionalismo asiático. In: Conferência nacional de
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X. PÉREZ, A. Novo Regionalismo no Leste da Asia. In: Reunión de la red de estudios de
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XI. USTR. United States Trade Representative. 2019 Report to Congress On China’s WTO
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XII. WANG, Dong. China’s Trade Relations with the United States in Perspective. Journal of
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