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ADMINISTRAÇÃO
TRIBUTÁRIA
RIO DE JANEIRO – 2016
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8.3 Crédito Tributário - Controle e Cobrança Administrativa ____________________________ 28
8.3.1 Suspensão da Exigibilidade ________________________________________________________ 29
8.3.1.1 Moratória __________________________________________________________________ 30
8.3.1.2 Depósito em montante integral _________________________________________________ 30
8.3.1.3 Impugnações e recursos _______________________________________________________ 30
8.3.1.4 Liminar em Mandado de Segurança______________________________________________ 31
8.3.1.5 Parcelamento _______________________________________________________________ 31
8.3.2 Modalidades de Extinção do Crédito Tributário ________________________________________ 31
8.3.2.1 Pagamento _________________________________________________________________ 32
8.3.2.2 Compensação _______________________________________________________________ 32
8.3.2.3 Transação __________________________________________________________________ 33
8.3.2.4 Remissão ___________________________________________________________________ 33
8.3.2.5 Decadência _________________________________________________________________ 33
8.3.2.6 Prescrição __________________________________________________________________ 34
8.3.3 Modalidades de Exclusão de Crédito Tributário ________________________________________ 34
8.3.3.1 Isenção ____________________________________________________________________ 35
8.3.3.2 Anistia _____________________________________________________________________ 35
8.3.4 Garantias e Privilégios do Crédito Tributário ___________________________________________ 36
BIBLIOGRAFIA __________________________________________________________ 41
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1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO TRIBUTÁRIO
De maneira muito resumida, pode-se afirmar que Direito é o conjunto de
normas que disciplinam a vida do homem em sociedade.
Embora esse conjunto de normas forme um corpo único, o direito é
segmentado em partes, de modo a propiciar um estudo mais detalhado de cada
ramo. Tem-se como resultado da primeira segmentação a divisão em Direito
Público e Direito Privado. Nesse sentido, o professor João Marcelo Rocha ensina
que os critérios normalmente usados pelos autores para estabelecer tal divisão
dizem respeito às partes envolvidas, ao conteúdo da norma jurídica e ao interesse a
ser protegido.
Quanto às partes envolvidas – classifica-se como direito público quando pelo menos uma das
partes envolvidas for o Estado e, de modo diverso, direito privado, quando as partes envolvidas forem
particulares.
Quanto ao interesse a ser protegido – quando o interesse a ser tutelado for o interesse público, ou
em outras palavras, as relações entre estados e o interesse da sociedade em geral, classifica-se
como direito público. Se a norma visa proteger o interesse individual, seja nas relações entre
indivíduos, seja na relação entre o indivíduo e o Estado, temos direito privado.
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A divisão apontada acaba criando uma autonomia dogmática e estrutural em
relação a cada ramo do Direito. No caso do Direito Tributário, essa autonomia
estrutural está consagrada no ápice do ordenamento jurídico pátrio, uma vez que a
Constituição Federal dedica um capítulo especial ao Sistema Tributário Nacional
(artigos 145 ao 162) e prevê que lei complementar estabeleça normas gerais em
matéria de legislação tributária (artigo 146, inciso III).
Na Constituição encontram-se os princípios que norteiam o todo o sistema,
as garantias dos cidadãos frente o poder de tributar, a divisão da competência
tributária e a partilha das receitas.
A autonomia do Direito Tributário é, pois, uma realidade. Este ramo do
direito atinge suas finalidades, alcança os seus objetivos e realiza os seus fins de
modo inconfundível. Atende, incontestavelmente, os requisitos didáticos,
dogmáticos e estruturais, essenciais para a autonomia.
Logo, temos como conceitos de direito tributário, dentre outros:
“Ramo do direito que se ocupa das relações entre fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias
de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse
poder”. Ver in Machado, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Malheiros, 2002, p. 52.
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– Fonte formal do direito tributário
» Normas gerais e de conduta
– Contém os princípios que regem a tributação
» Impõe os limites ao poder de tributar
– Estabelece a competência tributária de cada ente político;
– Elenca as espécies de tributos;
– Estabelece a repartição das receitas tributárias
– Direito Administrativo
• Por especialização
– Direito tributário
• Disciplina o exercício das atividades administrativas
– Tributárias e fiscais
» Fiscalização, controle da arrecadação, processo administrativo
fiscal, etc...
» Define os conceitos de União, Estados, distrito Federal,
Municípios, etc..
– Direito Financeiro
• Por especialização
– Direito tributário
• Disciplina a atividade financeira do Estado.
– Obtenção das receitas públicas.
– Direito Penal
• Ilícitos tributários tipificados como crimes
– Crimes contra a ordem tributária;
– Sonegação fiscal;
– Corrupção
– Direito Civil
• O tributo incide sobre atos, fatos e situações jurídicas
– Renda, circulação de mercadorias, sucessão, patrimônio, etc..
• Utiliza seus institutos
– A norma tributária utiliza definições dos institutos dos outros ramos
do direito
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» Pessoal natural, pessoa jurídica, empresa ...
» Renda, propriedade ...
» Herdeiro, adquirente ...
– Direito Processual
• Código de Processo Civil
– Ações judiciais
» Ação de execução fiscal;
» Mandado de segurança;
» Ação de consignação em pagamento;
» Ação declaratória;
» .....
– Processo Administrativo Fiscal
» Utiliza os institutos de forma subsidiária.
– Direito Internacional:
• tratados e convenções internacionais firmados entre diversas Nações,
no sentido de evitar a dupla tributação.
Considerando o que foi exposto, percebe-se claramente que a autonomia não
é absoluta. O direito tributário é subordinado aos princípios constitucionais, é uma
especialização em relação ao direito administrativo e vinculado muito fortemente ao
direito financeiro. Nesse último caso, tal vinculação se dá pela importância da receita
tributária na formação das receitas públicas e seu papel dentro do orçamento
público.
Em termos de orçamento público, é possível afirmar que os ingressos
públicos dividem-se em próprios e de terceiros. Os próprios, por sua vez, dividem-se
em receitas originárias e derivadas.
Por fim, convém ressaltar que o preço público ou tarifa classifica-se como
receita originária. As diferenças e as similaridades entre estes e as taxas serão
abordados mais adiante, quando essa espécie de tributo for estudada.
Resumidamente, pode-se sintetizar esses conceitos da seguinte forma:
Receita originária – é aquela que o Estado aufere a partir de suas próprias fontes, ou seja, pelas
rendas de seu patrimônio, pelos lucros auferidos pelas empresas públicas e de economia mista, etc...
Receita derivada - A Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964 estatui as normas gerais de direito
financeiro para elaboração e controle do orçamento público. Em seu artigo 9º define que tributo é a
receita derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e
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contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o
seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades
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3 CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
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c. Capítulo III – Suspensão do Crédito Tributário (art. 151 ao 155-A)
d. Capítulo IV – Extinção do crédito Tributário (art. 156 ao 174)
e. Capítulo V – Exclusão de crédito Tributário (art. 175 ao 182)
f. Capítulo VI – Garantias e Privilégios do Crédito Tributário (art. 183 ao
193)
4. Título IV – Administração Tributária (art. 194 ao 218)
a. Capítulo I – Fiscalização (art. 194 ao 200)
b. Capítulo II – Dívida Ativa (art. 201 ao 204)
c. Capítulo III – Certidões Negativas (art. 205 ao 218)
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.
➢ Em moeda ou cujo valor nela se possa expressar – o tributo deve ser pago
em moeda corrente. No entanto, nos casos previstos em Lei, pode ser pago
por meio de dação em pagamento em bens imóveis (art. 156, XI do CTN) ou
em cheque, vale postal, estampilha ou papel selado (art 162 CTN). Nosso
ordenamento jurídico não prevê o pagamento in natura ou in labore.
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➢ Cobrada mediante atividade administrativa vinculada – O CTN prevê no
parágrafo único do art. 142 que o lançamento tributário far-se-á mediante
atividade administrativa vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade
funcional. Isso significa dizer que o agente fiscal não pode interpretar o fato
ao seu livre arbítrio.
Não se conclua, por isto, que um rendimento auferido em atividade ilícita não está sujeito ao tributo.
Nem se diga que admitir a tributação de tal rendimento seria admitir a tributação do ilícito. É
importante, neste particular, a distinção entre hipótese de incidência, que é a descrição normativa da
situação de fato, fato gerador do tributo, estudada no Capítulo IV da Segunda Parte deste Curso
(Obrigação Tributária). Quando se diz que o tributo não constitui sanção de ato ilícito, isto quer dizer
que a lei não pode incluir na hipótese de incidência tributária o elemento ilicitude. Não pode
estabelecer como necessária e suficiente à ocorrência da obrigação de pagar um tributo uma
situação que não seja lícita. Se o faz, não está instituindo um tributo, mas uma penalidade. Todavia,
um fato gerador de tributo pode ocorrer em circunstâncias ilícitas, mas essas circunstâncias são
estranhas à hipótese de incidência do tributo, e por isso mesmo irrelevantes do ponto de vista
tributário.
Demonstrando o dito acima, tomemos o exemplo do imposto de renda: alguém percebe rendimento
decorrente da exploração do lenocínio, ou de casa de prostituição, ou de jogo de azar, ou de qualquer
outra atividade criminosa ou ilícita. O tributo é devido. Não que incida sobre a atividade ilícita, mas
porque a hipótese de incidência do tributo, no caso, que é a aquisição da disponibilidade econômica
ou jurídica dos rendimentos, ocorreu. Só isto. A situação prevista em lei como necessária e suficiente
ao nascimento da obrigação tributária no imposto de renda é a aquisição da disponibilidade
econômica ou jurídica da renda ou dos proventos de qualquer natureza (CTN, art. 43) (HUGO DE
BRITO MACHADO, Curso de Direito Tributário).
A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação,
sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
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O referido autor cita o exemplo em que o legislador especifica a propriedade
como fato gerador, mas escolhe como base de cálculo o valor dos rendimentos
obtidos pelo proprietário. Nesse caso, se estaria tributando a renda e não a
propriedade.
6 ESPÉCIES DE TRIBUTO
A classificação mais conhecida é aquela utilizada pelo Código Tributário
Nacional em seu artigo 5º, ou seja, as espécies de tributos são impostos, taxas e
contribuição de melhoria.
A Constituição Federal, por seu turno, repetiu essa classificação no art. 145:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo
do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas
leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (EC nº
39/2002)
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Tal inserção gerou intenso debate entre os doutrinadores de modo que a
corrente majoritária, como também o Supremo Tribunal Federal, entendem que
atualmente são cinco as espécies tributárias, quais sejam:
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6.2 Conceito Legal de Taxa
▪ CTN – Art. 77.
• As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador
o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial,
de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à
sua disposição.
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6.4 Empréstimo Compulsório
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou
sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o
disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à
despesa que fundamentou sua instituição.
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6.5.1 Espécies de Contribuições Especiais
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6.5.1.2 Contribuições Sociais
• Estaduais
• Municipais
• Distrito federal
▪ QUANTO À FUNÇÃO:
• fiscal
• extrafiscal
• parafiscal
▪ Vinculado
▪ Não vinculado
– pessoais
– reais
– direto
– indireto
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8. MACROPROCESSO TRIBUTÁRIO ESQUEMATIZADO
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A obrigação tributária pode ser principal ou acessória (CTN, art. 113).
Entende-se por política fiscal o ajuste dos gastos de um Ente político e a sua
influência na economia. No caso dos municípios, por exemplo, a influência não é tão
relevante como ocorre na União, entretanto, o permanente estudo e
acompanhamento dos indicadores econômicos e fiscais pode auxiliar na otimização
da arrecadação tributária.
Por fim, cabe salientar talvez a mais importante das funções, qual seja, a de
alinhar a legislação tributária com as ações de Secretarias ou Agências de
Desenvolvimento Econômico que tenham por objetivo a atração de novos
investimentos e o desenvolvimento sustentável do Ente político administrado.
As convenções que visam evitar a bitributação são aquelas firmadas por dois
ou mais países com o fim de evitar-se que os cidadãos de um deles, que possuam
domicílio, residência, propriedades ou negócios no outro, fiquem isentos da
duplicidade ou da multiplicidade da tributação (Profº. Edmilson Machado).
Nos termos do artigo 110 do CTN. são normas complementares das leis, dos
tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
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8.1.2.3.1 Decretos e Resoluções
As resoluções, por sua vez, podem ter força de lei ou se classificarem como
atos administrativos. Tem força de lei, conforme previsto no artigo 59 da constituição
Federal, quando disciplinarem ou regularem matéria de competência do Congresso
Nacional, tanto de caráter político como administrativo. São classificadas como atos
administrativos quando publicadas por autoridades superiores, que não o Chefe do
Executivo, para disciplinarem matérias específicas de sua competência.
Esses atos, como previsto no artigo 100, inciso 1, do CTN, são aqueles
expedidos pelas autoridades administrativas, necessários à perfeita execução das
leis, inclusive para o bom funcionamento da Administração e da conduta funcional
de seus agentes.
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As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas, no
dia-a-dia das repartições, são normas complementares.
8.1.2.3.5 Convênios
Nos termos do artigo 100, inciso IV, do CTN, os convênios que entre si
celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, são normas
complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos.
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Como regra geral, no Brasil, a lei tributária, tem por costume definir a sua data
de entrada em vigor, com a menção da expressão: “Esta lei entrará em vigor na
data de sua publicação.”
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Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do
fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação
tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.
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Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro,
quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa
informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a
excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de
notificado o lançamento.
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela
autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos
seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação
tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do
inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de
esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na
legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no
exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado,
que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo,
fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento
anterior;
(...)
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da
autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da
Fazenda Pública.
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua
ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
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administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob
condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
(...)
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do
fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-
se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Art. 5º O Ministro da Fazenda poderá eliminar ou instituir obrigações acessórias relativas a tributos
federais administrados pela Secretaria da Receita Federal.
§ 1º O documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência
de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para
a exigência do referido crédito.
§ 2º Não pago no prazo estabelecido pela legislação o crédito, corrigido monetariamente e acrescido
da multa de vinte por cento e dos juros de mora devidos, poderá ser imediatamente inscrito em dívida
ativa, para efeito de cobrança executiva, observado (...) (grifos meus).
“A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário,
dispensada qualquer outra providência por parte do fisco”
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decadência. Esse acórdão consolida posicionamento de que a confissão não impede
a discussão deste e de outros aspectos jurídicos dos débitos (Machado e Cardinali
Advogados. http://mca.adv.br/?p=2250)
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for
o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada
pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
Essa é uma das fases mais importantes do processo, mas também é aquela
que as Administrações Tributárias dedicam menos importância. Tal pensamento é
reflexo da cultura de fiscalização, cuja carreira sempre foi a mais privilegiada em
termos de poder e remuneração. A ideia é fiscalizar! Raros são os fiscais que tem
pensamento gerencial e mais raros ainda aqueles que se dedicam às outras fases
do macroprocesso tributário. Trabalhar na área de controle e cobrança parece ser
uma coisa menor e na área meio é uma espécie de castigo.
Ainda na esteira da busca pela excelência não se pode olvidar o controle dos
maiores contribuintes. Preferencialmente, deve ser montada uma equipe dedicada a
esse mister, selecionando aqueles que representem 70% da arrecadação, para um
controle quase que individual, e os que representam 90%, para um controle um
pouco mais brando.
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8.3.1.1 Moratória
Obs: Nos termos do art. 155 CTN, a moratória em caráter individual poderá ser
revogada, não gerando direito adquirido, no entanto, em se revogando a respectiva
moratória, o prazo entre a concessão e a revogação da moratória não conta como
prazo prescricional quando estiverem presentes o dolo, a fraude ou a simulação.
Conta-se como prazo de prescrição em situação contrária.
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Pelo simples fato de o sujeito passivo ter se socorrido da esfera administrativa
para a solução da sua inconformidade para com o crédito tributário, a Fazenda
Pública fica impedida de mover ação de Execução Fiscal. Fica suspensa a
exigibilidade do crédito tributário até decisão do respectivo processo administrativo,
A impugnação ou recurso remetem a exigência a um controle interno de legalidade,
isto é, a uma revisão interna.
8.3.1.5 Parcelamento
8.3.2.1 Pagamento
8.3.2.2 Compensação
A compensação está prevista nos artigos 170 e 170-A, dispondo que a lei
pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada
caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos
tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo
contra a Fazenda pública.
8.3.2.3 Transação
No artigo 171 está consignado que a lei pode facultar, nas condições que
estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação
que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e
consequente extinção de crédito tributário.
8.3.2.4 Remissão
8.3.2.5 Decadência
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• Nos casos de lançamento de ofício ou por declaração, conta-se 5 anos a
partir do primeiro dia do exercício subsequente em que o lançamento poderia
ter sido efetuado (regra geral).
• Se o caso é de anulação de lançamento anteriormente efetuado por vício
formal, conta-se 5 anos da data em que se tornar definitiva a decisão.
• Para os casos em que houver notificação de medida preparatória do
lançamento, conta-se 5 anos a partir da data da notificação.
8.3.2.6 Prescrição
I - a isenção;
II - anistia.
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A exclusão de crédito tributário não dispensa o cumprimento das
obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja
excluído, ou dela consequente.
8.3.3.1 Isenção
A isenção:
8.3.3.2 Anistia
A anistia deve ser estabelecida por lei específica (CF, art. art.150, §6º) e está
prevista nos artigos 180 a 182 do CTN. Consiste no perdão do ato ilícito cometido e
consequentemente o perdão da sanção respectiva (multa). Além disso:
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• Não se aplica a infrações tributárias que, ao mesmo tempo, sejam tipificadas
como crimes ou contravenções ou que tenham sido cometidas mediante dolo,
fraude ou simulação por parte do sujeito passivo.
• Salvo disposição de lei, não se aplica a casos de conluio.
• Pode ser concedida em caráter geral ou individual. Quando individual, é
efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em
requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento das
condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua
concessão. Não gera direito adquirido.
• Pode ser concedida limitadamente:
o a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
o b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado
montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;
o c) a determinada região do território da entidade tributante, em função
de condições a ela peculiares;
o d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a
conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade
administrativa.
I - União;
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Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo
competente, mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus
acrescidos, se a massa ou o espólio não puder efetuar a garantia da instância por
outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados, o representante
da Fazenda Pública interessada.
Na falência:
Entretanto, há uma falsa ideia que a inscrição em dívida ativa seja o melhor
instrumento de cobrança. Na verdade, é o que possibilita maior coerção e depende
de uma boa gestão de sua carteira. Não inscrever valores muito baixos, por
exemplo, que propiciam um retorno tão insignificante que não paga nem a hora
trabalhada, é uma forma de evitar milhares de processos que demandarão o mesmo
tempo de outros de maior valor.
Por outro lado, não resta outra alternativa senão inscrever em o débito em
dívida ativa, nos casos em que o contribuinte, após sucessivas tentativas de
cobrança administrativa, não paga o que é devido.
Por fim, se nada foi conseguido com todas essas iniciativas, recomenda-se
instaurar a fase de cobrança executiva, buscando o mais rapidamente possível
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satisfazer o crédito tributário, lançando mão de instrumentos poderosos, disponíveis
atualmente, como o leilão e a penhora online.
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BIBLIOGRAFIA
BECKER, Alfredo. Teoria Geral do Direito Tributário, 2. Ed, são Paulo. Ed.
Saraiva, 1972
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ROCHA, João Marcelo. Direito Tributário. 5. Ed. Ver. E atual. Rio de Janeiro: Ed.
Ferreira, 2007.
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