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Manutenção Mecânica – Aula 5

Lubrificação
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O que é lubrificar?

Pra que lubrificar?

Por que lubrificar?

Quando lubrificar?
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Lubrificação é uma operação que consiste em introduzir


uma substância apropriada entre superfícies sólidas que
estejam em contato entre si e que executam
movimentos relativos. Essa substância apropriada
normalmente é um óleo ou uma graxa que impede o
contato direto entre as superfícies sólidas.
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Quando recobertos por um lubrificante, os pontos de


atrito das superfícies sólidas fazem com que o atrito
sólido seja substituído pelo atrito fluido, ou seja, em
atrito entre uma superfície sólida e um fluido. Nessas
condições, o desgaste entre as superfícies será bastante
reduzido.
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Principais objetivos da lubrificação:

• menor dissipação de energia na forma de calor;


• redução da temperatura, pois o lubrificante auxilia no
fluxo de calor, melhorando a refrigeração;
• redução da corrosão;
• redução de vibrações e ruídos;
• redução de desgastes;
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Além dessa redução do atrito, outros objetivos são


alcançados com a lubrificação, se a substância
lubrificante for selecionada corretamente.
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Podemos considerar que uma lubrificação está correta


quando a máquina receber o lubrificante correto, no
volume correto e no momento adequado.

As falhas de lubrificação em máquinas podem provocar


desgaste nos componentes afetando a vida útil deles.
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O aparelho utilizado para determinar o tamanho, a cor e


a quantidade de partículas existentes em um lubrificante
que atua em uma máquina chama-se ferrógrafo.

Ferrograma é uma lâmina preparada que permite


analisar um óleo lubrificante de uma máquina. Nessa
análise constata-se a existência de partículas metálicas
que podem ser classificadas quanto ao perfil,
constituição química e tamanho.
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Se o exame ferrográfico de um óleo de máquina revelar a


presença de partículas metálicas maiores que 15mm,
pode-se concluir que elas são oriundas de um desgaste
severo.
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Sistemas de lubrificação são uma ferramenta comum


utilizada na indústria para distribuir uma quantidade
precisa de lubrificante em lugares específicos, a fim de se
obter o melhor desempenho de funcionamento do
equipamento a que se refere, bem como determinar o
melhor período para que essa lubrificação ocorra, de
modo a gerar economia e evitar problemas ambientais.
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Lubrificantes

Os lubrificantes podem ser gasosos como o ar; líquidos


como os óleos em geral, semissólidos como as graxas e
sólidos como a grafita, o talco, a mica etc.
Porém, os lubrificantes mais práticos e de uso diário são
os líquidos e os semissólidos, isto é, os óleos e as graxas.
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Quanto à origem, os óleos tem quatro categorias:

1. Óleos minerais - São substâncias obtidas a partir do petróleo e, de


acordo com sua estrutura molecular, são classificadas em óleos
parafínicos ou óleos naftênicos.
2. Óleos vegetais - São extraídos de sementes: soja, girassol, milho,
algodão, arroz, mamona, oiticica, babaçu etc.
3. Óleos animais - São extraídos de animais como a baleia, o cachalote,
o bacalhau, a capivara etc.
4. Óleos sintéticos - São produzidos em indústrias químicas que utilizam
substâncias orgânicas e inorgânicas para fabricá-los. Estas substâncias
podem ser silicones, ésteres, resinas, glicerinas etc.
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Aplicações dos óleos

Os óleos animais e vegetais raramente são usados


isoladamente como lubrificantes, por causa da sua baixa
resistência à oxidação, quando comparados a outros
tipos de lubrificantes. Em vista disso, eles geralmente
são adicionados aos óleos minerais com a função de
atuar como agentes de oleosidade. A mistura obtida
apresenta características eficientes para lubrificação,
especialmente em regiões de difícil lubrificação.
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Aplicações dos óleos

Os óleos sintéticos são de aplicação muito rara, em razão


de seu elevado custo, e são utilizados nos casos em que
outros tipos de substâncias não têm atuação eficiente.
Os óleos minerais são os mais utilizados nos mecanismos
industriais, sendo obtidos em larga escala a partir do
petróleo.
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Características dos óleos lubrificantes

Os óleos lubrificantes, antes de serem colocados à venda


pelo fabricante, são submetidos a ensaios físicos
padronizados que, além de controlarem a qualidade do
produto, servem como parâmetros para os usuários.
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Os principais ensaios físicos padronizados para os óleos
lubrificantes encontram-se resumidos na tabela a seguir:
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Graxas

As graxas são compostos lubrificantes semissólidos


constituídos por uma mistura de óleo, aditivos e agentes
engrossadores chamados sabões metálicos, à base de
alumínio, cálcio, sódio, lítio e bário. Elas são utilizadas
onde o uso de óleos não é recomendado.
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As graxas também passam por ensaios físicos
padronizados e os principais encontram-se no quadro a
seguir:
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Os tipos de graxa são classificados com base no sabão
utilizado em sua fabricação:
Graxa à base de alumínio: macia; quase sempre filamentosa;
resistente à água; boa estabilidade estrutural quando em uso;
pode trabalhar em temperaturas de até 71°C. É utilizada em
mancais de rolamento de baixa velocidade e em chassis.
Graxa à base de cálcio: vaselinada; resistente à água; boa
estabilidade estrutural quando em uso; deixa-se aplicar
facilmente com pistola; pode trabalhar em temperaturas de até
77°C. É aplicada em chassis e em bombas d’água.
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Graxa à base de sódio: geralmente fibrosa; em geral não resiste à
água; boa estabilidade estrutural quando em uso. Pode trabalhar
em ambientes com temperatura de até 150°C. É aplicada em
mancais de rolamento, mancais de rodas, juntas universais etc.
Graxa à base de lítio: vaselinada; boa estabilidade estrutural
quando em uso; resistente à água; pode trabalhar em temperaturas
de até 150°C. É utilizada em veículos automotivos e na aviação.
Graxa à base de bário: características gerais semelhantes às graxas à
base de lítio.
Graxa mista: é constituída por uma mistura de sabões. Assim,
temos graxas mistas à base de sódio-cálcio, sódio-alumínio etc.
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Lubrificantes sólidos

Algumas substâncias sólidas apresentam características peculiares


que permitem a sua utilização como lubrificantes, em condições
especiais de serviço. Entre as características importantes dessas
substâncias, merecem ser mencionadas as seguintes:
• baixa resistência ao cisalhamento;
• estabilidade a temperaturas elevadas;
• elevado limite de elasticidade;
• alto índice de transmissão de calor;
• alto índice de adesividade;
• ausência de impurezas abrasivas.
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Embora tais características não sejam sempre atendidas
por todas as substâncias sólidas utilizadas como
lubrificantes, elas aparecem de maneira satisfatória nos
carbonos cristalinos, como a grafita, e no bissulfeto de
molibdênio, que são, por isso mesmo, aquelas mais
comumente usadas para tal finalidade.
A grafita, após tratamentos especiais, dá origem à
grafita coloidal, que pode ser utilizada na forma de pó
finamente dividido ou em dispersões com água, óleos
minerais e animais e alguns tipos de solventes.
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A utilização de sólidos como lubrificantes é


recomendada para serviços em condições especiais,
sobretudo aquelas em que as partes a lubrificar estão
submetidas a pressões ou temperaturas elevadas ou se
encontram sob a ação de cargas intermitentes ou em
meios agressivos. Os meios agressivos são comuns nas
refinarias de petróleo, nas indústrias químicas e
petroquímicas.
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Lubrificação de mancais de deslizamento

O traçado correto dos chanfros e ranhuras de


distribuição do lubrificante nos mancais de
deslizamento é o fator primordial para se assegurar a
lubrificação adequada.
Os mancais de deslizamento podem ser lubrificados com
óleo ou com graxa. No caso de óleo, a viscosidade é o
principal fator a ser levado em consideração; no caso de
graxa, a sua consistência é o fator relevante.
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A escolha de um óleo ou de uma graxa também
depende dos seguintes fatores:
• geometria do mancal: dimensões, diâmetro, folga
mancal/eixo;
• rotação do eixo;
• carga no mancal;
• temperatura de operação do mancal;
• condições ambientais: temperatura, umidade, poeira
e contaminantes;
• método de aplicação.
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Lubrificação de mancais de rolamento

Os rolamentos axiais autocompensadores de rolos são


lubrificados, normalmente, com óleo. Todos os demais
tipos de rolamentos podem ser lubrificados com óleo ou
com graxa.
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Lubrificação com graxa

Em mancais de fácil acesso, a caixa pode ser aberta para


se renovar ou completar a graxa. Quando a caixa é
bipartida, retira-se a parte superior; caixas inteiriças
dispõem de tampas laterais facilmente removíveis.
Como regra geral, a caixa deve ser cheia apenas até um
terço ou metade de seu espaço livre com uma graxa de
boa qualidade, possivelmente à base de lítio.
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Lubrificação com óleo

O nível de óleo dentro da caixa de rolamentos deve ser


mantido baixo, não excedendo o centro do corpo
rolante inferior. É muito conveniente o emprego de um
sistema circulatório para o óleo e, em alguns casos,
recomenda-se o uso de lubrificação por neblina.
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Intervalos de lubrificação

No caso de rolamentos lubrificados por banho de óleo, o


período de troca de óleo depende, fundamentalmente, da
temperatura de funcionamento do rolamento e da
possibilidade de contaminação proveniente do ambiente. Não
havendo grande possibilidade de poluição, e sendo a
temperatura inferior a 50°C, o óleo pode ser trocado apenas
uma vez por ano. Para temperaturas em torno de 100°C, este
intervalo cai para 60 ou 90 dias.
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Lubrificação dos mancais dos motores

Temperatura, rotação e carga do mancal são os fatores


que vão direcionara escolha do lubrificante.
De modo geral temos:
• temperaturas altas: óleo mais viscoso ou uma graxa
que se mantenha consistente;
• altas rotações: usar óleo mais fino;
• baixas rotações: usar óleo mais viscoso.
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Lubrificação de engrenagens fechadas
A completa separação das superfícies dos dentes das
engrenagens durante o engrenamento implica presença de uma
película de óleo de espessura suficiente para que as saliências
microscópicas destas superfícies não se toquem. O óleo é
aplicado às engrenagens fechadas por meio de salpico ou de
circulação.
A seleção do óleo para engrenagens depende dos seguintes
fatores: tipo de engrenagem, rotação do pinhão, grau de
redução, temperatura de serviço, potência, natureza da carga,
tipo de acionamento, método de aplicação e contaminação.
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Lubrificação de engrenagens abertas
Não é prático nem econômico encerrar alguns tipos de engrenagem
numa caixa. Estas são as chamadas engrenagens abertas.
As engrenagens abertas só podem ser lubrificadas
intermitentemente e, muitas vezes, só a intervalos regulares,
proporcionando películas lubrificantes de espessuras mínimas entre
os dentes, prevalecendo as condições de lubrificação limítrofe.
Ao selecionar o lubrificante de engrenagens abertas, é necessário
levar em consideração as seguintes condições: temperatura,
método de aplicação, condições ambientais e material da
engrenagem.
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Lubrificação de motorredutores

A escolha de um óleo para lubrificar motorredutores


deve ser feita considerando-se os seguintes fatores: tipo
de engrenagens; rotação do motor; temperatura de
operação e carga. No geral, o óleo deve ser
quimicamente estável para suportar oxidações e resistir
à oxidação.
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Lubrificação de motorredutores

A escolha de um óleo para lubrificar motorredutores


deve ser feita considerando-se os seguintes fatores: tipo
de engrenagens; rotação do motor; temperatura de
operação e carga. No geral, o óleo deve ser
quimicamente estável para suportar oxidações e resistir
à oxidação.
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Lubrificação de máquinas-ferramenta

Existe, atualmente, um número considerável de máquinas-


ferramenta com uma extensa variedade de tipos de modelos,
dos mais rudimentares àqueles mais sofisticados, fabricados
segundo as tecnologias mais avançadas. Diante de tão grande
variedade de máquinas-ferramenta, recomenda-se a leitura
atenta do manual do fabricante do equipamento, no qual serão
encontradas indicações precisas para lubrificação e produtos a
serem utilizados.
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Para equipamentos mais antigos, e não se dispondo de
informações mais precisas, as seguintes indicações
genéricas podem ser obedecidas:
• Sistema de circulação forçada - óleo lubrificante de
primeira linha com número de viscosidade S 215
(ASTM).
• Lubrificação intermitente (oleadeiras, copo conta-
gotas etc.) - óleo mineral puro com número de
viscosidade S 315 (ASTM).
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• Fusos de alta velocidade (acima de 3000 rpm) - óleo
lubrificante de primeira linha, de base parafínica,
com número de viscosidade S 75 (ASTM).
• Fusos de velocidade moderada (abaixo de 3000 rpm)
- óleo lubrificante de primeira linha, de base
parafínica, com número de viscosidade S 105 (ASTM).
• Guias e barramentos - óleos lubrificantes contendo
aditivos de adesividade e inibidores de oxidação e
corrosão, com número de viscosidade S 1000 (ASTM).
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• Caixas de redução - para serviços leves podem ser utilizados
óleos com número de viscosidade S 1000 (ASTM) aditivados
convenientemente com antioxidantes, antiespumantes etc.
Para serviços pesados, recomendam-se óleos com aditivos
de extrema pressão e com número de viscosidade S 2150
(ASTM).
• Lubrificação à graxa - em todos os pontos de lubrificação à
graxa pode-se utilizar um mesmo produto. Sugere-se a
utilização de graxas à base de sabão de lítio de múltipla
aplicação e consistência NLGI 2.
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Em resumo, por mais complicada que uma máquina pareça, há
apenas três elementos a lubrificar:

1. Apoios de vários tipos, tais como: mancais de deslizamento


ou rolamento, guia etc.
2. Engrenagens de dentes retos, helicoidais, parafusos de rosca
sem-fim etc., que podem estar descobertas ou encerradas em
caixas fechadas.
3. Cilindros, como os que se encontram nos compressores e em
toda a espécie de motores, bombas ou outras máquinas com
êmbolos.
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Proteção Anticorrosiva

Os metais vêm sendo usados pelo homem desde o início


da civilização. Com o desenvolvimento da tecnologia,
esse uso foi sendo cada vez mais aperfeiçoado.
Apesar dos grandes benefícios que os metais
proporcionam ao homem e à indústria, existe o
problema de que eles estão sujeitos à corrosão.
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Proteção Anticorrosiva

Para solucionar esse problema é preciso aperfeiçoar os


meios de combate à corrosão. Esses meios consistem,
principalmente, de procedimentos relacionados ao
tratamento das superfícies dos metais.
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Corrosão

Pode-se definir por corrosão como a destruição dos


metais devido às suas reações químicas e eletroquímicas
num meio corrosivo.
Diz-se que um metal está se destruindo à medida que,
pela ação corrosão, ele vai perdendo suas propriedades
e se transformando em outra substância denominada
produto da corrosão.
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Corrosão

Assim, quando o aço sofre corrosão, ele vai se


transformando em ferrugem, ou seja, óxido de ferro.
Portanto, é necessário evitar ou, no mínimo, controlar
as reações químicas e eletroquímicas dos metais. Caso
contrário, eles se estragam ou se tornam inutilizáveis,
ocasionando prejuízos financeiros. Mas o problema
maior consiste no risco de acidentes que põem muitas
vidas em perigo.
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O meio corrosivo

O meio corrosivo pode ser o próprio ambiente em que


se encontra o metal. Assim, o solo, a água e atmosfera
tendem a provocar a corrosão dos metais.
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É comum a corrosão se manifestar de forma
generalizada. Nesse caso, ela é denominada corrosão
uniforme. Esse tipo de corrosão é conhecido por todos
nós. O ferro sob efeito da corrosão fica com uma cor
marrom avermelhada em toda sua superfície. Trata-se
do que se conhece como ferrugem, na qual a corrosão é
superficial. Mas existem outras formas de corrosão que
atingem profundamente o metal, de forma localizada,
com poder destrutivo mais grave.
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Combate à corrosão

Uma das formas de combater a corrosão consiste em


evitar o contato do metal com o meio corrosivo.
Pode-se, por exemplo, recobrir o metal com películas
metálicas ou orgânicas, de espessura e composição
adequadas. Esse recobrimento é feito por meio da
metalização e da pintura.
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Combate à corrosão

O zinco é o metal mais indicado e mais utilizado para


proteger o aço contra a corrosão. Essa forma de
proteção costuma ser feita por meio de imersão a
quente ou galvanização. Outro modo emprega a
corrente elétrica, e chama-se eletrodeposição ou
zincagem eletrolítica. Cada um desses processos tem
vantagens e desvantagens que devem ser consideradas
ao se decidir pela sua escolha.
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Metalização e pintura

No processo de metalização, podemos aplicar somente


um metal, como na zincagem de proteção. Também é
possível aplicar vários metais para a proteção, dando
efeito decorativo à peça.
Nas peças de aço, conhecidas como cromadas,
normalmente são aplicadas camadas de cobre, níquel e
cromo.
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Metalização e pintura

Outra forma de tratamento de superfície é a zincagem


pelo processo de imersão a quente - ou zincagem a fogo
como é conhecido. O material, previamente preparado,
é mergulhado num tanque com zinco em estado de
fusão. O zinco adere ao aço, formando uma camada
espessa que protege a peça da corrosão.
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Metalização e pintura

Existem diversos processos de pintura, conforme a


necessidade.
Na pintura de autos ou de eletrodomésticos, é
necessário fazer uma fosfatização antes de aplicar as
tintas. O processo de fosfatização consiste em formar
cristais de sais de fosfato de zinco nas superfícies da
peça. Isso proporciona boa aderência da tinta e ajuda na
proteção contra a corrosão.
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Outros tipos de tratamentos de superfície de metais são


oleamento, aspersão térmica, deposição química sem
auxílio de corrente elétrica, aplicação de metais a
plasma, deposição a vácuo, anodização do alumínio,
aplicação de cromo duro. Cada um desses tipos modifica
a superfície do metal, a fim de se obter propriedades
que o metal-base não tem. É comum aplicar ouro nos
circuitos eletrônicos dos computadores.
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Limpeza de superfícies

Geralmente, as peças que terão suas superfícies tratadas já se


apresentam como produtos quase prontos, ou seja, trefilados,
fundidos, forjados, estampados, usinados etc.
As superfícies das peças nessas condições não podem ser
tratadas imediatamente porque, normalmente, apresentam
resíduos de óleo, trincas, restos de graxas e de abrasivos de
polimento. Portanto, é necessário um pré-tratamento das
superfícies, de modo que elas fiquem muito bem limpas antes
do tratamento propriamente dito.
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Limpeza de superfícies – Procedimentos
Os procedimentos de pré-tratamento de superfícies de metais
podem ser mecânicos ou químicos.
Pré-tratamento mecânico - os processos mecânicos constam de
lixamento, jateamento, vibração e tamboreamento. Por meio
deles, são removidos defeitos e imperfeições.
Lixamento - no lixamento, a superfície metálica da peça é
desgastada até o ponto em que os defeitos (riscos ou buracos)
tenham sido removidos totalmente. O instrumento utilizado é a
lixa que pode ser usada manualmente ou com máquinas.
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Limpeza de superfícies – Procedimentos
Jateamento - trata-se de um processo empregado para a limpeza
das peças em que serão aplicadas tintas, com a finalidade de
proteger grandes estruturas metálicas da corrosão. Com auxílio de
um revólver, acionado por ar comprimido, projeta-se o abrasivo
contra a estrutura metálica a ser limpa. A força mecânica
transmitida ao abrasivo é suficiente para remover capas de
ferrugens ou quaisquer outras substâncias da superfície. Esse
processo deixa o metal perfeitamente limpo para receber as tintas
anticorrosivas. Os abrasivos mais utilizados são: granalha de aço,
esferas de vidro, areia e carbeto de silício.
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Limpeza de superfícies – Procedimentos
Vibração e tamboreamento - não se faz lixamento em peças com
tamanho reduzido ou de conformação geométrica complicada.
Nesses casos, a vibração e o tamboreamento são os procedimentos
corretos. Esses dois processos partem do mesmo princípio, com
máquinas diferentes. A idéia é atritar a superfície da peça com um
abrasivo adequado, de modo que ele remova as imperfeições da
superfície da peça. Na vibração, o abrasivo e as peças são colocadas
num recipiente com formato de uma grande panela acoplada a um
vibrador. O vibrador faz com que o abrasivo atinja as peças para
remover imperfeições da superfície.
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Limpeza de superfícies – Procedimentos
Pré-tratamento químico - neste tipo de tratamento utilizamos
produtos químicos, prontos para uso ou dissolvidos em água.
Obtêm-se soluções com propriedades de desengraxamento ou de
remoção de óxidos da superfície dos metais. Os processos de
desengraxamento e decapagem são usados universalmente.
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Limpeza de superfícies – Procedimentos
Desengraxamento - esta operação remove óleos e graxas da
superfície do metal para posterior processo de pintura.
Uma superfície oleosa ou engraxada, ao ser atingida por um
jato de água, apresenta grande dificuldade para manter a água.
A presença de oleosidade faz com que se formem ilhas de água
intercaladas com regiões secas, conhecidas popularmente
como “quebra d’água”. Existem diversas maneiras de se
desengraxar uma superfície, dependendo da quantidade e da
natureza do óleo ou graxa. Se destacam: solventes,
emulsificantes, alcalinos, eletrolíticos e imersão.
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Pintura
Podemos proteger e preservar produtos por meio de
revestimento. Entre as várias substâncias adequadas ao
revestimento, destacam-se as tintas.
Uma das principais vantagens da pintura refere-se à relação
custo/benefício. O trabalho é relativamente fácil para as
técnicas de aplicação mais comuns, como a pincel, a rolo e a
pistola convencional, fica barato e favorece bastante a
preservação dos produtos. Por exemplo, uma pintura com
espessura de 75 micrometros representa somente 0,8% do
valor total de um carro médio.
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A principal finalidade da pintura é a de proteger peças ou objetos
contra corrosão. Mas existem outras finalidades:
• tornar a aparência atraente;
• auxiliar na segurança industrial;
• impermeabilizar;
• diminuir rugosidade;
• facilitar a identificação de fluidos em tubulações e reservatórios;
• impedir a aderência de vida marinha ao casco de embarcações e
bóias;
• permitir maior ou menor absorção de calor.
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Pintura industrial
A pintura industrial é um sistema que se caracteriza por quatro
fases importantes:
• seleção adequada dos esquemas de pintura;
• aquisição das tintas;
• seleção da técnica de aplicação e controle da qualidade de
aplicação;
• inspeção e acompanhamento da pintura.
Essas quatro fases são baseadas em normas, procedimentos e
padrões que definem os critérios de qualidade a serem
observados.
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Um esquema geral de pintura consta dos seguintes passos:

• Inspeção e preparação da superfície - É preciso inspecionar a


superfície para verificar se ela apresenta óleos, gorduras, poeira,
umidade, resíduos de tratamentos de superfícies, óxidos de
laminação e produtos de corrosão. Antes de mais nada, esses
elementos devem ser retirados da superfície. A preparação
consiste numa limpeza que possibilite a boa aderência da tinta e a
formação de uma rugosidade na superfície para facilitar essa
aderência.
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• Aplicação da tinta de fundo ou primer - As tintas de fundo
(prímeres) devem ser aplicadas em uma ou mais demãos, e são
responsáveis pela proteção anticorrosiva. Essas tintas, na sua
grande maioria, contêm pigmentos de propriedades
anticorrosivas que garantem maior proteção ao objeto pintado.
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• Aplicação da tinta de acabamento - As tintas de acabamento
também devem ser aplicadas em uma ou mais demãos. Elas
dão a cor final à peça, e as películas (revestimentos) que
formam funcionam como uma primeira barreira entre o meio
agressivo e a tinta de fundo. Quanto mais impermeáveis elas
forem, melhor será o resultado.
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Coesão e adesão
A película da pintura deve ter duas características:
• Coesão - Consiste na união dos diversos constituintes do
revestimento, de forma a apresentar um película contínua, sem
falhas e imperfeições.
• Adesão à superfície - Trata-se da fixação da película à superfície
a ser protegida. A adesão à superfície é conseguida por meio da
fixação mecânica da tinta nas rugosidades, porosidades e
irregularidades da superfície.
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Os constituintes básicos das tintas são: veículo, solvente e
pigmentos.
O veículo é a parte principal da tinta. Geralmente é uma resina.
O veículo é o formador e o colante das partículas. Ele dá à película
as seguintes propriedades:
• maior ou menor dureza;
• maior ou menor resistência à umidade, a ácidos ou bases e
solventes;
• resistência a mudanças de clima, umidade, água;
• resistência às radiações ultravioleta do Sol.
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O solvente é a parte da tinta que normalmente se evapora.
É uma substância capaz de dissolver a resina e diminuir sua
viscosidade, facilitando a aplicação da tinta.
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Os pigmentos são, geralmente, substâncias em pó adicionadas às
tintas para:
• dar cor e opacidade: pigmentos tintoriais;
• aumentar a espessura da película: pigmentos reforçantes
(cargas);
• conferir propriedades anticorrosivas: pigmentos anticorrosivos;
• acrescentar finalidades específicas: pigmentos especiais.

Quanto à sua natureza, os pigmentos podem ser substâncias


orgânicas ou inorgânicas.
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Os pigmentos tintoriais mais importantes são:
• Não metálicos:
− Dióxido de titânio (cor branca): considerado matéria-prima
básica na formulação de tintas.
− Óxido de ferro: pigmento vermelho que, sendo inerte, age
também como pigmento protetor e reforçante (carga).
− Carbonatos de chumbo ou de bismuto: usados para obtenção
das pinturas perolizadas que dão acabamento acetinado às
carrocerias dos automóveis.
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Os pigmentos tintoriais mais importantes são:
• Metálicos
− Alumínio: responsável pelo aspecto metálico das tintas de
acabamento. Pode ser ou não produzido em partículas lamelares
(forma de lâminas). Os pigmentos lamelares são utilizados em
tintas de acabamento. Eles sobrenadam e se entrelaçam,
proporcionando maior proteção. O alumínio não lamelar é
utilizado nas tintas de acabamento policromático (que tem várias
cores) ou metálico, empregadas principalmente na pintura de
automóveis.
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Os pigmentos reforçantes, além de aumentar a espessura da
película e contribuir com suas propriedades físicas e químicas para
melhorar o revestimento, têm as funções de:
• aumentar o rendimento e a viscosidade da tinta;
• controlar o brilho;
• diminuir o custo do produto.
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Os pigmentos anticorrosivos são usados nas formulações das tintas de
fundo. Os mais utilizados são:
• zarcão: altamente protetor mas que vem sendo substituído devido à
sua elevada toxidade;
• cromato de zinco: melhor que o zarcão em termos de vida útil e
custo;
• cromato básico de zinco: com poder protetor menor que o cromato
de zinco;
• fosfato de zinco: utilizado em substituição ao zarcão, por possuir
propriedades anticorrosivas semelhantes e não ser tão tóxico;
• pó de zinco: pigmento metálico protetor, utilizado em altas
concentrações da ordem de 75% a 95% em peso.
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Os pigmentos especiais são utilizados como:
• impermeabilizantes: alumínio lamelar e mica são adicionados às
tintas de fundo e de acabamento para aumentar a proteção por
barreira, enquanto que os óxidos de ferro são muito usados nas
tintas de fundo;
• perolados: carbonatos de chumbo ou de bismuto são
adicionados para dar um tom acetinado às tintas de acabamento;
• fluorescentes e fosforescentes: utilizados em tintas de
sinalização e demarcação para ressaltar a ação da luz em faixas e
placas;
Manutenção Mecânica – Aula 5
Os aditivos são empregados para melhorar certas características
ou propriedades da tinta. Os principais aditivos usados em tintas
são:
• Plastificantes - Dão à película maior flexibilidade. São
adicionados às fórmulas de tintas, evitando películas muito duras
e quebradiças. Por exemplo: óleos não-secativos (mamona e coco)
nas formulações das tintas alquídicas e fenólicas modificadas.
• Secantes - Agem como aceleradores da secagem nas tintas que
secam pela oxidação de óleos. Reduzem o tempo de secagem das
tintas a óleo.
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• Antipele ou antinata - Evitam a formação de uma pele sobre a
superfície líquida da tinta, dentro da lata, durante o tempo de
armazenamento. Esses aditivos são denominados antioxidantes.
• Tensoativos ou anti-sedimentantes - Mantêm os pigmentos em
suspensão, dificultando seu acúmulo no fundo da lata.
• Espessantes, geleificantes ou tixotrópicos - Dão à tinta a
consistência adequada para que possa ser aplicada em superfícies
verticais.
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• Nivelantes - São tensoativos que baixam a tensão superficial das
tintas. Melhoram o espalhamento delas e evitam o aparecimento
de marcas deixadas pelos pêlos (cerdas) dos pincéis e trinchas.
• Folheantes - Unem as partículas de pigmentos de baixo peso,
possibilitando-lhes sobrenadar e se entrelaçar na película úmida.

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