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1.

Introdução

Conceito

Entende-se por lubrificação a operação de introduzir uma substancia que se mostra


apropriada para estar entre superfícies sólidas que estejam em contato entre si e que realizem
movimentos relativos. Usualmente essa substancia é um óleo ou uma graxa que obstrui o
contato direto entre as superfícies sólidas.
Os pontos de atrito das superfícies sólidas fazem com que o atrito sólido seja
substituído pelo atrito fluido quando protegido por um lubrificante, isto é, o atrito se dá por
um fluido e uma superfície sólida. Sendo estas as circunstâncias é consideravelmente reduzido
o desgaste entre as superfícies.

Objetivos

Fora a diminuição do atrito, outros objetivos são atingidos com a lubrificação se o


lubrificante for corretamente selecionado. São eles:

 Menor dissipação de energia na forma de calor;


 Redução da temperatura, pois o lubrificante também refrigera;
 Redução da corrosão;
 Redução de vibrações e ruídos;
 Redução do desgaste.

2. Lubrificantes

Os lubrificantes podem ser encontrados em forma gasosa, como o ar; líquida como os
óleos em geral; semi-sólidos tal qual graxas e sólidos como a grafita, talco, mica. Entretanto, os
lubrificantes mais comuns no dia-a-dia são os líquidos e os semi-sólidos, ou seja, as graxas e os
óleos.

Classificação dos óleos quanto à origem

Os óleos são classificados em quatro categorias quanto à sua origem: minerais,


vegetais, animais e sintéticos.

 Óleos minerais: São substancias obtidas a partir do petróleo. Dependendo da sua


estrutura molecular, são classificados em óleos naftênicos ou parafínicos.
 Óleos vegetais: São extraídos das sementes de soja, girassol, milho, algodão, arroz,
mamona, etc.
 Óleos animais: Extraídos de animais como capivara, bacalhau, cachalote, baleia, etc.
 Óleos sintéticos: São produzidos em indústrias químicas que usam substâncias
orgânicas e inorgânicas para fabrica-los. Podem ser silicones, ésteres, resinas,
glicerinas, etc.

Aplicação dos óleos

Dificilmente os óleos animais e vegetais são utilizados isoladamente como lubrificantes


por conta da sua baixa resistência à oxidação quando comparados a outros tipos de
lubrificantes. Por este motivo, normalmente eles são adicionados aos óleos minerais com o
objetivo de atuar como agentes de oleosidade. A mistura resultante apresenta características
que se mostram eficientes para a lubrificação, especialmente em regiões onde esta se torna
difícil.
A aplicação dos óleos sintéticos apresenta-se muito onerosa, por este motivo, sua
utilização é muito rara, sendo apenas utilizado quando a atuação de outras substancias
lubrificantes são ineficientes. Os óleos que são largamente utilizados nos mecanismos
industriais são os minerais, obtidos a partir do petróleo.

Características dos óleos lubrificantes

Antes dos óleos lubrificantes serem colocados à venda, eles são submetidos à ensaios
físicos padronizados que servem como parâmetros para os usuários, além de controlarem a
qualidade do produto.
A seguinte tabela mostra os principais ensaios físicos padronizados:

Tipo de ensaio O que determina o ensaio


Viscosidade Resistência ao escoamento oferecida pelo
óleo. A viscosidade é inversamente
proporcional à temperatura. O ensaio é
efetuado em aparelhos denominados
viscosímetros. Os viscosímetros mais utilizados
são Saybolt, o Engler, o Redwood e o Ostwald.
Indice de viscosidade Mostra como varia a viscosidade de um óleo
conforme as variações de temperatura. Os
óleos minerais parafínicos são os que
apresentam menor variação da viscosidade
quando varia a temperatura e, por isso,
possuem índices de viscosidade mais elevados
que os naftênicos.
Desnidade relativa Relação entre a densidade do óleo a 20°C e a
densidade da água a 4°C ou a relação entre a
densidade do óleo a 60°F a densidade da água
a 60°F
Ponto de fulgor (flash point) Temperatura mínima à qual pode inflamar-se
o vapor de óleo, no mínimo, durante 5
segundos. O ponto de fulgor é um dado
importante quando se lida com óleos que
trabalham em altas temperaturas.
Ponto de comustão Temperatura mínima em que se sustenta a
queima do óleo.
Ponto de mínima fluidez Temperatura mínima em que ocorre o
escoamento do óleo por gravidade. O ponto
de mínima fluidez é um dado importante
quando se lida com óleos que trabalham em
baixas temperaturas.
Resíduos de carvão Resíduos sólidos que permanecem após a
destilação
Graxas

As graxas são compostos lubrificantes formados por um mistura de óleo, agentes


espessantes chamados de sabões metálicos, estes sendo à base de alumínio, cálcio, sódio, lítio
e bário. As graxas são utilizadas onde não é recomendado o uso do óleo.
Da mesma maneira que os óleos, as graxas passam por ensaios físicos padronizados, a
tabela a seguir mostra os principais deles:

Tipo de ensaio O que determina o ensaio


Consistência Dureza relativa, resistência à penetração.
Estrutura Tato, aparência.
Filamentação Capacidade de formar fios ou filamentos.
Adesividade Capacidade de aderência.
Ponto de fusão ou gotejo Temperatura na qual a graxa passa para o
estado líquido.

Tipos de graxa

As graxas podem ser classificadas por meio do sabão metálico utilizado na sua
produção. São eles:

 Graxa à base de alumínio: macia; quase sempre filamentosa; resistente à água;


boa estabilidade estrutural quando em uso; pode trabalhar em temperatu- ras
de até 71°C. É utilizada em mancais de rolamento de baixa velocidade e em
chassis.
 Graxa à base de cálcio: vaselinada; resistente à água; boa estabilidade
estrutural quando em uso; deixa-se aplicar facilmente com pistola; pode traba-
lhar em temperaturas de até 77°C. É aplicada em chassis e em bombas d’água.
 Graxa à base de sódio: geralmente fibrosa; em geral não resiste à água; boa
estabilidade estrutural quando em uso. Pode trabalhar em ambientes com
temperatura de até 150°C. É aplicada em mancais de rolamento, mancais de
rodas, juntas universais etc.
 Graxa à base de lítio: vaselinada; boa estabilidade estrutural quando em uso;
resistente à água; pode trabalhar em temperaturas de até 150°C. É utilizada
em veículos automotivos e na aviação.
 Graxa à base de bário: características gerais semelhantes às graxas à base de
lítio.
 Graxa mista: é constituída por uma mistura de sabões. Assim, temos graxas
mistas à base de sódio-cálcio, sódio-alumínio etc.

Além desta lista de graxas, existem graxas de múltiplas aplicações, graxas especiais e
também graxas sintéticas.
Lubrificantes sólidos

Existem algumas substâncias sólidas que possuem características únicas que


permitem, em condições especiais de trabalho, sua utilização como lubrificantes.
Dentre as várias características que são importantes nestas substancias, as seguintes
devem ser mencionadas:

 Baixa resistência ao cisalhamento;


 Estabilidade a temperaturas elevadas;
 Elevado limite de elasticidade;
 Alto índice de transmissão de calor;
 Alto índice de adesividade;
 Ausência de impurezas abrasivas.

Mesmo que todas essas características não sejam atendidas por todos os lubrificantes
sólidos, elas se mostram de maneira satisfatória nos carbonos cristalinos, como a grafita, e no
bissulfeto de molibdênio. Após tratamentos especiais, a grafita da origem à grafita coloidal,
que pode ser usada na forma de pó finamente divido ou em dispersões com água, óleos
minerais e animais e alguns tipos de solventes.
O bissulfeto de molibdênio tem tido uma utilização crescente como lubrificante. A
ação do enxofre existente em sua estrutura molecular proporciona uma excelente aderência
da substancia com a superfície metálica, e recomenda-se seu uso para componentes metálicos
submetidos à condições severas de pressão e temperaturas altas. É utilizado em forma de pó
dividido, em dispersões com óleos minerais e alguns tipos de solventes.
A recomendação de sólidos como lubrificantes é para serviços em condições especiais,
de sobremaneira aquelas cujas partes à lubrificar estão submetidas à pressões ou
temperaturas elevadas ou em meios agressivos como refinarias de petróleo e indústrias
químicas e petroquímicas.

Aditivos

Os aditivos são substancias que são utilizadas na formulação dos óleos e graxas para
dar e estes propriedades que lhes são necessárias. Eles estão presentes nos lubrificantes para
atender os seguintes objetivos:

 Melhorar as características de proteção contra o desgaste e de atuação em trabalhos


sob condições de pressões severas;
 Aumentar a resistência à oxidação e corrosão;
 Aumentar a atividade dispersante e detergente dos lubrificantes;
 Aumentar a adesividade;
 Aumentar o índice de viscosidade.

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