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Lenz
Dilermando M. Selbach
Sumário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
0.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
0.2 Análise teórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
0.2.1 Linha de transmissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
0.2.2 Efeito de carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
0.3 Aparato Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
0.4 Medidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
0.4.1 Experimento 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
0.4.2 Experimento 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
0.4.3 Experimento 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
0.5 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Relatório do Laboratório 5
0.1 Introdução
Esse relatório trata das atividades de laboratório realizadas no dia 29/11/2023 com objetivo de observar a
distribuição da tensão ao longo de uma linha de transmissão conectada a diferentes cargas.
Os parâmetros R, L, G e C são cosntantes para toda a linha e dados por unidade de comprimento, logo,
para um bloco de tamanho ∆z, tem-se R∆z, L∆z, G∆z e C∆z Montando o sistema de equações para um
bloco de quadripolo, obtem-se:
V (z, t) − V (z + ∆z, t) = R∆zI(z, t) + L∆z dI(z,t)
dt
(1)
I(z, t) − I(z + ∆z, t) = G∆zV (z + ∆z, t) + C∆z dV (z+∆z,t)
dt
df (x) f (x + h) − f (x)
= lim (2)
dx h→
−0 h
Podemos expressar obter a derivada em z nas equações do sistema aplicando uma mudança de sinal, dividindo
por ∆z e aplicando um limite de ∆z tendendo a 0:
dV (z,t) = −RI(z, t) − L dI(z,t)
dz dt
(3)
dI(z,t) = −GV (z, t) − C dV (z,t)
dz dt
Esse sistema é chamado de equações do telegrafista e ele descreve o comportamento da corrente e tensão ao
longo de uma linha com resistência, indutância, condutância e capacitância.
Observa-se que essas equações são lineares, então podemos decompor as funções I e V em suas infinitas
componentes de diferentes frequências e analisar cada uma dessas frequências independentemente. Além
disso, em geral, em sistemas elétricos, estamos tratando de sinais periódicos, então temos um número finito
de componentes a analisar.
Cada componente pode ser analisada na forma fazorial, resultando no seguinte sistema para as componentes
em uma frequência angular arbitrária w.
dVw (z) = −(R + jwL)I (z)
dz w
(4)
dIw (z) = −(G + jwC)V (z)
dz w
Em que γ 2 = (R + jwL)(G + jwC). Essa é a forma fazorial de uma equação de onda com perdas. Nomeando
w
γ = α + jβ, temos uma velocidade de propagação β e um coeficiente de perdas α. As soluções desssas para
uma componente w são conhecidas e são duas ondas de amplitudes arbitrárias se propagando em direções
opostas:
Vw (z = 0) = ZL Iw (z = 0) (9)
Vo+ + Vo−
ZL = Z (10)
Vo+ − Vo−
Para melhor analisar o efeito da carga, definimos o coeficiente de reflexção:
Vo− eγz
Γ(z) = (11)
Vo+ e−γz
Na carga, esse coeficiente fica:
Vo− ZL − Z
Γ(z = 0) = + = (12)
Vo ZL + Z
Observa-se que |Γ(z)| é independente da posição analisada.
Também podemos obter a taxada de onda estacionária das ondas de tensão e corrente:
1 + |Γ|
T OE = (13)
1 − |Γ|
ZL − Z tanh γz
Zin (z) = Z (15)
Z − ZL tanh γz
Em que tanh x é a função tangente hiberbólica. No caso em que as perdas são desprezı́veis, essa expressão
se reduz a:
ZL − jZ tan βz
Zin (z) = Z (16)
Z − jZL tan βz
Observa-se que quando a tangente hiperbólica é muito próxima de 0 e desprezı́vel, a impedância de entrada
é igual à impedância da carga, isso quer dizer que a linha é invisı́vel, como nos modelos clássicos de teoria
de circuitos. Para obter essa situação é necessário que as resistências e condutâncias R e G sejam muito
pequenas, para não haver perdas, e que o comprimento de onda em questão seja muito pequeno em relação
à distância. Isso é: dada uma certa linha inicialmente desprezı́vel, sem perdas, se aumentarmos a frequência
do sinal passando, eventualmente será necessário modelisar a linha.
Com essas ferramentas, é possı́vel propagar o efeito de uma carga atrávez de uma linha para obter o
seu efeito na entrada da linha. É interessante observar que, dependendo das caracterı́sticas da linha e da
carga, uma reatância qualquer pode aparentar ser outra reatância qualquer no ı́nicio da linha. Por exemplo,
um resistor pode aparentar ser um indutor se a linha tiver as caracterı́sticas necessárias. Logo, é evidente a
necessidade de compreender essa propagação da carga para corretamente projetar as linhas de transmissão.
Para a análise realisada, foi utilizado um cabo de transmissão coaxial de 3,95 metros com 19 abertudas
separadas em 20 cm entre si, sendo a abertura de número 19 à 15 cm do fim da linha. O cabo utilizado tem
uma impedância de linha de 50 Ohms sem perdas. Essa linha foi conectada a uma fonte de tensão sinusoidal
de 50 MHz, com 540 mV pico a pico e resistência interna de 50 Ohms. Foram obtidas medidas de tensão
em diversos pontos para três situações de cargas conectadas à linha: Uma carga resistiva de 50 Ohms; Um
circuito aberto; Uma carga desconhecida.
0.4 Medidas
As medidas foram realizadas e coletadas durante o laboratório, por meio dos aparatos disponı́veis. Após
a coleta de dados, realizamos o tratamento dos mesmos por meio de uma regressão trigonométrica, para
aprimorar a qualidade dos dados coletados. Por meio dessa ferramenta, foi possı́vel elaborar os gráficos
monstrados nos experimentos 2 e 3. Ao obter a equação da onda por meio dos experimentos, foi possı́vel
obter o valor da constante de fase, que se aproxima do valor obtido ao calcular a constante por meio do
comprimento de onda obtido graficalmente.
0.4.1 Experimento 1
Em um primeiro momento, medidos as tensões em diferentes posições ao conectar uma carga de 50 Ohms no
fim do cabo. A tabela a seguir demonstra os valores de tensão de pico a pico nesse experimento.
Por meio dos resultados obtidos, percebemos que a tensão permanece constante ao longo de todo o fio,
desconsiderando pequenas variações inerentes as medições realizadas. Ao calcularmos o coeficiente de reflexão
desse sistemas, percebemos que ele possui o valor de zero, o que impacta que toda a onda é transmitida para
a carga, e não a onda refletida, acarretando na tensão pico a pico ser constante ao longo do eixo de propagação.
ZL − Z 50 − 50
Γ(z = 0) = = =0 (17)
ZL + Z 50 + 50
0, 270
Vw (z) = cos(βz) (18)
2
Essa situação é ideal pois não há energia voltando pela linha e há menos dispersão. Quando possı́vel,
busca-se sempre ter a mesma impedância de linha e de carga, para que a tensão em toda a linha tenha o
mesmo módulo.
Nota-se que a tensão tem metade do valor da tensão na fonte. Isso ocorre pois a tensão indicada pela fonte é a
tensão medida quando ela esta em aberto. Conforme tratado a seguir, em circuito aberto a onda de tensão é
perfeitamente refletida. Na prática, a médida em circuito aberto da fonte é a soma da onda incidente gerada
Posição Tensão (Vpp em mV )
20 500
19 500
18 464
17 400
16 270
15 80
14 148
13 -
12 440
11 472
10 492
9 500
8 480
7 428
6 300
5 120
4 128
3 320
2 436
1 484
Tabela 2 – Experimento 2
e da sua reflexão. Na situação em que temos uma carga e linha ideais de mesma impedância, não há onda
refletida, logo, medimos apenas a onda incidente, que tem metade da amplitude da onda medida na fonte em
aberto.
0.4.2 Experimento 2
Em um segundo momento, analisamos o circuito em aberto, o que impacta em uma impedância de carga
que tende ao infinito, propiciando um coeficiente de relfexão igual a 1. Nessa situação a onda de tensão é
completamente refletida e em fase com a onda incidente, pois a impedância da carga tende a infinito, uma
vez que não há corrente na carga.
ZL − Z
Γ(z = 0) = =1 (19)
ZL + Z
Vw (z) = 2Vo+ cos(βz) (20)
Esperamos que as tensões pico a pico oscilem assim entre 0 e 4Vo+ em espações de 1/β. Nota-se que não
temos o coeficiente β da linha, mas podemos estimá-lo com as medidas.
2∗π
λ= (21)
β
λ = 1, 54m (22)
Em virtude das incertezas obtidas ao coletar as tensões nos pontos estabelcidos, os valores do número de
onda e da constade de fase mostram-se muito diferentes do valores no experimento 3. Por essa razão, iremos
consideras os valores do Experimento 3 como valores padrões para as constantes que representam a onda,
visto que as constantes obtidas no próximo experimento mostram um valor mais fidedigno com os valores
teóricos esperados.
Por meio de uma regressão trigonométrica realizada por meio da HP prime, conseguimos modelizar os
valores de tensão ao longo do eixo z pela equação a seguir.
V (Z) = −124, 612960 ∗ sin(−0, 4079561 ∗ Z + 87, 4177) + 422, 6421416 (25)
0.4.3 Experimento 3
Em um terceito experimento, conectamos uma carga de um valor desconhecido,que iremos determinar. Para
determinar o seu valor, iremos analisar as amplitude máximas e mı́nimas da onda e, sabendo o valor da im-
pedância do gerador, Podemos relacionar a taxa de onda estacionária com o valor máximo e valor mı́nimo de
tensão. Tanto o valor de βutilizadoquandoovalordemáximoemı́nimosf oiobtidopormeiodaf unçãoquerepresentaapropagaç
Para calcular o valor da impedância da carga:
1 + |Γ| Vmax
T OE = = (26)
1 − |Γ| Vmin
319, 756
T OE = = 1, 30 (27)
244, 921
A partir da equação que modela a onda, podemos obter os outros parâmetros que caracterizam a onda.
Poderı́amos obter o valor do comprimento de onda a partir da relação que a distância entre dois picos
do módulo de tensão da onda é igual a λ/2. Entretanto, nesse experimento, iremos obter o comprimento
de onda ao relacionar com o número de onda que foi obtido ao modelizar a onda. Depois de obtermos o
comprimento de onda, iremos obter a velocidade de fase e a constante de fase. Para calcular a constante de
fase, conseguimos obter a mesma ao relacionar o valor de z que ocorre o máximo junto com o múltiplos de 2π.
2∗π
λ= (31)
β
λ = 4, 2m (32)
vp = f ∗ λ = 50 ∗ 106 ∗ 4, 2m (33)
ϕ+2=0+2∗m∗π (35)
π
ϕ+2∗ ∗ 4 = 0 + 2mπ (36)
2
ϕ=0 (37)
Por meio de uma regressão trigonométrica realizada por meio da HP prime, conseguimos modelizar os
valores de tensão ao longo do eixo z pela equação a seguir.
V (Z) = 37, 4178952 ∗ sin(−1, 5385744 ∗ Z + 376, 67854) + 282, 338577 (38)
O gráfico que demonstra o comportamento dessa onda é representado pelo gráfico abaixo.
Posição Tensão (Vpp mV)
20 296
19 320
18 300
17 276
16 250
15 228
14 232
13 250
12 276
11 300
10 316
9 330
8 320
7 300
6 270
5 250
4 244
3 260
2 290
1 312
Tabela 3 – Experimento 3
0.5 Conclusão
Por meio dos experimentos aqui explicitados, conseguimos analisar como que a onda se comporta em uma
linha de transmissão, além dos efeitos da carga na mesma. Percebemos que a carga que conectamos a uma
linha consegue impactar na impedância de entrada de toda a linha, além de casos especiais no quais a li-
nha não possui carga, está em curto circuito ou possui uma impedância do gerador igual a impedância da
carga que nela está conectada. Percebemos que a situação mais indicada para as linhas é a situação na qual a
impedância do gerador se iguala a impedância conectada a carga, visto que a linha fica sem reflexão de tensão.