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PAPIRO GUERRA NA SELVA 2.

FUNDAMENTOS DO COMBATE DE RESISTÊNCIA


 Fundamentos
TESTE DE CONHECIMENTOS MILITARES TEÓRICOS o Nação do território invadido deverá estar identificada com a causa de defesa.
o Estruturação de Comando e Controle e de Logística da área de litígio para que se possa manter o
ATUALIZAÇÃO PAPIRO RESISTÊNCIA apoio sob as condições adversas do combate
o Combate assumirá características de não linearidade e assimetria.
o Assumem papel preponderante as Operações Psicológicas (conquistar e manter a opinião
COMBATE DE RESISTÊNCIA pública internacional favorável à resistência)
 Fatores de Êxito
1. DEFINIÇÕES BÁSICAS o Envolvimento pleno do Estado e da Nação, com todas as expressões do Poder Nacional
 Conceitos o Predisposição da vontade nacional em lutar e durar na ação em conflito prolongado
o Combate de Resistência = Guerra de Resistência: nacionais de um país ocupado por outro país o Credibilidade das Forças Armadas perante a opinião pública interna
lutam contra o poder de ocupação para restabelecer a soberania e a independência o Utilização massiva das Operações Psicológicas, buscando a elevação da autoestima nacional e do
preexistentes sentimento cívico de patriotismo;
o Combate Não Linear: descontinuidade do campo de batalha, pela indefinição das frentes e das o Conquista e manutenção do apoio da opinião pública nacional e internacional para a execução
linhas de contato e pela conjugação de diferentes atitudes de combate em um mesmo espaço das operações militares
operacional. o O apoio da população em ações de combate, apoio ao combate e apoio logístico
o Estratégia: preparar e aplicar o poder para conquistar e preservar objetivos  Limitações
o Ação Direta: emprego ou pela simples ameaça de emprego do Poder Nacional, com o Opinião pública nacional e internacional;
predominância da expressão militar o Articulação na esfera política;
o Ação Indireta: emprego predominante de qualquer uma das expressões do Poder Nacional, que o Mobilização nacional, principalmente em virtude das dimensões do país;
não a militar o Concentração de meios;
o Estratégia de Resistência: ações militares em um conflito prolongado, de caráter restrito, na o Estruturação do comando e controle;
maioria das vezes de baixa intensidade, onde normalmente empregam-se táticas e técnicas de o Suporte logístico;
guerrilha. Busca, também, desgastar o inimigo, caracterizado como possuidor de poder militar o Adequabilidade do material militar.
superior, pelo emprego de ações não convencionais e inovadoras.  Poder Relativo de Combate
o Estratégia Militar: prever o emprego, preparar, orientar e aplicar o Poder Militar o Considera-se que a Força invasora possui poder de combate superior ao nosso em decorrência
o Força Invasora = Invasor: força que empreenda invasão à parte do território nacional, visando a da capacidade de manter a supremacia aérea, tecnológica e o total domínio do espectro
alcançar um objetivo político, normalmente respaldado pela comunidade internacional e sob a eletromagnético/cibernético.
égide de um organismo de segurança internacional. o Quanto às nossas forças, destaca-se o alto nível de adestramento em Combate de Resistência no
o Guerra Assimétrica: conflito armado que contrapõe dois poderes militares que guardam entre si ambiente operacional e a preparação prévia da área.
marcantes diferenças de capacidades e possibilidades (um mais outro menos).
o Guerra de Guerrrilha: forma de guerra irregular que compreende as operações de combate 3. ORGANIZAÇÃO DA ÁREA DE OPERAÇÕES
executadas em território sob controle do inimigo, por forças predominantemente locais a fim de
 Premissas Básicas
reduzir a eficiência do governo estabelecido ou do poder de ocupação nos campos político,
o Valorização dos núcleos urbanos, de aeródromos, portos e nós rodoferroviários, que, pela
econômico, psicossocial e militar
localização, permitem o domínio da circulação pelas vias de transporte.
o Guerra Irregular: conflito armado executado por forças não regulares ou por forças regulares,
o Necessidade de combinar ações urbanas e rurais com a predominância das primeiras
empregadas fora dos padrões normais da guerra regular, contra um governo estabelecido ou um
o O cotidiano da população civil deve, em princípio, prosseguir com relativa normalidade
poder de ocupação, com o emprego de ações típicas da guerra de guerrilhas. Divide-se em
 Dissimulação/homizio das tropas no meio da população;
guerra insurrecional e guerra revolucionária.
 Dissimulação do fluxo de suprimentos no meio das atividades civis; e
 Guerra Insurrecional: conflito armado interno, sem apoio de uma ideologia, auxiliado ou
 Utilização da mídia regional, por meio de códigos e mensagens preestabelecidas,
não do exterior, em que parte da população empenha-se contra o governo para depô-lo
inseridos nos programas de audiência do cotidiano.
ou obrigá-lo a aceitar as condições que lhe forem impostas.
 Considerações Gerais
 Guerra Revolucionária: conflito armado interno, geralmente inspirado em uma ideologia
o Continuidade do suprimento aos elementos de manobra;
e auxiliado ou não do exterior, que visa à conquista do poder pelo controle progressivo
o Dependência de itens de suprimentos produzidos no restante do território nacional;
da nação.
o Dispersão e a dissimulação dos meios empregados.
 Fases
 Áreas
o Melhor explicado adiante
o Área de Resistência (A Rst) - constitui a área necessária à condução das operações de resistência
 Dimensões
e sua logística e pode incluir vilas, povoados, cidades e seus habitantes. O Cmt do TO/A Op
o Dimensão física do Ambiente Operacional no Combate de Resistência tem sua importância
estabelece a A Rst, que coincide, normalmente, com a Área de Interesse (A Intrs) da FTC
reduzida.
o Área de Exclusão do Invasor (A Exc Inv) - constitui a área estabelecida pelo Invasor, onde este
o Quanto à dimensão humana do Ambiente Operacional, a conquista e, particularmente a
tem condições de conduzir operações militares, por meio da aplicação de vetores navais,
manutenção do apoio da população, deve também ser considerada como um PD
terrestres e aéreos e de fogos de longo alcance, visando a criar uma área de segurança em o Instalação de uma rede de depósitos, levantamento de instalações e habitações de populares da
determinada região geográfica, incluindo o espaço aéreo sobrejacente. futura F Sust para o pré-posicionamento de suprimentos, o que será executado dentro de um
o Área de Invasão (A Inv) - constitui a porção do Território Nacional onde o Invasor se faz prazo hábil, diante da concretização da hipótese de invasão
presente com forças terrestres. A Área de Responsabilidade da FTC (A Rspnl FTC) deve abarcar a o Disseminação de simulacros que possam iludir os sensores dos invasores
A Inv. o Realização de Operações Psicológicas que reforcem, junto à população, uma imagem positiva
o Área de Combate nas Operações de Resistência (A Cmb Op Rst) – espaço da A Inv delimitado e das Forças Armadas e que explorem o sentimento de patriotismo
designado para atuação de uma unidade ou força, a fim de conduzir e executar o combate de
resistência. 4. ESTRUTURAÇÃO DA ÁREA DE RESISTÊNCIA
o Área Operacional de Guerra Irregular (AOGI) – área geográfica dentro da qual serão conduzidas  As Forças de Combate
operações de Guerra Irregular, por meio do emprego de Forças Irregulares nativas assistidas por
Destacamento Operacional de Forças Especiais, dentro ou fora do território nacional
 Ao contrário de uma zona de ação, seu traçado não pressupõe a responsabilidade
exclusiva pelas operações conduzidas em seu interior
 Suas dimensões podem variar, assim como seus limites são flexíveis e permeáveis.
 No entanto, para as Operações de Combate de Resistência, não se considera
conveniente a coincidência de área de responsabilidade por tropas que atuem de forma
irregular
 É conveniente, ainda, evitar a coincidência da AOGI com as A Cmb Op Rst

o
o Força Principal
 Tropas regulares reforçadas.
 Alto grau de liderança e de iniciativa dos comandantes dos diversos escalões,
particularmente, batalhão, companhia e pelotão
 Operações de natureza predominantemente militar, caracterizadas pelo emprego de
táticas e técnicas especiais de combate
 Procedimentos operacionais da guerra de guerrilha, nos âmbitos rurais e urbanos
 As ações táticas mais comuns serão as emboscadas e incursões
 Pequenas e continuadas vitórias, evitando, entretanto, o engajamento decisivo
 A F Pcp atua de forma descentralizada e com relativa independência no nível tático,
alinhada com os objetivos operacionais, intenção do Comandante e Estado Final
Desejado (EFD)
o Força de Sustentação
 Condicionantes da seleção e delimitação das A Cmb Op Rst
 A F Sust é integrada por elementos da população e/ou militares mobilizados, não
o Objetivos com atrativo operacional para o invasor e que lhe assegurem o efetivo controle da
obedecendo à constituição fixa
área, tais como:
 No recrutamento, deverão ser ressaltados os seguintes atributos: crença nos mesmos
 Núcleos populacionais;
ideais, confiabilidade, discrição, inteligência e iniciativa.
 Aeroportos e campos de pouso;
 Fornece guias, mateiros, rastreadores, carregadores, etc
 Regiões que dominam as vias de circulação (fluviais e rodoviárias);
 Prestar apoio de saúde
 Regiões de passagem sobre os cursos de água (vaus, pontes e balsas); e
 Prestar apoio na execução das comunicações
 Áreas populacionais carentes, suscetíveis à exploração de contradições sociais.
 Prestar limitado apoio no fornecimento de suprimentos
o Existência de meios civis de comunicações, radiodifusão e radioamadores, pontos de acesso à
 Recrutamento, preparo, coordenação e controle
rede mundial de computadores, telefonia celular ou outro meio de comunicação disponível,
o Força Subterrânea
respeitando-se a necessidade de segurança das comunicações
 Elementos da população, principalmente nas áreas urbanas ocupadas pelo invasor.
o Disponibilidade de recursos locais para a dissimulação/homizio e a sustentação da tropa no meio
 Sua organização e treinamento serão encargos das forças especiais.
da população
 Sua missão é causar dificuldades, danos ou baixas ao invasor, mediante o emprego de
 O Preparo das A Cmb Op Rst
ações de guerrilha e técnicas especiais de combate.
o Levantamento e constante atualização de:
 Deverá ser predominante a atuação de indivíduos isolados ou de pequenos grupos (2 a 4
 Lideranças;
homens).
 Potenciais integrantes das F Sust e Força Subterrânea (F Subt);
 Selecionada nos mesmos moldes da F Sust pelas frações de forças especiais em apoio,
 Estradas, pontes, ancoradouros, campos de pouso e meios de comunicações;
devendo receber treinamentos mais aprimorados.
 Núcleos populacionais; e
 Só será ativada nas AOFEsp mas, em menor escala e sob o controle do comando da força
 Disponibilidade de recursos para a sustentação da tropa;
regular, elementos de F Subt poderão atuar nas A Cmb
 Dosagem das Forças por Área 6. AS FUNÇÕES DE COMBATE (2C2MFLIP)
o Nas Áreas de Combate de Operações de Rst  Comando e Controle
 Leva em consideração as dimensões, características e densidade populacional dos o Conjunto de atividades mediante as quais se planeja, dirige, coordena e controla o emprego das
núcleos urbanos existentes e da área rural a ser ocupada forças e os meios em operações militares. Constitui o elo que une os escalões superior e
o Nas AOGI: subordinado.
 Um DOF Esp; o 1ª Fase: ativadas e da utilização dos meios de C² clandestinos, buscando novos procedimentos e
 A força de guerrilha; tecnologias que permitam assegurar o uso eficiente das comunicações no Combate de
 A força subterrânea; e Resistência
 A força de sustentação. o 2ª Fase: comandos a serem empregados nas ações de resistência deverão estar em condições de
realizar o C²
5. O COMBATE DE RESISTÊNCIA o 3ª Fase: Desde a 2ª fase, a articulação dos comandos estará encerrada. A partir de então, as
 Combate de Resistência mudanças ocorrerão por medidas de segurança, necessidades operacionais e logísticas.
o São as operações convencionais e não convencionais de uma guerra de resistência, levadas a o 4ª Fase: Reestabelecimento
efeito no nível tático, em uma A Rst.  Movimento e Manobra
 Características o Conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-relacionados, empregados para deslocar forças,
o Combate prolongado; de modo a posicioná-las em situação de vantagem em relação às ameaças.
o Dimensão física do ambiente operacional não linear, com frentes e retaguardas não definidas;  Inteligência
o Emprego de TTP não convencionais por parte das Forças de Resistência, constituídas de tropas o Conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-relacionados empregados para assegurar
regulares, forças especiais e elementos selecionados junto à população; e compreensão sobre o ambiente operacional, as ameaças (atuais e potenciais), os oponentes, o
o Aplicação dos elementos do poder de combate terrestre de forma peculiar, particularmente terreno e as considerações civis.
quanto à liderança, inteligência, C² e logística. o No nível tático, o sistema baseia-se, fundamentalmente, em redes de colaboradores recrutados
 Fases na população e de agentes implantados previamente na região. O alvo prioritário da busca,
o 1ª Fase: Antes Da Invasão Ou Preparação Da Resistência Demonstração De Força neste nível, é a força invasora, seu modus operandi e suas vulnerabilidades.
 Para ações de destruição, o planejamento deve incluir a Análise de Alvo, abrangendo os  Fogos
seguintes fatores: o Reúne as atividades, tarefas e sistemas inter-relacionados que permitem o emprego coletivo e
 criticabilidade, recuperabilidade, acessibilidade, vulnerabilidade, efeitos e a coordenado de fogos cinéticos e não cinéticos, orgânicos da Força ou conjuntos, integrados
reconhecibilidade; pelos processos de planejamento e coordenação de fogos.
 Preparação as A Cmb e A Rst o Normalmente, os meios de apoio de fogo, tais como artilharia (de tubo, mísseis e foguete),
 Dividido em 2 subfases morteiros pesados e canhões sem recuo serão utilizados, com mais intensidade, nas 2ª e 4ª
 1ª Subfase – Planejamento contínuo fases do Combate de Resistência.
 2ª Subfase – Preparação  Logística
o 2ª Fase: Durante A Invasão Ou Resistência Inicial o Integra o conjunto de atividades, as tarefas e os sistemas inter-relacionados para prover apoio e
 Retraimento dos comandos e tropas não empenhadas inicialmente para posições fora serviços, de modo a assegurar a liberdade de ação e proporcionar amplitude de alcance e de
da A Rst, assim como a retirada dos familiares. duração às operações. Engloba as Áreas Funcionais de apoio de material, apoio ao pessoal e
 Evitando o engajamento decisivo no combate. apoio de saúde.
o 3ª Fase: Após a Invasão ou Combate de Resistência  Proteção
 Qualquer ação da tropa nestes primeiros dias - ou mesmo semanas - terá um grau de o Reúne o conjunto de atividades empregadas na preservação da força, permitindo que os
risco muito elevado. comandantes disponham do máximo poder de combate para emprego. As tarefas permitem
 Com o passar dos dias e a “inexistência” de resistência, a tendência deverá ser a identificar, prevenir e mitigar ameaças às forças e aos meios vitais para as operações, de modo a
diminuição das antipáticas medidas de controle da população e o relaxamento da preservar o poder de combate e a liberdade de ação. Permitem, também, preservar populações
segurança das tropas invasoras. e infraestruturas críticas.
 Operações de Informação deverão integrar, prioritariamente, as características das o 1ª Fase: o C Op Cj planeja o estabelecimento de “barreiras” antiaéreas sucessivas, que se
Operações Psicológicas, Comunicação Social e Inteligência, visando à manutenção do estendem ao longo das prováveis rotas aéreas de aproximação do invasor
apoio da população nacional, à redução da liberdade de ação do invasor e ao apoio da o 2ª Fase: medidas de proteção utilizadas deverão ser semelhantes às de operações defensivas e
opinião pública nacional e internaciona cresce de importância a utilização de medidas de proteção eletrônica por parte da tropa
o 4ª Fase: Na Retirada Do Invasor Ou No Restabelecimento Da Presença Do Estado Na Área empregada na defensiva.
 Após a retirada do Invasor, serão implementadas ações envolvendo todas as expressões o 3ª Fase: as medidas de segurança e contrainteligência devem ser minuciosamente planejadas e
do Poder Nacional para o restabelecimento imediato da presença do Estado na área. rigorosamente executadas.

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