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MPM, segunda-feira * 22.01.24 - Nr.5852 *Ano XXVIII editor:salvador raimundo honwana
Gangsters à solta
Em modo Hollywood, Mohammad
Hussein (Calú) raptado sábado pe-
la manhã, quando se preparava para
abandonar o prédio onde reside, na
avenida Ho Chi Min, na cidade de
ADEUS ALICE MABOTA (1949-2023)
Maputo.
Sem a presença policial, os rap-
tores temiam apenas pela fúria popu-
lar, para isso recorrendo a vários dis-
paros com recurso a armas de guerra
– AK-47 e pistolas.
No imediato, as plataformas so-
ciais foram invadidas por diversos co-
mentários, como o que aponta para
o à vontade, frieza ou distreza dos
operacionais no rapto, fazendo crer
se tratar de profissionais de mão-
-cheia.
Tanto que inclusive pouparam a
vida aos dois seguranças pessoais
de Calú, limitando-se a simples bale-
amentos com o único propósito de
os inutilizar, como que diz: “nos de-
ixem trabalhar…”.
O facto de os supostos raptores
nem sequer terem ostentado másca-
ras de protecção, desse modo de-
ixando à mercê as suas caras, é in-
terpretado como se tratando de indi-
víduos que não têm nada a perder,
porque eventualmente condenados e
a cumprir penas de prisão.
Da cadeia teriam recebido pro-
postas aliciantes para o serviço, fin-
do o qual retornariam para o seu ‘ha-
bitat’ com o estatuto de ricaços.
Treze anos depois do primeiro
rapto, Calú retorna ao cativeiro. Em
julho de 2011, o empresário terá ar-
cado com um chorudo montante de
14 mil milhões de meticais – isso
mesmo, 14 bís.
É público que as vítimas ganham
a liberdade mediante pagamento de
copiosos valores mone-
tários, mas, em parale-
lo, é estabelecido um de-
sembolso periódico, de-
signado ‘Taxa de Mobili-
dade’, sendo que o in-
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cumprimento pode levar à recap- Alguns internautas dizem que a Po-
tura. lícia da República de Moçambique (PR-
Nada, por ora, confirma que M) se encolheram mediante o poderio
Calú tenha incumprido o pagamen- bélico ostentado pelos operacionais do
to da ‘Taxa de Mobilidade’. rapto, exímios no manuseio do equi-
Isto num país onde os cidadãos pamento de guerra.
pagam ao Estado os direitos fis- Daí que alguns especulem tratar-
cais, ainda obrigados a desembol- -se de policiais.
sos paralelos. A Polícia de Investigação Criminal
Ainda que o rapto tenha ocor- tem em mãos, um manancial de mate-
rido em uma zona residencial, riais que podem levar à identificação
àquela hora 7h30 movimentada, dos suspeitos de sábado, desde logo,
grosso modo de presença policial, pela quantidade de ângulos produzida
certo é que nenhum agente se fez por vídeos amadores e marcas no local,
ao local, pesem os audíveis gritos para além das cápsulas de balas espa-
de socorro. lhadas pelo chão. redacção
Xícara de Café salvador raimundo
Noutras paragens, os cartéis do crime se assumem donos dos territórios
em que estão implantados.
Fazem cobranças de impostos e aos cidadãos incumpridores, são-lhes
aplicadas arrepiantes penalizações, que podem levar à morte.
Em tais territórios, as populações vivem debaixo de um enorme manto
de medo, presas fáceis das chamadas balas perdidas, sempre que o dirigis-
mo decide impôr a sua autoridade.
Por cá, passados 14 anos desde a chegada do crime de rapto, estámos
ainda assim claramente longe daquela tristonha experiência.
Que seja do domínio público, em nenhuma parte do território nacional
as pessoas estão forçadas a pagar taxas periódicas como forma de financiar
grupos criminosos.
Até em Cabo Delgado, onde a violência extrema tira sono a todos nós,
o grupo é financiado não por via dos impostos.
Excepção feita às vítimas dos raptos que, diz-se, para além do pagamen-
to de resgates, uma vez devolvidas ao convívio familiar, estas ainda são
forçadas a uma taxa periódica, a troco da imunidade.
Enquanto o pagamento da mencionada taxa não fôr cumprido, as vítimas
se considerem sob constate ameaça de novo rapto.
Custe o que custar, incluíndo nos casos em que as vítimas se conside-
rem protegidas por via da segurança privada, acabam nas malhas do crime.
Por estas alturas, o cartel comemora mais esta demonstração de força
que intimida os demais. Eles vão te raptar onde quer que estejas.
Por este andar, algumas regiões de Moçambique ameaçam virar país
da América Latina…sr
 Penso, Logo existo
Pedro Lino, Economista *
Está [esteve] a decorrer o
anual fórum económico em
Davos, que reúne as figuras
mais influentes no mundo para
discutir o estado atual e as pre-
ocupações da economia glo-
bal.
Os últimos anos têm fica-
do marcados por crises de sa-
úde publica, guerras ou pela
inflação, que trazem consigo
alterações às sociedades,
sentidas nas alterações de
sentido de voto nas principais
democracias. A desigualdade
continua a aumentar, uma vez
que a evolução é mais rápida,
mas principalmente porque
não são proporcionados me-
ios à população para aprender
a pensar e a escolher. A toma-
da de decisão financeira tem
impactos sociais, familiares,
ou na saúde, e a ausência da
aprendizagem neste capítulo
contribui para aumentar as de-
sigualdades.
Este ano, para além das al-
terações climáticas e dos con-
flitos regionais, os bancos
centrais voltam a desempen-
har um papel fundamental. A
economia mundial está cada
vez mais frágil, pelos conflitos
geoestratégicos, incertezas
nas cadeias de abastecimen-
to, desglobalização ao nível do
comércio mundial, aumento
do custo de vida e desacelera-
ção do crescimento.
Esta semana Christine La-
garde veio acalmar os ânimos
de descida dos juros nas pró-
ximas reuniões do BCE, reite-
rando que o principal foco é a
inflação, não obstante a tra-
jectória descendente. Os mer-
cados estavam a antecipar
uma redução de juros até aos
2,5% até final de 2024, o que
apenas será possível se a eco-
nomia entrar em forte reces-
são.
maputo,segunda-feira-22.01.2024
O BCE quer garantir que os
aumentos salariais são conti-
dos e que os efeitos secun-
dários da inflação deixam de
contagiar o ciclo de subida de
preços perpétuo. E entende-
-se o porquê. É que uma redu-
ção da inflação não deixa de
ser uma subida de preços,
mas a um ritmo menor. Ou se-
ja, enquanto os preços estive-
rem a subir estamos todos a
viver pior, e existe a pressão
para as empresas aumenta-
rem salários, mesmo aquelas
que não têm condições, ditan-
do assim a falência de muitas
empresas num futuro próximo.
Olá Abdijan; Olá Maputo
Derrota penalizadora diante de
Cabo Verde, muito por mérito
do adversário, que desde o pri-
meiro momento ‘encurralou’ as
nossas unidades cruciais.
É isso mesmo, os cabover-
dianos engaiolaram os ‘Mam-
bas’ desde o reduto mais re-
cuado, inviabilizando o esque-
ma táctico definido pelo selec-
cionador Chiquinho Conde.
Para se desenvencilhar da
eficiente teia caboverdiana, os
nossos passaram a optar por
lançamentos médios e longos,
quase raramente ao alcance.
Para agravar, as desmar-
cações que permitiriam des-
manchar a teia adversária fo-
ram quase inexistentes.
A facilidade com que os
nossos jogadores mais talen-
tosos foram sendo desarma-
dos, sem falta, faz crer que o
adversário analisou ao porme-
nor os ‘Mambas’.
Na reacção pós-golo, al-
gum atrevimento, mais liber-
tos, porém esbarando quase
sempre na teia adversária, Ge-
ny Catamo, exemplo disso
mesmo, sem espaço para lin-
expresso
Os desafios de Davos
Por outro lado, os vários
blocos económicos preten-
dem garantir mais autono-
mia nas suas próprias cade-
ias de abastecimento, o que
significa produzirem mais
em quase todos os segmen-
tos e reduzirem a incerteza,
derivada de conflitos, que im-
peça a importação de bens
essenciais às suas popula-
ções.
Embora a curto prazo es-
te seja um factor inflacionis-
ta, todos querem aumentar
a autossuficiência e, ao mes-
mo tempo, a médio prazo,
teremos um problema em
virtude do excesso de oferta
has alternativas.
Havia que encontrar um
antídote para a situação em
que os ‘Mambas’ estavam a
atravessar, como, por exem-
plo, Catamo apoiado pelos
colegas por via de bloqueios
ofensivos sempre que o es-
querdino estivesse na posse
da bola.
Nada que seja do descon-
hecimento de Chiquinho
Conde, mas uma coisa é o
que o treinador transmite à
malta, outra bem diferente é
a realidade vivida dentro das
quatro linhas.
Está a ser uma excelente
experiência, em todos os ca-
pítulos, incluíndo nas reac-
ções à derrota.
Para isso não faltam al-
vos a abater.
Não é compreensível que
Feizal Sidat, presidente da
Federação Moçambicana de
Futebol (FMF) esteje a ser
crucificado por aquilo que
aconteceu dentro do campo.
Já só nos falta o Gana
para a selecção nacional de
futebol continuar a fazer his-
no mundo.
Essa será uma fase peri-
gosa, uma vez que quando o
mundo estabilizar, as empre-
sas tenderão a reduzir preços
para poder vender, mas, en-
tretanto, os custos fixos, com
salários ou fornecedores, au-
mentaram.
Os desafios de Davos es-
tão num mundo perigoso, de
navegação difícil, que con-
tinua suportado no aumento
do endividamento dos países.
Neste contexto, a direção dos
juros é crucial para as deci-
sões económicas e políticas
que serão tomadas em 2024.
* jeconomico.pt
tória em eventos da Copa Afri-
cana das Nações (CAN).
…Maputo
Venâncio Mondlane já não é
assessor político de Ossufo
Momade, mas igualmente
cessa o cargo de relator, ao
nível da bancada parlamentar
da Renamo, na Assembleia
da República.
Isso mesmo confirmado
pelo próprio, numa mensa-
gem em que reafirma a sua
luta por aquilo que considera
ser reformulação da Renamo
e do país, face à ditadura.
Para já, Momade é inca-
paz de acabar com Venâncio
Mondlane como deputado.
Fora politiquices, Maputo
assistiu sábado, impotente, a
mais um rapto bem sucedido,
em plenas barbas das autori-
dades policiais, que agora
têm mais uma batata-quente.
Enquanto a unidade anti-
-rapto não chega, e as câma-
ras de vigilância não se mos-
trem úteis, os cartéis do cri-
me desafiam continuamente
as autoridades. redacção
edição nr. 5852 - Pág.2/4
 Holanda reafirma apoio à água limpa
Carlos Mesquita, ministro das
Obras Publicas, Habitação e
Recursos Hídricos e Elsbeth
Akkerman, Embaixadora do
Reino dos País Baixos, foram
unânimes em afirmar que Mo-
çambique deve continuar a
privilegiar a cooperação com
a Holanda (Países Baixos),
de forma sustentável para di-
namizar e fortalecer os siste-
mas de monitoramento, ges-
tão de cheias e secas, promo-
ção da segurança hídrica,
através de construção de
mais sistemas de armazena-
mento, abastecimento de
água e saneamento.
No encontro, ocorrido na
passada sexta-feira (19), com
o objectivo de se estreitar as
relações bilaterais, os dois
dirigentes testemunharam a
assinatura dos memorandos
de entendimento para a Co-
operação na Gestão Integrada
dos Recursos Hídricos entre
as Administrações Regionais
de Água do Sul, Centro e do
Norte, institutos públicos,
com a Autoridade de Água
dos Países Baixos, com vista
a melhorar a qualidade da
água, através de processos
de monitorização, licenci-
amento e execução, assim
como reforçar a sustentabili-
dade financeira, através da
melhoria do planeamento,
controlo e orçamentação.
Paralelamente a estes
memorandos, segundo Car-
los Mesquita, o nosso País
tem criado linhas para mitiga-
ção dos efeitos de fenómenos
climáticos, como por exem-
plo, “temos investido em Sis-
temas de Avisos de Cheias e
Secas Hidrológicas para me-
lhorar o conhecimento e domí-
nio das diversas manifesta-
ções hidro-climatológicas, de
modo a dimensionar as infra-
estruturas de mitigação e, por
maputo,segunda-feira-22.01.2024
sua vez, permitir o controlo
dos escoamentos superfici-
ais, armazenando água para
fins múltiplos, reordenamento
do território e cedência de es-
paço para os rios, de entre
outras medidas”.
No âmbito do apoio ao
nosso País, o Reino dos Pa-
íses Baixos, através da Blue
Deal, continuará a apoiar Mo-
çambique no desenho, identi-
ficação do tipo de infraestru-
turas hidráulicas, assim como
introduzirá um programa de
soluções naturais para a res-
tauração e gestão das bacias
hidrográficas.
Este programa do sector
hídrico une Moçambique e
Reino dos Países Baixos, na
promoção do acesso à água
limpa e segura, tendo garanti-
do assistência financeira de
30 milhões de euros nos últi-
mos anos.
Relembrando o sucesso
do Blue Deal nos últimos
quatro anos, Carlos Mesquita
disse que, pelo menos no
sector do abastecimento de
água e saneamento, contri-
buiu na “promoção do acesso
ao abastecimento de água
para 1.5 milhões de pessoas
no Vale do Zambeze e nas
províncias de Cabo Delgado
e Niassa”; em curso está “o
projecto de reabilitação do
sistema de drenagem da ci-
dade da Beira-Fase II e a
construção da protecção cos-
teira, num financiamento de
cerca de 62 milhões de euros
e Igualmente está em curso,
sob a direcção do FIPAG, o
projecto de Expansão do
Abastecimento de Águas
para Nacala, estimado em 42
milhões de euros, com a
comparticipação, em 50%,
do Reino dos Países Ba-
ixos”.
Refira-se que, segundo o
expresso
ministro das Obras Públicas, frentar a escassez de chuva
Habitação e Recursos Hídri- e seca severa, buscando tam-
cos, o Governo moçambicano bém soluções baseadas na
planificou “construir 10.000 pe- natureza e a participação do
quenas barragens para en- sector privado”. redacção
Samo Gudo em
terreno colérico
O director-geral do Instituto Nacional de Saúde (INS), Eduardo
Samo Gudo, efectuou, há dias, uma visita de trabalho à provín-
cia de Cabo Delgado com o objectivo de apoiar nas acções de
resposta ao surto da cólera que afecta parte daquela província.
A visita visava, entre outros, avaliar no terreno a situação
da epidemia de cólera, auscultar os intervenientes sobre a on-
da de desinformação crescente sobre esta doença na província
e entender os desafios que a província enfrenta na resposta e
participar no lançamento da campanha de vacinação contra a
cólera.
Para o efeito, o Director-Geral do INS, escalou consecuti-
vamente os distritos de Ancuabe, Namuno e Montepuez. Nes-
tas deslocações fez-se acompanhar do Delegado Provincial
do INS em Cabo Delgado, do Médico Chefe Provincial, da
directora dos Serviços Provinciais de Saúde e autoridades dis-
tritais.
Durante as visitas, reuniu com as lideranças locais em dife-
rentes momentos, desde administradores, líderes comunitá-
rios, religiosos, incluindo pessoas influentes das comunidades
e os parceiros de cooperação.
Durante a sua visita, propôs várias recomendações às auto-
ridades locais, principalmente nas componentes de manejo
de casos, promoção de saúde e investigação de surtos.
Além disso, tomou parte da cerimónia de lançamento da
campanha de vacinação contra a Cólera em Montepuez, onde
explicou as vantagens e benefícios da vacinação, o seu meca-
nismo de actuação e a estratégia da campanha. c/ins
Tmcel líder da
net mais veloz
A Tmcel lidera os gráficos de velocidade de Internet da rede
móvel em Moçambique, no quarto trimestre de 2023, com veloci-
dades de download móvel mais rápidas de 27,80 Mbps e o de-
sempenho mais consistente (91,6%), segundo a Ookla.
Mahomed Mussá, presidente da Comissão de Gestão: “re-
sultado fruto das acções implementadas pela operadora, com
o objectivo de melhor servir os nossos clientes”.
Com sede em Seatle, EUA e com várias representações
espalhadas pelo mundo, a Ookla é uma líder mundial em Inteli-
gência de Conectividade que fornece, aos consumidores, em-
presas e outras organizações, informações sobre a performan-
ce das redes, com base na experiência dos utilizadores. red
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