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com
JSLHR
Artigo de Pesquisa
Associações entre Estresse Parental,
Compreensão da Linguagem e Inibição
Controle em Crianças com Perda Auditiva
André Branco,umaRachael Frush Holt,umaDavid B. Pisoni,b,ce William G. Kronenbergercd
Propósito:O estresse parental tem sido estudado como um
potencial preditor de resultados de desenvolvimento em crianças
com audição normal e crianças surdas e com deficiência auditiva.
No entanto, não está claro como o estresse parental pode estar
subjacente à linguagem falada de risco e aos resultados
neurocognitivos nesta população pediátrica clínica. Investigamos os
níveis de estresse parental e as relações compartilhadas entre
estresse parental, compreensão da linguagem e habilidades de
controle inibitório em crianças com e sem perda auditiva (PA)
usando um desenho transversal.
Método:Famílias de crianças com LH (n =39) e com audição
normal (n =41) foram testados. As crianças completaram uma
versão apropriada para a idade do subteste Concepts &
Following Directions da Clinical Evaluation of Language
Fundamentals e do NIH Toolbox Flanker Test of Attention and
Inhibitory control. Os cuidadores preencheram o Parenting
Stress Index–Short Form 4.
UMA
Entre as características parentais de interesse em famílias
de crianças com deficiência auditiva (DA), o estresse do
cuidador tem sido estudado como um atributo
conseqüente do sistema familiar após o diagnóstico de uma perda
sensorial significativa e permanente (Åsberg, Vogel, & Bowers, 2008;
Lederberg & Golbach, 2002; Meadow-Orlans, 1994; Meinzen-Derr,
Lim, Choo, Buyniski, & Wiley, 2008; Pipp-Siegel, Sedey, & Yoshinago-
Itano, 2002; Quittner, Glueckauf, & Jackson,
umaDepartamento de Fonoaudiologia, The Ohio State
University, Columbus
bDepartamento de Psicologia e Ciências de Brian, Universidade de Indiana,
Bloomington
cLaboratório de Pesquisa Otológica DeVault, Departamento de Otorrinolaringologia,
Escola de Medicina da Universidade de Indiana, Indianapolis
dDepartamento de Psiquiatria, Escola de Medicina da Universidade de Indiana,
Indianapolis
Correspondência para Andrew Blank: blank.130@osu.edu
Editor-chefe: Sean M. Redmond
Editor: Sudha Arunachalam
Recebido em 27 de abril de 2019 Revisão
recebida em 7 de agosto de 2019 Aceito em
24 de setembro de 2019
https://doi.org/10.1044/2019_JSLHR-19-00230
Revista de Pesquisa em Fala, Linguagem e Audição•Vol. 63•321-333•Janeiro de 2020•Copyright © 2020 American Speech-Language-Hearing Association
Resultados:Os níveis de estresse parental não foram
significativamente diferentes entre os pais de crianças com e sem
PA. Uma associação negativa significativa foi observada entre o
estresse parental e nossa medida de compreensão de linguagem
em crianças com PA. Uma associação negativa entre estresse
parental e habilidades de controle inibitório também foi encontrada
em famílias de crianças com PA, mas não ouvintes. A relação de
controle inibitório do estresse parental foi indiretamente explicada
pelo atraso nas habilidades de compreensão da linguagem em
crianças com PA.
Conclusão:Mesmo em níveis moderados de estresse parental
semelhante aos pais de crianças com audição normal, aumentos no
estresse parental foram associados a escores mais baixos em nossas
medidas de compreensão da linguagem e controle inibitório em crianças
com PA. Assim, o estresse dos pais pode estar subjacente a parte da
variabilidade nos resultados de LH pediátricos de risco.
1990; Quittner, Steck e Rouiller, 1991; Quittner et al., 2010; Zaidman-
Zait, 2008; Zaidman-Zait, Most, Tarrasch, Haddad-Eid, & Brand,
2016). O estresse parental tem sido associado a atrasos atípicos na
linguagem e nos resultados comportamentais socioemocionais em
crianças com PA (Calderon & Greenberg, 1999; Hintermair, 2006;
Sarant & Garrard, 2013; Topol, Girard, Pierre, Tucker, & Vohr, 2011) .
No entanto, os níveis autorrelatados de estresse parental diferiram
entre os estudos. É possível que esses achados conflitantes possam
refletir a variabilidade subjacente no estresse parental entre as
famílias de crianças com PA devido a diferenças de medição,
tamanho pequeno da amostra, características pediátricas de PA ou
experiência dos pais com o manejo do PA. No entanto, menos
atenção tem sido dada à associação do estresse parental com
diferenças individuais nos resultados críticos de interesse em
crianças com PA. Especificamente, o estresse dos pais está
associado à linguagem falada de risco e a resultados
neurocognitivos em crianças com PA?
Estresse Parental e Resultados de Desenvolvimento
Estresse parentalpode ser definida como uma reação
psicológica aversiva decorrente das exigências de criar um
Divulgação:Os autores declararam que não existiam interesses concorrentes no momento
da publicação.
321
criança (Deater-Deckard, 1998). Embora muitas vezes usado de forma intercambiável, o estresse parental difere do estresse A população possui um comprometimento sensorial
parental, pois este último representa o escopo mais amplo de cargas e desafios percebidos que os pais experimentam, não se crônico de longo prazo que requer vigilância e apoio com
limitando à dinâmica de criação dos filhos (ver também Kazdin & Whitley, 2003; Takeuchi, Williams, & Adair, 1991). Como um esforço, e o LH e seus atrasos na linguagem falada
componente importante para o perfil de estresse parental, o estresse parental representa um fator de risco familiar e de relacionados afetam a dinâmica de comunicação entre
desenvolvimento amplamente estudado. Em amostras de famílias de crianças com audição normal (NH), níveis elevados de os pais e a criança (Bergeson, 2011; Cruz, Quittner,
estresse parental foram associados a estratégias parentais menos eficazes (Coldwell, Pike e Dunn, 2006) e piores resultados DesJardin, Marker, & CDaCI Investigative Equipe, 2013).
sociais e comportamentais em crianças (Anthony et al., 2005; Briggs-Gowan, Carter, Skuban e Horwitz, 2001; Crnic & Low, 2002; No entanto, estudos avaliando até que ponto os pais de
Shin, Park, Ryu e Seomun, 2008). O aumento dos níveis de estresse parental também pode afetar adversamente o crianças com PA experimentam estresse parental
desenvolvimento da função executiva (FE), um conjunto de processos neurocognitivos de ordem superior subjacentes ao elevado produziram resultados mistos. Elevados
comportamento controlado, planejado e esforçado. Por exemplo, De Cock et al. (2017) relataram que o estresse parental estresses parentais gerais e específicos de deficiência
mediou a relação entre o vínculo precoce entre pais e filhos e o desenvolvimento de FE em uma amostra de crianças com NH. O foram relatados em vários estudos (Lederberg &
desenvolvimento do controle inibitório, uma habilidade central da FE, parece ser particularmente vulnerável a níveis elevados Golbach, 2002; Quittner et al., 1990, 1991). Outras
de estresse dentro do sistema familiar (Brown, Ackerman e Moore, 2013; Evans e Kim, 2013). Assim, o estresse parental pode investigações também não encontraram diferenças
ameaçar alguns domínios de ajuste comportamental e resultados neurocognitivos para crianças com NH. um conjunto de significativas de grupo no estresse parental auto-
processos neurocognitivos de ordem superior subjacentes ao comportamento controlado, planejado e esforçado. Por exemplo, relatado geral (Åsberg et al., 2008; Lederberg & Golbach,
De Cock et al. (2017) relataram que o estresse parental mediou a relação entre o vínculo precoce entre pais e filhos e o 2002; Meadow-Orlans, 1994; Quittner et al., 2010; Sarant
desenvolvimento de FE em uma amostra de crianças com NH. O desenvolvimento do controle inibitório, uma habilidade central & Garrard,
da FE, parece ser particularmente vulnerável a níveis elevados de estresse dentro do sistema familiar (Brown, Ackerman e Existem razões plausíveis para a variabilidade do
Moore, 2013; Evans e Kim, 2013). Assim, o estresse parental pode ameaçar alguns domínios de ajuste comportamental e estresse parental auto-relatado entre as famílias de crianças
resultados neurocognitivos para crianças com NH. um conjunto de processos neurocognitivos de ordem superior subjacentes com PA. Uma das principais razões são as diferenças na
ao comportamento controlado, planejado e esforçado. Por exemplo, De Cock et al. (2017) relataram que o estresse parental medição do estresse parental auto-relatado. Várias
mediou a relação entre o vínculo precoce entre pais e filhos e o desenvolvimento de FE em uma amostra de crianças com NH. O investigações usaram o Parenting Stress Index (PSI; Abidin,
desenvolvimento do controle inibitório, uma habilidade central da FE, parece ser particularmente vulnerável a níveis elevados 1983, 1995, 2012), uma medida de auto-relato que
de estresse dentro do sistema familiar (Brown, Ackerman e Moore, 2013; Evans e Kim, 2013). Assim, o estresse parental pode quantifica as dimensões do estresse parental geral (Åsberg
ameaçar alguns domínios de ajuste comportamental e resultados neurocognitivos para crianças com NH. (2017) relataram que et al., 2008; Lederberg & Golbach, 2002; Meadow-Orlans,
o estresse parental mediou a relação entre o vínculo precoce entre pais e filhos e o desenvolvimento de FE em uma amostra de 1994; Pipp-Siegel et al., 2002; Quittner et al., 1990, 1991,
crianças com NH. O desenvolvimento do controle inibitório, uma habilidade central da FE, parece ser particularmente 2010; Sarant & Garrard, 2013). Vários outros estudos
usaram
vulnerável a níveis elevados de estresse dentro do sistema familiar (Brown, Ackerman e Moore, 2013; Evans e Kim, 2013). Assim, o estresse parental questionários
pode ameaçar (por
alguns domínios de ajuste exemplo,
comportamental e resultadosFamily Stress
neurocognitivos Scale:
para crianças com NH. (2017) relataram que o estress

Os estressores relacionados aos pais e filhos produzem um Quittner et al., 1990; Questionnaire on Resources and
padrão complexo de interações aversivas entre pais e filhos que, em Stress: Friedrich, Greenberg, & Crnic, 1983) que medem o
última análise, contribuem para resultados de desenvolvimento estresse dos pais no contexto de ter um filho com LH
abaixo do ideal (Crnic & Low, 2002). As disposições temperamentais (Lederberg & Golbach, 2002; Quittner et al., 1990, 1991,
e comportamentais de uma criança podem introduzir tensões e 2010). Estudos que empregam medidas específicas de
desafios para os pais gerirem eficazmente (Crnic & Low, 2002; contexto de estresse parental parecem ser mais
Osterberg & Hagekull, 2000). O estresse parental elevado, por sua consistentes em encontrar níveis elevados de estresse do
vez, contribui para as competências parentais mais pobres e cuidador em famílias de crianças com PA. Esses
impacta negativamente a expressão da sensibilidade parental, questionários provavelmente são sensíveis para capturar os
ambos prejudiciais à promoção de experiências transacionais estresses parentais únicos e específicos associados ao
estruturadas entre o pai e a criança (Belsky, Woodward, & Crnic, gerenciamento de uma condição sensorial de longo prazo
1996; Conger & Donnellan , 2007; De Cock et al., 2017; Deeater- que resulta em atraso de linguagem e incompatibilidades
Deckard & Scarr, 1996; Grant et al., 2003; Shin et al., 2008). comunicativas entre pais com NH e crianças com LH
Consequentemente, sistemas familiares que experimentam maior (Quittner et al., 2010). De fato, pais surdos de crianças
estresse e dinâmicas desorganizadas situam as crianças em surdas (que, por definição, não têm incompatibilidade de
ambientes menos eficazes para promover o desenvolvimento de comunicação) têm menos estresse parental do que pais NH
processos neurocognitivos e autorregulatórios de ordem superior de crianças com LH (por exemplo, Prendergast & McCollum,
(Blair & Raver, 2012; Brown et al., 2013; De Cock et al., 2017; Evans & 1996). Além disso, a variabilidade no estresse parental entre
Kim, 2013). Além disso, o aumento do estresse parental pode afetar os estudos também pode ser atribuída a pequenos
os processos fisiológicos subjacentes ao desenvolvimento inicial do tamanhos de amostra em algumas investigações,
cérebro, críticos para apoiar as habilidades emergentes de FE (Blair, variabilidade no grau de LH (por exemplo,
2010; Blair & Raver, 2012).
Embora medidas específicas de contexto de estresse parental
pareçam sensíveis na captura de níveis elevados de estresse entre
Estresse parental e resultados de risco em crianças
famílias de crianças com PA, medidas específicas de contexto não
com HL capturam o amplo espectro de estressores experimentados no sistema
O estresse parental também tem sido estudado em familiar e se concentram exclusivamente em estressores relevantes para
famílias de crianças com PA. Os pais de crianças com PA pais de crianças com LH. HL. O estresse geral dos pais relacionado aos
enfrentam desafios de gestão únicos após o diagnóstico de PA desafios diários da criação dos filhos - relacionados ao LH ou não - pode,
do seu filho (Jackson & Turnbull, 2004). Este pediátrico portanto, capturar uma visão mais ampla

322Revista de Pesquisa em Fala, Linguagem e Audição•Vol. 63•321-333•Janeiro de 2020

conjunto de potenciais influências relacionadas ao estresse na
linguagem de risco e resultados neurocognitivos para crianças com
LH. Além disso, investigações que avaliam o impacto do estresse
parental geral em famílias de crianças com outras condições
pediátricas crônicas sugerem que as medidas de estresse parental
geral estão relacionadas aos resultados e ao gerenciamento da
condição (Barakat et al., 2007; Powers et al., 2002; Streisand,
Braniecki, Tercyak, & Kazak, 2001). Portanto, a presente investigação
examina o estresse parental geral devido à sua capacidade de
caracterizar amplamente o estresse parental dentro do sistema
familiar.
A relação entre estresse parental e resultados de
desenvolvimento de risco tem recebido alguma atenção
em famílias de crianças com PA. Níveis elevados de
estresse autorrelatado em pais de crianças com LH estão
associados a dificuldades socioemocionais e problemas
de comportamento internalizantes e externalizantes em
crianças (Calderon & Greenberg, 1999; Hintermair, 2006;
Topol et al., 2011), bem como habilidades de linguagem
falada mais pobres em crianças (Quittner et al., 2010;
Sarant & Garrard, 2013). No entanto, os mecanismos
subjacentes ao estresse parental e aos resultados do LH
pediátrico ainda são amplamente desconhecidos.
Quitner et ai. (2010) propuseram que atrasos de
linguagem podem afetar negativamente o
comportamento e as habilidades de autorregulação de
crianças com PA, o que poderia produzir aumento nas
dificuldades de comunicação entre pais e filhos e
provocar sentimentos de estresse dos pais.
Embora exista suporte para uma relação direcional em que
as habilidades de linguagem falada de crianças com PA contribuam
para o estresse parental, o estresse parental também pode
contribuir para a variabilidade da linguagem falada em crianças
com PA. HAs e ICs fornecem acesso dos usuários ao sinal acústico
de fala em vários graus (Lederberg & Spencer, 2008; Stiles, Bentler,
& McGregor, 2012). Alguns aspectos da interação pais-filhos, como
entrada linguística de alta qualidade e redundância comunicativa,
podem ajudar a moderar alguns dos efeitos negativos do LH no
desenvolvimento da linguagem falada das crianças (Ambrose,
VanDam, & Moeller, 2014; VanDam, Ambrose, & Moeller, 2012; ). No
entanto, um maior estresse parental em famílias de crianças com PA
pode alterar as interações pais-filhos, de modo que as
características de conversação e troca de turnos da interação de
comunicação pais-filhos são afetadas adversamente em uma
população clínica já dependente de experiências linguísticas de alta
qualidade. Nas populações NH, o aumento do estresse parental
contribui para comportamentos parentais mais controladores e
menos responsivos que promovem menor qualidade e quantidade
de entrada linguística (Calkins, Hungerford, & Dedmon, 2004; Noel,
Peterson, & Jesso, 2008). Embora prejudiciais ao desenvolvimento
em populações de NH, esses comportamentos transacionais críticos
podem levar a dificuldades significativas para crianças com LH
adquirirem totalmente a linguagem.
O estresse parental também pode estar associado a resultados
de FE em crianças com PA e habilidades de linguagem falada
pode explicar essa relação. Existe uma variabilidade
considerável na linguagem falada e nos resultados
neurocognitivos para crianças com PA (Beer et al., 2014; Kral
& Sharma, 2012; Kronenberger et al., 2013; Niparko et al.,
2010; Pisoni, Conway, Kronenberger, Henning, & Anaya,
2010). A experiência inicial com a linguagem falada oferece
oportunidades para o processamento online das unidades
acústicas ordenadas temporalmente que compõem a fala,
uma atividade que promove o envolvimento com os
processos centrais da FE (Conway, Pisoni, & Kronenberger,
2009). Os processos de EF, especificamente a memória de
trabalho verbal e o controle inibitório, também apoiam o
engajamento esforçado com a linguagem falada. Como
resultado, a memória de trabalho verbal e o controle
inibitório têm sido associados às habilidades de
compreensão da linguagem em crianças com PA (por
exemplo, Figueras, Edwards, & Langdon, 2008;
O mecanismo subjacente que liga o estresse parental e a FE é
desconhecido em crianças com LH. O aumento do estresse parental
pode promover condições ambientais e transacionais entre pais e
filhos que não conduzem ao desenvolvimento positivo de FE, como
um ambiente doméstico caótico e falha em modelar ou ensinar
comportamentos eficazes de FE, como inibição e organização. Além
disso, é possível que as habilidades de linguagem falada mediam a
relação entre estresse parental e FE. Ou seja, o estresse parental
pode afetar a comunicação entre pais e filhos, de modo que a
criança receba menos orientação e experiência com o uso da
linguagem para, então, implantar e regular as habilidades de EF.
Este estudo
A pesquisa existente sobre o estresse parental em famílias de crianças com HL produziu resultados inconsistentes.
Além disso, não se sabe até que ponto o estresse parental está associado a habilidades de controle inibitório em crianças com
PA e se as habilidades de linguagem falada são responsáveis por essa relação. O presente estudo transversal foi realizado para
abordar essas lacunas no conhecimento do estresse parental e diferenças individuais nos resultados em crianças com PA. O
estudo teve três objetivos: (a) comparar os níveis de estresse relativo em pais de crianças com PA e pais de crianças com PA; (b)
investigar as relações entre estresse parental, compreensão da linguagem e controle inibitório de crianças com PA; e (c)
determinar se as relações entre esses fatores diferiram com a condição auditiva da criança. Previmos que os níveis de estresse
parental auto-relatados não difeririam significativamente com o status auditivo da criança. No entanto, esperávamos que o
estresse parental autorrelatado estivesse negativamente associado às habilidades de controle inibitório tanto em crianças com
NH quanto em crianças com PA, pois o estresse parental é um fator de risco para o desenvolvimento neurocognitivo. Não
prevíamos encontrar uma relação entre o estresse parental geral e a linguagem falada em crianças com NH. Embora as crianças
com NH dependam de seus cuidadores para adquirir a linguagem falada, essas crianças correm um risco muito menor de
atraso na linguagem em geral, e os critérios de inclusão do estudo limitaram ainda mais esse risco. Além disso, como não
especificamos especificamente esperávamos que o estresse parental autorrelatado estivesse negativamente associado às
habilidades de controle inibitório tanto em crianças com NH quanto em crianças com LH, pois o estresse parental é um fator de
risco para o desenvolvimento neurocognitivo. Não prevíamos encontrar uma relação entre o estresse parental geral e a
linguagem falada em crianças com NH. Embora as crianças com NH dependam de seus cuidadores para adquirir a linguagem
falada, essas crianças correm um risco muito menor de atraso na linguagem em geral, e os critérios de inclusão do estudo
limitaram ainda mais esse risco. Além disso, como não especificamos especificamente esperávamos que o estresse parental
autorrelatado estivesse negativamente associado às habilidades de controle inibitório tanto em crianças com NH quanto em
crianças com LH, pois o estresse parental é um fator de risco para o desenvolvimento neurocognitivo. Não prevíamos encontrar
uma relação entre o estresse parental geral e a linguagem falada em crianças com NH. Embora as crianças com NH dependam
de seus cuidadores para adquirir a linguagem falada, essas crianças correm um risco muito menor de atraso na linguagem em
geral, e os critérios de inclusão do estudo limitaram ainda mais esse risco. Além disso, como não especificamos especificamente
Não prevíamos encontrar uma relação entre o estresse parental geral e a linguagem falada em crianças com NH. Embora as
crianças com NH dependam de seus cuidadores para adquirir a linguagem falada, essas crianças correm um risco muito menor de atraso na linguage
Blank et al.:Estresse, Linguagem e Controle Inibitório323
amostra de famílias NH com dificuldades
socioeconômicas significativas ou outras influências
globais significativas no estresse parental, esperávamos
que nossa amostra NH, em média, não se enquadrasse
em uma faixa de estresse parental que colocasse
pressão suficiente no aprendizado de idiomas para
resultar em um estresse parental significativo –
associação linguística neste estudo. Assim, não
antecipamos relações entre estresse parental e
linguagem em nossa amostra de crianças com NH. Em
contraste, consistente com pesquisas anteriores,
previmos uma associação significativa entre o estresse
parental e a linguagem falada para crianças com PA
porque o estresse parental pode alterar as
oportunidades comunicativas para crianças com PA e
porque as crianças com PA já dependem muito dessas
oportunidades comunicativas para o desenvolvimento
da linguagem. Além disso, em famílias de crianças
apenas com LH,
Método
Participantes
As famílias foram inscritas como parte do Families and
Hearing Study, um projeto longitudinal no qual crianças e famílias
são acompanhadas por 3 anos para examinar o papel do ambiente
familiar e da dinâmica familiar nos resultados de desenvolvimento
de risco em crianças com PA que usam ICs e /ou HA. Embora o
Estudo de Famílias e Audição esteja atualmente em andamento, a
análise atual compreende a primeira visita de avaliação de 39
famílias de crianças com LH e 41 famílias de crianças com NH – todo
o conjunto de dados disponível no momento da análise. Das
crianças com PA, 18 eram apenas usuárias de AASI (Mera= 6,45 anos,
SD =1,71 anos) e 21 eram usuários de IC (Mera= 6,80 anos,SD =1,42
anos). Independentemente da intervenção de auxílio sensorial,
todas as crianças foram diagnosticadas com PA neurossensorial
bilateral e iniciaram a intervenção aos 2 anos de idade. Além disso,
as crianças com IC foram implantadas aos 3 anos de idade e tinham
pelo menos 6 meses de experiência com seus dispositivos. Das
crianças com IC, 20 foram implantadas bilateralmente e uma foi
implantada unilateralmente (e utilizou um AH na orelha
contralateral). Todas as crianças com PA foram inscritas em
programas de intervenção auditivo-oral de língua inglesa que
enfatizavam as habilidades de escuta e linguagem falada. Crianças
com PA e suas famílias foram excluídas da participação se a criança
fosse diagnosticada com transtorno do espectro da neuropatia
auditiva, se a criança tivesse outras deficiências do
neurodesenvolvimento ou atrasos não intimamente associados ao
PA, ou se o diagnóstico de LH e a primeira adaptação de AH
ocorreram após os 2 anos de idade e/ou o implante coclear ocorreu
após os 3 anos de idade. Um pai foi cadastrado por família,
incluindo 38 mães e um pai de crianças com PA.
Um grupo de controle de crianças NH (Mera= 5,67 anos,
SD =1,72 anos) e suas famílias também foram inscritas.
324Revista de Pesquisa em Fala, Linguagem e Audição•Vol. 63•321-333•Janeiro de 2020
Os pais de crianças NH não expressaram preocupações em relação
à fala, linguagem, desenvolvimento motor, sensorial ou cognitivo de
seus filhos. Todas as crianças NH passaram por uma triagem
auditiva comportamental bilateralmente a 25 dB NA em 500, 1000,
2000 e 4000 Hz (American National Standards Institute, 2004, 2010)
no momento da avaliação. Um pai foi inscrito por família, incluindo
39 mães e dois pais de crianças NH.
Independentemente do status auditivo, todas as crianças
deveriam ter cuidadores que falassem inglês e receber instrução
educacional em inglês falado. Todas as crianças pontuaram dentro
de 2SDs (Tpontuação > 30) da média em um subteste de inteligência
não verbal – o subteste de Semelhanças de Figuras das Escalas de
Habilidades Diferenciais – Segunda Edição (Elliot, 2007). Todas as
famílias inscritas residiam em Ohio ou Indiana, com a maioria
vivendo nas áreas metropolitanas de Columbus, OH e Indianapolis,
IN. As crianças com LH foram recrutadas em centros médicos locais,
foram encaminhadas por prestadores de serviços e agências locais
ou estaduais, ou responderam a anúncios locais.
A Tabela 1 apresenta um resumo das características
demográficas das crianças com PA e PA. Amostras
independentesttestes e análises de qui-quadrado de Pearson
foram realizados para comparar as características demográficas
dos dois grupos. As crianças com LH eram significativamente
mais velhas do que as crianças com NH,t(78) = 2,65, Cohend =
0,605,p = .01, e tinham vocabulário receptivo significativamente
menor, medido usando o Peabody Picture Vocabulary Test–
Fourth Edition (Dunn & Dunn, 2007), do que crianças com NH,t(
78) = 3,43, Cohend =0,764,p = .001. No entanto, não houve
diferenças significativas na renda familiar média anual, t(78) =
1,25, Cohend =0,432,p = .213; nível de escolaridade dos pais,t(
78) = 1,34, Cohend =0,321,p = .185; e sexo da criança, χ2(1) =
1,229,p = .268, entre famílias de crianças com NH e famílias de
crianças com LH. Dentro do grupo HL, também foram realizadas
análises para comparar as características demográficas dos
subgrupos HA e IC. Embora os grupos HA e IC tenham diferido
(como esperado) na idade auditiva,t(37) = 3,62, Cohend =0,605,p
= .0009 e média de tom puro (PTA; limiares auditivos médios
para a melhor orelha em 500, 1000, 2000 e 4000 Hz; PTA
auxiliado:t(23) = 2,39, Cohend =0,767,p = .03; PTA não assistida
no diagnóstico:t(28) = 51,66, Cohend =5.33,p<.0001), não houve
diferenças significativas entre os grupos HA e IC na renda
familiar anual média,t(37) = 1,88, Cohen d =0,444,p = .07; nível
de escolaridade dos pais,t(37) = 0,73, Cohend =0,234,p = .56;
idade infantil,t(37) = -0,93, Cohen d =0,310,p = .35; vocabulário
receptivo,t(37) = 1,69, Cohend =0,546,p = .09; e sexo da criança,
χ2(1) = 0,04, p = .84. Portanto, combinamos os grupos HA e CI
em um único grupo HL para aumentar o poder nas análises
estatísticas relatadas abaixo.
Materiais
Questionários Parentais
Estresse parental.O PSI-Short Form 4 (PSI-4-SF; Abidin, 2012), uma
medida de auto-relato de 36 itens de estresse geral relacionado aos pais,
foi usado para quantificar o estresse dentro do sistema familiar. Os itens
são respondidos em uma classificação de 5 pontos
Tabela 1.Família e demografia infantil e história auditiva.

Características do participante NH HL (CI e HA) CI AH

n 41 39 21 18
n,masculino feminino 24/17 20/19 11/10 9/9
Educação média do cuidadoruma 4,70 (1,4) 4,20 (1,7) 4,00 (1,7) 4,41 (1,8)
Renda familiar média anualb 8,60 (1,7) 7,65 (2,6) 7.11 (3.2) 8,28 (1,9)
PPVT-4, pontuação padrão baseada na 101,42 (11,3)** 91,74 (16,2) 88,56 (16,1) 97,01 (14,8)
idade Idade cronológica, criança (anos) 5,67 (1,7)* 6,64 (1,5)* 6,89 (1,3) 6,42 (1,7)
Características audiológicas
Idade auditiva (anos)c — 5,04 (2,2) 4,06 (2,3) 6,32 (1,4)
PTA de 4 frequências assistidod(dB HL) PTA de — 23,92 (8,4) 27,05 (6,8) 20,62 (9,7)
4 frequências sem auxíliod, e(dB HL) — 70,27 (29,7) 101 (13,5) 50,06 (16,5)

Observação.Os travessões indicam dados não aplicáveis. NH = audição normal; PA = perda auditiva; IC = implante coclear; AH = aparelho auditivo; PPVT-4 = Teste
de Vocabulário de Imagens Peabody – Quarta Edição; PTA = média de tom puro re: American National Standards Institute (2004).
umaA educação dos pais foi codificada com base nos níveis de educação formal: 1 =algum ensino médio,2 =diploma do ensino médio,3 =alguma
faculdade,4 = grau de associado,5 =diploma de bacharel,6 =mestrado,e 7 =doutorado.bOs pais indicaram sua renda anual nas seguintes faixas de renda:
1 =menos de US$ 5.000;2 = $5.000–$9.999;3 = $10.000–$14.999;4 = $15.000–$24.999;5 = $25.000–$34.999;6 = US$ 35.000 a US$ 49.999;7 = $50.000–
$64.999;8 = $65.000–$79.999;9 = $80.000–$94.999;e 10 = $95.000 e mais.cA idade auditiva foi calculada subtraindo-se a idade cronológica no momento
da avaliação da idade em que a criança estava apta com prótese auditiva (grupo AASI) ou apta com implante coclear (grupo IC).dCalculado em 0,5, 1, 2 e
4 kHz.eNo momento do diagnóstico de LH.
*p<.05. **p<.01.

escala de concordância e são divididos em três subescalas: A
subescala de Angústia Parental avalia sentimentos de angústia
em relação aos recursos pessoais, responsabilidades e
competência como pai; a subescala Interação Disfuncional Pai-
Filho avalia os estresses associados à qualidade e natureza do
vínculo pais-filho; e a subescala Criança Difícil avalia os
estresses associados às características comportamentais da
criança e considerações de manejo relacionadas. Além disso, as
três subescalas são somadas para produzir um índice de
estresse parental total vivenciado no contexto familiar e
parental. A pontuação bruta somada foi usada para todas as
análises.
Além do PSI-4-SF, todos os pais preencheram um questionário demográfico geral. Um dos
itens apresentava uma questão aberta na qual os pais eram solicitados a listar até cinco fontes de
estresse parental nos últimos 6 meses. Dois codificadores categorizaram independentemente todas as
tensões relatadas pelos pais em categorias superiores. As categorias comumente encontradas
incluíam, mas não se limitavam a, “Comportamento Infantil” (por exemplo, estresse relacionado a
desafios de conduta exibidos por crianças), “Doméstico” (por exemplo, estresse relacionado à
de estresse em relação ao LS pediátrico foram relatados e foram
categorizados: “Considerações Educacionais” (por exemplo,
estresses relacionados à colocação em sala de aula e
gerenciamento do Programa de Educação Individualizado com base
no LS) e “Desenvolvimento da Linguagem” (por exemplo, estresses
relacionados à aquisição, desenvolvimento e domínio da fala
Língua). A confiabilidade interobservador da categorização foi boa,
com concordância alcançada em 94% dos estressores relatados (n =
307). Para os 17 estressores dos quais houve discordância, os
codificadores revisaram cada caso e discutiram as considerações de
categorização pertinentes até que o acordo fosse estabelecido. As
respostas dos pais e as categorias subordinadas derivadas refletem
os estresses dos pais, que são os fardos mais amplos que os pais
experimentam, que podem ou não incluir desafios percebidos
associados à criação dos filhos (por exemplo, estresse dos pais).
Além disso, eles podem ou não incluir desafios percebidos
relacionados ao status auditivo da criança.

manutenção da casa e assuntos relacionados à propriedade), “Educação” (por exemplo, estresse
relativas à escolaridade e questões acadêmicas), "Família" (por exemplo, estresses relativos a
membros individuais ou múltiplos da família ou relações entre membros da família), "Financeiro" (por
exemplo, estresses relacionados a dinheiro ou questões financeiras), "Saúde Geral" (por exemplo,
insiste em condições médicas ou relacionadas com a saúde em curso na família; para as famílias de
crianças com LS, os estresses relativos ao LS não foram incluídos nesta categoria), “Paternidade” (por
exemplo, estresse relacionado às responsabilidades de cuidado e criação dos filhos), “Gerenciamento
do tempo” (por exemplo, estresse relacionado à organização e planejamento do tempo), “Viagem
” (por exemplo, estresse relacionado a transporte diário e considerações de deslocamento) e
“Trabalho” (por exemplo, estresse relacionado a encargos e responsabilidades ocupacionais e
profissionais). Embora infrequentes, dois tipos estresse relacionado à organização e planejamento do
tempo), “Viagem” (por exemplo, estresse relacionado a transporte diário e considerações de
deslocamento) e “Trabalho” (por exemplo, estresse relacionado a encargos e responsabilidades
ocupacionais e profissionais). Embora infrequentes, dois tipos estresse relacionado à organização e
planejamento do tempo), “Viagem” (por exemplo, estresse relacionado a transporte diário e
considerações de deslocamento) e “Trabalho” (por exemplo, estresse relacionado a encargos e
responsabilidades ocupacionais e profissionais). Embora infrequentes, dois tipos
Avaliações de crianças
Compreensão da linguagem.A compreensão da linguagem
foi avaliada usando uma única medida para este estudo.
Dependendo da idade da criança, o subteste Concepts & Following
Directions (C&FD) do Clinical Evaluation of Language Fundamentals
Preschool–Second Edition (CELF Preschool-2; Wiig, Secord, & Semel,
2004) ou o subteste Following Directions da Clinical Evaluation of
Language Fundamentals–Fifth Edition (CELF-5; Semel, Wiig, &
Secord, 2013). O CELF é uma medida normatizada padronizada de
habilidades linguísticas receptivas e expressivas complexas. Os
subtestes Instruções a seguir (CELF-5) e C&FD (CELF Pré-escolar-2)
avaliam especificamente a compreensão de enunciados falados que
aumentam progressivamente em extensão e complexidade
linguística. Embora esses subtestes tenham nomes ligeiramente
diferentes e difiram em dificuldade nas duas versões baseadas na
idade do CELF, têm conteúdo muito semelhante e medem
construtos idênticos; portanto, uma única variável foi

Blank et al.:Estresse, Linguagem e Controle Inibitório325

criado refletindo as pontuações CELF C&FD nos testes CELF-5 e
CELF Preschool-2. Escores escalonados da subescala CELF C&FD
(médias de 10 eSDs de 3 em comparação com a amostra
nacionalmente representativa da idade) foram usados neste
estudo como uma única medida de compreensão da linguagem.
Neurocognição: controle inibitório.O Flanker Inhibitory
Control and Attention Test (Flanker Test) do aplicativo NIH
Toolbox iPad Cognition Battery (Gershon et al., 2013) exige que
os participantes prestem atenção e indiquem a direção de uma
seta alvo enquanto ignoram as setas distratoras que apontam
na mesma direção. direção ou na direção oposta da seta alvo.
Crianças entre 3 e 7 anos de idade começam a tarefa com
figuras de peixes em vez de flechas e recebem flechas se
pontuarem 90% ou mais com os estímulos de peixes. Vinte e
cinco das 28 crianças com NH completaram os testes de peixe e
flecha; 19 das 29 crianças com HL completaram os testes de
peixe e flecha. As pontuações padrão corrigidas por idade são
derivadas com base em uma combinação de precisão e tempo
de reação.
Procedimento
Questionários de pesquisa (incluindo o PSI-4-SF) e o
questionário demográfico foram preenchidos pelos pais antes
de uma visita domiciliar. Todos os testes presenciais foram
concluídos na visita domiciliar por uma dupla de pesquisadores
clínicos treinados com ampla experiência em fonoaudiologia,
audiologia e/ou PA pediátrica.
De acordo com o protocolo do conselho de revisão institucional
aprovado para este estudo, os pais receberam o consentimento por
correio e os formulários de permissão dos pais. Os pais preencheram o
consentimento e a permissão dos pais por telefone com um assistente
de pesquisa treinado antes de iniciar os questionários. Na visita
domiciliar, os pesquisadores clínicos coletaram os formulários de
consentimento e permissão juntamente com os questionários
preenchidos. Crianças de 7 anos ou mais foram obrigadas a fornecer
consentimento antes de qualquer teste em casa. Toda a coleta de dados
foi obtida de acordo com os procedimentos do conselho de revisão
institucional local.
Análise de dados
As análises estatísticas foram realizadas usando o IBM SPSS
v.24 (IBM Corporation). Análises descritivas foram realizadas nas
variáveis demográficas e nas medidas familiares e de desfecho;
Análises atípicas foram realizadas para determinar se as respostas
ou o desempenho do sujeito caíram mais de 2SDs longe da média -
nenhum dado atingiu esse critério em nenhuma das medidas
relatadas. Amostras independentes ttestes foram realizados para
comparar diferenças de grupo em variáveis familiares e
relacionadas ao resultado. Análises de correlação e regressão foram
realizadas para avaliar associações compartilhadas e proporções de
variabilidade compartilhada entre as medidas de interesse. O
critério de significância para todas as análises foi estabelecido em
p<.05. Análises de mediação simples usando o intervalo de
confiança de bootstrap para o efeito indireto foram testadas usando
a macro PROCESS para SPSS (Hayes, 2017) para medir a força do
efeito indireto de autorrelato
326Revista de Pesquisa em Fala, Linguagem e Audição•Vol. 63•321-333•Janeiro de 2020
estresse parental no controle inibitório da criança que ocorreu
através do desempenho do CELF C&FD. O efeito indireto avalia o
efeito do estresse parental auto-relatado no desempenho do CELF
C&FD (por exemplo, β1coeficiente) multiplicado pelo efeito de CELF
C&FD no desempenho do Flanker (por exemplo, β2
coeficiente; veja a Figura 3). O efeito direto é a força relativa do
efeito que o estresse parental auto-relatado tem no desempenho
Flanker da criança que não é contabilizado pelo desempenho CELF
C&FD. Ressalta-se que os dados para este estudo foram obtidos de
forma transversal. A análise de mediação com dados transversais
pode avaliar a presença de efeitos indiretos e fornecer suporte para
nosso modelo teórico, mas relações causais entre variáveis não
podem ser estabelecidas quando as análises são realizadas com
dados coletados no mesmo momento. Além disso, as análises de
mediação tradicionalmente conduzidas são frequentemente
conduzidas usando tamanhos de amostra maiores do que os
apresentados neste estudo, a fim de obter poder suficiente para
detectar efeitos. No entanto, O teste de intervalo de confiança
bootstrap é apropriado para tamanhos de amostra semelhantes
aos relatados neste estudo, uma vez que os métodos de
reamostragem bootstrap geram estimativas pontuais para efeitos
indiretos que são menos suscetíveis a discrepâncias em relação a
outras técnicas de mediação. O teste de intervalo de confiança de
bootstrap para efeitos indiretos representa uma estratégia analítica
apropriada para tamanhos de amostra menores (Hayes, 2017;
Preacher & Hayes, 2004; Shrout & Bolger, 2002).
Resultados
Análises Comparativas e Correlacionais
Análises Comparativas
As médias e desvios padrão para as medidas de família e criança
para ambos os grupos são apresentados na Tabela 2. Amostras
independentesttestes foram conduzidos para determinar se as
diferenças de grupo estavam presentes para as medidas de família/pais
e criança. Como esperado, as crianças com NH pontuaram
significativamente melhor do que as crianças com HL em ambos os
Mesa 2.Médias e desvios padrão das avaliações da família e da
criança.
Variável NH HL
Medidas familiares
PSI-4-SF, estresse total (SD) 70,05 (18,41) 67,54 (20,01)
Medidas infantis
CELFuma(SD)** 11,17 (2,70) 8,29 (3,72)
Teste Flanker de Controle 99,37 (13,77) 91,03 (20,19)
Inibitório (SD)*
Observação.NH = audição normal; PA = perda auditiva; PSI-4-SF = Parenting
Stress Index – Short Form 4; CELF = Avaliação Clínica dos Fundamentos da
Linguagem.
umaAs pontuações médias escalonadas foram recolhidas no subteste
Instruções Seguintes da Avaliação Clínica dos Fundamentos da Linguagem –
Quinta Edição e no subteste Conceitos e Instruções Seguintes para o CELF Pré-
escolar-2.
* Tteste significativo entre dois grupos identificados,p<.05. **Tteste
significativo entre dois grupos identificados,p<.01.
CELF C&FD,t(78) = 3,50, Cohend =0,88,p<.0001, e no
Teste Flanker,t(78) = 2,17, Cohend =0,482, p = .03. Para
crianças com PA, não houve diferenças significativas
entre usuários de AASI e IC no desempenho no CELF
C&FD,t(37) = 0,98, Cohend =0,317,p = .33, ou no Teste
Flanker,t(37) = 0,40, Cohend =0,129,p = .69.
Não houve diferença significativa nos níveis de estresse
parental relatados entre os pais de crianças com HL e NH,t(78) =
0,58, Cohend =0,131,p = .56. A Tabela 3 apresenta as 10
principais fontes mais comuns de estresse parental para
famílias de crianças com HL e NH. Os estressores listados foram
semelhantes entre os pais de ambos os grupos, sendo os
estresses familiares, financeiros e relacionados ao trabalho as
fontes mais citadas em ambos os grupos de pais.
Análises Correlacionais
O estresse parental auto-relatado total foi negativamente
correlacionado com o desempenho da criança no subteste CELF
C&FD,r(38) = -.39,p = .02, e no Teste Flanker, r(38) = -.38,p = .01,
para crianças com PA. Para as famílias de crianças com NH, não
houve associações significativas entre o estresse parental
autorreferido e o desempenho da criança no subteste CELF
C&FD,r(40) = 0,05,p = .74, ou desempenho infantil no Teste
Flanker,r(40) = 0,06,p = .67. Fisher's rparaztransformações para
correlações entre os grupos revelaram uma diferença
significativa nos coeficientes de correlação entre as famílias de
crianças com HL e NH tanto para o estresse parental auto-
relatado quanto para a compreensão da linguagem da criança,z
= –1,97,p = .04, e estresse parental auto-relatado e controle
inibitório da criança,z = –2,00,p = .04. A Figura 1 mostra a
relação entre o estresse dos pais e a compreensão da
linguagem da criança, e a Figura 2 mostra a relação entre o
estresse dos pais e o controle inibitório da criança. Nas crianças
com PA, o desempenho no subteste CELF C&FD foi
significativamente associado ao desempenho no Flanker,r(38) =
0,55,p<.0001. Não houve associação significativa entre o
desempenho no CELF C&FD e no Flanker para crianças com NH,
r(40) = 0,24,p = .12. Fisher'srparaztransformações para
correlações entre os grupos não revelaram diferença
significativa no valor de correlação entre crianças com HL e NH
para desempenho CELF C&FD e Flanker Test,z =1,57,p = .11.
Tabela 3.Os estressores mais comuns relatados pelos pais e a frequência com que cada estressor foi relatado por grupo.
NH HL (CI e HA)
Família, 31 Financeiro, 24
Financeiro, 28 Família, 23
Trabalho, 23 Trabalho, 18
Doméstico, 22 Doméstico, 16
Gestão do Tempo, 16 Parentalidade, 11
Saúde Geral, 15 Saúde Geral, 9
Parentalidade, 12 Gerenciamento de tempo, 7
Viagem, 6 Considerações Educacionais, 6
Educação, 6 Comportamento Infantil, 6
Política, 4 Desenvolvimento da linguagem, 3
Observação.NH = audição normal; PA = perda auditiva; IC = implante coclear; AH = aparelho auditivo.
Análises de regressão
Para avaliar se a compreensão da linguagem mediava a
relação entre o estresse parental auto-relatado e o controle
inibitório, primeiro realizamos uma análise de regressão para
estimar quanta variabilidade no desempenho de Flanker das
crianças poderia ser explicada pelo estresse parental. O modelo não
foi significativo para crianças NH,F(1, 39) = 0,15,p =
. 69; no entanto, foi significativo para crianças com PA, β =
- 0,38,R2= 0,14,F(1, 37) = 6,32,p = .02, com o estresse parental
auto-relatado representando mais de 14% da variabilidade no
desempenho do Flanker sozinho. Uma análise de regressão
múltipla adicional foi realizada em que o desempenho no
subteste CELF C&FD foi estimado a partir do estresse parental
auto-relatado. Novamente, o modelo não foi significativo para
crianças NH,F(1, 39) = 0,10,p = .75. No entanto, para crianças
com PA, o modelo foi significativo, β = –0,39,R2= . 15,F(1, 37) =
6,34,p = .02. O estresse parental foi responsável por 15% da
variância no desempenho CELF C&FD de crianças com PA.
Análises de mediação
Análises de mediação de intervalo de confiança de bootstrap
foram conduzidas em nossa amostra de crianças com PA (ver Figura 3) e
crianças com NH (ver Figura 4) para avaliar se a relação entre estresse
parental auto-relatado e controle inibitório estava associada à
compreensão da linguagem. Além disso, em nosso modelo de mediação
para crianças com PA, incluímos PTA não assistida no diagnóstico como
uma covariável para controlar as diferenças nas experiências auditivas
precoces entre usuários de AASI e IC. Para as famílias de crianças com
LH, a evidência de mediação estava presente em que um 1-SDaumento
do estresse parental auto-relatado foi associado a um aumento de 0,40-
SD diminuição da unidade nas pontuações escalonadas CELF C&FD (β1=
-0,40,p =
. 021). Entre as crianças com LH, 1-SDO aumento no desempenho
do CELF C&FD foi associado a um aumento de 0,47-SDaumento de
unidade no desempenho do Teste Flanker (β2= 0,47,p = .002). O
estresse parental foi indiretamente associado ao desempenho no
teste de Flanker (ver Figura 3, β1× β2, ponto estimado:
– 0,19, intervalo de confiança de 95% [–0,56, –0,01]).
Independente desse mecanismo, não houve evidência de efeito
direto do estresse parental total no desempenho de Flanker em
crianças com PA. Para crianças com NH, o modelo de mediação
CI AH
Financeiro, 13 Financeiro, 11
Família, 12 Família, 11
Trabalho, 9 Trabalho, 9
Doméstico, 9 Doméstico, 7
Parentalidade, 6 Saúde Geral, 5
Saúde Geral, 4 Parentalidade, 4
Gestão do Tempo, 4 Considerações Educacionais, 4
Comportamento Infantil, 3 Gestão do Tempo, 3
Desenvolvimento da Linguagem, 3 Comportamento Infantil, 3
Considerações Educacionais, 2 Viagem, 2
Blank et al.:Estresse, Linguagem e Controle Inibitório327
Figura 1.Correlações entre o estresse parental total e as habilidades de
compreensão de linguagem da criança. A associação entre estresse e
habilidades de compreensão de linguagem foi significativa e negativa para as
crianças com deficiência auditiva. CELF = Avaliação Clínica dos Fundamentos
da Linguagem; NH = audição normal; PA = perda auditiva.
não produziu caminhos diretos ou indiretos significativos (ver Figura 4; R
2= 0,063,F(1, 39) = 0,69; β1× β2, estimativa pontual: 0,01, intervalo de
confiança de 95% [–0,04, 0,07]). Em outras palavras, o estresse parental
autorreferido não influenciou o controle inibitório direta ou
indiretamente por meio da compreensão da linguagem em crianças com
NH.
Discussão
Esta investigação teve três objetivos: (a) comparar os
níveis de estresse auto-relatados de pais de crianças com NH
aos de pais de crianças com LH, (b) avaliar se o estresse
parental geral estava relacionado à compreensão da linguagem
e habilidades de controle inibitório em famílias de
Figura 2.Correlações entre o estresse parental total e o desempenho
infantil no Flanker. A associação entre estresse e controle inibitório foi
significativa e negativa para as crianças com deficiência auditiva. NH =
audição normal; PA = perda auditiva.
328Revista de Pesquisa em Fala, Linguagem e Audição•Vol. 63•321-333•Janeiro de 2020
crianças com NH e HL, e (c) determinar em que medida as relações
entre esses fatores diferem com o estado auditivo da criança. Se a
evidência de uma associação indireta entre o estresse parental e o
controle inibitório da criança fosse observada por meio da
linguagem das crianças, seria consistente com nossa hipótese de
que o estresse parental contribui negativamente para as
habilidades de linguagem falada de risco, o que subsequentemente
se relaciona com as habilidades de controle inibitório mais pobres
nesta clínica. população pediátrica. Para avaliar as relações
potenciais entre o estresse parental auto-relatado, a compreensão
da linguagem e o controle inibitório, avaliamos crianças com NH e
crianças com LH e seus cuidadores primários em suas casas.
Descobrimos que os pais de crianças com HL e NH não foram
significativamente diferentes nos níveis auto-relatados de estresse
parental geral (por exemplo, não específico de audição ou
linguagem). Esses resultados foram qualitativamente apoiados por
estressores relatados pelos pais experimentados nos últimos 6
meses. Pais de crianças com HL e NH relataram estressores
parentais semelhantes (por exemplo, doméstico, ocupacional,
financeiro). Além disso, a partir dos estresses parentais
categorizados, o estresse parental também foi relatado em um grau
semelhante entre os dois grupos. Assim, o PSI-4-SF e os estresses
parentais relatados por famílias de crianças com HL e NH sugerem
perfis de estresse parental e parental semelhantes entre esses dois
grupos. Não encontramos relação significativa entre estresse
parental e controle inibitório ou linguagem falada em crianças com
NH. Havia, no entanto, associações negativas significativas entre
estresse parental auto-relatado e controle inibitório e habilidades
de compreensão de linguagem em crianças com PA. Além disso,
para as famílias de crianças com PA, os resultados apoiaram nosso
modelo de mediação, em que maior estresse parental foi associado
a menores habilidades de linguagem falada em crianças, que
foram, por sua vez, associadas a menores habilidades de controle
inibitório.
Níveis de Estresse Parental e LS Pediátrico
A falta de uma diferença geral do grupo nos níveis de estresse
parental autorrelatado entre os grupos ouvintes é consistente com um
crescente corpo de pesquisa mostrando que os cuidadores de crianças
com PA não experimentam um estresse parental mais geral do que os
pais de crianças ouvintes normais (Åsberg et al. ., 2008; Lederberg &
Golbach, 2002; Meadow-Orlans, 1994; Quittner et al., 2010; Sarant &
Garrard, 2013). Quitner et ai. (2010) argumentaram que as investigações
usando questionários que avaliam os níveis gerais de estresse
relacionados aos pais (por exemplo, PSI, PSI-4-SF) parecem menos
sensíveis na captura de estresses dentro do sistema familiar relacionados
ao manejo do LH pediátrico. Ela argumentou que, embora existam tais
estresses específicos da condição, eles provavelmente não são
abertamente intrusivos o suficiente para impactar as percepções do
estresse geral relacionado aos pais. Nossos dados corroboram a
observação de Quittner et al. (2010) que as fontes de estresse mais
comuns relatadas pelos pais de crianças com PA não estavam associadas
ao PA, reabilitação, linguagem ou auxílio sensorial da criança. De fato,
pais de crianças em ambos os grupos relataram conjuntos muito
semelhantes de estressores comuns que não estavam relacionados ao
PA. Portanto,
Figura 3.Modelo de mediação demonstrando relações entre estresse familiar e desempenho de controle inibitório via habilidades de compreensão de linguagem
em crianças com deficiência auditiva. O intervalo de confiança de 95% (IC 95%) para o efeito indireto (β1caminho × β2path) não inclui 0. Independente desse efeito
indireto, não há efeito direto significativo do estresse no controle inibitório. Os coeficientes β são pesos de regressão padronizados.

embora o PSI-4-SF não aborde quaisquer diferenças potenciais
entre pais de crianças NH e crianças com LH, parece ser uma
medida apropriada para quantificar muitos dos estresses
potencialmente de alto impacto que contribuem para os
sistemas familiares de crianças com LH. HL.
Outra razão plausível para as diferenças nulas nos níveis gerais de
estresse parental auto-relatado diz respeitoquando o estresse parental é
medido. O estresse relacionado aos pais permanece relativamente
estável ao longo do tempo entre as famílias de crianças com PA
(Lederberg & Golbach, 2002), mas os períodos de transição alteram
temporariamente a magnitude do estresse que os pais experimentam
em momentos específicos da vida da criança (no momento do
Estresse Parental e Resultados em Risco
Ao contrário de nossas expectativas iniciais, o estresse parental auto-relatado não foi associado a habilidades de
controle inibitório em nossa amostra de crianças com NH. Esses resultados foram inesperados, uma vez que níveis elevados de
estresse parental demonstraram ter um impacto adverso no desenvolvimento autorregulatório e neurocognitivo em
populações pediátricas NH (Blair, 2010; Blair & Raver, 2012; Brown et al., 2013; De Cock et al., 2017 ; Evans & Kim, 2013). No
entanto, alguns estudos que avaliam as relações entre o estresse parental e as habilidades relacionadas à FE também têm
como alvo famílias que passam por dificuldades econômicas (Brown et al., 2013; Evans & Kim, 2013). De fato, a adversidade
socioeconômica tem sido associada a maus resultados de desenvolvimento (Bradley & Corwyn, 2002; Noble, McCandliss, &
Farah, 2007) e pode promover estresses parentais elevados que contribuem de forma subótima para o desenvolvimento
(Brown et al., 2013; Deeater-Decker & Scarr, 1998). Outros estudos também se concentraram nos efeitos de desenvolvimento
do estresse parental em crianças mais novas ou em populações clínicas onde as relações podem ser mais fortes durante as
primeiras janelas de desenvolvimento (Magill-Evans & Harrison, 2001). Neste estudo, a faixa de renda média anual para as

diagnóstico de PA, durante a adaptação do dispositivo sensorial, famílias NH foi de US$ 80.000 a US$ 94.000, e a maioria dos cuidadores matriculados tinha diploma de bacharel. Essas

determinando planos educacionais apropriados, etc.). Esses estresses características demográficas indicam que nossa amostra de famílias de crianças NH pode não apresentar a variedade de

tendem a diminuir quando os pais têm mais experiência e familiaridade contextos Outros estudos também se concentraram nos efeitos de desenvolvimento do estresse parental em crianças mais

com o manejo do PA de seus filhos. À medida que certos níveis de novas ou em populações clínicas onde as relações podem ser mais fortes durante as primeiras janelas de desenvolvimento

estresse diminuem, outros novos estressores específicos de LH (Magill-Evans & Harrison, 2001). Neste estudo, a faixa de renda média anual para as famílias NH foi de US$ 80.000 a US$

aumentam mais tarde na infância (por exemplo, preocupações 94.000, e a maioria dos cuidadores matriculados tinha diploma de bacharel. Essas características demográficas indicam que

educacionais e relacionamentos com colegas durante os anos da escola nossa amostra de famílias de crianças NH pode não apresentar a variedade de contextos Outros estudos também se

primária), indicando que diferentes dimensões do estresse diminuem e concentraram nos efeitos de desenvolvimento do estresse parental em crianças mais novas ou em populações clínicas onde as

fluem durante o desenvolvimento da criança (Meinzen-Derr e outros, relações podem ser mais fortes durante as primeiras janelas de desenvolvimento (Magill-Evans & Harrison, 2001). Neste

2008). Em nossa amostra de crianças com PA, em média, os pais tinham estudo, a faixa de renda média anual para as famílias NH foi de US$ 80.000 a US$ 94.000, e a maioria dos cuidadores

5 anos de experiência com gerenciamento de auxílio sensorial. É matriculados tinha diploma de bacharel. Essas características demográficas indicam que nossa amostra de famílias de crianças

provável que muitos dos estresses iniciais específicos do LH que foram NH pode não apresentar a variedade de contextos

experimentados logo após o diagnóstico e a intervenção tenham

diminuído e estabilizado no momento da inscrição no estudo.

Figura 4.Modelo de mediação demonstrando relações entre estresse familiar e desempenho de controle inibitório via habilidades de compreensão de
linguagem em crianças com audição normal. Nenhum dos caminhos no modelo foi significativo. Os coeficientes β são pesos de regressão padronizados. IC 95%
= intervalo de confiança de 95%.

Blank et al.:Estresse, Linguagem e Controle Inibitório329

desvantagens que promovem alto estresse e piores
resultados neurocognitivos.
Em contraste com os achados para famílias de crianças com
NH, os resultados do estudo revelaram que o estresse parental
auto-relatado foi negativamente associado à compreensão da
linguagem e controle inibitório para crianças com LH. Esses
resultados estendem e apoiam descobertas anteriores. Primeiro, a
associação entre estresse parental auto-relatado e habilidades de
linguagem falada é consistente com o trabalho anterior em crianças
com PA (Quittner et al., 2010; Sarant & Garrard, 2013). Além disso,
esta é a primeira investigação a revelar uma associação negativa
entre estresse parental e controle inibitório em crianças com PA.
Esse achado se encaixa com estudos anteriores em amostras
pediátricas de NH que encontraram associações entre maior
estresse parental e piores resultados relacionados à FE (por
exemplo, Blair & Raver, 2012; De Cock et al., 2017). Finalmente, um
teste do nosso modelo de mediação revelou que a variabilidade
compartilhada entre o estresse parental e o controle inibitório da
criança também foi compartilhada pela compreensão da linguagem
no CELF C&FD em crianças com PA. O estresse parental foi
negativamente relacionado à compreensão da linguagem no CELF
C&FD em crianças com PA, que por sua vez foi positivamente
relacionado às habilidades de controle inibitório.
Implicações teóricas
As análises para este estudo foram derivadas de uma única
medida de controle inibitório e de um subteste padronizado de
avaliação de linguagem. Assim, a interpretação dos resultados exige
cautela. Este estudo identifica um conjunto potencial de relações
que enquadram como os fatores parentais podem contribuir para
resultados de desenvolvimento de risco em crianças com PA. No
entanto, estudos futuros devem incorporar medidas adicionais de
controle inibitório e capacidade de linguagem para melhor avaliar
os construtos mencionados e entender melhor as inter-relações
entre estresse parental, linguagem falada e funcionamento
executivo em crianças com PA.
Crianças com PA apresentam atrasos e enorme variabilidade
nos resultados da linguagem falada (Eisenberg, 2007; Moeller et al.,
2007; Niparko et al., 2010; Nittrouer & Burton, 2001) e características
específicas dos pais e da família podem explicar parte dessa
variabilidade não explicado pelo histórico médico e de intervenção.
O estresse parental é uma dimensão plausível do sistema familiar
que parece estar relacionada aos resultados da linguagem falada
em risco. Na população em geral, o aumento do estresse parental
pode afetar a responsividade e o engajamento dos pais durante as
trocas comunicativas (Magill-Evans & Harrison, 2001; Whiteside-
Mansell et al., 2007), características que podem influenciar a entrada
linguística de apoio à aquisição da linguagem (Hoff, 2006; Tamis-
LeMonda, Bornstein e Baumwell, 2001). Como uma população
clínica de risco, crianças com PA podem ser particularmente
sensíveis às características dos pais durante as trocas comunicativas
(Ambrose et al., 2014; VanDam et al., 2012). Dado que crianças com
PA apresentam atraso de linguagem, estudos futuros devem
investigar o estresse parental e aspectos específicos da
comunicação entre pais e filhos que podem afetar as habilidades
linguísticas de risco em crianças com PA.
330Revista de Pesquisa em Fala, Linguagem e Audição•Vol. 63•321-333•Janeiro de 2020
Também descobrimos que a variabilidade compartilhada entre o
estresse parental e o controle inibitório também era comum à nossa
medida de compreensão da linguagem. Como consequência do atraso
de linguagem, as crianças com PA também correm maior risco de
fraqueza neurocognitiva (por exemplo, Beer et al., 2014; Figueras et al.,
2008; Kronenberger et al., 2013). Estudos futuros devem usar medidas
adicionais de FE para avaliar as relações complexas entre a linguagem
falada, o controle inibitório e o impacto do estresse dos pais nesses
resultados de desenvolvimento de risco.
Limitações e direções futuras
Uma limitação primária da presente investigação foi que
a análise mediacional foi realizada usando dados transversais, o
que limita a extensão em que as interpretações direcionais
podem ser feitas. Dados transversais podem ser aplicados
apropriadamente a análises de mediação para testar um
modelo consistente com a presença de efeitos indiretos, mas
não podem estabelecer direcionalidade causal. Por exemplo, a
direção das relações hipotéticas de causa e efeito na Figura 3
(representadas por setas) pode estar na direção inversa. Além
disso, é provável que as associações estresse-linguagem sejam
bidirecionais. Portanto, um próximo passo importante para
testar esse modelo envolveria o uso de dados longitudinais para
melhor estabelecer a direção da causalidade.
Uma segunda limitação relacionada diz respeito ao uso de medidas
únicas de compreensão da linguagem e controle inibitório. Dadas
as relações complexas entre a linguagem falada e as habilidades
neurocognitivas (bem como as contribuições parentais
intervenientes), os resultados não podem ser estendidos ao
prescrever amplamente as relações entre cada um desses
construtos.
Uma terceira limitação diz respeito às diferenças de idade entre
os dois grupos. As crianças com LH eram significativamente mais velhas
do que as crianças com NH. A amostra de crianças com PA utilizada para
este estudo tinha idade média de 6 a 7 anos; assim, seus pais tinham
pelo menos 4-5 anos de experiência no enfrentamento e manejo do LS
de seus filhos. Estudos investigando subconjuntos de crianças mais
jovens e mais velhos e estresses relacionados aos pais forneceriam uma
noção de como o estresse dos pais influencia os resultados em
diferentes períodos do desenvolvimento infantil.
Além da investigação de dados longitudinais em
diferentes idades e estágios de desenvolvimento, trabalhos
futuros devem quantificar comportamentos específicos do
cuidador e da criança e processos transacionais diádicos
que são afetados pelo estresse parental em famílias de
crianças com LH. O papel desses comportamentos e
interações específicos do cuidador-criança na explicação das
associações entre estresse, linguagem e resultados
neurocognitivos pode sugerir intervenções e fatores de
proteção que podem mitigar os riscos de desenvolvimento
associados ao estresse parental em famílias de crianças com
PA. Trabalhos futuros também devem incluir fatores
socioeconômicos e demográficos em modelos de estresse
parental para abordar ainda mais como as características
parentais e os recursos familiares afetam as relações entre
o estresse parental e os resultados do LH pediátrico.
Finalmente,
estresse e desfechos LH pediátricos e devem ser estudados em e Desenvolvimento Infantil, 14(2), 133-154. https://doi.org/10.1002/
pesquisas futuras. icd.385
Åsberg, KK, Vogel, JJ, & Bowers, CA (2008). Explorando
Correlatos e preditores de estresse em pais de crianças surdas:
Conclusões Implicações do suporte social percebido e modo de
comunicação.Journal of Child and Family Studies, 17,486-499.
Os presentes resultados contribuem para um crescente corpo de pesquisas que demonstram os efeitos do
https://doi.org/10.1007/s10826-007-9169-7
estresse parental nas habilidades de risco entre crianças com PA com auxílios sensoriais. Além disso, este estudo é o primeiro a Barakat, LP, Patterson, CA, Weinberger, BS, Simon, K.,
documentar uma relação entre estresse parental e controle inibitório em crianças com PA e mostrar que essa associação pode Gonzalez, ER, & Dampier, C. (2007). Um estudo prospectivo sobre o papel
ser indiretamente explicada pelas habilidades de compreensão de linguagem da criança. Os resultados ressaltam várias do enfrentamento e do funcionamento familiar nos resultados de saúde
considerações práticas importantes para os médicos que trabalham com famílias de crianças com LH. A primeira consideração é
de adolescentes com doença falciforme.Journal of Pediatric Hematology
Oncology, 29,752-760.
que o ambiente familiar representa um contribuinte crítico para a variação nos resultados de risco, mesmo que as
Beer, J., Kronenberger, WG, Castellanos, I., Colson, BG,
características familiares pareçam semelhantes às das famílias de crianças NH. O estresse parental representa outra
Henning, SC, & Pisoni, DB (2014). Habilidades de funcionamento
propriedade do ambiente familiar que pode estar subjacente a enormes diferenças individuais nos resultados da linguagem
executivo em crianças em idade pré-escolar com implante coclear.
falada para crianças com HAs e ICs. A segunda consideração é que as famílias de crianças com LH precisam de apoio ativo de
Journal of Speech, Language, and Hearing Research, 57,1521-1534.
profissionais clínicos para identificar fontes de estresse e reconhecer como tais estresses podem afetar os resultados de https://doi.org/10.1044/2014_JSLHR-H-13-0054
desenvolvimento de risco. Mesmo quando os perfis de estresse das famílias de crianças com LH não são diferentes daqueles Belsky, J., Woodworth, S., & Crnic, K. (1996). Problema no
das famílias de crianças com NH, o maior estresse parental foi relacionado à linguagem falada de risco e habilidades segundo ano: Três perguntas sobre interação familiar.
neurocognitivas. Assim, intervenções baseadas na família e aconselhamento durante as consultas clínicas que considerem os
Desenvolvimento Infantil, 67,556-578.
Bergeson, TR (2011). Fala materna para bebês com deficiência auditiva
níveis gerais de estresse dos pais podem ajudar a maximizar os resultados para crianças com LH. A segunda consideração é que
no primeiro ano de uso de prótese auditiva ou implante coclear: um
as famílias de crianças com LH precisam de apoio ativo de profissionais clínicos para identificar fontes de estresse e reconhecer
relatório preliminar.Implantes Cocleares Internacional, 12(Supl. 1), S101–
como tais estresses podem afetar os resultados de desenvolvimento de risco. Mesmo quando os perfis de estresse das famílias
S104.
de crianças com LH não são diferentes daqueles das famílias de crianças com NH, o maior estresse parental foi relacionado à Blair, C. (2010). Estresse e o desenvolvimento da autorregulação em
linguagem falada de risco e habilidades neurocognitivas. Assim, intervenções baseadas na família e aconselhamento durante as contexto.Perspectivas de Desenvolvimento Infantil, 4,181-188. https://
consultas clínicas que considerem os níveis gerais de estresse dos pais podem ajudar a maximizar os resultados para crianças doi.org/10.1111/j.1750-8606.2010.00145.x
com LH. A segunda consideração é que as famílias de crianças com LH precisam de apoio ativo de profissionais clínicos para
Blair, C., & Raver, CC (2012). Desenvolvimento infantil no contexto da
adversidade: Canalização experiencial do cérebro e do comportamento.
identificar fontes de estresse e reconhecer como tais estresses podem afetar os resultados de desenvolvimento de risco.
Psicóloga Americana, 67,309-318. https://doi.org/10.1037/a0027493
Mesmo quando os perfis de estresse das famílias de crianças com LH não são diferentes daqueles das famílias de crianças com
Bradley, RH, & Corwyn, RF (2002). Situação socioeconômica e
NH, o maior estresse parental foi relacionado à linguagem falada de risco e habilidades neurocognitivas. Assim, intervenções
desenvolvimento infantil.Revisão Anual de Psicologia, 53,371-399.
baseadas na família e aconselhamento durante as consultas clínicas que considerem os níveis gerais de estresse dos pais
https://doi.org/10.1146/annurev.psych.53.100901.13523 Briggs-
podem ajudar a maximizar os resultados para crianças com LH. Mesmo quando os perfis de estresse das famílias de crianças Gowan, MJ, Carter, AS, Skuban, EM e Horwitz, SM
com LH não são diferentes daqueles das famílias de crianças com NH, o maior estresse parental foi relacionado à linguagem (2001). Prevalência de problemas socioemocionais e
comportamentais
falada de risco e habilidades neurocognitivas. Assim, intervenções baseadas na família e aconselhamento durante as consultas clínicas que considerem os níveis gerais de estresseem uma
dos pais amostra
podem comunitária
ajudar a maximizar decrianças
os resultados para crianças de 1quando
com LH. Mesmo e 2 os perfis de estresse d
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