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PLANEJAMENTO

CULTURAL:
Uma visão Skinneriana

Discentes: Camila Oliveira e Gabriela Maria


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PLANEJAMENTO CULTURAL
O planejamento cultural para Skinner é
uma ação deliberada para a modificação de Cruzamento Seletivo
práticas culturais. Assim, estabelece a
cultura como o terceiro nível de seleção Avaliação
pelas consequências no qual práticas são
selecionadas de acordo com seu papel na
sobrevivência da cultura. A sobrevivência como critério
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PLANEJAMENTO PELA EVOLUÇÃO
Cruzamento Seletivo A sobrevivência como critério
A escolha deliberada dos Para sobreviver, uma cultura
membros da população que se deve ser capaz de mudar, pois ela
Baum, 2019

reproduzirão resulta em uma só poderia permanecer estável


seleção mais poderosa. em um mundo sem novos
desafios ambientais e sem
Avaliação competição por parte de outras
+ experimentação e cuidado - culturas.
planejamento e avaliação;
Sem isso, depende de resultados
espetaculares;
Dados devem ser coletados e
analisados
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PLANEJAMENTO PELA EVOLUÇÃO
A sobrevivência como critério
A sobrevivência como critério implica não só mudança, mas
mudança em resposta a relações de longo prazo.
Baum, 2019

As novas práticas, substituindo as antigas e resolvendo os


problemas por eles gerados, têm dois efeitos: asseguram a
sobrevivência da cultura e promovem a longo prazo o sucesso
reprodutivo dos membros da sociedade.
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PLANEJAMENTO PELA EVOLUÇÃO
Variação orientada
Boyd e Richerson (1985): nome técnico atribuído ao
planejamento cultural;
Baum, 2019

Variação orientada equiparada a comportamento


individualmente aprendendido e transmitido por imitação ou
por ensino.
Cálculo racional = comportamento precorrente.
Skinner prossegue e insiste que deveríamos incrementar ainda
mais a variação orientada e fazê-lo de maneira mais
sistemática.
O comportamento que produz
os estímulos é chamado de precorrente.
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A SOCIEDADE EXPERIMENTAL
Experimentação Felicidade
Ciência = compreender; Felicidade, por si só, poderia produzir uma
Tecnologia = busca sociedade imbecilizada, e cujo modo de
resultados práticos; vida poderia ser mantido pela simples
São interdependentes. propaganda do regime vigente;

“A felicidade é o nosso primeiro objetivo, mas


um impulso vivo e ativo em direção ao futuro é
o segundo.“ (Skinner, p.194)
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A SOCIEDADE EXPERIMENTAL
Planejadores Democracia
Especialistas Maior poder ao ser humano e
Mandato fixo; contracontrole
Sugerem práticas; Corrupção = maior ameaça à
Avaliam as práticas; democracia.

Gerentes Como funciona?


Servidores; Os Gerentes(servidores) realizam pesquisas
Cada um ligado a um grupo de opinião entre seus eleitores (usuários),
de trabalho - sáude, de modo que os Planejadores possam estar
produção... cientes dos efeitos de suas práticas.
Coletam os dados.
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OBJEÇÕES AO PLANEJAMENTO CULTURAL
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A visão é errada, porque,
mesmo que seja possível Experimentos em física e
Baum, 2019, p.380

controlar as ações das pessoas química são igualmente


no laboratório, essas condições realizados em condições
são artificiais e simplificadas, artificiais e simplificadas;
não tendo nada em comum AC não vai resolver todos os
com as complexidades do problemas, mas busca
mundo real. responder a um número cada
vez maior. dos problemas.
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OBJEÇÕES AO PLANEJAMENTO CULTURAL
2
Inovações pouco inteligentes
poderiam levar a catástrofes: O não planejado também dá
Baum, 2019, p.381

tentaremos uma experiência, errado. Se nos abstemos de


não seremos capazes de prever intervir, deixamos nosso destino
suas consequências e ao acaso. Isso pode ter funcionado
produziremos mais mal do que muito bem no passado, mas, em
bem. Assim, em vez de assumir um mundo em que nossas ações
o risco de consequências ameaçam nossa própria existência,
imprevisíveis, seria melhor sentar-se e esperar pelo melhor
deixar que os eventos sigam parece irresponsável.
seu curso naturalmente.
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OBJEÇÕES AO PLANEJAMENTO CULTURAL
3
O planejamento produziria um
Baum, 2019, p.381-382

ambiente estultificante, sem


espaço para inovações. O planejamento leva à padronização e à
Qualquer acaso feliz pode ser uniformidade. Só os resultados dados como os
explorado, e qualquer proposta melhores poderiam continuar ocorrendo. Esse
nova que seja promissora pode medo desconsidera suas próprias bases, o valor
ser experimentada. Mas da diversidade. A história da civilização
deveríamos confiar apenas em ocidental nos ensina que as pessoas são mais
acasos felizes? felizes quando podem escolher. Se a diversidade
tem valor, podemos criar um planejamento para
que ela ocorra ou seja aumentada.
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OBJEÇÕES AO PLANEJAMENTO CULTURAL
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Uma sociedade como essa não
Baum, 2019, p.382 e 385

teria graça.
“Essa cultura seria aversiva e não me
reforçaria da maneira a que estou
acostumado.” ;
Skinner considerou que essa sociedade seria
boa não para nós que vivemos no mundo de
hoje, mas para as pessoas que nela vivessem.
Acorrer gradualmente e cada geração vai
crescer em uma cultura substancialmente
diferente da anterior.
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OBJEÇÕES AO PLANEJAMENTO CULTURAL
5
O planejamento cultural
Baum, 2019, p.382 e 385

ameaça a democracia e leva ao


Em Walden Two, Skinner propõe :
regime ditatorial.
frequentes consultas ao povo por meio
de pesquisas de opinião e por meio de
solicitações de sugestões,
principalmente direcionadas aos
Gerentes.
Pesquisas de opinião para saber efeitos
das práticas (reforçar ou punir) por
meior de modificações ou retirada
daqueles planjadores.
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PROCESSOS CULTURAIS
(Glenn, 2005, p.16 )
Cerimoniais Tecnológicos
Comportamentos mantidos por Comportamentos mantidos por
reforços sociais; mudanças não arbitrárias (reforços
Derivam do seu poder do status, naturais);
da posição ou a da autoridade do Derivam do poder de sua utilidade,
agente reforçador; de seu valor, ou de sua importância
Independe de qualquer relação às pessoas que estão envolvidas;
com mudanças que vão beneficiar as consequências que beneficiam
as pessoas. as pessoas a longo prazo.

“Faça porque estou dizendo para “Faça isso, pois o resultado será melhores
fazê-lo”. condições de saneamento, por consequência,
melhores condições de saúde"
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Essencial !
Descrever com acurácia as relações
funcionais entre comportamento e
consequências não arbitrárias
imediatas e consequências a longo
METACONTINGÊNCIAS E prazo. (Contigências sociais
planejadas)
PROCESSOS CULTURAIS
Monitoramento
TECNOLÓGICOS Contínuo monitoramento dos
resultados de seguir as regras;

“As consequências ainda são aquelas


inicialmente previstas? A regra ainda
é boa?”
(Glenn, 2005, p.16 )
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Essencial !
Descrever com acurácia as relações
funcionais entre comportamento e
consequências não arbitrárias
imediatas e consequências a longo
METACONTINGÊNCIAS E prazo. (Contigências sociais
planejadas)
Comporta
PROCESSOS CULTURAIS mento ver
bal
Monitoramento
TECNOLÓGICOS Contínuo monitoramento dos
resultados de seguir as regras;

“As consequências ainda são aquelas


inicialmente previstas? A regra ainda
é boa?”
(Glenn, 2005, p.16 )
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Aplicarmos esses conceitos ao


planejamento cultural, podemos
observar que as estratégias
socialmente planejadas E O PLANEJAMENTO
desempenham um papel
fundamental para orientar CULTURAL?
comportamentos individuais para ser
comportamentos coletivos em prol de
benefícios comuns a todos.
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Aplicarmos esses conceitos ao


planejamento cultural, podemos
ISSO NÃO É ESTRANHO,
observar que as estratégias
E O PLANEJAMENTO
socialmente planejadas
ACHO QUE JÁ VI EM
desempenham um papel
fundamental para orientar CULTURAL?
ALGUM LUGAR...
comportamentos individuais para ser
comportamentos coletivos em prol de
benefícios comuns a todos.
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PLANEJAMENTO CULTURAL E...
Redes sociais
“O Facebook enquanto ferramenta no
planejamento cultural : uma análise
comportamental de interações na
página da prefeitura de Curitiba” A experimentação a partir do controle de likes nas
postagens, comentários e compartilhamentos - com
análise quantitativa e qualitativa - publicações e
Heitor Marques Miranda comentários. Através das análises, a rede social é capaz
Dissertação de mestrado de colocar o cidadão em contato com os efeitos
coletivos e de longo prazo de seus comportamentos,
estabelecendo regras e consequências, e plebiscito
através dos comentários.
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PLANEJAMENTO CULTURAL E...
Código Penal
“Código Penal brasileiro como
descrição de prática cultural: uma
análise comportamental de Código como descrição de contingências
contingências e metacontingências” comportamentais e práticas culturais, descrições
completas e incompletas de contingências individuais
e entrelaçadas (CCE’s) e se discute a função do código
Vitor Miranda, Camila Muchon e
de controlar as pessoas. É fundamental entender o
Vêronica Bender. código como elo de entrelaçamento complexo que
Artigo na ReBAC envolve outras leis e outras práticas de agências não
ligadas à formulação do código.
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REFERÊNCIAS
Araujo, V. M., Melo, C. M., & Haydu, V. B. (2015). Código Penal brasileiro como descrição de prática cultural: uma
análise comportamental de contingências e metacontingências. revista brasileira de análise do
comportamento, 11, 147-156.

Baum, W. M. (2018). Compreender o Behaviorismo: Comportamento, Cultura e Evolução. Artmed Editora.

Glenn, S. S. & Malott, M. E. (2004). Complexidade e seleção: implicações para a mudança organizacional. Em J. C.
Todorov, R. C. Martone, & M. B. Moreira (Orgs.), Metacontingências: comportamento, cultura e sociedade (pp.
101-120). ESETec.

Glenn, S. S. (2004). Metacontingências em Walden II. Em J. C. Todorov, R. C. Martone, & M. B. Moreira (Orgs.),
Metacontingências: comportamento, cultura e sociedade (pp. 101-120). ESETec.

Miranda, H. M. (2017). O Facebook enquanto ferramenta no planejamento cultural: uma análise


comportamental de interações na página da prefeitura de Curitiba.
OBRIGADA!

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