Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Autor(es): Agatha
Sinopse
Edward Masen, vinte e sete anos, pentacampeão de Formula 1. Devido a sua
extraordinária beleza, era chamado de Príncipe, principalmente pelas
mulheres. Já sua frieza nas pistas e também fora delas o elevou ao posto de
Príncipe de Gelo. Subindo ao pódio, recebendo prêmios ou comemorando
com amigos e familiares... ele NUNCA sorria. Vivendo recluso em sua
mansão no condomínio Cornwall Terrace, era avesso a badalações. Somente
seu fiel mordomo Jacob sabia o que se passava no coração daquele homem.
Somente ele sabia que Edward amava loucamente a única mulher que jamais
poderia ser sua.
Notas da história
Contém incesto
Índice
(Cap. 1) Prólogo
(Cap. 2) Capítulo 1
(Cap. 3) Capítulo 2
(Cap. 4) Capítulo 3
(Cap. 5) Capítulo 4
(Cap. 6) Capítulo 5
(Cap. 7) Capítulo 6
(Cap. 8) Capítulo 7
(Cap. 9) Capítulo 8
(Cap. 10) Capítulo 9
(Cap. 11) Capítulo 10
(Cap. 12) Capítulo 11
(Cap. 13) Capítulo 12
(Cap. 14) Epílogo
(Cap. 1) Prólogo
O som era ensurdecedor. Foguetes, aplausos, além da torcida cantando
a plenos pulmões o Hino da Inglaterra. No lugar mais alto do pódium, estava
Edward Masen. Seu olhar desprovido de emoção varreu a multidão,
encontrando alguns familiares e amigos. Sua mãe Esme estava com as mãos
na boca, chorando copiosamente. Ao seu lado estava o esposo Carlisle,
abraçando-a carinhosamente como sempre fazia em seus rompantes de
emoção. Edward sabia o quanto aquela mulher o amava e vê-lo mais uma
temporada no lugar mais alto do podium era motivo de felicidade para ela.
Edward sentia-se grato pela família maravilhosa que tinha, embora quase
nunca demonstrasse o quanto os amava. Sabia também da preocupação de sua
mãe com o filho mais velho. Até seus dezenove anos Edward era um rapaz
normal, que saía com os amigos, ía a festas e azarava as garotas. Acabava de
entrar para a Fórmula 1 e sua garra e competividade o elevou rapidamente ao
posto de maior ídolo da atualidade. Mas somente aos vinte e dois anos Edward
conquistou sua primeira pole position, sendo também naquele ano o piloto
mais jovem a conquistar o campeonato. Desde então, conquistou cinco
campeonatos seguidos, enchendo sua família de orgulho. No entanto, desde os
vinte anos ele não sabia o que era sorrir verdadeiramente. Sorrir com alma,
com o coração já não fazia parte de sua vida.
Nem mesmo seus pais sabiam o que o levou a se fechar de tal forma
para a diversão e para o amor. O maior ídolo de todos os tempos vivia quase
como uma sombra em sua casa.
Vivia recluso em sua luxuosa mansão, tendo como companhia seu fiel
mordomo Jacob Black, ou simplesmente Jake, como Edward o chamava. Ao
contrario dos colegas de profissão que adoravam badalação, exposição na
mídia e até mesmo noitadas acompanhadas de belíssimas mulheres, Edward
preferia o abrigo frio de sua casa. Quando suas necessidades tornavam-se
insuportáveis, Edward se valia dos serviços profissionais de Victória, Kate ou
Irina. Não tinha namorada ou sequer um simples “rolo”. Não havia espaço em
sua vida para outra que não fosse ELA. A mulher que lhe roubava os sentidos,
que lhe assaltava a mente sem permissão vinte e quatro horas por dia. A
mulher a quem internamente ele dedicava cada vitória. A mulher que nunca
saberia de seu amor. A mulher que ele nunca seria dele.
Edward recebeu o troféu e o ergueu em direção à família... sem um
único indício de sorriso em seu rosto. Ele era assim... soturno, forte, de gelo...
mas apaixonado.
(Cap. 2) Capítulo 1
O dia frio e chuvoso deixava a pista do circuito de Silverstone ainda
mais escorregadia e perigosa. Debaixo de grandes sombrinhas coloridas, a
torcida vibrava e olhava atentamente as ultimas voltas da corrida. Mais uma
vez não havia para ninguém. Edward Masen teve não so a Pole position como
também liderou a prova inteira, não perdendo a dianteira nem mesmo após a
parada. A imprensa já noticiava que essa seria sua melhor participação nas
competições desde o início de sua carreira. Estava praticamente em casa, já
que estava a pouco mais de uma hora de sua adorada Londres. Duas voltas
apenas para completar a prova, Edward seguia isolado na dianteira.
Literalmente isolado. Dentro de seu cockpit, Edward so visualizava a pista a
sua frente. Não pensava em nada mais nesse momento. O olhar frio, quase
congelante era sua marca registrada. Apesar de seu jeito sisudo a equipe o
adorava e idolatrava. Homem de poucas palavras, mas extremamente educado,
Edward é filho de Esme e Carlisle Masen. Aos vinte e sete anos, era o mais
velho entre os quatro filhos do casal. Sua paixão por carros e pela velocidade
o levou a ingressar no mundo automobilístico aos sete anos de idade. Aos
onze anos, como cadete, foi campeão do Pais Basco e aos quatorze anos foi
Campeão Mundial de Juniores.
************
–Jake.
–Obrigado Jake.
Edward sabia muito bem que quando Jake fazia esse tipo de pergunta,
na verdade queria saber se Edward iria contratar o serviço de alguma
profissional. Geralmente quando isso acontecia, o amigo saía de casa, embora
nem fosse preciso. Edward não demorava mais do que o necessário para se
aliviar.
Desde que veio trabalhar com Edward, Jake foi aprimorando algumas
qualidades. Sempre cozinhou bem, desde os doze anos quando a mãe adoeceu
e precisou aprender. Ele fazia questão de cozinhar e Edward agradecia. Não
queria um monte de gente andando por sua casa. Não queria dizer que fosse
anti-social ou odiasse as pessoas. Ele simplesmente gostava do silencio de seu
isolamento. Mais que três pessoas já era o suficiente para conversas e risos.
Apesar do que, Jake sabia muito bem como era seu estilo e com certeza não
permitiria algazarra ali. Entretanto, duas vezes por semana, uma empresa
especializada era chamada para cuidar da limpeza da casa. Seria injusto deixar
uma mansão como aquela a cargo de apenas uma pessoa.
Apoiou a testa na parede fria, com o corpo ainda sob a ducha. De olhos
fechados ele tentava afastar os pensamentos daquela mulher. Estava tão
enterrado em sua tristeza, saudade e amor que parecia bloqueado para tudo.
Era engraçado ver como as pessoas o chamavam de Príncipe de gelo por
nunca sorrir, nunca demonstrar qualquer emoção. Talvez eles nem
imaginassem que ele não conseguia ao menos chorar. Jake sempre disse que
chorar alivia tensões, medo, tristeza e saudade.Mas Edward não conseguia.
Fazer isso era simplesmente admitir que foi derrotado, embora já soubesse
disso. Ele jamais poderia ter o amor dela.
Edward rolou os olhos e Jake riu. Era uma das raras expressões em seu
rosto de pedra. O rolar dos olhos, demonstrando seu deboche. Edward se
sentou, levando o cálice de vinho aos lábios e depois encarou o amigo.
–Eu gosto disso, Edward. Gosto de estar aqui, gosto de cuidar de você.
Dona Esme pediu que tomasse conta de você.
–Não.
Edward falou com firmeza e Jake parou numa posição estranha, meio
sentado, meio de pé.
–Fique. É bom ouvir suas asneiras. Pelo menos eu não penso... coisas.
–Edward... você pelo menos deveria contar a ela o que sente... quando
a gente desabafa pode ser melhor.
–Ficou louco? Eu não posso fazer isso. Ela nunca saberá disso, Jake.
Nem pense em fazer merda.
–Esme.
–Oi mãe.
–Bem.
–Gostei de ouvir isso. Acredita que seus amigos ainda ficaram bebendo
sua vitória? Estão na beira da piscina.
–Bêbados, claro.
Edward já sabia o que ela iria dizer. Deveria voltar a se divertir, sair
mais e coisas do tipo. Achou melhor interrompe-la.
–Tudo bem, desculpe. Mas eu quero te dizer uma coisa... semana que
vem é a final e iremos todos vê-lo de perto. Suas irmãs e sua cunhada chegam
aqui amanhã.
Edward sentiu o coração dar um salto dentro do peito. Não... não era
possível. Depois de tanto tempo?
–Sim, querido. Sei que deve estar estranhando o fato de Bella vir
também, mas agora ela está mais tranquila nos estudos e no trabalho.
Jake viu o amigo inclinar o corpo para frente e enterrar as mãos nos
cabelos, mas logo em seguida levantou-se e pegou o cálice das mãos do Jake.
Nesse momento Edward era uma incógnita para ele. Mesmo que conseguisse
decifrar algumas emoções do amigo por trás daquele gelo, dessa vez ele se viu
no vácuo. Uma única coisa era certa para ele: por dentro Edward gritava.
Desespero ou felicidade... ou as duas coisas. Jake so não sabia como ele iria
reagir à presença DELA novamente.
(Cap. 3) Capítulo 2
Raios e trovões varriam a noite de Londres, como num prenúncio para
o encontro do dia seguinte. Jake conferiu o relógio, constatando que passavam
das três e quarenta da manhã. Esticou o corpo na poltrona massageadora e
fechou os olhos, tentando cochilar um pouco. Depois de passar algumas horas
entre seu quarto e o quarto do patrão, ele por fim desistiu e resolveu ficar ali
mesmo. Há algum tempo Edward não tinha uma sucessão de pesadelos em
uma só noite como aconteceu dessa vez. Acordava aos gritos, suando e com a
respiração acelerada. Jake sentia-se impotente. Muitas vezes aconselhou
Edward a procurar um profissional e tentar buscar uma solução para o seu
caso. Ele não deu ouvidos. Agora, após a notícia de que ela estaria de volta, o
moreno temia uma piora considerável em Edward.
–Sabe tão bem quanto eu que não está. Olhe para você... está suando
como se estivesse febril...
–Eu estou bem. É só... calor. Quando tenho esses pesadelos costumo
ficar assim.
–O que é isso?
–Quer que eu vá com você amanhã? Aposto que Dona Esme irá fazer
um banquete de almoço. Posso ir com a desculpa de ajuda-la. Assim fico de
olho em você, caso precise de um cabide para se apoiar.
–Sabe que sua mãe vem até aqui e pega você pela orelha.
4 horas depois
Edward abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi o armário moreno
ao seu lado.
–Já estive aqui umas cinco vezes tentando te acordar e nada. Parecia
morto.
–Acho que demorei a pegar no sono... e depois disso seu chá fez efeito.
–Bom... sua mãe já ligou umas três vezes, perguntando a que horas
você v ai. Ela estranhou o fato de você estar dormindo ate essa hora. Inventei
que ficamos ate tarde jogando cartas.
–Filho! Finalmente.
–Absurda.
Esme o interrompeu.
Dessa vez foi a voz de anjo que interrompeu Esme, fazendo o coração
de Edward falhar uma batida.
De repente sentiu uma dor tão forte no peito que lhe causou falta de ar.
Sua cabeça chegou a girar. Seus olhos ardiam, mas ele parecia seco... não
havia lágrima. Quase gritando desesperado para que ela não fizesse isso,
Edward viu Bella se aproximar e no instante seguinte repetir o gesto de Rose.
Jogou-se em seus braços, abraçando-o fortemente.
(Cap. 4) Capítulo 3
Ninguém jamais saberia o quanto foi difícil para Bella tomar aquela
atitude. Fingir que estava tudo bem e que era mais que normal dar um abraço
daquele no irmão que não via há tanto tempo. Talvez ele percebesse o tremor
em seu corpo, ao estar tão agarrada a ele, mas era discreto demais para fazer
qualquer observação a respeito disso. Ainda o mesmo abraço caloroso, o
mesmo cheiro adorável... apenas o sorriso não existia mais em seu rosto.
Desde que se afastou e foi morar em Milão, Bella não deixou de acompanhar
um so minuto da carreira de Edward. Mas era triste ver que aquele sorriso que
a encantou desapareceu de seu rosto. Nunca conversaram a respeito, mas
Bella veio disposta a mudar isso. Talvez Edward a culpasse de alguma coisa.
E estava na hora de colocarem as cartas na mesa. Ela queria que ele fosse
feliz, que voltasse a sorrir, mesmo que não fosse um sorriso sincero. Afinal,
era isso que ela mesma fazia. Não conseguia sorrir verdadeiramente. Mas
ambos precisavam se soltar daquelas amarras e buscarem a felicidade, ainda
que lhe doesse imaginá-lo feliz com alguma mulher.
–Obrigado.
–Venham... sentem-se. Jasper foi buscar algumas coisas pra mim, mas
já deve estar voltando. Enquanto isso quero ouvir as novidades.
Flashback on
–Olá...
–Oi.
Ela respondeu e aos ouvidos de Edward sua voz soou como o doce
cantar dos anjos. Bem próximo a ela, pode sentir seu aroma de morangos e a
principio não soube dizer se era um perfume ou xampu. Ficaram se olhando,
ela mordendo os lábios e ele completamente abobalhado.
–Você gosta?
–Oh...
Edward não conseguiu dizer mais nada. A garota ali, a sua frente
falando que passou a gostar do esporte por causa dele e o idiota sem reação.
Iria se odiar por muito tempo por causa disso.
–Qual o seu nome?
–É... acho que não. Hum... não quer se sentar com a gente?
Ela perguntou e Edward não soube o que dizer. Diria o que? Que não
queria imaginá-la beijando outro cara?
–Igualmente, Bella.
–Hei... Bella.
–Por quê?
–Nem é tão sério assim. Eu termino com ela para ficar com você.
–Venha aqui...
–Você é linda.
–Eu... posso?
–Pode.
–tão bom.
–Eu fico com o da minha mãe, mas... quase nunca tenho condições de
ligar.
–Por favor.
Flashback off
–Oi.
–Oi.
–Eu perguntei se posso ficar com você. Eu... preciso tanto conversar
com você.
Edward ficou em silêncio, não por querer, mas porque não encontrou
voz para dizer qualquer coisa.
–Jura?
–Por que você mudou logo depois que Carlisle disse que nós éramos
irmãos. Eu não fazia idéia, Edward. Eu nunca soube quem era meu pai. Acho
que minha mãe so me contou porque estava morrendo. Quando ela me disse o
sobrenome Masen imediatamente pensei em você e estava disposta a nunca
procurar meu pai. Sumir da sua vida. Mas de alguma forma ela fez isso e ele
me encontrou. Eu...
–Bella... eu sei disso tudo. Meu pai nos contou, lembra? Eu nunca
pensei que você fosse culpada.
–Mas foi assim que me senti. Você nunca mais sorriu, nunca mais se
divertiu. Afastou-se de todos e...
Edward passou a mão pelos cabelos e fechou os olhos com força. Era
duro se lembrar dessas coisas, era duro sentir a vontade insuportável de puxá-
la para os seus braços e beijá-la.
–Eu fiquei em choque, Bella. Como você acha que me senti ao saber
que eu tinha beijado a minha irmã? Como acha que ficou minha cabeça ao
saber que eu quis namorar a minha irmã?
– Mas no dia seguinte eu soube que meu pai era Carlisle Masen. Eu
quis morrer por saber que tinha me apaixonado de forma tão rápida e
assustadora pelo meu próprio irmão.
–Bella... eu...
Edward não sabia o que dizer. E não pode tentar falar nada, pois foram
interrompidos por Esme.
Bella ainda olhava para Edward por trás da cascata de lágrimas. Por
que ela continuava amando aquele homem se os sentimentos dele não
existiam mais? A sua expressão era tão fria que Bella não conseguia imaginar
o que se passava na cabeça dele. Muito menos no coração.
(Cap. 5) Capítulo 4
Notas do capítulo
Dedicado a Marta13 que fez a primeira recomendação, mesmo não sendo
adepta de recomendar uma fic com tão poucos capítulos.
–Quer conversar?
–Não.
–Fique.
–Pois deveria. Mas... eu acho que estava mesmo fugindo dos meus
sentimentos.
–Como sempre.
–Como sempre. Mas antes era mais fácil. Da pra você visualizar isso?
Eu posso morrer de amor por ela, morrer de vontade de tê-la em meus braços,
beijá-la e torná-la minha. Mas isso tudo com ela longe daqui. Mas sentir tudo
isso cara a cara com ela... é loucura. Imagine o que senti quando ela disse que
se apaixonou por mim há sete anos... assim como eu me apaixonei?
–Sim.
Jacob não sabia o que dizer agora. A sua vontade, na verdade, era de
dizer: jogo tudo para o alto e embarque nesse amor. Mas logicamente Edward
o olharia como se estivesse vendo um louco. Mas Jacob tinha uma visão um
pouco diferente das coisas. Eles eram apenas meio irmãos... seria apenas meio
pecado, não é?
–Mas... ela disse que se apaixonou. Ela ainda está apaixonada? Ama
você?
–Eu não sei Jake. Ela não disse e eu... ultimamente não posso acreditar
em minhas suposições. Quer dizer... eu posso achar que vi amor em seus
olhos. Mas pode ser apenas meu desejo desesperado de que seja recíproco,
não é?
–Está louco? Nós nem podemos viver isso, Jake. Para que saber de algo
que não poderemos desfrutar?
–Olha... eu não vou dizer o que estou pensando. Sério... você não vai
gostar de ouvir.
–Então não diga. Pegue uma bebida pra mim, por favor.
–Mais forte?
–Sim.
Jacob fez o que Edward pediu e assim que lhe entregou a bebida, saiu
da sala, deixando-o perdido em seus pensamentos. Pela conversa com a
família, soube que Bella veio para ficar. As coisas ficariam estranhas. Mais
estranho ainda era o pensamento de Edward. Ele sabia que não conseguiria
viver em um mundo onde Bella não existisse. Seria fatal para ele. Mas sabia
que também não conseguiria ficar na mesma cidade que ela, sabendo que ela
estava tão perto e ele nada podia fazer.
Passou horas trancado naquela sala, bebendo até um pouco mais do que
estava acostumado, o que lhe causou uma bela ressaca na manhã seguinte.
Acordou com o sol invadindo a janela entreaberta do seu quarto e gemeu ao
sentir a forte pontada em sua cabeça. Girou o corpo, ficando de costas para a
claridade e so então tentou abrir novamente os olhos. Não sabia por que as
pessoas bebiam para espantar as mágoas, tristezas e problemas. No dia
seguinte eles continuavam la, a espera para serem resolvidos.
Duas batidas na porta e Jake entrou, trazendo uma xícara com algo
fumegante, que pelo cheiro Edward logo descobriu tratar-se de café,
provavelmente forte e amargo.
–Estou percebendo por essas olheiras. Por que não tenta dormir mais
um pouco? Não são nem nove horas ainda.
–Não. Tenho muita coisa a fazer. Vou tomar isso e depois um banho
para completar.
****
Jacob acabava de acertar o pagamento com Jeffrey quando viu um mini
Cooper adentrando a propriedade. Sabia que aquele carro pertencia à família
de Edward, mas não fazia idéia de quem o dirigia. Despediu-se de Jeffrey e
caminhou em direção ao veículo, chegando la a tempo de ver a bela morena
descer do carro. Usava uma calça jeans justa e uma camiseta azul sob o casaco
escuro. Ela sorriu timidamente ao ver Jacob e ele não teve dúvida alguma de
quem era ela.
–Vou bem, obrigada. Hum... acho que você deve ser o Jacob?
–Ah...hum... desculpe vir sem avisar, mas eu precisava muito falar com
o Edward. Ele está?
–Será que ele não ficará chateado por eu aparecer sem avisá-lo?
–Edward?
–Sim Jake?
–Quem...
Jacob abriu espaço e permitiu que Bella entrasse. Edward sentiu todo o
ar lhe faltar ao ver Bella ali, em sua casa... em seu escritório. Discretamente
Jake fechou a porta e se retirou, deixando os dois a sós. Bella permaneceu de
pé, mordendo os lábios e apertando as mãos.
–Oi.
–Não sabe como tem sido pra mim... conviver com isso na cabeça.
Com o fato de ter me apaixonado por meu irmão. Eu sonho com seus beijos,
Edward. Sonho com o que foi e com o que poderia ter sido. Olha... eu fui
embora porque não iria suportar ficar aqui sem desejar você.
Edward fechou os olhos com força e Bella pode ver toda sua angústia.
Ele se colocou de pé e ficou de costas pra ela. Sua respiração estava tão
ofegante que Bella conseguia ver os músculos de sua costas se mexendo.
Bella estava narrando exatamente o que Edward sentiu durante todo esse
tempo. Todos os sonhos, todos os desejos dela, na verdade... eram os mesmos
dele. Os dois estavam sintonizados. Mesmos pensamentos, mesmos
devaneios, mesmas vontades.
–Eu não queria causar mal estar na família. Esme me acolheu de braços
abertos, o que foi uma surpresa, dada a circunstância. Eu não poderia...
decepcionar ninguém. Por isso eu praticamente fugi. Fugi todos esses anos.
Tentei te esquecer, mas quanto mais eu tentava...mais você se entranhava
dentro de mim. Eu pensei que sendo paixão... iria passar com o tempo. Mas
mesmo distante eu acompanhava você... e a paixão se transformou em amor.
–Eu quero dizer que se sente algo por mim... vamos viver isso, Edward.
São apenas... convenções da sociedade. Meu amor por você não pode ser
pecado, uma vez que eu nem sabia que somos meio irmãos.
–Bella... eu...
Atordoada pela beleza dele, pelo seu cheiro marcante e por sua paixão
por ele, Bella não esperou mais nada. Colocou-se na ponta dos pés, jogou seus
braços em volta do seu pescoço e o beijou. Colou seus lábios nos dele,
chorando ao sentir sua maciez novamente em contato com sua boca. Apertou
os cabelos da nuca dele e passou a língua em seus lábios. Voltou a escovar
seus lábios nos dele, ansiando para sentir seus braços fortes em volta do seu
corpo. Mas então sua mente gritou: ELE NÃO CORRESPONDE!
–Não.
(Cap. 6) Capítulo 5
Não havia necessidade de respirar. Não precisavam de oxigênio. Eles
nem mesmo se sentiam presos à Terra. Ambos pareciam estar em outra
dimensão, onde só existiam os dois e a vontade cada vez mais crescente de
continuarem abraçados, se beijando. Edward lutava entre a razão e a emoção.
Ele queria se afastar... ou melhor, ele precisava se afastar. Estava errado!
Estava beijando apaixonadamente a própria irmã. Apaixonadamente... isso
parecia certo! Ele a amava com loucura, esperou por isso durante anos. Certo
ou errado. O que prevaleceria? Talvez não houvesse certou ou errado. Talvez
existisse apenas o amor e nada mais.
_ Bella...
Não passou de um sussurro, mas ela abriu os olhos, encarando os dele.
Ao olhar dentro dos olhos dela, Edward não pode deixar de se lembrar das
palavras ditas há pouco:
Ela se declarou para ele. Disse tudo o que ele sempre sonhou em ouvir.
Além disso, era exatamente o que ele sentia. Ainda que pensasse que aquilo
tudo era errado... ele não poderia ocultar isso. Não mais.
_ Eu também amo você, Bella. E assim como você, eu não sei mais o
que fazer para tirar esse amor de dentro de mim. Aliás... eu não quero isso.
Mesmo sabendo que isso é errado, eu não quero deixar de te amar.
Os lábios de Bella tremiam e mais uma vez foi impossível segurar seu
choro. Nem em seus sonhos mais loucos chegou a imaginar Edward dizendo
aquelas palavras. No máximo se permitiu acreditar que ele gostava um pouco
dela, mas nunca um amor como o que via em seus olhos.
O que ela poderia dizer? Nada. Não tinha palavras. Por isso agiu
novamente e voltou a beija-lo. Dessa vez ele correspondeu rápido, apertando-a
em seu braços e erguendo-a do chão. Bella apenas percebia que ele
caminhava, carregando-a, mas não ousava abrir os olhos. Mas percebeu
quando ele se sentou e colocou-a em seu colo. Não desgrudou os lábios dos
dela nem por um segundo. Puxou Bella de encontro ao seu peito, acariciando
suas costas. Bella enfiou os dedos nos cabelos macios e cheirosos dele,
deliciando-se com a textura deles.
_ Eu não sei como agir daqui pra frente. Não sei o que dizer.
_ Você é tudo o que mais quero nesse mundo. Mas entende que não é
tão simples assim?
_ Eu não me importo com a opinião de outras pessoas.
Ela se calou. Seu medo maior sempre foi Esme. Não que alguma vez a
tenha destratado ou dado algum motivo para teme-la. Mas Esme a aceitou
como se fosse sua própria filha. Acolheu Bella de braços abertos, sem jamais
discrimina-la. E era tão apegada a certas crenças religiosas que ela temia sua
reação. Não queria de forma alguma provocar discórdia entre eles. E pelo jeito
Edward pensava da mesma forma que ela.
_ Sim, deveria.
Ele arregalou os olhos. Com certeza jamais pensaria que ela faria esse
tipo de pergunta.
_ Será estranho...
_ Estranho por que? Somos irmãos que não se veem há tempos. Que
mal há nisso?
_ Sei. Mas eu quero tudo com você, Edward. Estou disposta a enfrentar
o mundo, se preciso.
_ Almoça comigo?
_ Então vamos?
********
Tanto que ao ouvir o motor do carro que ele muito bem conhecia,
Edward sentiu seu corpo inteiro tremer e a respiração sair com mais
dificuldade. Inspirou lentamente enquanto caminhava até a porta de entrada.
Seu coração batia num ritmo louco. Ficou observando enquanto ela travava o
alarme e se aproximava, uma bolsa grande pendurada em seu ombro. Usava
uma calça colada ao corpo e um grosso casaco.
_ Oi... voltei.
_ Medo.
_ Por enquanto.
_ Jake avisou que jantei lá? Eles não abriram mão disso.
Mas assim que ele abriu a porta do quarto, Bella não teve dúvida:
estava no quarto dele. O ambiente era todo Edward. Tinha a classe, beleza e
elegância natas dele. Sem falar no cheiro impregnado ali. Seu olhar recaiu
sobre a cama e ela não pode deixar de pensar em quantas mulheres se
deitaram ali. Não poderia sentir ciúme. Ele era homem... másculo e viril. Mas
ainda assim a ideia lhe embrulhava o estômago.
_ Nenhuma.
_ O que?
_ Sei que é isso que está pensando. Mulher alguma se deitou aqui.
_Ah...
_ E você?
Edward tinha certeza que não queria ouvir a resposta, mas seu ciúme o
obrigava a perguntar.
_ Eu sei disso. No meu caso nem era uma tentativa de esquecer você.
Era apenas para satisfazer uma necessidade, nada mais.
Mas Bella sorriu. Por enquanto seria somente por isso mesmo. Mas
daqui a um tempo...
Ela veio disposta a pegar Edward para si. Queria esse homem, queria
seu amor. Iria pouco a pouco derrubar todo o gelo que ele mesmo ergueu à sua
volta.
_ Seu homem?
_ Meu homem... meu tudo. É isso o que você é para mim. Eu sinto
como se você fosse minha alma. Não dá para ficar longe... não mais.
_ Ah... Bella...
E pela primeira vez, após tantos anos, uma lágrima deslizou pelo rosto
de gelo... agora nem tão gelado assim. Outras lágrimas se seguiram. Era um
choro de alívio, por finalmente ter a mulher de sua vida em seus braços.
Notas finais do capítulo
Boa semana a todas.
(Cap. 7) Capítulo 6
Já era tarde, mas nenhum dos dois parecia ter sono. Após a crise de
choro de Edward, que durou alguns minutos, Bella acariciou o seu rosto e
beijou, secando suas lágrimas. Segurou-o pela mão e foram para cama, onde
se sentaram e onde estavam até agora, quase quatro horas depois. Edward
estava sentado, com as costas apoiadas na cabeceira da cama. Bella estava
sentada entre as pernas dele, encolhida junto ao seu peito, mas de tal maneira
que conseguia ver perfeitamente seu rosto.
_ Quando meu pai disse que você precisava concluir seus estudos,
imaginei que ficaria aqui. E nunca pensei que resolveu ir embora por minha
causa.
_ Oh sim... foi. Sabe tão bem quanto eu que temos escolas fantásticas
aqui. Não precisaria mesmo ir embora para estudar fora, já lhe disse isso. Mas
eu ficava olhando pra você... meu irmão. Tão lindo e eu estava cada vez mais
apaixonada. Não parava de pensar em nosso beijo e em você me dizendo que
eu seria sua namorada. Eu precisava ir embora e tentar esquece-lo.
_ não. Não foi tão rápido assim. Quando cheguei a Milão eu fiquei
mesmo focada nos estudos. Achava que iria esquecer você. Mas quando
percebia... lá estava eu procurando reportagens sobre você, revirando sites e
revistas que tivessem alguma informação. O que eu mais queria era saber se
você tinha alguém. E daí veio o apelido de Príncipe de Gelo. Cheguei mesmo
a acreditar que eu era a culpada, mas nunca pensei que fosse por você me
amar.
_ Bom... somente depois que percebi que nada do que eu fazia surtia
efeito para esquecer você... eu me envolvi com o Albert. Era bonito e gentil,
mas eu sequer sentia vontade de beija-lo. Mas eu tentei... começamos a sair,
fomos nos envolvendo. Até que decidi que... você sabe.
_ E por que de uma hora para outra você resolveu voltar e me contar
tudo assim, logo de cara?
_ Já falei... porque não quero mais ficar longe de você. Não quero e não
consigo.
_ Você já parou para pensar no que sua mãe faria se estivesse viva?
_Não faço ideia. Já pensei nisso várias vezes mas não chego a uma
resposta. Às vezes eu preferia que ela não tivesse dito nada.
_ Tente entender meu lado... não é fácil. Com certeza nossa família
ficará contra nós dois. A última coisa que queria era provocar qualquer tipo de
desgosto.
_ Eu sei. Eu também não quero isso. Mas não temos culpa, caramba. Já
discutimos sobre isso, Edward. Nos apaixonamos à primeira vista, sem
sabermos quem éramos realmente.
_ Até hoje não sei como sua mãe conseguiu entrar em contato com meu
pai.
_ Mas ele nunca teve dúvidas do amor dele por Esme. Minha mãe me
contou como tudo aconteceu. Quer ouvir?
Edward afirmou, mas antes puxou Bella para um beijo. Estava lutando
consigo mesmo para não pensar no que os outros pensariam a respeito deles.
Ainda estava meio perdido, achando errado o que estavam fazendo. Mas ouvir
Bella se declarando a ele jogou por terra qualquer resquício de juízo que
pensou ter. Não poderia abrir mão desse amor, nunca mais. Estava um pouco
mais leve, mais aliviado. Realmente Jake tinha razão.... Chorar lhe fez muito
bem.
_ Sério?
_ Sim. Eles ficaram juntos mais umas vezes, mas ela soube quando fez
os exames que havia engravidado na primeira vez. Bom... depois disso
Carlisle se reconciliou com Esme. Foi sincero com minha mãe... e nunca mais
se viram.
_ Mas pelo que você disse, vocês passaram dificuldades. Por que ela
não procurou meu pai?
_ Ele estava bem com Esme, Edward. Ela achava que a esposa jamais
iria aceitar a filha bastarda do marido. Só entrou em desespero quando se viu à
beira da morte e eu ficaria sozinha.
_ Eu não tenho vida pessoal, Bella. Não saio com amigos. Aliás eu nem
tenho mais amigos, exceto Jake. Quando não estou trabalhando, estou em
casa.
_ Prostitutas. Sim, fazia isso. Mas era algo meio mecânico. Eram
alguns minutos até gozar e então elas estavam dispensadas.
– Com certeza não. Elas vinham até mim. São vários quartos aqui. Eu
as levava para um que nunca é usado por ninguém. E nem permitirei que
usem... sei lá. Eu não gosto dessa situação.
_ Eu queria muito que você perdesse o controle. Mas sei que ainda é
cedo.
_ Comporte-se.
_ Minha mãe se apaixonou por nosso pai à primeira vista. Assim como
eu me apaixonei por você. Será que isso é de família? Se tivermos um
garotinho ele será apaixonante também.
_ Vamos deitar?
_ Gostou?
–Não.
_ Mesmo?
******
_ Sim. Eu queria fazer uma surpresa pra ele. Não sabia que era você
que preparava tudo.
_ De forma alguma.
_ O que foi?
_ Ai.. eu acho que sim. Ele ainda está meio temeroso, mas aceitou. Ele
me pediu em namoro.
Então Bella percebeu como Jake gostava de Edward. Havia uma bela
amizade entre os dois e ela ficou feliz em saber que Edward não esteve tão
sozinhos nos últimos anos.
_ Bom dia.
_ Que pena.
_ Nem vem com essa putaria de ciúmes pra cima de mim não, ok?
Aquela mulher te ama, maluco. Vê se entende isso. Ela só me abraçou porque
eu disse que se ela o ama tanto quanto eu vejo... ela também é minha amiga.
_ Jake...
_ Não...ainda é cedo.
_ Se você diz...
https://www.facebook.com/Agatha.Fanfics?ref=tn_tnmn
https://www.facebook.com/groups/449054611845406/
(Cap. 8) Capítulo 7
Indecisão. Desejo. Dúvida. Edward saiu da cozinha disposto a entrar
naquele banheiro juntamente como Bella, assim como Jake disse. No meio do
caminho ele parou. Não poderia fazer isso... não agora. Sabia que seria difícil
se segurar. Já tinha sido durante a noite, na qual ele mal conseguiu dormir
com a pele macia e seminua ao seu lado. Tinha plena certeza que sua
consciência iria atormenta-lo por dias caso tomasse Bella pra si tão rápido.
Por outro lado... ele já tinha declarado seu amor. Prometeu a Bella que
iriam lutar para ficarem juntos. Qual era o problema agora? Existia tanta
diferença entre beijar e namorar a meia irmã e fazer amor com ela? Existia.
Claro que existia. O pecado era bem maior.
Quantas pessoas tem a mesma sorte que ele? Amar e ser correspondido
com a mesma intensidade? E ele aqui... ainda pensando em certo e errado.
Danem-se as convenções. Ele não iria mais sufocar um sentimento tão puro
que surgiu sem que soubesse quem eram realmente.
Bella permanecia parada, trêmula somente por vê-lo ali à sua frente,
usando apenas a boxer que já não segurava sua ereção. O corpo era perfeito,
muito mais do que imaginou. Peito e ombros largos, barriga definida e coxas
musculosas. Sentia sua respiração acelerar gradativamente e seu sexo queimar
e umedecer ao mesmo tempo.
_ Você é lindo.
_ Mas eu quero que você perca o controle. Eu quero que você me jogue
contra essa parede e me faça sua.
Edward negou, mas seu corpo novamente o traiu e ele carregou Bella
pela cintura, prensando o corpo dela entre a parede e seu corpo. Deslizou-a
um pouco para baixo de forma a deixar seu membro em contato com o sexo
dela. Bella ergueu a cabeça, sempre gemendo e cravando as unhas nos ombros
dele.
_ Por favor...
_ Não...
Logo o banheiro foi preenchido pelos gemidos dos dois e pouco depois
o grito abafado de Bella ao gozar. Edward veio logo após, gozando
intensamente na mão de Bella, rosnando feito leão enjaulado enquanto ainda
sugava seu seio.
Bella pediu, pois sabia que suas pernas não suportariam seu peso. O
orgasmo foi tão intenso que ainda sentia seu sexo latejando e as pernas
bambas. Edward encostou a cabeça na parede, de olhos fechados. Felizmente
era forte o bastante para continuar de pé. Nem mesmo quando estava dentro
de uma mulher ele sentiu um prazer tão arrebatador, a ponto de deixar sua
mente fora do ar por breves segundos. Afastou-se e olhou nos olhos de Bella
quando sentiu seus dedos acariciando sua nuca.
Edward seguiu o olhar de Bella e viu as mãos dela sujas com seu
sêmen.
_ Princesa de gelo?
Bella abriu outro largo sorriso, sonhando com o dia em que veria o
mesmo sorriso no rosto de Edward.
********
Bella estava em tal estado de euforia que sua vontade era de gritar,
cantar alto e beijar todo mundo. Aliás... ela gritou e cantou alto enquanto
dirigia de volta à casa dos pais. Não iria, obviamente ficar muito tempo lá.
Somente iria fazer as malas e voltar para casa de Edward. Ele viajaria no dia
seguinte para o Canadá e diante do convite para acompanha-lo, Bella não
pensou duas vezes.
_ Oh minha filha... que bom. Vejo que estão se dando muito bem.
_ Hum... legal. Mas pai... eu queria conversar uma coisa com você.
_ É particular?
_ Por que isso agora? Você... você não se sente minha filha?
_ Não. Claro que não é isso, pai. Eu só queria que não restassem
dúvidas e...
_ Eu nunca tive dúvida, Bella. Você é minha filha e eu a amo, da
mesma forma que amo a Rose e o Jasper. Nunca mais repita um absurdo
desses.
Carlisle não disse nada. Apenas saiu da sala. Bella iria se martirizar até
a morte por causa dessa estupidez. Por que não propôs isso a Edward e não a
Carlisle? Burra! Baixou a cabeça, ciente do olhar de Esme sobre si.
_ NÃO. Juro que não. Edward foi super simpático e atencioso comigo.
_ Ah... que alivio. Eu pensei que esse foi um dos motivos que a levou a
querer ficar com ele ontem. Tentar... serem amigos.
Ela bufou.
_ Desculpe. Mas, olha... não tem nada a ver com Edward. Foi só uma
idiotice da minha cabeça.
_ É um alivio pra mim. Durante anos fiquei com essa ideia na cabeça,
mas se estão se dando bem... eu fico feliz.
_ Vá sim, querida. Você vai amar o Canadá. É uma pena que Edward
não terá muito tempo para passear com você.
_ Eu me viro.
(Cap. 9) Capítulo 8
Notas do capítulo
Contém cenas quentes. Quem não gosta, ja sabe...
Não havia outro lugar no mundo em que Bella quisesse estar. Estava
com o rosto sorridente enterrado no peito de Edward, sentindo seus braços a
sua volta. Mesmo após quase seis horas de voo ela se sentia bem disposta,
talvez por causa da companhia. Aliás... certamente era por causa da
companhia. Passaram a noite anterior juntos, aos beijos e carícias ousadas que
por pouco não derrubaram a última barreira que Edward ergueu sobre o
relacionamento dos dois. Chegaram a ter uma breve discussão, afinal Bella
achava o fato simplesmente ridículo. O que fizeram no banheiro e na cama a
noite, pra ela já era sexo. Só não houve penetração, mas aquelas preliminares,
aquele jogo de sedução pra ela era parte do fazer amor.
_ Em?
_ Na nossa última conversa de ontem. Está vendo como nós dois
estamos meio perdidos? Até você está incomodada com a situação.
_ Mas...
_ Exceto o Jake.
_ Exceto o Jake.
_ Acho tão bonita a amizade de vocês.
_ Jake é muito importante pra mim. Segurou tantas barras, tantas crises
minhas que você não faz ideia. Às vezes eu penso em como ficarei quando ele
resolver seguir sua vida... outro emprego, família, filhos. Sei que parece
egoísmo, mas... ah... é mesmo.
Bella riu alto e depois tapou a boca. Nessas horas preferia um jatinho
particular ao invés de um voo comum. Poderiam ter mais liberdade se
estivessem a sós.
_ Ela não te abandona nunca. Pode até se casar e ter filhos, mas duvido
que vá abandonar você.
_ Não é justo. Ele merece ter uma profissão. Sempre digo que deveria
ser psicólogo.
_ Talvez ele goste realmente do que faz e não só porque é seu amigo.
_ Pode ser.
_ Com sono?
_ Mais ou menos uma hora. Acho que dá pra você cochilar um pouco.
_ Não sei... talvez seja por causa de um corpo quente e cheiroso ao meu
lado.
_ Até parece... você sempre está acesa, Bella. Sabe... nunca imaginei
que você fosse assim... tão fogosa.
_ Fico lisonjeada com isso. Mas saiba que também sinto o mesmo em
relação a você. Tantas mulheres lindas ao redor nessas corridas.
_ Não tenho olhos para nenhuma delas, sabe disso. Somente uma me
fisgou há sete anos...e era a mais linda naquele autódromo.
_ Confesso que minha insistência maior em entrar lá foi para ver você.
Eu poderia muito bem vender água nos arredores dali. Mas eu queria uma
chance de ver você de perto.
_ E a loira?
_ Tanya? Terminei com ela naquele mesmo dia. Ela ainda insistiu um
tempo, mas meu coração já tinha dona. Há anos não a vejo.
_ Melhor assim.
_ Durma.
Bella levou as mãos aos lábios no momento em que o viu subir ao topo
do pódio, receber o troféu e a tradicional champanhe. Colocou a enorme
garrafa de lado e seu olhar percorreu a multidão... procurando.
Fez um sinal de positivo com o polegar assim que avistou sua família.
Desviou o olhar e um pouco mais à frente encontrou Bella. Seus olhares se
cruzaram e foi como se fossem levados novamente ao passado... há sete anos.
Bella levou a mão ao lado direito do peito e Edward entendeu seu gesto. Era
como se ele visse novamente a adolescente linda pela qual se apaixonou. A
diferença era que agora ela era uma mulher feita e ele não era apenas um
rapaz apaixonado. Era um homem que amava com toda força de seu ser. Entre
lágrimas, Bella moveu os lábios.
Sorriu, sentindo o gosto salgado escorrer por entre seus lábios. E seu
choro aumentou ainda mais quando viu Edward erguer o troféu, apontando em
direção a ela... e um sorriso lindo, o mesmo sorriso de sete anos atrás surgir no
rosto dele.
_ Pois é...
_ Rose, eu...
_ Agora eu entendo tudo. O motivo pelo qual foi embora, essa tristeza
do Edward... no fundo tudo se resumia a amor.
_ Não fale assim. Amamos você, não é Carl? Aliás... amamos todos
vocês incondicionalmente.
Carlisle não cabia em si de felicidade. Dessa vez nem tanto por mais
um campeonato conquistado, mas por ver novamente o brilho nos olhos e o
sorriso realmente feliz de Edward. Seja lá o que Bella tenha dito a ele, com
certeza fez muito bem. Sete anos com um olhar sem vida... e agora ele
desabrochava novamente.
Esme pegou uma mão de Edward e outra de Bella, levando as duas aos
lábios.
_ Não sabem como estão nos deixando felizes. A família unida
novamente.
_ Sim, pai. Mas Edward e eu ainda vamos tomar algo no bar do hotel.
_ Ah Bella...
Edward beijou-a mais uma voz, antes de se afastar com ela no colo em
direção à cama.
_ Use e abuse...
_ Com certeza. Mas essas curvas são as mais perigosas que já conheci.
********
_ Não sei por que ele ainda está solteiro. As mulheres suspiram por ele
e Edward sequer percebe.
_ Sabe que Edward sempre foi discreto quanto a sua vida pessoal. E eu
não gosto de ficar me metendo, mesmo sendo mãe. Quando ele achar que
deve nos contar algo, com certeza o fará.
_ Eu?
_ Sim. Estão mais amigos, mais chegados. Ele nunca comentou nada?
_ Não.
_ Por que ao invés de ficar procurando um emprego, você não abre sua
própria clínica?
_ Sabe que não tenho dinheiro pra isso. E não! Não irei aceitar dinheiro
de vocês.
_ Querida, você é nossa filha. Nada mais natural que dar nossa ajuda.
“Quero sair logo daqui. Não aguento mais essa mulher sem noção.
Pode se encontrar comigo em frente à emissora? Tenho uma novidade para te
contar.”
_ Oi.
_Oi. Ainda bem que teve a ideia de vir de taxi. Quero você comigo e
não em carros separados.
Foram até o volvo, Edward abriu a porta para que Bella entrasse e deu
a volta, entrando no carro. Deu a partida e só então começou a falar.
_ Eu estive conversando com o Jake ontem e ele me incentivou a
perguntar isso. Claro que já tinha pensado na hipótese mas não tive coragem
de propor.
_ O que é?
_ O que foi?
_ Não conversei sobre isso com ele. Aliás, eu venho pensando nisso
desde quando você voltou. Olha... nem vem me falar que não tem dinheiro
porque sabe que eu posso ajudar.
_ Por favor, Bella. Diga que sim. Eu amo você... sou seu homem. Por
que não aceitar minha ajuda?
_ Meu homem?
_ Sempre.
Bella nem se atreveu a perguntar, sabia que ele não diria. Percorreram
mais algumas ruas e logo Edward estacionava o carro em frente ao que já foi
uma casa um dia. Amplas janelas de vidro enfeitavam a frente, assim como
uma larga porta de madeira. Havia um belo jardim em frente.
_ O que é isso?
_ Não mais.
Dessa vez apenas meio sorriso torto, mas que também era o suficiente
para deixa-la de pernas bambas.
Ela olhou para o rosto de Edward, olhou para o que seria sua clínica e
voltou os olhos novamente para ele. Sentiu os olhos marejados e passou
rapidamente as mãos nos olhos. Deu dois passos em sua direção e o abraçou
com força.
_ É perfeita.
_ Gostou mesmo?
_ Amei.
Eles se afastaram e Edward segurou sua mão. O que ele não faria para
ver aquela mulher feliz? Para ver aquele brilhos nos olhos dela?
2 dias depois
_ Bom dia.
_ Animada?
_ Muito.
Desde o dia em que mostrou o lugar que comprou para que montasse
sua clínica, Edward e Bella vinham procurando profissionais para colocarem a
clínica da forma que ela imaginava. Procuraram por um arquiteto que acabou
por indicar também uma decoradora. Hoje Edward planejava procurar móveis
para a recepção da clínica.
_ Sei que devo estar com bafo matinal, mas você disse que não se
importa.
_ Não mesmo.
Edward a beijou, buscando sua língua e Bella ergueu uma das pernas
para enlaçar sua cintura. O lençol foi afastado com esse gesto, fazendo
Edward gemer ao contato da pele quente de Bella com sua mão. Mordeu
levemente os lábios dela e se afastou sorrindo.
_ Chato.
_ Sempre.
_ Vocês não estão dando bandeira não é? Tudo bem, eu acho mais do
que lindo esse amor de vocês e de forma alguma acho que deveriam esconder
isso. Mas acho que deveriam comunicar isso a sua família primeiro.
_ Claro. Você está certíssimo. Mas por que está falando isso? Qual o
problema em sair com ela?
_ Eu também.
_ Ele está certo. Não podemos deixar que nossa família saiba depois de
todo mundo.
_ Eu já disse que isso é besteira, mas tudo bem. Iremos esperar até
segunda-feira. Iremos lá bem cedo para pegar o resultado.
_ Mas há pessoas que sabem muito bem quem você é. Não viu como o
cara está nos atendendo bem?
_ Eu sei que ciúmes é normal, mas vamos tentar segurar as pontas? Por
favor.
Quando ele falava assim, Bella sabia que não adiantava perguntar. O
jeito era esperar até chegarem ao destino. Percebeu que Edward estava saindo
um pouco da área residencial. Pegou uma estrada de terra até chegarem a uma
velha ponte. Abaixo dela um pequeno rio de aguas claras e calmas.
_ Hum...
_ Fraca.
_ Veremos.
_ Edward?
_ Hum?
**********
_ Quem será?
A primeira foto era dos dois se beijando, no dia em que Edward levou
Bella para conhecer a clínica. Bella estava de costas na foto, mas a família
obviamente sabia que era ela. A manchete em letras garrafais dizia: “Príncipe
de gelo e sua princesa?”.
Edward olhou a revista e na capa haviam várias fotos. Dos shopping,
inclusive uma dos dois na varanda da mansão. Não se beijavam, mas a
expressão no rosto do dois dizia tudo. E a manchete: “Mistério revelado. O
motivo do sorriso do príncipe é a morena misteriosa.”
_ O senhor não está louco. Essa porcaria de foto não é montagem. Essa
foto... é o que é. Eu e Bella nos beijando. Eu e Bella mostrando o que somos...
um casal que se ama.
Com força fora do comum, Jake arrastou Carlisle até faze-lo se sentar.
Jasper interferiu.
_ Meu Deus... vocês são irmãos. Não podem. Isso é... isso contra as
leis.
_ Sim.
Então Edward contou tudo. Tudo o que aconteceu há sete anos, sem
omitir qualquer detalhe. Ouviam tudo em silencio inquietante. Carlisle tinha
os olhos vidrados no filho, mas parecia já não ter forças para esboçar qualquer
reação.
_ Por isso você era tão triste, tão sozinho. Nunca quis mulher alguma.
Olha... isso é meio estranho, meio demais pra minha cabeça. Mas... eu só
quero ver minha família feliz. Se vocês estão felizes juntos, quem sou eu para
julgar qualquer coisa? Eu não tenho esse direito. Ninguém tem.
_ Loucos... loucos...
_ Carl...eu sou sim, religiosa. Sou católica, faço minhas orações, creio
em Deus. Mas isso não faz de mim uma pessoa hipócrita. Isso já existiu até
mesmo na Bíblia. Se estivéssemos aqui falando de sexo cru, por fazer, se
estivéssemos vendo um caso de simples luxuria, eu seria a primeira a ficar
contra. Mas isso... é amor. Está estampado no rosto deles. Eu não posso ser
contra isso. Deus não seria contra um amor tão bonito. Não sei como não
percebemos isso antes.
Carlisle se afastou, praticamente empurrando Esme. Olhou-a com
evidente nojo.
_ Como ousa falar assim comigo, Carlisle? Eu sempre fui uma mulher
honesta, sempre amei você. EDWARD É SEU FILHO. Você foi meu primeiro
e único homem. Se estou do lado deles, é porque acredito no amor. No amor
que talvez você nem sinta, sabe por que? Quando tivemos nossa crise eu me
mantive fiel a você. E você o que fez? Arranjou logo outra para se aliviar.
_ A crise em meu casamento começou quando seu pai quis ter mais um
filho. Já tínhamos você e Jasper. Confesso que fui meio egoísta e fútil. Não
queria ter outro filho para não ficar com o corpo feio, acabado. Mas seu pai
sonhava com uma garotinha. Eu comecei a tomar pílulas sem que ele
soubesse. E quando ele descobriu... desencadeou essa crise. Ele saiu de casa,
encontrou a mãe da Bella e teve um caso com ela.
Esme se levantou, foi até Edward e afagou seus cabelos. Depois beijou
os cabelos de Bella. Só então virou-se novamente para Carlisle.
_ Isso tudo se resume a amor, Carl. Por amor a você eu não me envolvi
com ninguém. Por amor a você eu acolhi sua filha com outra mulher. Eu amo
a Bella, amo meus filhos. E a felicidade deles está acima de qualquer coisa.
Está acima de preconceitos, de hipocrisia. Eles se apaixonaram sem sequer
saber quem eram. Eu não posso ser contra esse amor. Ninguém pode ser.
Ninguém é Deus... perfeito e acima de todas as coisas. Ninguém tem direito
de julgar, chamar de imoral. Nesse mundo tão cheio de violência, de ódio, de
infelicidade... eu jamais poderia ser contra o amor.
_ Eu irei lutar contra essa podridão até o fim. Edward... não se atreva a
colocar seus pés em minha casa novamente. Bella vem embora comigo.
_ Eu não pedi perdão. Você é quem deve pedir perdão por ter ao menos
cogitado a hipótese de Edward não ser seu filho.
_Quanto a mim, nem preciso dizer não é? Agora o que tenho a dizer é o
seguinte... esqueçam isso. Sei que é difícil, afinal nosso pai que falou aquelas
barbaridades. Mas só o tempo agora poderá amenizar isso. Vão viver o amor
de vocês. Assim que sairmos daqui... se joguem naquela cama e pensem
apenas em vocês dois. Vocês merecem isso.
_ Tudo bem. Acho que de qualquer forma nosso pai não aceitaria.
Acho que... devemos esperar o tempo, como Rose disse.
_ Eu sei.
*****
_ Posso abrir?
_ Ah Edward...
Ele insistiu e ela o encarou. Tocou aquele maxilar perfeito que ela tanto
amava.
_ Não muda nada, Edward. Eu te amo e sei que não consigo mais
seguir sem você.
_ E não há como fugir desse nosso amor louco. Eu tentei fugir, você
tentou... e fracassamos.
Talvez ela não tivesse noção da proporção que as coisas iriam tomar ao
se tornarem públicas. Após as fotos terem saído nos jornais e revistas há duas
semanas, Edward teve sua vida completamente devastada pela imprensa.
Repórteres não saiam dos arredores de sua casa e foi preciso trocar o número
de seu telefone. Chegaram ao cúmulo de irem ao túmulo de Renne para fazer
uma reportagem.
Ele não iria negar que ficou em choque, mas também não iria se
arrastar ou baixar a cabeça. Amava sua profissão, amava correr. Mas se ele
precisasse desistir de tudo por causa de Bella, ele o faria. O amor dela era
mais importante que qualquer coisa.
— Desculpe, por favor. Eu sei que precisamos ser fortes, Edward. Mas
eu não consigo ver você sofrendo.
— Existem outras dezenas por ai, amor. Eu não vou morrer por causa
disso. Se eles não me querem lá por puro preconceito, só lamento por eles.
Bella fez uma careta, fazendo Edward rir. Desde quando aqueles
abutres passaram a cercar sua casa, Bella não quis mais saber de andar pelos
jardins. Apesar de toda segurança eletrônica que os cercavam, as grades
permitiam que vissem a movimentação nos jardins e varanda.
– Sei que exageram, mas é disso que eles vivem. E quer saber? Estou
tão cansado de me esconder. Eu não tenho vergonha do nosso amor, Bella.
Tudo o que as pessoas e a imprensa sabem é o que meu pai disse.
— Confia em mim?
— Sempre.
— Então vista-se e vamos descer. Irei falar isso com o Jake também.
Bella se levantou, sem deixar de olhar pra ele e foi até o closet se
vestir. Já imaginava o que poderia ser, mas ela não tinha certeza se iria mesmo
querer aquilo.
— Bom dia Jake. Está tudo bem sim, só resolvemos ficar um pouco
mais na cama.
— Vou trazer o café e levar os pães ao forno novamente.
— Sim, está.
— Pois então traga o café e volte. Preciso conversar com Bella e quero
que você esteja presente também.
—Ok. Eu já volto.
— Sim. E deixou um beijo pra você. Ah... Rose e Emmett vem almoçar
conosco hoje.
— Jake?
— Eu não esperava outra coisa, aliás no seu lugar eu já teria feito isso
há muito tempo. Às vezes esse seu congelamento interior parece que não vai
acabar nunca. Sério... eu não sei se encararia as coisas com a mesma frieza
com que você vem fazendo.
— Não dá mais. Eu quero ter uma vida normal. Quero poder sair com
minha mulher sem ninguém atrás de mim querendo explicações sobre nossa
vida.
— Sim, sim. Você está coberto de razão. Acho que você deve chamar
algum jornal ou revista... algo sério, é claro. Nada de tabloides
sensacionalistas. Chame algum deles e dê sua versão. E seja enérgico... se
precisar mande todos pra puta que pariu.
— E você, Bella?
— Não nego que estou assustada. Mas como você mesmo disse... pior
do que está não dá pra ficar.
Bella o abraçou pela cintura e juntos voltaram para a sala. Não iria cair
agora... não poderia. Ela tomou a iniciativa de vir atrás de Edward e se
declarar. Ela o provocou, o instigou. Devia isso a ele... ao amor deles.
Brigaria, se fosse preciso. Mas iriam ser respeitados como um casal normal,
um casal que se ama.
***********
Bella simpatizou logo com a repórter. Era exatamente isso que Edward
tinha em mente. Em um caso como esse, era sempre perigoso responder a
perguntas previamente formuladas.
— Perfeitamente.
— Espere ai. Isso tudo é incrível demais. Estou adorando ouvir você,
mas eu preciso dizer isso.
— Fique à vontade.
— Quer dizer que... você mudou por causa dela? É como se... o mundo
desabasse pra você no momento em que soube que eram irmãos... ai você se
fechou pra vida?
— Exatamente.
— Você não poderia ama-la, não poderia ser amado por ela, mas ao
mesmo tempo não conseguia refrear e não queria amar mais ninguém.
— Claro.
Bella sentia o coração batendo tão disparado que era quase impossível
respirar normalmente. Edward estava igualmente eufórico. Falou o que queria,
abrindo-se por inteiro, mostrando tanto amor que nem mesmo ele conseguia
dimensionar. Ele agradeceu à repórter e ela mais uma vez os parabenizou,
prometendo que a revista sairia no dia seguinte e a reportagem iria ao ar
naquela noite.
— Eu também.
Nesse momento Jake entrou com uma bandeja, onde estavam duas
taças de vinho.
— Talvez.
— Você eu não tenho certeza... mas imagino que seja o mesmo que eu
preciso agora.
Como ele havia previsto, pouco tempo depois eles deixaram de ser
assunto. Apenas entre família o clima permanecia tenso. Há três semanas
Carlisle saiu definitivamente de casa. Bella entrou em parafuso, acreditando
que ela era a culpada de tudo. Entretanto, Esme a fez enxergar que as coisas
não eram bem assim. Na verdade, ela deu um ultimato a Carlisle: ou ele
aprendia a conviver com o novo casal, ou então não fazia sentido continuar
naquela casa. Ele preferiu a segunda opção. Edward se lembrava muito bem
das palavras da mãe ao tentar convencer Bella de que nenhum deles tinha
culpa.
Flashback on
A viagem foi cansativa, mas valeu a pena. Fretou um voo apenas para
a família e partiram em direção a Las Vegas. Até mesmo Alice que ainda
reclamava da gravidez compareceu. Rose ficou encarregada de ajudar Bella
na escolha do vestido, mas Esme também se prontificou a ajudar. Jacob fez
companhia a Edward, rindo o tempo todo do nervosismo do amigo. Era
apenas uma forma de descontrair o ambiente, afinal Jacob não entendia por
que Edward estava tão nervoso. Iria se casar com a mulher que amava há
anos e que também o amava. Os olhos maliciosos não estavam mais voltados
para eles e mesmo que estivessem, eles lutaram juntos, sofreram, mas enfim
iriam realizar seus desejos.
Flashback off
— Bom dia.
— Bom dia, amor. Pensei que não fosse acordar mais.
— Estava meio dormindo, meio acordada. Estava tão bom seus dedos
em minha pele.
— Eu te amo tanto.
Edward enrolou uma mecha de seus cabelos nos dedos e seu olhar
fixou-se no dela. Bella sempre ficava de pernas bambas quando ele a olhava
daquela forma. Felizmente estava deitada e não corria risco de desabar.
— Nunca pensei que conseguiria ser tão feliz, ainda mais ao seu lado.
Eles se abraçaram com mais força e ficaram perdidos, cada qual em seu
pensamento. Há alguns dias tiveram uma conversa sobre filhos. Lógico, um
filho deles seria amado independente de qualquer coisa. Mas não era justo
trazer uma criança ao mundo para ficar sofrendo depois por qualquer doença,
qualquer anomalia genética. Decidiram procurar algum especialista e ver a
possibilidade do tal mapeamento genético. Alice poderia ajuda-los nessa
questão.
— Edward?
— Hum?
— Nadar e?
*******
Edward conferiu as horas pela décima vez. Jake apenas ria, enquanto
dava uma ajeitada nos moveis da sala. O clima naquela casa estava fantástico
e isso o enchia de felicidade. Bella e Edward combinavam perfeitamente bem
e isso era visível a todo instante. Acordavam cedo, caminhavam, voltavam pra
casa, tomavam banho e saiam novamente para ver os últimos ajustes da
clínica de Bella. A casa agora era bastante frequentada, principalmente por
Rose, Emmett e Esme. Havia sons de risadas, conversas... agora sim havia
vida.
— Bella nunca se demorou tanto para se arrumar. Não sei que bicho a
mordeu hoje.
— Sobre?
Jake rolou os olhos. Edward andava tão distraído ultimamente. Mas era
bom. Estava vivendo uma nova fase, sorrindo como há anos não fazia. E
estava sendo muito amado e mimado... ele merecia isso.
— Ah sim. Bom, resolvemos entrar numa fila para adoção. Não iremos
desistir do mapeamento genético, mas isso leva tempo. E apesar de nosso
casamento ainda ser recente... nós queremos uma criança correndo por aqui.
— Vocês querem um bebezinho?
— O que tem?
— Demorei muito?
— Não faria isso. É importante para o garoto. Você é o ídolo dele, sabe
disso.
Foram atrás do Jake e Edward pediu para que ligasse para o orfanato
informando de sua visita. Despediram-se dele e saíram abraçados em direção
ao volvo.
Algumas horas mais tarde, com o peito inflado de orgulho, Edward via
Michel subir ao pódio e receber o troféu do primeiro lugar. O garoto de doze
anos estava na categoria PJK e vencia seu primeiro campeonato. Vinha de
família humilde, sem condições de bancar o sonho do garoto. Quando o
conheceu e viu o quanto era esforçado, Edward não mediu esforços para
ajudá-lo no que precisasse. E hoje ele estava ali, ao lado de Bella, aplaudindo
euforicamente a grande conquista do garoto.
— O patrocínio foi sim, muito importante. Mas ele não seria nada se
você não fosse um bom piloto. Você mereceu essa vitória e merece cada
centavo que é investido. Eu ainda o verei me substituindo na fórmula Um.
O garoto sorriu, sentindo seu rosto vermelho. Bella acompanhava bem
de perto, sentindo um orgulho imenso do homem que Edward era.
— É só um sonho.
—Ai, Edward... você me fez chorar. Agora vou ficar com o rosto
inchado.
— É lindo isso que você faz. É por isso que as vezes me lembro das
coisas que você foi acusado... e sofro por isso.
— Mas não devia ficar remoendo essas coisas. Passou. O que importa
agora é nossa vida, que está cada dia mais perfeita.
— Faz algum tempo que não vou até lá. Será bom para ver como
andam gerenciando as coisas.
Edward foi interrompido por uma funcionária do orfanato que deu uma
leve batida na porta.
— Olá.
Ele riu novamente, dessa vez seguido por Bella que também se
ajoelhou a frente dele.
— Oh...
— Puxa... não sei, mas obrigada por me achar bonita. Está tudo bem?
— Hum hum.
Ele respondeu, mas com os olhos fixos em Edward. Ele fez com que
Bella se lembrasse do Jake. Tanto a cor da pele quanto dos cabelos e olhos.
Talvez fosse um pouco mais escuro que Jake... e era lindo.
— Prometo.
— O que foi?
— Eu o quero.
— como?
—Aquele garoto... ele é perfeito pra nós, Edward. Acho que estou
apaixonada.
Edward ficou encarando Bella. Ele entendeu direito? Ela queria adotar
o Taylor? Estava tão encantada pelo garoto quanto ele?
— Ele chegou aqui com sete meses. A mãe era uma moça na faixa dos
dezesseis, dezessete anos. Os pais não aceitaram a gravidez e a expulsaram de
casa. Ela admitiu que tentou dar o golpe da barriga, mas não deu certo. E não
tinha condições de ficar com o menino. Não tinha e não queria ficar com ele.
— Quer dizer que está aqui há três anos? Nunca apareceu ninguém
interessado em adota-lo?
— sim, mas além disso elas preferem crianças brancas, com olhos
claros. Taylor é bem moreno, então...
— Pessoas que escolhem crianças pela cor da pele e dos olhos nem
merecem adotar ninguém. Que lição poderão dar as crianças? Preconceito?
— Sim... ele... é tão fofo, tão meigo. Não quis assusta-lo, mas me deu
uma vontade de aperta-lo em meus braços.
— Sim, claro.
*************
Naquele dia, pela primeira vez em anos, Jake viu o amigo perder a
compostura. Edward esbravejou, xingou a mulher de hipócrita. Esse foi o
xingamento mais simpático. Jake ainda se lembrava das palavras dele.
— Sim. E adora você também. Mas sei lá... não é demais pra cabecinha
dele?
Assim que Taylor foi levado a presença do casal, ele correu e abraçou
os dois.
— Por que?
– Na casa de vocês?
Jake não conhecia ninguém no mundo que merecesse tudo aquilo mais
do que aqueles dois. Ele sempre foi a favor do amor deles e vendo agora o
resultado, soube que sempre esteve do lado certo. Hoje em dia sempre se lê
notícias de filhos matando os pais por causa de herança, por causa de dinheiro
para comprar drogas, irmãos se matando por causa de desavenças. As pessoas
assistem a tudo isso consternados, mas aceitando que existe ódio entre
familiares. Por que então é tão difícil aceitar o amor entre familiares? Um
amor como o de Bella e Edward, tão puro e bonito? ´E fácil aceitar o ódio...
mas é tão difícil aceitar o amor. A explicação para Jake era apenas uma: no
fundo também são pessoas incapazes de amar ou de enxergar o amor. Não
eram dignas, portanto, de julgar nada nem ninguém. Não se pode julgar o que
não se conhece.
Jake abriu um sorriso largo quando viu Taylor soltar-se das mãos dos
pais e correr pelo jardim, gritando:
*Teremos epílogo
— Cansada?
— Morta de cansaço.
Bella fez uma careta. Sabia que quando começou a clinicar, os clientes
apareceram simplesmente por mera curiosidade. Queriam conhecer
pessoalmente a irmã e esposa do príncipe Edward. Mas logo viam nela uma
excelente profissional, e sua fama cresceu. Hoje em dia só conseguiam marcar
uma consulta com quase dois meses de espera.
— Como assim?
— Own...
Edward deu um beijo casto, que nada refletia o que ele tinha em mente.
Abriu a torneira e regulou a temperatura. Chamou por Bella quando a
banheira já estava cheia. Bella entrou no banheiro, apenas com a toalha em
volta do corpo. Edward já se despia da bermuda e entrou na banheira. Sentou-
se e esticou a mão, segurando a de Bella. Ela retirou a toalha e entrou sob o
olhar ardente do marido. Sentou-se entre as pernas dele, com as costas contra
o peito de Edward....
— Pra variar, mais uma entrevista. Levei o Tay para escola, depois fui
para a maldita entrevista. Quando sai já era horário de busca-lo. Aproveitamos
e fomos a uma praça. Ele adorou jogar futebol.
Como não poderia deixar de ser, Edward mais uma vez foi campeão da
temporada. Agora era heptacampeão. Dessa vez foi sim, uma surpresa.
Edward não vinha bem, mas nada a ver com a troca de escuderia. Na verdade
ele estava focado na família. Bella quase se arrependeu de praticamente tê-lo
obrigado a correr nessa temporada. Ele queria curtir o filho e a esposa e não
ficar viajando de canto a canto para competir. Quando ia muito longe, Bella e
Taylor assistiam pela TV. Mas quando não era uma viagem muito cansativa,
os dois o acompanhavam. Ainda assim ele foi bem, mas não a ponto de ter
larga vantagem. Por isso a competição só foi mesmo decidida na última
corrida. E foi emocionante... foi maravilhoso para Bella ver Edward acenando
e dessa vez sorrindo, ao passar pela bandeira. E mais lindo ainda foi ver
Taylor, ainda tão pequeno no colo da mãe, segurando uma bandeira do pais e
gritando o nome do pai.
— Eu também.
— Ótimo.
— Está ansioso?
— Sim.
Foram chamados até a sala da doutora Selena Jones, uma loira alta e
peituda, que fez Bella erguer a sobrancelha para Edward e este rolar os olhos.
— Obrigado.
— Oitenta?
Bella completou.
Eles sorriram um para o outro. A vida realmente tinha sido uma mãe
para eles.
***********
– Que susto digo eu. Você ficou maluca, Bella? Olha o tamanho dessa
barriga. Porra... você como médica deveria saber o risco que correu.
— Merda.
— Mamãe?
Taylor estava agora com dez anos e estava um rapazinho. Era bem
maduro para a idade dele e ficava aflito quando via a mãe nervosa ou
chorando. Acariciou o rosto dela e depois colocou a mão em seu ventre.
Por mais forte que Edward fosse, ele não conseguia mais subir com
Bella nos braços pelas escadas. O máximo que podia fazer era apoia-la já que
estava com quase dezoito quilos a mais. Mas estava linda. Edward não se
lembrava de tê-la visto mais linda do que agora.
Bella foi direto para o banheiro, fez suas necessidades e sua higiene.
Como sempre, Edward a ajudou a se deitar, ajeitando os travesseiros e as
almofadas sob seus pés.
— Está confortável?
— Sim.
— Eu já volto.
Edward foi ao banheiro e após fazer sua higiene voltou para o quarto
indo diretamente para a cama. Pousou a mão sobe o ventre de Bella enquanto
observava seu rosto.
Edward riu, beijando-a. Ele sempre foi curioso e quis logo saber o
sexo, mas Bella bateu o pé. Agora estava arrependida.
— Obrigada... eu te amo.
— Eu também te amo.
Logo Bella ressonava tranquilamente. Edward demorou um pouco mais
para dormir, mas foi acordado algumas horas depois com um gemido de dor.
Abriu os olhos e tateou ao lado, procurando pelo abajur. Novo gemido e ele se
sentou na cama.
— Oh meu Deus...
— Está bem, mas a bolsa se rompeu. Cuide do Tay pra mim, por favor?
— Vai dar tudo certo, filha. Vou fazer uma oração para as grávidas.
***********
Bella olhou para Edward que estava incapaz de dizer qualquer coisa.
Nesse momento outro choro foi ouvido, mais baixo, mas igualmente
forte.
Edward abriu um sorrisão e dessa vez não aguentou e deu um beijo nos
lábios de Bella. Eram duas garotas. A última era um pouco mais franzina que
a primeira, mas tão linda quanto.
— Sim.
— ah que felicidade, meu amor. Não sabe como estou feliz por vocês.
Edward sorriu. Com certeza o amigo pressentiu alguma coisa. Jake era
mesmo um irmão pra ele.
—Darei.
— E então?
— Vamos até a ala pediátrica? Devem ser levadas pra lá daqui a pouco.
Os três ficaram bons minutos a espera até que a enfermeira que esteve
presente durante o parto os viu. Acenou e apontou para o berço onde os bebês
estavam.
— Ah pena que estejam tão longe. Nem dá pra ver.
— Senhor Cullen... eu não resisti. Foi tão lindo que precisei tirar uma
foto. Aqui está.
Eles ainda olharam para os bebês mais um tempo e depois Edward foi
procurar notícias de Bella. Ela já estava no quarto, mas Rose achou melhor
Edward entrar primeiro. Ela estava de olhos fechados, enrolada em duas
mantas. Edward se aproximou cautelosamente e tocou seu rosto.
— Oi.
Ele sorriu.
— Oi meu anjo.
— Não é?
— Nem eu. Mas eu não desejo pra ninguém o sofrimento que tivemos.
— Acho... acho que será aqueles mesmo que tínhamos falado uma vez.
Edward sorriu. Conhecia bem a esposa e sabia que ela não guardava
rancor. Ele também não. Esse tipo de sentimento não faz bem a ninguém.
Bella sorriu.
— Renesmee e Carlie.