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A PHDA e as suas características |
Conteúdo
01. Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) 4
03. Comorbidades 21
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01. Perturbação de
Hiperatividade e Défice
de Atenção (PHDA)
Durante muito tempo foram questionados vários aspetos relacionados com a PHDA1, sendo um dos
mais controvertidos, as dúvidas que recaem sobre a sua existência. Este facto deve-se a que, tendo
em consideração as diferenças individuais das crianças, em muitos casos, certa falta de atenção ou
uma maior atividade, consideram-se dentro do normal.
O problema de pensar que esta falta de atenção ou maior atividade é “normal”, é que pode prejudicar seria-
mente a imagem que as pessoas próximas à criança têm da mesma, considerando que existe uma intenciona-
lidade negativa nos seus comportamentos, o que repercute na forma em como se trata a criança e na forma
em como esta se sente tratada e incompreendida.
Por exemplo, frequentemente, os pais de crianças com um carácter muito ativo e irritável, têm uma alta
probabilidade de reagir de forma exagerada ou impulsiva perante alguma dificuldade, o que aumenta o
stress e a tensão na relação pais-filho. Assim, quando os pais percebem o comportamento geral do seu
filho como problemático, isso costuma implicar uma interação defeituosa, instaurando-se, em muitos
casos, comportamentos mais restritivos ou agressivos, o que aumenta a probabilidade de que as dificul-
dades se mantenham.
Mesmo que as dificuldades associadas à PHDA se tenham vindo a descrever desde há muito tempo – prova-
velmente não se tendo aprofundado mais nas mesmas no início por não ser uma das patologias que causa-
vam maiores dificuldades, pelo que se preferia estudar mais sobre outras –, a verdade é que o diagnóstico
com a “etiqueta” PHDA é relativamente novo. Atualmente, sabe-se que a PHDA é uma perturbação que apre-
senta, sem dúvida, uma base genética, tratando-se de crianças com diferenças claras no seu funcionamento
geral em comparação com o resto.
Contudo, atualmente, também se considera que se trata de uma perturbação diagnosticada com demasiada
frequência, provavelmente, pela falta de especificidade dos seus sintomas e a tranquilidade que, por vezes, se
provoca no contexto da criança ao ter um diagnóstico que explique a forma como se comporta. Apesar disso,
há que ter em conta que um diagnóstico repercute, muitas vezes, de forma negativa no dia a dia da criança:
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quer pela administração de tratamentos farmacológicos não necessários que possam provocar efeitos secun-
dários, mudando o comportamento da criança...
1 Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) em Portugal, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) no Brasil,
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O EFEITO PIGMALEÃO
SABIA QUE...
Oito meses depois voltou a passar-lhes o mesmo teste. As crianças com suposto
potencial melhoraram 4 pontos de QI mais do que as restantes.
4. Feedback: quanto mais esperavam da criança, mais a elogiavam. Também lhes cor-
rigiam a resposta se não era correta, enquanto que aceitavam respostas de baixa
qualidade daqueles de quem esperavam menos.
Este efeito deve ser um dos aspetos mais importantes a ter em conta tanto no mo-
mento do diagnóstico, como no momento de tratar uma criança que o apresente, pois
a ideia de dar um diagnóstico é que este melhore a qualidade de vida da criança por
se poder trabalhar de uma forma adaptada às suas necessidades. Se este efeito não
se tem em conta, pode-se conseguir precisamente o contrário.
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Deve-se ter em conta que nem sempre tudo o que parece PHDA o é realmente, pois tanto a atenção como a
atividade são parte do temperamento e, portanto, há muita variabilidade entre crianças. Normalmente, até
aos 3 anos, o comum é que haja muita dificuldade e impulsividade nos menores e, a partir dos 6 anos, es-
sas características começam a diminuir, aumentando a capacidade de controlo e de manter a atenção. Por
exemplo, há que ter em conta que algumas crianças estão em continuo movimento se este se dirige a uma
atividade específica, mas depois podem-se concentrar noutra atividade: livros, filmes, etc... Nestes casos, as
possibilidades de que os diagnóstico de PHDA esteja presente diminuem.
Por isso é tão importante não se precipitar no diagnóstico desta perturbação, sendo sempre mais importante
atuar sobre as dificuldades específicas que a criança apresenta e que se possam melhorar com certas pau-
tas em casa ou na escola, do que aplicar um diagnóstico que muitas vezes não é necessário e que pode ter
repercussões a longo prazo.
Existe uma grande controvérsia entre os profissionais em relação às dimensões reais do PHDA, afirmando uns
que existe uma carência de diagnósticos, “estão todos os que existem?” e, outro que afirmam que existe um
excesso de diagnóstico, “são todos os que estão?”
Paralelamente, a ONU, através da UNICEF, e a OMS chamaram a atenção para o aumento dos diagnósticos de
PHDA e dos tratamentos farmacológicos associados.
Na análise deste aumento dos diagnósticos, alguns dos fatores expostos como causa são:
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Com o objetivo de evitar um excesso de diagnósticos e os riscos que isso implica, como por exemplo a etique-
tação e os tratamentos farmacológicos desnecessários, é importante saber que os critérios pré-estabelecidos
e as escalas de apreciação da PHDA não são elementos diagnósticos de forma direta, pelo que não devem
substituir juízos clínicos realizados por equipas multidisciplinares e análises contextuais de cada menor.
Hiperatividade Impulsividade
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Desatenção
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» Apresentação predominante de falta de atenção. inclusive quando está sentada. Interrompe con-
versas ou atividade dos demais e responde preci-
A criança predominantemente desatenta caracte-
pitadamente. Tem dificuldades para as atividades
riza-se por parecer que não ouve quando se tenta
tranquilas e pode ser agressiva.
interagir com ela, como se estivesse no seu pró-
prio mundo. Também é comum que se esqueça ou » Apresentação combinada de hiperatividade- im-
perca as suas coisas, distraindo-se com qualquer pulsividade e défice de atenção.
estímulo à sua volta e, também, se costuma dis-
persar em atividades que lhe pareçam atraentes.
Na escola apresenta um ritmo lento, não mostran-
do interesse e esquecendo-se das suas obrigações
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Mas, para que estas dificuldades se enquadrem no âmbito da perturbação, devem aparecer durante um perí-
odo de, pelo menos, 6 meses na infância, antes dos 12 anos, com uma alta frequência e intensidade, de tal
forma que interfiram significativamente no rendimento da criança em dois ou mais âmbitos da sua vida (fa-
miliar, escolar, social) e descartando-se outro diagnóstico médico possível.
Por outro lado, deve-se ter em conta que os sintomas devem-se apre-
sentar em diferentes ambientes (casa, escola, amigos...), apesar de que
“Perturbação
possam variar em forma, em função do lugar ou das pessoas, ou até
de Hiperatividade
pode acontecer que não se apresentem em circunstâncias muito con-
e Défice de Atenção”
cretas, como por exemplo, quando se recebe uma estimulação muito
Fonte: PIN Progresso Infantil intensa ou recompensas muito imediatas ao jugar com a consola.
No que respeita ao sexo, a PHDA é uma perturbação bastante mais predominante nos meninos, com uma pro-
porção de 3 para 1 em relação às meninas. Contudo, esta diferença nas taxas implica que, por vezes, se descar-
te o diagnóstico por ser uma menina o que leva a que muitas meninas sofram dificuldades durante períodos
muito longos até que se dá o diagnóstico. Acredita-se que aqui pode influenciar o facto de que costuma ser
mais comum o subtipo “desatento”, o qual é mais difícil de detetar quando há hiperatividade presente.
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A adolescência é um momento de mudança complicado, na qual a criança começa a ser mais au-
tónoma e a tomar as suas decisões, o que pode representar um obstáculo muito importante se o
menor apresenta esta perturbação, fundamentalmente devido às dificuldades de organização, que
em crianças podem ser compensadas por um maior controlo por parte dos pais e pelas reações
impulsivas que podem limitar as suas relações com os outros ou que podem derivar em comporta-
mentos perigosos, como por exemplo, o consumo de drogas. Além do mais, os sintomas de desaten-
ção costumam influenciar no desenvolvimento da sua vida académica e profissional, uma vez que
um baixo rendimento tem maior impacto conforme se avança na idade.
Contudo, acredita-se que a sintomatologia hiperativa se reduz ou se gere de melhor forma quando
a pessoa alcança a adolescência, continuando assim quando chega à idade adulta, passando a per-
ceber-se como uma sensação interior de inquietude ou de falta de paciência e não em comporta-
mentos externos.
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Apesar de que os sintomas possam ser de diverso tipo e que possam até chegar a provocar outra perturbação
que acompanhe a PHDA, os mais frequentes são: dificuldades em habilidades sociais, dificuldades de apren-
dizagem e dificuldades relacionadas com a área afetiva-emocional.
Nas dificuldades que as crianças com PHDA apresentam nas relações com outros têm influência diferentes
variáveis:
• Por um lado, as suas dificuldades de atenção • Por outro lado, as dificuldades em controlar
impedem a captação de determinados sinais os impulsos complicam o poder fazer uso das
das outras pessoas que são chave para uma normas estabelecidas, por exemplo, não po-
correta interação, assim como interiorizar as dendo controlar os seus movimentos ou a sua
regras que regulam as relações. Por exemplo, frustração, esperar pela sua vez para falar, etc.
é comum que percam o fio condutor quando
• Paralelamente, têm uma baixa percepção das
outra pessoa está a falar.
emoções dos outros, o que se repercute con-
sideravelmente na possibilidade de estabele-
cer relações sociais de qualidade.
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É relativamente comum que as crianças com PHDA, como consequência da sua sintomatologia, apresentem
dificuldades em relação ao seu processo de aprendizagem. As mais comuns são:
» Dificuldades com a leitura: dentro das perturbações de aprendizagem, aquele que provavelmente tem uma
prevalência maior nas crianças com PHDA (cerca de 25%), é a dislexia, isto é, problemas na leitura, seja
como consequência dos próprios sintomas, seja por uma dificuldade específica para esta tarefa paralela
à perturbação.
Contudo, independentemente de qual seja a origem da dificuldade, o resultado na leitura da criança cos-
tuma ser semelhante:
˗ Má compreensão leitora.
Quando estas dificuldades de leitura se dão com o PHDA, as dificuldades na memória de trabalho2 e mo-
nitorização3 próprias da perturbação, influenciam no esquecimento do significado do texto e nas compro-
vações sobre se leu bem uma frase ou não, pelo que a criança tem que investir tanto tempo em ler que se
cansa facilmente e o seu rendimento diminui.
» Dificuldades na escritura: os problemas de atenção, assim como estar em movimento constante, pode
influenciar nos traços e na impulsividade, omitindo caracteres ou modificando-os. Se, além do mais, a
criança apresenta problemas na motricidade fina esta repercute na forma em como segura o lápis, mede
a força, finaliza ou começa um traço...
» Dificuldades no cálculo: problemas nos procedimentos ao calcular tamanhos ou realizar operações e pro-
blemas. Tendo em conta que para um bom rendimento nesta área é fundamental uma boa capacidade de
retenção e organização mental, assim como manter o foco de atenção na tarefa, é relativamente frequente
que se apresentem dificuldades deste tipo em crianças com PHDA.
2 A memoria de trabalho (MT), também como memoria operativa, pode-se definir como o conjunto de processos que permitem o armaze-
namento e manipulação temporal da informação para a realização de atividades cognitivas complexas como a compreensão da linguagem, da
leitura, das habilidades matemáticas, da aprendizagem ou do raciocínio. A memória de trabalho é um tipo de memória a curto prazo.
3 A monitorização é uma função cognitiva de ordem superior que permite ao Ser Humano controlar e supervisionar o seu próprio rendimento
durante a realização de uma tarefa ou imediatamente depois de a terminar, com o objetivo de certificar se o objetivo definido se alcançou apro-
priadamente.
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O sentimento numérico é uma capacidade inata, no Ser Humano e noutras espécies animais, que
permite distinguir, manipular e representar quantidades pequenas de elementos e, portanto,
facilita a adaptação ao ambiente.
O conhecimento lógico-matemático desenvolve-se desde uma idade muito precoce, graças à ma-
nipulação e interação da criança com os objetos e pessoas que constituem o seu meio ambiente.
Assim, antes da escolarização, as crianças já conhecem o conceito de número como representa-
ção de uma quantidade e os sistemas básicos de simbolização:
Estes princípios, são a base sobre a que posteriormente, através da escolarização, se desenvol-
vam capacidades matemáticas e de cálculo mais complexas.
2. O sistema numérico verbal: produz-se a associação das quantidades a uma palavra concreta (como
por exemplo, dois).
4. A linha numérica mental: vai-se adquirindo a representação dos números numa linha mental in-
terna que permite ordenar e contar os números de forma sequencial (incluindo pouco a pouco as
dezenas, centenas, milhares, etc.) e de forma flexível e a possibilidade de fazer algumas operações
de cálculo aproximadas. Esta linha numérica requer memória a curto prazo e a simbolização do
número (linguagem).
» Dificuldades na fala: é frequente que a PHDA se apresente com atraso ou dificuldades nas habilidades
requeridas para uma fala fluída. Neste sentido, os problemas podem-se dar na articulação dos sons, no
volume ou forma da voz, ou no ritmo e fluidez. Podem-se, também, verificar dificuldades na receção da
linguagem (distinguir palavras, recordar o que se ouviu, entender expressões ou perguntas indiretas...). Por
outro lado, é comum a falta de precisão na organização de um relato, substituindo palavras por outras que
não fazem sentido, utilizando verbos na forma temporal incorreta, omitindo informação relevante...
Assim, é relativamente comum a apresentação de dificuldades académicas, fundamentalmente em disci-
plinas nas quais é necessário entender conceitos complexos e responder ou redigir exercícios elaborados.
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Além do mais, em muitos casos apresentam também atrasos ou dificuldades na aparição da linguagem
interna, a qual é a responsável de regular o comportamento e a linguagem externa posterior, o que leva
a que cometam mais erros e a que tenham dificuldades para seguir um comportamento em função de
umas regras.
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No que se refere ao comportamento escolar geral da criança com PHDA, é frequente que apresente um baixo
rendimento, sem que o mesmo esteja relacionado com uma inteligência deficitária na maioria dos casos. Este
baixo rendimento, normalmente, relaciona-se com:
» As pobres habilidades sociais que possui o menor implicam um distanciamento em relação aos demais,
que faz com que se sinta inferior e menos válido, afetando a como se vê a si mesmo, tendendo o seu esta-
do de ânimo à tristeza e provocando um isolamento da criança que cada vez se deteriora mais nesta hora.
Além do mais, o facto de receber por parte dos outros comentários que indicam que a criança “é má”, di-
minuem a sua motivação para tentar fazer as coisas de uma forma diferente.
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“Hiperatividade e Défice de
Atenção- Ajuda para pais e
professores”
Fonte: VersodeKapa
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A nível genético, apesar de que se tenha demonstrado que se algum progenitor apresenta PHDA se multiplica
o risco de que a criança tenha também esta perturbação, explicando-se um 75% dos casos com causas ge-
néticas, não existe uma ação genética direta. Isto é, que um pai tenha PHDA não determina necessariamente
que os seus filhos a venham a desenvolver, significa apenas que existe uma maior possibilidade, tal como se
verifica com outras patologias psiquiátricas como a depressão ou a esquizofrenia.
Nos estudos de genética molecular, a perturbação aparece relacionada com vários genes em diferentes cro-
mossomas e as suas variações no número de cópias de tal maneira que a PHDA se considera uma perturbação
de herança poligénica, isto é, a heritabilidade não radica apenas num gene, mas sim numa combinação de
vários genes, que por sua vez, podem ser potenciados por fatores ambientais.
Existem também uma alta percentagem de crianças com PHDA que apresentam antecedentes familiares de
outras perturbações psiquiátricas.
No nível da química cerebral, as substâncias que se ocupam de que as hormonas possam comunicar infor-
mação de umas áreas do cérebro a outras, aparentemente estão concentradas em níveis mais baixos nas
pessoas com PHDA, o que pode provocar hiperatividade e impulsividade. Neste caso, são estas sustâncias
chamadas recetores e neurotransmissores, são a dopamina, a adrenalina e a noradrenalina, as responsáveis
de comunicar o córtex pré-frontal e os gânglios basais. Portanto, frequentemente, os tratamentos farmacoló-
gicos vão dirigidos à regulação de tais substâncias.
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Em relação à atividade do cérebro, também parece haver dificuldades no fluxo sanguíneo de algumas áreas,
assim como na atividade elétrica e a ativação neuronal. Contudo, vários estudos coincidem em que as dife-
renças na anatomia cerebral se podem dever a um atraso de uns 3 anos no desenvolvimento destas, sendo o
seu desenvolvimento normal mas lento.
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A PHDA e as suas características |
Contudo, o dado mais relevante a nível cerebral é a dificuldade que apresentam estas crianças no desenvol-
vimento das funções cognitivas básicas, o que se conhece como défice de funcionamento executivo, isto é,
nas funções que o córtex pré-frontal – parte do cérebro que coordena os processos cognitivos e comporta-
mentais – cumpre, o que se manifesta fundamen-
talmente em:
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Em 1920, devido a diferentes epidemias de encefalite, começa-se a relacionar com as mesmas os sintomas
que determinadas crianças apresentavam como a hiperatividade, a falta de concentração e impulsividade,
o que com o tempo se foi comprovando que não parecia encaixar a 100% , pois a maioria das crianças que
apresentavam os sintomas não tinham tido a doença.
Mais tarde, já nos anos 60, Leon Esenberg, falava da “reação hipercinética da infância” e começou a utilizar fár-
macos para trabalhar com as crianças, substâncias que hoje em dia ainda se utilizam, como o metilfenidato.
A finais dessa década, essa reação foi incluída nos manuais de perturbações mentais e por volta de 1980, nos
mesmos começa a aparecer a referência à Perturbação de Défice de Atenção, considerando-se que se podia
apresentar com ou sem hiperatividade.
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Pode-se considerar que existem dois modelos explicativos fundamentais que são os que mais aceitação têm,
são os modelos de Barkley e o modelo de Brown.
MODELO DE BARKLEY
Barkley propõe o conhecido como modelo de inibição comportamental, segundo o qual se dá um atraso para
regular o próprio comportamento nas habilidades cognitivas que abrangem as funções executivas:
» Memória de trabalho: dentro da mesma pode-se distinguir a interna ou verbal, como a capacidade de falar
consigo mesmo que também possibilita ler em voz baixa e se utiliza para resolver problemas, para se au-
tocolocar dúvidas e decidir ações.
E, paralelamente, a Memória de Trabalho não verbal, que consiste na capacidade para imaginar visualmen-
te e auditivamente, tanto factos passados, como futuros para poder tomar decisões.
» Reconstrução: serve para criar situações no futuro perante obstáculos inesperados para as resolver.
RESPOSTA
ADEQUADA
INIBIÇÃO
· FUNÇÕES EXECUTIVAS
Memória de trabalho
ESTÍMULO
Inibição emocional e
motivação
RESPOSTA
Planificação e resolução de IMPULSIVA
problemas
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MODELO DE BROWN
Modelo que ao modelo de Barkley acrescenta a importância da motivação e a regulação emocional. Segundo
este modelo, quando há uma grande motivação pela atividade, a criança é capaz de utilizar toda a sua aten-
ção. Assim, segundo Brown, a função executiva é composta por 6 blocos;
Além destes dois modelos, cabe destacar algumas contribuições de outros autores:
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03. Comorbidades
A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção, como a maioria das perturbações, pode apre-
sentar-se com certa regularidade juntamente com outra sintomatologia ou perturbações associadas,
o que frequentemente dificulta o diagnóstico, dado que gera dúvidas sobre quais são os sintomas
principais, piorando assim a evolução e as respostas às intervenções que se realizem. A estas perturbações
que se verificam simultaneamente chama-se perturbações comórbidas.
Existem alguns fatores que se acredita que têm influência em que as crianças apresentem comorbidades com
mais frequência: um diagnóstico tardio, um quociente intelectual baixo (QI)4 , um nível educativo e cultural
baixo, ou a presença de antecedentes familiares.
» Ansiedade. Constitui um estado de alerta, medo e preocupação excessivas por diferentes áreas (estar
sozinhos, saúde pessoa e a das outras pessoas, falhar nalgum aspeto, etc.), que frequentemente nestes
casos se relacionam com o fracasso escolar, as críticas recebidas pelo entorno e a sensação de que não
4 O Quociente Intelectual é uma medida da inteligência que se obtém comparando a execução de diferentes problemas com a forma em como
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se podem controlar. As dificuldades que as crianças detetam que têm para se organizar e seguir pautas ou
rotinas podem ser stressantes e chegar a causar ansiedade. Além do mais, a maior dificuldade para contro-
lar as emoções e o stress não ajudam a abordar a situação e pensar com clareza a forma de a administrar.
» Depressão e outras perturbações do estado de ânimo. Devido à frustração e confusão em relação ao seu
comportamento e dificuldades de atenção, em muitos casos gera-se uma falta de interesse e desmotivação
em relação à escola, às amizades, etc., gerando-se pouco a pouco na criança sentimentos de inferioridade
em relação aos outros, impotência e baixa autoestima.
» Perturbação do espectro do autismo. Trata-se de uma perturbação que afeta a forma como a criança fala,
se comunica, aprende, interage e se comporta no seu entorno. Os sinais mais comuns que se observam são
os comportamentos repetitivos ou as dificuldades para estabelecer uma conversa sobre o que se espera
para a sua idade. Por vezes, quando ambas perturbações se apresentam juntas origina-se uma grande con-
fusão ao estabelecer o diagnóstico, fundamentalmente pela amplia gama de opções que se apresentam no
espetro do autismo no que se refere à complexidade dos seus sintomas.
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04. Deteção e
diagnóstico da PHDA
Entende-se por deteção o momento em que os profissionais reconhecem uma dificuldade ou pertur-
bação na criança e, por conseguinte, começa-se a trabalhar com ele. Desta forma, tendo em conside-
ração que só se começa a trabalhar quando a dificuldade foi detetada, fazê-lo cedo é fundamental
para: permitir um início precoce do tratamento, uma planificação educativa correta adaptada às necessidades
de aprendizagem da criança, uma atenção médica especializada no caso de que se requeira medicação, a pre-
visão de ajudas familiares e assistenciais necessárias e uma menor administração do stress e necessidades
da família.
Contudo, isto não costuma ser uma tarefa simples, pois os sinais podem ser muitas vezes minimizados, tanto
desde o âmbito sanitário como desde a família e a escola, classificando-os de transitórios ou leves e sendo
normal que se recomende esperar quando se detetam as primeiras dificuldades.
Além do mais, apesar de que o diagnóstico de PHDA não se pode definir antes dos 7 anos, o ideal é que se
faça uma avaliação quando se suspeita que pode existir algum tipo de dificuldade, com o objetivo de come-
çar a trabalhar o que realmente é importante, isto é, as necessidades específicas de cada criança que podem
entorpecer o seu desenvolvimento.
Desta forma, se as dificuldades se começam a trabalhar assim que aparecem, isto é, nos primeiros anos da
criança, esta não tem tempo de aprender um padrão erróneo de comportamento, de atenção e relacional, os
quais são mais difíceis de modificar mais tarde.
Por exemplo, a idades precoces é mais difícil que a criança tenha interiorizado que “é má” e se comporte
de acordo a esse estereotipo, assim como que o resto de colegas da escola o tratem em função dos seus
comportamentos.
Em caso de suspeita de que uma criança possa apresentar PHDA, os pais ou tutores legais devem levá-la a
uma Consulta médica de Desenvolvimento, Consulta de Pedopsiquiatria ou de Neuropediatria para que seja
realizada ou uma avaliação média.
Também é recomendável que realize uma avaliação em Consulta de Psicologia, com o intuito de averiguar
que aspetos devem ser trabalhados e estimulados, assim como para definir a estratégia adequada para o
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caso concreto a aplicar tanto no contexto escolar como no familiar. Nos casos em que o estabelecimento de
ensino que a criança frequente tenha uma equipa de psicologia, esta avaliação pode ser realizada no próprio
estabelecimento de ensino.
Passado um tempo de ter realizado as avaliações que de que se tenha iniciado o trabalho, ser os pais ou
tutores legais, se apercebem que o tratamento não está a ser suficiente nem eficaz, devem consultar os es-
pecialistas e pedir uma reavaliação assim que possível. Neste caso, é recomendável que a criança seja acom-
panhada pela equipa de neurodesenvolvimento para que as novas estratégias de intervenção se adaptem às
características concretas que a criança apresenta nesse momento.
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Os resultados das provas acompanham as observações dos pais, professores e profissionais e, se a criança
tiver mais de 7 anos, permitir um diagnóstico fiável.
Para saber quais são as observações de pais e de professores, é importante realizar com eles uma entrevista
na qual se especifique cada um dos sintomas que detetem na criança, assim como a forma, idade de apare-
cimento dos mesmos, evolução e como atua o contexto quando aparece.
Além do mais, deve-se realizar uma observação em vivo do comportamento da criança, tendo em conta que
é possível que numa situação nova, estruturada e breve possam não se apresentar da mesma forma em que
o fazem no dia a dia.
Esta informação deve ser complementada com o historial médico, os antecedentes médicos e psicológicos fa-
miliares, os registos académicos (notas, fichas, etc.), estudos prévios (se existem) e qualquer outro documento
que possa orientar na definição das dificuldades.
Frequentemente, na avaliação têm-se em conta várias áreas e abrange tanto os sintomas próprios da PHDA,
como sintomas associados (ansiedade, dificuldades sociais, dificuldades emocionais, capacidade intelectual,
dificuldades de aprendizagem, etc.), pois o ideal é não apenas detetar a PHDA, mas também conhecer todas
as dificuldades que está a causar na vida da criança de modo a poder trabalhá-las de uma forma mais eficaz.
Escalas comportamentais: são ferramentas nas quais normalmente se pontua tipo Likert5 para determinar o
nível de verificação de cada sintoma. Uma das mais habituais é a Escala para a Avaliação do Défice de Aten-
ção com Hiperatividade (EDAH) que se passa aos adultos (normalmente professores) que lidam com a criança
diariamente e que avalia de uma forma rápida para uma primeira orientação, a hiperatividade, a atenção, a
impulsividade e o comportamento da criança. Outra das mais utilizadas neste âmbito é a ADHD Rating Sacle.
5 Likert: ferramenta que permite medir uma resposta por categorias em função de
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Funções executivas. Tendo em conta a sua implicação na PHDA, é especialmente importante a sua avaliação
para conhecer as dificuldades de funcionamento da criança e nas suas tarefas diárias. Entre as provas mais
importantes pode-se encontrar a Torre de Hanoi e o Teste de Stroop. Na classificação de cartas de Winscon-
sin, trata-se de agrupar cartas seguindo algum dos critérios que estas cumprem (segundo a sua forma, cor,
número...).
Cartas de Wisconsin
Nesta atividade apresenta-se um tabuleiro com três colunas. Na primeira delas mostram-
-se uma série de peças ordenadas de maior a menor que dever ser reorganizadas do lado
esquerdo até ao direito, uma a uma, até reproduzir corretamente a mesma pirâ-
mide na última coluna, utilizando o menor número de movimentos possíveis,
ajudando-se com a coluna central e não podendo colocar-se uma peça maios
sobre uma menos.
O teste de Stroop avalia a interferência e a atividade consiste assinalar a cor na qual está
escrita a palavra, independentemente daquilo que esteja escrito.
Exames de neuroimagem. Apesar de que estes exames não servem para estabelecer o diagnóstico, tendo em
conta que se sabe que em menores com PHDA a atividade cerebral de algumas zonas do cérebro costuma
ser menor, verificar se apresenta esta forma de funcionamento pode ser mais um indicador. Além do mais,
são exames que podem ser úteis se na pessoa se apresentam simultaneamente alterações do sono, na fala,
epilepsia, etc.
Provas específicas de atenção. Trata-se de medir o nível de atenção da criança e a sua influência em diferen-
tes atividades. Assim, pode-se determinar o tipo de atividade em que é mais importante trabalhar a atenção
de cada criança. Entre as mais comuns estão o Teste de Caras que é composto por 60 desenhos de caras com
os quais se avalia a capacidade para perceber semelhanças e diferenças. Outro dos mais utilizados é o Teste
de Atenção D2, que consiste numa procura seletiva de estímulos relevantes para a qual se requer uma veloci-
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Quando nos primeiros passos numa avaliação se deteta uma possível perturbação comórbida, a avaliação
deve-se estender a esses sintomas e detetar quais são as dificuldades principais.
Além da avaliação própria da sintomatologia da PHDA deve-se ter em conta a sintomatologia que aparece
normalmente associada, pelo que é necessário verificar as competências sociais da criança, utilizando uma
escala como a BAS, a qual consiste numa escala que pode ser aplicada a pais, professores e à própria criança
e que avalia a existência de características que beneficiam e dificultam umas relações sociais ótimas.
O RELATÓRIO DIAGNÓSTICO
Realizada a avaliação e estabelecido o diagnóstico, é necessário que o profissional emita um relatório para
que se possa utilizar quando for necessário, isto é, normalmente, na escola para que se realizem as oportunas
adaptações, por parte dos pais, para o caso de ser necessária alguma intervenção (psicológica, psiquiatra,
terapia da fala, etc.) ou ajudas...
Para que um relatório esclareça o mais possível sobre o caso à pessoa que o lê é necessário que recolha os
seguintes dados:
1. Motivo de consulta e situação que se apresenta 5. Juízo diagnóstico com base aos resultados obti-
na primeira valoração. dos. Devem-se incluir também as possíveis co-
morbidades.
2. Antecedentes pessoais e familiares, tanto de do-
enças médicas como psicológicas, assim como de 6. Intervenção proposta pelo profissional que reali-
intervenções anteriores que tenham existido. za a avaliação.
3. Contexto psicossocial do menor, no qual se inclua 7. Recomendações propostas pelo profissional, fun-
o ambiente familiar, o ambiente social e escolar, damentalmente para a escola e a família: pautas
assim como possíveis alterações que se tenham para dificuldades que se apresentam em casa,
dado nos mesmos e que possam ser revelantes. possíveis medidas a tomar no estabelecimento
de ensino para melhorar o rendimento, etc.
4. Exploração realizada: exames, observações, etc. e
número de sessões nas quais se realiza o processo.
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Para que a intervenção seja eficaz, é indispensável trabalhar tanto com o menor como no contexto escolar e
no familiar, pois é onde a criança passa a maior parte do seu tempo e, portanto, são os contextos que mais a
podem ajudar a regular as suas dificuldades e normalizar o seu desenvolvimento.
O nível didático refere-se às adaptações que a daí, os especialistas devem trabalhar com a criança
criança precisa no contexto escolar. Por um lado, en- diferentes ferramentas que a ajudem a administrar
contra-se o trabalho a nível de critérios curriculares, o seu comportamento, a comunicar-se, a melhor a
que consiste em adaptar tanto os tipos de atividades atenção-concentração e o próprio autocontrole.
como o conteúdo exigido à criança em cada ano le-
O nível familiar é provavelmente o mais importante
tivo com o objetivo que a criança possa avançar sem
onde se deve intervir, uma vez que é neste contexto
que a sua perturbação implique uma limitação. Mas,
onde a criança precisa de se sentir mais apoiada e
além do mais, no âmbito escolar é importante que
onde passa a maior parte do seu tempo. Desta for-
tanto professores como colegas conheçam e respei-
ma, é importante proporcionar aos pais certas pau-
tem a criança de modo a que esta se possa sentir
tas para que possam reagir de forma correta perante
cómoda e em igualdade na escola no plano social
as dificuldades que a criança possa apresentar, que
(para o efeito, por vezes, são necessárias atividades
normalmente estão relacionadas com as tarefas e
informativas, atividades de conscientização, etc.).
com as normas a seguir. Mas, além do mais, muitas
A nível individual, é importante que, na medida do vezes é vantajoso que a família receba também uma
possível, em função da idade e do nível de funcio- ajuda direta (não só de intervenção para a criança),
namento, trabalhar a psicoeducação, não só com de forma a que sejam compreendidos e atendidos
a família, mas também com a criança, isto é, fazer por profissionais. Neste sentido, costuma funcionar
com que conheça a perturbação e o que esta im- muito positivamente os grupos de ajuda para pais,
plica desde a sua compreensão, para que entenda nos quais, entre eles se partilham experiências,
que é necessário aplicar certas estratégias. A partir emoções, pautas, etc.
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Frequentemente, com uma adequada intervenção a sintomatologia diminui de forma importante, ainda que a
perturbação em si se considere crónica, pois, normalmente, requere uma série de ferramentas a implementar
a longo prazo.
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A PHDA e as suas características |
Contudo, apesar de que esta intervenção nem sempre é necessária, em muito casos os profissionais con-
sideram-na oportuna, pelo menos temporalmente, para estabilizar a sintomatologia da criança através da
regulação das substâncias químicas que estão alteradas a nível cerebral.
Ao definir o tratamento farmacológico, o profissional deve ter em consideração os sintomas que o paciente
em questão apresenta, pois não são os mesmos em todos os casos, nem têm a mesma intensidade, o que
pode ter influência no tipo de medicamento e na sua dose. Devem-se também verificar as possíveis pertur-
bações comórbidas que possam requer medicação ou ser incompatíveis com determinados fármacos. Por
outro lado, deve-se sempre ter em conta a opinião da família sobre a farmacoterapia, proporcionando toda a
informação necessária sobre o tratamento e respondendo a todas as possíveis dúvidas.
Outro aspeto a ter em conta é a duração dos efeitos dos fármacos, procurando que seja durante as horas mais
necessárias do dia o momento em que mais efeito têm (por exemplo, na escola, quando se requer maiores ní-
veis de atenção). Deve-se evitar, se possível, que a toma de fármacos provoque uma estigmatização por parte
do contexto (fundamentalmente entre os seus iguais), tentando facilitar que as tomas se realizem em casa.
Os fármacos mais comumente utilizados são os estimulantes (metilfenidato), que atuam principalmente nos
circuitos de dopamina e os não estimulantes (atomexetina), que atuam sobre a substância norepinefrina. Os
estimulantes costumam ser de rápida ação, sendo os seus efeitos percetíveis passadas poucas horas da toma,
passando o seu efeito da mesma forma. Os não estimulantes demoram
cerca de 15 dias em estabilizar o seu efeito.
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A PHDA e as suas características |
A medicação está na moda: na realidade tem-se vindo a utilizar há mais de 50 anos para as dificuldades
desta índole.
A medicação seda as crianças pra que não incomodem: pelo contrário, a medicação mais utilizada são os esti-
mulantes cujo objetivo é melhorar a concentração e regular a impulsividade.
A medicação pode predispor a vícios: os estimulantes utilizados não são viciantes nas doses corretas e
podem-se interromper em ocasiões por determinados períodos. De facto, um bom tratamento diminui a
probabilidade do consumo de substâncias.
A medicação é para toda a vida: se o tratamento se faz a tempo os sintomas podem-se chegar a controlar
sem medicação em quase todos os casos.
Estas tecnologias proporcionam vantagens desde o momento das avaliações, permitindo que os testes se
realizem de forma online, o que além de ser mais simples e prático para os profissionais, costuma também
ser mais atrativo para as crianças.
Também têm vantagens na intervenção direta com as crianças, existindo programas que facilitam o trabalho
das funções cognitivas que estejam mais deterioradas na criança. Além do mais, este tipo de treinos costu-
ma permitir um registo individualizado da evolução da criança o que fomenta a capacidade de superação. E
outro aspeto positivo, é a sensação de carácter lúdico que este tipo de intervenção gera nas crianças, poten-
ciando-se assim as suas capacidades sem a sensação de esgotamento ou rejeição que às vezes produzem as
intervenções mais tradicionais. Por exemplo: Focus http://focustdah.com.br/#kids
No âmbito escolar existem diferentes aplicações que se podem utilizar em função das necessidades de cada
criança e os computadores, em muitos casos, facilitam as avaliações destas crianças, para as quais um teste
em papel pode ser mais difícil de realizar.
Por outro lado, as tecnologias mais inovadoras também têm sentido no mundo do PHDA, de maneira que, por
exemplo, os óculos de realidade virtual podem-se utilizar com estas crianças para trabalhar determinados
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Contudo, também se deve ter presente que a criança com PHDA, pela sua impulsividade e hiperatividade,
pode ser mais tendente a comportamentos viciantes e/ou de risco, pelo que a utilização das novas tecnolo-
gias deve estar sempre controlada pelos adultos que a rodeiam.
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A PHDA e as suas características |
ANEXOS
12. É respondona.
17. É impulsiva.
Cada resposta vale de 0 a 3 pontos, sendo 0 nada e 3 muito. Deve-se calcular a soma dos pontos
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de cada escala.
Comportamento: 6, 9, 10, 11, 12, 14, 15, 16, 18, 20. Ponte de corte patológico por cima de 11.
ANEXOS
FALTA DE ATENÇÃO
HIPERATIVIDADE
tranquilamente.
Fala em excesso.
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A PHDA e as suas características |
ANEXOS
IMPULSIVIDADE
CORRECÇÕES
Se só uma das pontuações é patológica, indica o subtipo de PHDA, se as duas o são, deve-se sus-
peitar de sum subtipo combinado.
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