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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC


PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
DIRETORIA DE ENSINO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Ana Clara Adriano Inácio


Ana Maria Ghellere
Anna Clara Vefago Rosauro
Maelli Elias Josefino
Stefany Machado Lessa
Vinícius da Silva Gonçalves
Vítor João Lobo

Intervenção de Educação em Saúde com jovens do Ensino Médio sobre


saúde mental: Depressão e Ansiedade

CRICIÚMA, 09 DE DEZEMBRO DE 2022


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Ana Clara Adriano Inácio


Ana Maria Ghellere
Anna Clara Vefago Rosauro
Maelli Elias Josefino
Stefany Machado Lessa
Vinícius da Silva Gonçalves
Vítor João Lobo

Intervenção de Educação em Saúde com jovens do Ensino Médio sobre


saúde mental: Depressão e Ansiedade

Projeto de extensão comunitária, sobre o tema de


Educação em Saúde, apresentado como requisito para
conclusão da disciplina Práticas Educativas e Promoção da
Saúde, do Curso de Psicologia, da Universidade do
Extremo Sul Catarinense - UNESC.

Orientadores: Profa. Ma. Paola Rodegheri Galeli

CRICIÚMA, 09 DE DEZEMBRO DE 2022


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3
1.1 Tema 4
1.2 Contextualização do Tema e Justificativa 4
2 OBJETIVOS 6
2.1 Objetivo Geral 6
2.2 Objetivos Específicos 6
3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 6
3.1 Depressão 7
3.1.1 A depressão na adolescência 7
3.1.2 Identificando os sintomas da depressão 8
3.1.3 Estratégias de enfrentamento 10
3.2 Ansiedade 11
3.2.1 A ansiedade na adolescência 12
3.2.2 Identificando os sintomas da ansiedade 12
3.2.3 Estratégias de enfrentamento 14
4 METODOLOGIA 14
4.1 PROPOSTA METODOLÓGICA 14
4.2 LOCAL 15
4.3 POPULAÇÃO ALVO 16
4.4 AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE 16
4.4.1 Intervenção 1: Levantamento das necessidades dos alunos. 16
4.4.2 Intervenção 2: Organização das atividades e dinâmica de apresentação dos
participantes 17
4.4.3 Intervenção 3: Desenvolvimento das atividades educativas 18
4.4.4 Intervenção 4: Avaliação das ações educativas 20
4.5 RECURSOS 20
5 CRONOGRAMA 21
6 ORÇAMENTO 22
7 REFERÊNCIAS (NORMAS ABNT) 22
8 APÊNDICES 24
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1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema

O trabalho aborda questões relativas ao reconhecimento de transtornos mentais e


estratégias de enfrentamento em adolescentes. O tema foi escolhido de acordo com as
necessidades do território.

1.2 Contextualização do Tema e Justificativa

A adolescência (10 a 19 anos) é um momento ímpar na vida de cada indivíduo, que molda
as pessoas para a vida adulta, sendo portanto uma fase de transição. Recentemente aceita como tema
de debate, a saúde mental dos jovens não é tratada com o devido rigor, mesmo que se saiba que
diversos fatores aos quais estão expostos, como a pobreza, abuso ou violência podem comprometer a
saúde mental dos adolescentes (Organização Pan-Americana de Saúde, 2020b). Desenvolver ações que
promovam seu bem-estar e amenizem fatores de risco não é pensar apenas nos jovens, mas na saúde
física e mental de futuros adultos.
Como todas as fases da vida, a adolescência possui características bem marcantes. Segundo
Erik Erikson (1902-1994), a fase é marcada pela crise da identidade devido às demandas para assumir
seu papel na sociedade. Isso pode explicar as questões vivenciadas nessa época, que em geral
envolvem um desenvolvimento mais amplo do autoconceito, autoestima e conceitos mais complexos
de si mesmo. As mudanças psicológicas são acompanhadas de mudanças biológicas devido a
alterações hormonais, e alguns autores chegam a refletir sobre a perda do corpo infantil.
As mudanças, portanto, ocorrem em três níveis: a) mudanças biológicas (puberdade,
diferenciação sexual, atração por pares); b) mudanças psicossociais (humor instável, estranhamento do
novo corpo, procura pelo novo) e c) mudanças no meio (transição do ensino fundamental para o
médio) (Baptista M., Baptista A., Dias, 2001) . As mudanças psicossociais também são marcadas por
um senso de dever baseado nas regras da comunidade local, como criar relações íntimas significativas
e tomar decisões importantes.
De fato, a adolescência é uma das fases do desenvolvimento humano em que um grande
número de mudanças ocorrem em um período de tempo muito curto, o que supõe uma certa
preocupação em relação ao desenvolvimento de problemas ligados à saúde mental. A preocupação
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agrava-se na medida em que abordamos os anos recentes (2019-2021), em que a pandemia


internacional de covid-19 levou ao isolamento social, extinguindo a possibilidade dos adolescentes
vivenciarem experiência e relações importantes para o desenvolvimento de uma boa saúde mental.
Para alguns adolescentes, estar em casa levou a um aumento no risco de abuso e estresse familiar, um
dos principais fatores de risco para transtornos mentais. (Organização Mundial da Saúde, 2022a).
Faz-se necessário observar a saúde mental dos jovens na medida em que observamos a
realidade. No cenário atual, as condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga global de
danos e doenças em adolescentes; a depressão lidera é a principal causa de incapacidade entre os
jovens, podendo levar ao suicídio, a terceira maior causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos.
As consequências de não abordar as condições de saúde mental dos adolescentes se estendem à idade
adulta, visto que metade de todos os transtornos mentais tem seu início na adolescência (Organização
Pan-Americana de Saúde, 2022b).
Os métodos de conscientização em saúde mental dos adolescentes frequentemente incluem
intervenções no ambiente escolar, como mudanças organizacionais para um ambiente acolhedor,
desenvolvimento de habilidade pessoais, treinamento para detecção e manejo de risco de suicídio e
programas escolares para adolescentes vulneráveis. Outros métodos, como de autoajuda, encontram
problemas no estigma social e dificuldade de acesso, mas a autoajuda não guiada mostra-se como uma
alternativa (Organização Mundial da Saúde, 2022a). Neste trabalho, abordaremos uma intervenção
escolar pontual e breve, feita através de uma única manhã pelos discentes da 2° fase de psicologia pela
Unesc.
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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral


Propor a abertura de um espaço de discussão para os alunos da Escola de Educação
Básica Irmã Edviges (Eeb Irmã Edviges), a fim de criar um ambiente acolhedor onde possam
relatar suas dúvidas, queixas e vivências sobre saúde mental.

2.2 Objetivos Específicos


● Instigar a discussão acerca do tema saúde mental, visando desestigmatizá-lo através de
um ambiente acolhedor que relacione a vivência do jovem à cultura popular;
● Debater sobre a depressão na adolescência, bem como suas possíveis causas, sintomas,
possibilidades de prevenção e tratamento, referenciando os itens citados a partir de
seriados da cultura popular;
● Debater sobre a ansiedade na adolescência, bem como suas possíveis causas, sintomas,
possibilidades de prevenção e tratamento, referenciando os itens citados a partir de
seriados da cultura popular;
● Proporcionar o desenvolvimento de uma intervenção educacional em saúde mental.
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3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

3.1 Depressão

A depressão é um transtorno comum em todo o mundo: estima-se que mais de 300 milhões de
pessoas convivam com a doença. A condição difere das flutuações usuais no humor e das respostas
emocionais de curta duração aos desafios cotidianos da vida no que tange à duração, intensidade e
causa; enquanto uma flutuação é uma resposta de curta duração a um evento específico, a depressão é
caracterizada por sentimentos negativos exagerados sem causa real. Ela pode levar a pessoa a grande
sofrimento e significativas perdas na vida. Na píor hipótese, leva ao suicídio: cerca de 800 mil pessoas
morrem por suicídio a cada ano, sendo a segunda principal causa de morte entre pessoas com 15 e 29
anos (Organização Pan-Americana de Saúde, 2022c).

O transtorno é multicausal, tendo uma complexa interação entre fatores biológicos (pautados
principalmente na desregulação hormonal e neurobiologia), sociais e psicológicos. Pessoas que
passaram por eventos estressores, como desemprego, luto ou trauma são mais propensas a desenvolver
depressão. A depressão, por sua vez, pode induzir a mais estresse e disfunção, causando um ciclo
sustentado principalmente por uma visão de mundo catastrófica e pelas comorbidades que se
apresentam junto ao transtorno, como ansiedade (Organização Pan-Americana de Saúde, 2022c).

Fatores de risco para a depressão incluem ser mulher, ter uma condição médica crônica como
câncer ou problemas cardiovasculares, e viver numa área com vulnerabilidade social. A alta
prevalência da depressão já tornou o suicídio um problema de saúde pública nos Estados Unidos,
sendo que em 2013 foi a principal causa de morte do país. As taxas de suicídio são especialmente altas
entre populações vulneráveis como veteranos militares, indivíduos cuja orientação sexual seja difere
do usual e jovens entre 15 a 24 anos (Khan Academy, 2008).

3.1.1 A depressão na adolescência

O interesse científico pela depressão em adolescentes é relativamente recente. Apenas a partir


da década de 70 a adolescência foi tida como importante para o desenvolvimento de transtornos
mentais. Atualmente, a depressão em adolescentes é tida como comum, graças ao reconhecimento
oficial pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA (NIMH) em 1975. Alguns autores afirmam
que a depressão maior na adolescência é mais grave do que em adultos, sendo mais resistente a
tratamento do que a depressão no início da idade adulta.
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O transtorno depressivo maior tem características típicas quando se apresenta em


adolescentes. Adolescentes com depressão são principalmente irritáveis e instáveis, ao invés de
demonstrarem ou queixarem-se de tristeza como os adultos, podendo ocorrer crises frequentes de
explosão e raiva. Boa parte dos jovens deprimidos apresentam humor irritado e perda de energia,
apatia e desinteresse, retardo psicomotor, sentimentos de desesperança e culpa, perturbações do sono,
principalmente hipersônia, alterações de apetite e peso, isolamento e dificuldade de concentração.
Outras características próprias desta fase são: prejuízo no desempenho escolar (similar ao prejuízo no
trabalho vivido pelos adultos), baixa auto-estima, queixas físicas (dor abdominal, fadiga e dor de
cabeça), idéias e tentativas de suicídio e graves problemas de comportamento, especialmente o uso
abusivo de álcool e drogas. Visto que na adolescência são exploradas novas idéias, a compreensão da
morte como algo real e futuro deixa os jovens particularmente suscetíveis ao suicídio (Bahls S., Bahls
F., 2002).
O suicídio no adolescente é o fato mais relevante do quadro clínico da depressão. Dentro do
espectro do comportamento suicida situam-se as idéias suicidas, as tentativas de suicídio e o suicídio
propriamente dito. Assim como a depressão, o comportamento suicida entre jovens aparenta estar
aumentando nas últimas décadas, e a adolescência destaca-se como o período mais relacionado à
morte devido a causas violentas (Bahls S., Bahls F., 2002).

3.1.2 Identificando os sintomas da depressão


A depressão é um transtorno do humor grave. Como uma doença complexa, resultado de
interações nas dimensões biológica, social e psicológica, é esperado que as teorias tenham
divergências quanto às causas da depressão. Hoje, a teoria mais aceita liga o quadro depressivo à
alterações nos níveis de serotonina (5HT), dopamina (DA) e noradrenalina (NA), se partir de uma
visão neurobiológica (Sanarmed, 2021).
A 5° edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V, 2014)
delimita os sintomas necessários para a conceituação de um caso clínico de depressão. O manual não
fala de transtorno depressivo, mas de transtornos, classificando o comportamento depressivo em
diferentes tipos. Vejamos:
Critérios DSM-5 para Transtorno Depressivo Maior Recorrente: Diante de todos os critérios,
o DSM-5 prevê que o humor diminuído, deprimido é um critério obrigatório para o diagnóstico desse
quadro de depressão. Somado ao humor deprimido, tem de haver a presença, ainda, de pelo menos 4
dos sintomas seguintes: Desânimo acentuado, ou anedonia; Redução ou aumento do apetite, com
ganho ou perda de peso em 1 mês; Alterações do sono: hipersonia ou insônia; Pessimismo associado a
sentimentos de culpa e/ou inutilidade; Baixa autoestima; Agitação psicomotora ou retardo; Ideação
suicida e pensamentos constantes sobre a morte; Prejuízo da concentração com dificuldades para
pensar.
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Transtorno Depressivo Persistente e Transtorno Distímico com Critérios DSM-5: Nesse tipo
de transtorno o paciente apresenta uma forma crônica da doença, e o episódio depressivo dura dois
anos sem intervalos. A Distimia se refere a um mau humor crônico associado à irritabilidade. Quanto
aos sintomas depressivos, tem-se o humor deprimido, além da diminuição da autoestima, energia e
alterações do sono. É importante chamar a atenção para os sintomas presentes em crianças. Nesse
grupo, o sintoma mais comum é a irritabilidade, nem sempre por dois anos, mas por pelo menos um
ano ininterrupto.
Depressão Atípica ou com características atípicas e critérios DSM-5: O que faz desse
transtorno depressivo ser considerado atípico é o fato de os momentos de melhora serem rápidos e
associado a eventos positivos. Seguindo essa linha, a piora também acontece rapidamente, associada a
eventos negativos. Nesse grupo, os episódios podem ser leves ou graves. Segundo o DSM-5, o
indivíduo deve apresentar, ao menos, dois dos seguintes sintomas: Ganho de peso ou aumento do
apetite, tendo uma predileção especial para alimentos adocicados; Hipersonia, podendo dormir por
mais de 10 horas por dia; “Paralisia de chumbo”: sensação de peso nas pernas e braços, com
sobrecarga sobre os ombros; A rejeição se torna mais dolorosa do que o esperado, permanecendo com
o sentimento negativo até mesmo fora do episódio depressivo.
Depressão tipo melancólica ou endógena e critérios DSM-5: Nesse subtipo depressivo, o
paciente apresenta sintomas endógenos. Dentre eles, são necessários encontrar: 1.Perda de prazer ou a
capacidade de sentir prazer (anedonia) em praticamente todas as atividades diárias, até as que mais
gosta; 2. Falta de reatividade a estímulos, inclusive prazerosos. Não apenas isso, mas outros sintomas
os acompanham para o diagnóstico DSM-5. Dos seguintes, o paciente precisa apresentar, ao menos,
três deles: Humor depressivo com prostração e hiporreatividade; Lentificação psicomotora ou agitação
psicomotora. Na lentificação, a pessoa demora para responder às perguntas feitas, por exemplo;
Sentimentos de culpa inadequados; Perda de apetite, com resultado na diminuição do peso corporal;
Uma depressão especialmente pior pela manhã, mas que ao passar do dia é atenuada.
Transtorno Disfórico pré-menstrual e critérios DSM-5: Esse tipo de quadro depressivo está
relacionado à síndrome pré-menstrual. De maneira geral, o evento surge na semana anterior ao início
do ciclo, sendo intenso e considerado uma forma grave de depressão. Diante dos seguintes sintomas,
ao menos um deles deve estar presente para o diagnóstico: Tristeza marcante; Nervosismo/ansiedade
acentuada; Sentimentos manifestados pela sensação de estar “quase explodindo”; Humor lábil ao
longo do dia; Afeto também lábil; Irritabilidade.
Considerando que esse tipo de transtorno se repete todos os meses, os sintomas sentidos em
um mês podem diferir do mês seguinte, por exemplo. Considerando isso, outros sintomas serão
somados aos descritos acima para o diagnóstico DSM-5. Ao fim da soma, para o diagnóstico devem
ser, ao menos, cinco sintomas totais. São eles: Interesse diminuído; Dificuldade de concentração; Falta
de energia; Fadiga fácil; Alteração do apetite; Hipersonia ou insônia; Sensação de inchaço e aumento
de sensibilidade nas mamas; Sensação de sobrecarga e perda de controle.
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Depressão psicótica ou com sintomas psicóticos: No caso de pacientes com depressão


psicótica, alterações cerebrais são bem mais graves nos pacientes sem sintomas psicóticos. O paciente
psicótico é aquele que oferece risco para a sua própria vida e para a vida de outros. Pensando nisso,
episódios de delírio são comuns e, considerando o componente depressivo, são de conteúdo negativo.
De maneira geral, podem ser sobre uma ruína ou culpa, além de alucinações com conteúdo
depreciativo. Caso o conteúdo delirante seja de conteúdo negativo no paciente depressivo, é
considerado humor-congruentes. Costumam envolver doença, morte, negação dos próprios órgãos,
punição ou culpa. Por outro lado, em pacientes psicóticos em que o conteúdo delirante for
predominantemente sobre perseguição, inserção de pensamentos ou autorreferente, chamamos de
humor-incongruentes (Sanarmed, 2021).

3.1.3 Estratégias de enfrentamento


O tratamento para depressão reflete o caráter multicausal da doença, sendo integrativo. Isto
quer dizer que intervenções psiquiátricas, psicológicas e comportamentais são combinadas para cuidar
das necessidades específicas e sintomas do paciente. Os tratamentos atuam conjuntamente para
restaurar o humor normal e melhorar a habilidade do paciente em lidar com o mundo que o rodeia
(Khan Academy, 2008).
Tratamentos psiquiátricos incluem medicação e, mais recentemente desenvolvida, terapia
eletroconvulsiva. Medicações para o transtorno depressivo maior são chamados de antidepressivos. Os
antidepressivos atuam melhorando os efeitos dos neurotransmissores no cérebro. Alguns focam em
bloquear a reabsorção de neurotransmissores específicos. Estes incluem os inibidores seletivos de
recaptura de serotonina (ISRS), inibidores seletivos de recaptura de norepinefrina e serotonina
(ISRSN) e inibidores de recaptura de norepinefrina e dopamina (IRND). Outros antidepressivos, como
os inibidores da monoamina oxidase (IMAO) focam no aumento dos níveis de neurotransmissores
através da regulação da enzima (chamada de monoamina oxidase) que normalmente está envolvida na
reabsorção deles no cérebro (Khan Academy, 2008).
A eletroconvulsoterapia (ECT) envolve a utilização de eletrodos dispostos na cabeça do
paciente. A emissão de estímulos elétricos é capaz de afetar o funcionamento usual do encéfalo, que
baseia-se tanto em sinapses químicas quanto elétricas. É um tratamento que vem ganhando destaque
atualmente (Khan Academy, 2008).
Um tratamento comum para a depressão envolve a psicoterapia, feita pelo psicólogo. A
psicoterapia pode melhorar o desempenho tanto durante quanto após os episódios depressivos de um
indivíduo. Uma das psicoterapias mais eficazes para o transtorno depressivo maior é a Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC). A TCC foca na identificação de pensamentos, emoções, crenças e
comportamentos negativos e os substitui com outros mais positivos. Isto ajuda o paciente a enfrentar
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seus traumas antigos bem como as novas situações estressantes. Outras formas de terapia focam em
melhorar as relações sociais e determinar objetivos de longo prazo. A psicoterapia é frequentemente
combinada com medicação ou outros tratamentos psiquiátricos (Khan Academy, 2008).
Outras intervenções são as comportamentais. Intervenções comportamentais para a depressão
tipicamente envolvem o desenvolvimento de hábitos de vida saudáveis como exercitar-se, meditar,
ouvir músicas, alimentar-se de modo saudável, e a adesão a um horário de sono consistente. Estão
fortemente envolvidas com a regulação encefálica periférica, visto que certos comportamentos, como
exercitar-se, produzem alterações no encéfalo (Khan Academy, 2008).

3.2 Ansiedade
Devido às constantes mudanças que vem abalando o mundo, muitas pessoas estão enfrentando
sentimentos de ansiedade. Na verdade, esse sentimento é inerente aos seres humanos, é pertencente a
ele e inclusive até necessária para sua proteção e sobrevivência e que impulsiona os indivíduos a
enfrentarem desafios diante da vida. Porém, com a ascensão das tecnologias e tudo que nela está
inerente, surgem também sentimentos exagerados e desproporcionais frente às situações adversas do
dia a dia. Uma prova difícil, uma entrevista importante, uma reunião promissora são exemplos de
estímulos que acarretam tais sentimentos, mas quando isso foge do controle, torna-se patológico. Por
isso a importância da investigação para que os cuidados necessários sejam tomados. Quando o
indivíduo está em sofrimento, a ansiedade deixa de ser apenas uma reação normal e passa a ser
patológica, necessitando de uma intervenção.
Segundo Sadock, Sadock & Ruiz (2017), por conta do advento do capitalismo, da
globalização, das exigências, as expectativas e pressões sobre as pessoas aumentaram, trazendo assim
uma grande dificuldade de enfrentamento desses novos desafios e principalmente de inserimento nesse
novo cenário. A ansiedade patológica surge de uma inquietação e de uma preocupação
desproporcional à situação ou ameaça, originando-se com intensidade e duração consideráveis,
acarretando sofrimento e prejuízos de ordem funcional, organizacional e social (Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5, 2014).
Apesar de acometer muitas pessoas e por esse motivo parecer ‘’normal’’, esse transtorno traz
muito sofrimento psíquico para o portador, afetando sua vida social, sua rotina e até mesmo o trabalho
e estudos. De acordo com Leahy (2011, p.12) ‘’Vivemos na era da Ansiedade’’ e esse sentimento
pode ultrapassar os índices do transtorno da depressão. Conforme o último levantamento realizado
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), muitas pessoas estão fazendo o uso de
medicamentos devido aos prejuízos que o transtorno traz para a vida cotidiana desses indivíduos
(Lenhardtk, Calvetti, 2017). O acompanhamento devido nesses casos se faz necessário, porém grande
12

parte das pessoas que são acometidas pelo transtorno não procura ajuda médica, o que acaba gerando
um grande risco de o indivíduo conviver nessas situações por um longo período e até mesmo sua vida
toda (Lenhardtk, Calvetti, 2017).

3.2.1 A ansiedade na adolescência


Sendo a adolescência um estágio intermediário entre a criança de antes e o adulto do futuro, é
natural gerar desconforto. A necessidade de ser aceito pelo principal grupo do ciclo social é urgente,
como tudo para os adolescentes, e leva a quebra de comportamentos já padronizados pelo ciclo
familiar; dessa forma, os pais são as primeiras figuras a serem contestadas. Seja por ignorância ou
inaptidão dos pais, o conflito se instaura quando esses tentam impor sua vontade nos filhos, gerando
um distanciamento na relação (Carvalho, Costa, 2012).
Como já mostrado, é natural que haja o luto pela figura idealizada dos pais. Agora, com o
afastamento dos genitores, principal ponto de referência para os jovens, esses se veem em meio a
conflitos pessoais e sociais. Sem saber o que fazer, se sentem angustiados e sufocados, perdendo o
controle de suas emoções. Segundo Estes e Skinner (1941, 1961, p.399) “o efeito do estado
emocional é uma depressão temporária da força do comportamento”.
O cenário que se segue é ideal para que o jovem desenvolva inquietação, irritabilidade e medo
frequente, sem saber exatamente a origem. Isso pode levar às fobias causadas pelo transtorno de
ansiedade, a fobia social, fobia específica e agorafobia. Como são desordens emocionais, ainda
estigmatizadas pela sociedade, é comum que seus sintomas só sejam identificados quando já estão
gravemente expressos (Carvalho, Costa, 2012).
A fobia social é caracterizada pela intimidação gerada pela ideia de estar sendo avaliado pelos
pares, e é relativamente comum no que tange a já esperada, mas não necessariamente conturbada,
inclusão no meio social. Fobias específicas são direcionadas a um determinado objeto ou situação,
como insetos ou comer em público. A agorafobia, manifestada normalmente com ataques de pânico,
envolve o medo de espaços e situações que possam vir a se tornar embaraçosos, tendo um constante
receio do presente (Carvalho, Costa, 2012).

3.2.2 Identificando os sintomas da ansiedade


Como supracitado, a adolescência é uma fase naturalmente conturbada do desenvolvimento
humano. Repleta de questões, o indivíduo luta para internalizar as novas expectativas que os outros
têm sobre si, que ele tem sobre si mesmo e encontrar seu lugar no grupo social. Pode-se dizer que, de
certo modo, a adolescência moderna é marcada pela ansiedade na medida em que novos
comportamentos surgem a todo instante numa incansável busca por novidades. Essa habituação
biológica e histórica dos comportamentos ansiosos em adolescentes podem dificultar a percepção de
quando a fronteira da normalidade foi cruzada, dando início ao transtorno da ansiedade.
13

Segundo (Batista e Oliveira, 2015), os sintomas mais comuns da ansiedade em adolescentes


varia segundo o sexo, sendo atribuidas a maior permissão cultural que as mulheres tem para expressar
seus sentimentos. Os sintomas de ansiedade que não apresentaram um nível de significância,
revelando não haver distinção entre o sexo, agruparam-se em comer demais, dificuldade para se
lembrar, ficar doente, irritação, ficar sem saber o que fazer, tensão (2 vezes), sentir muito sono, falta de
ar, garganta seca, dificuldade para namorar, cansaço, tontura, nervosismo, incapacidade de resolução e
pensamentos repetitivos (Batista e Oliveira, 2015).

Fonte: Batista e Oliveira, 2015.


14

3.2.3 Estratégias de enfrentamento


Se a ansiedade causar uma recusa a escola, deve ser feito o retorno o mais breve possível,
evitando cronicidade e evasão escolar. É necessário que haja um acompanhamento translacional pela
escola, terapeuta, psiquiatra e pais quanto ao rumo e objetivos das intervenções, visto que a escola e a
família são os dois ambientes onde o jovem mais passa tempo. A família também pode ser alvo de
intervenções que busquem conscientizar sobre o transtorno e como manejá-lo (Castillo, et al, 2000).
Intervenções farmacológicas são necessárias quando os sintomas são graves e incapacitantes,
tornando o indivíduo não-responsivo à terapia. Os medicamentos envolvem antidepressivos,
benzodiazepínicos, inibidores da recaptura de serotonina e beta-bloqueadores. Trazido para a
realidade, o paciente está pronto para responder a psicoterapia (Castillo, et al, 2000).
A psicoterapia pode ser feita através de múltiplas abordagens, não havendo claras vantagens
entre elas. No entanto, a terapia cognitivo-comportamental é a mais utilizada para tratar de ansiedade.
A abordagem consiste em provocar uma mudança na maneira alterada de perceber e raciocinar sobre o
ambiente e especificamente sobre o que causa o distúrbio, no caso a ansiedade (terapia cognitiva) e
mudanças no comportamento ansioso (terapia comportamental). A principal técnica para o tratamento
da ansiedade consiste na exposição controlada ao fator de risco, fazendo o indivíduo compreender aos
poucos que o fator não representa ameaça. Em outras palavras, o terapeuta auxilia a criança a reverter
o estímulo condicionado pela habituação (Castillo, et al, 2000).
A literatura sobre os tratamentos para a ansiedade é vasta, possuindo técnicas específicas para
cada classificação da ansiedade. Como o enfoque no trabalho não é na ansiedade em si, mas na breve
conscientização dos alunos, este tópico teve o objetivo de esclarecer os principais aspectos sobre esse
transtorno (Castillo, et al, 2000)..

4 METODOLOGIA

4.1 PROPOSTA METODOLÓGICA

Trata-se de um projeto de extensão comunitária na área de educação em saúde,


que será desenvolvido por alunos de graduação em Psicologia, pela Universidade do Extremo
Sul Catarinense.
15

Conforme as etapas definidas no Arco de Marguerez por Bordenave e Pereira


(2001), as ações foram planejadas a partir da realidade do local, observação do problema,
reflexão sobre a necessidade, busca pelo referencial teórico, hipótese de solução e a aplicação
prática que é a orientação sobre ansiedade e depressão na adolescência.
A proposta metodológica tem enfoque na fomentação do diálogo e troca de
experiências. Para tal, os autores utilizaram-se da identificação dos jovens com os elementos
da cultura popular na forma de seriados que abordam o tema saúde mental, com enfoque na
depressão e na ansiedade.
Dentro da proposta, busca-se permitir que as subjetividades se manifestem,
facilitadas pelo conteúdo cultural já consumido pelos jovens, oportunizando maior adesão e
contribuição para o debate.

4.2 LOCAL

A atividade de Educação em Saúde será desenvolvida na Escola de Educação Básica


Irmã Edviges (Eeb Irmã Edviges), da rede municipal de Criciúma (SC), localizada na Rua
Angela Mello, Bairro Mina União.
A estrutura física da escola conta com salas de aula, laboratórios (como de
informática), uma biblioteca, banheiros e uma sala de planejamento, local no qual os
professores realizam as horas-atividades. Atualmente estão fazendo banheiros para pessoas
que usam cadeiras de rodas.
Mesmo com o alto número de alunos, a direção da escola é próxima desses e suas
famílias. Conta com 555 alunos matriculados nos três turnos, sendo 12 turmas de manhã, 4 à
tarde e 6 turmas noturnas. Grande parte dos alunos trabalha ou recebe auxílio governamental,
fato explicado pela presença de muitos indivíduos com mais de 18(dezoito) anos e a carência
que muitas famílias têm na região. Alguns possuem problemas de mobilidade ou cognitivos, e
são assistidos por segundos professores (total de 16), com atendimento em sala de aula e
AEE.
Os discentes têm histórico de transtornos ansiosos e transtornos depressivos, alguns
começando desde o Ensino Fundamental II. A direção atenta-se para tais assuntos, manejando
a situação da melhor forma possível através da organização de palestras e projetos sobre
saúde mental e encaminhamento de alunos em situação de risco para profissionais da saúde.
16

O diretor salienta que devido a pandemia, os índices de saúde mental dos alunos
decaíram. Em suas palavras, “[...] ninguém voltou como era, todos perderam algo.”. Os
alunos ficaram dentro de casa devido a demanda pública, supostamente em residências
humildes, e muitos não conseguiram acessar as aulas on-line por não serem familiarizados
com a tecnologia ou por falta de acesso a internet. A situação gerou um enorme déficit no
aprendizado do conteúdo de 2020, que induziu ao aumento da ansiedade no volta às aulas
devido a cobrança de conteúdos que não foram aprendidos. As turmas mais afetadas foram o
6° do Ensino Fundamental II e o 1° do Ensino Médio, fases em que se aprende conteúdos
necessários para um novo ciclo.
O convívio forçado com membros da família durante a pandemia também aumentou a
recorrência de casos que já eram conhecidos. Denúncias de abuso sexual, problemas
familiares, gravidez e casamento na adolescência tiveram um grande aumento. A direção
relata dois casos drásticos durante a pandemia, nos quais: 1. mãe e filha não se falavam há 7
meses, mesmo morando na mesma casa. Nas palavras da mãe, a filha de 15 anos “morreu para
mim”. A filha havia sido expulsa de casa, mas foi reintegrada por ordem do Conselho Tutelar;
2. pedido de socorro por parte de um aluno. Apesar da Escola encaminhar para o órgão
responsável, este não podia fazer nada sem um relatório. Mostra-se que os casos envolvem
mais que o papel da escola, tendo influência de demais órgãos, cuja Coordenação da escola
questiona a eficiência da intervenção.
Os casos costumam chegar através dos professores devido a proximidade com os
alunos. São orientados a contar à direção o mais breve possível, tanto por questões
profissionais, como a falta de formação do professor para lidar com uma situação de
violência, quanto por proteção ao professor, que pode se envolver na situação e sofrer
prejuízos emocionais e legais. A orientação faz apenas o papel de comunicação com a rede de
proteção ao adolescente e os alunos que pedem ajuda. Essa relação pode ser complexa, tendo
questões como envolvimento emocional dos profissionais e dependendo de processos em
outros órgãos, como supracitado.
A escola mostra-se atenta para questões de saúde mental, tanto por parte da
coordenação quanto do quadro de funcionários. A infraestrutura é adequada às práticas de
educação.

4.3 POPULAÇÃO ALVO


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A população alvo que o grupo pretende alcançar com este projeto são 28 estudantes do
primeiro ano do ensino médio matutino, sendo 13 meninas e 15 meninos com média de idade
de 15 a 16 anos.

4.4 AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE

4.4.1 Intervenção 1: Levantamento das necessidades dos alunos.

● Primeiro Momento: Dois representantes da equipe, Stefany Lessa e Vítor Lobo, visitaram
a escola no dia 16 de setembro de 2022, junto com os demais representantes de diferentes
grupos acompanhados da Prof. Paola R. Galeli, para conhecimento do território.

● Segundo Momento: Os gestores da instituição introduziram os representantes às questões


pertinentes, como a história da escola e sua relação com os alunos, em especial no
momento pós-pandemia, e as questões de saúde mental dos mesmos.

● Terceiro Momento: Os representantes foram apresentados às turmas com as quais


desenvolverão o projeto. Uma urna foi deixada em cada sala para recolher possíveis
dúvidas e anseios acerca de saúde mental, ou quaisquer temas que pudessem surgir. O tema
central da intervenção será baseado na temática central das dúvidas.

● Quarto Momento: As urnas foram recolhidas dia 14 de outubro de 2022, passados 28 dias
da primeira visita. As duas únicas perguntas obtidas definiram o tema no espectro dos
transtornos depressivos e de ansiedade, focando no reconhecimento desses transtornos e
métodos de enfrentamento.

4.4.2 Intervenção 2: Organização das atividades e dinâmica de apresentação dos


participantes

● Primeiro Momento: As urnas foram recolhidas dia 6 de outubro de 2022, ficando a


disposição dos alunos por um total de 20 dias. O recolhimento deu-se por parte de um
18

aluno voluntário, sem contato significativo com a instituição. Neste momento, os discentes
não tiveram acesso às urnas.

● Segundo Momento: No dia 14 de outubro de 2022 os discentes tiveram acesso ao


resultado das urnas. Na urna deste grupo havia apenas duas cédulas contendo as seguintes
perguntas: 1. “Como controlar a ansiedade?”; e 2. “Como saber quando alguém está com
depressão e como ajudar?”. Evidentemente o tema selecionado para estruturar o projeto foi
ansiedade e depressão na adolescência.
● Terceiro Momento: Foram estruturadas as atividades a serem feitas na intervenção. A
princípio, constariam no planejamento: 1. Apresentação; 2. Dança das cadeiras
(quebra-gelo); 3. Apresentação do tema segundo a cultura popular; 4. Meditação guiada; 5.
Apresentação de técnicas para regulação emocional; 6. Apresentação de redes de apoio em
saúde mental.
● Quarto Momento: No dia 23 de novembro de 2022 foi feita uma reunião com a
professora titular da matéria, o profissional orientador do grupo e os discentes participantes
do projeto. Pontos específicos da intervenção foram ajustados, sendo as principais
mudanças: 1. Substituição da “dança das cadeiras” pela Teia da Amizade como técnica
introdutória; 2. Adiantamento da Meditação Guiada para o Primeiro Momento da
intervenção.
● Quinto Momento: No dia 25 de novembro de 2022 foi realizada a intervenção na Escola
de Educação Básica Irmã Edviges (Eeb Irmã Edviges), das 8:30 às 11:45 do horário de
Brasília.

4.4.3 Intervenção 3: Desenvolvimento das atividades educativas

As ações educativas serão realizadas considerando os momentos a seguir:

● Primeiro Momento: Apresentações


Os membros do grupo se apresentaram de forma padrão, informando seus nomes e em
seguida, foi proposta a meditação guiada por um dos instrutores que acompanhou o grupo.

● Segundo Momento: Meditação Guiada


19

A fim de trazer os jovens para o momento presente, foi realizada uma meditação
guiada com a turma, ministrada pelo professor orientador. A técnica auxilia na redução de
pensamentos distrativos e ruminativos, como observado por (Chambers, Yee Lo, & Allen,
2008; Jain et al., 2007), além de propiciar um estilo cognitivo de maior aceitação (Bishop et
al., 2004; Easterlin & Cardeña, 1998).

● Terceiro Momento: Teia da Amizade


Foi utilizada a técnica da teia da amizade para apresentação do grupo, revelando a
importância de cada um assumir sua parte na vida alheia. A técnica, normalmente utilizada
em Orientação Profissional, funciona da seguinte forma: O coordenador toma nas mãos um
novelo de cordão ou lã. Em seguida, prende a ponta do mesmo em um dos dedos de sua mão e
pede para as pessoas prestarem atenção na apresentação que ele fará de si mesmo. Assim,
logo após se apresentar brevemente, dizendo quem é, de onde vem, o que faz, etc, joga o
novelo para uma das pessoas à sua frente. Esta pessoa apanha o novelo e, após enrolar a linha
em um dos dedos, irá repetir o que lembra sobre a pessoa que acabou de se apresentar e que
lhe atirou o novelo. Após fazê-lo, essa segunda pessoa irá se apresentar, tal qual a primeira, e
passar o novelo adiante.

● Quarto Momento: Apresentação do tema através de ícones da cultura popular


Os discentes se dividiram em quatro grupos, as mesas, cada qual lidando com obras
populares de alta identificação com o público jovem, como séries, filmes e músicas da moda,
para abranger quatro grandes temas, sendo eles depressão, ansiedade, relacionamentos e
autoestima, conforme consta nos materiais do apêndice D. O grande grupo da turma se dividiu
em grupos menores de até 7 alunos. Cada subgrupo ficou um total de 15 minutos discutindo a
temática de cada mesa e seus elementos de identificação com o cotidiano, bem como
possíveis soluções aos desafios apresentados pelas obras.
A todo tempo os alunos foram observados. Os discentes captavam através de
manifestações verbais e não verbais aqueles que mais demonstraram sintomas incomuns,
repassando os casos mais expressivos para a direção da escola.

● Quinto Momento: Ensino de Técnicas de respiração para regulação emocional

Os alunos foram agrupados e orientados quanto à relação entre a respiração e os


estados emocionais. Nas palavras de (CALDAS, 2018, p. 37), a guiar a própria respiração
20

auxilia no controle da pressão arterial e estresse, fatores reguladores da ansiedade que quando
diminuídos tendem o corpo a um estado de repouso em que a ansiedade é diminuída.
Foram ensinadas duas técnicas, ambas baseadas em (CALDAS, 2018) sendo elas: 1.1
inspirar pelas narinas, distendendo o diafragma e dilatando o abdômen, contando 3 tempos.
1.2. prender o ar nos pulmões durante 3 tempos. 1.3. expirar pela boca lentamente encolhendo
o diafragma e contraindo o abdômen, durante 6 tempos; e a outra técnica 2.1. colocar a língua
no tecido mole da boca e inspirar de boca fechada, contando 4 tempos. 2.2. prender a
respiração por 7 tempos. 2.3. respirar de forma audível por 8 tempos. 2.4. repetir por 4 ciclos.

● Sexto Momento: Apresentação das Redes de Atenção Psicossocial


Com intuito de criar uma rede de apoio para com os alunos, foram apresentados
possíveis locais de ajuda e conversa, nos quais os jovens poderão posteriormente conhecer e
buscar auxílio acerca de questões envolvendo saúde mental.
Primeiramente foi abordado o Centro de Valorização da Vida (CVV), o qual atua de
forma a oferecer apoio emocional e prevenção ao suicidio. O programa conta com voluntários
que atendem através de ligações, e-mails, mensagens ou presencialmente nos postos de
atendimento em horário comercial. Tais informações foram inseridas em um panfleto, que
consta no apêndice A, e em seguida houve a distribuição para toda a turma. Também foram
apresentadas, conforme o material do apêndice B, as clínicas integradas presentes na UNESC,
as quais oferecem atendimento psicológico gratuito à comunidade local. Por fim, foi
discorrido toda a rede de Atenção Psicossocial, que oferece serviços de saúde às pessoas em
sofrimento mental, de forma comunitária e gratuita. Neste último também apresentou-se as
informações de maneira escrita conforme o material do apêndice C.

4.4.4 Intervenção 4: Avaliação das ações educativas

As ações educativas foram avaliadas a partir dos momentos a seguir:

● Primeiro Momento: Entre o quarto e quinto momento do item “4.4.3 - Intervenção 3” foi
feita uma roda de conversa com os alunos, aceitando feedbacks sobre a intervenção. De
maneira geral, o grupo recebeu bem a atividade e participaria dela novamente, ainda que de
início tenham se mostrado tímidos quanto à participação. Os pontos positivos destacados
foram a metodologia da intervenção ter interagido com eles, fugindo das tradicionais
21

palestras; e o tratamento horizontal, levando em conta seus pensamentos e pontos de vista.


Como pontos negativos, salientaram que a atividade poderia ter sido melhor aproveitada
com mais tempo para desenvolvê-la, seja com um único encontro de maior duração ou
mais encontros esporádicos; e que o primeiro contato, quando as urnas foram deixadas,
poderia ter sido feito com mais calma e explicado melhor a proposta da intervenção.

4.5 RECURSOS
A atividade será realizada por um período de 3 horas no turno da manhã do dia 25 de
novembro, sendo necessário a locomoção de ida e volta da escola a universidade, através
de ônibus e carona oferecida pela professora responsável.
No dia da realização da proposta será utilizado um novelo de lã, assim como cartões
confeccionados pelos proponentes e também panfletos coloridos/preto e branco. Para a
entrega do relatório final é necessário a impressão e encadernação do mesmo.
22

5 CRONOGRAMA
Setembro Outubro Novembro Dezembro
Atividade 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª sem. 2ª sem. 3ª sem. 4ª sem. 1ª 2ª sem. 3ª 4ª
sem. sem. sem. sem. sem. sem. sem. sem. sem. sem. sem.

Levantamento de temas de interesse X X X X


Elaboração do projeto de educação X
em saúde
Estruturação dos produtos de X X X
educação em saúde
Apresentação dos materiais X
construídos para validação
professora e colegas
Correções necessárias dos materiais X X
produzidos
Realização das atividades propostas X
na escola participante da extensão
Escola Pais e Filhos.
Avaliação e discussão sobre a X X
atividade realizada
Entrega do relatório final X
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6 ORÇAMENTO

Despesas de Custeio
Discriminação Quantidade Valor unitário (R$) Valor Total (R$)
1. Serviços de terceiros
Passagens para 8 2,22 17,76
deslocamento
17,76
Sub total
2. Material de Consumo
Novelo de lã 1 4,50 4,50
Papel couche com 6 4,60 27,60
impressão

32,10
Sub total
3. Impressão e Encadernação
Impressão (folha) 33 0,50 16,50
Panfletos (Preto e 120 0,50 36,00
Branco)
Panfletos (Colorido) 4 2,50 10,00
Encadernação comum 1 6,00 6,00
(unidade)
52
Sub total
118,36
TOTAL GERAL

* Observação: O projeto será custeado pelos proponentes.


24

7 REFERÊNCIAS
BAHLS, Saint-clair; BAHLS, F. R. C. Depressão na adolescência: características clínicas.
Interação em Psicologia, Paraná, v. 6, n. 1, p. 49-57, jan./2002.

BAPTISTA, Makilim Nunes; BAPTISTA, A. S. D; DIAS, Rosana Righetto. Estrutura e


suporte familiar como fatores de risco na depressão de adolescentes. Psicologia: Ciência e
Profissão [online], São Paulo, v. 21, n. 2, p. 52-61, jun./2001.

BATISTA, Marcos Antonio; OLIVEIRA, S. M. D. S. S. Sintomas de ansiedade mais comuns


em adolescentes. Revista de Psicologia da Vetor Editora, São Paulo, v. 6, n. 2, p. 43-50,
dez./2005.

BORDENAVE, J.D.; PEREIRA, A.M. Estratégias de ensino-aprendizagem. 12ª Ed.


Petrópolis: Vozes; 2001.

CARVALHO, F. C. D; COSTA, E. M. D. TRANSTORNO DE ANSIEDADE NA


ADOLESCÊNCIA. Revista Lugares de Educação, Bananeiras/PB, v. 2, n. 2, p. 54-74,
dez./2012.

CASTILLO, A. R. G. et al. Transtornos de ansiedade. Brazilian Journal of Psychiatry


[online], São Paulo, v. 22, n. 2, p. 20-23, jan./2001.

KHAN ACADEMY. O que é depressão?. Disponível em:


https://pt.khanacademy.org/science/health-and-medicine/mental-health/depression-and-related
-disorders/a/what-is-depression. Acesso em: 13 nov. 2022.

LENHARDTK, Gabriela; CALVETTI, Prisla Ücker. Quando a ansiedade vira doença? Como
tratar transtornos ansiosos sob a perspectiva cogntivo-comportamental. Aletheia, Canoas, v.
50, n. 1, p. 111-122, dez./2017.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório Mundial de Saúde Mental:


Transformando a saúde mental para todos. Disponível em:
https://www.who.int/publications/i/item/9789240049338. Acesso em: 13 nov. 2022.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Depressão. Disponível em:


https://www.paho.org/pt/topicos/depressao. Acesso em: 13 nov. 2022.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Saúde mental dos adolescentes.


Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/saude-mental-dos-adolescentes. Acesso em:
13 nov. 2022.

SANAR. Diagnóstico de Depressão segundo o DSM-5: como identificar?. Disponível em:


https://www.sanarmed.com/classificacao-depressao-dsm-v-pospsq. Acesso em: 13 nov. 2022.
25

8 APÊNDICES
APÊNDICE A - Panfleto CVV
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APÊNDICE B - Panfleto Clínicas Integradas da Unesc


27

APÊNDICE C - Panfleto Redes de Atenção Psicossocial (RAPS)


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29

APÊNDICE D - Trechos de Séries/Filmes/Músicas/Livros


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