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Massachusetts Institute of Technology

Departamento de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação

6.0002 – Circuitos Eletrônicos

Laboratório 3: Redes de Segunda Ordem


Apostila F00-50

Outono 2000

Introdução

A proposta deste laboratório é dar a você experiência com redes de segunda


ordem, e mostrar que os elementos reais de redes nem sempre se comportam de
uma maneira ideal. Todos os exercícios deste laboratório se concentram no
comportamento da rede e nos elementos de rede mostrados na Figura 1. Você
deverá concluir os exercícios em seu caderno de anotações, antes de ir para o
laboratório. Em seguida, aplique os exercícios de laboratório entre 13 e 17 de
novembro. Após concluir os exercícios de laboratório, peça ao seu AP para verificar
seu trabalho e assinar seu caderno de anotações. Por fim, conclua os exercícios
pós-laboratoriais em seu caderno de anotações e entregue-o até 22 de novembro.

Traga seu CD favorito para o Exercício de Laboratório 3-5; será um


experimento divertido e seus resultados não serão necessários para os exercícios
pós-laboratoriais.

Exercícios Pré-Laboratoriais

Você é fortemente incentivado a usar o Matlab para gerar gráficos para os


Exercícios 3-2 e 3-5. O Matlab não só economizará seu tempo como também o
ajudará a gerar gráficos extremamente fiéis e precisos. Para ajuda do Matlab,
consulte o apêndice.

(3-1) Suponha que a rede da Figura 1 esteja inicialmente em inatividade. Em t =


0, a voltagem de entrada νIN(t) passa de 0 V para VTI. Dada essa entrada,
determine a resposta transiente de νOUT(t). Note que νOUT(t) assume a forma
de . Dica: Você tem liberdade para usar os
resultados do Problema 9-2 do Trabalho de Casa para este exercício.

Figura 1: Rede de Segunda Ordem


(3-2) Permita que L = 47 mH, C = 0.0047 μF, R = 220 Ω e VTI = 10 V. Sob estas
condições, represente graficamente as respostas transientes de νOUT(t) para
0 ≤ t ≤ 0.3 ms; representar graficamente os cruzamentos de picos e zeros da
resposta e alguns pontos entre cada cruzamento de pico e zero deve ser
suficiente. Em um gráfico à parte, repita este exercício para R = 1000 Ω.
Dica: Consulte o apêndice Matlab.

(3-3) Para ambos os valores de R, calcule a voltagem VTP no primeiro pico da


resposta transiente, a freqüência na qual a resposta transiente oscila e
a taxa na qual a resposta transiente declina. Observe que os picos da
resposta transiente ocorrem em momentos como ;
você deve verificar isso.

(3-4) Suponha que a rede esteja em estado estacionário senoidal. Determine a


resposta de νOUT(t) à entrada . Observe que νOUT(t)
assumirá a forma νOUT(t) = . Dica: Você tem liberdade
para usar os resultados do Problema 10-1 do Trabalho de Casa para este
exercício.

(3-5) Permita que L = 47 mH, C = 0.0047 μF e R = 220 Ω. Em gráficos à


parte, represente graficamente o log
onde
. Dez a quinze pontos por gráfico deve ser suficiente
para delinear HS, se você espaçar os pontos o mais próximo possível do pico
de HS. Novamente, em um gráfico à parte, repita este exercício para R =
1000 Ω. Talvez você ache que é fácil usar papel logarítmico para o gráfico de
HS e papel logarítmico linear para o gráfico de φS. Dica: Consulte o apêndice
Matlab.

(3-6) Para ambos os valores de R calcule o valor de pico HSP de HS, a freqüência
na qual ocorre o pico e Q. Observe que Q é definido como
terá caído de seu valor de pico de HSP por um
fator de .

Exercícios de Laboratório

Os exercícios de laboratório envolvem medição de ambas as respostas de gradação


e senoidal da rede mostrada na Figura 1 para os dois valores de R. Mais tarde, você
usará a mesma rede para filtrar um sinal de um CD player.

Os elementos de uma rede real nem sempre se comportam da forma que


nós modelamos no curso 6.002. Por exemplo, um indutor real pode ser mais bem
modelado como um indutor ideal em série com um resistor como o da Figura 2. O
resistor é um elemento parasita, significando que ele é indesejado, mas inevitável.
O resistor é responsável pela resistência do fio utilizado para revestir o indutor.
Modelos ainda mais complexos poderiam ser responsáveis pelas principais perdas e
pela capacitância entre curvas sinuosas. Por esta razão, o modelo mostrado na
Figura 2 não é o único modelo possível. De forma semelhante, um capacitor real
pode ser mais bem modelado como um capacitor ideal em paralelo com a
condutância parasita, no qual os modelos dispersam através do dielétrico do
capacitor, conforme mostrado também na Figura 2.
Figura 2: Modelos aperfeiçoados de um indutor e de um capacitor reais.

Nos exercícios a seguir, a rede na Figura 1 será exposta às entradas que variam em
freqüências altas o suficiente, para que você possa ignorar a condutância parasita
paralela do capacitor. Assim, nós só precisamos nos preocupar com a resistência
parasita em série do indutor.

(3-1) Pegue um indutor de 47 mH, um capacitor de 0,0047 μF, um resistor de 220


Ω e um resistor de 1000 do seu kit de laboratório para a mesa de
instrumentos e use o medidor de impedância GenRad para medir esses
elementos e determinar a resistência e a condutância parasita do indutor e
do capacitor, respectivamente.

Para medir o indutor, ajuste o medidor para 1 kHz, o modelo em série e o


tipo de elemento e a variação de valor adequados. O medidor lerá
diretamente o valor do indutor. Ele também lerá Q a partir do qual você
determina RP de

Para medir o capacitor, ajuste o medidor para 1 kHz, o modelo paralelo e o


tipo de elemento e a variação de valor adequados. O medidor lerá
diretamente o valor do capacitor. Ele também lerá D a partir do qual você
determina GP de

(3-2) Construa a rede de segunda ordem mostrada na Figura 1, usando o indutor,


o capacitor e o resistor de 220 Ω medidos.

(3-3) Ajuste o gerador de sinais para produzir uma onda quadrada entre picos de
10 V em 50 Hz com neutralização de 5 V, de forma que a voltagem da
entrada de circuito aberto opere entre 0 V e 10 V. Com o osciloscópio, meça
a resposta transiente da voltagem do resistor νOUT(t) em relação à operação
positiva e compare a resposta a esse gráfico representado durante os
exercícios pré-laboratoriais. A medição ocasional de dados que
correspondem aos pontos grafados durante o Exercício Pré-Laboratorial 3-2
é suficiente. Meça também a voltagem VTP, a freqüência de oscilação , a
taxa de declínio . Para medir é mais fácil medir o tempo sobre o
qual a resposta transiente declina até

Substitua o resistor de 220 Ω pelo resistor de 1000 Ω medido e repita o


exercício. No próximo exercício, substitua o resistor de 1000 Ω pelo de 220
Ω.

(3-4) Ajuste o gerador de sinais para produzir uma voltagem senoidal entre picos
de circuito aberto de 10 V com neutralização zero; a voltagem de circuito
aberto é νIN(t). Conecte a saída SYNC do gerador ao canal um do
osciloscópio e acione o osciloscópio daquele canal. Use o outro canal do
osciloscópio para medir a voltagem do resistor νOUT(t) pela variação de
freqüência de 1 kHz a 100 kHz. Em particular, meça a amplitude entre picos
de νOUT e a diferença de tempo entre os cruzamentos próximos a zero da
saída SYNC e νOUT; observe que a saída SYNC possui os mesmo cruzamentos
de zero como νIN. A partir destes dados, você determinará HS e φS durante os
exercícios pós-laboratoriais. A medição de dados em freqü6encias que
correspondem aos pontos grafados durante o Exercício Pré-Laboratorial 3-5
é suficiente. Meça também a relação de voltagem de pico HSP de HS, a
freqüência na qual o pico ocorre e Q. Q é mais fácil de medir, ao medir
primeiro a diferença entre as duas freqüências na qual a relação HS cai de
seu valor de pico de HSP por um fator de ; essa diferença de freqüência
deve ser

É importante notar que é o desvio de fase de νOUT relativo a νIN. A


forma mais conveniente para medir φS é medir o retardo de tempo dos
cruzamentos de zero de νIN aos cruzamentos de zero de νOUT. Este retardo de
tempo pode ser convertido a um desvio de fase. Infelizmente, νIN é interno
para o gerador de sinais e portanto não mensurável. Entretanto, a saída
SYNC do gerador e νIN possuem os mesmos cruzamentos de zero, que se
deve à saída SYNC usada neste exercício como uma referência de medida de
desvio de fase.

Substitua o resistor de 220 Ω pelo resistor de 1000 Ω medido e repita o


exercício. No próximo exercício, substitua o resistor de 1000 Ω pelo de 220
Ω.

(3-5) Neste exercício, você usará a rede da Figura 1 para filtrar um sinal de
música.

Pegue um CD player, um alto-falante poderoso e uma caixa de décadas de


capacitores de uma mesa de instrumentos. Conecte a caixa de décadas de
capacitores de 0,1-1,1 μF no lugar do capacitor de 0,0047μF em seu circuito
do exercício anterior. Use os controles da caixa de capacitor para ajustar a
capacitância para 0,5 μF. Conecte o alto-falante através do resistor, de
forma que você possa ouvir νOUT. Ligue o CD player e o alto-falante e ajuste
o volume para que você possa ouvir a música.

Ouça a música e observe o sinal νOUT no osciloscópio, à medida que ajusta os


controles na caixa do capacitor de 0,1 a 1,1 μF. O que acontece à música
quando você altera a capacitância? Por quê?

(3-6) OPCIONAL No exercício anterior, você usou uma rede de segunda ordem
como um filtro de passagem de faixa, usando a voltagem através do resistor
de 220 Ω como sinal de saída do alto-falante. Agora, você usará a voltagem
através do indutor e capacitor como saída. Comece ajustando a capacitância
da caixa do capacitor para 0,5 μF.

Conecte o alto-falante e o osciloscópio através do indutor. Observe o sinal no


osciloscópio e ouça a música.

Agora, tente conectar o alto-falante e o osciloscópio através do capacitor.


Qual a diferença deste sinal para o do conectado através do indutor?
Explique.
Exercícios Pós-Laboratoriais

Conclua estes exercícios em seu caderno de anotações, usando as respostas que


você calculou durante os exercícios pré-laboratoriais e os dados que você mediu
durante os exercícios de laboratório. O principal objetivo dos exercícios pré-
laboratoriais é explicar quaisquer discrepâncias que possam existir entre as
respostas que você calculou durante os exercícios pré-laboratoriais e as respostas
que você mediu durante os exercícios de laboratório.

(3-1) Represente graficamente os dados da resposta transiente registrados sobre


o gráfico correspondente preparado durante os exercícios pré-laboratoriais.
Em que condições os dados medidos se igualam ao gráfico teórico? Ou seja,
como eles se diferem?

(3-2) Considere, mais uma vez, a resposta transiente. Em forma de diagrama para
os dois casos de R, compare sua voltagem calculada e medida VTP, a
freqüência e a taxa de declínio . Como os parâmetros medidos e
calculados se comparam? Em seguida, utilize os valores calibrados dos
elementos de rede, incluindo a resistência parasita do indutor, para
recalcular os parâmetros. Inclua os novos parâmetros no diagrama. Os
novos parâmetros se comparam mais favoravelmente aos parâmetros
medidos? Os novos parâmetros explicam as diferenças observadas no
Exercício Pós-Laboratorial 3-1?

(3-3) Primeiro, converta as amplitudes de νOUT medidas no estado estacionário


senoidal de , dividindo as amplitudes medidas pela amplitude 10 V de
νIN. Segundo, converta as diferenças de tempo do cruzamento de zero
medidas no estado estacionário senoidal para medições de , dividindo
as diferenças de tempo pelo período de forma de onda correspondente e, em
seguida, multiplicar por 360 graus. Por fim, represente graficamente os
dados da resposta de freqüência preparados durante os exercícios pré-
laboratoriais. Em que condições os dados medidos se igualam ao gráfico
teórico? Ou seja, como eles diferem?

(3-4) Considere, mais uma vez, a resposta de freqüência. Em forme de diagrama


para os dois casos de R, compare a sua relação de voltagem máxima
calculada e medida HSP, a freqüência e Q. Como os parâmetros
calculados e medidos se comparam? Em seguida, utilize os valores
calibrados dos elementos de rede, incluindo a resistência parasita do indutor,
para recalcular os parâmetros. Inclua os novos parâmetros no diagrama. Os
novos parâmetros se comparam mais favoravelmente com os parâmetros
medidos? Os novos parâmetros explicam as diferenças observadas no
Exercício Pós-Laboratorial 3-3?
Usando o MATLAB para o Laboratório 3

Você é incentivado, embora não seja obrigatório, a usar o Matlab para


representar graficamente os Exercícios Pré-Laboratoriais 3-2 e 3-5. Nota: Este
documento é fornecido especialmente para esses exercícios. Existem inúmeros
recursos de ajuda para o Matlab no Athena. Visite: http://web.mit.edu/olh/Matlab/.
Para usar o Matlab, você precisa primeiro digitar “add matlab” no prompt Athena e,
em seguida, chamar o Matlab digitando o comando “matlab” no prompt Athena.

Exercício Pré-Laboratorial (3-2)

No prompt matlab, digite os valores para L, C, RIN e VTI.

L = 47e-3;
C = 0.0047e-6;
R = 220;
RIN = 50;
VTI = 10;

Sua última meta é representar graficamente a resposta transiente de νOUT(t)


para 0 ≤ t ≤ 0,3 ms. Para tanto, você precisa gerar um vetor de tempo t e um vetor
de voltagem vOUT. Comece usando o comando linspace para gerar um vetor de
tempo t de valores de tempo espaçados igualmente entre 0 e 0,3 ms.

t = linspace(0,0.3e-3,1000);

Digite help linspace no prompt matlab para obter detalhes sobre o


comando linspace. No Exercício Pré-Laboratorial 3-1, sugira uma expressão para a
fórmula . Você usará esta expressão para gerar o
vetor de voltagem vOUT. Digite os parâmetros VTO, αT, ωT e φT no matlab em termos
de L, C, R, RIN e VTI. Após digitar esses parâmetros, você estará pronto para
gerar o vetor de voltagem vOUT.

vOUT = VTO ∗ exp(-1 ∗ alphaT ∗ t).∗ sin(omegaT ∗ t + phiT);

Agora, você tem dois vetores, t e vOUT, que você pode suar para
representar graficamente a resposta transiente. Use o comando plot para gerar
um gráfico.

plot(t,vOUT);

Talvez você queira usar outros comandos para formatar melhor o seu
gráfico. Tente os comandos title, xlabel, ylabel, axis e grid. Para obter
ajuda de qualquer comando, digite “help command” no prompt matlab.

Agora, repita para R = 1000.

Exercício Pré-Laboratorial (3-5)

Este exercício pede que você crie um gráfico logarítmico de HS e um gráfico


logarítmico linear de φS. Você achará isso muito fácil com a ajuda do matlab.
Comece criando duas linhas de vetores listando os coeficientes do numerador e do
denominador em energia descendente de s. Por exemplo, considere a função de
transferência . O comando a seguir cria um vetor de linha num
que lista os coeficientes do numerador em energia descendente de s.
num = [R 0];

Observe que o coeficiente de zero correspondente a s0. Agora, crie um vetor


de linha den para o denominador.

den = [L (R+RIN) (1/C)];

Agora, você pode usar o comando matlab tf para criar uma função de
transferência dos vetores de linha num e den.

HS = tf(num,den)

Em seguida, você precisa gerar um vetor de freqüências para o eixo x da


magnitude e fase dos seus gráficos. O Exercício Pré-Laboratorial 3-5 pede que você
crie gráficos em toda a faixa . Crie um vetor de
freqüência de freqüências espaçadas logaritmicamente nesta faixa.

omegaS = logspace(log10(2∗pi∗1e3), log10(2∗pi∗100e3), 1000);

Para mais informações, digite help logspace no prompt matlab. Agora,


você pode usar o comando bode para calcular a magnitude e fase de cada uma das
freqüências especificadas no vetor omegaS.

[MAG, PHASE] = bode(HS, omegaS);

O Exercício Pré-Laboratorial pede que você represente graficamente a


magnitude de um gráfico logarítmico. Você pode fazer isto no matlab, usando o
comando loglog.

loglog(omegaS/(2∗pi∗10e3),MAG(:));

Agora, você tem um gráfico de magnitude. Observe que o eixo x está


normalizado para 10 kHz, conforme especificado no Exercício Pré-Laboratorial 3-5.
Como no exercício anterior, você pode formatar seu gráfico com os comandos grid,
title, ylabel, xlabel etc. O exercício pede um gráfico logarítmico linear da fase.
Use o comando semilogx para gerar um gráfico logarítmico linear.

semilogx(omegaS/(2∗pi∗10e3),PHASE(:));

Agora, você terminou. Após formatar seu gráfico, repita o exercício para R =
1000.

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