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Introdução

1. Objectivos
 Listar e descrever as técnicas gerais e imobilização dos membros superiores

 Listar e descrever as técnicas específicas de imobilização da cintura escapular, úmero, cotovelo,


antebraço punho e mão

 Listar e descrever as técnicas gerais e imobilização dos membros inferiores

 Listar e descrever as técnicas específicas de imobilização do fémur, joelho, perna, tornozelo e


pé.
1.1. Imobilização de fracturas lesões articulares

Imobilização dos membros superiores


1.2. Fraturas da cintura escapular
Estas resultam geralmente de um traumatismo directo, estando presentes os sinais habituais das fraturas.
São fraturas que não carece no pré-hospitalar de grandes cuidados, bastando imobilizá-las colocando o
braço ao peito passando depois uma ligadura sobre o tórax para que não exista rotações do membro
durante o transporte.
Um socorrista ajustará comodamente o membro superior lateralmente, com o antebraço flectido para a
frente do corpo.

1.3. Fraturas do Úmero


Um socorrista ajusta sob tracção mas comodamente o braço a uma tala de madeira almofadada,
lateralmente, com o antebraço flectido para a frente do corpo. O outro socorrista aplicará as ligaduras,
imobilizando o braço contra a tala e depois contra o tórax, apoiando o antebraço.
São fraturas que carecem de atenção e muito cuidado na manipulação pré-hospitalar, uma vez que
frequentemente há lesões vasculares e nervosas, pela proximidade de vasos e nervos junto ao osso.

Perante uma fratura do úmero o socorrista deve pesquisar o estado circulatório do membro, palpando o
pulso radial e a sensibilidade e mobilidade do membro.

1.4. Lesões a Nível do Cotovelo


Resultam habitualmente de traumatismo directo sobre o cotovelo.
Para além dos sinais e sintomas habituais das fraturas, devemos pesquisar igualmente o estado
circulatório do mesmo, pois as lesões a este nível podem também dar compromissos vasculares (palpar
pulso radial).
A imobilização deve ser feita com o mínimo de tração sem forçar, (se a mesma não provocar dor local
muito intensa e não houver resistência) já que a flexão associada ao edema que habitualmente se instala
podem comprimir os vasos que passam a nível do cotovelo impedindo o fluxo normal de sangue.

1.5. Fraturas do Antebraço


Ter em atenção que os sinais e sintomas normais das fraturas, podem estar mais ou menos mascarados
quando apenas um dos ossos (rádio ou cúbito) é fraturado.
As regras gerais de tratamento das fraturas, aplicam-se aqui sem exceções.

1.6. Fraturas do Punho e Mão


Enquanto a nível do punho o mecanismo mais frequente de fratura é o traumatismo indireto – fase pós-
impacto, a nível dos dedos é o traumatismo directo sobre estes.
A fratura do punho mais frequente, é a fratura de Coles no indivíduo idoso, em que habitualmente
verificamos

1.7. Fraturas do Punho e Mão


Enquanto a nível do punho o mecanismo mais frequente de fratura é o traumatismo indirecto – fase pós-
impacto, a nível dos dedos é o traumatismo directo sobre estes.
A fratura do punho mais frequente, é a fratura de Coles no indivíduo idoso, em que habitualmente
verificamos a existência de uma deformidade do punho “em garfo”.

1.8. Imobilização dos membros inferiores


Fraturas do Fémur
As fraturas mais frequentes a este nível, são as fraturas do colo do fémur do idoso, resultantes de
pequenas quedas e as fraturas provocadas por acidentes.
O sinal típico deste tipo de fraturas é a rotação externa do pé.
A atitude a ter perante a suspeita de fratura do colo do fémur, segue as regras básicas de imobilização
das fraturas: tracção, alinhamento, e imobilização que deve ser feita com talas longas até à cintura e
ultrapassando o pé, de forma a manter a tracção e alinhamento do membro.

Nunca tentar sentar ou colocar de pé a vítima, as fraturas do fémur propriamente dito, são
habitualmente resultantes de acidente de viação e portanto de traumatismos violentos. A sua suspeita é
fácil dado que habitualmente os sinais e sintomas são exuberantes e o tratamento segue as regras básicas
das fraturas, devendo as talas de madeira ser colocadas até à cintura.

1.9. Lesões a Nível do Joelho


Resultam habitualmente de quedas sobre o joelho, acidentes desportivos e acidentes de viação.
Neste último caso, nunca nos devemos esquecer de pesquisar outras fraturas associadas: fémur, colo de
fémur e bacia.
A imobilização deve ser feita na posição em que o membro é encontrado se não for possível fazer a sua
extensão.
As infecções em fraturas articulares são graves e altamente incapacitantes para o doente, pelo que, em
caso de fratura exposta a nível do joelho, devemos ser ainda mais minuciosos do que o habitual, na
lavagem e desinfecção da ferida.
1.10. Fraturas dos Ossos da Perna
Resultam habitualmente de traumatismos directos Resultam habitualmente de traumatismos directos
(acidentes de viação) podendo estar fracturados os dois ou só um dos ossos (tíbia ou perónio).
São as fraturas que com maior frequência encontramos expostas, dado que a tíbia (canela) se encontra
imediatamente por debaixo da pele.
Quando ocorre fratura de um só dos ossos, os sinais e sintomas habituais das fraturas podem estar
mascarados, já que o outro osso serve de tala.
1.11. Fraturas do Tornozelo
A maior dificuldade nas fraturas do tornozelo consiste em fazer a sua distinção de um vulgar entorse
uma vez que em ambas temos edema, dor e incapacidade funcional. No entanto, enquanto na fratura a
dor é intensa à palpação, das saliências ósseas, na entorse (distensão dos ligamentos por torção da
articulação) a dor é mais intensa à palpação dos tecidos moles adjacentes.
Por vezes, estas fraturas complicam-se devido a luxação da articulação com compromisso da circulação
(o pé começa a ficar roxo), sendo neste caso permitido tentar alinhar o pé com o restante membro, de
modo a facilitar a circulação do mesmo. Se tal não for possível, deve-se imobilizar como está e
transportar rapidamente para o hospital.

1.12. Fraturas do Pé
Resultam habitualmente da queda de um objecto sobre o pé, ou da queda da vítima de um local alto.
Neste caso, a situação mais frequente é a fratura a nível do calcanhar. Perante a queda de altura sobre os
pés presumir a existência de fratura da coluna vertebral até prova em contrário. Assim, imobilizar em
conformidade com a suspeita ainda que a vítima não apresente sinais sugestivos.
Dado que habitualmente o edema neste tipo de fraturas é grande e de instalação rápida, deve-se retirar o
sapato com manobras suaves de modo a não agravar as lesões existentes.

2. Envenenamento, choque, queimaduras e mordeduras de animais

Envenenamento

O envenenamento, ou intoxicação aguda, ocorre quando a pessoa inala, ingere alguma substância tóxica
ao organismo ou essa substância entra em contacto directo com a pele. Existem substâncias que em
pequenas doses não causam nenhum dano, porém, quando administradas em grande quantidade, são
maléficas, como é o caso dos medicamentos. Há várias vias de administração de uma substância.

Por isso, o envenenamento pode ocorrer por:

• Ingestão;
• Inalação (normalmente de gases);
• Contacto (com a pele ou com os olhos).
As principais causas de envenenamento são:
• Contacto com substâncias corrosivas;
• Ingestão de alimentos estragados;
• Produtos de limpeza (soda cáustica, creolina, ácido muriático);

• Plantas;
Choque
O choque circulatório é uma síndrome caracterizada por uma inadequada perfusão tecidual sistémica, e
se não diagnosticado e manejado precocemente, pode levar a falência múltipla de órgãos e a altos índices
de mortalidade. Este artigo objectiva revisar de forma breve e sistemática os tipos de choque, suas
apresentações e diagnóstico, além do manejo inicial na sala de emergência.

Classificação
O choque pode ser classificado em 4 tipos principais, baseados tradicionalmente no seu perfil
hemodinâmico: hipovolêmico, cardiogênico, obstrutivo e distributivo. Tem sido proposta a inclusão
de uma quinta categoria que englobaria o choque secundário às causas de hipóxia histotóxica (p.ex.
intoxicação por cianeto, monóxido de carbono, ferro).
É importante ressaltar que o choque também pode ser misto. Por exemplo, nos pacientes com choque
séptico, que podem apresentar também o componente hipovolêmico bem como cardiogênico associados.

Choque Hipovolêmico – O choque hipovolêmico é resultante da redução do volume intravascular


secundário a perda de sangue ou fluidos e eletrólitos, 5 gerando assim uma redução da pré-carga e
consequentemente do débito cardíaco (DC). 4 A resistência vascular sistémica (RVS) aumenta numa
tentativa de manter a perfusão de órgãos vitais. Sua causa mais comum é a hemorragia.6

Choque Cardiogênico – Ocorre como consequência de uma falência da bomba cardíaca, resultando na
incapacidade do coração de manter uma adequada perfusão tecidual, mesmo na presença de volume
intravascular adequado.5 O enfarto agudo do miocárdio (IAM) afectando ventrículo esquerdo
representa74,5% das suas causas.

Choque Obstrutivo – Resulta de uma obstrução mecânica ao débito cardíaco, causando a hipo perfusão.

Choque Distributivo – É caracterizado pela presença de má distribuição do fluxo sanguíneo relacionado


a uma inadequação entre a demanda tecidual e a oferta de oxigénio, fenómeno descrito como shunt.1,2,7
O choque séptico é o exemplo clássico, mais importante e mais prevalente do choque distributivo, 1,6
levando a altas taxas de mortalidade, que variam entre 20-50%.5 Entre outras causas, estão ainda a
anafilaxia e o choque neurónico. Diferentemente dos outros tipos de choque, o distributivo é
consequência de uma redução severa da RVS, e o DC aumenta após a administração de fluidos numa
tentativa de compensar a RVS diminuída.

Queimaduras

Conceito
As queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos decorrentes de agentes (tais como a energia térmica,
química ou eléctrica) que são capazes de produzir calor excessivo danificando os tecidos corporais e
acarretando a morte celular.

3. Acções preventivas
Várias acções preventivas podem ser realizadas objectivando prevenir queimaduras.
 Em relação aos electrodomésticos e fios, devem ser mantidos no alto, longe do alcance das
crianças, outro elemento que provoca queimaduras frequentes, entre outras lesões, é os fogos
de artifício, que devem ser manipulados apenas por profissionais e nunca por leigos, sendo
proibido para as crianças.

 As crianças devem ser mantidas longe da cozinha e do fogão, principalmente durante o


preparo das refeições. Além disso, o cozimento dos alimentos deve ser prioritariamente
realizado nas bocas detrás do fogão e sempre com os cabos das panelas virados para trás, para
evitar que as crianças entornem os conteúdos sobre elas.

 Com crianças de colo deve ser evitado carregá-las enquanto se mexe em panelas no fogão ou
manipula líquidos quentes, que devem ser ingeridos longe das crianças, outros cuidados
devem ser tomados evitando-se o derramamento de líquidos quentes sobre as crianças, entre
os quais deve ser evitada a utilização de toalhas de mesa compridas ou jogos americanos, pois
as mãozinhas curiosas podem puxar esses tecidos, causando escalda dura ou queimadura de
contacto.

Classificação
As queimaduras podem ser classificadas quanto ao agente causador e quanto à profundidade das lesões

Quanto ao agente causador

 Queimaduras químicas: produtos corrosivos que podem ser bases fortes ou de origem ácida,
como exemplos temos: álcool, gasolina, bases e ácidos.

 Queimaduras térmicas: têm origem no calor ou no frio, por meio de exposição, condução ou
radiação electromagnética. Através da temperatura, temos: líquidos e sólidos ferventes, frio
excessivo, chama, vapor, objectos aquecidos, geada, neve, entre outros.

 Queimaduras eléctricas: raio, corrente eléctrica, entre outros.

 Queimaduras ionizantes ou por radiação temos: raios solares, aparelhos de raios X ou ultra-
violeta, nucleares, entre outros.
 Queimaduras biológicas: são as queimaduras provocadas por animais e vegetais, como
exemplo temos: vegetais como urtiga, látex etc., e animais como água-viva, lagarta-de-fogo, me-
dusa, entre outros.

Mordeduras

As mordeduras humanas e de animais domésticos e selvagens são comuns e representam uma


Percentagem importante dos atendimentos médicos de urgência. Além de complicações agudas
Como sangramento e grandes lacerações, podem ocorrer infecções graves por espécies comuns e
incomuns de bactérias. O tratamento envolve duas etapas: as medidas de primeiros socorros e os
cuidados tardios para o tratamento das infecções secundárias e reparos de tecidos lesados.

Mordedura de cão
• Desinfectar o local da mordedura
• Informar-se se o cão está correctamente vacinado.
É uma situação que necessita transporte para o Hospital.
Atenção: a mordedura de cão envolve risco de infecção.
Mordedura de gatos/ratos/porcos/equídeos (cavalos e burros)
• Desinfectar o local da mordedura (ver Feridas, pág. 35).
• Transportar sempre a vítima ao Hospital.

Mordedura de víbora ou outra cobra venenosa


• Manter a vítima imóvel e tranquila.
• Desinfectar o local da mordedura
• Colocar um garrote ou ligadura, não muito apertado nem durante muito tempo, acima da zona mordida,
para tentar evitar a difusão rápida do veneno.

Atenção:
Esta manobra só tem interesse se executada logo após a mordedura.
• Prevenir e combater o estado de choque.
• Dar a beber chá quente com açúcar.
• Manter a vítima em vigilância; em caso de paragem respiratória
Realizar o Suporte Básico de Vida.
É uma situação grave que necessita transporte urgente para o Hospital.

Que não deve fazer


• Dar a beber bebidas alcoólicas.
• Queimar a ferida.
• Chupar a ferida.
• Tentar golpear a zona mordida.
3. Transporte do sinistrado e convulsões
Conclusão
Referencias bibliográficas

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