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APOSTILA

CÂMERA TÉRMICA

CFP
CURSO DE FORMAÇÃO DE PRAÇAS
2018

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CFP 2018 - CURSO DE FORMAÇÃO DE PRAÇAS
MÓDULO VI

SUMARIO:

1. Introdução.............................................................................................................................03
2. Conceito de Câmera Térmica ................................................................................................03
3. Sobre o Sistema Óptico..........................................................................................................04
4. Desenvolvimento da tecnologia ............................................................................................04
4.1. Apresentação da imagem........................................................................................04
5. Princípios da Radiação InfraVermelha....................................................................................05
6. Princípios da Energia/Calor ...................................................................................................05
6.1. Condução................................................................................................................05
6.2.Convecção...............................................................................................................06
7. Interpretação da imagem térmica.........................................................................................06
8.Aplicações...............................................................................................................................06
8.1. Combate a Incêndio.................................................................................................07
8.2. Rescaldo ...........................................................................................................07
8.3 Busca e Resgate........................................................................................................08
8.4.Produtos Perigosos...................................................................................................08
9. Câmera Térmica BULLARD T4MAX.........................................................................................08
9.1. Partes da Câmera térmica.......................................................................................09
9.2. Partes do punho transmissor...................................................................................09
9.3. Partes do aparelho receptor...............................................................................................10
10. Manutenção.........................................................................................................................10
11. Referências Bibliográficas ....................................................................................................11

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1 - INTRODUÇÃO

A atual necessidade do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal em realizar um


eficiente serviço de emergência para a população, fez com que a corporação realizasse a
aquisição de equipamentos capazes de facilitar a atuação dos militares que compõe as
guarnições de Combate a Incêndio e Salvamento. Um desses equipamentos é a Câmera
Térmica, que é uma ferramenta que permite ao bombeiro ser mais eficiente e tomar decisões
melhores nas ocorrências de incêndio e salvamento que envolvam fumaça ou falta de
iluminação.
Por se tratar de um recurso de certa complexidade, atualmente o CBMDF desenvolve
instruções continuadas, através do Grupamento de Combate a Incêndio Urbano – GPCIU,
acerca desse equipamento para os militares da tropa para que possam operar o equipamento
de forma eficiente.

2. CONCEITO DE CÂMERA TÉRMICA

É um equipamento que tem como objetivo verificar o modo de olhar “a marca de calor” de
um objeto ou pessoa.
De onde vem a Radiação Infravermelha? A radiação infravermelha vem de qualquer objeto
com atividade molecular. Os emissores IV são classificados em 3 categorias baseado na
quantidade de energia emitida, são eles:

 Passivo: primariamente absorve e dissipa energia IV de emissores (objetos


inanimados).
 Ativo: emite energia IV com baixa ou média energia a intervalos variados (organismos
vivos).
 Direto: emissores de IV de alta energia (fontes de energia)

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3. SOBRE O SISTEMA ÓPTICO

O sistema óptico é composto por lentes feitas de Germânio e não atravessam superfícies
de vidro. As unidades têm foco fixo com distância focal de 1 metro até o infinito, isto significa
que os objetos localizados nesta faixa estarão, até certo ponto, em foco.
Quão distante um objeto pode ser visto depende do objeto e do ambiente de fundo onde
ele se encontra. Objeto que tem alta variação de temperatura em relação ao ambiente de
fundo pode ser visto a uma grande distância. Uma pessoa pode ser vista a uma grande
distância mais durante a noite do que durante o dia. A noite o seu padrão de calor/IV será
maior do que o ambiente mais frio. Durante o dia o calor do ambiente tem uma grande
chance de mascarar ou sobrepor o padrão de calor/IV da pessoa.

4. DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA

A tecnologia passou por três gerações de desenvolvimento; são elas:

 1ª - “PEV” Tubo Pyroelectric Vidicon – Desenvolvido por EEV / Argus, início década de
80;
 2ª - “BST” Solid State Ferroelectric – Desenvolvido por TI / Raytheon, meados de 1990;
 3ª - “MB” Microbolometro de estado sólido – Desenvolvido por ICC e Lockheed Martin,
fim de 1990.

4.1 APRESENTAÇÃO DA IMAGEM

Os objetos quentes se apresentarão em tons brancos ou cinza claros, enquanto que os


objetos frios se apresentarão em tonalidades pretas ou cinza escuras.

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5. PRINCÍPIOS DA RADIAÇÃO INFRAVERMELHA

Radiação infravermelha pode ser:

 Emitida
 Absorvida
 Reemitida
 Refletida

Reflexão – A radiação infravermelha pode ser refletida por diversos tipos de superfície,
podendo incluir: vidro, água, espelhos, e superfícies polidas. OBS: A reflexão, por suas
peculiaridades, é, sem dúvida, um dos principais pontos negativos desse equipamento. Os
principais elementos que causam reflexão são:

 Vidro: não penetra no vidro, entretanto o vidro aquecido será mostrado num tom
mais claro;
 Água: não penetra na água, alguma penetração pode ocorrer na água pulverizada
ou em gotículas;
 Vapor: pode ou não penetrar no vapor, dependendo da densidade.
 Quase todas as superfícies lisas.

6. PRINCÍPIOS DA ENERGIA/CALOR

6.1. CONDUÇÃO

É o processo de transmissão de calor através molécula diretamente para molécula. Por


exemplo, a medida que uma barra de ferro vai sendo aquecida por um maçarico em uma das
suas extremidades, através da câmera térmica, é possível observar a transferência de calor de
uma extremidade a outra.

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6.2. CONVECÇÃO

È a forma de transmissão de calor através de ondas caloríficas. Sua principal característica é


o seu deslocamento vertical. Olhando através do visor da câmera térmica, podemos visualizar
os vapores aquecidos se elevando de um material em combustão.

7. INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM

Contraste térmico – Quando um objeto aparece de forma mais nítida em relação a outro,
estando relacionado com a sensibilidade do detector e a variação de temperatura nos objetos
que estão sendo visualizados. Partindo disso, podemos ter dois tipos de contraste.

 Baixo contraste - O ambiente de fundo se mistura com o tom de cinza da vítima ou do


objeto que se visualiza. É uma característica dos equipamentos mais antigos.

 Alto contraste – O ambiente de fundo e da vítima/objeto tem tons distintos e bem


definidos. Essa qualidade é pertinente aos equipamentos mais novos e faz parte da
câmera térmica adquirida pelo CBMDF.

Saturação térmica – Ocorre quando um objeto absorve tanta energia quanto possível e
irradia de volta esta energia (feedback radioativo), criando uma temperatura média e uma
imagem quase que completamente branca (uma imagem “toda branca” pode ocorrer durante
e após o incêndio). É uma situação atípica e perigosa, que se ocorrer em um incêndio, as
guarnições de socorro devem evacuar imediatamente o local.

8. APLICAÇÕES

A Câmera Térmica pode ser utilizada nas seguintes situações:

 Identificar pontos quentes e fontes de calor;


 Recuperar a visão na escuridão total, enevoado, fumaça;
 Ganhar informações que não estão disponíveis a olho nu;
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 As guarnições podem avaliar a cena de uma distância mais segura antes de decidir
onde colocar os recursos;
 Busca e resgate;
 Avaliação de cenário;
 Localização do foco de incêndio;
 Determinação da propagação do fogo;
 Localização de pontos quentes;
 Identificação de possíveis situações de descarga elétrica;
 Determinação de pontos de ventilação;
 Determinação de pontos de entrada e saída;
 Vistorias;
 Materiais perigosos;
 Combate a incêndio na natureza;
 Investigação de incidentes;
 Treinamentos.

8.1. COMBATE A INCÊNDIO

 Identifica a convecção que pode indicar potencial para ocorrer um comportamento


extremo do fogo;
 Identifica as condições do incêndio atrás de estruturas do ambiente;
 Ajuda a melhorar a aplicação do jato d’água;
 Monitora o impacto da ventilação.

8.2. RESCALDO

 Verifica pontos quentes durante o rescaldo;


 Identifica o risco de colapso do telhado e estruturas.

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8.3 BUSCA E RESGATE

 Ajuda a encontrar pessoas escondidas debaixo de uma cama ou sob, cobertor ou


armário;
 Segurança dos bombeiros;
 Possíveis vítimas lançadas fora de veículo;

8.4. PRODUTOS PERIGOSOS

 Auxilia na Identificação dos níveis de produtos dentro de recipientes;


 É apenas visível quando o material no interior afeta a temperatura da superfície
externa.

9. CÂMERA TÉRMICA BULLARD T4MAX

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9.1. PARTES DA CÂMERA TÉRMICA

 Bateria
 Lente
 Bisel da lente
 Acelerador térmico(Thermal Throttle)
 Tampa traseira
 Tela de LCD
 Botão liga/desliga
 Botão Zoom
 Cinta lateral
 Display HUD

9.2. PARTES DO PUNHO TRANSMISSOR E GRAVAÇÃO

 Chave seletora de canal


 Botão para gravação de imagens e fotos
 Conexão USB

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9.3. PARTES DO APARELHO RECEPTOR

 Bateria
 Chave seletora de canais
 Display HUD
 Tela de LCD
 Botão liga/desliga

10. MANUTENÇÃO

A manutenção desse equipamento diz respeito basicamente à limpeza, porque as


manutenções técnicas devem ser realizadas somente por pessoas especializadas neste tipo de
equipamento. Sendo assim, elencaremos alguns procedimentos que os bombeiros devem
tomar em relação à manutenção da câmera térmica.

 Limpe o exterior com detergente/sabão neutro.


 Limpe lente e visor apenas com pano macio.
 Verifique o aperto dos parafusos nas cintas laterais
 Apesar de ser resistente à água, não mergulhe a câmera térmica e nem submeta à
pressão do jato d´água;

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 Não desmonte a câmera térmica

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Manual T4 Max Bullard, disponível em:


http://www.bullard.com/V3/resources/downloads/thermal_imaging_dwnlds.php#T4
MAX_Series_Thermal_Imager. Acesso em 19/08/2015.
Palestra do Sr. Gary Simpson realizada em 05/06/2014.
Gary Simpson é o Gerente de Serviços de Emergência do Treinamento no Bullard. Aposentou-
se do Manchester Fire Department em New Hampshire, Gary tem 30 anos de experiência
como bombeiro / EMT civil e militar e Serviços de incêndio e emergência Instructor. Gary
oferece formação de imagem térmica para a Bullard, distribuidores e corpos de bombeiros em
os EUA e no exterior.
Apostila do 1º Sgt Gilson Luiz.

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