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TROMBOEMBOLISMO NA GESTAÇÃO
HEPARINA (NÃO FRACIONADA):
FORMAÇÃO DE COÁGULOS E MEDICAMENTOS: MECANISMO DE AÇÃO: A heparina não fracionada atua
Durante a gestação, há um aumento do risco de indiretamente na trombina. Age como um cofator
formação de coágulos sanguíneos devido a várias razões, acelerando a ação da antitrombina III (AT-III), uma
incluindo mudanças hormonais e pressão nas veias proteína anticoagulante natural no sangue. A heparina
pélvicas. Coágulos sanguíneos são compostos por se liga à AT-III, aumentando a capacidade desta proteína
fibrina plaquetas. de inibir/inativar fatores de coagulação, incluindo a
trombina.
Medicamentos anticoagulantes são responsáveis por
diminuir a quantidade da proteína fibrina, já a A antitrombina III é uma alfa-globulina que inibe a
medicamentos antiplaquetários são responsáveis por trombina (fator IIa) e o fator Xa
inibir a ação das plaquetas. Ambos ajudam a evitar a
formação de coágulos sanguíneos. INDICAÇÃO TERAPÊUTICA: É utilizada no infarto, em
situações hospitalares agudas para resolução do coágulo.
A CASCATA DE COAGULAÇÃO E OS ANTIGOAGULANTES: Não é utilizada na gestação por possuir risco de
A cascata de coagulação é um complexo processo hemorragia.
biológico que ocorre no organismo para evitar
sangramentos excessivos quando ocorre lesão em um ENOXAPARINA (HEPARINA FRACIONADA):
vaso sanguíneo. MECANISMO DE AÇÃO: A Enoxaparina é também
conhecida como heparina de baixo peso molecular -
A trombina é uma enzima crucial na cascata de HBPM. Acelera seletivamente a interação da
coagulação sanguínea, responsável por transformar antitrombina III com o Fator Xa. Assim, inativam o fator
fibrinogênio em fibrina, o que leva à formação do Xa, mas não se ligam tão avidamente à trombina.
coágulo sanguíneo. A heparina não fracionada é, de fato,
um anticoagulante que atua inibindo diretamente a IMPORTANTE! INDICAÇÃO TERAPÊUTICA:
trombina, entre outras proteínas da cascata de O tratamento de episódios agudos de
coagulação tomboembolismo durante a gravidez deve ser feito com
heparina de baixo peso molecular (Enoxaparina). Pode
ANTICOAGULANTES: Os anticoagulantes inibem a ação ser usada profilaticamente (12 horas antes para evitar
dos fatores de coagulação (p. ex., heparina) ou sangramento pós-parto) e 6 semanas após.
interferem com a síntese dos fatores de coagulação (p.
ex., antagonistas da vitamina K, como a varfarina). Comparada com a heparina não fracionada, a
enoxaparina tem vantagens, incluindo menos riscos de
Inibidores da trombina, como a heparina, são usados hemorragia e menor probabilidade de perda de massa
para evitar a formação inadequada de coágulos óssea. É de uso principalmente ambulatorial, sendo
sanguíneos. considerada segura para prevenção de
tromboembolismo na gestação.
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A VARFARINA – CONTRAINDICADA NA GESTAÇÃO: É considerado seguro até uma certa quantidade (100g)
MECANISMO DE AÇÃO: A Varfarina é um anticoagulante durante a gestação, especialmente quando usado
oral que atua inibindo o ciclo da vitamina K. Com isso, preventivamente. Em doses mais baixas, o AAS inibe
inibe os fatores de coagulação (II, VII, IX e X) que predominantemente a COX-1 nas plaquetas, reduzindo
precisam de vitamina K para serem sintetizados no sua capacidade de se agregarem e formarem coágulos.
fígado.
CONSTIPAÇÃO E DIETA
INDICAÇÃO TERAPÊUTICA: A varfarina é usada na
prevenção e no tratamento da TVP e da EP, na prevenção A constipação é um problema comum durante a gravidez
do AVE e do AVE na condição de fibrilação ventricular devido às mudanças hormonais, ao aumento da pressão
e/ou válvulas cardíacas prostéticas, na deficiência de do útero sobre o intestino e ao uso de suplementos de
proteína C e S e na síndrome antifosfolipídica. Ela é ferro, que podem causar fezes endurecidas.
também usada para a prevenção do tromboembolismo
venoso durante cirurgias ortopédicas ou ginecológicas. INDICAÇÃO: A sugestão tratamento da constipação
durante a gravidez é a utilização de Lactulose, Sorbitol
IMPORTANTE! CONTRAINDICAÇÃO NA GESTAÇÃO: e Mangnésio em doses mínimas e menor período
A varfarina é contraindicada em mulheres grávidas, possível. Ambos possuem efeito laxativo e ajudam a
especialmente aquelas com próteses ou válvulas amolecer as fezes.
cardíacas, devido aos riscos teratogênicos. Sendo seu
principal efeito adverso a hemorragia. CONTRAINDICAÇÃO: O óleo mineral é um laxante que
deve ser evitado durante a gravidez devido ao risco de
OBS: Mulheres com essas condições podem ser estimular o útero e diminuir a absorção de nutrientes
prescritas varfarina até três meses antes do parto para importantes.
evitar complicações, mas sob cuidadosa supervisão
médica, mesmo considerando os riscos teratogênicos.
DIETA E CONSTIPAÇÃO
/sorbitol/magnésio em doses mínimas e menor
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O preço dos fármacos pode representar um importante Os critérios incluem 5 categorias de medicamentos. Após
desestimulo para pacientes que recebem selecionar cada medicamento que o paciente utiliza ou
aposentadorias insuficientes e que não estão cobertos pretende utilizar e a identificação da sua categoria, a
ou que estão inadequadamente cobertos pelo seguro- interpretação se dá da seguinte maneira:
saúde.
CATEGORIA 1 - Medicamentos Potencialmente
A não adesão do paciente ao tratamento pode resultar Inadequados para Todos os Idosos: Esses medicamentos
de esquecimento ou de confusão, em particular quando são considerados inseguros para todos os idosos e
existem várias prescrições e diferentes intervalos entre devem ser evitados.
as doses.
Por exemplo, Benzodiazepínicos de Longa Ação: Como
MÉTODOS DIRETOS – Avaliam a adesão de acordo com diazepam, flurazepam. Podem causar sedação excessiva,
o a dosagem sanguínea do medicamento (são mais quedas e confusão em idosos. Antidepressivos
raros e mais caros) Tricíclicos: Como amitriptilina, imipramina. Podem
causar quedas, confusão e problemas urinários.
MÉTODOS INDIRETOS – Avalia a adesão de acordo com
métodos indiretos como entrevistas. O método mais CATEGORIA 2 - Medicamentos Potencialmente
conhecido é o de MORISK (tabela com perguntas chaves). Inadequados em Casos Específicos: Estes medicamentos
são potencialmente inadequados em idosos com
condições de saúde específicas, como problemas
cardiovasculares, neurológicos, histórico de quedas e
fraturas, Doença de Parkinson, problemas
gastrointestinais ou geniturinários/renais. Deve-se evitar
o uso nesses casos.
CATEGORIA 5 - Medicamentos que Exigem Doses Bertram G. Katzung; Anthony J. Trevor, PhD.
Reduzidas em Idosos, Especialmente com Insuficiência Farmacologia básica e clínica – 13. ed. Porto Alegre:
Renal: Estes medicamentos requerem doses reduzidas AMGH, 2017. Capítulo 59 – Farmacologia Perinatal e
na população idosa, especialmente em casos de Pediátrica. Capítulo 60 – Farmacologia Geriátrica.
insuficiência renal. Sempre que possível, deve-se evitar o
uso desses medicamentos. Waller, Derek G; Sampson Antony P. Farmacologia
Médica E Terapêutica. 5e. ed. Rio de Janeiro: Elsevier
Por exemplo, Morfina: Um opioide que requer ajustes de Health Sciences, 2019. Capítulo 56 – Farmacoterapia em
dose em idosos com insuficiência renal para evitar a Situações Especiais.
sedação excessiva e depressão respiratória.
Whalen, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed. – Porto
Alegre : Artmed, 2016. Capítulo 22 – Anticoagulantes.
DISTÚRBIO DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE): DIETA e HÁBITOS DE VIDA: Dieta rica em gorduras
A doença do refluxo gastresofágico (DRGE) ocorre (devido a liberação de HCL), medicamentos
quando o conteúdo gástrico refluído provoca sintomas (principalmente AINES), bebida alcoólica (por
desagradáveis e/ou complicações. A pirose episódica, dissolverem o muco), cafeína (por relaxar o esfíncter
que não é frequente ou dolorosa o suficiente para ser esofágico), bebidas gaseificadas (por liberarem o ácido
incômoda, não é incluída na definição. carbônico e serem bebidas ácidas), uso de cigarro/fumo
(aumenta a acidez e relaxa o esfíncter esofágico),
É uma condição em que o conteúdo do estômago reflui obesidade.
para o esôfago gerando sintomas negativos. É
caracterizada pelo retorno do conteúdo estomacal para POSTURA: Deve-se evitar deitar-se após alimentação e
o esôfago. procurar manter a cabeça elevada em relação ao resto
do corpo.
O Consenso Brasileiro da Doença do Refluxo
Gastroesofágico (CBDRGE) definiu a DRGE como uma IDADE AVANÇADA: Há diminuição da produção de saliva
afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado do (que contém bicarbonato) em função da idade.
conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos
adjacentes a ele, acarretando um espectro variável de ETIOLOGIA
sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extra-esofagianos, Stress, infecção por Helicobacter pylori e uso de AINES
associados ou não a lesões teciduais. são os três principais fatores para o desenvolvimento
da DRGE e DUP que promovem o aumento do HCL e
DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA (DUP): diminuição do muco protetor.
A doença ulcerosa péptica (DUP) refere-se a um grupo de
doenças ulcerativas do trato gastrintestinal (GI) superior DISTÚRBIO DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE):
que necessitam de ácido e pepsina para a sua ocorrência. O fator primordial consiste no refluxo anormal do
conteúdo gástrico do estômago para o esôfago. Em
GASTRITE X ÚLCERA: alguns casos, o refluxo está associado a um distúrbio na
Pode ser definida como uma ulceração PROFUNDA pressão ou função do esfíncter esofágico inferior (EEI).
circunscrita da mucosa penetrando através da porção
muscular da mucosa. Os pacientes podem apresentar diminuição da pressão
do EEI em consequência dos relaxamentos transitórios
É caracterizada pela presença de ulcerações Espontâneos.
circunscritas de profundidade limitada ao tecido
muscular nas mucosas estomacais e duodenais. DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA (DUP):
As duas principais causas de úlcera péptica são infecção
EPIDEMIOLOGIA com o gram-negativo Helicobacter pylori e o uso de
anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). O aumento
Em relação a DRGE, é uma doença de difícil detecção da da secreção de ácido clorídrico (HCl) e a defesa
prevalência por ser muitas vezes assintomática e outras inadequada da mucosa contra o HCl também têm seu
vezes pouco relatada. É uma das afecções mais papel nesse processo.
frequentes na prática médica, sendo a afecção orgânica
mais comum do tubo digestivo. Infecção por Helicobacter pylori causa gastrite crônica
em todos os pacientes infectados, pode desencadear
Aproximadamente 10% à 20% da população mundial DUP (cerca de 20%) ou câncer gástrico (cerca de 1%). É
apresentam sintomas de DRGE (Doença do Refluxo uma bactéria é capaz de escavar a mucosa gastrintestinal
Gastroesofágico) e DUP (Doença Ulcerosa Péptica) através da produção de enzimas proteolíticas, podendo
apresentar resistência ao tratamento antibacteriano
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RECOMENDAÇÕES DE USO:
TRATAMENTO DA DUP O uso profilático do misoprostol deve ser considerado
em pacientes que estão recebendo AINEs e se
OBJETIVOS DO TRATAMENTO: encontram sob risco moderado ou alto de úlceras
- Aliviar as dores curando e prevenindo o retorno das induzidas por esses fármacos, como pacientes idosos ou
úlceras e reduzindo as complicações clínicas com úlceras prévias.
relacionadas.
EFEITOS ADVERSOS: Diarreia e náuseas dose-
- No caso de pacientes H. pylori positivos erradicar o dependentes são os efeitos adversos mais comuns e
microorganismo. limitam o seu uso.
- No caso de pacientes que fazem uso de AINES O misoprostol é contraindicado na gravidez, pois pode
suspender ou trocar o medicamento. estimular as contrações do útero e causar aborto.
REPRESENTANTES: Misoprostol
TRAT. DA ÚLCERA POR H. PYLORI
MECANISMO DE AÇÃO: O Misoprostol é um análogo da
prostaglandina E1, está aprovada para a prevenção de INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
úlceras gástricas causadas por AINEs. Pacientes com úlcera péptica (úlceras gástricas ou
duodenais) infectados com H. pylori precisam de
OBS: A prostaglandina E2, produzida pela mucosa tratamento antimicrobiano.
gástrica, inibe a secreção de ácido e estimula a secreção
de muco e bicarbonato (efeito citoprotetor). A A infecção por H. pylori é diagnosticada via biópsia
deficiência de prostaglandinas pode estar envolvida na endoscópica da mucosa gástrica ou vários métodos não
patogênese das úlceras pépticas. invasivos, incluindo sorologia e teste da ureia na
respiração.
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
- Indicado na prevenção de úlceras induzida por AINES Atualmente, o tratamento de escolha consiste em um
e no tratamento da úlcera péptica. IBP combinado com amoxicilina (metronidazol pode ser
- É utilizado em ambiente hospitalar (intravenoso) para usado em pacientes alérgicos à penicilina) mais
úlceras gástricas. claritromicina.
- Estimulam a produção de muco.
O tratamento quádruplo com subsalicilato de bismuto,
OBS: Os IBPs são os fármacos preferidos para a metronidazol e tetraciclina combinada a um IBP é outra
prevenção de úlceras causadas por AINEs. opção. O tratamento quádruplo deve ser considerado
em regiões em que é elevada a resistência à
claritromicina.
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RECOMENDAÇÕES DE USO:
Poliquimioterapia (tratamento de 7 à 14 dias) 1) Se forem positivos para o HP, deve-se iniciar o
tratamento com um esquema tríplice à base de IBP.
1 -Claritromicina + Amoxicilina + IBP 2) Se forem negativos para o HP, o AINE é interrompido,
2 -Claritromicina + Metronidazol + IBP e o tratamento consiste em IBP, antagonista dos
3 -Amoxicilina + Metronidazol + IBP receptores H2 de histamina (ARH2) ou sucralfato
3) Se houver necessidade de manter o AINE apesar da
*Os IBPs (inibidores das bombas de prótons) são ulceração, o tratamento é iniciado com um IBP (se o
utilizado duas vezes ao dia 15 a 20 minutos antes das paciente for negativo para o HP) ou um esquema tríplice
refeições, nos casos de tratamento de úlcera por à base de IBP (se for positivo para o
H.pylori. Ocorre ao contrário do tratamento da DRGE HP).
(uma vez ao dia) com a utilização do IBP uma vez ao dia. 4) A coterapia com um IBP ou misoprostol ou a mudança
do fármaco para um inibidor seletivo da ciclo-oxigenase-
*Subsalicilato de bismuto é utilizado na resistência 2 (COX-2) são recomendadas para pacientes com risco de
antimicrobiana que potencializa o efeito desenvolver uma complicação relacionada com a úlcera.
antimicrobiano que trata a H.pylori resistente.
REFERÊNCIAS
OBSERVAÇÕES DO TRATAMENDO DA DUP:
Quando o tratamento inicial não consegue erradicar o Barbara G. Wells et al. Manual de farmacoterapia. 9. ed.
HP, o tratamento de segunda linha (recuperação) deve: Porto Alegre : AMGH, 2016. Capítulo 24 e Capítulo 29.
1) Usar antibióticos que não foram incluídos no esquema
inicial; Bertram G. Katzung; Anthony J. Trevor, PhD.
2) Utilizar antibióticos que não estão associados à Farmacologia básica e clínica – 13. ed. Porto Alegre:
resistência; AMGH, 2017. Capítulo 62.
3) Usar um fármaco com efeito tópico (p. ex., bismuto);
4) Estender a duração do tratamento para 14 dias. Um Rang & Dale. Farmacologia. 8. ed. - Rio de Janeiro :
ciclo de 14 dias de esquema quádruplo à base de IBP Elsevier, 2016. Capítulo 30.
constitui a terapia de segunda linha mais usada após a
ausência de resposta a um esquema de IBP-amoxicilina- Whalen, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed. – Porto
claritromicina. Alegre : Artmed, 2016. Capítulo 31.
Os pacientes com úlceras induzidas por AINEs devem Aula ministrada pelo professor Antônio Anderson Freitas.
ser testados para determinar a presença do HP.
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OPIÓIDES
O termo opioide descreve
todos os compostos que
atuam nos receptores de
opioides. O termo opiáceo
descreve especificamente
os alcaloides de ocorrência
natural: a morfina, a
codeína, a tubaína e a
papaverina.
MECANISMO DE AÇÃO:
A ação principal dos
opioides ocorre através da
ligação a receptores
opioides específicos no
APLICAÇÕES CLÍNICAS:
sistema nervoso central e
- Dor somática: osteoartrite, anemia falciforme, dor de
periférico, principalmente
coluna
os receptores μ (mi), δ
- Dores oncológicas
(delta) e κ (kappa). Deste
- Dor neuropática: neuropatia diabética
modo, inibem a
- Analgesia intratecal
transmissão da dor no
- Medicação pré-anestésica
corno dorsal da medula
- Sedação e analgesia (dolantina e proporfol apesar de
espinhal.
terem efeitos opioides, não são opioides)
- Anestesia regional
- Aplicação intratecal: Morfina, Fentanil, associados a
RECEPTORES OPIOIDES:
anestésico local.
Os efeitos mais importantes dos opioides são mediados
por três famílias de receptores, designadas comumente
OBS: O início de ação dos opioides orais é de cerca de 45
(mi), (kappa) e (delta). Cada família de receptores
minutos, e o efeito máximo costuma ser observado em
apresenta uma especificidade diferente para os
cerca de 1 a 2 horas.
fármacos com os quais ela se liga.
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METADONA:
- Causa menos dependência psíquica quando comparada
aos outros opioides fortes e é utilizada para desmame de
outros opioides.
- A metadona é um opioide sintético, eficaz por via oral,
com potência equianalgésica variável comparada à da
morfina, e a conversão entre os dois fármacos não é
linear.
- A metadona causa menos euforia e tem duração de
ação um pouco mais longa.
- Tem eficácia no tratamento de dor nociceptiva e
neuropática.
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OXICODONA:
- O efeito analgésico oral é aproximadamente o dobro
da morfina.
- A oxicodona é biotransformada pelo sistema
enzimático CYP2D6 e CYP3A4 e excretada pelos rins.
- O abuso das preparações de liberação lenta (ingestão
dos comprimidos pulverizados) é associado a muitos
óbitos.
- É importante que as formas com maior dose desse
tipo de preparação sejam utilizadas apenas por
pacientes com tolerância a opioides.
REFERÊNCIAS
Barbara G. Wells et al. Manual de farmacoterapia. 9. ed.
Porto Alegre : AMGH, 2016. Capítulo 55.
É uma doença crônica das vias aéreas que pode causar: CLASSIFICAÇÃO DA ASMA:
Chiado, Falta de ar, aperto no peito, tosse noturna ou ASMA EXÓGENA: Está relaciona a resposta a alérgenos.
matinal. Os episódios geralmente estão associados a - Relaciona-se principalmente à resposta a alérgenos
obstrução generalizada, mas variável, do fluxo aéreo externos, como pólen, ácaros, pelos de animais e mofo.
dentro do pulmão, que muitas vezes é reversível - As vias aéreas são hipersensíveis a esses alérgenos,
espontaneamente ou com tratamento. desencadeando episódios de broncoconstrição e
inflamação.
- Pode incluir sintomas como tosse, chiado no peito, falta
EPIDEMIOLOGIA de ar e abertura no peito.
Rinite alérgica e Asma estão associadas a fatores de Quanto maior a produção de IgE, maor a chance do
risco como: genética, atopia (IgE) e condições desenvolvimento de doenças inflamatórios como a asma
ambientais como poluição do ar. e a rinite alérgica.
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FISIOPATOLOGIA DA ASMA:
FISIOPATOLOGIA A desgranulação dos mastócitos leva à liberação de
mediadores, como a histamina, fatores quimiotáticos de
FISIOPATOLOGIA DA RINITE ALÉRGICA: eosinófilos e neutrófilos, leucotrienos C4, D4 e E4;
1) SENSIBILIZAÇÃO INICIAL: Alérgenos propagados pelo prostaglandinas e fator de ativação das plaquetas (FAP).
ar entram pelo nariz durante a inspiração e são
processados por linfócitos, os quais produzem IgE A histamina pode induzir constrição da musculatura lisa
específica contra esses antígenos, sensibilizando os e broncospasmo e pode contribuir para o edema da
hospedeiros geneticamente predispostos a esses mucosa e a secreção de muco.
agentes. A exposição aos antígenos pode gerar
produção de IgE em algumas pessoas (depende do Os leucotrienos C4, D4 e E4 são liberados durante os
indivíduo). processos inflamatórios nos pulmões e provocam
broncospasmo, secreção de muco, permeabilidade
2) SEGUNDA EXPOSIÇÃO E LIGAÇÃO CRUZADA: Por microvascular e edema das vias respiratórias.
ocasião de nova exposição nasal, a IgE ligada aos
mastócitos interage com os alérgenos propagados pelo A musculatura lisa das vias
ar, desencadeando a liberação de mediadores respiratórias contém
inflamatórios. Na segunda exposição há geração de um receptores β2-adrenérgicos
IgE específico que a partir da ligação cruzada entre não inervados que
mastócito e IgE promovem a liberação de mediadores produzem broncodilatação.
inflamatórios nos tecidos.
O sistema nervoso não
3) DESGRANULAÇÃO DE MÁSTÓCITOS: A ligação adrenérgico, não colinérgico
cruzada desencadeia a desgranulação dos mastócitos e na traqueia e nos brônquios
liberação de mediadores inflamatórios. Ocorre uma pode amplificar a
reação imediata em questão de segundos a minutos, inflamação por meio da
resultando na liberação rápida de mediadores pré- liberação de óxido nítrico.
formados e recém produzidos a partir da cascata do
ácido araquidônico. ESTÍMULO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO:
As vias respiratórias são inervadas por nervos
4) LIBERAÇÃO DE MED. INFAMATÓRIOS - AGUDOS: parassimpáticos, simpáticos e não inibitórios
Os efeitos dos mediadores inflamatórios podem ser adrenérgicos. A estimulação simpática promove
agudos a partir da liberação de histamina, broncodilatação e abertura das vias aéreas, relaxando a
prostaglandina e acetilcolina. musculatura lisa e alivia alguns dos sintomas. A
estimulação parassimpática provoca broncoconstrição e
HISTAMINA: Causa vasodilatação, aumento da fechamento das vias aéreas.
permeabilidade vascular e edema. Contribui para a
rinorreia, espirros, prurido e obstrução nasal. Na rinite Na asma, há uma hiper-responsividade brônquica,
há liberação da histamina então a classe terapêutica dos levando a episódios de broncoconstrição, inflamação e
anti-histamínico são os principais utilizados. produção excessiva de muco. Durante um ataque de
asma, o sistema nervoso simpático é ativado para
5) LIBERAÇÃO DE MED. INFAMATÓRIOS – CRÔNICOS: promover a broncodilatação e aliviar os sintomas.
Já a os efeitos crônicos são gerados a partir da liberação
de leucotrienos e citocinas. Pode-se observar uma É por isso que os medicamentos broncodilatadores,
reação tardia dentro de 4 a 8 horas após a exposição como os agonistas beta-2 adrenérgicos (como o
inicial ao alérgeno devido à liberação de citocinas pelos salbutamol), que estimulam os receptores beta-2
mastócitos e linfócitos auxiliares derivados do timo. Essa adrenérgicos, são frequentemente usados no
resposta inflamatória provoca sintomas crônicos tratamento de crises agudas de asma. Esses
persistentes, incluindo congestão nasal. medicamentos mimetizam os efeitos do sistema nervoso
simpático, promovendo a abertura dos brônquios e
LEUCOTRIENOS: Contribuem para efeitos climáticos da facilitando a respiração.
resposta alérgica e promovem sintomas prolongados e
persistentes.
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Existe grande relação com histórico familiar da doença e SINTOMAS CRÔNICOS (LIBERAÇÃO DE LEUCOTRIENOS):
a presença prévia de rinite alérgica. Utiliza-se o exame RINITE: Há a remodelagem do tecido nasal.
de espirometria para verificar mudanças no padrão da
expiração. Na Rinite Crônica há preferência para utilização de
corticoide tópico e antagonistas dos leucotrienos.
IMPORTANTE!
SINAIS E SINTOMAS (+) CONDUTA ASMA: Há remodelagem do tecido pulmonar.
Há aumento da propensão a Otite Média (Infecção do - Não atravessam a BHE e por isso não promove sono.
Ouvido Médio) congestão provoca entrada de líquidos - Não Promovem Sonolência Os agentes seletivos
no ouvido médio. Também é passível de problemas periféricos exercem pouco ou nenhum efeito sobre o
ortodônticos em decorrência da respiração pela boca sistema nervoso central (SNC) ou autônomo.
- Não Possuem Efeito Anticolinérgico.
ASMA: A asma não responsiva a broncodilatadores há
eminência de morte. MECANISMO DE AÇÃO:
PRIMEIRA GERAÇÃO: São antagonistas dos receptores
TRATAMENTO DA RINITE H1 da histamina e da acetilcolina.
OBS: O efeito anticolinérgico da AcH dos fármacos de reduzem a resistência das vias aéreas. A oximetazolina
primeira geração é muito utilizada para rinite alérgica. com ação mais longa também está disponível.
Já para as alergias de pele são mais utilizados os de
segunda geração pois não necessitam do efeito MECANISMO DE AÇÃO: São agonistas alfa-
anticolinérgico. adrenérgicos. Descongestionantes tópicos e sistêmicos
são agentes simpaticomiméticos que agem em
OBSERVAÇÃO: Anti-histamínicos não são eficazes para receptores adrenérgicos na mucosa nasal produzindo
asma e são utilizados para o tratamento inicial da rinite vasoconstrição, diminuição de edema, melhora na
alérgica. ventilação.
EFEITOS ADVERSOS - PRIMEIRA GERAÇÃO:
O efeito colateral mais frequente consiste em INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
sonolência, que pode interferir na capacidade de dirigir Podem ser utilizados em combinação com os ani-
ou no desempenho adequado do indivíduo. Os efeitos histamínicos quando a congestão nasal faz parte do
sedativos podem ser benéficos em pacientes que quadro clínico
apresentam dificuldades para dormir devido aos
sintomas de rinite. Descongestionantes tópicos podem ser utilizados na
forma de gotas ou spray com ação local e baixa absorção.
Podem ocorrer efeitos anticolinérgicos adversos, como
boca seca, dificuldade de urinar, constipação intestinal Os descongestionantes atuam de modo adequado em
e efeitos cardiovasculares associação com anti-histamínicos quando a congestão
nasal faz parte do quadro clínico.
Os anti-histamínicos devem ser usados com cautela em
pacientes com predisposição à retenção urinária, bem RECOMENDAÇÕES DE USO:
como naqueles com aumento da pressão intraocular, Esses produtos só devem ser usados quando for
hipertireoidismo e doença cardiovascular. estritamente necessário (hora de dormir) em pequenas
doses com a menor frequência possível. O tratamento
Outros efeitos colaterais incluem perda do apetite, deve durar no máximo entre 3 à 5 dias pois pode
náuseas, vômitos e desconforto epigástrico. Os efeitos provocar rinite medicamentosa e congestão por rebote.
colaterais gastrintestinais (GI) podem ser evitados ao
tomar o medicamento nas refeições ou com um copo Quando administrados como aerossol, esses fármacos
cheio de água. apresentam um início de ação rápido e poucos efeitos
sistêmicos. Infelizmente, as formulações intranasais de
agonistas alfa-adrenérgicos não devem ser usadas por
DESCONGESTIONANTES TÓPICOS
mais de 3 dias, pelo risco de congestão nasal de rebote
(rinite medicamentosa). Por essa razão, os alfa-
REPRESENTANTES: Fenilefrina, Nafazolina, adrenérgicos não são indicados no tratamento da rinite
Tetrahidrozolina, Oximetazolina, Xilometazolina. alérgica de longa duração.
FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA:
Os descongestionantes tópicos são aplicados
diretamente à mucosa nasal edemaciada na forma de
gotas ou sprays.
DESCONGESTIONANTES SISTÊMICOS
Os alfa-agonistas adrenérgicos de curta ação
(“descongestionantes nasais”), como a fenilefrina,
contraem as arteríolas dilatadas na mucosa nasal e REPRESENTANTES: Fenilefrina, Pseudoefedrina
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A administração de agonistas alfa-adrenérgicos por via sistêmica é mínima, e os efeitos adversos do tratamento
oral resulta em duração de ação mais longa, mas intranasal dos corticosteroides é localizado.
também aumenta os efeitos sistêmicos.
Aliviam efetivamente os espirros a rinorréia, o prurido e
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: a congestão nasal com efeitos colaterais mínimos
O uso em combinação com os anti-histamínicos é
racional, uma vez que as duas classes agem em Reduzem a inflamação através da inibição da liberação
mecanismos de ação diferentes para a melhora do de mediadores, suprimindo a quimiotaxia de neutrófilos,
quadro clínico da rinite alérgica. a permeabilidade vascular. Além de reduzir a inflamação,
esses corticosteroides intranasais também podem inibir
Os pacientes devem ler cuidadosamente as bulas para a resposta imune local.
evitar duplicação terapêutica e devem usar esses
produtos de associação apenas por um curto período de ASMA: Os corticosteroides inalados constituem o
tempo. tratamento preferido para controle em longo prazo da
asma persistente devido à sua potência e eficiência
OBS: A fenilefrina substituiu a pseudoefedrina em consistente. É o único tratamento que demonstrou
muitos produtos de associação de anti-histamínicos reduzir o risco de morte por asma.
descongestionantes de venda livre devido às restrições
legais na venda da pseudoefedrina Como a inflamação inibe a ligação dos receptores
esteroides, o tratamento deve ser iniciado com doses
EFEITOS ADVERSOS: mais altas e mais frequentes e, em seguida, reduzido até
A Pseudoefedrina é um descongestionante oral que tem obter um controle.
efeito mais lento que os tópicos, no entanto a ação pode
durar por mais tempo e não apresenta efeitos adversos A resposta aos corticosteroides inalados é demorada; na
como ressecamento, sensação de queimação. maioria dos pacientes, os sintomas melhoram nas
primeiras duas semanas, com melhora máxima dentro
A pseudoefedrina não eleva a pressão arterial e doses de 4 a 8 semanas.
terapêuticas. Doses de até 180 mg não produzem
nenhuma mudança mensurável na pressão sanguínea, TERAPIA COMBINADA NA ASMA: A adição de um
no entanto doses superiores provocam aumento da segundo medicamento para controle em longo prazo à
frequência cardíaca e hipertensão. terapia com corticosteroides inalados constitui uma
opção recomendada no tratamento da asma persistente
Devem ser evitados em pacientes hipertensos. moderada grave.
Em pacientes que necessitam de corticosteroides noturnos e o uso de agonistas β2, além de melhorar os
sistêmicos crônicos para controlar a asma, deve-se sintomas. Todavia, são menos efetivos do que os
utilizar a menor dose possível. Os efeitos tóxicos podem corticosteroides
ser reduzidos com terapia em dias alternados ou com inalados em doses baixas.
corticosteroides inalados em altas doses.
Não são usados no tratamento das exacerbações
RECOMENDAÇÕES DE USO NA RINITE ALÉRGICA: agudas e precisam ser tomados de modo regular,
Para evitar a absorção sistêmica, os pacientes devem ser mesmo durante os períodos assintomáticos.
instruídos a não inalar profundamente quando
administrarem esses fármacos, porque o tecido-alvo Em poucos casos foram relatadas elevações das
está no nariz e não nos pulmões ou na garganta. concentrações séricas de aminotransferases e hepatite
clínica.
Para pacientes com rinite crônica, a melhora pode não
ser percebida antes de 1 à 2 semanas após iniciar o EFEITOS ADVERSOS:
tratamento. Dor de cabeça, tonturas, depressão, insônia.
Na asma aguda grave, recomenda-se a nebulização EFEITOS ADVERSOS: Taquicardia, tremores, câimbras.
contínua de agonistas β2 de ação curta (p. ex.,
salbutamol) para pacientes que apresentam uma TEOFILINA
resposta insatisfatória depois de três doses (a cada 20
min) de agonistas β2 aerossolizados.
MECANISMO DE AÇÃO:
A teofilina parece produzir broncodilatação por meio de
BETA-2-AGONISTAS DE AÇÃO inibição não seletiva da fosfodiesterase.
PROLONGADA (AEROSOL)
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: A teofilina é um
REPRESENTANTES: broncodilatador que promove alívio na obstrução das
Xinofoato de Salmeterol, Formoterol. vias aéreas na asma crônica e diminui seus sintomas. Ela
Fernando Figueiredo Luine Marie 9
@prof.fernandofigueiredo @luinemarie
também possui atividade anti-inflamatória, embora o bloqueiam, a asma induzida por alérgenos ou exercício
mecanismo seja obscuro. de modo dose-dependente.
As enzimas do CYP P450 são suscetíveis à indução e Em virtude de seu alto custo, o omalizumabe está
inibição por fatores ambientais e fármacos. Podem apenas indicado para cuidados nas etapas 5 ou 6 de
ocorrer reduções significativas do clearance em pacientes com alergias e asma grave persistente, as
consequência do tratamento concomitante com quais são inadequadamente controladas com associação
cimetidina, eritromicina, claritromicina, alopurinol, de corticosteroides inalados em altas doses e β2-
propranolol, ciprofloxacino, interferon, ticlopidina, agonistas de ação longa e correm risco de sofrer
zileutona e outros fármacos. Algumas substâncias que exacerbações graves.
aumentam o clearance incluem rifampicina,
carbamazepina, fenobarbital, fenitoína, Por causa da incidência de 0,2% de anafilaxia, é
necessário observar os pacientes por um período de
EFEITOS ADVERSOS: tempo razoável após a injeção, visto que 70% das
Dosagens excessivas podem causar convulsões ou reações ocorrem dentro de 2 horas. Foram observadas
arritmias potencialmente fatais. algumas reações dentro de até 24 horas após a injeção.