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revisão

O uso de drogas psicotrópicas na gestação


The use of psychotropic drugs during pregnancy

Resumo
André de Castro Alcântara Carvalho¹
Rebeca Silveira Rocha¹
Os transtornos psiquiátricos durante a gravidez constituem uma situação
Emanuelle Santiago Pereira¹
Elaine Cavalcante dos Santos¹ complexa para o médico no momento da abordagem do tratamento. Os riscos para o concepto do uso de
José Leonardo Sales da Costa¹ medicação psiquiátrica na gravidez incluem o surgimento de malformações, toxicidade neonatal e sequelas
Ricardo Palma-Dias2 comportamentais. Além disso, deve-se levar em consideração também o risco, tanto para a mulher gestante como
Fabrício da Silva Costa3 para o feto, de conduzir a gestação paralelamente a esses transtornos psiquiátricos sem tratamento algum. As
Palavras-chave evidências quanto às ações teratogênicas dos antidepressivos não são convincentes. Há, porém, a possibilidade
Psicotrópicos de efeitos tóxicos sobre o feto, devendo ser evitado sempre que possível. Estudos de caso-controle relatam risco
Malformações congênitas para lábio leporino ou fenda palatina em crianças expostas a benzodiazepínicos durante a gestação de 11:10.000
Teratologia nascimentos, um aumento de 80% em comparação com o risco de 6:10.000 na população geral. Os recém-
Keywords nascidos expostos intraútero às drogas antipsicóticas podem desenvolver sinais de disfunção extrapiramidal,
Psychotropic drugs como tremores, reflexos tendinosos profundos hiperativos e irritabilidade. No ser humano, o lítio administrado
Congenital abnormalities durante a gravidez provoca uma taxa elevada de anormalidades congênitas, incluindo a doença de Ebstein. O
Teratology objetivo deste trabalho é revisar os principais riscos para a mãe e o feto no tratamento de doenças psiquiátricas
durante a gravidez.

Abstract Psychiatric disturbances during pregnancy are complex for the physician
to manage when approaching a patient’s treatment. Fetal risks with the use of psychiatric medications during
pregnancy are malformations, newborn toxicity and behaviour problems. Moreover, we have to consider maternal
and fetal risks during pregnancy with the use of these drugs conducting the pregnancy with psychiatric disorders
without any treatment. Evidences about the teratogenic effects of antidepressants are not convincing. However,
there is the possibility of toxic effects to the fetus and we have to avoid this whenever possible. Controlled
studies suggest a risk of 11:10.000 births of cleft lip or palate in children exposed to benzodiazepines during
pregnancy, an incidence 80% higher than the risk of 6:10.000 in the general population. Newborns exposed
to intra-uterine antipsychotic drugs can develop signs of extrapyramidal dysfunction, like tremors, hyperactive
reflexes and irritability. The use of lithium during pregnancy is related to high rates of congenital abnormalities,
including Ebstein disease. The purpose of this article is to review the main maternal and fetal risks of treating
psychiatric diseases during pregnancy.

¹ Sistema de Informações sobre Agentes Teratogênicos de Fortaleza (SIAT), Fortaleza (CE), Brasil
2
Pregnancy Research Centre, Department of Perinatal Medicine, Royal Women’s Hospital, Melbourne (VIC), Australia
3
Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza (CE), Brasil
Carvalho ACA, Rocha RS, Pereira ES, EC Santos, Costa JLS, Costa FS

Introdução receptação da serotonina (ISRS, como fluvoxamina, paroxeti-


na e sertralina) comparados com um Grupo Controle de 267
Os transtornos psiquiátricos durante a gravidez constituem crianças não expostas. Não foram evidenciadas diferenças entre
uma situação complexa para o médico no momento da abordagem os grupos quando se levou em consideração malformações ma-
do tratamento. Isso se estabelece pelo fato de não haver amplo croscópicas, abortos espontâneos, natimortos, prematuridade e
conhecimento das repercussões para o feto advindas do uso de peso de nascimento.5
fármacos psicoativos nessas doenças.
Além disso, deve-se levar em consideração o risco, tanto Citalopram
para a mulher gestante como para o feto, de conduzir a gestação Não foi relatada qualquer anormalidade congênita durante
paralelamente a esses transtornos psiquiátricos sem tratamento a investigação de 375 mulheres que usaram citalopram durante
algum. Esses riscos incluem a recusa a cuidados pré-natais, in- a gravidez.6
capacidade para seguir orientações médicas, cuidado maternal
e nutrição deficiente, abuso e dependência de álcool, tabaco e Fluoxetina
drogas ilícitas, comportamento suicida, risco de autoindução do Foi realizado um estudo com 228 mulheres expostas à fluo-
parto, além da alteração da capacidade de julgamento, incluindo xetina e um Grupo Controle com 254 mulheres não expostas a
risco de relação sexual sem proteção.1,2 agentes teratogênicos. Apesar de não ter sido comprovado um
Estudos prospectivos de quadros depressivos não tratados aumento da taxa de malformações macroscópicas nas crianças
durante a gravidez sugeriram um aumento significativo do risco expostas a fluoxetina, o estudo descreveu um acréscimo da
de baixo peso ao nascimento, recém-nascidos pequenos para a ocorrência de complicações perinatais, como o aumento da
idade gestacional e parto prematuro.3 frequência de admissões para cuidados especiais de enfer-
Há evidência de um maior risco de ocorrência de transtornos magem e adaptação neonatal precária, incluindo dificuldade
afetivos em mulheres durante os anos de fertilidade, com pico respiratória e cianose durante amamentação. As críticas a esse
de prevalência entre 25 e 44 anos.2 Os transtornos do humor estudo dizem respeito à incapacidade de distinguir os efeitos
mais comumente associados à gravidez e puerpério são: sintomas da exposição às drogas, dos efeitos da exposição à depressão.
depressivos, disforia puerperal, depressão pós-parto e psicose Também, o tratamento materno durante a pesquisa não foi
puerperal. realizado na forma de estudo duplo-cego.7 Um estudo re-
Os riscos de uso de medicação psiquiátrica na gravidez in- trospectivo com 64 nascimentos, com história de exposição
cluem teratogênese (abortos, malformações congênitas, restrição precoce e tardia a fluoxetina durante a gestação, analisou
de crescimento, efeito carcinogênico e mutações); toxicidade diversas características como dose e duração da exposição à
neonatal e sequelas (comportamentais, neurológicas, psicológicas fluoxetina, tempo de exposição e uso de outras drogas psi-
e cognitivas) para o concepto. cotrópicas. As variáveis incluíam nota do Apgar no quinto
A teratogenicidade morfológica está associada principalmente minuto, admissão aos cuidados de enfermagem (Special Care
à exposição fetal durante as 12 primeiras semanas de gestação, Nurse, SCN) e tempo de alta hospitalar (com ou sem a mãe).
quando ocorre a organogênese.4 O Quadro 1 apresenta os prin- Os resultados não demonstraram diferenças entre exposição
cipais riscos teratogênicos das medicações psiquiátricas mais infantil precoce e tardia em relação à idade gestacional do parto,
comumente utilizadas. nota do Apgar ou tempo de alta materno-infantil. No último
trimestre, porém, quando comparada à exposição precoce na
Antidepressivos gravidez, a exposição tardia à fluoxetina foi associada ao au-
mento da frequência de admissões de crianças com problemas
As evidências quanto às ações teratogênicas dos antide- neurológicos não bem definidos no estudo (18,9 versus 9,1%)
pressivos não são convincentes. Há, porém, a possibilidade e complicações de nascimento como taquicardia transitória,
de efeitos tóxicos sobre o feto, devendo ser evitado sempre taquipneia e agitação (30,2 versus 9,1%).8
que possível.
Sertralina
Inibidores seletivos da receptação da serotonina Não foram encontradas significantes anormalidades clínicas
Foi examinada a ocorrência de malformações macroscópicas no estudo da ocorrência de dificuldades neonatais transitórias
em 267 crianças expostas a diferentes inibidores seletivos da depois da exposição pré-natal à sertralina.9

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O uso de drogas psicotrópicas na gestação

Paroxetina Tricíclicos
Estudo mostrou que aproximadamente 20 a 30% dos recém- Mais de 400 casos de exposição a antidepressivos tricíclicos
nascidos expostos à paroxetina apresentam, ao final da gestação, no primeiro trimestre de gravidez foram examinados até o final
distúrbios como agitação, alterações do tônus muscular e da da gestação. Essa análise mostrou que não houve associação com
sucção, convulsões e hiponatremia.10 Contudo, é muito preo- teratogenicidade morfológica. Apesar disso, diversos casos rela-
cupante a possibilidade da ocorrência de efeitos teratogênicos, tados têm sugerido que o uso de antidepressivos tricíclicos pode
mais especificamente de defeitos cardíacos, conforme vem sendo causar certos sintomas perinatais como tremores, irritabilidade,
assinalado na literatura.11 obstrução intestinal funcional transitória e retenção urinária.12

Quadro 1 - Principais riscos teratogênicos das medicações psiquiátricas


Classe Droga Categoria de risco* Efeitos possíveis
Ansiolíticos Benzodiazepínicos Floppy baby (hipotonia muscular generalizada), síndrome de
Alprazolam D abstinência, lábio leporino
Clonazepam C
Clordiazepóxido D
Diazepam D
Lorazepam D
Bromazepam
Flunitrazepam
Midazolam

Benzodiazepínicos hipnoindutores X Diminuição do crescimento intrauterino


Buspirona C Desconhecido
Antidepressivos Antidepressivos tricíclicos C/D Taquicardia fetal, abstinência fetal, efeitos anticolinérgicos
Amitriptilina C fetais, retenção urinária, obstrução intestinal, risco mínimo de
Clomipramina C teratogenicidade
Nortriptilina C
Maprotilina ?

Inibidores da MAO C Raras malformações fetais; raramente usado na gravidez pela


hipertensão

Inibidores seletivos da recaptação da serotonina B Aumento das complicações perinatais, risco mínimo de
Fluoxetina C teratogenicidade
Sertralina C
Paroxetina C
Citalopram C
Antipsicóticos Clássicos Raras anomalias, icterícia fetal, efeitos anticolinérgicos
Haloperidol C fetais no nascimento, preferir butirofenonas e evitar
Fenotiazinas antiparkinsonianos
Clorpromazina C
Trifluioperazina C

Atípicos Risco desconhecido


Clozapina B
Olanzapina C
Quetiapina C
Risperidona C
Estabilizadores do humor Lítio D Malformações cardíacas; considerado seguro após o primeiro
trimestre de gestação

Valproato D Defeitos no tubo neural, não é recomendado seu uso

Carbamazepina C Defeitos no tubo neural, anomalias menores, não é


recomendado seu uso
Anticonvulsivantes novos Gabapentina C Risco desconhecido
Lamotrigina C
Fonte: Adaptado de Soares NV et al.2
* A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos classifica como categorias de risco: A: estudos controlados não mostraram risco para seres humanos; B: sem evidências de risco para seres
humanos, mas estudos adequados não foram realizados; C: o risco para seres humanos não pode ser afastado; D: evidências positivas de risco para seres humanos, os riscos devem ser confrontados
com os benefícios; X: contraindicado na gravidez.

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Recém-nascidos de mães que usaram antidepressivos tricíclicos para as gestantes. Essa classe de drogas facilmente atravessa a
podem apresentar síndrome da abstinência, com tremores e placenta, principalmente no final da gravidez, contribuindo
vômitos, geralmente de curta duração. para uma concentração no cordão umbilical, muitas vezes
Dentre os antidepressivos tricíclicos, a nortriptilina é o maior do que na circulação materna. A administração contí-
medicamento de escolha, devido à sua baixa probabilidade de nua de benzodiazepínicos durante a gravidez pode originar
efeitos adversos.13 hipotensão, diminuição da função respiratória e hipotermia no
recém-nascido (RN). Sintomas de abstinência em RN têm sido
Amitriptilina ocasionalmente relatados com o uso de benzodiazepínicos. Foram
Não foi confirmado que em humanos a amitriptilina possa descritas alterações morfológicas, aberrações no crescimento e
causar incremento nas taxas de malformações congênitas. Uma série anormalidades no sistema nervoso central de crianças expostas aos
de 118 gestações expostas a amitriptilina resultou em 28 abortos benzodiazepínicos durante o período intrauterino, em um quadro
espontâneos, dois natimortos e quatro recém-nascidos vivos com distinto da síndrome alcoólica fetal. Também foram descritas
uma malformação congênita.14 Em um grupo de 80 crianças acima anormalidades do nervo facial e falta de expressão facial. Ao
de quatro anos de idade expostas aos antidepressivos tricíclicos (das nascer, crianças apresentavam-se hipotônicas e com menor nota
quais 29 tinham sido expostas a amitriptilina) não foram notadas de Apgar.4 No período pós-parto havia uma maior probabilidade
diferenças no nível de quociente de inteligência (QI), desenvolvimento de surgimento de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e
da linguagem ou desenvolvimento neurocomportamental quando crises de apneia no período neonatal.16 Estudos de caso-controle
comparadas com 55 neonatos expostos a fluoxetina ou com 84 ne- relatam risco para lábio leporino ou fenda palatina em crianças
onatos não expostos a antidepressivos tricíclicos. As crianças foram expostas a benzodiazepínicos durante a gestação de 11:10.000
acompanhadas durante um período de 16 a 86 meses de vida.15 nascimentos, um aumento de 80% em comparação com o risco
de 6:10.000 na população geral.1
Clomipramina
A clomipramina não tem ação teratogênica comprovada, Benzodiazepínicos
mas há um pequeno número de casos com relato de morbidade
tóxica (letargia, hipotonia, cianose, tremores, respiração irregular Alprazolam
com acidose respiratória e hipotermia) com remissões em poucos Em vários estudos foi sugerido um risco de malformações
dias após o nascimento, bem como de convulsões neonatais sem congênitas quando associado à tranquilizantes menos potentes
consequências deletérias posteriores.4 (clorodiazepóxido, diazepam e meprobamato) durante o primeiro
trimestre de gravidez. Em vista de o uso destas drogas raramente
Maprotilina se constituírem em um caso de urgência, a administração de
Quando testado em animais, a maprotilina (que na verdade alprazolam durante a gravidez deve sempre ser evitada. Deve-se
é um antidepressivo tetracíclico) não aumenta os índices de considerar a possibilidade de a paciente potencialmente fértil
malformações congênitas. Em um estudo com 107 gestantes estar grávida na época da instituição da terapia. A paciente deve
expostas a maprotilina foram relatados 27 abortos espontâneos, ser advertida para, no caso de gravidez, contatar seu médico
dois natimortos e dois neonatos com malformação congênita.14 acerca de sua decisão em descontinuar o tratamento com a droga.
São dados, porém, não conclusivos, visto que poderiam ser Alguns estudos não mostram evidências de aumento da taxa de
encontrados na população geral. malformações comparada com a população geral. Em outros, o
alprazolam teria apresentado uma maior associação com fenda
Inibidores da monoaminoxidase palatina, com incidência de 0,7% em casos de exposição no
Essa classe de antidepressivos é contraindicada na gravidez primeiro trimestre contra 0,06% na população geral.1
devido a seus efeitos sobre a pressão arterial.4 Os poucos estudos
com drogas pertencentes a essa classe têm mostrado uma associação Bromazepam
com retardo no crescimento fetal em animais e malformações Um estudo relatado em resumo, com uso de dados a partir
congênitas em seres humanos. de um registro de problemas de nascimento, encontrou uma
associação entre uso materno de Bromazepam e anomalias do
Ansiolíticos sistema urinário. Foi relatado, porém, o encontro de apenas cinco
Dentre o grupo dos ansiolíticos, os benzodiazepínicos com- casos que necessitam de posterior investigação. Assim como ou-
põem a classe de droga usada com maior frequência, inclusive tros benzodiazepínicos, sintomas de abstinência neonatal foram

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O uso de drogas psicotrópicas na gestação

apontados em um neonato cuja mãe foi tratada com bromazepam durante a gravidez, uma vez que atravessa a placenta, apesar de
e outras drogas durante o terceiro trimestre.14 sua transferência placentária ser mais lenta que a do diazepam
e poder originar depressão do SNC no neonato.
Clonazepam
É o único benzodiazepínico considerado classe C pela U.S. Food Benzodiazepínicos hipnoindutores
and Drug Administration (FDA) pela ausência de estudos tipo caso-
controle em humanos. Atravessa a placenta, devendo, por isso, ser Midazolam
evitado seu uso durante a gravidez, principalmente no primeiro Possui meia-vida curta e transferência placentária lenta,
trimestre. Estudo com lactentes, filhos de portadoras de epilepsia, logo seus efeitos de depressão no recém-nascido são menores
que faziam uso de clonazepam como anticonvulsivante durante a ou ausentes. Não foram encontrados relatos sobre seu uso no
gestação, mostrou relatos de teratogenicidade, mas seriam necessários primeiro e no segundo trimestre da gravidez.4
estudos ainda maiores para confirmar esta associação, além disso, a
doença materna, isoladamente, poderia ser o fator de risco.17 Flunitrazepam
Não foram encontrados relatos que evidenciassem uma
Clordiazepóxido associação entre seu uso e um aumento na incidência de malfor-
O clordiazepóxido atravessa a placenta, devendo-se, portanto, mações congênitas.4 Apresenta transferência placentária lenta,
avaliar a relação risco-benefício durante a gravidez e a lactação, porém leva a um acúmulo na circulação do neonato quando o
já que pode provocar sedação no recém-nascido, dificuldades seu uso é prolongado. Logo, pode ocasionar os mesmos efeitos
de alimentação e perda de peso. As crianças, principalmente as adversos da síndrome da abstinência ou de toxidade vistos com
menores, são mais sensíveis aos efeitos sobre o sistema nervoso outros benzodiazepínicos.17
central (SNC). Em neonatos pode ocorrer depressão prolongada
do SNC devido à incapacidade para biotransformar as benzo- Ansiolíticos não benzodiazepínicos
diazepinas em metabólitos.4
Buspirona
Diazepam Nenhum comprometimento fetal ou da fertilidade foram
O diazepam e seus metabólitos atravessam a barreira pla- observados em estudos realizados em ratos e coelhos a doses de
centária e atingem o leite materno. Para o diazepam, os níveis buspirona, de aproximadamente 30 vezes à dose máxima humana
séricos do recém-nascido são três vezes maiores do que na recomendada. Em estudos com animais, Buspirona na dose de
circulação materna. Cuidados especiais devem ser observados até 75 mg/kg/dia não contribui para o incremento das taxas de
quando o diazepam é usado, em doses maiores de 30 mg, durante anomalias congênitas, apesar de altas doses terem sido associadas
o trabalho de parto, quando altas doses podem provocar baixa com decréscimo das taxas de sobrevivência perinatal e com dimi-
nota de Apgar, irregularidades no trabalho cardíaco do feto, nuição do peso ao nascimento.19 Um caso relatou a descrição de
depressão da atividade psicomotora, hipotonia, sucção difícil uma gravidez que ocorreu em uma mulher com depressão maior
e hipotermia no neonato.16 Antes da decisão de administrar que fez administração de buspirona e quatro outros fármacos no
diazepam durante a gravidez, especialmente durante o primeiro período inicial da gravidez. Quando a gravidez foi interrompida
trimestre, como deveria ocorrer sempre com outras drogas, na décima segunda semana de gestação, exames de tecidos fetais
os possíveis riscos para o feto devem ser comparados com os não demonstraram desenvolvimento anormal.20 Em outros estu-
benefícios terapêuticos esperados para a mãe. Deve-se lembrar dos envolvendo exposição gestacional à buspirona um neonato
que no RN o sistema enzimático, responsável pela degradação apresentou fibrose cística e um outro possuía rins policísticos e
da droga, não está totalmente desenvolvido (especialmente em megaureter.14 Esses casos, porém, não foram suficientes para sugerir
prematuros). Um estudo18 de metanálise sugeriu que existe um que a buspirona foi o agente causal desses relatos.
significante acréscimo do risco de fendas orais (lábio leporino
e fenda palatina) em relação à população geral, apesar do risco Antipsicóticos
absoluto se mostrar extremamente pequeno. As drogas antipsicóticas atravessam facilmente a barreira
placentária, alcançando níveis significativos no feto e no líquido
Lorazepam amniótico. Os recém-nascidos expostos intraútero às drogas
Não há relatos de sua ligação com defeitos congênitos.4 A antipsicóticas podem desenvolver sinais de disfunção extrapi-
relação risco-benefício deve ser avaliada para administração ramidal, como tremores, reflexos tendinosos profundos hipera-

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tivos e irritabilidade.4 Foram relatadas depressão imunológica longada depressão fetal neuromuscular. A mãe recuperou-se em
e riscos de complicações retinianas em recém-natos cujas mães 48 horas. O feto não alcançou um perfil biofísico adequado até
fizeram uso de antipsicóticos.² O tempo de depuração para essas cinco dias depois da apresentação.4
drogas no feto é de sete a dez dias. Para evitar esses problemas,
a droga antipsicótica deve ser interrompida duas semanas antes Fenotiazinas
do parto se possível. Autores consideram as fenotiazinas (clorpromazina, tri-
Os antipsicóticos são preferidos, em relação ao uso de esta- fluioperazina) seguras para o feto e para a gestante, se usadas
bilizadores do humor, em casos de recaída na gravidez, princi- em doses baixas. O uso prolongado e em altas doses têm sido
palmente no primeiro e segundo trimestres. Isso se deve a sua associado a um quadro neonatal demorado, mas reversível, de
eficácia, principalmente nos episódios maníacos.1 As drogas sinais extrapiramidais, caracterizado mais especificamente por
antipsicóticas prescritas antes do parto e em doses elevadas acatisia. Não foram estabelecidos efeitos deletérios, em longo
estão associadas a um aumento de risco de icterícia neonatal, prazo, em crianças expostas intraútero às fenotiazinas.4
hiperbilirrubinemia, depósito de melanina nos olhos, transtornos
respiratórios, estados apáticos, letargia com ou sem alteração Atípicos
do tônus e da excitação neuromuscular que costumam regredir Poucos estudos foram realizados com a risperidona, olanzapina,
rapidamente na maior parte das vezes.21 loxapina e clozapina. Existem esporádicos casos relatados de uso
de clozapina durante a gravidez, em pacientes esquizofrênicos,
Clássicos ou típicos em que não foram observadas malformações congênitas.22
Antipsicóticos típicos podem representar risco menor Há poucos dados disponíveis com relação ao uso da quetiapina
do que estabilizadores do humor e, por isso, alguns es- durante a gravidez. O que existem são alguns relatos de caso
pecialistas recomendam o uso desses medicamentos em de crianças que nasceram normais e foram expostas intraútero
pacientes sintomáticos durante a gravidez. Por outro lado, à quetiapina.23
antipsicóticos típicos trazem risco maior de hiperprolacti-
nemia, o que pode interferir na fertilidade da paciente. São Estabilizadores do humor
preferidos os antipsicóticos de alta potência, pois além de
terem menores efeitos anticolinérgicos, anti-histamínicos e Lítio
hipotensores, não há evidência de malformações com o uso Os registros que relatam a associação entre malformações
de haloperidol, tioxanteno, trifluoperazina e flufenazina. O congênitas e o uso de lítio possuem limitações metodológicas
uso de preparações prolongadas deve ser evitado pelo risco devido a inerente tendência de superestimar os resultados ad-
de efeitos tóxicos no neonato. Um estudo de metanálise,12 versos. Estudos retrospectivos recentes indicaram que o risco
que envolveu não só os antipsicóticos, mas os demais psico- de teratogênese com o lítio pode ser menor do que se pensava
trópicos, relatou um alto risco para malformações congênitas anteriormente. A frequência passa de 1/20.000 na população
após exposição de agentes neurolépticos de baixa potência no geral para 1/2.000 a 1/1.000 ou 0,05 a 0,1%, representando
primeiro trimestre. Quando os neurolépticos são utilizados um risco absoluto relativamente pequeno de 10 a 20 vezes
como potencializadores da anestesia, foram descritos casos maior.24 Um estudo realizado sobre o impacto da exposição ao
de hipotermia e hipotensão nos recém-nascidos, assim como lítio no desenvolvimento neurocomportamental não evidenciou
disfunções extrapiramidais.2 problemas significativos.22
No ser humano o lítio administrado durante a gravidez
Haloperidol parece provocar uma taxa elevada de anormalidades congênitas,
O haloperidol é a butirofenona mais bem estudada, não incluindo a doença de Ebstein.21 Essa doença consiste numa
sendo observado aumento da taxa de malformações congênitas grave anomalia na inserção da válvula tricúspide, dilatação
em outro tipo de desfecho desfavorável na gestação, no trata- atrial direita, disfunção do ventrículo direito e comunicação
mento da hiperêmese gravídica, nem no tratamento de quadros interventricular, com duração média de vida de 30 anos e 1/4
psicóticos. Um relato de caso de uma mulher grávida de 34 dos pacientes falecendo antes dos dez anos de idade.
semanas que foi exposta intencionalmente a uma dose de 300 O uso tardio de lítio durante a gestação tem sido associado
mg de haloperidol evidenciou um quadro de irresponsividade também ao bócio reversível, diabetes insipidus nefrogênico,
materna, reação extrapiramidal, acinesia fetal transitória e pro- depressão do sistema nervoso central, cianose, letargia, hipo-

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O uso de drogas psicotrópicas na gestação

tonia, diminuição do reflexo de Moro, do reflexo de grasping, mento da Síndrome de Steven-Johnson preconiza cautela ao
bradicardia, flutter atrial, inversão da onda T, sopro cardíaco, utilizar esse fármaco.23
cardiomegalia, sangramento gastrintestinal, hepatomegalia,
convulsões e hipotermias neonatais. Gabapentina
A regulação do lítio na gravidez pode ser afetada pelas al- Não existem estudos adequados para uso da gabapentina
terações no volume sanguíneo materno, que aumenta em cerca durante gestação. Estudos pré-clínicos sugerem potencial feto-
de 50%, e na taxa de filtração glomerular, que aumenta de 30 toxicidade como atraso na ossificação e hidronefrose em roedores
a 50%. No parto há uma diurese maciça, que pode provocar expostos à gabapentina in utero.23
intoxicação pelo lítio. Portanto, o lítio deve ser reduzido cerca
de uma semana antes do parto e interrompido durante o mesmo, Considerações finais
para retomá-lo depois na posologia anterior à gravidez, evitan-
do efeitos indesejáveis do lítio para mãe e para o filho, como a A gravidez pode alterar a apresentação, frequência, gravida-
toxidade cardíaca e tireoidiana.21 de e riscos dos problemas psiquiátricos. Compreendendo essas
mudanças e intervindo nas necessidades específicas da mulher
Valproato e carbamazepina grávida, é possível melhorar os resultados para gestantes e seus
Valproato e carbamazepina associam-se a maior inci- bebês. Intervenções efetivas durante gravidez podem prevenir
dência de defeitos no tubo neural, atingindo de 1 a 5% dos sintomas psiquiátricos durante o período pós-parto, um período
pacientes, com fenda lábio-palatal e defeitos cardíacos e de alto risco para a exacerbação da depressão, transtorno bipolar
urogenitais.25 do humor, esquizofrenia, síndrome do pânico, transtorno obses-
O valproato também esteve associado ao aumento de sivo compulsivo e transtornos alimentares. Consultas pré-natais
disfunções relacionadas à inteligência verbal e à função oferecem uma oportunidade para identificar sintomas precoces
mnésica.26 e aplicar tratamento apropriado.
Os ansiolíticos/benzodiazepínicos possuem risco reduzido
Anticonvulsivantes novos de malformações, como fenda palatina e lábio leporino, reco-
Estudos sobre a administração dos novos anticonvulsivantes mendando-se a realização de ecografia na avaliação pré-natal.
na gestação têm mostrado pequeno número de malformações, sem Deve-se evitar, porém, o uso regular dessas drogas devido ao
órgão específico descrito, sendo difícil analisar os dados devido risco de sintomas de supressão neonatal. Deve-se usar apenas
ao uso concomitante de outras drogas. Há, portanto, evidências em situações bem definidas, como no controle de convulsões.
de maior comprometimento no funcionamento intelectual das Doses elevadas durante a fase final da gravidez ou durante o
crianças expostas à politerapia.26 parto podem causar hipotermia neonatal, hipotonia, depressão
respiratória e dificuldades na alimentação. O diazepam e o
Lamotrigina clordiazepóxido são os mais suspeitos.
Na intenção de monitorar fetos expostos à lamotrigina A conduta deverá sempre ser a suspensão do benzodiazepínico
durante a gestação, foi iniciado um trabalho prospectivo, The antes da paciente ficar grávida ou pelo menos no último trimestre.
International Lamotrigine Pregnancy Registry, em 1992. Em se- Se a paciente estiver em uso de benzodiazepínico e souber que
tembro de 2001, os resultados preliminares foram levantados, está grávida, a droga não deverá ser interrompida abruptamente
com uma amostra de 168 bebês expostos à lamotrigina em pelo risco de crise convulsiva e de abortamento.17
monoterapia e 166 em associação com demais psicofármacos. Finalmente, não existem dados consistentes que comprovem
Dos bebês em monoterapia com lamotrigina, 1,8% apresen- o impacto da exposição de benzodiazepínicos no desenvolvimento
taram malformações congênitas. Há um aumento dos riscos neurocomportamental.9
na associação ao valproato (10% dos pacientes da amostra). Os ISRS devem ser usados apenas se o benefício potencial
O clearance renal da lamotrigina aumenta 50% durante a for superior aos riscos. Não há evidência de teratogenicidade.
gestação retornando aos valores basais após o parto. Isso deve Provoca, porém, baixo índice de Apgar e baixo índice de de-
ser considerado para elevação da dose no período gestacional. senvolvimento psicomotor, possibilidade de prematuridade ou
Em cinco casos de exposição à lamotrigina em lactentes, não síndrome de privação no RN.
foram evidenciados efeitos adversos. Entretanto, o nível sérico Quanto aos tricíclicos, não existe evidência que a exposição
do bebê é de 25 a 30% do materno e o risco para desenvolvi- durante a gravidez aumenta o risco de malformações físicas ma-

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croscópicas, complicações neonatais significantes ou consequências, Deve-se evitar o lítio, se possível, pelo risco de malforma-
em longo prazo, do desenvolvimento neurocomportamental. ções, incluindo malformações cardíacas (anomalia de Ebstein),
Deve-se dar preferência ao uso de antidepressivos tricíclicos de possibilidade de bócio neonatal e hipotiroidismo; e pelo risco
menor poder hipotensor. de toxicidade neonatal do lítio, como letargia e falta de co-
Os efeitos dos inibidores da monoaminoxidase sobre a pressão ordenação entre a sucção e a deglutição. Recomenda-se um
arterial os contraindicam na gravidez, recomendando-se evitá- controle apertado da litiemia pelo risco de toxicidade no RN.
los, a menos que haja forte justificação. Estudos recentes, porém, apontam que o lítio apresenta um
Em relação aos antipsicóticos recomenda-se a preferência baixo risco relativo de provocar malformações congênitas, o
pelo uso de drogas de alta potência (haloperidol, flufenazina que autorizaria seu uso na gestação sem maior receio por parte
e trifluoperazina). Existem poucos estudos em relação ao uso do médico.
de antipsicóticos atípicos na gravidez, sendo considerados de
risco desconhecido e, portanto, não indicados. Em doses baixas Agradecimentos
parecem ser seguros para a mãe e para o feto e não são terato-
gênicos. No terceiro trimestre devem ser evitados pelo perigo Agradecemos à Fundação Cearense de Apoio ao Desenvol-
de hipotensão materna e efeitos adversos no RN, como efeitos vimento Científico e Tecnológico (Funcap) pelo financiamento
extrapiramidais no neonato. parcial desse estudo.

Leituras suplementares
1. Pheula GF, Banzato CEM, Dalgalarrondo P. Mania e gravidez: implicações para 14. McElhatton PR, Garbis HM, Eléfant E, Vial T, Bellemin B, Mastroiacovo P, et al.
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338 FEMINA | Junho 2009 | vol 37 | nº 6


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LICOXID® - Referências Bibliográficas: 1 - Agarwal, S. e Rao, A. V. – Tomato lycopene and its role in human health and chronic diseases. Canadian Medical Association Journal, 19: 163-169, 2000. 2 - Chalabi, N., Lê Corre, L., Maurizis, J., Bignon, Y. e
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2008, 14:00. 13 - Quimioprevenção do câncer. Disponível em: www.fcf.usp.br/nutrição/Ensino/Graduação/Disciplinas/Exclusivo/Inserir/Anexos/LinkAne/nutrição e cancer pdf . Acesso em: 30/01/2008, 15:00h. 14 - Informações internas e extraídas do folheto interno do
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Baer, H.J. et al. – Adolescent diet and incidence of proliferative benign breast disease. Cancer Epidemiol. Biomarkers Prev., 12(11 Pt 1): 1159 – 1567, 2003. 22 - Meriald, M. et al. – Randomized controlled Trial of prenatal zinc supplementation and fetal bone growth. Am. J. Clin.
Nutri., 79(5): 826 – 830, 2004. 23 - Informações internas e extraídas da bula do produto Oligovit. OLIGOVIT® (Vitamina E + associações). APRESENTAÇÃO: Comprimidos revestidos: caixa contendo 30 comprimidos revestidos. USO ADULTO. COMPOSIÇÃO: cada
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e minerais com ação antioxidante. OLIGOVIT® (Vitamina E + associações) pode ser utilizado como coadjuvante na prevenção e tratamento de doenças originadas ou agravadas pela presença de radicais livres no organismo. CONTRA-INDICAÇÕES: OLIGOVIT® (Vitamina
E + associações) está contra-indicado em pacientes com história de manifestação alérgica a algum dos componentes. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: OLIGOVIT® (Vitamina E + associações) não deve ser utilizado na gravidez e lactação sem que haja orientação
médica específica. Pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula devem fazer uso do OLIGOVIT® (Vitamina E + associações) com cautela. Pacientes com perda de sangue podem ter seu quadro modificado pela presença de vitamina B12 e ácido fólico na
formulação. O uso de substâncias antioxidantes em fumantes permanece controverso. Pacientes com calculose devem ter o uso deste medicamento avaliado pelo médico devido à presença de ácido ascórbico na formulação. Este medicamento não deve ser utilizado por
mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. POSOLOGIA: Tomar 2 comprimidos por dia, meia a uma hora antes do almoço ou jantar. Recomenda-se a administração dos comprimidos de OLIGOVIT® (Vitamina E + associações) meia a uma hora
antes das refeições para evitar o desconforto ou dores abdominais devido as altas concentrações de vitaminas antioxidantes e pela presença de sais aminoácidos quelatos. Só o médico pode definir a dose e o tempo de administração de acordo com as peculiaridades do
paciente e a(s) patologia(s) que apresenta. ATENÇÃO: Este produto é um medicamento novo e embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança, quando corretamente indicado, podem ocorrer reações adversas imprevisíveis, ainda não descritas ou
conhecidas. Em caso de suspeita de reação adversa, o médico responsável deve ser notificado. M.S. nº 1.1861.0101.003-5. Fabricado e Embalado por: Ativus Farmacêutica Ltda. Rua Fonte Mécia, 2050 - Valinhos - SP - Cep.: 13270- 000. SAC: 0800 55 1767. Indústria
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