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O impacto da atividade empreendedora das universidades na competitividade regional

Palavras-Chave: Competitividade regional; Universidade empreendedora; Barreiras;


Facilitadores; Dimensões.

1. Introdução

As universidades de hoje são confrontadas com exigências crescentes da indústria e da


sociedade. Para satisfazer estas novas exigências, as universidades têm de reconsiderar a seu
foco na pesquisa e no ensino, adaptar suas fontes de financiamento e ajustar suas regras
internas e organização (RYBNICEK; LEITNER; BAUMGARTNER; PLAKOLM, 2019).
Esses autores direcionam a atenção ao trazer para o debate algo notório que vem sendo
suscitado com relação ao crescimento das expectativas dos governos e da sociedade, com
relação as contribuições das universidades. No cenário econômico atual, turbulento e
competitivo tem levando as instituições de ensino superior (IES) a refletirem a adotarem uma
atitude mais empreendedora nas suas estratégias de gestão (BRÁS; TORRES PRETO;
DANIEL; TEIXEIRA, 2023; FORLIANO; DE BERNARDI; YAHIAOUI, 2021). Pois, sabe-
se que restrições sobretudo financeiras, exige-se uma postura para além das funções
tradicionais de ensino e pesquisa, e que restam agora migrarem para a nova norma da ciência
que é a capitalização do conhecimento por meio de um modelo em espiral de inovação
chamado Triple Helix, que engloba numa ligação entre a academia, o governo e o setor
empresarial (STOLZE & SAILER, 2022).
A necessidade de desenvolver uma universidade mais empreendedora, bem como a
falta de evidências de seu desenvolvimento em algumas regiões, destaca a necessidade de
investigar como os fatores específicos e processos de gestão do conhecimento estão
impactando o desempenho das universidades. Inúmeros estudos anteriores fornecerem uma
explicação do impacto de fatores internos e externos de uma universidade, sobre o a visão
dominante na literatura de que as universidades promovem desenvolvimento principalmente
através da comercialização da investigação científica e principalmente via licenciamento de
patentes ou criação de empresas spin-off (O'SHEA et., al 2008). Portanto, restam
contribuições mais regionalizadas de maneira a integrar esses conceitos aos processos de
gestão estratégica, como no caso do estado de Mato Grosso, consistindo uma amostra da
realidade das universidades públicas no aspecto empreendedor desse país.
O presente estudo investiga o papel mediador de exploração do aproveitamento do
conhecimento no desenvolvimento de uma universidade empreendedora, a partir do construto
idealizado por (GUERRERO & URBANO, 2012), cuja estrutura conceitual considera como
componentes, o ambiente externo, o ambiente interno, a exploração do conhecimento e o
impacto da atividade empreendedora das universidades na competitividade regional.
Para tal, o estudo proposto terá como fulcro metodológico os idealizados por autores
como (GUERRERO & URBANO, 2012; STOLZE & SAILER, 2022) cuja pesquisa
considerará as percepções dos docentes envolvidos no desenvolvimento da universidade
empreendedora a fim de avaliar essas relações no âmbito das universidades públicas do estado
de mato grosso, e assim fornecer as percepções sobre o contexto empreendedor destas
instituições, recaindo a análise para a UFMT. A partir dos achados, identificar e analisar as
barreiras que impedem a transformação da universidade em uma instituição empreendedora,
propriamente dita. Apresenta-se a seguinte problemática (Figura 1, a seguir), bem como os
respectivos objetivos dele decorrentes:

Figura 1. Problema de pesquisa


Fonte: Elaboração própria (2023)

O objetivo geral do trabalho é identificar e analisar as barreiras que impedem a


transformação das universidades em instituições empreendedoras. Para atingir tal resultado,
os objetivos Específicos passam por: 1) Analisar os impulsionadores da criação e crescimento
de universidades empreendedoras; 2) Avaliar a influência da comunidade universitária para o
empreendedorismo; 3) Explorar o impacto dos recursos nas missões das universidades
empreendedoras; e 4) Investigar os desafios e as barreiras enfrentadas pelas universidades na
implementação de atividades empreendedoras e como eles podem ser superados.

2. Delineamento do Desenvolvimento

2.1 TRIPLA HÉLICE (TH)

Desde sua concepção, a Hélice Tripla tem se espalhado globalmente como um modelo
eficaz para promover o desenvolvimento econômico. O conceito da TH remete a uma
metáfora (GONÇALVES DO AMARAL; RIBEIRO MESSIAS, 2020), para a compreensão e
análise dos sistemas de inovação que o subjaz Cai & Amaral, (2021), o qual foi proposta em
1994 por Henry Etzkowitz & Loet Leydesdorff. Contudo, trabalhos da TH mais
contemporâneos, suscitam novas perspectivas centralizadas em novos eixos, ao vislumbrar à
relevância da literatura em diferentes sistemas de inovação. Vê-se também, que esse binômio
tem ganhado aceitação a ponto de não mais se restringir, tão somente, a um construto, mas
sim a uma rede de estudos complexa e dinâmica, que inclui conferências, revistas científicas e
webinars liderados por estudiosos internacionais Amaral & Messias (2020), de cujos estudos
sobre ambientes de inovação baseados na TH estão espalhados ao longo dos anos em todos os
continentes (CAI & ETZKOWITZ, 2020).
Os autores da TH difundiram seus conceitos ao longo dos últimos 24 anos, Amaral &
Messias (2020), como um meio que interpreta de maneira fidedigna a interação entre atores
considerados geradores de conhecimento (academia/universidades), e aqueles denominados
utilizadores do conhecimento (produtivo/industrial), e ainda o ator com a função regulatória e
fomentador da atividade econômica (governamental). A TH é, portanto, um modelo cujo
conceito está intimamente associado a universidade empreendedora (UE), de sorte que
descreve a interação sinérgica entre universidades, setor privado e governos, como um
“mecanismo” capaz de representar a colaboração, cooperação e maior capacidade de
proatividade e inovação (ETZKOWITZ & LEYDESDORFF, 2000).

2.2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa pode ser classificada como aplicada, conforme proposta metodológica na
(figura 2, a seguir):
Figura 2 – Desenho metodológico da pesquisa
Fonte 1: Elaboração própria, a partir de (YIN, 2015)
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2.2.1 REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA - MÉTODO PRISMA:

Apresentaremos a seguir (figura 4) o fluxograma empírico que mapeia o presente estudo


de revisão sistemática, que frequentemente são utilizados como ponto de partida, em
pesquisas de cunho científico.

Figura 3 - Fluxograma empírico para mapeamento da revisão sistemática.


Fonte: Elaboração própria, a partir de (PRISMA, 2020)

A seleção dos estudos foi realizada de maneira automática pelo próprio EndNote e de
maneira manual. Inicialmente os artigos foram selecionados após a leitura do título e resumo e
os que atenderam os critérios de elegibilidade e que tiveram consenso, foram lidos na íntegra
para inclusão ou exclusão na revisão.

Tabela 2 - Bases de dados brutos e estratégias de buscas dos estudos (N = 932)


Fonte: Elaboração própria (2023)

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2.2.2 COLETA DE DADOS

Figura 4 – Dinâmica da coleta de dados


Fonte: Elaboração própria (2023)

Assim, temos que os procedimentos para coleta de dados bem como a definição da
estratégia de amostragem, será considerando que o público-alvo são docentes de todas as
áreas das universidades públicas do estado de Mato Grosso, UNEMAT, UFMT e UFR,
conforme (tabela 2, a seguir).

Tabela 2. Ensino Superior, segundo sua organização acadêmica – setembro/2023


Fonte: Elaborado com base (MEC, 2023)

Elaborou-se um “questionário piloto” e aprimorou-se na comunidade de pesquisadores


“Research Gate, como maneira de aperfeiçoamento das questões do tipo afirmativa. Os
respondentes para a etapa do pré-teste do questionário (Quadro 5, a seguir), que se encontra
em andamento, escolheram as opções numa escala Likert, com amplitude de 1 a 7, em que 1
representa "discordo totalmente” variando até “concordo totalmente”.

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Quadro 5 – Relação das dimensões e indicadores para construção do questionário


Fonte: Elaboração própria dos autores (2023)

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ANÁLISE DOS DADOS

Utilizar-se-á a técnica de (MEE) que se baseia em variância e modelagem de caminho


de mínimos quadrados parciais (PLS-SEM) e possibilita uma avaliação de construtos ao testar
modelos hipotéticos com o apoio do software SmartPLS3 (RINGLE; DA SILVA; DE
SOUZA BIDO, 2014; RINGLE; WENDE; BECKER, 2015).
A (figura 05, a seguir) apresenta as etapas e o conjunto de aspectos que serão
considerados no relato de pesquisa, com o uso do software SmartPLS 2.0 sugerido por
(RINGLE & BIDO 2014):

Figura 5 - Etapas da MEE com uso do Smart-PLS 2.0 e técnicas complementares


Fonte: Adaptado de (RINGLE & BIDO 2014)

3. Referências

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CAI, Yuzhuo; ET AL.,ZKOWITZ, Henry. Theorizing the Triple Helix model: Past, present,
and future. Triple Helix, v. 7, n. 2-3, p. 189-226, 2020.

ETZKOWITZ, Henry; LEYDESDORFF, Loet al.,. A dinâmica de inovação: de sistemas


nacionais e" modo 2" para uma tripla hélice de relações indústria-governo-
universidade. Research Policy, v. 29, p. 109-123, 2000.

GUERRERO, Maribel; URBANO, David. The development of an entrepreneurial


university. The journal of technology transfer, v. 37, p. 43-74, 2012.

BRÁS, G. R.; TORRES PRETO, M.; DANIEL, A. D.; TEIXEIRA, A. A. C. Assessing the
Impact of Universities’ Entrepreneurial Activity on Regional Competitiveness.
Administrative Sciences, 13, n. 2, 2023. Article.

FORLIANO, C.; DE BERNARDI, P.; YAHIAOUI, D. Entrepreneurial universities: A


bibliometric analysis within the business and management domains. Technological
Forecasting and Social Change, 165, 2021. Article.

GONÇALVES DO AMARAL, M.; RIBEIRO MESSIAS, N. A EVOLUÇÃO DO


MOVIMENTO DA TRIPLE HELIX: UMA ANÁLISE DAS COMUNICAÇÕES
CIENTÍFICAS POR MEIO DE TÉCNICA BIBLIOMÉTRICA. International Journal of
Innovation (2318-9975), 8, n. 2, 2020.

O’SHEA, Rory P.; CHUGH, Harveen; ALLEN, Thomas J. Determinants and consequences of
university spinoff activity: a conceptual framework. The Journal of Technology Transfer, v.
33, p. 653-666, 2008.

RINGLE, C. M.; DA SILVA, D.; DE SOUZA BIDO, D. Modelagem de equações estruturais


com utilização do SmartPLS. REMark-Revista Brasileira de Marketing, 13, n. 2, p. 56-73,
2014.

RINGLE, C. M.; WENDE, S.; BECKER, J.-M. SmartPLS 3. Bönningstedt: SmartPLS. 2015.

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