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CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO 1

Atualização
do Mapeamento
da Cadeia Produtiva da
Indústria Eólica no Brasil

PRODUTO

6.1
Atualização
do Mapeamento
da Cadeia Produtiva da
Indústria Eólica no Brasil

PRODUTO

6.1
Ficha Técnica
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Presidente Presidente
Michel Temer Carlos Ivan Simonsen Leal

MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR Diretoria FGV Projetos


E SERVIÇOS Cesar Cunha Campos
Ministro Ricardo Simonsen
Marcos Jorge de Lima Coordenação de Projeto
AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO Luiz Gustavo Medeiros Barbosa
INDUSTRIAL – ABDI Marcel Levi

Presidente Especialista
Luiz Augusto de Souza Ferreira Vivian Sebben Adami

Diretor de Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico Equipe Econômica e Estatística


Miguel Antônio Cedraz Nery Ique Guimarães
Everson Machado
Diretor de Planejamento
Walterson da Costa Ibituruna Equipe Técnica
André Meyer Coelho
Gerente de Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico
Erick Lacerda
Cynthia Araújo Nascimento Mattos
Fabíola Barros
Gerente de Planejamento e Inteligência Luciana Vianna
Jackson De Toni Saulo Rocha / Pesquisador Convidado
Coordenador de Planejamento e Inteligência Thays Venturim
Rogério Dias de Araújo Projeto Gráfico
Coordenadora de Difusão Tecnológica Café.art.br
Talita Daher

Equipe Técnica
Jorge Luis Ferreira Boeira (Responsável)
Carlos Vinícius Frees
Sumário
01 Introdução......................................................................................................... 06
1.1 Metodologia .......................................................................................................... 10

02 Fabricantes Nacionais de Aerogeradores, Componentes e


Subcomponentes...................................................................................................14
2.1 Fabricantes de Aerogerador (Montadoras) ............................................................. 20
2.2 Fabricantes de Torre............................................................................................ 24
2.3 Fabricantes de Pás ............................................................................................... 30
2.4 Fabricantes de Subcomponentes, Insumos e Elementos Internos para Torres...... 34
2.5 Fabricantes de Subcomponentes e Insumos para o Rotor – Pás e Cubo .................. 40
2.6 Fabricantes de Subcomponentes da Nacele........................................................ 50

03 Estratégia de Compras na Cadeia Produtiva Brasileira........................ 70


3.1 Conceitos Básicos ..................................................................................................72
3.2 Análise da Estratégia de Compras na Cadeia Eólica no Brasil....................................76
04 Conclusões e Sugestões............................................................................... 82
4.1 Principais Conclusões no Comparativo com o Estudo de 2014................................. 84
4.2 Sugestões............................................................................................................ 90
4.3 Observações........................................................................................................ 92

05 Referências Bibliográficas.......................................................................... 94

ANEXO I Itens que Compõem a Cadeia Produtiva de Bens e Serviços........ 98


Bens - Partes e Componentes................................................................................... 100
Principais Componentes de um Aerogerador de Eixo Horizontal............................... 110
Relatório dos Serviços.............................................................................................. 126
Cadeia de Valor de Bens e Serviços.......................................................................... 130
Manufatura............................................................................................................... 134
Referências Bibliográficas........................................................................................ 138
6 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

01
CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO 7

Introdução
8 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

01. Introdução
EM 2016, O NÚMERO DE De acordo com o levantamento realizado pela ABDI (2014),
a cadeia produtiva de energia eólica do Brasil era formada
EMPREGOS DIRETOS NO por 79 indústrias diretamente relacionadas ao setor, as

SETOR DE ENERGIA EÓLICA quais estavam envolvidas na montagem de aerogeradores,


na fabricação de componentes e subcomponentes que
REPRESENTAVA UMA FORÇA DE totalizavam 55 itens diferentes. No segmento da prestação

TRABALHO DE MAIS DE 150 MIL de serviços, o Brasil possuía pelo menos 150 empresas que
atendiam ao setor abrangendo atividades desde o desen-
POSTOS, CONSIDERANDO QUE volvimento de projetos, pré-construção, construção, opera-

15 EMPREGOS SÃO GERADOS ção e manutenção de parques eólicos. Em 2016, o número


de empregos diretos no setor de energia eólica represen-
A CADA MW INSTALADO, DE tava uma força de trabalho de mais de 150 mil postos,

ACORDO COM ESTIMATIVA DA considerando que 15 empregos são gerados a cada MW


instalado, de acordo com estimativa da Associação Brasi-
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE leira de Energia Eólica (ABEEólica). Ressalta-se, portanto,

ENERGIA EÓLICA a constituição de uma robusta cadeia de fornecedores na-


cionais e estrangeiros, os quais foram atraídos para investir
no Brasil a partir de políticas de conteúdo local reguladas pelo BNDES, que financiou
grande parte dos projetos de geração de energia de fonte eólica no país desde 2009,
e de políticas públicas representadas pelo Plano Nacional de Desenvolvimento (PDE)
que incentivaram a geração de energia eólica no País.

O crescimento na geração eólica observado no Brasil nos últimos anos e a perspectiva


de entrada de mais energia nova de fonte eólica nos próximos anos, juntamente com
as projeções de crescimento pelo governo e setor privado, são indicativos de uma
janela de oportunidade para o fortalecimento da cadeia nacional de fornecedores de
bens e serviços para a geração de energia eólica, seja para atender a demanda interna,
mas também para um possível esforço exportador por parte da indústria brasileira.
CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO 9

A ABIMAQ, em 2013, demandou e apoiou a ABDI, através das atividades do


CEE - Conselho de Energia Eólica da ABIMAQ1, na elaboração do trabalho
inicial de levantamento da cadeia produtiva no Brasil face às políticas de con-
teúdo local adotadas pelo BNDES no financiamento dos empreendimentos de
geração de energia por fonte eólica. De igual modo, outra importante parceira
da ABDI, a ABEEólica também contribuiu fortemente para realização do estudo
de 2014 e para sua atualização. A organização tem realizado um trabalho muito
importante na sistematização de dados e informações públicas2 e esse trabalho
tem sido fundamental para acompanhar o ritmo do crescimento da oferta de
energia eólica e projeções para o mercado brasileiro.

Novamente a ABDI se propõe a realizar a atualização do estudo de 2014, inti-


tulado “MAPEAMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DA INDÚSTRIA EÓLICA
NO PAÍS” (ABDI, 2014). As informações e conhecimentos obtidos com esta
atualização servirão de base inicial para a construção de um portal de energias
renováveis, onde futuramente será possível acessar a localização das unidades
produtivas e dos parques eólicos instalados em território nacional, obter dados
sobre componentes, subcomponentes, serviços especializados e seus respecti-
vos fornecedores e sobre as sistemáticas e funcionamento da cadeia produtiva
da indústria eólica brasileira.

O presente estudo está assim dividido: no capítulo 2 são apresentados os fabri-


cantes de aerogeradores, de componentes, subcomponentes e insumos instala-
dos no Brasil até esse momento; no capítulo 3 são descritas as características da
cadeia produtiva brasileira, incluindo uma visão estratégica dos bens necessários
à montagem de um aerogerador (Matriz Kraljic), os principais desafios produti-
vos, aspectos logísticos e de competitividade; no capítulo 4 são apresentadas as
principais conclusões do levantamento realizado e são elencadas sugestões para
o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva da indústria eólica no Brasil.

1. 1 O CEE – Conselho de Energia Eólica da Abimaq foi criado em 2011 com o objetivo de desenvolv-
er ações de cunho institucional e mercadológico, que possam resultar uma maior participação da indústria
nacional nos investimentos que acontecem no País no segmento de geração de energia por fonte eólica.
1. 2 ANEEL - dados de usinas de todas as fontes em operação e construção; CCEE - dados de comer-
cialização e geração eólica, e dados de leilão de energia; EPE - dados de vento e dados de consumo de energia;
MCTI - dados de emissão de CO2; BNEF - dados de investimento global e dados gerais mundiais; GWEC - da-
dosOgerais
1. CEE –mundiais
Conselho anuais e posicionamento
de Energia do Brasilfoi
Eólica da Abimaq nocriado
mundo;em MME
2011- dados
com odeobjetivo
oferta interna de energia,
de desenvolv-
projeções,
er ações deanálises
cunhomundiais e outros
institucional quando disponibilizados;
e mercadológico, que possam ONS - dadosuma
resultar de desempenho operacional
maior participação da das
usinas eólicas
indústria no Sistema
nacional Interligado Nacional
nos investimentos (SIN)
que acontecem no País no segmento de geração de energia por
fonte eólica.
2. ANEEL - dados de usinas de todas as fontes em operação e construção; CCEE - dados de comer-
cialização e geração eólica, e dados de leilão de energia; EPE - dados de vento e dados de consumo de
energia; MCTI - dados de emissão de CO2; BNEF - dados de investimento global e dados gerais mun-
diais; GWEC - dados gerais mundiais anuais e posicionamento do Brasil no mundo; MME - dados de
oferta interna de energia, projeções, análises mundiais e outros quando disponibilizados; ONS - dados
de desempenho operacional das usinas eólicas no Sistema Interligado Nacional (SIN)
10 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Metodologia
O presente estudo tem as mesmas delimitações definidas no levantamento de 2014, isto
é, contempla a cadeia produtiva apenas para aerogeradores de grande porte (> 1 MW)
para parques onshore.

Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes meios:

1 Pesquisa de campo, na forma de questionários enviados a representantes de


diferentes estágios da cadeia produtiva, tais como montadoras de aerogera-
dores, desenvolvedores de parques eólicos, fornecedores de componentes,
subcomponentes, insumos e prestadores de serviço;

2 Pesquisa de campo, na forma de entrevistas semiestruturadas junto aos res-


ponsáveis pelas áreas de suprimentos e/ou comercial/negócios das montado-
ras, sendo que as entrevistas foram, em sua maioria, presenciais;

3 Pesquisa secundária em sites de fabricantes e fornecedores, site do BNDES –


credenciamento de fornecedores, sites de notícias do setor e sites especializa-
dos em pesquisas no setor eólico nacional e internacional, publicações científi-
cas e publicitárias, etc. Cabe salientar que os levantamentos feitos através de
pesquisa secundária para identificação de fabricantes não foram exaustivos; e

4 Participação em eventos do setor, como o Brazil Wind Power 2017, realizado


de 29 a 31 de agosto de 2017, no Rio de Janeiro;

5 Oficina de projetos de energias renováveis3 da ABDI, realizada em 13 de


dezembro de 2017, na sede da ABDI, em Brasília, com a participação de mais
de 30 especialistas do setor de energias renováveis.

A ABIMAQ e a ABEEÓLICA contribuíram decisivamente no processo de coleta


de dados abrindo espaço em suas reuniões e agendas para divulgação do estudo
e mobilização de seus associados para participação, assim como fornecendo suas
bases de dados para envio dos questionários.
1. 3 http://www.abdi.com.br/Paginas/noticia_detalhe.aspx-
?i=4282

3. http://www.abdi.com.br/Paginas/noticia_detalhe.aspx?i=4282
CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO 11

Os seguintes questionários foram aplicados na coleta de campo, os quais foram


organizados com base a divisão de atividades apresentadas na Figura 1.1.1:

1 Cadeia produtiva de bens e serviços associados ao aerogerador:

• Questionário preliminar – enviado às montadoras (fornecedores dos


aerogeradores) para informações gerais iniciais, identificação dos res-
pondentes preferenciais e dos componentes/itens de maior criticidade
na estrutura do aerogerador;

• Questionário 1 – Montadoras - enviado a todas as montadoras com


questões abrangendo bens e serviços ofertados e valores correspon-
dentes, sistemática de compras, atendimento aos requisitos do BNDES
(2012), avaliação da capacidade produtiva e tecnológica da cadeia
brasileira, fatores logísticos, fornecedores dos principais materiais,
componentes e subcomponentes que compõem os aerogeradores;

• Questionário 1 – Fornecedores de Componentes – enviado aos


fabricantes de torres, pás e componentes do Hub e Nacele de forma
customizada para cada um deste tipo de componente; e

• Questionário 1 – Simplificado – enviado aos associados das câma-


ras setoriais da ABIMAQ para que informassem os itens/insumos
fornecidos ao setor eólico.

2 Cadeia produtiva de serviços associados ao desenvolvimento de projetos:

• Questionário 2 – Enviado aos empreendedores (ou proprietários


/ geradores) dos parques eólicos, desenvolvedores de projeto, e em-
presas de engenharia, consultoria e construção, com questões sobre
serviços especializados contratados e modelo de aquisição de energia;

3 Cadeia produtiva de bens e serviços associados à construção e O&M do parque:

• Questionário 3 – Enviado aos respondentes do Questionário 2 e


incluindo ainda empresas de construção, logística e montagem de aero-
geradores, abordando questões sobre bens utilizados na construção e
O&M do parque, serviços para construção e O&M do parque e modelo
de aquisição de energia.
12 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 1.1.1

SEGMENTAÇÃO DA CADEIA DE BENS E SERVIÇOS DA INDÚSTRIA EÓLICA

CADEIA DE BENS E SERVIÇOS


ASSOCIADOS AO AEROGERADOR

PRODUÇÃO DO AEROGERADOR

PRODUÇÃO DE
MONTAGEM
COMPONENTES
Desenvolvimento do
Produção de pás,
projeto do AER e
torres, partes
da naceles, ...
montagem da nacele CADEIA DE BENS E SERVIÇOS
ASSOCIADOS A CONSTRUÇÃO
E O&M DO PARQUE
FORNECEDOR DE FORNECEDOR DO
COMPONENTES AEROGERADOR EXECUÇÃO
PRODUÇÃO
DO PROJETO
(GERAÇÃO
Transporte comp., obras DE ENERGIA)
civis e infra-estrutura,
operação e
CADEIA DE SERVIÇOS instalação do
manutenção da usina
ASSOCIADOS AO AER....
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS
EXECUTOR PRODUTOR
PROSPECÇÃO DE DO PROJETO DE ENERGIA
OPORTUNIDADES EÓLICAS

DESCOBERTA E DEFINIÇÃO DO
GARANTIA DA LEIAUTE DO
OPORTUNIDADE PROJETO
Prospecção da Levantamento do
localidade, acordo com potencial e restrições,
proprietário do terremo elaboração e ajuste
e autoridades locais do leiaute

PROMOTOR
CONSULTOR
(DESENVOLVEDOR)
DE PROJETOS
DE PROJETOS

Fonte: Adaptada de Godoy (2008).


CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO 13

As entrevistas com os representantes das montadoras seguiram roteiro semies-


truturado perpassando os seguintes temas principais: competitividade da cadeia
produtiva brasileira; desenvolvimento produtivo e tecnológico; funcionamento
(flexibilidade) da cadeia; e funcionamento (relacionamentos) na cadeia.

É importante frisar que apesar dos esforços e inúmeros reenvios e follow-ups rea-
lizados, houve baixo volume de questionários recebidos. Houve dificuldades com
as bases de dados de contatos utilizadas (contatos não mais ativos, ou números
de telefone/e-mails desatualizados, por exemplo), o que demandou uma série de
contatos adicionais na busca da identificação de possíveis respondentes. Outra difi-
culdade foi a resistência das empresas a disponibilizarem informações consideradas
confidenciais, como faturamento anual e valores de bens e serviços, assim como
identificar fornecedores pouco conhecidos, os quais foram desenvolvidos de forma
“exclusiva” pela empresa. A maior parte das devolutivas veio das montadoras e de
fabricantes de componentes / subcomponentes. Desta maneira, as informações
obtidas referentes a cadeia de bens e serviços associadas a construção dos parques
e desenvolvimento de projetos foram bastante limitadas.

Cabe ressaltar que as informações aqui apresentadas representam o melhor do co-


nhecimento obtido e, embora não sejam exaustivas, acredita-se que sejam suficientes
para retratar os principais aspectos relativos a evolução e ao estágio atual da cadeia
produtiva da indústria eólica no País.

Um descritivo dos itens que compõem a cadeia produtiva de bens e serviços, incluindo
ainda as diferentes tipologias de aerogeradores, parte integrante do estudo anterior-
mente realizado pela ABDI (2014), encontra-se no Anexo 1, a fim de servir de base de
referência técnica para o conteúdo deste relatório.
14 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

02
CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO 15

Fabricantes
Nacionais de
Aerogeradores,
Componentes e
Subcomponentes
16 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

02. Fabricantes Nacionais


de Aerogeradores,
Componentes e
Subcomponentes
O aerogerador é constituído pelos seguintes componentes básicos: tor-
re; pás, cubo do rotor, eixo, nacele, gerador, e, dependendo da tecnolo-
gia, caixa de engrenagem. Uma outra subdivisão possível é a que separa
os componentes principais em: rotor (compreendendo as pás, o cubo,
rolamentos e mecanismos de controle); trem de acionamento (compre-
endendo o eixo principal, sistema de freios, caixa de engrenagem – se
houver, e eixo secundário (se houver); nacele (considerando carenagem
em fibra, sistema de Yaw (guinada), peças estruturais e equipamentos
auxiliares); sistema de força elétrica (contendo gerador, conversor ou
inversor – se algum, cabos internos e transformador); e a torre.

A abertura dos componentes e subcomponentes para uma visão única


de árvore de produto é dificultada pelas diferentes tecnologias utilizadas
pelos fabricantes e também pelas diferentes sistemáticas de compras e
nomenclaturas utilizadas.

Neste relatório utilizou-se a subdivisão apresentada no Quadro 1, que


está alinhada com a metodologia do Banco Nacional de Desenvolvimen-
to Econômico e Social - BNDES (BNDES, 2012) para credenciamento na
Agência Especial de Financiamento Industrial - FINAME. O detalhamen-
to da metodologia do BNDES é apresentado no Anexo 2.
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 17

QUADRO 2.1

ABERTURA DOS COMPONENTES E SUBCOMPONENTES DE UM AEROGERADOR

FABRICANTE
DIVISÃO DO DIVISÃO FABRICANTE DO SUBCOMPONENTE/INSUMO
COMPONENTE

FLANGES

ESTRUTURAS PARA FIXADORES


TORRE DE AÇO
TORRES DE AÇO
PORTAS / ESCOTILHAS

TINTAS

CONCRETO

MOLDES
TORRE DE ESTRUTURAS PARA
INSERTOS METÁLICOS
CONCRETO TORRES DE CONCRETO
TORRE CABOS DE AÇO DE PROTENSÃO

ADITIVOS PARA CONCRETO E ADESIVOS

ELEVADOR

ESCADA

PLATAFORMA
ELEMENTOS INTERNOS
DAS TORRES SUPORTES E ACESSÓRIOS

SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA-QUEDAS / GUARD-RAILS

ILUMINAÇÃO

TECIDO DE FIBRA DE VIDRO

TECIDO DE FIBRA DE CARBONO

RESINA POLIÉSTER

RESINA EPÓXI

ROTOR PÁ ESTRUTURA DA PÁ MADEIRA BALSA

FIXADORES E PORCAS

FIXADORES (ADESIVOS)

ADESIVOS (OUTROS), ESPUMAS, SELANTES E TINTAS

SISTEMA ANTI-RAIO
18 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FABRICANTE
DIVISÃO DO DIVISÃO FABRICANTE DO SUBCOMPONENTE/INSUMO
COMPONENTE

CARENAGEM

SUBCOMPONENTES E CUBO (FUNDIDO)


INSUMOS PARA O CUBO LUBRIFICANTES

PAINEL DE CONTROLE

PLACAS (TORQUE E STIFFENING PLATES)

ROLAMENTO
SUBCOMPONENTES E
CUBO SERVIÇOS DE PINTURA
ROTOR INSUMOS PARA O CUBO
(MONTADORAS) SERVIÇOS DE USINAGEM (PODENDO INCLUIR PINTURA)

SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO

ACIONAMENTO DO PASSO (MOTORREDUTOR)

BLOCO HIDRÁULICO DO PASSO


SUBCOMPONENTES DO
ENGRENAGENS E REDUTORES PLANETÁRIOS
SISTEMA DE PASSO
MOTORREDUTOR

PAINEL DE CONTROLE DO PASSO

ACESSÓRIO LUZES DE SINALIZAÇÃO

CABOS E BARRAMENTOS CABOS E BARRAMENTOS

CARENAGEM CARENAGEM

CONVERSOR / INVERSOR CONVERSOR / INVERSOR

COROA DENTADA COROA DENTADA

EIXO
EIXO PRINCIPAL (MAIN
LUBRIFICANTES
SHAFT)
SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO
NACELE
NACELE BASTIDOR
(MONTADORAS)

CHASSI / SUPORTE DO GERADOR

PARAFUSOS ESTRUTURAIS
ELEMENTO ESTRUTURAL
QUADRO PRINCIPAL

QUADRO TRASEIRO

QUADRO TRASEIRO

GEAR CASE GEAR CASE

PAINEL DE CONTROLE E
PAINEL DE CONTROLE E PROTEÇÃO
PROTEÇÃO
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 19

FABRICANTE
DIVISÃO DO DIVISÃO FABRICANTE DO SUBCOMPONENTE/INSUMO
COMPONENTE

SEMICONDUTOR DE
SEMICONDUTOR DE POTÊNCIA
POTÊNCIA

SISTEMA DE FREIOS FREIOS

SISTEMA DE
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
REFRIGERAÇÃO

SISTEMA DE
TRAVAMENTO DO SISTEMA DE TRAVAMENTO DO ROTOR (ROTOR LOCK)
ROTOR (ROTOR LOCK)

ENGRENAGEM

FREIOS

FUNDIDO PARA YAW

MOTORREDUTOR
SISTEMA DE YAW
PAINEL DE CONTROLE DO YAW

REDUTOR

NACELE ROLAMENTO YAW


NACELE
(MONTADORAS)
SISTEMA DE ACIONAMENTO DO YAW

SUBCOMPONENTE
AEROGERADOR COM GERADOR
CAIXA

BOBINAS

SUBCOMPONENTE ELEMENTO ESTRUTURAL DO ROTOR / ESTATOR


AEROGERADOR SEM
CAIXA NÚCLEO MAGNÉTICO

RESINA DE IMPREGNAÇÃO

TALHA TALHA

TOP BOX TOP BOX

TRANSFORMADOR TRANSFORMADOR

UNIDADE HIDRÁULICA UNIDADE HIDRÁULICA

USINAGEM USINAGEM

Fonte: Elaborado pela FGV conforme metodologia do BNDES (BNDES, 2012).


20 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Fabricantes de Aerogerador
(Montadoras)
Os fabricantes de aerogeradores são comumente produzir naceles para uma quantidade equivalen-
chamados de montadoras, pois em grande te a cerca de 600 MW (aproximadamente 300
parte recebem componentes fabricados por unidades/ano), ante 400 MW (aproximadamente
outras empresas e realizam a integração dos 200 unidades/ano) de capacidade em 2014. Os
sistemas. A integração total do aerogerador investimentos no empreendimento somaram
acontece diretamente no parque eólico, pois cerca de R$ 30 milhões (PETRONOTÍCIAS,
nesse momento é realizada a montagem da 2015). Em junho de 2016 foi anunciada ao mer-
torre e são acoplados o cubo, as pás e a nacele. cado brasileiro a fusão entre a SIEMENS (59% do
Suas unidades fabris se dedicam geralmente à capital) e a GAMESA (41% do capital), resultando
montagem da nacele e do cubo do rotor, podendo na SIEMENS GAMESA Renewable Energy, uma
incluir também, no caso de maior verticalização, a empresa com um total de capacidade instalada
fabricação das torres e das pás. mundial de 69 GW (ESTADÃO, 2016).

Outra mudança na configuração das montadoras


A INTEGRAÇÃO Em 2014 haviam 10 mon-
de aerogeradores foi a compra-fusão da divisão
tadoras de aerogerador
TOTAL DO atuando no País, sendo
de energia da ALSTOM pela GE. A finalização do
processo de compra foi anunciada em novembro
AEROGERADOR seis delas credenciadas no
de 2015 por US$ 10,6 bilhões (EXAME, 2015).
FINAME/ BNDES (IMPSA,
ACONTECE WOBBEN, GE, ALSTOM,
Ainda em 2015 a GE anunciou o aumento da ca-
pacidade de sua unidade fabril de Campinas (SP)
DIRETAMENTE NO GAMESA e ACCIONA),
e o lançamento de novos modelos de turbinas,
e uma em processo final
PARQUE EÓLICO, POIS de homologação (WEG).
mais potentes. Um dos motivos que possibili-
tou a ampliação da capacidade da GE, segundo
NESSE MOMENTO A VESTAS havia assinado
informado na época, foi a parceria instituída
carta de intenções junto
É REALIZADA A ao BNDES e planejava
com a SKF, fabricante de rolamentos eólicos. Os
rolamentos eram o principal gargalo do setor, pois
MONTAGEM DA sua adequação às regras
só havia um fornecedor no País em 2014 (ÉPOCA
do FINAME até o último
TORRE E SÃO trimestre de 2015, o que
NEGÓCIOS, 2015). Recentemente a GE transfe-
riu a unidade fabril de Campinas para Camaçari,
ACOPLADOS O CUBO, aconteceu. A SIEMENS e
onde eram produzidas as máquinas modelo ECO
SUZLON, embora tives-
AS PÁS E A NACELE sem fornecido máquinas
da ALSTOM, modelo que deverá ser descontinu-
ado em breve. A capacidade atual da fábrica de
para o mercado brasileiro,
Camaçari é de cerca de 384 unidades/ano (600
não encaminharam sua homologação às novas
MW). Percebe-se, portanto, que não houve um
regras do FINAME.
incremento de capacidade proporcional a soma
A GAMESA ampliou sua fábrica, em Camaçari, das capacidades de GE e Alstom, que eram em
na Bahia, em 2015, aumentando a capacidade de 2014 de cerca de 900MW.
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 21

Outra compra-fusão ocorreu entre a espanhola A VESTAS instalou sua uni-


A WEG, ÚNICO
ACCIONA e a alemã NORDEX. O processo, que dade produtiva de naceles e
envolveu valores da ordem de 785 milhões de hubs no município de Aqui- FABRICANTE DE
euros (EXAME, 2015), foi concluído em abril raz, próximo a Fortaleza, no
ORIGEM BRASILEIRA
de 2016, resultando na criação da NORDEX Ceará. A fábrica foi inaugu-
ACCIONA Windpower. A empresa tinha em rada oficialmente em janeiro A ENTRAR
2014 capacidade para produção de 100 naceles/ de 2016 com capacidade
NO SETOR DE
ano, a qual foi ampliada para 150 unidades no inicial de produção de 400
ano seguinte. A NORDEX ACCIONA opera com MW, podendo ser ampliada AEROGERADORES,
fábricas de torres de concreto próprias, monta- para 800MW. A empresa
GRADATIVAMENTE
das próximas aos parques eólicos com projeto e investiu R$ 100 milhões na
processo próprios patenteados. unidade (CERNE, 2015). AUMENTOU SUA
A WEG, único fabricante de origem brasileira a A montadora indiana SU-
CAPACIDADE DE
entrar no setor de aerogeradores, gradativamente ZLON comunicou em julho 24 MÁQUINAS/
aumentou sua capacidade de 24 máquinas/ano de 2017 o encerramento
para 144 máquinas/ano. Além da atuação como definitivo das atividades da
ANO PARA 144
montadora através da WEG ENERGIA, a empresa sua subsidiária no Brasil, a MÁQUINAS/ANO
fabrica inversores e sistemas de controle (WEG SUZLON Energia Eólica do
Automação) e transformadores e subestações Brasil. De acordo com o comunicado, a decisão
(WEG Transmissão & Distribuição). Em abril des- foi tomada “após análise cuidadosa de todas as
te ano a WEG anunciou sua intenção de adequar opções, como uma consequência de múltiplos fa-
sua fábrica de motores e geradores, no estado de tores que são exclusivos do Brasil” (CTEE, 2017).
Tamil Nadu, na Índia, para também fabricar ae- Já a IMPSA ou Wind Power Energia (WPE), nome
rogeradores de 2,1 megawatts (MW). A unidade da subsidiária brasileira que chegou a ser a mon-
indiana estaria apta para fornecer os primeiros tadora com maior capacidade instalada no País, e
equipamentos a partir de 2018, com capacidade que tinha planos de instalar uma nova unidade no
produtiva de até 250 MW/ano (WEG, 2017). Rio Grande do Sul, começou a enfrentar dificul-
dades financeiras em 2014, ano em que entrou
A WOBBEN possui quatro unidades fabris, sendo com pedido de recuperação judicial e paralisou as
uma em Sorocaba/SP (pás e geradores), uma no atividades (UOL NOTÍCIAS, 2016).
Pecém/CE (pás), uma em Juazeiro/BA (torres
de concreto) e uma em Guaíba/RS (torres de A Figura 2.1.1, apresenta a evolução da capacidade
aço). Instalada no Brasil em dezembro de 1995, produtiva das montadoras de aerogeradores de
a WOBBEN foi a primeira fabricante de aeroge- 2014 a 2017 e o Quadro 2.1.1 traz informações
radores de grande porte da América do Sul. Sua detalhadas das montadoras em atuação no País, cre-
produção está estabilizada em 500 MW. denciadas, e conforme aparecem no site do BNDES.
22 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 2.1.1

EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA DAS MONTADORAS – 2014 A 2017

500
500

400 384 384 384


Capacidade produtiva anual - em unidades

300 300 300


294
300

250 250 250 250

200 200 200


200

148 150 150 150

148 144 144


100
100 84

24

0
2014 2015 2016 2017

ACCIONA GAMESA IMPSA WEG

ALSTOM GE VESTAS WOBBEN

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.


CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 23

QUADRO 2.1.1

INFORMAÇÕES DAS MONTADORAS EM ATUAÇÃO NO PAÍS, CREDENCIADAS NO BNDES

RAZÃO SOCIAL DESCRIÇÃO DO ITEM


ENDEREÇO DAS
OU NOME (CONFORME CIDADE UF SITE
UNIDADES PRODUTIVAS
FANTASIA CADASTRO FINAME)

ACCIONA
AEROGERADOR AW-116
WINDPOWER
3MW, AW-125 3MW, AW- Via das Torres, 646 - Cia Sul SIMÕES FILHO BA nordex-online.com
BRASIL ("FUSÃO"
125 3,15MW
COM NORDEX)

SIEMENS GAMESA AEROGERADOR G114 2.0


RENWABLE MW, G114 2.1 MW, G97 Rua dos Polímeros, S/N CAMAÇARI BA gamesacorp.com
ENERGY ("FUSÃO") 2.0MW

AEROGERADOR ECO 122;


AEROGERADOR GE 2.5-
GE WATER 116, 1.6-100, 2.2 - 107, 2.3
& PROCESS - 107, 2.3-116, GE 2.2-116,
TECHNOLOGIES GE 2.4-107, ROTOR 100,
BA-535 - Via Parafuso CAMAÇARI BA ge.com.br
DO BRASL LTDA 1.7-100, ROTOR 103 1.7-
(AQUISIÇÃO 103; AEROGERADOR SLE
ALSTOM) 1.5MW - CLASSE II; XLE
1.5MW - CLASSE II, 1.7-
100, 1.6-100, 1.7-103

VESTAS DO BRASIL
AEROGERADOR V110
ENERGIA EOLICA BR-116, 1517 - Verife ITAITINGA CE vestas.com
2.0MW, V110 2.2MW
LTDA (NOVO)

WEG AEROGERADOR AGW


Av. Prefeito Waldemar JARAGUÁ
EQUIPAMENTOS 110/2.0, AGW 110/2.1, SC weg.net
Grubba, 3000 DO SUL
ELETRICOS S/A AGW110/2.2

WIND POWER AEROGERADOR IV-82, CABO


Estrada TDR Norte KM 3,3
ENERGIA S/A IWP-85, UNIPOWER IWP- DE SANTO PE impsa.com
Suape
(IMPSA) 111 - 2.0MW AGOSTINHO

Av. Fernando Stecca, 100 -


SOROCABA SP
Zona Industrial

Rodovia CE 422, Km 10. CEP


CAUCÁIA
61690-000; Telefone: (085) CE
(PECÉM)
WOBBEN 4008-7250.
WINDPOWER AEROGERADOR E-82
Av. Três, 1959-2091 - João wobben.com.br
INDUSTRIA E 2.3MW, E-92 2.3MW
COMERCIO LTDA Paulo II, Telefone: JUAZEIRO BA
(15) 2101-1860"

BR-116, S/N - Km 303,4 - São


Francisco, 92500-000 GUAIBA RS
Telefone: (51) 3106-5580"

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: As montadoras em negrito ou sofreram processos de compra/fusão ou ainda não estavam credenciadas no levantamento de 2014 – “novo”
(ABDI, 2014).
24 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Observa-se que a capacidade produtiva total das no ano anterior a esta data. O gráfico da Figura
montadoras praticamente não se alterou com as 2.1.2 apresenta o comparativo teórico capaci-
mudanças que aconteceram no cenário nacional, dade versus demanda em unidades de aerogera-
se mantendo ao redor de 1500 unidades ou dores para o período 2014 a 2018. Na prática, a
aproximadamente 3500 MW/ano. Com relação à produção do volume de 2017 foi antecipada em
demanda anual por aerogeradores, uma estima- anos anteriores, não havendo falta de capacida-
tiva pode ser feita a partir dos volumes contrata- de naquele ano (pequeno pico no gráfico acima
dos nos leilões de energia, levando-se em conta a da capacidade instalada). Percebe-se, portanto,
data prevista de início de operação e consideran- em geral, uma capacidade da cadeia bastante
do-se que os aerogeradores serão produzidos superior à demanda.

FIGURA 2.1.2

COMPARATIVO CAPACIDADE VERSUS DEMANDA EM UNIDADES DE AEROGERADORES

1800

1600

1400

1200

1000

800

600

400

200

0
2014 2015 2016 2017 2018

CAPACIDADE (UNIDADES) DEMANDA ANUAL (UNIDADES)

Fonte: Elaborado pela FGV a partir de Boletim de Dados (ABEEólica).

Obs.: Volume em MW convertidos em aerogeradores considerando-se potência média de 2,3 MW por aerogerador. Não estão consideradas de-
mandas provenientes de outros tipos de contrato.
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 25

Fabricantes de Torre
Diversas mudanças ocorreram também no de 2016, cujas instalações têm em torno 14.000
âmbito dos fabricantes de torres. A ENGEBASA, m², em uma área total de 147.327,12 m². Segundo
que havia investido cerca de R$ 76 milhões na a empresa, a fábrica foi projetada para a produção
construção de uma segunda unidade produtiva tanto de torres de aço quanto de concreto, sendo
em Guaíba, no Rio Grande do Sul, não teve a que atualmente a fábrica produz os segmentos
necessária demanda para viabilizar projetos de de aço que compõem o topo das torres de seus
modo a ocupar a capacidade desta nova unidade e aerogeradores. A WOBBEN utiliza tecnologia de
acabou arrendando-a para a WOBBEN em 2016. torres híbridas, sendo a parte de baixo da torre
A WOBBEN iniciou a operação da Fábrica de de concreto e os segmentos finais, no topo, de aço
Torres Guaíba - FTG (Figura 2.2.1) em setembro (WOBBEN WINDPOWER, 2016).

FIGURA 2.2.1

FÁBRICA DE TORRES GUAÍBA – FTG

Fonte: WOBBEN WINDPOWER, 2016.


26 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

ATUALMENTE Incrementos de capacidade Estas mudanças praticamente não alteraram a


aconteceram na planta da capacidade produtiva total de torres de aço em
APENAS A ENGEBASA de Cubatão relação a 2014, ficando em 1.190 torres/ano.

ENGEBASA É (190 unidades em 2017) e


Com relação às torres de concreto, também ocor-
na unidade da espanhola
FABRICANTE GESTAMP, atingindo 600 reram algumas mudanças. A WOBBEN deixou de
utilizar as instalações da ERNESTO WOEBCKE
ORIGINALMENTE torres/ano, a qual segue
no Rio Grande do Sul e mudou sua fábrica móvel
sendo o maior fabricante
NACIONAL, ATIVA, de torres de aço tubulares para Juazeiro, na Bahia. A INNEO praticamente
deixou de atuar no mercado brasileiro. A WEG
DE TORRES DE do País. A Torres Eólicas do
chegou a ter uma unidade de industrialização
Nordeste - T.E.N, que per-
AÇO. AS DEMAIS tencia em 2014 a ALSTOM de torres de concreto instalada em Rio Grande/
RS, em parceria com a CONFER Construtora
PERTENCEM, OU e a ANDRADE GUTIER-
Fernandes de Criciúma/SC. Uma nova fabricante
REZ - AG, é agora uma
TEM PARTICIPAÇÃO joint-venture entre a GE e de torres de concreto é a DTS - Dois A Tower
System Pré-Moldados, de Natal/RN. Montadoras
DE GRUPOS a AG. A fábrica de torres,
que atualmente se utilizam de torres de concreto
originalmente da ALSTOM,
ESTRANGEIROS que ficava em Canoas, no no mercado brasileiro são a NORDEX-ACCIONA,
Rio Grande do Sul, e tinha a WEG e a WOBBEN (torre híbrida). A tendência
capacidade para 120 torres/ano, foi fechada pela é que as fábricas de torres de concreto sejam
GE no início de 2016. A TORREBRAS ou Torres móveis, e assim possam ser deslocadas conforme
Eólicas do Brasil, empresa do Grupo Daniel a localização da demanda. A tecnologia emprega-
Alonso, da Espanha, chegou a anunciar inves- da segue padrões mundiais e é obtida geralmente
timentos em 2014 da ordem de R$ 50 milhões a partir de licenciamentos.
para aumentar em 50% a sua capacidade de
Embora não se tenha dados objetivos quanto à
produção, mas de fato manteve sua capacidade
capacidade produtiva das fábricas de torres de
em 200 torres/ano. Outros fabricantes de torres
concreto (capacidade variável), pode-se con-
de aço aparecem ainda na lista de credenciados
cluir que haveria um excedente na capacidade
do BNDES no FINAME: INTECNIAL, BRASIL-
total de torres. Com base na capacidade atual
SAT, ICEC-SCS e a NTB - Nordeste Torres do
das montadoras que utilizam torres de aço, a
Brasil. Porém, estas empresas não mantiveram
demanda por este tipo de torre seria de até 884
um fornecimento regular, e em alguns casos, nem
unidades/ano, e a capacidade total das fábri-
mesmo chegaram a concretizar um fornecimento
cas de torres de aço é de 1.190 torres/ano. A
efetivo, estando em 2017 praticamente ausentes
Figura 2.2.2 apresenta a evolução da capacida-
do mercado de torres eólicas. Atualmente apenas
de instalada de torres de aço no período 2014
a ENGEBASA é fabricante originalmente nacio-
a 2017, e a Figura 2.2.3 uma vista da fábrica de
nal, ativa, de torres de aço. As demais pertencem,
torres de concreto da CTZ Eolic Tower.
ou tem participação de grupos estrangeiros.
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 27

FIGURA 2.2.2

EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA DE TORRES DE AÇO NO PERÍODO 2014 A 2017 - CAPACIDADE TOTAL DE
1190 UNIDADES

600
600

500

450

400
Unidades

300

200 200 200


200 190
168

120
100 100
100

50

0 0 0 0 0
0
GESTAMP TORREBRAS ENGEBASA ALSTOM INTECNIAL SCS A BRASIL SAT T.E.N.

2014 2017

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

A fabricação das torres de aço cônicas denominados seções ou tramos. Uma vez
envolve basicamente operações de caldeira- fabricados os tramos, estes são submetidos
ria – corte das chapas, dobramento e solda. a processos de preparação superficial e
As torres são produzidas em três ou quatro acabamento tais como: jateamento abrasivo,
segmentos, conforme projeto da montadora, metalização e pintura (externa e interna).
28 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 2.2.3

FÁBRICA DE TORRES DE CONCRETO DA CTZ EOLIC TOWER

Fonte: CTZ EOLIC TOWER, 2017.

O Quadro 2.2.1 apresenta os fabricantes de torres de aço credenciados no


FINAME/BNDES e o Quadro 2.2.2 apresenta os fabricantes de torres de con-
creto instalados no País.
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 29

QUADRO 2.2.1

FABRICANTES NACIONAIS DE TORRES DE AÇO

FABRICANTE
DESCRIÇÃO DO ITEM
RAZÃO SOCIAL CIDADE UF SITE
(CONFORME CADASTRO FINAME)
OU NOME FANTASIA

BRASILSAT HARALD S A TORRE EOLICA - TUBULAR METALICA CURITIBA PR brasilsat.com.br

ENGEBASA MECANICA
E USINAGEM LTDA
TORRE EOLICA - TUBULAR METALICA CUBATÃO SP .engebasa.com.br

CABO DE
GESTAMP WIND STEEL
PERNAMBUCO S/A
TORRE EOLICA - TUBULAR METALICA SANTO PE gestampren.com
AGOSTINHO

TORRE PARA SUPORTE DE GERADOR


INTECNIAL S.A. ERECHIM RS intecnial.com.br
DE ENERGIA EOLICA

NTB - NORDESTE TORRES TORRE PARA AEROGERADORES -


DO BRASIL LTDA
AQUIRAZ CE ntbtorres.com.br
METÁLICA TUBULAR

SCS SOLUCOES,
CONSTRUCOES TORRE EOLICA - TUBULAR METALICA MIRASSOL SP http://www.icec.com.br/
E SISTEMAS LTDA

TORRES EOLICAS DO
www.windair-
BRASIL LTDA TORRES EOLICAS - TORRE DE ACO CAMAÇARÍ BA
renovables.es
(TORREBRAS)

TORRES EOLICAS DO
NORDESTE S/A
TORRE EÓLICA - 89M JACOBINA BA www.ten.ind.br

WIND LAM CANOAS


PLANT (ALSTOM)
CANOAS RS www.alstom.com

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.


30 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.2.2

FABRICANTES NACIONAIS DE TORRES DE CONCRETO

FABRICANTE DESCRIÇÃO DO ITEM


RAZÃO SOCIAL (CONFORME CIDADE UF SITE
OU NOME FANTASIA CADASTRO FINAME)

CASSOL NÃO SE APLICA ARACATI CE cassol.ind.br

CONFER CONSTRUTORA
FERNANDES LTDA (NOVO)
NÃO SE APLICA RIO GRANDE RS conferconstrutora.com.br

cortezengenharia.com.br/
CTZ EOLIC TOWER NÃO SE APLICA FORTALEZA CE
ctz-eolic-tower

DTS - DOIS A TOWER


SYSTEM PRÉ-MOLDADOS NÃO SE APLICA NATAL RN .doisa.com
LTDA (NOVO)

EOLICABRAS NÃO SE APLICA PEDRA GRANDE RN eolicabras.com.br

NORDEX - ACCIONA
NÃO SE APLICA (MÓVEL) nordex-online.com
(NOVO)

WOBBEN NÃO SE APLICA JUAZEIRO BA wobben.com.br

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 31

Fabricantes de Pás
Em 2017 o País continua contando com quatro fa- No final de 2016 a GE anunciou aquisição mun-
bricantes de pás eólicas: a WOBBEN, que fabrica dial da dinamarquesa LM Wind Power, a maior
apenas para seu próprio consumo (local e expor- fabricante de pás eólicas do mundo, por 1,65
tação); a TECSIS; a AERIS e a LM Wind Power. bilhão de dólares. Conforme comunicado da em-
A AERIS teve um crescimento significativo nos presa, a intenção da GE com a aquisição é captu-
últimos quatro anos. A expansão de seu portfólio rar uma maior fatia do mercado global de energia
de clientes mais que triplicou sua capacidade em renovável, além de permitir
relação a 2014. Para atendimento às demandas a internalização da tecnolo-
da VESTAS, por exemplo, a AERIS construiu uma gia para design e produção
A PÁ É O
unidade específica em seu site no Pecém (CERNE, de pás, e com isto, reduzir COMPONENTE DE
2015) e contratou cerca de 400 funcionários para os custos dos aerogerado-
sua operação. Atualmente a empresa se prepara res. Cabe ressaltar que a pá
MAIOR CUSTO DO
para atender também ao mercado externo. A é o componente de maior AEROGERADOR
WOBBEN, que também tem uma unidade para custo do aerogerador e
fabricação de pás no Pecém, fornece a partir des- de maior impacto em seu
E DE MAIOR
se site as pás destinadas aos parques brasileiros, desempenho (RECHARGE IMPACTO EM SEU
enquanto que a unidade de Sorocaba é dedicada WIND, 2016). A GE pre-
exclusivamente à exportação. tende manter a LM Wind
DESEMPENHO
Power como uma unidade
A TECSIS inaugurou em 2016 uma nova uni- independente, isto é, podendo fornecer a outras
dade em Camaçari/BA voltada, à princípio, ao montadoras de aerogeradores (AMBIENTE
atendimento do mercado nacional, enquanto ENERGIA, 2016).
as unidades de Sorocaba produziam pás prin-
cipalmente para exportação. Foram previstos Outra movimentação internacional envolvendo
investimentos em Camaçari da ordem de R$ 220 tecnologia de desenvolvimento e fabricação de
milhões, para uma capacidade produtiva de 2,5 pás eólicas foi anunciada no início deste ano, entre
mil pás/ano, em 12 linhas de produção, empre- a NORDEX e a dinamarquesa SSP Technology.
gando cerca de 6000 funcionários. Atualmente A NORDEX, que já era parceira de longa data da
esta unidade tem três linhas operativas (três SSP, decidiu adquirir esta última dentro de sua
moldes). Recentemente, porém, a empresa fina- estratégia de crescimento. A SSP é detentora de
lizou seus contratos com seu até então principal inúmeras patentes para a produção de pás eólicas
cliente (GE), o que resultou no fechamento das e deve fortalecer a capacidade inovativa da NOR-
unidades produtivas de Sorocaba e na demissão DEX-ACCIONA (RECHARGE WIND, 2017).
de um grande número de funcionários. Foram
transferidas para Camaçari a planta de corte e A Figura 2.3.1 apresenta a evolução da capacida-
de montagem de kits que ficavam em Sorocaba. de produtiva nacional de pás eólicas.
A TECSIS concentra agora sua produção em
Camaçari e busca por oportunidades em outros
mercados para sua melhor ocupação.
32 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 2.3.1

EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA PARA PÁS EÓLICAS - CAPACIDADE TOTAL DE 7000

6000
6000

5000

4000
Unidades

3000
2500

2000
2000
1500 1500

1000 1000
1000

400

0
TECSIS WOBBEN LM WIND POWER AERIS

2014 2017

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Em relação a 2014, observa-se, portanto, uma Especialistas do setor consideram haver algum risco
redução na capacidade produtiva de pás em no médio prazo para as montadoras clientes da LM,
cerca de 2.000 unidades, ou mais, impactada apesar da posição da GE em manter a empresa in-
pelo fechamento das unidades da Tecsis em dependente (RECHARGE WIND, 2016b). Algumas
Sorocaba. Cabe considerar que o total de 7.000 montadoras também têm receio de que informações
unidades apontado para 2017, ainda não é sobre seus preços, desenhos e especificações técni-
real, uma vez que a unidade da Tecsis em Cama- cas das pás, acessíveis aos fabricantes de suas pás,
çari não estaria em condições de fabricar sua possam vir a ser do conhecimento da GE. O Quadro
capacidade prevista. Há ainda que se considerar 2.3.1 apresenta os fabricantes de pás eólicas com
o impacto da aquisição da LM pela GE. fábricas instaladas no País e os respectivos modelos
de pás credenciados no FINAME/BNDES.
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 33

QUADRO 2.3.1

FABRICANTES NACIONAIS DE PÁS EÓLICAS

FABRICANTE
DESCRIÇÃO DO ITEM
RAZÃO SOCIAL OU NOME CIDADE UF SITE
(CONFORME CADASTRO FINAME)
FANTASIA

PA PARA AEROGERADOR DE ENERGIA


AERIS IND E COMERCIO EOLICA - MODELO ACCIONA AW116-
DE EQUIPAMENTOS PARA 3MW 56.7M ; PA PARA TURBINA EOLICA CAUCAIA (PECÉM) CE aerisenergy.com.br
GERACAO DE EN - AW 61,2; WEG 53.7; V110 - VESTAS;
GE56.9

PA PARA GERADOR DE ENERGIA


LM WIND POWER
EOLICA - LM 47.6 P2; LM 48.8; 48.7; LM IPOJUCA (SUAPE) PE lmwindpower.com
DO BRASIL S.A.
56.0; LM 56.9

PÁ PARA AEROGERADOR - AW61 -


TECSIS TECNOLOGIA
3MW; PA PARA GERADOR DE ENERGIA CAMAÇARI (NOVA
E SISTEMAS BA tecsis.com.br
EOLICA - AL53; AL59; G97; GE 48,7C 1,7 LOCALIDADE)
AVANCADOS S/A
100; GE40XLE 1,85 82,5; GE50.2

SOROCABA SP
WOBBEN WINDPOWER
INDUSTRIA PÁ PARA AEROGERADOR EÓLICO - E-92 wobben.com.br
E COMERCIO LTDA
CAUCAIA (PECÉM) CE

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

As pás são componentes de grandes dimensões


que interagem diretamente com o vento. São perfis podem ser de 2 tipos: laminados – várias camadas
aerodinâmicos geralmente de 30 a 70 metros de de materiais compósitos unidas – e sanduíche
comprimento (instalações onshore) fabricados – camadas externas finas de laminado com um
em material compósito – resina epóxi ou poliéster núcleo central de baixa densidade constituído por
reforçada com fibra de vidro e/ou carbono – e materiais como madeira balsa, espuma de PVC, PU
representam cerca de 22% do custo do aeroge- ou PET. A fabricação do casco e viga central é feita
rador e 7% de sua massa (6 a 10 toneladas cada geralmente por processos de infusão, utilizando-
uma). Em termos estruturais a pá consiste em um -se moldes especiais, mas também pode ser por
casco externo, formado por duas conchas unidas de pré-impregnação – processo “Prepreg”. Estas es-
material compósito, suportado por uma viga prin- truturas são posteriormente coladas com adesivos
cipal ou estrutura central. Os materiais compósitos à base de epóxi.
34 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Fabricantes de Subcomponentes,
Insumos e Elementos Internos
para Torres
A metodologia para credenciamento na FINAME A GERDAU também fornece barras laminadas
do BNDES exige a fabricação das torres eólicas no para fabricação de flanges caldeiradas e soldadas
Brasil, em unidade própria ou de terceiros, com, pelo a partir de suas unidades em Pindamonhangaba/
menos, 70% em peso das chapas de aço fabrica- SP e Charqueadas/RS. Cabe ressaltar que a GER-
das no País ou concreto armado de procedência DAU desenvolveu um produto específico para o
nacional, com, pelo menos, 60% da quantidade dos setor eólico, o aço 42CrMo4 modificado, criado
forjados de procedência nacional e com utilização para uso na produção dos fixadores. Segundo a
dos componentes internos de procedência nacio- empresa, este aço traz competitividade à cadeia,
nal – plataformas, escadas, suportes, guarda corpo, pois atende ao elevado grau de exigência de pro-
eletro dutos, parafusos. Ainda, o elevador da torre é priedades mecânicas a um menor custo, fazendo
item da Tabela 1, Tipo B (BNDES, 2012), elegível de frente às demais opções de produtos encontrados
nacionalização conforme critérios da metodologia. no mercado mundial.

Atualmente estão credenciados no FINAME quatro A GRI FLANGES BRAZIL, pertencente ao grupo
fabricantes de elevadores – ARTAMA, HAILO, espanhol GESTAMP, investiu R$ 81 milhões em
AVANTI e POWER CLIMBER, enquanto que em unidade no Complexo Industrial Portuário de
2014 havia apenas fabricantes em processo de Suape com capacidade de produção anual de 6,5
nacionalização. Ainda em relação ao mapeamento mil flanges, com geração de cerca de 80 empre-
de 2014, os seguintes novos fabricantes foram gos diretos. A unidade foi inaugurada em 2015
identificados: a GERDAU, como fornecedora de e a produção atende exclusivamente o mercado
chapas grossas para a estrutura das torres de aço, brasileiro, mas há possibilidade de expansão para
a partir de sua usina em Ouro Branco/MG; a GRI atendimento do mercado internacional. Outra
FLANGES BRAZIL; a METALBRAX, a TECNOFIX possibilidade considerada pela empresa é atuação
e a METALTORK, na fabricação de fixadores; a na área de fundição, único segmento do grupo
ENGEBASA na fabricação GRI que não tem atividade local. Os 80 empre-
de elementos internos e gados da unidade de flanges foram treinados por
PARA ATENDER AO portas e escotilhas, substi- 15 gestores da planta da Zestoa, na Espanha, que
tuindo importações; a WIND fabricaram as primeiras peças (DIÁRIO DE PER-
FINAME OS FLANGES RIDLOFF como fornecedora NAMBUCO, 2015). Os flanges fabricados pela
UTILIZADOS NAS de sistemas de protensão GRI são do tipo com costura, obtidas pelo pro-
para torres de concreto; a cesso de calandragem, diferente do processo de
TORRES DEVEM SER ALUSTAR, na fabricação de laminação utilizado na fabricação de rolamentos
PELO MENOS 60% internos de alumínio e a (sem costura). Para atender ao FINAME os flanges
BARGA na elaboração dos utilizados nas torres devem ser pelo menos 60%
DE PROCEDÊNCIA kits de montagem das estru- de procedência nacional. A Figura 2.4.1 apresenta
NACIONAL turas internas de torres. uma visão da fábrica de flanges da GRI.
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 35

FIGURA 2.4.1

FÁBRICA DE FLANGES PARA TORRES DE AÇO DA GRI

Fonte: NILL JUNIOR, 2015.

Os Quadros 2.4.1 a 2.4.3 apresentam respectivamente os fornecedores de subcom-


ponentes e insumos para torres de aço; os fornecedores de subcomponentes e insu-
mos para torres de concreto; e os fornecedores de elementos internos das torres.
36 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.4.1

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA TORRES DE AÇO

FABRICANTE
SUBCOMPONENTE/ RAZÃO SOCIAL
CIDADE UF SITE OBSERVAÇÕES
INSUMO OU NOME
FANTASIA

USIMINAS IPATINGA E MG usiminas.com


CUBATÃO E SP
CHAPAS DE AÇO
LAMINADO As chapas são
GERDAU
OURO BRANCO MG gerdau.com utilizadas na
(NOVO)
estrutura das torres

As barras são usadas


BARRAS E BLOCOS GERDAU PINDAMO-
LAMINADAS DE AÇO
SP gerdau.com na fabricação de
(NOVO) NHANGABA flanges calandradas.

UNIFORJA DIADEMA SP uniforja.com.br

FLANGES GRI FLANGES


CABO DE SANTO
DO BRAZIL PE gri.com.es
(NOVO) AGOSTINHO

METALBRAX
GUARULHOS SP metalbrax.com.br
(NOVO)

TECNOFIX
JABAQUARA SP grupotecnofix.com.b
(NOVO)

FIXADORES METALTORK
DIADEMA SP metaltork.com.br
(NOVO)

INDUSTRIAL REX BRAÇO TROMBUDO SC rex.com.br

CISER JOINVILLE SC ciser.com.br

ALUS

ENGEBASA
PORTAS / ESCOTILHAS CUBATÃO SP engebasa.com.br
(NOVO)

ATLANTA SOROCABA SP atlantalaser.com.br

RENNER
CURITIBA PR renner.com.br
COATINGS

INTERNATIONAL
TINTAS SANTO ANDRÉ SP international-pc.com
(AKZO NOBEL)

JOTUN
ITABORAÍ RJ jotun.com
(NOVO)

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 37

QUADRO 2.4.2

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA TORRES DE CONCRETO

FABRICANTE
SUBCOMPONENTE/ RAZÃO SOCIAL
CIDADE UF SITE
INSUMO OU NOME
FANTASIA

PRODUZIDO UTILIZANDO CIMENTO DE


CONCRETO FORNECEDORES LOCAIS TAIS COMO: MIZU,
CIMPOR, LAFARGE, VOTORANTIM, ETC...

CSM
MOLDES SCHROEDER SC csm.ind.b
(NOVO)

TENSACCIAI SÃO PAULO SP tensacciai.it

INSERTOS METÁLICOS
RUDLOFF WIND TORRES EÓLICAS
SÃO PAULO SP rudloff.com.br/wind/
(NOVO)

BELGO PIRACICABA SP arcelormittal.com.br

CABOS DE AÇO DE PROTENDIDOS DYWIDAG GUARULHOS SP dywidag.com.br


PROTENSÃO

RUDLOFF WIND TORRES EÓLICAS


SÃO PAULO SP rudloff.com.br/wind/
(NOVO)

VARGEM GRANDE
MC-BAUCHEMIE BRASIL SP mc-bauchemie.com.br
ADITIVOS PARA PAULISTA
CONCRETO E ADESIVOS
(MONTAGEM E REPARO
DE PRÉ-MOLDADOS) BASF - CONSTRUCTION CHEMICALS
SAO PAULO SP basf-cc.com.br
(NOVO)

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
38 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.4.3

FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS INTERNOS DAS TORRES

FABRICANTE
DESCRIÇÃO DO ITEM
SUBCOMPONENTE/ RAZÃO SOCIAL
(CONFORME CADASTRO CIDADE UF SITE
INSUMO OU NOME
FINAME)
FANTASIA

ELEVADOR DE
ARTAMA CREMALHEIRA PARA
METALMECANICA TORRES EOLICAS; JARAGUÁ
SC artama.com.br
LIMITADA SERVIÇO A CABO PARA DO SUL
(NOVO) AEROGERADORES -
GWB300

AVANTI BRASIL ELEVADOR DE CARGA


FORTALEZA CE www.avanti-online.com
ELEVADOR SISTEMAS EOLICOS PARA TURBINA EOLICA

HAILO SISTEMAS ELEVADOR DE SERVIÇO


JAGUARIUNA SP hailo-professional.de
METALICOS LTDA PARA AEROGERADORES

POWER CLIMBER
JABOATAO
COMERCIO DO
ELEVADOR EOLICA DOS PE powerclimberwind.com
BRASIL S.A.
GUARARAPES
(NOVO)

ATLANTA SOROCABA SP atlantalaser.com.br

hailo.com.br
HAILO JAGUARIÚNA SP
hailo-professional.de

KATHREIN SÃO PAULO SP kathrein.com.br


ESCADA

SÃO
ALUSTAR
BERNARDO SP
(NOVO)
DO CAMPO

CABO DE ibarga.com/pt/
BARGA
SANTO PE componentes_
(NOVO)
AGOSTINHO aerogeneradores2.asp
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 39

FABRICANTE
DESCRIÇÃO DO ITEM
SUBCOMPONENTE/ RAZÃO SOCIAL
(CONFORME CADASTRO CIDADE UF SITE
INSUMO OU NOME
FINAME)
FANTASIA

ENGEBASA
CUBATÃO SP engebasa.com.br
(NOVO)

SÃO
ALUSTAR
BERNARDO SP amelhorescada.com.br
(NOVO)
DO CAMPO

AVANTI BRASIL
SISTEMAS EOLICOS EUSÉBIO CE pb.avanti-online.com
(NOVO)
PLATAFORMA

CABO DE ibarga.com/pt/
BARGA
SANTO PE componentes_
(NOVO)
AGOSTINHO aerogeneradores2.asp

ATLANTA SOROCABA SP atlantalaser.com.br

hailo-professional.de/
HAILO JAGUARIÚNA SP prof_public/content.
php?t=30&nav=2

ATLANTA SOROCABA SP .atlanta.eco.br

SUPORTES E HAILO JAGUARIÚNA SP


ACESSÓRIOS

NORTEL (REXEL) CAMPINAS SP nortel.com.br


40 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FABRICANTE
DESCRIÇÃO DO ITEM
SUBCOMPONENTE/ RAZÃO SOCIAL
(CONFORME CADASTRO CIDADE UF SITE
INSUMO OU NOME
FINAME)
FANTASIA

CABO DE
BARGA
SANTO PE barga-brasil.com.br
(NOVO)
AGOSTINHO
SUPORTES E
ACESSÓRIOS

ENGEBASA
CUBATÃO SP www.engebasa.com.br
(NOVO)

hailo-professional.de/
HAILO JAGUARIÚNA SP prof_public/content.
php?t=30&nav=2

ARTAMA
METALMECANICA JARAGUÁ
SC artama.com.br
LIMITADA DO SUL
SISTEMAS DE (NOVO)
PROTEÇÃO CONTRA-
QUEDAS / GUARD-RAILS

CABO DE
BARGA www.barga-brasil.com.
SANTO PE
(NOVO) br
AGOSTINHO

ENGEBASA
CUBATÃO SP www.engebasa.com.br
(NOVO)

ILUMINAÇÃO NORTEL (REXEL) CAMPINAS SP www.nortel.com.br

PRYSMIAN SOROCABA SP prysmian.com.br

POÇOS
CABOS PHELPS DODGE MG pdicbrasil.com
DE CALDAS

NEXANS AMERICANA SP nexans.com.br

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Apenas o elevador aparece como item credenciado no Finame, apesar da exigência de outros internos e insumos de procedência nacional.
Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 41

Fabricantes de Subcomponentes e
Insumos para o Rotor – Pás e Cubo
As pás produzidas no Brasil pela TECSIS, lhões na nova fábrica, que é a primeira da empresa
WOBBEN e AERIS utilizam resina do tipo epóxi na América Latina, em uma área de 2,5 mil m² de
na constituição do compósito. A LM Wind Power área fabril, sendo que o crescimento do mercado
utiliza mundialmente a resina poliéster. A fibra de energia eólica foi um dos principais motiva-
empregada no compósito geralmente é a fibra de dores para o investimento no País. A capacidade
vidro, mas alguns modelos utilizam também fibra produtiva é de cerca de 15 mil toneladas, mas se
de carbono. A fibra de vidro é utilizada na forma de destina a atender também empresas de outros
tecido e há tipos que conferem diferentes proprie- segmentos. A OWENS CORNING, fabricante dos
dades mecânicas e de resistência ao compósito. fios (rovings) usados na confecção de tecidos de
fibra de vidro utilizados nas pás eólicas, investiu
No final de 2014 a fabricante de resinas epóxi em diversas melhorias e na ampliação de sua uni-
MOMENTIVE Specialty Chemicals Inc. anun- dade em Rio Claro, totalizando investimentos da
ciou a mudança de seu nome para HEXION Inc. ordem de US$ 5.0 milhões nos últimos três anos.
e a instalação de sua nova unidade no Brasil, em A entrada de novos fabricantes no País com pelo
Itatiba/SP para produção do blend de resinas – menos o fornecimento do blend local e do tecido
epóxi e agente de cura – para uso na estrutura de local contribuíram para diminuição da dependên-
pás eólicas. Com a instalação da LM Wind Power cia de fornecedores monopolista, uma vez que
no Brasil, a resina de poliéster foi inserida na estes itens têm grande participação no cálculo do
cadeia produtiva da pá. No final de 2014 também conteúdo local da pá.
a multinacional alemã SAERTEX anunciou o início
das operações de sua fábrica em Indaiatuba/SP O Quadro 2.5.1 apresenta os elementos e insu-
voltada a fabricação dos tecidos multiaxiais de fi- mos utilizados na manufatura da estrutura das pás
bra de vidro. Foram investidos cerca de R$ 10 mi- e os respectivos fabricantes.
42 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.5.1

FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS E INSUMOS PARA PÁS

FABRICANTE
SUBCOMPONENTE RAZÃO SOCIAL OU NOME CIDADE UF SITE OBSERVAÇÕES
FANTASIA

CPIC BRASIL
CAPIVARI SP cpicfiber.com
(NOVO)

TECIDOS DE FIBRA
SAERTEX
DE VIDRO INDAIATUBA SP saertex.com
(NOVO)

OWENS CORNING RIO CLARO SP owenscorning.com

TECIDO DE FIBRA DE IMPORTADO DE EMPRESAS


Importado
CARBONO COMO A ALEMÃ SAERTEX

REICHHOLD reichhold.com/pt/ Pás e carenagem


MOGI DAS CRUZES SP
(NOVO) default.aspx da nacele
RESINA POLIÉSTER

NOVAPOL
SERRA ES novapol.com.br
(NOVO)

Fabricação local da
DOW GUARUJÁ SP dow.com
resina epóxi base.
RESINA EPÓXI
Preparação apenas
HEXION (MOMENTIVE) ITATIBA SP momentive.com
do blend.

MADEIRA BALSA IMPORTADO DO EQUADOR Importado

METALBRAX
GUARULHOS SP metalbrax.com.br
(NOVO)

METALTORK DIADEMA SP metaltork.com.br


FIXADORES E
PORCAS tecnofixparafusos.
TECNOFIX SOROCABA SP
com.br

ALGOLIX
SÃO PAULO SP algolix.com.br
(NOVO)

HENKEL DIADEMA SP henkel.com.br


FIXADORES
(ADESIVOS)
SIKA OSASCO SP bra.sika.com

IMPORTADO DE EMPRESAS
ADESIVOS (OUTROS),
ESTRANGEIRAS COMO, POR
ESPUMAS, Importado
EXEMPLO, A ITW, PLEXUS E
SELANTES E TINTAS
AKZO

SISTEMA ANTI-RAIO LEHMOR Importado

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014, ou ainda não estavam operantes (ABDI, 2014).
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 43

Alguns tipos especiais de tecido de fibra de vidro pessoas. No final de 2016, EM SUAS ETAPAS
são importados, assim como os tecidos de fibra o Grupo LIEBHERR iniciou
de carbono. Seguem sendo importados insumos a operação de uma nova INICIAIS A
como espumas de PVC, madeira balsa, adesi- planta de produção em METODOLOGIA
vos, selantes e revestimentos (massas, gelcoats Guaratinguetá (SP), dedica-
e tintas) para o acabamento das pás. Apesar de da à produção de rolamen- DO BNDES EXIGIA
haver no País diversos fabricantes de tintas com tos para turbinas eólicas. A MONTAGEM DO
capacidade produtiva para fabricação das massas, A unidade que tem 6.000
gelcoats e tintas necessários à proteção das pás m², e é a terceira fábrica da CUBO NO BRASIL
eólicas, estes itens, geralmente por sua baixa par- Divisão de Componentes da EM UNIDADE
ticipação em peso e valor na composição das pás, LIEBHERR no mundo, está
e por sua alta exigência técnica, à princípio não equipada para a realização PRÓPRIA
despertam o interesse das montadoras e fabrican- de operações desde a usi-
tes de pás para sua nacionalização. nagem até a têmpera por indução das pistas dos
rolamentos, passando por máquinas geradoras de
Em suas etapas iniciais a metodologia do BNDES dentes até o tratamento de superfícies. A SHILLA
exigia a montagem do cubo no Brasil em unidade Brasil instalou sua unidade produtiva na cidade de
própria. A partir da última etapa é permitida a Tietê, em terreno de 90 mil m², e com investimen-
terceirização da montagem de cubos em empre- to inicial da ordem de R$ 30 milhões.
sas estabelecidas no Brasil. O fundido utilizado
deve ser de procedência nacional (fundido, A GERDAU inaugurou em março deste ano o em-
usinado e pintado no país). A partir da última preendimento conjunto GERDAU SUMMIT em
etapa também devem ser fabricados no País: a sua usina de aço especial de Pindamonhangaba
carenagem do cubo; os rolamentos de passo; o (SP). O objetivo da empresa contempla o forneci-
sistema de acionamento do controle de passo; mento dos anéis de rolamento e também do eixo
e os painéis de controle de passo. Há a opção de principal (subcomponente da nacele). O capital
substituição da nacionalização do fundido do social da empresa está dividido em 59% para a
cubo pela nacionalização de um componente Gerdau, 39% da japonesa Sumitomo Corpora-
dentre os relacionados na coluna A da Tabela 1 tion e 2% para a Japan Steel Works - JSW. Serão
(BNDES, 2012). Entretanto, deve manter a nacio- investidos R$ 280 milhões até 2020 para a aqui-
nalização dos demais componentes citados. sição de máquinas e equipamentos da operação,
financiados pela Sumitomo. Novos equipamen-
No componente do cubo, um importante gar- tos estão previstos para chegar em meados do
galo foi resolvido com a entrada de três novos primeiro semestre do ano que vem. Até o final de
fabricantes de rolamentos, a SKF, a LIEBHERR e 2018, a empresa espera estar fornecendo para o
a SHILLA, e, em breve de um quarto, a GERDAU setor eólico (INVESTE SÃO PAULO, 2017). Outra
SUMMIT. Em 2014 apenas a THIESSEN KRUPP possibilidade é a fabricação de anéis laminados
(ROBRASA) fornecia localmente os rolamentos para flanges, que é uma necessidade de algumas
do passo. A SKF inaugurou em setembro de 2015 montadoras que utilizam torres mais altas.
a nova fábrica da KAYDON Corporation, em
Cajamar, São Paulo, destinada a fabricação de Apesar de constarem no FINAME quatro fabri-
rolamentos para o setor eólico. Foram investidos cantes de fundidos (carcaças de cubo) para o
U$ 22 milhões na construção da planta de 6,6 cubo do rotor, o item é tido como gargalo pela
mil metros quadrados, com geração de até 150 maioria das montadoras de aerogeradores. Em
44 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

2014 os fabricantes nacionais afirmavam haver plexas ou tamanhos de cubo maiores percebiam
sobre capacidade de fornecimento de carcaças dificuldades no atendimento de suas demandas
de cubo. Já há algum tempo, porém, a VOITH não em função do curto prazo entre a contratação
está mais atuando no setor eólico. Em processo e a entrega. A oferta de serviços de usinagem
avançado de credenciamento está a FUNDIÇÃO aumentou com a entrada em operação de várias
MORENO, porém este fornecedor potencial inter- outras empresas, tais como ST METALS e com
rompeu o projeto de fornecer o fundido do cubo investimentos feitos por diversas empresas,
em função das incertezas do mercado. Segundo entre elas a PAINCO e a EMALTO. A EMALTO,
a empresa, são necessários altos investimentos, que está sediada em Timóteo, no Vale do Aço,
os quais estariam voltados apenas a uma cadeia Minas Gerais, iniciou a operação no início deste
específica. Futuramente ano. A ST METALS importou maquinário de
a empresa pode reavaliar usinagem de última geração e também oferece
EM 2014 ERAM sua decisão, desde que haja serviços de pintura. Além disso, se responsabi-
POUCAS AS uma retomada do setor. liza pelo gerenciamento da cadeia de forneci-
Também está em avaliação mento do cubo, atendendo montadoras como
EMPRESAS COM pela GERDAU SUMMIT a GAMESA e GE. A PAINCO, além de serviços
CAPACIDADE DE realização de investimentos de usinagem, fabrica subcomponentes da
que permitiriam a fabricação nacele. No Quadro 2.5.2 são apresentados os
USINAR GRANDES de grandes fundidos em sua subcomponentes que fazem parte do cubo e os
FUNDIDOS COMO O unidade. A empresa já tem correspondentes fabricantes nacionais.
os principais equipamentos
CUBO DO ROTOR necessários para essa pro- O cubo é uma peça única de ferro fundido, de
dução, os quais já são usados alta precisão de fundição e usinagem, construída
para fabricação de cilindros de laminação fundidos. com liga de alta resistência. O cubo acomoda os
rolamentos para fixação das pás e os mecanis-
Em 2014 eram poucas as empresas com capa- mos e motores para o ajuste do ângulo de ataque
cidade de usinar grandes fundidos como o cubo das pás – o sistema de passo (pitch). O sistema
do rotor. Além da BR METALS havia a BAR- de passo pode ser basicamente de dois tipos: hi-
DELLA e a STEPAN, e alguns poucos outros, dráulico e elétrico. O sistema pás e cubo respon-
mas algumas montadoras cujos modelos de dem então por 10 a 14% do peso do aerogerador
aerogerador tinham configurações mais com- e por 20 a 30% do custo da máquina.
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 45

QUADRO 2.5.2

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO CUBO

FABRICANTE
DESCRIÇÃO DO ITEM
SUBCOMPO- RAZÃO SOCIAL FINAME/
(CONFORME CIDADE UF SITE OBS
NENTE OU NOME BNDES
CODASTRO FINAME)
FANTASIA

CONJUNTO CONO
ANCEL
AW3000 DES.
TECNOLOGIA EM
S 1020803 REVISAO 04; RIO CLARO SP ancel.com.br
COMPOSITOS
CTO. FIBRA CONO
LTDA.
MODULAR AW3000

ATLANTA IND. E
CARENAGEM DO HUB - SOROCA-
COM . DE PECAS S SP atlanta.eco.br
CARENAGEM DO HUB BA
E EQUIP LTDA

BFG BRASIL
COMPONENTES .bfginternational.
S SPINNER JOINVILLE SC
PLASTICOS LTDA com/
CARENAGEM
(NOVO)

SPINNER CARENAGEM
MOLDE
DO HUB 1,85 - 82,5 - SÃO JOSÉ
PLASTICOS
S 1.85/82,5; 1.6/100 OU DOS SP mmolde.com.br
REFORCADOS
1.7/100 - 1.6/100 OU CAMPOS
LTDA
1.7/100

CARENAGEM DO
MVC CUBO - AWG; SPINNER SÃO JOSÉ
mvcplasticos.
COMPONENTES S CARENAGEM DO HUB DOS PI- PR
com.br
PLASTICOS SA - 1.6 - 100 OU 1.7 - 100; NHAIS
ECO 100-110-122

HUB - GE 1.7MW
100 OU 1.6MW 100;
BR METALS
GAMESA G97 2.0MW; MATOZI-
FUNDICOES S MG brmetals.com.br
WEG EQUIPAMENTOS NHOS
LTDA
ELETRICOS; 2.3 MW;
G114; AW3

CUBO
Em pro-
(FUNDIDO) FUNDICAO
SERTÃOZI- cesso de
MORENO LTDA N HUB - GE 2570 SP moreno.ind.br
NHO credencia-
(NOVO)
mento

Em ava-
GERDAU PORTO gerdau summit.
N RS liação de
SUMMIT (NOVO) ALEGRE com.br
viabilidade.
46 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FABRICANTE
DESCRIÇÃO DO ITEM
SUBCOMPO- RAZÃO SOCIAL FINAME/
(CONFORME CIDADE UF SITE OBS
NENTE OU NOME BNDES
CODASTRO FINAME)
FANTASIA

CAST HUB - 2.3-107 -


115W5351; G114 STD2
- GP265412 - GP265412;
G9X - GP203143;
HUB 2MW MK10
CASTING 29012697;
COMPONENTE
FUNDIDO BLADE HUB SANTA
ROMI S - 781-920-VER19, HUB BÁRBARA SP romi.com
- 574807 - SIEMENS, D’OESTE
HUB MACHINED MK7-H
- 290, HUB MACHINED
CUBO
(FUNDIDO) V100 - 2.0MW, CUBO
(HUB) 115W1807-
GE, HUB - 1018693,
HUB - 115W1908, HUB
29000375

CUBO 3MW V3 (HUB 3.0


ACCIONA) - HUB 3MW
V3 ACCIONA; CUBO Não está
VOITH HYDRO
S HEAVY HUB (HUB 2X) - SÃO PAULO SP voith.com mais atuan-
LTDA
HUB FUNDIDO 1.6-100 do.
1.7-100; (HUB XLE) -
HUB FUNDIDO 1.6-82.5

FUCHS DO
N BARUERI SP fuchs.com/br/pt
BRASIL

KLUBER N BARUERI SP klueber.com/br


LUBRIFICAN-
TES
RIO DE mobil.moovelub.
MOBIL N RJ
JANEIRO com

SKF N CAJAMAR SP skf.com/br

SANMINA-SCI
PAINEL G2.0MW HUB CONTROL
DO BRASIL
DE CONTRO- S CABINET - GP271270 - SÃO PAULO SP sanmina.com
INTEGRATION
LE HUB CABINET
LTDA (NOVO)

BARDELLA SA
GUARU-
INDUSTRIAS N SP bardella.com.br
LHOS
MECANICAS
PLACAS (TOR-
QUE E STIFFE- PAINCO
NING PLATES)
INDUSTRIA E RIO DAS
N SP painco.com.br
COMERCIO S/A PEDRAS
(NOVO)

Em ava-
GERDAU SUMMIT PORTO gerdau summit.
N RS liação de
(NOVO) ALEGRE com.br
viabilidade.
ROLAMENTO
LIEBHERR BRASIL ROLAMENTO DA
GUINDASTES PÁ DE GERADORES
GUARATIN-
E MAQUINAS S EÓLICOS - KUD648VO; SP liebherr.com.br
GUETÁ
OPERATRIZES KUD458VA; KUD02252-
LTDA (NOVO) 065WJ18-001-900
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 47

FABRICANTE
DESCRIÇÃO DO ITEM
SUBCOMPO- RAZÃO SOCIAL FINAME/
(CONFORME CIDADE UF SITE OBS
NENTE OU NOME BNDES
CODASTRO FINAME)
FANTASIA

SHILLA BRASIL
INDUSTRIA DE PITCH BEARING
S TIETÊ SP shillacorp.co.kr
ROLAMENTO DE 200W1709G013/14/15
GIRO (NOVO)

ROLAMENTO DE GIRO
SKF DO BRASIL DA HÉLICE DO ROTOR
LTDA S DO GERADOR EÓLICO CAJAMAR SP www.skf.com
ROLAMENTO (NOVO) - KAYDON - PITCH
BEARING; D2418 X 200

ROLAMENTO DE
PASSO "PITCH" PARA
THYSSENKRUPP AEROGERADOR; thyssenkrupp-
S SÃO PAULO SP
BRASIL LTDA. AGW 2.1; E-92; V110 brazil.com/pt-br
13.1920.02 H VESTAS;
ECO-122; G114 - 2.0 MW

GRUPO GP
SERVIÇOS DE TRATAMENTO
N BARUERI SP grupogp.net Serviço
PINTURA DE SUPERFÍCIES
(NOVO)

BARDELLA SA
INDUSTRIAS GUARU-
N SP bardella.com.br Serviço
MECANICAS LHOS
(NOVO)

EMALTO
N TIMÓTEO MG emalto.com.br Serviço
(NOVO)

PAINCO
INDUSTRIA E RIO DAS
SERVIÇOS DE N SP painco.com.br Serviço
USINAGEM COMERCIO S/A PEDRAS
(PODENDO (NOVO)
INCLUIR ST METALS JAGUARI-
PINTURA) N SP stmetals.com.br Serviço
(NOVO) ÚNA

STEPAN
N CAMPINAS SP stepanbr.com Serviço
(NOVO)

USICAL
USINAGEM E
VÁRZEA
CALDEIRARIA N SP usical.com.br Serviço
PAULISTA
JUNDIAÍ LTDA
(NOVO)

SISTEMAS DE
eximport.com.
LUBRIFICA- EXIMPORT N SÃO PAULO SP
br/site
ÇÃO

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).
48 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Com relação ao sistema de passo (ou pitch), motivada principalmente pela demanda que o Brasil
diversos novos fabricantes com instalações locais vinha apresentando e pela política de conteúdo local,
foram identificados a partir das informações de investiu R$ 2 milhões em suas linhas de produção
credenciamento do BNDES: a GE POWER, a JABIL, no Brasil para fornecer localmente os sistemas de
a SANMINA-SCI, a espanhola GRUAL, a alemã controle de passo. O Quadro 2.5.3 apresenta os
MOOG, a italiana BONFIGLIOLI e a SAT. A MOOG, subcomponentes específicos do sistema de passo.

QUADRO 2.5.3

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO ROTOR – SISTEMA DE PASSO

FABRICANTE DESCRIÇÃO DO ITEM


SUBCOMPO- FINAME/
RAZÃO SOCIAL OU (CONFORME CIDADE UF SITE
NENTE BNDES
NOME FANTASIA CODASTRO FINAME)

GE POWER
gepowerconversion.
CONVERSION BRASIL S PITCH SYSTEM SÃO PAULO SP
com/
LTDA. (NOVO)

ACIONAMENTO DE
CONTROLE DE PASSO
DO PITCH AW 3MW
(AW30W00), SISTEMA
GLUAL HIDRAULICA
ACIONAMENTO glual.es/pt/home.
DO BRASIL LTDA S SOROCABA SP
CONTROLE DE PASSO html
(NOVO)
G114, SISTEMA DE
ACIONAMIENTO DO
CONTROLE DE PASSO G9X
OTIMIZADO

ACIONAMENTO
DO PASSO (MO- SISTEMA ACIONAMENTO
TORREDUTOR) DE CONTROLE DE
PASSO G9X; SISTEMA
DE ACIONAMENTO DO
HINE DO BRASIL
CONTROLE DE PASSO
IND. COM. DE HIDR. S INDAIATUBA SP hine.es/hine-brasil
G114; SISTEMA DE
PNEUM.LTDA
CONTROLE DE PITCH
AW3000; SISTEMA DE
CONTROLE DE PITCH
MK10

PITCH SYSTEM 1.6 MW


GABINETE AXIS 1, 2&3;
JABIL DO BRASIL https://www.jabil.
PITCH SYSTEM GE,
INDUSTRIA com/contact/
S AEROGERADORES GE 2.2 BETIM MG
ELETROELETRONICA locations/belo-
A 2.4 107 E 2.0 A 2.3 - EIXO
LTDA (NOVO) horizonte.html
(109W8733), CENTRAL
(109W8734)
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 49

FABRICANTE DESCRIÇÃO DO ITEM


SUBCOMPO- FINAME/
RAZÃO SOCIAL OU (CONFORME CIDADE UF SITE
NENTE BNDES
NOME FANTASIA CODASTRO FINAME)

UNIDADE HIDRALICA DO
BLOCO GLUAL HIDRAULICA
PITCH AW 3MW AW3000; glual.es/pt/home.
HIDRÁULICO DO BRASIL LTDA S SOROCABA SP
UNIDADE HIDRAULICA DO html
DO PASSO (NOVO)
PITCH G9X OTIMIZADO

ENGRENAGENS TGM IND. E COM. REDUTOR DE


E REDUTORES DE TURBINAS E S VELOCIDADE SETÃOZINHO SP grupotgm.com.br
PLANETÁRIOS TRANSMISSOES LTDA PLANETARIO

BONFIGLIOLI REDUTOR DE PITCH,


SÃO
REDUTORES DO 2T707T3136A04, bonfigliolidobrasil.
S BERNARDO SP
BRASIL INDUSTRIA E 2T709T3176A05, com.br/pt-br
DO CAMPO
COMERCIO L. 2T709T3176A03

MOTORREDU-
TOR
REDUTOR PARA
ACIONAMENTO DO PITCH br.sew-eurodrive.
SEW-EURODRIVE
S - P3W006K; REDUTOR INDAIATUBA SP com/firmenprofil/
BRASIL LTDA
PARA ACIONAMENTO DO profil.htm
PITCH - PW015

PAINEL DE GLUAL HIDRAULICA


PAINEL DE CONTROLE DE www.glual.es/pt/
CONTROLE DO DO BRASIL LTDA S SOROCABA SP
PASSO AW3000 home.html
PASSO (NOVO)

HINE DO BRASIL
http://www.hine.
IND. COM. DE PAINEL DE CONTROLE DE
S INDAIATUBA SP es/hine-brasil/
HIDR.PNEUM.LTDA PASSO AW3000
fale_conosco.html
(NOVO)
PAINEL DE
CONTROLE DO
PASSO
PAINEL HUB VESTAS
2MW - HUB CONTROL ingeteam.com/br/
INGETEAM LTDA S VALINHOS SP
CABINET 2,0MW MK10; pt-br/home.aspx
HUB CABINET
50 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FABRICANTE DESCRIÇÃO DO ITEM


SUBCOMPO- FINAME/
RAZÃO SOCIAL OU (CONFORME CIDADE UF SITE
NENTE BNDES
NOME FANTASIA CODASTRO FINAME)

SISTEMA PAINEIS
MOOG DO BRASIL
CONTROLE DE PASSO
CONTROLES LTDA S JURUBATUBA SP moog.com.br
PARA AEROGERADORES
(NOVO)
Z0112, Z0118, Z0154

SANMINA-SCI
PAINEL DE G2.0MW HUB CONTROL
DO BRASIL
CONTROLE DO S CABINET - GP271270 - SÃO PAULO SP sanmina.com
INTEGRATION LTDA
PASSO HUB CABINET
(NOVO)

SAT - SISTEMAS DE
AUTOMACAO E satautomacao.
S PITCH CONTROL PANEL SOROCABA SP
TECNOLOGIA LTDA. com.br
(NOVO)

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 51

Fabricantes de Subcomponentes
da Nacele
A montagem da nacele no Brasil também é uma tuindo-se de um retificador e um inversor. O
exigência do BNDES para o financiamento dos transformador é o equipamento que eleva a
aerogeradores. Conforme a metodologia de tensão de geração ao valor da rede elétrica a
credenciamento, a nacele deve ser montada no qual o aerogerador está conectado. O transfor-
Brasil, em unidade própria do fabricante. Devem mador pode ser instalado no interior da nacele,
ser nacionalizados, no mínimo, 12 (doze) compo- no interior da torre ou mesmo externamente,
nentes relacionados na Tabela 1 da metodologia acoplado à torre ou no chão. O sistema de Yaw
(BNDES, 2012), sendo, pelo menos, um deles tem a função de alinhar a turbina com o vento.
dentre os que constam da coluna A e cinco den- Este sistema compreende
tre os listados na coluna B. Ainda, há diferentes um motor elétrico que gira CONFORME A
combinações possíveis conforme opções de a nacele sobre a torre com
nacionalização de itens da coluna A e B. Esta auxílio de um rolamen- METODOLOGIA DE
possibilidade de opção por diferentes itens para to – rolamento do Yaw, e CREDENCIAMENTO,
nacionalização conferiu uma certa flexibilidade também engrenagens para
às montadoras que puderam defini-los com base o ajuste da velocidade de A NACELE DEVE
em suas estratégias e tecnologias de projeto. giro. A caixa multiplica- SER MONTADA
dora, quando existente,
O tamanho e o formato da nacele são variáveis representa a maior massa NO BRASIL, EM
de acordo com os componentes e sua dispo- da nacele e também uma UNIDADE PRÓPRIA
sição em seu interior, sendo que as maiores grande fração de seu custo
variações são entre aerogeradores que utilizam (cerca de 13%). Localiza-se DO FABRICANTE
caixa de engrenagem e os que não utilizam. Os entre o rotor e o gerador,
elementos estruturais da nacele – bastidor, de forma a adaptar a baixa rotação do rotor à
chassi e quadros – são fundidos e/ou caldeira- velocidade de rotação mais elevada do gera-
dos, dependendo do projeto da montadora, sua dor. É um item que necessita de manutenção
configuração e/ou opção tecnológica e são os intensiva e que representa, portanto, uma
responsáveis pelo suporte dos diversos compo- fonte de possíveis falhas. Exige o uso de um
nentes nela inseridos. O eixo principal, constru- sistema hidráulico com bombas, trocadores de
ído em aço ou liga metálica de alta resistência, calor e sistemas de comando para lubrificação
é o responsável pelo acionamento do gerador, e refrigeração. No caso de aerogeradores sem
transferindo a energia mecânica da turbina. caixa de engrenagem, o gerador utilizado é o de
O gerador transforma a energia mecânica polos salientes (ou multipolos) com o estator
de rotação em energia elétrica e pode ser de em forma de anel.
diferentes tipos. Muitas tecnologias de gerador
necessitam do uso de conversores de frequ- Os Quadros 2.6.1 a 2.6.12 apresentam a listagem
ência, para controle da onda de saída, consti- dos diversos sistemas e subcomponentes da nacele.
52 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.6.1

FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA NACELE

FABRICANTE DESCRIÇÃO DO ITEM


SUBCOMPO- FINAME/
RAZÃO SOCIAL OU (CONFORME CIDADE UF SITE
NENTE BNDES
NOME FANTASIA CODASTRO FINAME)

BARDELLA SA
BASTIDOR TRASEIRO
INDUSTRIAS S GUARULHOS SP bardella.com.br
NACELLE - AW3000
MECANICAS

BR METALS BASTIDOR DELANTERO


S MATOZINHOS MG
FUNDICOES LTDA - AW3

LIEBHERR BRASIL
BASTIDOR TRASEIRO
GUINDASTES
PARA O GERADOR
E MAQUINAS S GUARATINGUETÁ SP liebherr.com.br
EÓLICO ACCIONA CTO
OPERATRIZES LTDA
BASTIDOR BTU AW30
(NOVO)

MAUSA SA
BASTIDOR TRASEIRO -
EQUIPAMENTOS S PIRACICABA SP mausa.com.br
AW 3000
INDUSTRIAIS (NOVO)

BASTIDOR TRASEIRO -
PAINCO INDUSTRIA GP109154; CONJUNTO
E COMERCIO S/A S BASTIDOR TRASEIRO RIO DAS PEDRAS SP painco.com.br
(NOVO) AW3000 ACCIONA -
AW3000 ACCIONA

BARDELLA SA SUPORTE DO GERADOR


GUARULHOS E
INDUSTRIAS S - AEROGERADOR GE SP bardella.com.br
SOROCABA
MECANICAS 1.6/1.7 MW

HKM CHASSI DO
EMPREENDIMENTOS GERADOR USINADO -
S SERRA ES hkm.ind.br
E PARTICIPACOES 200W4462G001; CHASSI
CHASSI / LTDA. (NOVO) DO GERADOR USINADO
SUPORTE DO
GERADOR
PAINCO INDUSTRIA
SUP DA TURBINA -
E COMERCIO S/A S RIO DAS PEDRAS SP painco.com.br
115W7656
(NOVO)

WEG EQUIPAMENTOS
PLATAFORMA DA NACELE
ELETRICOS S/A S JARAGUÁ DO SUL SC weg.net
WEG - AGW 2.1 MW
(NOVO)

CISER JOINVILLE SC ciser.com.br


PARAFUSOS
ESTRUTURAIS BRAÇO DO
INDUSTRIAL REX SC rex.com.br
TROMBUDO
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 53

FABRICANTE DESCRIÇÃO DO ITEM


SUBCOMPO- FINAME/
RAZÃO SOCIAL OU (CONFORME CIDADE UF SITE
NENTE BNDES
NOME FANTASIA CODASTRO FINAME)

MAIN FRAME - WEG


EQUIPAMENTOS
ELETRICOS; MAIN FRAME
BR METALS G9X; MAIN FRAME - G114;
S MATOZINHOS MG
FUNDICOES LTDA ALSTOM - CENTRAL
FRAME; BED PLATE - GE
WIND; BED PLATE - 2.3
MW

CAST BED PLATE 2.3-


107 BP - 200W3272;
CAST MAIN CARRIER
QUADRO E-92 - 82.03.115-5; CAST
PRINCIPAL MAIN FRAME G114 STD
- GP265362; CENTRAL
FRAME ECO 122 S1
CASTING - 3000601;
STA. BÁRBARA
ROMI S COMPONENTE FUNDIDO SP romi.com.br
DO OESTE
- BEDPLATE - 103W3139;
COMPONENTE FUNDIDO
- BEDPLATE - 104W2032;
COMPONENTE
FUNDIDO - AW3000
MAIN FRAME-1017387;
MF 2MW MK10 CASTING
29013424 - 29013424

BARDELLA SA
INDUSTRIAS S REAR FOUNDATION GUARULHOS SP bardella.com.br
MECANICAS

JUMBO INDUSTRIA
MECANICA LTDA S REAR FRAME ASSAÍ PR jumbomec.com.br
(NOVO)
QUADRO
TRASEIRO
29014530 - REAR
FOUNDATION
PAINCO INDUSTRIA MACHINED; REAR FRAME
E COMERCIO S/A S G114 STD2 - GP265358; RIO DAS PEDRAS SP painco.com.br
(NOVO) REAR FRAME GE 2.2 A
2.4 107 E 2.0 A 2.3-116 -
200W4462G001

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).
54 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.6.2

FABRICANTES NACIONAIS DO SISTEMA DE YAW

DESCRIÇÃO
FABRICANTE DO ITEM
SUB- FINAME/
RAZÃO SOCIAL OU (CONFORME CIDADE UF SITE
COMPONENTE BNDES
NOME FANTASIA CODASTRO
FINAME)

TGM IND. E COM. YAW RING G114


ENGRENAGEM DE TURBINAS E S - GP222733 - SERTÃOZINHO SP grupotgm.com.br
TRANSMISSOES LTDA GAMESA G114

FREIOS DO
YAW PARA
AEROGERADORES
ANTEC EOLICA
- MONOBLOCO;
FABRICACAO E
FREIOS S FREIOS DO CAMAÇARÍ BA antecsa.com
COMERCIO DE
YAW PARA
FREIOS LTDA. (NOVO)
AEROGERADORES
- COM DUAS
SEMIPINÇAS

FUNDIDO YAW BEAM 1.5 MW STA. BÁRBARA


ROMI (NOVO) S SP romi.com.br
PARA YAW CASTING - 84985 DO OESTE

BREVINI LATINO
AMERICANA
INDUSTRIA E N LIMEIRA SP brevini.com.br
COMERCIO LTDA
(NOVO)

MOTORREDUTOR MOTOREDUTOR
DO YAW - PW065
DRS132M6/
BE11/FF/TH/FA;
SEW-EURODRIVE
S MOTOREDUTOR INDAIATUBA SP br.sew-eurodrive.com
BRASIL LTDA
PARA YAW
DRIVE P4W034
DRN100L6/BE5/
DUE

PAINEL GE POWER
DE CONTROLE CONVERSION BRASIL SÃO PAULO SP gepowerconversion.com
DO YAW LTDA. (NOVO)

WEG DRIVES
PAINEL
& CONTROLS - JARAGUÁ DO
DE CONTROLE S PAINEL YAW SC weg.net
AUTOMACAO LTDA SUL
DO YAW
(NOVO)
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 55

DESCRIÇÃO
FABRICANTE DO ITEM
SUB- FINAME/
RAZÃO SOCIAL OU (CONFORME CIDADE UF SITE
COMPONENTE BNDES
NOME FANTASIA CODASTRO
FINAME)

REDUTOR DE
YAW MT709T105;
REDUTOR DE
BONFIGLIOLI
YAW MT709T106;
REDUTORES DO CD EM SÃO
S REDUTOR DE SP bonfiglioli.com
BRASIL INDUSTRIA E BERNARDO
YAW MT711T093;
COMERCIO L.
REDUTOR PARA
YAW DRIVE
MT714T

BREVINI LATINO
AMERICANA
INDUSTRIA E N LIMEIRA SP brevini.com.br
REDUTOR
COMERCIO LTDA
(NOVO)

REDUTOR PARA
ACIONAMENTO
DO YAW - P4W039;
REDUTOR PARA
SEW-EURODRIVE YAW DRIVE
S INDAIATUBA SP br.sew-eurodrive.com
BRASIL LTDA (NOVO) P4W034; MOTOR
ELÉTRICO PARA
YAW DRIVE
DRN100L6/BE5/
DUE

ROLAMENTO
DA NACELE DE
GERADORES
EÓLICOS
- KUD02767-
LIEBHERR BRASIL
040WA18-001;
GUINDASTES
ROLAMENTO ROLAMENTO DE GUARATIN-
E MAQUINAS S SP .liebherr.com.br
YAW ORIENTAÇÃO GUETÁ
OPERATRIZES LTDA
DE GERADORES
(NOVO)
EÓLICOS -
KUD968VA
- LIEBHERR;
KUD718VA -
LIEBHERR
56 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

DESCRIÇÃO
FABRICANTE DO ITEM
SUB- FINAME/
RAZÃO SOCIAL OU (CONFORME CIDADE UF SITE
COMPONENTE BNDES
NOME FANTASIA CODASTRO
FINAME)

SHILLA BRASIL
INDUSTRIA DE YAW BEARING
S TIETÊ SP shillacorp.co.kr
ROLAMENTO DE 109W7629G001
GIRO (NOVO)

ROLAMENTO DE
GIRO DA NACELE
SKF DO BRASIL LTDA
S DO GERADOR CAJAMAR SP skf.com
(NOVO)
EÓLICO - KAYDON
- YAW BEARING

ROLAMENTO ROLAMENTO DE
YAW GIRO "YAW" PARA
AEROGERADOR
AGW 2.1 - MODELO
091.40.2763;
ROLAMENTO DE
GIRO "YAW" PARA
THYSSENKRUPP
AEROGERADOR thyssenkruppelevadores.
BRASIL LTDA S GUAÍBA RS
AW-116 3MW com.br
(NOVO)
- MODELO
091.45.2899;
ROLAMENTO DE
GIRO "YAW" PARA
AEROGERADOR
E-92 - MODELO
091.55.2190

BREVINI LATINO
SISTEMA DE AMERICANA
ACIONAMENTO INDUSTRIA E N LIMEIRA SP brevini.com.br
DO YAW COMERCIO LTDA
(NOVO)

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 57

QUADRO 2.6.3

FABRICANTES NACIONAIS DE GERADORES (AEROGERADORES COM CAIXA DE ENGRENAGEM)

DESCRIÇÃO
FABRICANTE DO ITEM
SUB- FINAME/
RAZÃO SOCIAL OU (CONFORME CIDADE UF SITE
COMPONENTE BNDES
NOME FANTASIA CODASTRO
FINAME)

GERADOR DE
ENERGIA CORRENTE
ALTERNADA PARA
ABB LTDA S TURBINAS EÓLICAS BLUMENAU SC abb.com.br
- AML 0560L6L BAFT;
AMK 0500L6A BATY;
AMK 0500L6L BAFT

ANDRITZ HYDRO S/A GERADOR


S SÃO PAULO SP andritz.com
GERADOR (NOVO) SÍNCRONO

GE POWER
CONVERSION gepowerconversion.
SÃO PAULO SP
BRASIL LTDA com
(NOVO)

INDAR ingeteam.com/indar/
CAMPINAS SP
(NOVO) es-es/inicio.aspx

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
58 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.6.4

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES ESPECÍFICOS PARA AEROGERADORES SEM CAIXA DE


ENGRENAGEM

FABRICANTE
DESCRIÇÃO DO ITEM
SUBCOMPO- RAZÃO SOCIAL FINAME/
(CONFORME CIDADE UF SITE
NENTE OU NOME BNDES
CODASTRO FINAME)
FANTASIA

LAURO
EFACEC N BA efacec.pt
DE FREITAS

BOBINAS

PPE N CERQUINHO SP ppefios.com.br

WEG
EQUIPAMENTOS JARAGUÁ
N SC weg.net
ELETRICOS S/A DO SUL
(NOVO)

ANEL ESTATOR PARA


AEROGERADOR WOBBEN -
E-92 2.3MW; ANEL ESTATOR
PARA AEROGERADOR
BARDELLA SA WOBBEN - E-82 2.0MW/2.3MW
GUARULHOS
INDUSTRIAS S E E-92 2.3MW; DISCO ROTOR SP bardella.com.br
E SOROCABA
MECANICAS PARA AEROGERADOR
WOBBEN - E-92 2.3MW; DISCO
ELEMENTO ROTOR PARA AEROGERADOR
ESTRUTURAL WOBBEN - E-82 2.0MW/2.3MW
DO ROTOR / E E-92 2.3MW
ESTATOR
BR METALS ROTOR GENERATOR WEG
S MATOZINHOS MG
FUNDICOES LTDA EQUIPAMENTOS ELETRICOS

WEG
CARCACA DO ESTATOR DO
EQUIPAMENTOS JARAGUÁ
S AEROGERADOR WEG - AGW SC weg.net
ELETRICOS S/A DO SUL
2.1MW
(NOVO)

NÚCLEO
TESSIN SUZANO SP tessin.com.br
MAGNÉTICO

ELANTAS CERQUINHO SP elantas.com


RESINA DE
IMPREGNAÇÃO
JARAGUÁ
WEG SC weg.net
DO SUL

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 59

QUADRO 2.6.5

FABRICANTES NACIONAIS DA CARENAGEM DA NACELE

FABRICANTE
DESCRIÇÃO DO ITEM
SUBCOMPO- RAZÃO SOCIAL FINAME/
(CONFORME CIDADE UF SITE
NENTE OU NOME BNDES
CODASTRO FINAME)
FANTASIA

ANCEL
CARENAGEM DA NACELE
TECNOLOGIA EM
S - 3000 COD AF000146 EM RIO CLARO SP ancel.com.br
COMPOSITOS
FIBRA DE VIDRO
LTDA.

ATLANTA IND. E
COM . DE PECAS E S CARENAGEM DA NACELLE SOROCABA SP atlanta.eco.br
EQUIP LTDA

BFG BRASIL
COMPONENTES HOUSING BFG; NACELLE 2.3 bfginternational.
S JOINVILLE SC
PLASTICOS LTDA GE com
(NOVO)
CARENAGEM
BR METALS
HOUSING - WEG
FUNDICOES LTDA S MATOZINHOS MG
EQUIPAMENTOS ELETRICOS
(NOVO)

MVC
CARENAGEM NACELE - SÃO JOSÉ DOS mvcplasticos.
COMPONENTES S PR
GAMESA G114 PINHAIS com.br
PLASTICOS SA

compositesvci.
VCI MOLDE CARENAGEM DE GERADOR
com/pt/Entre-
IND COM DE EÓLICO NACELLE TIPO C;
S ITUPEVA SP em-contato-
COMPOSITOS LTDA NACELLE 2.3; SPINNER G114
conosco-VCI.
(NOVO) 2.0MW
php

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
60 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.6.6

FABRICANTES NACIONAIS DO SISTEMA DE TRAVAMENTO (ROTOR LOCK)

FABRICANTE
DESCRIÇÃO DO ITEM
SUBCOMPO- RAZÃO SOCIAL FINAME/
(CONFORME CIDADE UF SITE
NENTE OU NOME BNDES
CODASTRO FINAME)
FANTASIA

GE ENERGIAS SISTEMA DE
gepowerconversion.
RENOVAVEIS S TRAVAMENTO DO SÃO PAULO SP
com
LTDA. (NOVO) ROTOR 2X

SISTEMA DE
GEVISA S/A
S TRAVAMENTO DO CAMPINAS SP br.geindustrial.com
(NOVO)
ROTOR ROTOR LOCK

GLUAL
ROTOR LOCK G114;
HIDRAULICA glual.es/pt/home.
S ROTOR LOCK SYSTEM SOROCABA SP
DO BRASIL LTDA html
G9X
(NOVO)

HINE DO BRASIL E-1426 ROTOR-LOCK


IND. COM. DE AW3000; ROTOR LOCK
SISTEMA DE S INDAIATUBA SP hine.com.br
HIDR.PNEUM. G114; ROTOR LOCK G97;
TRAVAMENTO
LTDA (NOVO) ROTOR LOCK MK10
DO ROTOR
(ROTOR LOCK)
PAINCO
INDUSTRIA E RIO DAS
SP painco.com.br
COMERCIO S/A PEDRAS
(NOVO)

VULKAN DO SISTEMA DE
BRASIL LTDA S TRAVAMENTO DO ROTOR ITATIBA SP vulkan.com
(NOVO) DO AEROGERADOR

WOBBEN
WINDPOWER
INDUSTRIA E S ROTOR LOCK PARAZINHO RN .wobben.com.br
COMERCIO LT
(NOVO)

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 61

QUADRO 2.6.7

FABRICANTES NACIONAIS DO CONVERSOR

FABRICANTE
DESCRIÇÃO DO ITEM
SUBCOMPO- RAZÃO SOCIAL FINAME/
(CONFORME CIDADE UF SITE
NENTE OU NOME BNDES
CODASTRO FINAME)
FANTASIA

CONVERSOR ELETRICO
new.abb.com/br/
ABB LTDA ESTATICO PARA
S GUARULHOS SP empresa/brasil/
(NOVO) TURBINAS EOLICAS -
unidades
ACS800-67LC

GE POWER
CONVERSION gepowerconversion.
N SÃO PAULO SP
BRASIL LTDA. com
(NOVO)

CONVERSOR DE
POTENCIA EOLICO
- PEGE0044;
CONVERSOR EOLICO
INGETEAM LTDA S - 3,1MW - AWPT0085- VALINHOS SP ingeteam.com
3M1W; CONVERSOR
CONVERSOR / PARA GERADORES
INVERSOR EÓLICOS - 3MW -
PT0085

SANMINA-SCI CONVERSOR EOLICO


DO BRASIL COM SIST. SIMPLIF.
S HORTOLANDIA SP sanmina.com
INTEGRATION ELETRICO DE
LTDA (NOVO) GERADOR

WEG DRIVES
& CONTROLS - JARAGUÁ
N SC weg.net
AUTOMACAO DO SUL
LTDA (NOVO)

WOODWARD CONVERSOR PARA


COMERCIO DE TURBINAS EOLICAS
S CAMPINAS SP woodward.com
SISTEMAS DE - CONCYCLE -WIND
CONTROL SYSTEM

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
62 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.6.8

FABRICANTES NACIONAIS DE TRANSFORMADORES

SUB- FABRICANTE
CIDADE UF SITE
COMPONENTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

ABB LTDA BLUMENAU SC abb.com.br

BLUTRAFOS BLUMENAU SC blutrafos.com.br

CORNÉLIO
TRANSFORMADOR COMTRAFO PR comtrafo.com.br
PROCÓPIO

SIEMENS JUNDIAÍ SP energy.siemens.com

JARAGUÁ DO
WEG SC weg.net
SUL

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

QUADRO 2.6.9

FABRICANTES NACIONAIS DE ACESSÓRIOS, CABOS E BARRAMENTOS

FABRICANTE
SUBCOMPONENTE CIDADE UF SITE
RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

DEBETEC SÃO PAULO SP debetec.com.br


LUZES DE
SINALIZAÇÃO
FRATA SÃO PAULO SP frata.com.br

NEXANS AMERICANA SP nexans.com.br

CABOS E POÇOS DE
PHELPS DODGE MG pdicbrasil.com
BARRAMENTOS CALDAS

PRYSMIAN SOROCABA SP prysmian.com.br

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.


CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 63

QUADRO 2.6.10

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO EIXO PRINCIPAL

FABRICANTE
DESCRIÇÃO DO ITEM
SUB- RAZÃO SOCIAL FINAME/
(CONFORME CIDADE UF SITE
COMPONENTE OU NOME BNDES
CODASTRO FINAME)
FANTASIA

GERDAU PORTO gerdau summit.


RS
SUMMIT (NOVO) ALEGRE com.br

VILLARES villaresmetals.com.
SUMARÉ SP
METALS (NOVO) br/pt
EIXO
COMPONENTE FUNDIDO -
STA.
EIXO PRINCIPAL 9110-00 25;
ROMI (NOVO) S BÁRBARA SP romi.com.br
COMPONENTE FUNDIDO -
DO OESTE
CARRETE - 10255;

FUCHS DO
BARUERI SP fuchsbr.com.br
BRASIL

KLÜBER BARUERI SP klueber.com


LUBRIFICANTES
RIO DE mobilindustrial.
MOBIL RJ
JANEIRO com

SKF CAJAMAR SP skf.com

SISTEMAS DE SÃO
EXIMPORT SP eximport.com.br
LUBRIFICAÇÃO PAULO

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)

QUADRO 2.6.11

FORNECEDORES NACIONAIS DE SERVIÇOS DE USINAGEM

FABRICANTE
SUBCOMPONENTE CIDADE UF SITE
RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

FEY (NOVO) ARUJÁ SP www.fey.ind.br

USINAGEM MAUSA SA EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS (NOVO) PIRACICABA SP mausa.com.br

schulergroup.com/minor/br/
SCHULER (NOVO) DIADEMA SP
technologies/index.html

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
64 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.6.12

FABRICANTES NACIONAIS DE OUTROS SUBCOMPONENTES DA NACELE

FABRICANTE
FINA- DESCRIÇÃO DO ITEM
SUB- RAZÃO SOCIAL OU
ME/ (CONFORME CIDADE UF SITE
COMPONENTE NOME
BNDES CODASTRO FINAME)
FANTASIA

LIEBHERR BRASIL COROA DENTADA


GUINDASTES DE ORIENTAÇÃO DE
COROA GUARATIN
E MAQUINAS S GERADORES EÓLICOS SP liebherr.com.br
DENTADA GUETÁ
OPERATRIZES LTDA - MODELO - ZAK2318OA -
(NOVO) LIEBHERR

PAINCO INDUSTRIA 41D736089G3 - GEAR


RIO DAS
GEAR CASE E COMERCIO S/A S CASE; 41D736091G6 - SP painco.com.br
PEDRAS
(NOVO) GEAR CASE

PAINEL DE CONTROLE
- THAC0162; PAINEL
DE CONTROLE - TOP
INGETEAM LTDA
S CABINET GX; PAINEL DE VALINHOS SP ingeteam.com
(NOVO)
CONTROLE E PROTECAO
PAINEL DE DE GERADOR EOLICO -
CONTROLE E CONVERSOR
PROTEÇÃO
ORMAZABAL
DO BRASIL CONJUNTO 0L1L1V,
EQUIPAMENTOS DE S CONJUNTO 0L1V - 36 KV, SÃO PAULO SP ormazabal.com/pt
DISTRIBUICAO DE CONJUNTO 0L2L1V
ENE (NOVO)

SEMICONDUTOR
SEMIKRON SÃO PAULO SP semikron.com
DE POTÊNCIA

ALTRA INDUSTRIAL FREIO HIDRAULICO -


lamiflexcouplings.
MOTION DO BRASIL S BSAB 120-S100; FREIO COTIA SP
com
S.A. (NOVO) HIDRAULICO BSAK 3000

FREIOS
ANTEC EOLICA FREIOS DO YAW PARA
antecsa.com/
FABRICACAO E AEROGERADORES -
S SALVADOR BA productos/antec-
COMERCIO DE FR MONOBLOCO; COM
eolico/
(NOVO) DUAS SEMIPINÇAS

COOLING SYSTEM
CONVERTER G97 -
GP186100; COOLING
SYSTEM DA NACELLE -
MK10; COOLING SYSTEM
DA NACELLE - G114;
HINE DO BRASIL
SISTEMA DE COOLING SYSTEM DA
IND. COM. DE HIDR. S INDAIATUBA SP hine.com.br
REFRIGERAÇÃO NACELLE - MK10C;
PNEUM.LTDA (NOVO)
COOLING SYSTEM
GENERATOR - SERIE
ECO; COOLING SYSTEM
INVERTER - SERIE ECO; OIL
COOLER G97 - GP266505
- G97
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 65

FABRICANTE
FINA- DESCRIÇÃO DO ITEM
SUB- RAZÃO SOCIAL OU
ME/ (CONFORME CIDADE UF SITE
COMPONENTE NOME
BNDES CODASTRO FINAME)
FANTASIA

SISTEMA DE
ARREFECIMENTO
AEROGERADOR
HYDAC TECNOLOGIA AGW2.1 - WEG - AGW2.1 SÃO
SISTEMA DE
LTDA. S - HBF07629; UNIDADE BERNARDO SP hydac.com.br
REFRIGERAÇÃO
(NOVO) HIDRAULICA 20 L - DO CAMPO
ECO100; UNIDADE
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horizonte.html
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LTDA (NOVO) CABINET - GP318110

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LTDA br

GRUPO HIDRAULICO
DE POTENCIA DA
UNIDADE NACELLLE - MK10; GRUPO
HIDRÁULICA HIDRÁULICO PRINCIPAL
HINE DO BRASIL DA NACELLE G114;
IND. COM. DE HIDR. S GRUPO HIDRAULICO INDAIATUBA SP hine.com.br
PNEUM.LTDA PRINCIPAL NACELLE G9X;
SISTEMA HIDRAULICO
DE POTENCIA - ATE 100
CV -GHBR; UNID HIDR
NACELLE - AW3000

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).
66 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Diversos novos fabricantes de elementos estrutu- ladas e na condição de acabados, inclusive com
rais, credenciados no BNDES, tais como bastidor, furação, revestimento anticorrosivo e embala-
chassi de suporte ao gerador, quadro traseiro gem protetora. A empresa também fornece para
e principal foram identificados: LIEBHERR, MAU- o setor eólico insumos tais como: matéria-prima
SA, PAINCO, HKM, JUMBO e WEG. Ressalta-se para anéis (rolamentos) e fixadores. Conforme
que se tratam de componentes caldeirados, sendo comentado anteriormente, a GERDAU SUM-
que os fundidos seguem sendo fornecidos pela BR MIT deverá se constituir no segundo fornece-
METALS e ROMI. A MAUSA, além de fabricante dor nacional iniciar do eixo principal, a partir
de componente, fornece também os equipamen- do final de 2018. A ROMI está credenciada
tos e serviços de usinagem. Para a carenagem na no BNDES para fornecimento de componente
nacele, fabricada em material compósito, foram fundido do eixo.
identificadas a BFG e a VCI Moldes, enquanto que
para a carenagem de material metálico foi verifica- O sistema de Yaw é composto por engrenagem,
do o credenciamento da BR Metals. A VCI Moldes, motorredutores e redutores, freios, painel de
joint venture entre a canadense Composites VCI controle, sistema de acionamento e rolamento
e a nacional Molde Plásticos Reforçados, investiu do Yaw. Novos fornecedores para o rolamento
cerca de R$ 6 milhões para instalar sua fábrica de do Yaw são a SKF, a SHILLA e a LIEBHERR (que
componentes de geradores eólicos em Itupeva/SP também fornecem o rolamento do Pitch). Novas
(USINAGEM BRASIL, 2014). empresas identificadas para subcomponentes do
sistema de Yaw são: TGM, BREVINI, ANTEC e a
O SISTEMA DO Acessórios como anemôme- GE POWER CONVERSION.
tros e sensores de direção
EIXO PRINCIPAL É de vento, apesar de serem A talha, item da coluna C (BNDES, 2012) é
ainda importada por algumas montadoras,
COMPOSTO PELO opções da coluna C da tabela
embora já haja atualmente um fabricante na-
do BNDES (2012), ainda são
ROLAMENTO, importados. cional credenciado no BNDES, a KITO. Novas
empresas identificadas para fornecimento do
PELO EIXO E O sistema do eixo principal conversor são: a ABB, a GE POWER CON-
PELO SISTEMA DE é composto pelo rolamen- VERSION, a SANMINA-SCI e a WEG DRIVES &
to, pelo eixo e pelo sistema CONTROLS. Novos fabricantes de sistemas de
LUBRIFICAÇÃO/ de lubrificação/lubrifican- freios para aerogeradores, credenciados, são
LUBRIFICANTES tes. O rolamento do eixo a ALTRA e a ANTEC. Com relação ao siste-
principal, embora faça ma de travamento do rotor, diversos novos
parte da coluna B da Tabela do BNDES (2012) fornecedores locais foram identificados: GE /
(pelo menos cinco itens desta coluna devem ser GEVISA, GLUAL HIDRAULICA, HINE, PAINCO
de fabricação local), ainda é importado. Trata-se e VULKAN, além da WOBBEN. Para o sistema
de um item considerado bastante crítico e de de refrigeração, foram identificados a HINE e
alta exigência técnica. Já o eixo principal, outro a HYDAC, ambos credenciados no BNDES. O
item da coluna B da Tabela do BNDES (2012), slip ring (escova ou anel coletor), presente em
foi nacionalizado pela VILLARES METALS. algumas configurações de aerogerador continua
A VILLARES METALS produz eixos forjados sem fabricante local, assim como o acoplamento
flangeados podendo estes, ser de até 18 tone- (itens da coluna C da Tabela BNDES (2012).
CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 67

As montadoras que utilizam caixa de engrenagem fabricantes, correspondendo a 116 novos item-
em seus aerogeradores utilizam subcomponentes -fabricante. São então 77 itens e 131 fabrican-
específicos como o gerador e a caixa multiplicado- tes mapeados no total, correspondendo a 234
ra (gearbox). Atualmente já existem fornecedores relações item-fabricante, aumentando a média
locais de geradores: ABB, ANDRITZ HYDRO, GE de fabricantes por item para 3,0.
POWER CONVERSION e a INDAR, enquanto a
caixa de engrenagem segue sendo importada. A Tabela 2.6.1 apresenta a totalização das
Para o caso das montadoras que não utilizam relações novos item-fabricante identificados
caixa de engrenagem, fabricantes de elementos em relação ao total mapeado. A classificação
estruturais do rotor/estator que se credencia- “novos” foi atribuída com base no levantamento
ram desde 2014 foram a BR METALS, e a WEG. anterior (ABDI, 2014), isto é, considerando-se
os item-fabricante que aparecem neste levanta-
Novos subcomponentes identificados e respec- mento, mas que não constavam no anterior, e/
tivos fabricantes foram: coroa dentada – LIE- ou os item-fabricante que apareceram no estudo
BHERR, gear case – PAINCO, top box - JABIL e anterior, mas que ainda não estavam operantes
SANMINA-SCI. ou credenciados. Observa-se que praticamente
dobrou o número de relações item-fabricante,
Em 2014 foram mapeados 55 diferentes itens e sinalizando uma evolução significativa da cadeia
79 fabricantes, correspondentes a 119 relações produtiva, ainda que alguns destes já existissem
item-fabricante diferentes. Ou seja, uma média em 2014, mas não houvessem sido mapeados. A
de 1,5 fabricante1 para cada item. Em 2017 Figura 2.6.1 apresenta estes resultados de forma
foram identificados 22 novos itens e 52 novos agregada, por partes do aerogerador.
1. 1 A média de fabricantes por item é calculada pela
divisão da relação item/fabricantes pelo total de itens fabri-
cados.

1. A média de fabricantes por item é calculada pela divisão da relação item/fabricantes pelo total de itens fabricados.
68 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

TABELA 2.6.1
TOTALIZAÇÃO DOS NOVOS “ITEM-FABRICANTE” MAPEADOS

TOTALIZAÇÃO NOVOS ITENS X FORNECEDORES NOVOS TOTAL

FABRICANTES DE AEROGERADOR CREDENCIADOS NO BNDES (EM ATUAÇÃO) 1 6

FABRICANTES NACIONAIS DE TORRES DE AÇO 0 9

FABRICANTES NACIONAIS DE TORRES DE CONCRETO 3 7

FABRICANTES NACIONAIS DE PÁS EÓLICAS 0 4

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA TORRES DE AÇO 8 16

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA TORRES DE CONCRETO 4 9

FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS INTERNOS DAS TORRES 13 28

FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS E INSUMOS PARA PÁS 6 13

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO CUBO 16 30

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO ROTOR – SISTEMA DE PASSO 9 14

FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA NACELE 8 16

FABRICANTES NACIONAIS DO SISTEMA DE YAW 12 15

FABRICANTES NACIONAIS DE GERADORES (AEROGERADORES COM CAIXA DE ENGRENAGEM 3 4

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES ESPECÍFICOS PARA AEROGERADORES SEM


CAIXA DE ENGRENAGEM
2 9

FABRICANTES NACIONAIS DA CARENAGEM DA NACELE 3 6

FABRICANTES NACIONAIS DO SISTEMA DE TRAVAMENTO (ROTOR LOCK) 7 7


CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES 69

TOTALIZAÇÃO NOVOS ITENS X FORNECEDORES NOVOS TOTAL

FABRICANTES NACIONAIS DO CONVERSOR 4 6

FABRICANTES NACIONAIS DE TRANSFORMADORES 0 5

FABRICANTES NACIONAIS DE ACESSÓRIOS, CABOS E BARRAMENTOS 0 5

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO EIXO PRINCIPAL 3 8

FORNECEDORES NACIONAIS DE SERVIÇOS DE USINAGEM 3 3

FABRICANTES NACIONAIS DE OUTROS SUBCOMPONENTES DA NACELE 11 14

116 234

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

TABELA 2.6.1
TOTALIZAÇÃO DOS NOVOS “ITEM-FABRICANTE” MAPEADOS

Fabricantes subcomponentes nacele 57%

Fabricantes subcomponentes cubo / rotor 57%

Fabricantes pás e seus elementos e insumos 44%

Fabricantes torres e seus subcomponentes e insumos 38%

Fabricantes de aerogerador 17%

0 10 20 30 40 50 60

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.


70 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

03
CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO 71

Estratégia de
Compras na
Cadeia Produtiva
Brasileira
72 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

03. Estratégia de Compras


na Cadeia Produtiva
Brasileira
Conceitos Básicos
Desde a década de 80, a função de compras e de suprimentos passa a
receber mais atenção nas estratégias corporativas mais gerais, onde as
contribuições de Porter relativas aos conceitos de cadeia de valor e core
competences trouxeram à tona a importância estratégica do processo de
compras externas. Nesse sentido, o processo que se inicia por identifi-
car e categorizar itens de compras até a gestão de relacionamento com
fornecedores pode ser aperfeiçoado a partir de uma proposta de análise
estruturada e de tomada de decisão com o intuito de implementar dife-
rentes estratégias de compras externas e que foi apresentada em artigo
de 1983 de Peter Kraljic, publicado na Harvard Business Review.

Este método de análise sobre como determinados itens de compra


impactam os negócios (fatores internos) versus a avaliação da comple-
xidade para a obtenção de determinados produtos, componentes ou
serviços no mercado (fatores externos)1, está descrito na Figura 3.1.1.
1. 1 Disponível em: https://www.excentconsultoria.com.br/single-post/anali-
seeestrat%C3%A9giascategoriasdeaquisi%C3%A7%C3%A3o

1. Disponível em: https://www.excentconsultoria.com.br/single-post/anali-


seeestrat%C3%A9giascategoriasdeaquisi%C3%A7%C3%A3o
CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA 73

FIGURA 3.1.1

MATRIZ DE COMPRAS – A ABORDAGEM DE KRALJIC

Alto

ALAVAN CÁVEL E STRATÉ GI CO


IMPACTO NO NEGÓCIO

N ÃO CR ÍT ICO C RÍ TI CO

Baixo RISCO NO FORNECIMENTO Alto

Os fatores internos estão agrupados sob a alcunha “Impacto no Negócio” na Figura


3.1.1, podendo também ser denominada como “Impacto Financeiro no Negócio”,
“Gastos Relativos”, dentre outros. O Impacto no Negócio procura representar a
importância estratégica que os materiais e serviços comprados representariam
para a organização, sob a forma dos seguintes pontos:

1 Custo do produto como % do valor total de aquisições;

2 Influência da mudança de preço no resultado final da empresa;

3 Volume de compras; e

4 Flexibilidade de preço do produto.


74 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Os chamados fatores externos estão ligados à complexidade dos mercados forne-


cedores dos respectivos insumos ou serviços, por isso denominados de “Risco no
Fornecimento” (ver Figura 3.1.1), ou “Risco/ Dificuldade de Fornecimento”, “Com-
plexidade de Suprimento”. Para orientar o processo de ponderação pela equipe
envolvida na análise, são sugeridos os pontos abaixo:

1 Número de fornecedores;

2 Escassez de capacidade de fornecimento;

3 Padrão (Standard) x Específico;

4 Complexidade da especificação;

5 Complexidade do processo;

6 Requisitos ambientais, tecnológicos, qualidade; e

7 Volatilidade tecnológica e grau de inovação.

A matriz ou modelo de compras de Kraljic permite uma visão estratégica para a


área de compras das empresas, diferenciando os itens de seu B.O.M. (Bill of Mate-
rials) em quatro categorias, conforme seu impacto sobre o valor anual comprado e
sua incerteza de fornecimento:

1 Item Estratégico
O quadrante Estratégico é formado pela combinação de alta complexidade
no mercado fornecedor e alta importância interna do fornecimento. Desta
forma, o impacto nos resultados e na geração de valor das organizações atra-
vés da gestão da compra destes itens é significativa e os mercados fornece-
dores são complexos e com riscos significativos no fornecimento.

2 Item Alavancável
Este quadrante é destinado aos itens com baixa complexidade do forneci-
mento e alta importância interna da compra. Os impactos econômicos nas
negociações com fornecedores destes itens são significativos para a organi-
zação e, ao mesmo tempo, o risco associado ao fornecimento seria baixo.

3 Item Crítico ou Gargalo


Este quadrante é formado pela intersecção de baixo “Impacto no Negócio” e
alto “Risco no Fornecimento”. Neste caso, o grau de dependência da organi-
zação com relação aos fornecedores tende a ser alto, o número de fornece-
dores no mercado pequeno ou, ainda, as características técnicas do forne-
cimento são complexas. Em suma, existe grande dificuldade em desenvolver
novas fontes de fornecimento que atendam aos requisitos estabelecidos.

4 Item Não Crítico


Composto por itens de baixa complexidade do fornecimento e de baixa re-
presentatividade econômica e financeira para a empresa. Estes itens tendem
a possuir grande oferta de fornecedores e relativa simplicidade na substitui-
ção destes. Por outro lado, normalmente refere-se aos itens que demandam
muita atividade operacional da gestão de compras, dada a dispersão de itens.
CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA 75

É a partir da análise das características de cada quadrante da Matriz de Kraljic que


se sugere a adoção de estratégias genéricas de aquisição. Cabe ressaltar que a
compreensão destas estratégias e seu posterior desdobramento são os objetivos
finais da análise propiciada pela Matriz no âmbito de cada categoria. A Matriz de
Compras aborda os riscos internos e do mercado fornecedor e partindo da síntese
da Figura 3.1.2, são elencadas as abordagens estratégicas por quadrante.

FIGURA 3.1.2

DIRETRIZES GENÉRICAS DA MATRIZ DE COMPRAS

Alto

ALAVAN CÁVEL E STRATÉ GI CO


IMPACTO NO NEGÓCIO

(EST IMULAR CONCORR ÊNCIA ) (P RIO RIZ A R RELACIO NA MENTO)

N ÃO CR ÍT ICO C RÍ TI CO
(S IMPLIFICAR T R ANSAÇÕES) (GA RA NTIR A BASTECIMENTO)

Baixo RISCO NO FORNECIMENTO Alto

No quadrante “Crítico”, a estratégia de fornecimento mais relevante é a redução de


riscos de fornecimento dos respectivos itens. Esta estratégia se desdobra em três
principais abordagens, sendo que a primeira busca garantir fornecimento pelas fon-
tes atuais através de contratos de longo prazo. As outras duas abordagens tratam
de reduzir a dependência dos mercados fornecedores através do desenvolvimento
de fornecedores alternativos ou, ainda, por meio de mudanças nas especificações
técnicas dos insumos ou serviços.
76 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Os itens alavancáveis são aqueles com mais diversidade de abordagens emprega-


das com intuito de viabilizar a estratégia de maximização de ganhos. Esta estratégia
se concentra em dois pontos para alcançar seu objetivo: promover a competição
entre os fornecedores e estimular a adoção de itens substitutos. Sendo assim as
abordagens podem ser a de redução de preço por volume comprado, a substituição
de fontes de fornecimento, emprego de leilões, uso das RFX´s2 em processos de
cotação, renegociação das tabelas de preços entre outros.

Para os itens estratégicos, deve-se compreender que a proximidade com o fornece-


dor é essencial para a construção de parcerias ou mesmo de alianças estratégicas.
Para estes itens, cujo pêndulo do poder está do lado do fornecedor, e que são críti-
cos para os processos de produção, ou para o desempenho econômico-financeiro,
a geração da vantagem competitiva compartilhada é a estratégia. Os caminhos
para isso são o investimento conjunto e a estruturação de parcerias de longo prazo,
com estímulo à criação de uma relação aberta e de confiança. Outra alternativa é
produção em casa, o que se verifica em muitos casos.

Análise da Estratégia de
Compras na Cadeia Eólica
no Brasil
Uma análise da estratégia de compras da cadeia eólica brasileira foi realizada a
partir de levantamento de classificações obtidas diretamente com os fabricantes
de aerogeradores instaladas no Brasil. Classificações para um conjunto de 16
componentes/subcomponentes principais dos aerogeradores foram consolidadas
em uma única planilha possibilitando uma visão agregada da categorização Kraljic.
De acordo com esta visão agregada os itens principais dos aerogeradores estariam
distribuídos conforme gráfico da Figura 3.2.1.

1. 2 RFX’s se referem a um conjunto de ferramentas da área de compras: RFI (Request for informa-
tion), RFQ (Request for quotation),
1. RFP (Request for proposal), respectivamente pedido de informação, pedido de cotação e pedido de propos-
ta, que visam padronizar e organizar o processo de compras.

2. RFX’s se referem a um conjunto de ferramentas da área de compras: RFI (Request for information),
RFQ (Request for quotation), RFP (Request for proposal), respectivamente pedido de informação,
pedido de cotação e pedido de proposta, que visam padronizar e organizar o processo de compras.
CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA 77

FIGURA 3.2.1

CLASSIFICAÇÃO GERAL DE ITENS NA MATRIZ DE COMPRAS

AL AVAN CÁVEL E STRATÉ G I CO

24% 60%

NÃO CR ÍT ICO C RÍ TI CO

10% 6%
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Chama a atenção que a cadeia produtiva da eólica,


Percebe-se, portanto, a necessidade de um grande
pelo menos no Brasil, tem como característica
esforço das empresas fabricantes dos aerogerado-
uma grande quantidade de itens considera-
res no gerenciamento de suas compras e nas nego-
dos estratégicos e alavancáveis e poucos itens
ciações com fornecedores uma vez que o mercado
considerados críticos ou gargalo. Cabe ressaltar
fornecedor é de elevada complexidade e há riscos de
que o conceito de “gargalo” ou crítico da Matriz
fornecimento. A construção de parcerias estratégi-
de Kraljic (baixo valor anual comprado ou baixo
cas cliente-fornecedor, a participação acionária em
impacto nos negócios, mas alto risco de forneci-
fornecedores e a integração vertical são algumas das
mento) difere um pouco do conceito de gargalo
estratégias utilizadas pelos fabricantes de aerogera-
mais amplo utilizado neste relatório – se referindo
dor no mercado brasileiro. Por exemplo, conforme
a limitações ou dificuldades tais como: capacidade
comentado anteriormente, a Wobben tem no país
produtiva limitada ou falta de capacidade, baixa
suas próprias unidades produtivas de pás e torres,
competitividade de custo e restrições no trans-
a GE recentemente adquiriu um fabricante de pás
porte de componentes.
(LM), a Gamesa tem participação acionária no fabri-
78 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

cante de torres Torrebras e a Nordex/Acciona que Os poucos itens considerados críticos no con-
opera com fábricas de torres de concreto próprias, ceito de Kraljic também tem recebido atenção
montadas próximas aos parques eólicos com projeto dos fabricantes. As estratégias geralmente têm
e processo próprios patenteados e, ainda, mesmo se voltado para o desenvolvimento de novos
que em nível global adquiriu a SSP Technologies, fornecedores, sendo que também há alguns
fabricante dinamarquesa de pás eólicas. casos de mudanças nas especificações técnicas,
como por exemplo no caso da substituição de
Para itens alavancáveis, onde os impactos econô- flanges laminadas (sem costura) por flanges
micos nas negociações são muito significativos, caldeiradas e soldadas (com costura).
em geral, as estratégias de compras dos fabrican-
tes de aerogerador têm sido focadas no desenvol- Uma visão desta classificação por item/compo-
vimento de mais de um fornecedor por item a fim nentes é apresentada na Figura 3.2.2.
de aumentar seu poder de barganha.

FIGURA 3.2.2

CLASSIFICAÇÃO POR ITEM/COMPONENTE NA MATRIZ DE COMPRAS

0
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TE
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SIS

TR

SIS
RS
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(IM
IN

ÍTEM ESTRATÉGICO ÍTEM NÃO-CRÍTICO


ÍTEM ALAVANCÁVEL ÍTEM CRÍTICO

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.


CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA 79

De acordo com a Figura 3.2.2, a torre, o gerador, mento. Verifica-se também que há uma diversidade
os fundidos, a caixa de engrenagem e a carenagem de avaliações entre as montadoras para alguns
da nacele e do cubo são os principais itens conside- itens, o que por vezes pode estar relacionado com
rados estratégicos. O transformador e o sistema a tecnologia do aerogerador (com ou sem caixa de
de freios, por outro lado, são unanimidade entre as engrenagem) e/ou com o maior ou menor grau de
montadoras como itens de baixo risco de forneci- verticalização de sua cadeia de fornecimento.
80 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Mapeamento
das Empresas
Fabricantes
de componentes
e fabricantes de
subcomponentes
e insumos
VELOCIDADE DOS VENTOS

> 8.5 M/S


7.0 - 8.5 M/S
6.0 - 7.0 M/S
5.0 - 6.0 M/S
< 5.0 M/S

MAPA 1 MAPA 2

Fabricantes Fabricantes de
de Aerogerador, Subcomponentes
Torres e Pás e insumos
AEROGERADOR NACELE

TORRES TORRES

PÁS PÁS/ROTOR

Número
de Empresas do Setor

6 16 4 88 53 57
(1 NOVA) (3 NOVAS) (56 NOVAS) (25 NOVAS) (31 NOVAS)

TOTAL EM 2017 NÃO EXISTIAM EM 2014 (NOVAS)


CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA 81

Evolução
da Capacidade Produtiva
2014 2017

Montadoras de Aerogeradores
Capacidade total de 1.428 unidades

IMPSA

GE

WOBBEN
SIEMENS
GAMESA
ALSTOM
ANORDEX
CCIONA
WEG

VESTAS

0 200 400 600

Fabricantes de Torres de Aço


Capacidade total de 1.190 unidades

GESTAMP

TORREBRAS

ENGEBASA

ALSTOM

INTECNIAL

SCS A

BRASIL SAT

T.E.N.

Capacidade vs. Demanda 0 200 400 600

em unidades de Aerogeradores
Fabricantes de Pás Eólicas
1.800
Capacidade total de 7.000 unidades
1.350
TECSIS
900
WOBBEN
450
LM WIND
POWER
0
2014 2015 2016 2017 2018 AERIS

CAPACIDADE DEMANDA ANUAL 0 2.000 4.000 6.000


82 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

04
CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO 83

Conclusões e
Sugestões
84 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

04. Conclusões e
Sugestões
Principais Conclusões
no Comparativo com o
Estudo de 2014
Os Quadros a seguir apresentam de forma sistematizada as percepções
coletadas nos questionários enviados às montadoras, comparativa-
mente às conclusões do estudo de 2014 (ABDI, 2014), sobre diversas
características da cadeia produtiva, abrangendo: visão geral da cadeia,
requisitos do FINAME/BNDES, competitividade, indústria nacional de
bens seriados, desenvolvimento de tecnologia e fatores logísticos.
CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES 85

FIGURA 4.1.1

VISÃO GERAL DA CADEIA PRODUTIVA

2014 2017

SISTEMÁTICA As montadoras de aerogeradores realizam A gestão da cadeia de suprimentos continua sendo


DE COMPRAS suas aquisições tanto por sistemas como por chave para o fornecimento dos aerogeradores. As
componente. Há empresas mais verticalizadas relações entre as montadoras e seus fornecedores
e outras que preferem terceirizar a fabricação tornaram-se cada vez mais cruciais, em um
de diversos componentes. A regra do BNDES primeiro momento em função das necessidades
é a grande influenciadora na estratégia de de atendimento às regras de conteúdo local
suprimentos das montadoras e a gestão da cadeia do BNDES e posteriormente pela redução da
produtiva é atividade-chave neste processo. demanda. As montadoras têm buscado melhorar
sua competitividade e manter a sustentabilidade de
sua cadeia produtiva.

MOTIVAÇÕES Motivos para a não aquisição de componentes Os fatores preponderantes são custo e
PARA IMPORTAÇÃO e subcomponentes no mercado nacional, são: disponibilidade. O custo de alguns componentes
DE BENS custos internos maiores; falta de capacidade ou eólicos produzidos no Brasil é superior aos
capacidade produtiva local limitada; capacidades importados. Desta forma, a importação é
ociosas em outros países; preferência por geralmente preferida apesar de exigir uma logística
fornecedores globais; ausência de fabricantes mais extensa e onerosa. x
locais (e homologados) para determinados itens.

BENS COM MAIOR Resina e fios/tecidos de fibra para Pás, massas e Anéis forjados para rolamentos e flanges, freios do
POTENCIAL / revestimentos para o acabamento de Pás, flanges gerador, componentes ainda não nacionalizados
INTERESSE PARA forjados para torres de aço, elementos internos das que não compõe a tabela Finame, como internos
NACIONALIZAÇÃO
torres, elementos estruturais da nacele e gerador, de torres (tomadas, luminárias). Bens como
gerador, sistemas de passo, de Yaw e de controle, gerador, caixa multiplicadora e rolamento do eixo
anemômetros, sensores, caixa de engrenagem e principal, embora sejam itens potenciais, pois não
imãs permanentes. há fornecedor local, são de difícil nacionalização
e, portanto, há baixo interesse por parte das
empresas neste processo.

VISÃO GERAL DA A indústria de energia eólica instalada no Brasil Os problemas de competitividade da cadeia
CADEIA PRODUTIVA é atrativa e está em fase de estruturação e produtiva decorrem da intermitência recente da
NACIONAL adequação ao mercado, e enfrenta diversas demanda e baixa escala quando se comparam
dificuldades na busca por sua consolidação. Os alguns componentes de alto custo com similares
principais gargalos verificados estão relacionados importados e, ainda, da capacidade limitada de
à falta de competitividade dos itens de produção produção para alguns itens. Há empresas com
local frente aos importados e à falta de capacidade potencial para atuar no setor, mas o atual cenário
produtiva de componentes e subcomponentes. de contratação de energia no Brasil, juntamente
Alguns empresários do setor ressaltam, com a burocracia e dificuldade nos processos de
adicionalmente, a falta de experiência dos homologação e desenvolvimento dos fornecedores
fabricantes locais. tem desincentivado estes movimentos.
86 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 4.1.2

REQUISITOS DA FINAME/BNDES

2014 2017

REQUISITOS DO Como consequência dos requisitos de conteúdo Todos os fabricantes credenciados atingiram
FINAME / BNDES local, o BNDES aponta investimentos em 20 os requisitos finais propostos pela metodologia
novas unidades industriais, concluídas ou em fase de credenciamento. Para tal mais de 50 novos
de construção, e na ampliação, remodelagem e/ investimentos foram identificados pelo BNDES
ou instalação de novas linhas de produção em incluindo novas fábricas, adequações ou expansões.
14 unidades industriais existentes. Há ainda a Dos 27 itens listados na metodologia (tabelas 1 e
perspectiva de mais outros investimentos em elos 2), apenas 6 itens não foram nacionalizados. Foram
importantes da cadeia. desenvolvidas novas plataformas mais modernas e
o processo de homologação de novas máquinas tem
sido contínuo.

GARGALOS Falta capacidade ou há capacidade limitada Fundidos: 2 empresas credenciadas no FINAME/


PRODUTIVOS basicamente para flanges, tecidos de fibra, BNDES
PARA rolamentos e fundidos e usinados de grande porte Caldeirados: 2 empresas credenciadas no
ATENDIMENTO
e maior complexidade. FINAME/BNDES
REQUISITOS
FINAME /BNDES Forjados: Ainda há apenas um fabricante
(UNIFORJA) para os anéis destinados a
fabricação de forjados e rolamentos, embora haja
fornecedores em processo de instalação (GERDAU
e GALPERTI).
Outros: sistema de controle da pá (limitação em
capacidade para algumas montadoras); elementos
de fixação.
CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES 87

FIGURA 4.1.3

COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA/CUSTOS

2014 2017

CUSTOS DOS Os maiores custos para componentes e O aço nacional segue sendo considerado o
INSUMOS subcomponentes produzidos localmente estão insumo excessivamente mais caro do que o
relacionados principalmente ao custo interno da aço de fornecedores no exterior. A variação
chapa de aço. O aço é a principal matéria-prima dos dos custos dos insumos produtivos nacionais
aerogeradores que usam torres de aço. O custo da estaria, em média, 30% maior na comparação
chapa importada é 30% inferior ao custo da compra com a compra do mercado internacional (Chinês,
feita localmente, da Usiminas, atualmente única Indiano ou Coreano).
fornecedora deste tipo de aço no País. Há ainda
outros monopólios em termos de materiais, como
o aço para os fundidos (GERDAU), o aço-silício
(APERAN), a resina epóxi (DOW) e os tecidos de
fibra de vidro (OWES CORNING) das Pás.

CUSTOS Apontadas desvantagem para o Brasil na Os custos financeiros de maior impacto seriam:
FINANCEIROS competição no mercado internacional em encargos da mão de obra e impostos, além dos
E IMPACTO NA decorrência da elevada carga tributária que custos logísticos (pedágios, licenças federais,
COMPETITIVIDADE
incide na cadeia produtiva nacional, de custos etc.). Os custos de mão de obra com os encargos
mais elevados com transporte e logística e pela seriam similares aos da Europa, porém ainda
composição do custo de mão de obra, resultando muito acima da Ásia.
em um posicionamento de inferioridade em relação Os fatores de maior impacto na competitividade
a diversos países. da indústria nacional seriam (nesta ordem):
• Câmbio (componentes importantes ainda são
importados ou comprados no Brasil em dólar
como moeda de referência);
• Baixa escala de produção local para alguns
componentes/insumos;
• Condições mais elevadas dos fatores de
produção (encargos sobre a mão de obra, capital,
infraestrutura, etc.) em comparação a realidade
de outros países;
• Elevada carga tributária/impostos não
recuperáveis.
88 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 4.1.4

INDÚSTRIA NACIONAL DE BENS SERIADOS

2014 2017

FUNDIDOS, Os itens de grande porte fabricados por processos Considera-se ainda limitada a capacidade da
FORJADOS de forjaria, fundição e/ou usinagem de alta precisão, indústria nacional para estes itens. Existem
E USINADOS em sua maioria, representam gargalos potenciais poucos fornecedores (dois) para fundidos. A
DE GRANDES
na cadeia produtiva da indústria eólica nacional. atratividade para a entrada de novos fornecedores
DIMENSÕES
Há também dificuldades logísticas associada ao depende da demanda e escala ao longo dos anos.
fluxo produtivo do cubo. As empresas instaladas no Os fornecedores necessitam ser acionados
País teriam capacidade para produzir com precisão pelos fabricantes de turbinas eólicas no início de
e qualidade elevada, mas não na produtividade desenvolvimento de novas turbinas para terem
desejada. Os recursos existentes em termos de condições de atender às necessidades específicas
maquinário não permitem o alcance de níveis de para aerogeradores de maior potência.
produtividade similares aos de fábricas na Europa.
As montadoras, inclusive, optam algumas vezes por
adaptar o projeto destes componentes às condições
de máquinas locais, de forma a facilitar o processo
produtivo e assim obter maior produtividade.

FIGURA 4.1.5

DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA NACIONAL

2014 2017

CAPACIDADE DA O conhecimento mais difundido no País Em geral, é considerada baixa a capacidade


INDÚSTRIA NACIONAL abrange principalmente a tecnologia de tecnológica da indústria nacional, especialmente em
EM DESENVOLVER montagem dos aerogeradores, os processos itens de maior valor agregado. O desenvolvimento
TECNOLOGIA LOCAL
de fabricação de torres de aço e de concreto de tecnologias para o setor está muito centralizado
e os processos de fabricação de grandes nas matrizes das grandes empresas, normalmente
componentes. O conhecimento específico para situadas nos EUA ou Europa. No Brasil estão
o desenvolvimento do projeto da maior parte sendo realizadas adaptações / tropicalização das
destes componentes ainda é pequeno e, dado especificações dos produtos. Poderia contribuir
o potencial de geração de tecnologia no País, neste sentido a criação de programas envolvendo a
poderia ser consideravelmente incrementado. indústria, universidades e entidades afins. Apenas
Existem empresas locais com potencial para o duas das montadoras instaladas no Brasil tem uma
desenvolvimento tecnológico de componentes estrutura de P&D local.
e projeto de aerogeradores.
CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES 89

FIGURA 4.1.6

FATORES LOGÍSTICOS

2014 2017

ITENS CRÍTICOS PARA A carenagem da nacele, as pás, as seções de Continuam sendo considerados itens críticos
TRANSPORTE torres e os fundidos. os grandes componentes como pás, naceles,
seções de torres, fundidos de grande porte.
Estes componentes, devido ao excesso de peso
ou dimensão, exigem a presença de equipe de
batedores, licenças especiais e transporte em
horários alternativos pré-estabelecidos.

GARGALOS Para a logística dentro do território nacional Falta de embarcações para o transporte marítimo
LOGÍSTICOS faltam navios especializados que possam de cabotagem, infraestrutura dos portos e rodovias
proporcionar um serviço de transporte deficientes ou subdimensionadas para o porte dos
marítimo de cabotagem confiável, regular componentes eólicos, incluindo algumas obras de
e competitivo para as “cargas de projeto”. arte (pontes) condenadas. Apesar dos avanços
Há ainda dificuldades com a infraestrutura institucionais e administrativos observados
dos portos brasileiros e seu elevado custo no Departamento Nacional de Infraestrutura
de operação (em algumas localidades). No de Transportes - DNIT e a PRF, em termos do
caso do modal rodoviário, faltam caminhões entendimento dos aspectos logísticos intrínsecos
especiais no mercado e também rotas (malha do setor, ainda é limitada a capacidade de suporte
rodoviária) adequadas à entrega dos produtos. de ambas as instituições.
Estas dificuldades, somadas às condições
(em geral) ruins das estradas brasileiras, e às
longas distâncias a percorrer, resultam em
custos de frete elevados, onerando o preço dos
aerogeradores.
90 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Sugestões
A seguir, são apresentadas as principais sugestões para fomentar o desen-
volvimento e sustentabilidade da cadeia produtiva do setor eólico brasileiro,
recebidas dos fabricantes do setor:

1 Garantia de uma demanda interna mínima para maior previsibilidade e


para investimentos e melhorias em produtividade

As oportunidades para o desenvolvimento e sustentabilidade da cadeia eólica


podem ser mais facilmente aproveitadas a partir de um planejamento estável
e de longo prazo, associando o desenvolvimento industrial ao crescimento do
setor de energia renovável. Conforme apontado no estudo anterior, uma po-
lítica energética mais alinhada com uma política industrial desenvolvimentista
consideraria em seu planejamento a manutenção de um volume mínimo
anual de contratações de energia renovável no mercado regulado, ou pelo
menos mais estável. Este volume e previsibilidade permitiriam a maturação
da indústria, através de novos investimentos e modernização de maquinários,
levando a ganhos de produtividade e então maior competitividade. Com pre-
visibilidade seria possível inclusive recuperar empresas que estão atualmente
em dificuldade.

2 Aprimoramento das regras de conteúdo local a partir de um amplo deba-


te envolvendo os diversos agentes econômicos que constituem a cadeia
produtiva de energia eólica no País

A metodologia do BNDES para credenciamento e verificação de conteúdo local


para aerogeradores fabricados no Brasil entrou em vigor no final de 2012, vindo a
sofrer posteriormente alguns ajustes nos prazos de nacionalização de componen-
tes e subcomponentes. Passados quase cinco anos, parece oportuna reavaliação
da metodologia por parte do BNDES, com vistas ao seu aprimoramento, a partir
da análise do cenário atual e considerando a perspectiva dos diversos atores que
compõem a cadeia produtiva. Algumas sugestões recebidas são, por exemplo:
a “premiação” de fornecedores/componentes que contribuem de forma mais
incisiva para ganho de tecnologia e geração de empregos no País; a avaliação
da real condição de determinado item no Brasil quanto a requisitos mínimos de
custo, qualidade e entrega; (Diversas outras sugestões já foram citadas em estudo
anterior (ABDI, 2014)). Neste sentido, é fundamental a mobilização da indústria
através da promoção de fóruns de debate que possibilitem a estruturação de pro-
postas de aprimoramento consistentes, representativas e alinhadas com os objeti-
vos de “ampliação da quantidade de componentes nacionais nos equipamentos,
promovendo a fabricação, no País, de peças com alto conteúdo tecnológico e uso
intensivo de mão de obra, sofisticando o parque produtivo nacional e gerando
empregos de qualidade” (TN PETRÓLEO, 2014).
CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES 91

3 Concessão / reequilíbrio de incentivos tributários para matérias-primas,


componentes e produtos

No estudo de 2014, diversas críticas foram feitas ao REIDI - Regime Especial


de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura - e a desequilíbrios
quanto a isenção de ICMS e mesmo PIS/COFINS1. Além do tratamento dos
desequilíbrios fiscais, uma preocupação atual parece ser a ocorrência de
tributação em cascata, a qual afeta toda a cadeia.

4 Melhorias na produtividade das empresas do setor

Segundo as empresas âncoras do setor, há oportunidades para a melhoria


da produtividade de fabricantes nacionais através do desenvolvimento
de programas de capacitação, consultoria e apoio, extensível também
a pequenos fornecedores nas proximidades dos parques. Há aspectos
tecnológicos a serem trabalhados, assim como melhorias na gestão das
empresas. Contribuem neste sentido os incentivos a P&D para melhorias
de processos e produtos, e/ou desenvolvimento de outras políticas que
direcionem a cadeia para o caminho da melhoria de sua produtividade e
competitividade. Conforme citado no estudo anterior, a identificação das
competências necessárias e a avaliação do nível de prontidão dos fabrican-
tes frente a elas serviria de base de informações para ações de desen-
volvimento de fornecedores. Questões mais estruturantes, transversais,
também precisam ser tratadas pelo governo, como a promoção de um
ambiente de investimentos, de concorrência, de PD&I, etc.

Um dos fatores mais importantes para melhoria da produtividade e custo é a de-


manda com escala que proporcione retorno aos investimentos propostos. Fator
esse preponderante nos países onde a cadeia produtiva se instalou e conseguiu
atingir níveis de competitividade que permitiram a exportação de componentes.

A eventual entrada de grandes grupos de investidores internacionais no Brasil, os


quais não necessitariam de aporte de capital do BNDES para seus projetos, pode
representar uma ameaça à cadeia nacional, caso não aconteçam estas melhorias.

5 Desenvolvimento de competitividade para exportação

Atualmente a exportação de aerogeradores com alto conteúdo local é considera-


da inviável. O País já foi grande exportador de pás eólicas, em função da possi-
bilidade de utilização do drawback, mas há baixa competitividade para diversos
outros componentes onde o drawback não seria o fator importante de competi-
tividade. Nas condições atuais, a exportação é vista, em geral, apenas como uma
opção temporária, para passar, com esforço, o período de escassez do mercado
interno. Existem mecanismos fiscais, como drawback, que permitem montar uma
nacele no Brasil com competitividade para exportar para a América Latina.

1. 1 “O REIDI – Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura foi insti-


tuído em 2007 para desonerar do PIS e da Cofins as aquisições de produtos realizadas pelos investidores
de obras de infraestrutura (PAC), sendo que o segmento de geração de energia eólica foi um dos benefi-
ciários mais importantes. As empresas de bens de capital sob encomenda, fabricantes de aerogeradores e
1. “Ocomponentes,
seus REIDI – Regime Especial
porém, de Incentivos
não foram autorizadas para o Desenvolvimento
a ser da Infraestrutura
co-habilitadas aos projetos habilitadosfoi
noinstituído
regime em 2007 para desonerar do PIS e da Cofins as aqui-
sições de especial.
tributário produtosComo
realizadas pelos investidores
estes fabricantes tem suasde obrasconcentradas
vendas de infraestrutura (PAC),
geralmente sendonos
apenas quemercados
o segmento de geração de energia eólica foi um dos benefi-
ciários mais importantes.
de infraestrutura, ocorre que Aspraticamente
empresas detodas bensasdevendas
capitalrealizadas
sob encomenda, fabricantes
acabam gerando de aerogeradores
enorme acúmulo de e seus componentes, porém, não foram autorizadas
a ser co-habilitadas
créditos de PIS/ Cofins.aos projetos
Ainda habilitados
segundo no regimeoutro
alguns fabricantes, tributário especial.
desequilíbrio dizComo estes
respeito ao fabricantes
ICMS. Existetem
um suas vendas concentradas geralmente apenas
nos mercados
decreto de infraestrutura,
e um convênio de ICMS pelo ocorre
qual as que praticamente
montadoras todas as vendas
de aerogeradores podem realizadas acabam
adquirir suas gerando enorme acúmulo de créditos de PIS/ Cofins. Ainda
matérias-pri-
segundo alguns fabricantes,
mas e componentes com o NCM outro desequilíbrio
8503.00.90 o qualdiz respeito
é isento ao ICMS.
de ICMS. Existe um decreto
Os fornecedores e umaoconvênio
destes itens com- de ICMS pelo qual as montadoras de aerogeradores
podem adquirir
prar materiais nosuas matérias-primas
mercado local, de formae acomponentes com o NCM
atender os requisitos 8503.00.90
do BNDES o qualnacional,
de conteúdo é isentorecebem
de ICMS. Os fornecedores destes itens ao comprar materiais
no mercadodo
a incidência local,
ICMSdeem
forma
12%,a 18%,
atender
etc...ose requisitos
vendem para doasBNDES de conteúdo
montadoras nacional,
os produtos recebem
acabados sob o aNCM
incidência do ICMS em 12%, 18%, etc... e vendem para as
montadoras
8503.00.90 com os produtos acabados
0% de ICMS, havendosobnovamente
o NCM 8503.00.90
um acúmulo com 0% de ICMS,
de créditos. havendo
De forma novamente
similar a questão um acúmulo de créditos. De forma similar a questão do
PIS/Cofins,
do PIS/Cofins,alguns
algunsprofissionais
profissionaisdodo setor defendemque
setor defendem queo oICMS
ICMS deveria
deveria serser estendido
estendido à cadeia
à cadeia ou então eliminado, de forma a efetivamente beneficiar o
ou então
setor”(ABDI,2014).
eliminado, de forma a efetivamente beneficiar o setor”(ABDI,2014). .
92 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Uma demanda consistente e escala que viabilize automação da produção e


investimentos em dispositivos de fabricação permitiriam a construção de
uma cadeia produtiva mais competitiva também em nível internacional que é
fundamental para sua sustentabilidade no longo prazo. Algumas sugestões para
melhorar a competividade da cadeia para exportação seriam: focar a produção
local em itens onde o Brasil tem mais oportunidade de controle (não dependem
tanto de volatilidade de preços de comoditties internacionais); desenvolver
melhores condições para exportação – ferramentas, incentivos específicos e
financiamento com alguma flexibilidade na regra de conteúdo local (pelo menos
temporariamente); desenvolver uma política de exportação mais centrada em
negócios; promoção de debates envolvendo fabricantes, governo, e associa-
ções / entidades, para discutir alternativas de melhoria da competitividade
para exportação; apoio / capacitação dos fornecedores para melhoria de seus
processos produtivos e aquisição de tecnologias que permitam atingir os níveis
de produtividade mundiais; melhorias nas questões tributárias e logísticas (isen-
ções/reduções fiscais, por exemplo), transportes e processos alfandegários.

6 Fortalecer e estimular a cadeia brasileira nos componentes e subcompo-


nentes onde ela tem maior potencial para competir internacionalmente

Isto é, incentivar com maior ênfase o desenvolvimento de componentes e


subcomponentes onde as condições e competências locais para seu desen-
volvimento, fabricação e exportação sejam mais favoráveis.

Observações
Diversas outras sugestões, como por exemplo as voltadas à melhoria da
infraestrutura logística do País, foram apresentadas no estudo de 2014 e não
receberam novas contribuições neste levantamento. Assim, estas sugestões não
estão sendo reapresentadas nesta atualização.

Para a realização de atualizações e estudos futuros, recomenda-se a ABDI (prefe-


rencialmente em parceria com as associações do setor) a construção e manutenção
permanente de uma base de dados próprias com identificação dos fabricantes e de
seus representantes e respectivos contatos.

Dificuldades foram encontradas na realização deste estudo especialmente para


o mapeamento dos serviços para o setor eólico. Este mapeamento poderá ser
adicionado futuramente a este estudo a partir da mobilização de pelo menos um
pequeno grupo mais representativo dos empreendedores e desenvolvedores, para
colaboração com informações de seus fornecedores.

Diversas informações apresentadas neste relatório serão disponibilizadas pos-


teriormente em formato gráfico e interativo, incluindo localização geográfica dos
fabricantes e dos parques eólicos implantados e em construção.
CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES 93
94 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

05
CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO 95

Referências
Bibliográficas
96 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

05. Referências
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98 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO 99

Anexo I
Itens que
Compõem a Cadeia
Produtiva de Bens
e Serviços
100 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

I. Anexo I
Itens que Compõem a
Cadeia Produtiva de
Bens e Serviços1
1

BENS –
PARTES E COMPONENTES1
Os bens que compõe a cadeia produtiva da indústria eólica compreen-
dem o aerogerador e os itens de infraestrutura do parque eólico, como
fundações e os equipamentos necessários para conexão à rede elétrica,
tais como: transformadores, subestação, cabos e inversores.

O aerogerador é considerado o item crítico do sistema, pois representa


geralmente mais de 60% do investimento de um parque eólico. Trata-se
de uma máquina complexa, de grande porte, com capacidades variando
atualmente entre 1,5 e 3 MW (caso dos parques Onshore). Os aerogera-
dores principalmente utilizados em escala de utilidades são os com rotor
de eixo horizontal do tipo hélice, composto normalmente por três pás.
A Figura 1 ilustra os componentes básicos dos aerogeradores de eixo
horizontal e diferentes configurações existentes em termos de tamanho
e formato de nacele, presença ou não de caixa multiplicadora e tipo de
gerador utilizado (convencional ou multipolos).
1. 1

1. Este anexo foi retirado integralmente do “Mapeamento da Cadeia Produtiva da


Indústria Eólica no Brasil”, publicado pela ABDI em 2014.
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 101

FIGURA 1

COMPONENTES BÁSICOS DE AEROGERADORES DE EIXO HORIZONTAL EM DIFERENTES CONFIGURAÇÕES

PÁS EIXO GERADOR TORRE


CUBO CAIXA NACELE

Fonte: Adaptado de: CRESESB (2008).


102 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

TOPOLOGIAS DE AEROGERADOR
Diferentes tecnologias de aerogeradores têm sido desenvolvidas nas últimas déca-
das. Dependendo da tecnologia, pode haver componentes e/ou subcomponentes
específicos, bem como pode haver diferenças em sua disposição no aerogerador.
As diferentes tecnologias de aerogerador podem ser classificadas segundo os
seguintes conceitos (UPWIND, 2007):

1 Velocidade de rotação: velocidade fixa (VF); velocidade variável limitada


(VVL); velocidade variável (VV);

2 Regulagem de força ou mecanismo de controle: controle estol (stall); controle


de estol ativo; controle de passo (pitch);

3 Trem de acionamento (drive train): com caixa de engrenagem (multiplicadora);


sem caixa de engrenagem (acionamento direto);

4 Tipo de gerador: gerador de indução (assíncrono) com rotor de gaiola (squirrel


cage induction generator - SCIG); gerador de indução com rotor ventilado (wou-
nd rotor induction generator - WRIG); gerador de indução duplamente excitado
(doubly fed induction generator (DFIG); gerador síncrono de excitatriz com ímãs
permanentes (permanent magnet synchronous generator - PMSG); gerador sín-
crono excitado eletricamente - com enrolamento de campo (electrically excited
synchronous generator - EESG).

O gerador síncrono chama-se alternador e o gerador assíncrono também se


designa de indução. O nome síncrono se deve ao fato da máquina operar com uma
velocidade de rotação constante sincronizada com a frequência da tensão eléctrica
alternada aplicada aos terminais da mesma, ou seja, devido ao movimento igual de
rotação, entre o campo girante e o rotor é chamado de máquina síncrona (sincronis-
mo entre campo do estator e rotor). Os geradores assíncronos rodam com uma ve-
locidade superior à velocidade de sincronismo, existindo escorregamento do rotor
em relação ao campo girante. A máquina assíncrona não necessita de excitatriz.

Conforme o conceito de velocidade de rotação, diferentes combinações de meca-


nismos de controle, acionamento e tipo de gerador foram desenvolvidas. A seguir
estes diferentes conceitos são abordados em maior detalhe.
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 103

GERADOR DE INDUÇÃO COM ROTOR DE GAIOLA (SQUIRREL CAGE INDUCTION


GENERATOR - SCIG)

A topologia dominante nos anos 80 e 90 é a conhecida como “conceito dinamarquês”: velocidade


fixa, controle estol, caixa de engrenagem de múltiplo estágio e gerador de indução com rotor de
gaiola (SCIG) conectado diretamente à rede através de um transformador. A Figura 2 apresenta
esta topologia de forma esquemática.

FIGURA 2

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO SCIG

SCIG
GRID

G E A R B OX

CAPACI TOR

Este sistema evoluiu posteriormente para um sistema de duas velocidades utilizando um gerador
SCIG com polo mutável. Obteve-se assim maior eficiência das pás e redução de ruído a baixas velo-
cidades. Este conceito tem sido usado pela Vestas, Made (atualmente Gamesa) e Nordex. Geral-
mente o número de polos dos aerogeradores comerciais deste tipo é de 2 ou 3 pares, requerendo
uma caixa de engrenagem de 3 estágios. Não há conexão elétrica entre o estator e o rotor.

A introdução do controle de estol ativo permitiu a virada da pá, melhorando a eficiência de extra-
ção de potência da máquina (o passo da pá do rotor é girado na direção do estol e não na direção da
posição de embandeiramento - menor sustentação - como é feito em sistemas de passo normais).
Este sistema tem sido usado pela Siemens e Vestas. O controle de passo vira as pás no sentido
contrário do mecanismo de estol ativo e necessita de acionamento mais potente, com algumas
desvantagens para o caso de aerogeradores de grande porte.
104 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

GERADOR DE INDUÇÃO COM ROTOR VENTILADO (WOUND ROTOR


INDUCTION GENERATOR - WRIG)

Nos anos 90 a Vestas passou a adotar o conceito de velocidade limitada conheci-


do como OptiSlip. Este conceito utiliza um conversor eletrônico de potência para
controlar a resistência do rotor (slip) e um gerador de indução com rotor ventilado
(WRIG), similar ao SCIG. Fabricantes como Vestas e Suzlon utilizam este conceito,
esquematizado na Figura 3.

FIGURA 3

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO WRIG

WRIG
GRID

GEA R B OX

CONVER TER

A partir dos anos 90, os aerogeradores de capacidade maior que 1,5MW passa-
ram a utilizar o conceito de velocidade variável proporcionando maior qualidade
de geração de energia, entre outros benefícios. Um aerogerador com sistema de
velocidade variável geralmente utiliza mecanismo de controle de passo, caixa de
engrenagem multi-estágio, conversor eletrônico de potência e são possíveis dife-
rentes conceitos de gerador: DFIG, SCIG e PMSG.
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 105

GERADOR DE INDUÇÃO DUPLAMENTE EXCITADO (DOUBLY FED


INDUCTION GENERATOR - DFIG)

O gerador de indução duplamente excitado (DFIG) é o tipo geralmente utilizado


para aerogeradores de grande porte. O princípio básico de operação é similar ao
SCIG, porém a potência ativa do rotor pode ser controlada pela corrente do con-
versor paralelo ao rotor, conforme esquema da Figura 4.

FIGURA 4

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO DFIG

DFIG
GRID

G EARBOX

CO N VERTER

O sistema com gerador SCIG precisou ser modificado, com a introdução de


um conversor de potência, para permitir a operação com velocidade variável.
Comparativamente ao conceito dinamarquês, este sistema tem a desvantagem
de maior custo, associado ao elevado custo do conversor de larga escala (full
scale converter). A Siemens utiliza este conceito, esquematizado na Figura 5, em
alguns modelos comerciais.
106 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 5

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO SCIG COM CONVERSOR DE LARGA ESCALA

G RID

GE ARBOX CO N VERTER

SCIG

GERADOR SÍNCRONO DE EXCITATRIZ COM ÍMÃS PERMANENTES


(PERMANENT MAGNET SYNCHRONOUS GENERATOR - PMSG)

Uma alternativa ao tipo DFIG é o gerador síncrono de excitatriz com ímãs perma-
nentes (PMSG) com conversor de larga escala. O custo dos componentes eletrô-
nicos é menor e não são utilizadas escovas. Esta tecnologia tem sido usada pela
Gamesa (Made), GE e Clipper, e é representada esquematicamente na Figura 6.

FIGURA 6

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO PMSG COM CONVERSOR DE LARGA ESCALA

G RID

GEARBOX CO N VERTER

PMSG
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 107

A partir de 1991, aerogeradores com acionamento direto (sem caixa de engrenagem)


começaram a surgir como forma de reduzir as falhas associadas à caixa de engrena-
gem e minimizar problemas de manutenção. A principal diferença entre os geradores
com e sem caixa de engrenagem é a velocidade de rotação do gerador. O gerador de
acionamento direto gira a baixa velocidade porque o rotor do gerador está conec-
tado diretamente ao cubo do rotor das pás, sendo necessária então a produção de
uma taxa de torque elevada. Como consequência, o gerador de acionamento direto
é geralmente mais pesado que o com caixa de engrenagem. Para maior eficiência e
diminuição de peso de partes ativas, os geradores de acionamento direto são projeta-
dos com diâmetro maior e menor passo de polo, conforme Figura 7.

FIGURA 7

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO ACIONAMENTO DIRETO SÍNCRONO

FIXED SHAFT GENERATOR ROTOR

LOW -SPEED SHAFT GENERATOR STATOR


108 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Há dois conceitos principais de gerador no mercado sem a utilização de caixa de


engrenagem: o tipo EESG e o tipo PMSG.

GERADOR SÍNCRONO EXCITADO ELETRICAMENTE - COM


ENROLAMENTO DE CAMPO (ELECTRICALLY EXCITED SYNCHRONOUS
GENERATOR - EESG)

O Tipo EESG, gerador síncrono excitado eletricamente com enrolamento de cam-


po, é o mais comumente utilizado pelos fabricantes com tecnologia sem caixa de en-
grenagem. É construído com um sistema com enrolamento de campo e não requer
o uso de imãs permanentes, os quais agregariam um custo adicional significativo ao
gerador. Por outro lado, o custo do conversor necessário é considerável, reque-
rendo componentes eletrônicos mais caros e necessitando refrigeração intensiva.
Este conceito, esquematizado na Figura 8, é utilizado pela Enercon/Wobben, que o
denomina de gerador anelar (annular generator).

FIGURA 8

ESQUEMA DE UM GERADOR DE ACIONAMENTO DIRETO DO TIPO EESG

EESG
G RID

CO N VERTER

CO NVERTER

Recentemente, o uso de geradores do tipo PMSG tem se tornado mais atrativo pela
melhoria de desempenho e diminuição dos custos dos ímãs e outros componentes
eletrônicos. Empresas como WEG (tecnologia Northern) e IMPSA (tecnologia
Vensys) utilizam este conceito, representado esquematicamente na Figura 9.
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 109

FIGURA 9

ESQUEMA DE UM GERADOR DE ACIONAMENTO DIRETO DO TIPO PMSG

PMSG
GRID

CO N VERTER

Há ainda sistemas com utilização do conceito de velocidade variável, com gerador


de ímãs permanentes e caixa de engrenagem planetária de estágio único. Este
conceito, apresentado na Figura 10, foi introduzido pela Multibrid e é também
utilizada pela WinWind.

FIGURA 10

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO PMSG COM CAIXA DE ENGRENAGEM DE ESTÁGIO ÚNICO

GRID

G EARBOX CO N VERTER

PMSG

Outra variação é o conceito apresentado pela DeWind, com utilização de caixa de


engrenagem de 2 estágios, hidrodinâmica. Vários outros conceitos estão sendo
desenvolvidos, tais como: gerador de indução linear, geradores de relutância comu-
tada e geradores de indução sem escovas (brushless doubly fed induction generators-
BDFIGs), mas que ainda não são comercializados de forma ampla no mercado.
110 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

PRINCIPAIS COMPONENTES DE UM
AEROGERADOR DE EIXO HORIZONTAL
Como visto anteriormente, o aerogerador é constitu- le a uma altura conveniente ao seu funcionamento.
ído pelos seguintes componentes básicos: torre; pás, As torres podem ser do tipo cônica ou treliçada e
cubo do rotor, eixo, nacele, gerador, e, dependendo da construídas a partir de diferentes materiais (CUS-
tecnologia, caixa de engrenagem (Figura 1). Uma ou- TÓDIO, 2013). As torres cônicas podem ser de
tra subdivisão possível é a que separa os componen- aço laminado ou concreto protendido, e as torres
tes principais em (AWEA, 2011; POLYTEC, 2009): treliçadas utilizam aço galvanizado. Há também as
rotor (compreendendo as pás, o cubo, rolamentos chamadas torres (cônicas) híbridas, onde a parte de
e mecanismos de controle); trem de acionamento baixo da torre (cerca de 60 metros) é construída em
(compreendendo o eixo principal, sistema de freios, concreto e a parte superior é feita em aço. As duas
caixa de engrenagem – se houver, e eixo secundário partes são acopladas através de um anel de transi-
(se houver); nacele (considerando carenagem em ção. A definição do tipo de torre / material depende
fibra, sistema de Yaw (guinada), peças estruturais e de fatores como custo, altura do aerogerador,
equipamentos auxiliares); sistema de força elétrica facilidade de transporte, montagem e manutenção.
(contendo gerador, conversor ou inversor – se algum, De maneira geral, pode-se dizer que as torres de
cabos internos e transformador); e a torre. aço cônicas são mais utilizadas em alturas menores,
na faixa de 80 a 100 metros, enquanto as torres de
A abertura dos componentes e subcomponentes concreto, híbridas ou as treliçadas são mais empre-
para uma visão única de árvore de produto é gadas em alturas maiores, acima de 100 metros. As
dificultada pelas diferentes tecnologias utilizadas torres treliçadas são mais comumente empregadas
pelos fabricantes e também pelas diferentes siste- em situações que requerem uma logística simplifi-
máticas de compras e nomenclaturas utilizadas. A cada, como instalações em locais de difícil acesso.
fim de facilitar este processo e permitir a elabo- Para o caso de torres “ultra-altas” (na faixa dos 200
ração da relação de itens produtivos previstas metros), há ainda tecnologias que empregam ma-
no projeto, será considerada prioritariamente a deira na construção ou então utilizam um esqueleto
sistemática e taxonomia adotada pelo BNDES interno de aço envolto em tecido arquitetônico de
para fins de credenciamento dos aerogeradores alta resistência (BRAZIL, 2013).
no FINAME2. Nesta sistemática os aerogeradores
são divididos em dois grandes grupos – com e sem Nos parques eólicos instalados no Brasil são mais
caixa de engrenagem. E a subdivisão dos compo- comuns as torres cônicas de aço e as híbridas
nentes é feita considerando-se: torre, pá, cubo (utilizadas pela Wobben). Recentemente as torres
e nacele. A seguir os principais componentes e totalmente de concreto vêm ganhando espaço
subcomponentes são brevemente descritos. no mercado brasileiro e novos fabricantes estão
atualmente desenvolvendo protótipos no país.

TORRE A Figura 11 ilustra alguns itens componentes


forjados da estrutura das torres de aço cônicas.
As torres são as estruturas responsáveis pela sus-
tentação e posicionamento do conjunto rotor-nace-
1. 2 Ver site BNDES para maiores detalhes - http://
www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Ferramen-
tas_e_Normas/Credenciamento_de_Equipamentos/credenci-
amento_aerogeradores.html
2. Ver site BNDES para maiores detalhes - http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Ferramentas_e_Normas/Creden-
ciamento_de_Equipamentos/credenciamento_aerogeradores.html
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 111

FIGURA 11

COMPONENTES FORJADOS – TORRES DE AÇO CÔNICAS.

4. 1.

FLANGE
INFERIOR

3.

MARCO 2.
DE PORTA NACELE

2.

FLANGE
INTERMEDIÁRIA

1.

3. 4.

FLANGE
SUPERIOR

Fonte: Disponível em: <http://www.grupoiraeta.com/products.php?opc=windtowersector >.Acesso em: 02 set. 2013.


112 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

As torres representam de 20 a 25% do custo do 850 toneladas apenas em sua parte estrutural.
aerogerador. No caso das torres cônicas de aço, são Além dos componentes estruturais, que corres-
utilizadas de 100 a 200 toneladas deste material, pondem a cerca de 90% do custo de material,
dependendo da altura - aproximadamente 98% da fazem parte das torres uma série de componentes
torre é feita de aço. Neste caso a torre correspon- internos, tais como: escadas, elevadores3, platafor-
dendo a cerca de 65% do peso do aerogerador. As mas, suportes, guard-rails, etc. A Figura 12 apresen-
torres de concreto são bem mais pesadas, atingido ta alguns dos internos das torres.
1. 3 Na metodologia do BNDES o elevador é considerado
um item associado à nacele.

FIGURA 12

INTERNOS DA TORRE:

Fonte: Disponível em: <http://www.hailo-professional.de/prof_public/products.php?b=6>. Acesso em 07/09/13

3. Na metodologia do BNDES o elevador é considerado um item associado à nacele.


ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 113

O Quadro 1 traz uma abertura detalhada dos itens e insumos utilizados em torres
cônicas de aço e concreto.

QUADRO 1

ITENS E INSUMOS UTILIZADOS EM TORRES CÔNICAS

TORRE (20 A 25% DO CUSTO DO AEROGERADOR)

Chapas de aço laminado


Flanges
Fixadores (parafusos ou elementos de conexão)
ESTRUTURA TORRE DE AÇO
Portas
Escotilhas
Revestimentos (pintura)

Concreto (pré-moldados)
• Cimento, areia, brita, água, aditivos plastificantes
Moldes
ESTRUTURA TORRE DE CONCRETO Insertos metálicos
Cabos de aço de protensão
Revestimentos (pintura)
Produtos de montagem dos pré-moldados (adesivos)

Escadas
• Etiquetas de identificação
Cimento, areia, brita, água,
aditivos plastificantes
Elevador
Plataformas
Suportes (brackets) e acessórios
ELEMENTOS INTERNOS
Sistemas de proteção contra-quedas
• Cabo, fixador, trava-queda, correia, corda
• Cerca, porta da cerca
Guard-rails
Passa-cabos (pipe-rack ou eletrodutos)
Cabos
Iluminação

A Figura 13 detalha a utilização de fixadores, que além de serem usados na cone-


xão das seções das torres, também é utilizado nas fundações, na conexão do rotor
com a nacele e na fixação das pás ao rotor.
114 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 13

UTILIZAÇÃO DE FIXADORES NO AEROGERADOR

4.

FIXADORES PARA
PÁS DOS ROTORES

3.
3.
4.

FIXADORES
PARA GERADOR

2.

2.

FIXADORES PARA TORRES


TUBULARES E ESTAIADAS

1.

1.

CHUMBADORES
PRA FUNDAÇÃO

Fonte: Disponível em:< http://www.august-friedberg.com/produkte/windenergie_por.asp>. Acesso em 02/09/13.


ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 115

ROTOR
O rotor compreende basicamente as pás – 3 por aerogerador (tipo comercial de
grande porte mais comum) e o cubo onde são fixadas. As pás são os elementos
que interagem diretamente com o vento. São perfis aerodinâmicos de 30 a 70
metros de comprimento (instalações Onshore) fabricados em material compó-
sito – resina epóxi ou poliéster reforçada com fibra de vidro e/ou carbono – e
representam cerca de 22% do custo do aerogerador e 7% de sua massa (6 a 10
toneladas cada uma). As pás normalmente recebem um acabamento superficial
para proteção do compósito às intempéries, à base de gel-coat e/ou revestimen-
tos poliuretânicos. O “bordo de ataque”, superfície que está em atrito direto com
vento, chuva e particulados em altas velocidades, é a região mais crítica, passível
de desgaste por erosão.

Em termos estruturais a pá consiste em um casco externo, formado por 2 con-


chas unidas de material compósito, suportado por uma viga principal ou estrutura
central (mastro ou alma). Os materiais compósitos podem ser de 2 tipos: lamina-
dos – várias camadas de materiais compósitos unidas – e sanduíche – camadas
externas finas de laminado com um núcleo central de baixa densidade constituído
por materiais como madeira balsa, espuma de PVC, PU ou PET. A fabricação do
casco e viga central é feita geralmente por processos de infusão, utilizando-se
moldes especiais, mas também pode ser por pré-impregnação – processo “Pre-
preg”. Estas estruturas são posteriormente coladas com adesivos à base de epóxi.
A Figura 14 apresenta em detalhe os elementos que compõe uma pá, e as fotos
da Figura 15 ilustram o processo de fabricação e montagem das pás.
116 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 14

ELEMENTOS DE UMA PÁ EÓLICA

LIGHTNING
RECEPTORS BLADE TIP
• Down bla de lenght LIGHTNING
INTERNAL RECEPTOR
REINFORCEMENT
• For example, shear web
LAMINATE
LAYER

ROUND
LEADING EDGE

CYLINDRICAL BLADE TIP


ROOT SECTION
• Often manufactured
separately and later
joined with internal
reinforcements.

UPPER SURFACE
SANDWICH SHELL

LOWER SURFACE
LAMINATE SANDWICH SHELL
LAYER

TRALLING
EDGE
SIDE VIEW OF BLADE
BLADE ROOT ROUND LOWER TRALLING
• Bolted to blade bearing LEADING SURFACE EDGE
• Diameter big enough to EDGE
walk/ crawl into

COMMON
‘IKEA’ BLT
CONNECTION

LOWER
SURFACE
Fonte: Disponível em: <http://www.windpowermonthly.com/article/1137943/service-maintain-wind-turbine-blade>. Acesso .em 07/09/13
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 117

FIGURA 15

PROCESSO DE FABRICAÇÃO E MONTAGEM DE PÁS EÓLICAS

Fonte: WALCZYK, 2010.


118 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Outro componente da pá é a raiz de inserção. Trata-se de um item crítico, fabricado


separadamente, mas que depois é integrado à pá. Este item é ligado ao cubo do
rotor de turbina utilizando-se fixadores de metal (T-bolt) colados ou fixados meca-
nicamente na raiz, conforme Figura 16.

FIGURA 16

RAIZ DE INSERÇÃO E FIXADORES

T-BOLT

Fonte: GURIT WE Handbook.

As pás são fixadas em uma estrutura metálica à frente do aerogerador (à frente da


nacele) denominada cubo. O cubo é uma peça única de ferro fundido, de alta precisão
de fundição e usinagem, construída com liga de alta resistência. Sua massa varia de 7
a 20 toneladas (AWEA, 2011) e seu custo é de aproximadamente 1,4% do custo do
aerogerador (SUPPLY, 2007). O cubo acomoda os rolamentos para fixação das pás
e os mecanismos e motores para o ajuste do ângulo de ataque das pás – o sistema
de passo (pitch)4. (O sistema pás e cubo respondem então por 10 a 14% do peso do
aerogerador e por 20 a 30% do custo da máquina (ANCONA; McVEIGH, 2001)).

1. 4 Os aerogeradores modernos utilizam dois diferentes prin-


cípios de controle aerodinâmico para limitar a extração de potência
à potência nominal do aerogerador. São chamados de controle
estol
4. (Stall) e controle
Os aerogeradores de passo
modernos utilizam (Pitch).
dois diferentes No passado,
princípios de controle a maioria para
aerodinâmico doslim-
aerogeradores
itar usavam
a extração de potência o controle
à potência estol simples;
nominal do aerogerador. atualmente,
São chamados de controle en-
estol (Stall)
tretanto,
e controle decom o aumento
passo (Pitch). No passado,doa tamanho das máquinas,
maioria dos aerogeradores usavam oos fabricantes
controle estol simples;
atualmente, entretanto, com o aumento do tamanho das máquinas, os fabricantes estão optando pelo
estão optando pelo sistema de controle de passo, que oferece maior
sistema de controle de passo, que oferece maior flexibilidade na operação das turbinas eólicas. Nos
flexibilidade
últimos na operação
anos uma mistura de controledas turbinas
por estol eólicas.
e de passo Nos
apareceu, o últimos
conhecido “estolanos
ativo”. Neste
umao passo
caso, mistura
da pá de controle
do rotor é girado por estoldoeestol
na direção dee passo apareceu,
não na direção da posiçãoodeconhecido
embandeira-
“estol(menor
mento ativo”. Neste como
sustentação) caso, o passo
é feito em sistemadadepá donormais.
passo rotor Maiores
é girado na sobre
detalhes direçãoestes
do estol
sistemas e não
podem na direção
ser verificados da posição
em UpWind de embandeiramento
(2007) e Cresesb (2008). (menor
sustentação) como é feito em sistema de passo normais. Maiores
detalhes sobre estes sistemas podem ser verificados em UpWind
(2007) e Cresesb (2008).
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 119

A Figura 17 apresenta fotos/ilustrações do cubo e seus subcomponentes.

FIGURA 17

CUBO DO ROTOR E SUBCOMPONENTES.

Fonte: Disponível em <http://www.solaripedia.com/13/201/2017>. Acesso em 06/10/13.

O Quadro 2 apresenta a abertura dos itens e insumos utilizados nas Pás e no


Cubo do Rotor.
120 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2

ITENS E INSUMOS UTILIZADOS NAS PÁS E CUBO DO ROTOR

ROTOR (APROX. 20 A 30% DO CUSTO DO AEROGERADOR)

Estrutura da pá (casco externo, mastro interno ou alma e raiz de inserção)


• Resina epóxi ou poliéster
• Tecido de fibra de vidro
• Tecido de fibra de carbono
• Espuma de PVC
PÁS • Madeira Balsa
• Massas e revestimentos de proteção
Fixadores (parafusos T-bolt) e porcas (Barrel Nut)
Sistemas acessórios
• Sistema antiraios
• Sistema antigelo

Carcaça do cubo (fundido e usinado)


Carenagem do cubo
• Resina epóxi ou poliéster
• Tecido de fibra de vidro
Rolamento do passo (pitch)
• Anel
CUBO • Base
Sistema do passo (pitch)
• Acionamento do passo / motorredutor
• Painel de controle do passo
• Bloco hidráulico para controle do passo
• Cilindros do passo
Extensores
Sistema de lubrificação
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 121

NACELE
A nacele é a carcaça montada sobre a torre que contém uma série de compo-
nentes e subcomponentes tais como: eixo, gerador, caixa multiplicadora (quando
usada), transformador, sistema de Yaw, etc. O tamanho e o formato da nacele são
variáveis de acordo com os componentes e sua disposição em seu interior (CUS-
TÓDIO, 2013). As maiores variações são entre aerogeradores que utilizam caixa
de engrenagem e os que não utilizam – com acoplamento direto.

A nacele pode conter, dependendo da tecnologia/configuração do aerogerador,


uma série de Elementos Estruturais, de aço, como a estrutura principal (main
frame ou bed plate ou main carrier), o quadro e o bastidor traseiro, que suportam
os diversos componentes nela inseridos. O Eixo Principal, construído em aço ou
liga metálica de alta resistência, é o responsável pelo acionamento do gerador,
transferindo a energia mecânica da turbina. O Gerador transforma a energia
mecânica de rotação em energia elétrica e pode ser de diferentes tipos, con-
forme visto anteriormente. Muitas tecnologias de gerador necessitam do uso
de Conversores de frequência, para controle da onda de saída, constituindo-se
de um retificador e um inversor. O Transformador é o equipamento que eleva a
tensão de geração ao valor da rede elétrica a qual o aerogerador está conectado.
O transformador pode ser instalado no interior da nacele, no interior da torre ou
mesmo externamente, acoplado à torre ou no chão. O Sistema de Yaw tem a fun-
ção de alinhar a turbina com o vento. Este sistema compreende um motor elétrico
que gira a nacele sobre a torre com auxílio de um rolamento – Rolamento do Yaw,
e também engrenagens para o ajuste da velocidade de giro (CUSTÓDIO, 2013).
A Caixa Multiplicadora, quando existente, representa a maior massa da nacele e
também uma grande fração de seu custo (cerca de 13%). Localiza-se entre o rotor
e o gerador, de forma a adaptar a baixa rotação do rotor à velocidade de rotação
mais elevada do gerador (CRESESB, 2008). É um item que necessita de manu-
tenção intensiva e que representa, portanto, uma fonte de possíveis falhas. Exige
o uso de um Sistema Hidráulico com bombas, trocadores de calor e sistemas de
comando para lubrificação e refrigeração. No caso de aerogeradores sem caixa
de engrenagem, o gerador utilizado é o de polos salientes (ou multipolos) com o
estator em forma de anel (CUSTÓDIO, 2013). O Quadro 3 apresenta o detalha-
mento dos principais componentes e subcomponentes da nacele.
122 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 3

COMPONENTES E SUBCOMPONENTES DA NACELE

NACELE (APROX. 35 A 50% DO CUSTO DO AEROGERADOR)

Elementos estruturais
• Quadro principal (main frame)
• Quadro traseiro (rear frame)
• Bastidor
• Parafusos estruturais
Talha
Carenagem da nacele
• Resina epóxi ou poliéster
• Tecido de fibra de vidro
Acessórios
• Luzes de sinalização
• Anemômetro (medidor de velocidade do vento)
• Sensor de direção do vento
• Outros sensores
• Para-raios
Eixo Principal
• Rolamentos do Eixo Principal
• Sistema de lubrificação
Rolamento Yaw
Sistema de Yaw
• Sistema de acionamento do YAW (motorredutor)
• Painel de controle do YAW
Conversor/Inversor
Transformador
Sistema de freios
Sistema de travamento do rotor
Painel de Proteção Elétrica
Cabos/barramento
Unidade hidráulica
Sistema de refrigeração da nacele
Slip Ring

AEROGERADOR COM CAIXA Gerador


Caixa Multiplicadora
• Habitáculo
• Engrenagens planetárias
• Rolamentos
• Mangueiras
• Sistema de torque
• Sistema de lubrificação
• Sistema de resfriamento

AEROGERADOR SEM CAIXA Gerador – Estator


• Elementos estruturais do estator
• Resina de impregnação
• Núcleo magnético
• Bobinas
Gerador – Rotor
• Elementos estruturais do rotor
• Tampa do rotor
• Imãs permanentes
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 123

BENS NECESSÁRIOS À MONTAGEM DO


PARQUE
Além dos aerogeradores existem outros itens necessários à montagem e funcionamen-
to de um parque eólico. Anteriormente à instalação das torres, é necessária a prepara-
ção das bases ou fundações, em concreto armado, como ilustrado na Figura 18.

FIGURA 18

PREPARAÇÃO DE FUNDAÇÃO PARA FIXAÇÃO DA TORRE

Fonte: Wobben/Enercon

São necessárias ainda instalações de: cabos de média tensão e de comunicação


para interligação dos aerogeradores e as conexões destes com a subestação; uma
subestação; equipamentos elétricos, tais como centros de transformação, inver-
sores, grandes disjuntores, conectores, cubículos compactos de média tensão; um
edifício de comando; linhas de transmissão do edifício até a subestação coletora
do SIN (Sistema Integrado Nacional). A Figura 19 ilustra a subestação e edifício de
comando de um parque eólico.
124 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 19

SUBESTAÇÃO E EDIFÍCIO DE COMANDO

Fonte: CPFL Renováveis

Além dos bens a serem instalados no parque, há bens que são utilizados durante a
sua construção, tais como guindastes especiais, para grandes alturas e com capa-
cidade até 750 toneladas e veículos especiais para movimentação e transporte de
componentes específicos, como ilustrado nas fotos da Figura 20.
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 125

FIGURA 20

GUINDASTES E VEÍCULOS ESPECIAIS

Fonte: CPFL Renováveis


126 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

RELATÓRIO DOS SERVIÇOS


Diversos são os serviços que fazem parte da cadeia produtiva da Eólica, os quais
podem ser classificados principalmente conforme a fase do desenvolvimento
de projetos eólico a que se relacionam. Os projetos de parques eólicos seguem
basicamente 4 grandes fases: desenvolvimento do projeto, negociação, execução
ou implantação e operação e manutenção. Uma subdivisão possível para os
serviços seria: serviços de desenvolvimento de projetos de parques, serviços de
apoio à negociação com fornecedores e compradores / leilão, serviços de apoio
a pré-construção, serviços para implantação dos parques – logística e execução
de obras, serviços de operação e manutenção; além de serviços associados à
certificação de aerogeradores e treinamento técnico.

A Figura 21 ilustra as fases de um projeto eólico.

FIGURA 21

FASES DE UM PROJETO EÓLICO

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
CONTRUCTION
• Project Management
• Construction monitoring
• Owner’s Engineer

FEASIBILITY DEVELOPMENT PRECONSTRUCTION CONTRUCTION OPERATION

Fonte: GL Garrad Hassan


ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 127

SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO DE
PROJETOS
O desenvolvimento de projetos de parques eólicos pode ser conduzido, em boa
parte, internamente pelas equipes próprias das empresas geradoras de energia /
proprietários de parques, ou ser totalmente contratado de empresas especializa-
das nesta prestação de serviços. O desenvolvimento de projetos envolve basica-
mente as seguintes atividades e subatividades apresentadas no Quadro 4.

QUADRO 4

SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS

SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE PARQUES EÓLICOS

Identificação e seleção de áreas


Serviços topográficos e de sondagem
PROSPECÇÃO DE ÁREAS Suporte para análise fundiária
Contratos para arrendamento de terrenos e permissões
Estudos de conexão à rede de transmissão

Revisão de restrições
Projeto conceitual do parque eólico
Mapeamento / medição do vento
Medição de Potência
ESTUDOS DE VIABILIDADE
Análise energética – estimativa de produção
Análise financeira
Revisão da conexão à rede
Avaliação de incertezas

Elaboração de estudos ambientais


Monitoramento do vento
Elaboração de projeto básico / leiaute
Avaliação das condições do site e rendimento energético
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO Suporte para conexão à rede
Suporte para seleção do aerogerador
Elaboração de projeto construtivo
Processos técnicos e legais junto a ANEEL
Licenciamento e registro do projeto
128 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

SERVIÇOS DE APOIO À NEGOCIAÇÃO


Há empresas que oferecem serviços de apoio à negociação com fornecedores, para
atuação nos leilões para comercialização de contratos, e apoio também na relação
com investidores. O Quadro 5 resume estas atividades.

QUADRO 5

SERVIÇOS DE APOIO À NEGOCIAÇÃO

SERVIÇOS DE APOIO À NEGOCIAÇÃO

Elaboração de termo de referência de fornecimento


NEGOCIAÇÃO COM FORNECEDORES
Suporte para avaliação de propostas de fornecedores

Apoio ao leilão
NEGOCIAÇÃO COM COMPRADORES
Comercialização de contratos de energia – trading

Elaboração de relatórios para investidores


RELAÇÃO COM INVESTIDORES
Due Diligence

SERVIÇOS DE EXECUÇÃO
Os serviços de execução incluem uma fase preliminar – de pré-construção e a fase
de construção e montagem propriamente dita. Para a construção podem ser con-
tratadas diversas empresas individualmente ou contrata-se uma empresa que se
responsabiliza por todas as atividades de construção e montagem – modelo turnkey.
A montagem do aerogerador é geralmente de responsabilidade do fornecedor do
aerogerador, o qual pode então assumir as outras obras configurando o turnkey. Os
serviços prestados nesta fase são apresentados no Quadro 6.
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 129

QUADRO 6

SERVIÇOS DE EXECUÇÃO DO PROJETO DO PARQUE

SERVIÇOS DE EXECUÇÃO

Realização de leilões de contratação e aquisição


Elaboração / revisão do projeto elétrico e civil
PRÉ-CONSTRUÇÃO Gestão da conexão com a rede
Avaliação do rendimento energético formal
Due diligence técnica

Gestão do projeto / execução


Coordenação e supervisão do trabalho
Transporte dos módulos do aerogerador
Engenharia e gestão do trânsito de grandes cargas
Movimentação de cargas
Construção e montagem local
Monitoramento da construção
CONSTRUÇÃO E MONTAGEM
Inspeções e auditorias
Engenharia do proprietário
EPC elétrico
EPC civil
Elevação e montagem eletromecânica
Comissionamento e start-up
Vigilância ambiental da obra

SERVIÇOS DE OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO
Os produtores de energia geralmente terceirizam as atividades de operação e ma-
nutenção do parque eólico (controle da produção de energia e planos de manuten-
ção preventiva). Estas atividades são contratadas principalmente dos fornecedores
das máquinas (aerogeradores) na forma de serviço de pós-venda de longo prazo.
Também os sistemas elétricos do parque, compreendendo desde as subestações
unitárias até as conexões com as redes de transmissão e distribuição de energia,
requerem serviços de manutenção.

Estes diversos serviços de O&M oferecidos / contratados, bem como outros rela-
cionados a fase de exploração do parque são apresentados no Quadro 7.
130 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 7

SERVIÇOS DE O&M

SERVIÇOS DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO

Operação do parque
Serviços de controle integrado e monitoramento remoto
Comunicação com o ONS (Operador Nacional do Sistema)
Análise e desempenho da produção
Análise da disponibilidade
Medições e controle de grandezas elétricas
Medições acústicas
Medições de curva de potência
O&M
Inspeção preventiva
Manutenção preventiva e corretiva
Diagnóstico de falhas
Auditoria de qualidade e segurança
Limpeza e tratamento de superfície das turbinas/alpinismo
Grandes reparações de aerogeradores
Retrofitting de aerogeradores
Manutenção e reparação de pás

Comprovação de garantias
EXPLORAÇÃO Ensaios de rendimento
Vigilância ambiental na exploração

OUTROS SERVIÇOS
Além dos vários serviços apresentados anteriormente há ainda diversos outros,
tais como: treinamento / capacitação profissional; certificações de turbinas, compo-
nentes e projetos; estudos de inteligência de mercado, estudos sobre políticas e
regulação; seguros, incluindo gerenciamento de riscos em todas as fases de um pro-
jeto eólico, bem como gestão de sinistros; financiamento de projetos, geralmente
bancos de fomento e desenvolvimento como o BNDES e outros bancos estaduais,
mas também podem envolver bancos privados; etc.
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 131

Outro tipo de serviços que ainda pode ser citado é o que envolve o projeto dos
aerogeradores e seus componentes. Há empresas especializadas, em geral es-
trangeiras, dedicadas ao desenvolvimento de projetos para posterior comercia-
lização ou licenciamento.

CADEIA DE VALOR DE BENS


E SERVIÇOS
A cadeia de valor pode ser descrita como compreendendo as seguintes atividades
principais: fornecimento de materiais (para os aerogeradores), fornecimento
de componentes e subcomponentes, montagem do aerogerador (manufatura),
fornecimento de serviços (logística e operações), produção ou geração de energia,
distribuidores de energia (uso final) e pesquisa e desenvolvimento. A seguir cada
uma destas atividades é abordada em maior detalhe.

MATERIAIS
Um grande número de materiais é usado na fabricação de aerogeradores. Os
materiais considerados mais importantes são: aço, fibra de vidro, resinas (para
compósitos e adesivos), materiais para o núcleo da pá, imãs permanentes e cobre
(DOE/GO, 2008).

O Quadro 8 apresenta a listagem dos principais materiais e respectivos componen-


tes do aerogerador onde são utilizados.
132 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 8

MATERIAIS E RESPECTIVOS COMPONENTES

MATERIAL COMPONENTE OBSERVAÇÕES

Cerca de 98% de uma torre


cônica de aço é aço. (aprox. 89%
AÇO LAMINADO Torre de aço, rotor e estator, estrutura da nacele, maquinário
do aerogerador em peso é aço,
(CALDEIRADOS) (sistema hidráulico, de controle, de lubrificação...)
para o caso dos aerogeradores
com torres de aço).

Composição do concreto:
cimento, areia, brita, água e
aditivos plastificantes.
Em aerogeradores com torre de
CONCRETO Torre de concreto, bloco da fundação (base do aerogerador)
aço, cerca de 1,3% em peso do
total é concreto (fundações).
Uma torre de concreto tem massa
de aprox. 850 ton.

Coroas dos rolamentos do rotor (sistema de passo), e do


AÇO FORJADO
sistema de Yaw, eixo principal, flanges da torre

Cubo do rotor, internos da torre, caixa de engrenagem,


Aprox. 0,8% em peso do
ALUMÍNIO transformador, carenagens, cabos
aerogerador.

FERRO FUNDIDO (CAST IRON) Cubo do rotor, caixa de engrenagem, gerador, mancais, eixo É o material da carcaça do cubo.

Ver Fibra de vidro e Resina. O


fabricante do componente faz
GFRP (PLÁSTICO REFORÇADO a infusão da fibra com resina.
COM FIBRA DE VIDRO - Pás, carenagem (habitáculo) da nacele, carenagem do cubo Cerca de 95% em peso da pá é
COMPÓSITO) material compósito e adesivos.
Representa aprox. 5,8% em peso
do aerogerador.

CFRP (PLÁSTICO REFORÇADO Ver Fibra de carbono e Resina. O


COM FIBRA DE CARBONO - Pás fabricante do componente faz a
COMPÓSITO) infusão da fibra com resina.

Insumo para o compósito GFRP,


FIBRA DE VIDRO Pás, carenagem (habitáculo) da nacele, carenagem do cubo
70 a 75% em peso da pá.

FIBRA DE CARBONO Pás Insumo para o compósito CFRP.


ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 133

MATERIAL COMPONENTE OBSERVAÇÕES

RESINA (EPÓXI OU POLIÉSTER) Pás, carenagem (habitáculo) da nacele, carenagem do cubo Insumo para o compósito.

Cerca de 5% em peso da pá e
MADEIRA BALSA Pás
0,4% do aerogerador.

Cerca de 15% em peso da pá e


ADESIVOS Pás
1,1% do aerogerador.

AÇO SILÍCIO Núcleo magnético Gerador do tipo EESG

IMÃS PERMANENTES (TERRAS


Gerador Gerador do tipo PMSG
RARAS)

Gerador, estator, transformador, maquinários da nacele, caixa Aprox. 1,6% em peso do


COBRE
de engrenagem, cabos aerogerador.
134 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
Fabricantes deste estágio da cadeia são normalmente focados em um determinado
componente e não produzem outros. Um fabricante de aerogeradores normal-
mente trabalha com dois ou três fornecedores para cada componente essencial,
de modo a não depender de um único fornecedor. São comuns contratos de longo
prazo ou são estruturados acordos de forma a garantir um fornecimento contí-
nuo e de alta qualidade (GODOY, 2008). No caso de fabricantes multinacionais, é
comum a seleção de fornecedores com base na cadeia de fornecimento global da
empresa. Atualmente a seleção de fornecedores para parques no Brasil está sendo
influenciada pelas regras de concessão de financiamento, que privilegiam uma base
de fornecedores locais, conforme já comentado anteriormente.

MANUFATURA
A etapa de manufatura está na verdade mais relacionada à montagem do cubo do
rotor e da nacele do aerogerador, uma vez que os demais grandes componentes,
como a torre e a pá, são geralmente adquiridos ou subcontratados de terceiros.
A montagem final do aerogerador ocorre diretamente no parque eólico, com a
instalação da torre e posterior acoplamento da nacele e do rotor.

As empresas que projetam e montam os aerogeradores (cubo e nacele) são conhe-


cidas como OEMs (original equipment manufacturers). Algumas OEMs são grandes
corporações multinacionais envolvidas em diversos outros tipos de negócio (como
por exemplo, GE, Alstom e Siemens), outras têm o setor eólico como seu único
negócio (como Wobben/Enercon e Vestas).

A terceirização dos componentes é uma forma de reduzir a necessidade de capital


e ter acesso a tecnologias de produção específicas, além de minimizar gastos logís-
ticos – caso de pás e torres, cuja fabricação local, próxima ao parque eólico, pode
contribuir significativamente para redução destes custos.

Há diferentes modelos de negócio adotados pelos fornecedores de aerogeradores,


desde os fornecedores puros até os que participam de outras etapas, chegando
mesmo a produzir energia. Para garantir o suprimento de componentes e/ou
controlar os custos, algumas OEMs tem participação acionária (quase-integração
vertical) ou estabelecem alianças estratégicas com seus fornecedores.
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 135

LOGÍSTICA E OPERAÇÕES
Neste estágio da cadeia estão incluídos todos os serviços descritos no capítulo 3.
Entre os atores envolvidos neste estágio, destacam-se:

1 O desenvolvedor ou promotor dos projetos de parques eólicos, geralmente


responsável pela prospecção de oportunidades e pela execução de todas as
fases de desenvolvimento do projeto, até o estágio onde ele esteja “pronto
para construção”, quando então os direitos de construção do projeto são
vendidos para um gerador/produtor de energia. Estas empresas identificam
os locais com melhores ventos e firmam acordos com os proprietários dos
terrenos e prefeituras a fim de assegurar a oportunidade. Também providen-
ciam todas as licenças e autorizações necessárias;

2 Consultores – os desenvolvedores podem contratar consultores de projeto


para auxiliar ou executar as tarefas relativas ao projeto básico (design) do par-
que e avaliação técnica do potencial da localidade. As atividades típicas de um
consultor consistem em medição dos ventos, avaliação de restrições, elabo-
ração de alternativas de leiaute e estudos de viabilidade. Podem ser contrata-
dos consultores específicos para cada atividade, o que, entretanto, dificulta a
coordenação pelo maior número de atores envolvidos. Godoy, p. 97.

3 Gerenciadores de projeto – normalmente fabricantes de aerogeradores


ou firmas de engenharia. A execução de um projeto eólico é considerada de
elevada complexidade. Envolve a contratação de diversas empresas, exigindo
a sua coordenação, bem como o seqüenciamento das atividades e definição e
controle dos prazos e custos para sua realização;

4 Empresas de transporte, movimentação e montagem – responsáveis respec-


tivamente pelo transporte dos componentes até o parque, movimentação
(horizontal e vertical) dos componentes e montagem final do aerogerador;

5 Empresas de O&M – após a construção do parque, os produtores de energia


(proprietários) costumam terceirizar as atividades de operação e manutenção
por períodos de 5 a 10 anos, ou mais. Em função da facilidade com relação a
peças de reposição e conhecimento do funcionamento do aerogerador, geral-
mente as OEMs fornecem este tipo de serviço.
136 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

parque eólico é injetada no SIN e a empresa pode


PRODUTORES – utilizar um volume equivalente em sua fábrica.
PROPRIETÁRIOS DOS
PARQUES USO FINAL
Como etapa final da cadeia produtiva, pode ser
Os proprietários de parques eólicos detém a
considerado o estágio de distribuição de energia. O
concessão para exploração da energia por períodos
sistema de distribuição de energia elétrica no Brasil
geralmente de 20 a 35 anos (no caso do mercado
é regulado por resoluções da Agência Nacional de
regulado5), conforme o contrato e possíveis adendos.
Energia Elétrica (ANEEL), as quais se orientam pe-
São as empresas responsáveis pela produção (ou
las diretrizes estabelecidas nas leis aprovadas pelo
geração) de energia eólica. Tendem a ser o centro
Congresso Nacional e nos decretos estabelecidos
da cadeia produtiva, centralizando todos os inputs e
pelo Executivo Federal. No início dos anos 2000,
serviços necessários para a implantação do parque.
antes da privatização do setor, não havia separação
As mudanças que ocorreram no setor elétrico dos negócios entre geração e transmissão e distri-
brasileiro (privatizações), resultaram em novos buição. Hoje as distribuidoras são independentes, e
modos de contratação e implantação de grandes responsáveis pela conexão e o atendimento ao con-
empreendimentos de energia (XAVIER, 2004) e sumidor do ambiente regulado (PORTAL, 2013).
em alterações significativas no perfil dos proprie- O setor privado é responsável por cerca de 70%
tários dos empreendimentos. Anteriormente os da energia distribuída no País, ficando os restantes
proprietários eram empresas estatais do próprio 30% com empresas públicas, municipais, estaduais
setor de energia elétrica e federais (ANEEL, 2013).

OS PROPRIETÁRIOS e, atualmente, há agentes


econômicos diversos, tais P&D
DE PARQUES como: bancos, eletrointensi-

EÓLICOS DETÉM A vos, construtoras, fundos de Segundo pesquisa realizada pelo Centro de
pensão, empresas de energia Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE, 2012), os
CONCESSÃO PARA elétrica privadas, etc. (POR- valores investidos em P&D no tema energia eólica,

EXPLORAÇÃO TO, 2007). no Brasil, são baixos quando comparados às reais


necessidades e ao desenvolvimento que essa fon-
DA ENERGIA Observa-se também um te vem apresentando no país. Há programas de
crescente interesse por
POR PERÍODOS grandes empresas, como
P&D / PD &I promovidos pela ANEEL, pelo CNPQ
e pela FINEP ao longo da última década totali-
GERALMENTE DE as do setor automotivo, zando investimentos da ordem de R$ 60 milhões.
em serem proprietárias de
20 A 35 ANOS parques eólicos, e desta
O estudo identificou 68 grupos de pesquisa
em distintas instituições, espalhadas por todo o
maneira, suprirem parte país, demonstrando o interesse da academia nas
da energia consumida por suas fábricas, dentro diferentes temáticas do assunto. Porém, estes
do conceito de autoprodução e em ambiente de grupos são compostos por um pequeno número
mercado livre. Neste caso, a energia gerada pelo de participantes (entre um e cinco), sinalizando a

1. 5 No Brasil há
atualmente dois ambientes de negócio e
de contratos: o Ambiente de Contratação
5. No Brasil há atualmente dois ambientes de negócio e de contratos: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) – atualmente
Regulada
o (ACR)
principal ambiente – atualmente
de contração de energia o principal
eólica, e o Ambiente de Contratação Livre (ACL). No caso do ACR as operações de
ambiente
compra e vendade contração
se dão de energia
através de leilões eólica,
com o critério de menor tarifa onde somente podem participar da compra as empresas
e o Ambiente
distribuidoras de Contratação
de energia. Livre do
Os contratos resultantes (ACL).
leilão são de longo prazo, em geral 20 anos, e tem a garantia de repasse
Nocustos
dos casodedo ACRdeas
aquisição operações
energia deconsumidores
às tarifas dos compra finais. No ACL, só podem comprar energia os chamados consumi-
dores livres. Neste ambiente as relações comerciais são livremente pactuadas e regidas por contratos que estabelecem prazos e
e venda se dão através de leilões com
volumes. (Pinto Jr, 2007.)
o critério de menor tarifa onde somente
podem participar da compra as empresas
distribuidoras de energia. Os contratos
resultantes do leilão são de longo prazo,
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 137

carência de pesquisadores existente neste setor. Cabe ressaltar também o


OS GRUPOS DE
Os grupos de pesquisa estão concentrados nos lançamento da chamada
Estados das Regiões Nordeste e Sul, regiões com P&D Estratégico 017/2013 PESQUISA ESTÃO
maior potencial eólico e maior número de parques da ANEEL para o “Desen-
CONCENTRADOS
instalados. As instituições envolvidas em PD&I volvimento de Tecnologia
no país incluem principalmente universidades e Nacional de Geração Eóli- NOS ESTADOS DAS
seus laboratórios, algumas fundações e institutos ca”, que recebeu propostas
REGIÕES NORDESTE
de pesquisa, e, em menor número, laboratórios que somam investimen-
privados e empresas individuais. tos da ordem de R$ 250 E SUL, REGIÕES
O estudo da CGEE identificou como de alta relevân-
milhões. As empresas que
COM MAIOR
apresentaram propostas
cia a necessidade de ações de pesquisa em diversas foram a Centrais Elétricas POTENCIAL EÓLICO
temáticas do setor, e recomendou uma série de
ações estratégicas e de investimento, tais como a
de Santa Catarina (Celesc),
E MAIOR NÚMERO
Companhia Hidrelétrica do
formação de uma rede de pesquisas em energia São Francisco (Chesf), com DE PARQUES
eólica que congregaria laboratórios de todo o país, e
o aumento da oferta de editais específicos às linhas
dois projetos, Queiroz Gal-
INSTALADOS
vão e Tractebel. Os projetos
temáticas prioritárias (tecnologias de aerogeradores, preveem o desenvolvimento de tecnologia nacio-
recursos eólicos; materiais, política, economia e aná- nal para geração eólica com aerogeradores de até
lises socioambientais, conexão e integração à rede, 3MW, incluindo também componentes como pás,
engenharia e centrais eólicas, planejamento e opera- nacele, geradores, conversores e torres.
ção, normatização, certificação e padronização).
Cabe ressaltar que o maior interesse em PD&I na
Algumas destas ações já estão atualmente em área de aerogeradores parece estar restrito às em-
andamento, como a criação da RBPEE - Rede Bra- presas locais, de origem brasileira ou latina, enquan-
sileira de Pesquisa em Energia Eólica, promovida to que as OEMs multinacionais tendem a centralizar
pela ABEEólica com objetivo de estimular a coo- seus esforços em suas matrizes no exterior.
peração entre empresas e entre estas e institui-
ções públicas e privadas para o desenvolvimento A Figura 22 apresenta uma visão esquemática da
da capacidade empresarial para inovar, aumen- cadeia de valor de bens e serviços.
tando a competividade da fonte eólica no Brasil.
138 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 22

CADEIA DE VALOR DE BENS E SERVIÇOS

• Aço laminado • Alumínio • Fibra de Vidro • Madeira Balsa • Permanentes


MATERIAIS • Concreto • GFRP • Fibra de Carbono • Adesivos • Aço Silício
• Aço Forjado • CFRP • Resina • Imãs • Cobre

• Torre • Cubo
COMPONENTES • Pá • Nacele

MANUFATURA OEMs-Montadoras

• Promotores de Projeto
LOGÍSTICA E • Consultores
• Transporte, movimentação e montagem
OPERAÇÕES • Gerenciadores de Projeto
• Operação & Manutenção

• Empresas do setor elétrico


PRODUTORES • Construtoras
• Bancos
DE ENERGIA • Eletro - intensivos
• Fundos de Pensão

• Empresas Privadas • Empresas Públicas Estaduais


USO FINAL • Empresas Públicas Municipais • Empresas Públicas Federais

Universidade e seus laboratórios, fundações e institutos


P&D de pesquisa, laboratórios privados e empresas individuais.
ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS 139

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142 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

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