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06/11/2023

TÉCNICA DE BRUÇOS
N A TA Ç Ã O

TÉCNICA DE BRUÇOS

- Enquadramento histórico
- Regulamento
- Análise das técnicas
- Erros mais frequentes

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ENQUADRAMENTO HISTÓRICO
A técnica de bruços parece ser a primeira utilizada como forma de deslocação no
meio aquático, como parecem confirmar as gravuras encontradas nas ruínas de
Herculano em 69 d.C.

Num dos mais antigos livros de natação (datado


de 1538) o seu autor refere-se a esta técnica
como sendo a “verdadeira” técnica de nado.

A partir dos jogos olímpicos de St. Louis, passa a


haver uma prova nadada exclusivamente na
técnica de bruços.

ENQUADRAMENTO HISTÓRICO
A partir daí foi sendo alvo de diferentes
adaptações que se mantêm até aos
nossos dias, como podemos ver na
imagem (adaptada de Vilas Boas,
1993):

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REGULAMENTOS – SW7 Bruços


SW 7.1
Após a partida e após cada viragem, o nadador poderá fazer uma braçada
completa até às pernas durante a qual pode estar submerso. Uma pernada de
golfinho é permitida durante a primeira braçada, seguida de uma pernada de
bruços.

SW 7.2
A partir do início da primeira braçada após o início e depois de cada viragem, o corpo deve estar de
bruços. Não é permitido perder a posição de bruços em qualquer momento, exceto na viragem após
o toque na parede onde é permitido virar de qualquer maneira, desde que o corpo esteja na posição
ventral ao sair da parede. Desde o início e durante toda a prova o ciclo de bruços deve ser uma
braçada e uma pernada por esta ordem. Todos os movimentos dos braços devem ser simultâneos e
no mesmo plano horizontal, sem movimentos alternados.

REGULAMENTOS – SW7 Bruços


SW 7.3
As mãos devem ser levadas para a frente juntas e em simultâneo, em movimento
vindo do peito, abaixo ou sobre a água. Os cotovelos deverão ser mantidos
dentro de água, exceto na última braçada antes da viragem, durante a viragem e
na última braçada aquando da chegada. As mãos podem ser trazidas
para trás, abaixo ou ao nível da superfície da água. As mãos não devem ser
puxadas atrás da linha das ancas, exceto durante a primeira braçada após a
partida e após cada viragem.

SW 7.4
Durante cada ciclo completo, qualquer parte da cabeça do nadador deve romper a superfície da
água. A cabeça deve romper a superfície da água antes das mãos se voltarem para dentro na parte
mais larga da segunda braçada. Todos os movimentos das pernas devem ser simultâneos e no
mesmo plano horizontal sem movimentos alternados.

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REGULAMENTOS – SW7 Bruços


SW 7.5
Os pés devem estar virados para fora durante a impulsão da pernada. Não são
permitidos batimentos alternados ou pernada de mariposa. Exceto no disposto
em SW 7.1. Quebrar a superfície da água com os pés é permitido, a menos que
seja seguido de uma pernada de golfinho para baixo.

SW 7.6
Em cada viragem e no final da prova, o toque na parede deve ser feito com ambas as mãos separadas
e simultaneamente, ao nível, acima ou abaixo da superfície da água. No último ciclo antes da viragem
ou no final da prova, uma braçada não seguida de pernada é permitida. A cabeça pode estar
submersa após a última braçada antes do toque, desde que quebre a superfície da água em
qualquer ponto do último ciclo, completo ou incompleto, que preceda o toque.

ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços


A técnica de Bruços caracteriza-se por ser uma técnica ventral, simultânea e simétrica.

É a mais lenta das quatro técnicas de nado


(recuperações efetuadas dentro de água e
descontinuidade das ações propulsivas).

As ações dos membros inferiores têm


maior “peso” em termos propulsivos do
que nas outras técnicas de nado.

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços - posição do corpo


Ao longo do ciclo gestual, deve manter-se o mais perto
possível da posição hidrodinâmica fundamental:
. posição “alta” na água
. pouco afundamento dos ombros
. o mais horizontal possível, perto da superfície

Observado lateralmente o ombro segue uma trajetória em


onda simétrica, mas com um comprimento elevado.

No fim da recuperação, o topo da cabeça


tem de estar alinhada com os ombros 2 a
3 cm abaixo da superfície.

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços - fase propulsiva MS

O trajeto propulsivo dos


membros superiores é composto
por três fases:

i) Acão lateral exterior (ALE)


ii) Acão descendente (AD)
iii) Acão lateral interior (ALI)

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços - fase propulsiva MS


A ALE na técnica de Bruços é pouco propulsiva. O seu
objetivo principal é a colocação dos segmentos de modo
a possibilitar uma correta execução das fases seguintes.

Começa no final da recuperação, sem interrupção ou


paragem. Os braços mantêm-se em extensão ao longo
desta fase, com as mãos orientadas para fora e para
trás.

No início o trajeto é para fora e ligeiramente para cima,


dirigindo-se para baixo no final até ao momento em que
as mãos ultrapassam a linha dos ombros.

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços - fase propulsiva MS

Na AD, as mãos continuam o seu trajeto circular


para baixo e para fora em aceleração.

Ocorre uma flexão dos cotovelos, mantendo-se


estes numa posição alta e perto da superfície da
água, até ao momento em que as mãos atingem o
seu ponto mais profundo.

As mãos mantêm a orientação para fora, para trás e para baixo.

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços - fase propulsiva MS

A ALI tem início quando as mãos atingem o


seu ponto mais profundo e termina quando
as mãos atingem o plano definido pelos
cotovelos, num movimento ascendente e
interior.

No final desta fase os cotovelos


juntam debaixo do peito.

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços - fase recuperação MS

Tem início quando as mão se juntam (debaixo dos ombros).


As mãos são lançadas para a frente através da ação potente do “fecho” dos cotovelos.
Os cotovelos são lançados rapidamente para a frente alinhando com as mãos e os ombros à
medida que realizam a sua extensão.
A extensão dos cotovelos é acompanhada pela rotação exterior dos braços, para colocar as
mãos para a fase seguinte

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços - ações dos MS

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços - ações dos MI

As ações dos membros inferiores são


divididas em quatro fases:

- Ação lateral exterior (ALE)


- Ação descendente (AD)
- Ação lateral interior (ALI)
- Recuperação

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços - ações dos MI

A ALE tem início quando as pernas se aproximam da fase final da recuperação.


A flexão da articulação coxo-femural deve ser reduzida, sendo a orientação das superfícies
propulsoras conseguida à custa de uma grande flexão dos joelhos e rotação interna da coxa.
Os joelhos deverão estar afastados à largura dos ombros e os calcanhares perto das nádegas,
terminando a ação quando as pernas estão perto da extensão.

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços - ações dos MI

Quando os joelhos se aproximam da extensão, as pernas começam a deslocar-se


para fora, para baixo e para trás com as pontas dos pés a apontar para fora e
depois para baixo até que esta fase termine.
Esta orientação consegue-se através da rotação externa da coxa.
A AD provoca a elevação das ancas e deve ser realizada em grande aceleração.

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços - ações dos MI

Após a extensão das pernas os pés mudam a sua orientação, ficando com as
plantas voltadas uma para a outra à medida que as pernas mudam o seu trajeto
de descendente para interior.

Esta fase dura até à quase junção das pernas e a sua eficácia depende da
capacidade de manutenção da flexão plantar dos pés e rotação externa das
coxas. Segue-se um curto deslize que facilita a sincronização dos movimentos
(MS/ MI) e finaliza a trajetória propulsiva dos MI.

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços - ações dos MI

A recuperação começa após o deslize e com as pernas


alinhadas com o corpo.

Os calcanhares são rapidamente puxados para cima, em direção às nádegas, através de


uma grande flexão dos joelhos, acompanhada de uma pequena rotação externa das coxas.
Durante este trajeto ascendente e anterior, os pés são mantidos em flexão plantar, planta
do pé virada para dentro e quase juntos para diminuir a resistência. Termina com os pés
colocados muito próximo das nádegas, que iniciam a rotação exterior, preparando a ALE.

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços - ações dos MI

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços – sincronização


A velocidade do ciclo de braços é que determina a
velocidade dos restantes movimentos (a duração da
pernada corresponde a, aproximadamente, 1/3 da
duração da braçada).

Existem diferentes tipos de coordenação, em função


das características da
prova e do próprio nadador:

i) deslizante
ii) contínua
iii) sobreposta

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços – sincronização

Ocorre uma pequena pausa entre o final das ações dos


DESLIZANTE membros inferiores e a ALE dos membros superiores (pouco
eficiente, mas útil nas fases iniciais de aprendizagem).

A ALE dos membros superiores ocorre em simultâneo com o


CONTÍNUA final da ALI dos membros inferiores (típica do Bruços formal).

A ALE dos membros superiores ocorre em simultâneo com a


SOBREPOSTA execução da ALI dos membros inferiores (o tronco e a
cabeça devem estar perfeitamente alinhados).

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços – sincronização

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços – sincronização MS-MI

As ações propulsivas dos membros


superiores devem ocorrer na fase de
deslize dos membros inferiores.

A fase propulsiva dos membros inferiores


deve iniciar-se em simultâneo com o
lançamento dos ombros para a frente.

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços – sincronização MS-RES

A cabeça inicia a saída da água dirigida para cima e


para a frente, durante a AD dos membros
superiores, movimento que contribui para a
elevação dos ombros e da cabeça.

A inspiração deve ocorrer durante a ALI da braçada


e a expiração, gradualmente, no decorrer do resto
do ciclo.

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ANÁLISE DA TÉCNICA – Bruços – PRINCIPAIS ERROS


ERRO CONSEQUÊNCIA POSSÍVEL CAUSA FEEDBACK
Exercitar pernada, promovendo
Recuperação incompleta Diminui o trajeto toque do
Não efetua o deslize
dos MI propulsivo calcanhar nas mãos (braços ao
lado do corpo)
Manipulação e execução da
Empurrar diretamente Diminui o trajeto Não realiza o movimento
pernada em diferentes
para trás ou para fora propulsivo circular
posições
Manipulação e execução da
Pernada de “tesoura” Diminui a propulsão Má orientação dos pés
pernada em diferentes posições
Execução segmentar da braçada
Parar as mãos junto ao Aumenta o arrasto e Apoiar-se para elevar a
com as mãos a parar apenas no
peito no final da ALI dificulta sincronização cabeça
deslize.
Recuperação com as Não junta os cotovelos no Promover o contacto das mãos no
Aumento do arrasto
mãos afastadas final da ALI início da recuperação

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