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FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS

MEDICINA VETERINÁRIA

NEOPLASIAS QUE AFETAM DIRETAMENTE O SISTEMA


REPRODUTOR FEMININO DENTRO DA MEDICINA VETERINÁRIA

ARIANY MARTINS COSTA

BEATRIZ CRISTINA

GABRIELA OLÍVIA D’AURÉLIO ROZA REIS

JULIA MOLERO DE MORAIS

MARIA EDUARDA MARTINS RAPOSEIRO

SUSANA SEGATELO

VITÓRIA APARECIDA PEREIRA DO CARMO

OURINHOS-SP

2023
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NEOPLASIAS QUE AFETAM DIRETAMENTE O SISTEMA REPRODUTOR


FEMININO DENTRO DA MEDICINA VETERINÁRIA

Ariany Martins Costa

Beatriz Cristina

Gabriela Olívia D’Aurélio Roza Reis

Julia Molero de Morais

Maria Eduarda Martins Raposeiro

Susana Segatelo

Vitória Aparecida Pereira do Carmo

RESUMO

As neoplasias ocorrem pelo acúmulo progressivo de mutações no genoma celular,


induzindo desta forma uma ruptura irreversível dos mecanismos homeostáticos que
regulam o crescimento, diferenciação e consequentemente a morte celular. Trata-se
do resultado fenotípico de uma série de alterações genéticas e epigenéticas, que
podem ter ocorrido durante um longo período. Estas alterações podem ser herdadas
ou adquiridas, somaticamente, em consequência de processos endógenos ou da
exposição aos vários fatores ambientais, como determinadas substâncias químicas,
radiações ionizantes e vírus oncogênicos por exemplo. O termo câncer é derivado da
palavra grega “karkinos” e faz referência ao caranguejo e ao aspecto infiltrativo dos
tumores sólidos, que inclui uma série de neoplasias malignas com comportamentos
biológicos distintos, mas que apresentam como elemento comum o surgimento de
novos tecidos (ou neoplasias), formados por células com duas características
principais: elevada atividade proliferativa, capacidade de invasão e colonização de
outros órgãos. A Oncologia representa uma especialidade de grande destaque em
Medicina Veterinária e o aumento da expectativa de vida dos animais de companhia
está diretamente relacionado ao aumento da incidência de neoplasias. Da mesma
forma que ocorreu na Medicina Humana, observou-se na Veterinária uma explosão
de medidas preventivas que visam prolongar a vida. A prevenção de doenças
infecciosas e parasitárias, associada às melhorias na nutrição, terapêutica e prática
médica resultou em grande aumento nas neoplasias ocorrem pelo acúmulo
progressivo de mutações no genoma celular induzindo uma ruptura irreversível dos
mecanismos homeostáticos que regulam o crescimento, diferenciação e morte celular.
O que infelizmente aumentou a probabilidade de desenvolvimento de doenças
relacionadas à senilidade, como o câncer.

Palavras-chave: neoplasias, câncer, tumores, células, órgãos.


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SUMMARY

Neoplasms occur through the progressive accumulation of mutations in the cellular


genome, thus inducing an irreversible disruption of the homeostatic mechanisms that
regulate growth, differentiation and consequently cell death. This is the phenotypic
result of a series of genetic and epigenetic changes, which may have occurred over a
long period. These changes can be inherited or acquired, somatically, as a result of
endogenous processes or exposure to various environmental factors, such as certain
chemical substances, ionizing radiation and oncogenic viruses, for example. The term
cancer is derived from the Greek word “karkinos” and refers to the crab and the
infiltrative aspect of solid tumors, which includes a series of malignant neoplasms with
distinct biological behaviors, but which present as a common element the emergence
of new tissues (or neoplasms). ), formed by cells with two main characteristics: high
proliferative activity, invasion capacity and colonization of other organs. Oncology
represents a highly prominent specialty in Veterinary Medicine and the increase in the
life expectancy of companion animals is directly related to the increase in the incidence
of neoplasms. In the same way that occurred in Human Medicine, an explosion of
preventive measures aimed at prolonging life was observed in Veterinary Medicine.
The prevention of infectious and parasitic diseases, associated with improvements in
nutrition, therapeutics and medical practice, has resulted in a large increase in
neoplasms that occur due to the progressive accumulation of mutations in the cellular
genome, inducing an irreversible disruption of the homeostatic mechanisms that
regulate cell growth, differentiation and death. Which unfortunately increased the
likelihood of developing diseases related to senility, such as cancer.

Keywords: neoplasms, cancer, tumors, cells, organs.

1. INTRODUÇÃO

“Éramos felizes enquanto nada acontecia”. A frase do escritor brasileiro Caio


Fernando Abreu nunca soou tão bem para aqueles que presenciaram aquelas
transformações. Metamorfose completa: virava o corpo ao avesso, tornava visível a
miséria humana, fazia padecer a alma. O que mais inquietava não era o medo de
como tudo acabaria – todos ali sabiam que um dia, de alguma forma, terminaria –
mas, como as transformações daquele corpo poderiam causar pavor e alimentar um
sentimento que os humanos chamam de amor. Tudo parecia bem e feliz. Não há
explicações para aquilo que conta essa narrativa. Vale aquele imperativo: “Existem
acontecimentos que não combinam com explicações”. Não seria possível explicar
como uma massa de concreto ou uma dura pedra criou tentáculos dentro de uma parte
qualquer do corpo e dali ganhou vida, cresceu fogosamente, auferiu poder e destruiu
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paulatinamente o corpo e a vida. Talvez não tivesse consciência de que destruir o


outro fosse também sua destruição. Um tipo de pedra que lança sobre o corpo uma
maldição: deforma, definha, mata (JÚNIOR, A. dos S. S.).

Neoplasia é um processo de “novo crescimento” no qual células normais sofrem


alterações genéticas irreversíveis, que as tornam não responsivas aos controles
ordinários do crescimento exercidos a partir de células “transformadas” ou por células
circundantes “normais”. Com a contínua proliferação as células se expandem além
dos seus limites anatômicos normais, criando uma neoplasia macroscopicamente ou
microscopicamente detectada. Outros termos comuns para neoplasia tais como tumor
(“inchaço”) ou câncer (“caranguejo”), descrevem o aspecto clínico ou o
comportamento infiltrativo desses crescimentos anormais. De fato, oncologia, o
estudo da neoplasia, tem seu nome derivado da palavra grega oncos (“tumor”).
Embora os termos “neoplasia” e “tumor” possam se referir a crescimentos benignos
ou malignos, o termo “câncer” sempre denota um crescimento maligno. É importante
observar que uma lesão maciça descrita clinicamente como um “tumor” ou uma
“massa” pode ser uma neoplasia ou uma lesão não neoplásica como um granuloma.

Tumores benignos (“inofensivos”) não invadem o tecido circundante ou se disseminam


para novas localizações anatômicas no interior do corpo; por conseguinte, esses
tumores geralmente são curáveis e raramente são responsáveis pela morte do animal.
Tumores malignos (“nocivos”), se deixados sem tratamento, invadem localmente, se
disseminam através de metástases (“mudança de local”) e, finalmente, matam o
animal ao interferirem com funções corporais fundamentais. Conquanto os tumores
do sistema nervoso frequentemente sejam localizados e muito raramente se
metastatizem, eles podem provocar sinais clínicos e óbito através da interrupção de
vias neurológicas importantes através da compressão de axônios ou de aglomerados
críticos de corpos celulares neuronais (ZACHARY, J. F.).

A neoplasia constitui uma preocupação importante para os clínicos veterinários,


profissionais de diagnósticos e pesquisadores. O diagnóstico e o tratamento
individualizado de tumores de animais têm se tornado uma parte proeminente da
clínica de pequenos animais. Em animais de produção, as neoplasias provocadas por
agentes infecciosos ou ambientais podem ter um importante impacto na saúde do
rebanho ou da manada, resultando em perdas econômicas devidas à condenação da
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carcaça ou de órgãos. Além disso, os modelos animais de neoplasia oferecem


importantes esclarecimentos sobre à causa e tratamento do câncer humano
(ZACHARY, J. F.).

Figura 1- Desenho esquemático da região ventral da cadela, demonstrando a drenagem linfática e irrigação sanguínea das
glândulas mamárias

Legenda: A - Drenagem linfática das glândulas mamárias: 1 – linfonodos axilares; 2 –


linfonodo inguinal superficial; B - principal irrigação sanguínea das glândulas
mamárias: 3 – ramos esternais da artéria torácica interna; 4 – artéria torácica lateral;
5 – artéria epigástrica superficial cranial; 6 - artéria epigástrica superficial caudal; 7 –
artéria pudenda externa (SLATTER,1998).

2. DESENVOLVIMENTO
2.1. TUMORES DE MAMA
2.1.1. TUMOR DE MAMA BENIGNO

O Lipoma é uma neoplasia benigna originada no tecido subcutâneo e muito comum


em cães. Correspondeu a 5,5% dos tumores cutâneos de cães remetidos à rotina
diagnóstica do LPV, ficando em 4° lugar dentre os tumores mais prevalentes (SOUZA
et al., 2006).

Comum em caninos, rara em felinos e sem predisposição racial, acomete


principalmente cadelas castradas. Além disso, segundo Birchard e Sherding (2008), a
predisposição a esses tumores pode estar associada à obesidade e geralmente
acometem animais com idade a partir de oito anos. Entretanto, deve-se considerar
que o acúmulo localizado de gordura não deve ser confundido com lipomas (CASTRO
6

et al., 2020). Morfologicamente, o lipoma caracteriza-se como uma massa


concentrada, de formato circular e tamanho variado (1 a 30 cm). Pode apresentar-se
de maneira numerosa ou única pelo corpo, bem circunscrita, séssil ou móvel e de
crescimento lento, com maior incidência no tórax, abdome e região proximal de
membros (CAPELARI, 2010). Histologicamente, caracteriza-se por proliferação de
células adiposas diferenciadas, com vacúolos volumosos e núcleo periférico
(SANTOS et al., 2016).

MACROSCOPIA

Figura 2

2.1.2. TUMOR DE MAMA MALIGNO

Das neoplasias mamárias, a prevalência de carcinoma inflamatório é de 4% a


18% (PINTO.2009). Considera-se também, sendo o segundo tumor mais frequente na
espécie canina (CAIXINHA, 2011), sendo este, mais da metade dos processos
tumorais, e 41% destes são equivalentes a tumores malignos (ANDRADE,
FIGUEIROA, BERSANO, BISSACOT & ROCHA, 2010). O risco de manifestar tumores
de mama aumenta conforme a idade, sendo entre 10 e 11 anos a idade média de
maior incidência (SILVA, 2016).

O carcinoma inflamatório é uma indicação dos carcinomas mamários, que desenvolve


uma intensa reação inflamatória, não distinguindo nenhum tipo de tumor, podendo
qualquer um desses ser considerado de carcinoma inflamatório. Esta enfermidade,
7

envolve um grupo de diferentes tipos, como papilares, sólidos, tubulares, das células
escamosas e riscos em lipídios. Mas os carcinomas mais comuns são os inflamatórios
anaplásicos (SÁ; REPETTI, 2011; BERSELLI et al., 2021).

Normalmente, o carcinoma inflamatório engloba a maioria das glândulas mamárias,


se desenvolvendo rapidamente, e são caracterizados por lesões quentes e dolorosas,
firmes e mal circunscritas com eritema e edema marcados (PINTO, 2009)

MACROSCOPIA:

Figura 3

Figura 4- Carcinoma inflamatório de mama


8

2.1.3. CARCINOMA IN SITU

É um tipo de câncer que está localizado apenas nas células do revestimento dos
ductos mamários e não se espalha para outras partes do corpo.

As neoplasias mamárias são incomuns em cães machos (HEDLUND, 2002; NELSON,


1992), mas quando presentes quase todos são malignos. Tumores das glândulas
mamárias são as neoplasias mais frequentes em cadelas e o terceiro em gatas,
representando cerca de 42% de todos os tumores. A média de vida ao diagnosticar
está entre 10 e 11 anos, porém, é rara em cadelas com menos de 2 anos de idade,
sua frequência é aumentada dramaticamente após os 6 anos e o pico de incidência
se dá por volta dos 10 a 11 anos, daí em diante, há declínio na incidência. A idade no
pico de incidência é a mesma, tanto para fêmeas castradas quanto para fêmeas
inteiras (SLATTER, 1998). Em cadelas, são os tumores mais comuns, representando
a metade das ocorrências de todos os tumores (NELSON, 1992, BARSANTI, 1996).
Menos comuns nos gatos, correspondem por quase 1/3 de todos os tumores nessa
espécie (HEDLUND, 2002). Cadelas com tumores mamários benignos apresentam
um risco de três vezes mais desenvolver tumores mamários malignos (HEDLUND,
2002).

Soares (2015), afirma que os hormônios são os principais componentes etiológicos


mais estudados, principalmente por serem responsáveis pelo risco de aparecimento
de tumor nas cadelas castradas antes do primeiro cio ser de 0,05%, após primeiro cio
8% e após o segundo, aumentando o risco para 26%. O descontrole da secreção
hormonal é responsável pela proliferação celular e trazendo como consequência as
mutações genéticas que podem levar a várias alterações, dentre elas o carcinoma
mamário. Hormônios ovarianos são fatores etiológicos dos tumores mamários em
cadelas e a histerectomia precoce diminui sua incidência. Estes hormônios podem
promover o desenvolvimento dos tumores. O estrógeno provoca a proliferação do
epitélio ductal das glândulas mamárias o que propicia condições favoráveis para que
as mudanças genéticas aconteçam. Outra hipótese considerada no envolvimento
tumoral é a dieta alimentar. Assim, uma dieta rica em gorduras apresenta algum efeito
no desenvolvimento destes tumores. Outros fatores como sobrepeso, obesidade, bem
como cadelas de meia idade ou idade avançada contribuem para o surgimento dos
tumores na região das glândulas mamárias desses animais (FILGUEIRA, 2003).
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O carcinoma mamário possui diversas causas na sua etiopatogenia, como idade,


dieta, influências hormonais, predisposição genética, radiação e outros tipos de
agentes carcinógenos químicos. Uma frequentemente relatada é a influências dos
hormônios estrógeno e progesterona. Além desses, o hormônio do crescimento
pituitário (HC) também é apontado como um influenciador. Algumas mulheres com o
excesso dele apresentam hiperplasia de nódulos mamários. Já em cães se observa
que uma alta concentração de progesterona pode vir acompanhada com o aumento
do HC.

Figura 5- Fêmea canina, com neoplasia mamária entre M3 e M4 direita, sendo preparada para o procedimento de
mastectomia unilateral.

Figura 6- Citoplasma abundante e eosinófilico. Núcleos regulares ou pleomórficos, com múltiplos nucléolos.
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2.1.4. TUMORES MISTOS

Os tumores mistos benignos são neoplasias frequentes na mama da cadela e


representam de acordo com o atual sistema de classificação veterinária, cerca de 40
a 50% dos tumores benignos nesta espécie (CASSALI et al., 2009). Em média,
acometem cadelas de oito anos, variando entre três e 14 anos (GENELHU et al., 2007;
BERTAGNOLLI et al., 2011).

Histologicamente, são caracterizados por um padrão complexo constituído por


componente epitelial (células luminais e mioepiteliais) e componente mesenquimal
como cartilagem, osso e gordura, em combinação com tecido fibroso (MISDORP et
al., 1999). O carcinoma evoluindo em tumor misto benigno surge da transformação
maligna epitelial em tumores mistos benignos (MISDORP et al., 1999).

Alterações na expressão de proteínas constituintes das células mioepiteliais apontam


a participação do mioepitélio na formação dos tumores mistos mamários caninos. À
medida que estas células se transformam, ocorrem perdas na expressão de
citoqueratinas, p63, α-SMA, S100 e maspin (GÄRTNER et al., 1999; GAMA et al.,
2003; LOS MONTEROS et al., 2005; RAMALHO et al., 2006; BERTAGNOLLI et al.,
2009) e conservação do fenótipo mesenquimal, confirmado pela presença de
vimentina e S100 nas reações imunohistoquímicas (DESTEXHE et al., 1993;
GÄRTNER et al., 1999; GAMA et al., 2003).

Segundo Misdorp et al. (1999), carcinomas em tumores mistos são provenientes da


transformação maligna do componente epitelial de tumores mistos benignos. Em
cadelas, estes tumores representam cerca de 42% das neoplasias malignas
(CASSALI et al., 2009) podendo alcançar o percentual de 56,7% segundo achados de
Toríbio (2008).

O carcinoma em tumor misto benigno e o carcinoma,assim como suas contrapartes


benignas, tumor misto benigno e adenoma pleomórfico respectivamente, apresentam
diversas similaridades. Todos são derivados de glândulas exócrinas, as quais
apresentam semelhanças arquiteturais. Além disso, são caracterizados
histologicamente pela proliferação de elementos mesenquimais, mioepiteliais e
epiteliais. Este último componente pode sofrer malignização seja pela longa evolução
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da neoplasia, seja pela recorrência (MOULTON et al., 1970; GNEPP et al., 2005;
LEONETTI et al., 2005; GENELHU et al., 2007).

Figura 7- Cadela com tumor de mama. Imagem: ANDA

Figura 8
12

2.2. TUMORES OVARIANOS


2.2.1. TUMORES EPITELIAIS

As neoplasias ovarianas são classificadas em tumores epiteliais, do cordão sexual,


das células germinativas ou tumores mesenquimais, já os epiteliais são os mais
comuns em cadelas de 8 a 12 anos de idade (SFORNA et al., 2003). Como detalhado
por Yotov et al (2005) esse tipo neoplásico pode ser silencioso ou ter manifestações
clínicas como efusão peritoneal, distensão abdominal, descarga vulvar, com o
desenvolvimento de endocrinopatias por serem hormonalmente ativos, e muitas vezes
levam ao óbito do paciente. Acredita-se que a baixa ocorrência dessa patologia está
relacionada ao crescente número de fêmeas submetidas ao procedimento de
castração (JERICÓ, 2015). A hiperplasia endometrial cística pode ocorrer na maioria
das cadelas que são acometidas por carcinoma ovariano (FOSTER, 2013).

Figura 9- aspecto macroscópico alterado do ovário direito

A: observa-se o aspecto macroscópico alterado do ovário direito, com aumento


moderado de seu tamanho, de aspecto brilhante e nodulações difusas em toda
glândula, de coloração vermelho escuro e focos hemorrágicos; em B, C e D: aspecto
microscópico em aumento de 10x do ovário onde observa-se intensa vascularização
por neoangiogênese (seta azul), proliferação de células epiteliais neoplásicas em
arranjo papilar (seta preta) e invasão neoplásica na porção medular (seta amarela).
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Figura 10- Imagens de tomografia torácica de cadela, raça Samoieda, 5 anos de idade, acometida por carcinoma ovariano,
apresentando atelectasia pulmonar e efusão pleural. Laudo de tomografia computadorizada helicoidal da Focus diagnóstico
veterinário, (2021).

2.2.2. TUMORES DE CÉLULAS DE GRANULOSA

O tumor de células da granulosa é a forma mais comum de tumor ovariano, afetando


cadelas e, especialmente, éguas. Esses tumores têm o potencial de causar diversos
problemas reprodutivos, pois as células da granulosa desempenham um papel vital
na maturação dos folículos ovarianos e na produção de hormônios sexuais (PEREIRA
et al., 2020). Essa condição é de grande importância nas questões reprodutivas,
sendo observada em éguas de todas as raças e idades, até mesmo em recém-
nascidas, embora seja mais comum em fêmeas com idades entre cinco e dez anos
(MCCUE et al., 2006).

Em sua maioria, esses tumores afetam apenas um dos ovários e têm origem nos
cordões sexuais e no estroma ovariano. Em muitos casos, esses tumores são
considerados benignos e não tendem a se espalhar para outras partes do corpo.
Embora esses tumores normalmente afetem apenas um ovário, existem relatos de
casos em que ambos os ovários são afetados. A presença desses tumores pode
prejudicar a fertilidade da égua, tornando a concepção mais desafiadora.
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Figura 11- Tumor de células da granulosa do ovário

As éguas afetadas por tumores de células da granulosa podem exibir comportamentos


irregulares devido aos níveis elevados de hormônios esteroides. Algumas delas
também podem se tornar agressivas, pois têm altos níveis de testosterona, o que pode
resultar em comportamentos semelhantes aos dos garanhões (NELLY et al., 1993;
SAMPER et al., 2007).

Ao realizar um exame retal em éguas suspeitas de terem esse tipo de tumor, é


possível observar um aumento no tamanho de um dos ovários, que perde sua
anatomia normal (SAMPER et al., 2007). Enquanto isso, o outro ovário geralmente
fica pequeno, firme e inativo, devido a um mecanismo de retroalimentação negativa
que afeta o hipotálamo e a hipófise. Esse mecanismo busca corrigir as alterações
iniciais causadas pelos hormônios produzidos pelos tumores (NELLY et al., 1993).

Além do aumento de tamanho de um dos ovários e da inatividade do outro, para


diagnosticar efetivamente esse tipo de tumor em éguas, é essencial observar a
aparência na ultrassonografia, as mudanças comportamentais e os níveis hormonais.
Quando o tumor é sólido, ele se apresenta como ecogênico na ultrassonografia. Se
for multicístico, a aparência é heterogênea. Tumores com um único cisto são
classificados como hipóecoicos ou anecóicos (BLANCHARD et al, 2003). Outras
técnicas diagnósticas, como dosagem hormonal, laparoscopia, biópsia e aspiração de
massa ovariana, podem ser usadas conforme necessário (BLANCHARD et al, 2003).
Quando o tumor leva à inatividade do ovário não afetado e a mudanças
comportamentais nas éguas, o tratamento recomendado é a remoção cirúrgica do
ovário afetado, realizada por meio de cirurgia pelo flanco ou laparotomia. A remoção
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do ovário afetado geralmente leva ao retorno da ciclicidade em um período de 2 a 10


meses nas éguas (LEI, 2006).
.

Figura 12- Ovário. Tumor de células da granulosa. (A) Há alteração da arquitetura ovariana por uma massa de,
aproximadamente, 25 cm de diâmetro, com múltiplos nódulos amarelos, separados por finos septos de um tecido
brancacento. No centro desses nódulos observam

2.2.3. TUMORES DE CÉLULAS ESTROMAIS

Figura 13

Os tumores de células estromais, dentro da Medicina Veterinária, se referem a uma


variedade de neoplasias que se originam das células estromais presentes nos órgãos
reprodutivos de fêmeas de diferentes espécies, sendo elas principalmente em
cadelas, gatas, éguas e outros animais. Esses tumores podem ocorrer em órgãos
reprodutivos em geral, como os ovários, útero, trompas de Falópio e tecidos
16

circundante por exemplo. Os mesmos, podem ocorrer de várias formas diferentes,


sendo que dentre elas estão:

Tumor de Células da Granulosa: Como dito anteriormente, este tipo de neoplasia pode
ocorrer em animais como cadelas e éguas em sua maioria, e tem origem nas células
da granulosa, podendo afetar consequentemente a produção de hormônios sexuais
femininos. Eles podem causar sintomas relacionados a desequilíbrios hormonais e
problemas reprodutivos.

Tumor de Células de Sertoli-Leydig: Esse tipo de tumor também pode ocorrer em


cadelas e gatas. Além disso, a título de curiosidade, eles também podem produzir
hormônios masculinos em excesso, o que resulta em sinais de virilização, como o
crescimento de pelos faciais e mudanças no comportamento por exemplo.

Figura 14

Os sintomas desta neoplasia variam dependendo do tipo, tamanho e localização,


podendo incluir alterações no ciclo menstrual, inchaço abdominal, descarga vaginal
anormal, comportamento agressivo, virilização e problemas reprodutivos.

O diagnóstico por sua vez, geralmente envolve exames físicos, ultrassonografia,


análises de sangue para avaliar os níveis hormonais e, em alguns casos, biópsia ou
aspiração de tecido para confirmação histológica.
17

O tratamento varia dependendo do tipo de tumor, do estágio da doença e da saúde


geral do animal. A abordagem mais comum é a cirurgia para remover o tumor e, em
alguns casos, a remoção de um ou ambos os ovários (ovairectomia). Para tumores
hormonais, pode ser necessário realizar uma ovairectomia para controlar os sintomas
hormonais.

Por fim, o prognóstico depende do tipo de tumor, do estágio da doença e da resposta


ao tratamento. Alguns tumores de células estromais são benignos, enquanto outros
podem ser malignos e se espalhar para outras partes do corpo.

2.2.4. TUMORES GERMINATIVOS

Esses tumores originam-se das células germinativas do ovário e podem ser


benignos ou malignos. Tumores de células germinativas, como teratomas ou
disgerminomas, são menos comuns em comparação com outros tipos de neoplasias
ovarianas.

Teratoma: Teratomas são neoplasias de células germinativas de origem ectodérmica,


mesodérmica e endodérmica, nas quais células de uma ou das três camadas
germinativas podem estar presentes. Frye descreve estes tumores como massas
revestidas por epitélio pavimentoso ceratinizado, que podem conter folículos pilosos,
glândulas sudoríparas, cartilagem, fibras musculares, dentes e tecidos ósseo,
adiposo, nervoso e conjuntivo.

Esta neoplasia é rara em animais domésticos, ocorrendo com maior frequência em


cadelas e vacas. Teratomas ovarianos caninos são usualmente bem diferenciados e
benignos. Em contrapartida, Patnaik e Greenlee relatam, em um estudo retrospectivo,
que a grande maioria destas neoplasias são malignas. De acordo com Klein, cerca de
32 a 50% dos teratomas malignos são metas táticos, sendo os locais mais comuns de
metástases as vísceras abdominais, linfonodos, ossos e pulmões.

Estes tumores, cujos diâmetros podem variar de dois a 30cm, são descritos em
cadelas com 20 meses a nove anos de idade, sendo que a maioria apresenta seis
anos ou menos. Os sinais clínicos descritos incluem distensão abdominal com massa
palpável, perda de peso, anorexia e episódios de vômito. Alguns pacientes podem ser
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assintomáticos e o diagnóstico é ocasional. Johnston comenta que dentre os tumores


ovarianos, estes são os que apresentam densidades calcificadas ao exame
radiográfico com maior frequência.

Em alguns casos de teratoma unilateral, quando não há metástases e por não ser
uma neoplasia funcional, a cadela pode ter vida reprodutiva normal e a ovariectomia
unilateral é curativa.

O presente relato descreve o caso de uma cadela com nove anos de idade, da raça
Pastor Alemão, que foi atendida no Hospital Veterinário, apresentando distensão
abdominal, anorexia e episódios de vômito. O histórico reprodutivo revelou que a
cadela apresentava cios regulares, mas nunca havia sido coberta. Ao exame físico,
constatou-se presença de massa com cerca de 20 cm de diâmetro localizada na
região mesogástrica esquerda. O exame radiográfico abdominal evidenciou presença
de tumor de radiopacidade sugestiva de calcificação. A avaliação hematológica
revelou leucocitose com desvio à esquerda regenerativo. Exames de bioquímica
sérica não apresentaram nenhuma alteração. A paciente foi submetida a fluido terapia
e administração de antibiótico e antiemético até o momento da laparotomia
exploratória.

Durante o trans-operatório observou-se uma massa ovóide de 18cm de diâmetro,


localizada na região do ovário esquerdo, ligada ao corno uterino ipsilateral. Devido a
sua localização, optou-se pela realização de ovariosalphingohisterectomia. Toda a
massa tumoral foi removida e não se observaram sinais de metástase em outro órgão
abdominal. Foram coletados fragmentos do tumor para a realização de exame
histopatológico, que diagnosticou teratoma cístico benigno em ovário. As
características microscópicas foram de neoplasia constituída por espaços císticos
revestidos por epitélio escamoso ceratinizado, contendo tecido adiposo, lamelas de
ceratina e folículos pilosos bem diferenciados.

Após a cirurgia, manteve-se a antibioticoterapia e houve ótima recuperação do


paciente. Depois de cinco meses da realização do procedimento cirúrgico, a paciente
foi reavaliada e nenhuma alteração foi identificada. Apesar de ser uma neoplasia rara,
os teratomas ocorrem com maior freqüência no ovário de cadelas, como o observado
neste caso.
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As características microscópicas desta neoplasia são semelhantes às descritas por


Acland e Wilson et aI., permitindo a conclusão diagnóstica de teratoma. Destaca-se
que a característica cística e a presença de pêlos, descritas por Frye, também foram
evidenciadas neste caso. A idade da paciente é compatível com a faixa etária relatada
por Vilson.

Ao exame radiográfico evidenciou-se imagem radiopaca no interior da neoplasia,


sugestiva de calcificação, como comentado por Johnston. Com relação aos sinais
clínicos, observaram-se os mesmos descritos por Wilson, ou seja, distensão
abdominal com massa palpável, anorexia e episódios de vômito. Ao contrário do
descrito por Klein e Patnaik e Greenlee, esta neoplasia tinha característica benigna,
não se evidenciando metástases em vísceras abdominais ou na cavidade torácica. O
animal apresentava cios regulares sugerindo vida reprodutiva normal, conforme
comentado por Wilson em cadelas com teratoma benigno unilateral.

O caso apresentado traz evidências de que o teratoma ovariano unilateral benigno em


cadela pode ser confundido com tumores de outros órgãos abdominais,
principalmente pela possibilidade de manifestar-se tardiamente e de não haver
distúrbios na vida reprodutiva do paciente. O tratamento cirúrgico e de suporte foram
adequados para restabelecer a condição desejável para o animal. Cães com
teratomas benignos apresentam prognóstico bom, conforme o evidenciado no
presente caso.

Figura 15- Incisão transversal da massa tumoral retirada de uma cadela Labrador, de 2 anos, com teratoma ovariano.
Observar a superfície do corpo cistos com material semi-sólido acinzentado, pêlos, tecido fibroso e ósseo.
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Figura 16- Cadela Labrador, de 2 anos, com teratoma ovariano maligno. Observar a presença de massa lateral-mente ao
ovário esquerdo (a) e omento com inúmeras nodulações(b).

Figura 17- Imagem macroscópica de teratoma ovário maligno retirado de uma cadela Labrador, de 2 anos. Observar sua
forma arredondada e superfície irregular (a). Observe também na remoção do outro ovário (b) e do útero (c).

Figura 18- Micrografia de teratoma ovariano canino dourado com HE. A - Observar a presença de tecidos múltiplos,
cartilaginosos (a), glandulares (b), adiposos (c) e musculares (d). B - Observar presença de tecido nervoso, neurônios (e).
Objetiva 20x.
21

Disgerminomas: Os disgerminomas são excepcionalmente raros. Apenas cerca de


10% de todos os tumores ovarianos são deste tipo. Estas neoplasias malignas têm
como principal característica o aumento gradual de tamanho, com sinais clínicos
essencialmente de ocupação de espaço abdominal. O índice dê metástase gira em
torno de 15%, sendo os linfonodos locais os órgãos primariamente atingidos, embora
metástases para outras vísceras tenham sido reportadas (GREENLEE, P.G;
PATNAIK, A.K, 1985).

Estas características o identificam como o correspondente feminino do seminoma


masculino, que apresenta derivações similares e se comporta de maneira quase
idêntica (SCULLY, R.E et al, 1998). Normalmente, o disgerminoma se apresenta como
um tumor sólido de superfície suave. Em humanos têm-se relatado uma incidência
bilateral em 10% dos casos, e em 10% dos casos unilaterais encontra-se focos do
tumor no ovário contralateral macroscopicamente normal (SCULLY, R.E et al, 1998).
O diagnóstico do disgerminoma é realizado através de laparotomia exploratória e
histopatologia (GROOTERS, A.M, 1998).

O diagnóstico diferencial deve envolver além da ovariopatia cística e outros tumores,


distúrbios inflamatórios não neoplásicos resultantes de obstrução linfática peritoneal
(LOAR, A.S, 1992). Devido à ausência de sintomas específicos, sendo os primeiros
sinais clínicos evidentes aqueles de uma grande massa abdominal, o diagnóstico
geralmente é obtido tardiamente na vida biológica do tumor, o que potencializa a
possibilidade de metástase (GREENLEE, P.G; PATNAIK, A.K, 1985).

A ovariossalpingohisterectomia é o tratamento de escolha para as neoplasias


ovarianas caninas, sendo considerada curativa na ausência de metástases
(GROOTERS, A.M, 1998). No entanto, devido ao potencial de disseminação do tumor
– a qual pode às vezes ser notada apenas anos após a correção inicial, a
quimioterapia adjuvante é indicada, e em humanos, é um procedimento rotineiro em
pacientes com as mesmas condições (GREENLEE, P.G; PATNAIK, A.K, 1985).

A quimioterapia baseada em cisplatina é altamente efetiva em humanos com


disgerminoma avançado. Bleomicina e vimblastina são usados como adjuvantes
(WILLIAM, S.D et al, 1991). Pouca informação se tem sobre o prognóstico em cadelas.
Em humanos, o acompanhamento por 26 meses após ressecção do tumor e
22

quimioterapia mostrou que 95% dos pacientes permanecem livres da doença


(WILLIAM, S.D et al, 1991).

Figura 19- Útero e ovários / radiografia abdominal.

Figura 20- Ovário: células grandes e poliédricas com citoplasma anfofílico, apresentando núcleos centrais com um ou mais
nucléolos evidentes (HE, Obj. 40).

Figura 21- Ovário: células neoplásticas marcadas positivamente para citoqueratina (Imuno-histoquímica, método
estreptavidna-biotina peroxidose) [Obj. 20].
23

2.3. TUMORES UTERINOS


2.3.1. ADENOCARCINOMA

Adenocarcinomas são tumores malignos que se originam de epitélios glandulares e


apresentam, geralmente, crescimento lento e ocorrência de metástases avançadas. A
ocorrência de adenocarcinomas uterinos é consideravelmente rara nos animais de
companhia, e mais comumente diagnosticado em vacas, éguas, cabras e coelhas.
(Silva, 2019).

A aparência histológica desses tumores é caracterizada por ninhos e cordões de


epitélio anaplásico em um denso e abundante estroma de tecido conjuntivo fibroso. O
tumor se desenvolve profundamente no endométrio e muitas vezes se estende até o
miométrio no início da doença. A invasão do tumor nas veias e/ou vasos linfáticos está
presente com frequência, e a disseminação linfática inicialmente se dá por via interna.
E pode gerar metástase em outras regiões (MEUTEN, 2017).

Os sintomas detectados incluem alteração do ciclo estral, a infertilidade, o


sangramento e/ou corrimento vaginal, bem como a presença de massas linfáticas e o
aumento abdominal da região uterina. (Silva, 2019).

Figura 22- Útero, aspecto macroscópico de adenocarcinoma endometrial com crescimento polipóide.
24

Figura 23- Adenocarcinoma endometrioide bem diferenciado, com padrão de crescimento exofítico. (Cabreiro, 2012).

Figura 24

2.3.2. LEIOMIOMA

Dentre as neoplasias identificadas em caninos, aquelas que acometem vulva e


vagina são consideradas de baixa frequência, cerca de 2 a 4%, e aquelas em útero
são raras, apenas 0,3 a 0,4% de todos os tumores. O leiomioma, neoplasia mais
comumente observada nestas regiões, é uma neoplasia benigna de origem
mesenquimal de músculo liso, de comportamento não invasivo, não metastático e de
crescimento lento (Daleck et al., 2016; Herron, 1983; McLachlan & Kennedy, 2002).
Macroscopicamente são nódulos esbranquiçados, firmes, bem delimitados, que
podem se projetar para o lúmen do útero.(FOSTER, 2013).

Segundo Maxie & Jubb (2007), a desregulação hormonal em cadelas não castradas
pode favorecer o surgimento desta neoplasia, frequentemente em associação com a
25

estimulação crônica pelo estrogênio. Em decorrência desta desregulação hormonal,


alguns animais apresentam alterações uterinas, mamárias e ovarianas, (Thacher &
Bradley, 1983). Os leiomiomas ocorrem com maior frequência em cadelas a partir da
meia-idade, podendo desenvolver nódulos solitários ou numerosos. Em casos de
leiomiomas em útero, raramente a doença está relacionada a algum sinal clínico,
muitas vezes sendo detectado incidentalmente; porém, sinais decorrentes de
compressão de outras vísceras, aumento de volume abdominal, secreção vaginal e
piometra podem estar presentes (Klein, 2007).

O principal diagnóstico diferencial dos leiomiomas são os fibromas. Estes são


neoplasias benignas de fibrócitos, caracterizados por estroma de colágeno
abundante, com origem em tecido conjuntivo do trato genital feminino (Goldschmidt &
Shofer, 1992).

Em casos de neoplasia em útero, mas, mesmo naquelas vaginais ou vulvares, é


necessária a avaliação radiográfica e ultrassonográfica da região abdominal, com
intuito de identificar possíveis massas em útero e demais estruturas abdominais,
porém, somente o exame anatomopatológico poderá apresentar o diagnóstico
definitivo (Klein, 2007). A maioria das massas pode ser removida por ressecção local
via episiotomia, juntamente com ovário-histerectomia (OH) (Thacher & Bradley, 1983).
O prognóstico é considerado bom, tendo em vista que o comportamento é de uma
neoplasia benigna e a cirurgia por sua vez tem efeito curativo (Daleck et al., 2016).

Figura 25- Lima & Andreussi- PUBVET 2019.


26

Figura 26- FEBRASGO - Federação Brasileira das Sociedades d Ginecologia e Obstetrícia – São Paulo – 2004.

2.3.3. TUMOR MISTO MESOBLÁSTICO

O Tumor Misto Mesoblástico é uma neoplasia rara, predominante em crianças e


lactentes, com uma incidência significativa em determinados grupos demográficos.
Estudos epidemiológicos recentes destacam a necessidade de uma vigilância
contínua para entender melhor a distribuição e o impacto dessa condição.

A etiologia do Tumor Misto Mesoblástico permanece complexa e multifatorial.


Pesquisas sugerem uma possível interação entre fatores genéticos, ambientais e
exposição a agentes específicos. Uma análise aprofundada desses elementos é
crucial para identificar possíveis medidas preventivas.

A compreensão da patogenia desse tumor é central para avanços no diagnóstico e


tratamento. Alterações genéticas e moleculares desempenham um papel fundamental
27

no crescimento desordenado de células mesenquimais. Investigar as vias patogênicas


é essencial para desenvolver terapias mais direcionadas e eficazes.

A observação macroscópica revela características distintivas, incluindo tamanho,


localização e aspectos morfológicos. Descrever detalhadamente esses aspectos
fornece insights importantes para a abordagem diagnóstica e a avaliação pré-
operatória do Tumor Misto Mesoblástico.

A análise microscópica é crucial para a confirmação diagnóstica, destacando a


arquitetura celular específica e características histológicas distintivas. A presença de
células mesenquimais diferenciadas é identificada, e uma análise microscópica
minuciosa contribui para um diagnóstico preciso, influenciando as decisões
terapêuticas.

2.3.4. CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS

O Carcinoma de Células Escamosas (CCE) é uma neoplasia comumente


encontrada em diversas regiões do corpo, apresentando incidência significativa em
áreas expostas ao sol. A prevalência varia de acordo com fatores como idade, sexo e
exposição ambiental, sendo essencial uma compreensão abrangente desses padrões
para orientar estratégias preventivas e de detecção precoce.

A etiologia do CCE é multifatorial, envolvendo fatores genéticos, exposição crônica à


radiação ultravioleta, infecções virais (como o papilomavírus humano - HPV) e história
de lesões precursoras. O entendimento desses elementos é crucial para identificar
grupos de risco e desenvolver intervenções preventivas.

A patogenia por sua vez, está associada a alterações genéticas que levam à
proliferação descontrolada de células escamosas. Estudos recentes destacam a
complexidade das vias de sinalização envolvidas e sua interação com o
microambiente tumoral. Investigar esses mecanismos é essencial para desenvolver
terapias mais direcionadas.

A avaliação macroscópica revela características distintivas do CCE, incluindo


tamanho, localização e aspectos morfológicos. A identificação de características
28

macroscópicas específicas é fundamental para o planejamento cirúrgico e a


determinação do estágio da doença.

A análise microscópica é crucial para confirmar o diagnóstico de CCE, destacando a


diferenciação celular, a invasão tecidual e a presença de queratina. A interpretação
detalhada das características microscópicas auxilia na determinação do grau de
malignidade e orienta a escolha do tratamento.

Figura 27- Equino macho portador de Carcinoma de células escamosas A) Aspecto macroscópico da lesão. Observa-se a
região do prepúcio com neoformação; B) Massa de 30 cm retirada após excisão cirúrgica; C) Aspecto histopatológico do
tumor excisado no qual se observa proliferação neoplásica do epitélio pavimentoso estratificado e formação marcada de
pérolas córneas (setas) caracterizando um carcinoma de células escamosas; D) Massa aderida ao rim direito englobando a
artéria mesentérica; E) Massa em região prepucial comprimindo o pênis (seta); F) Massa que se estendeu até a S1 e S2
(setas).

2.4. TUMORES CERVICAIS


2.4.1. ADENOCARCINOMA

O adenocarcinoma é um tumor maligno, também conhecido comumente como câncer.


O adenocarcinoma possui sua origem no tecido epitelial, no qual o crescimento e
desenvolvimento da neoplasia acontece por meio de um padrão glandular.

Como as células glandulares são encontradas no tecido que reveste os órgãos


internos, a condição pode ocorrer em diferentes partes do corpo, incluindo pulmões,
próstata, pâncreas, esôfago e cólon, entre outros.
29

O que é o adenocarcinoma? Se o câncer surge de um tecido epitelial que contém


glândulas, como o estômago, cólon, pâncreas, próstata ou mama, o carcinoma é
chamado de adenocarcinoma (adeno = pertence a uma glândula). Na mama, o
adenocarcinoma é o tipo mais comum de câncer, correspondendo a mais de 90% dos
casos.

O adenocarcinoma é uma neoplasia maligna originado nas células glandulares que


produz e libera fluidos corporais, incluindo, entre outros, sucos digestivos e muco.
Como as células glandulares são encontradas no tecido que reveste os órgãos
internos, a condição pode ocorrer em diferentes partes do corpo, incluindo pulmões,
próstata, pâncreas, esôfago e cólon, entre outros. O adenocarcinoma é responsável
por aproximadamente 50% de todos os cânceres de pulmão (adenocarcinoma de
pulmão), 95% dos cânceres de reto e de cólon e 99% de todos os cânceres de
próstata. Uma forma muito rara da doença é chamada de carcinoma adenoide cístico,
que começa na mucosa nasossinusal e se espalha para a base do crânio.A
contraparte benigna do adenocarcinoma é um adenoma. Em alguns casos, os
adenomas se tornam malignos, mas isso não ocorre na maioria dos casos.

Macroscopia :Os sinais clínicos são inespecíficos e ao exame físico ocasionalmente


é palpável um aumento de volume na região epigástrica cranial. Muitas vezes o animal
encontra-se ictérico, devido à obstrução dos ductos biliares ou pelas metástases
hepáticas.

Figura 28- volume na região epigástrica cranial


30

Microscopia: É através do DNA que os cromossomos passam as informações para o


funcionamento da célula. O processo de formação do câncer é chamado de
carcinogênese ou oncogênese e, em geral, acontece lentamente, podendo levar
vários anos para que uma célula cancerosa se e dê prolifere origem a um tumor visível.
Conforme as células cancerosas vão substituindo as normais, os tecidos invadidos
vão perdendo suas funções. Por exemplo, a invasão dos pulmões gera alterações
respiratórias, a invasão do cérebro pode gerar, alterações neurológicas etc.

Figura 29

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, o câncer no trato reprodutor de fêmeas é uma doença comum em


medicina veterinária e pode afetar órgãos como o útero, ovários e as glândulas
mamárias. Embora os sintomas possam variar dependendo do local específico do
câncer, eles geralmente incluem sangramento anormal, dor durante a micção e
presença de nódulos ou tumores.

O diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento, e os exames


clínicos, exames de imagem e biópsias são importantes para confirmar a presença de
câncer. A terapia mais comum para cânceres do trato reprodutor de fêmeas é a
cirurgia, onde o tumor e, se necessário, os órgãos afetados são removidos. A
quimioterapia e a radioterapia também podem ser utilizadas em casos mais graves.
31

É importante ressaltar que a prevenção é fundamental na luta contra o câncer. A


esterilização precoce (castração) dos animais de estimação é uma medida eficaz para
prevenir o câncer de útero e ovário em fêmeas. Além disso, a conscientização sobre
os fatores de risco, como a obesidade e o tabagismo passivo, é essencial para garantir
um estilo de vida saudável e minimizar as chances de desenvolvimento de câncer.

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