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• Introdução

As primeiras apendicectomias datam do século XVI, e desde


então diversas técnicas têm sido desenvolvidas para este fim, porém
ainda não há consenso sobre a melhor forma de tratamento do coto
apendicular. Atualmente, diversos estudos comparam as repercussões
pós-operatórias de apendicectomia aberta versus videolaparoscópica,
porém pouco se escreve sobre a comparação entre as técnicas.
A escolha da técnica de tratamento do coto apendicular, seja
ela a convencional, a confecção da bolsa de tabaco ou a sutura a
Parker-Kerr na maioria das vezes depende da habilidade e preferência
do cirurgião, e pouco se avalia a influência desta escolha na condição
pós-operatória do paciente, dando-se mais atenção a outros fatores que
influenciam o tempo de permanência hospitalar, como tempo de
evolução clínica pré-operatória, resposta à terapia com antibióticos,
idade e presença de co-morbidades, entre outros fatores.
• Objetivo
Avaliar a relação entre a técnica cirúrgica e o tempo de
permanência hospitalar pós-cirúrgica em pacientes submetidos a
apendicectomia. Métodos: realizada análise retrospectiva de 229
pacientes submetidos a apendicectomia aberta entre janeiro de 2012 e
dezembro de 2013, no Hospital General Edson Ramalho, em João
Pessoa - PB. Foram avaliados três grupos de acordo com a técnica
cirúrgica utilizada: convencional (ligadura simples do coto apendicular),
em bolsa de tabaco e a Parker-Kerr. Os dados foram cruzados com
tempo de internamento (até 03 dias, de 04 a 06 dias e 07 ou mais dias).
Para análise estatística foi feito o cálculo de frequencias e tabulação
cruzada utilizando-se o software IBM SPSS 22.

• Resultados:
Foram incluídos 229 pacientes entre 15 e 85 anos, sendo a
maioria do sexo masculino (63,3%) e a maioria adultos jovens (68,1%
tinham entre 20 a 40 anos). Destes, 108 pacientes (47,2%) foram
submetidos à técnica convencional com média de 4,2 dias de internação
após a cirurgia. Em 98 pacientes (42,8%) foi feita a sutura em bolsa de
tabaco e a médica de tempo de internamento foi de 3,8 dias. Em apenas
23 pacientes (10%) foi feita a sutura a Parker-Kerr e o tempo médio de
permanência hospitalar após a apendicectomia foi de 3,0 dias. O
coeficiente de contingência entre as variáveis tempo e técnica cirúrgica
foi de 0,261 e o coeficiente V de Cramér foi de 0,191.

TEMPO DE INTERNAMENTO APÓS APENDICECTOMIA ABERTA POR TRÊS TÉCNICAS


CIRÚRGICAS: ANÁLISE DE 229 CASOS – XXXI CBC 2015
• Conclusão:
A análise estatística nesse estudo representa uma tendencia a um maior
tempo de internamento nos pacientes submetidos à apendicectomia
convencional, enquanto naqueles em quem foi utilizada a técnica a
Parker-Kerr o tempo foi menor, o que pode determinar custos
hospitalares menores.

• Referências:

1. Neves, L.J.V.A. et al. Ligadura simples ou ligadura com confecção de


bolsa e sepultamento para tratamento do coto apendicular: estudo
comparativo prospectivo randomizado. ABCD Arq Bras Cir Dig
2011;24(1): 15-19
2. García-sancho Martín L. Apendicitis Aguda. Historia De Una Vieja
Enfermedad. Toko-Gin Pract, 2009;70(4):128-135
3. Franzon, O. et al. Apendicite aguda: análise institucional no manejo
peri-operatório. ABCD arq. bras. cir. dig;22(2):72-75, abr.-jun. 2009
4. Peixoto, R. O. et al. Índices diagnósticos da ultrassonografia
abdominal na apendicite aguda: influência do gênero e constituição
física, tempo evolutivo da doença e experiência do radiologista. Rev. Col.
Bras. Cir;38(2):105-111, mar-abr. 2011.

TEMPO DE INTERNAMENTO APÓS APENDICECTOMIA ABERTA POR TRÊS TÉCNICAS


CIRÚRGICAS: ANÁLISE DE 229 CASOS – XXXI CBC 2015

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