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Escola Técnica Adolpho Berezin

Nome: Evelyn Moura Santos

Categoria Conta

Nome:

FEMC

Mongaguá

2023
Era de manhã, e um frio pálido entra pela janela, mais um dia normal. Me
levanto e em uma hora já estava na rua a caminho da escola, desde que aquilo
ocorreu era como se tudo não houvesse cor, os passarinhos não cantavam e assim
os dias passavam.

Estava sentado em um banco no intervalo quando escuto uma voz doce.

- Pedro, você não sente falta?

Olho para o lado e lá estava Maria, com sua pele e olhos negros.

- Falta do que Maria?


- Das músicas, dos instrumentos, da alegria, ora.

Me espanto, como Maria consegue falar sobre isso assim tão alto.

- Está louca? Se alguém escuta você falando disso, vamos para detenção.

Maria riu, e completou:

- Deixa de ser bobo, olha, eu sei aonde tudo está escondido, se quiser ver
com seus próprios olhos, me encontre na vila às 04:20, antes de irmos para a
escola.

Antes que pudesse responder algo, Maria saiu, e sumiu rapidamente


no meio dos outros alunos. Voltei para casa intrigado e me perguntando "será
que vale a pena?". Fui para meu quarto na intenção de me deitar, em um ato
de impulso coloco meu relógio para despertar mais cedo e pego no sono.

Às 04:10 toca o despertador, me arrumo rápido e saio de casa em direção ao


local indicado. Após chegar na vila, avisto Maria, que acenou para mim.

- Bom dia Maria, então onde estão as coisas que havia dito?

Maria apontou o dedo para uma casa grande e escura e disse:

- A partir de agora é silêncio Pedro.

Fomos em passos lentos até chegar na entrada da casa. Maria abriu uma
janela que estava sem trinco e então pulo, logo em seguida fui atrás, ao adentrar a
casa fui tomado pela alegria, ali estavam violões, cavaletes, quadros, caixas se som,
etc. Porém minha alegria se desfez quando ouvi uma voz estridente.
- Vejo que temos visitas - falou um homem alto de dentes pontudos e
aparência mórbida.

Maria foi para trás de mim, estávamos com medo.

- Me desculpa, vamos ir embora agora - falei com medo.

O homem riu, uma risada alta e forçada.

- Há sete anos as pessoas realmente focam em suas vidas e deixam de lado


todo esse drama de emoções e sentimentos. Não vou correr o risco de vocês
estragarem tudo revelando onde essas porcarias estão. – disse afastando
Maria de mim - cuidarei de você primeiro.

O homem me empurrou fazendo-me cair em cima de um violão, o


barulho estranho que soou, afetou a forma física do homem. Ao perceber isso,
tomei o violão em minha mão e comecei a tocá-lo.

- Pare imediatamente! - era a única coisa que o homem asqueroso sabia


dizer, enquanto diminuía até ficar do tamanho de um inseto e, por sua vez
Maria pisar em cima.

Nos abraçamos aliviados, pois iríamos sair dali vivos, porém escutamos um
pedido de ajuda vindo do andar de cima e mesmo com receio, fomos até lá. Ao
chegarmos, vimos um senhor acorrentado e logo o desprendemos.

- Obrigado, muito obrigado! Me chamo Raul Cortez - Sr. Raul pega uma chave
que estava escondida em seu sapato - Venham, preciso fazer uma coisa
enquanto ainda tenho forças.

O seguimos até uma porta enorme ao final do corredor e, logo em seguida o


senhor abriu. Meus olhos se fecharam com tamanha luz que havia lá dentro,
diversas cores e sons saíram de lá e se espalharam rua à fora. Ao sair da casa vi
cores, cores do nascer do sol, o sopro suave do vento, o canto dos pássaros. Vi a
vida voltar, vi arte.

Fecho o livro e olho para a sala de aula que estava prestando atenção.

- Viram turma? É por isso que nunca devemos deixar a arte morrer, pois ela é
parte da nossa cultura. - E então ouço o sinal tocar.

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