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Quando Mao Tsé Tung (ou Zedong) chegou ao poder em 1949, a China estava dominada pela
pobreza e devastada pela guerra. Após 70 anos do triunfo dos comunistas, o país está radicalmente
diferente: é uma potência mundial de primeira grandeza e aspira chegar ao topo da economia global. Mas
seu "milagre econômico", único na história, não se deve necessariamente ao "Grande Timoneiro", mas a
uma campanha impulsionada por outro líder comunista, Deng Xiaoping.
Mao, o histórico fundador da República Popular da China, havia morrido anos antes das mudanças
de Xiaoping, deixando um controverso legado. Entre seus grandes projetos estão o Grande Salto Adiante
(1958-62), que buscava transformar a economia agrária do país e provocou uma escassez de alimentos
que levou à morte de ao menos 10 milhões de pessoas (fontes independentes falam em até 45 milhões
de mortos); e a Revolução Cultural (1966-76), uma campanha de Mao contra os partidários do
"capitalismo", que também levou a milhões de mortos e paralisou a economia nacional.
Foi nesse cenário de pobreza e fome que Deng Xiaoping, então secretário-geral do Partido
Comunista da China), propôs suas reformas. Xiaoping optou pelas chamadas "quatro modernizações" e
uma evolução da economia na qual o mercado teria um protagonismo crescente. Para ele, não importava
se o sistema econômico chinês era comunista ou capitalista, mas sim se funcionava. "Não importa se o
gato é preto ou branco desde que cace ratos", afirmou o chinês em um discurso na conferência da Liga
da Juventude Comunista da China. Seu programa foi ratificado em 18 de dezembro de 1978 por parte do
comitê central do Partido Comunista da China e tornou a modernização econômica sua principal
prioridade. Nos anos seguintes, foram colocadas em prática mudanças que até então eram consideradas
bastante ambiciosas e enfrentaram resistência da ala mais conservadora do partido no poder.
A chamada "Reforma e Abertura" conseguiu tirar 740 milhões de pessoas da pobreza, segundo
dados oficiais. Sob a ideia de um "socialismo com traços chineses", Xiaoping rompeu com o status quo e
implementou uma série de reformas econômicas, centradas na agricultura, num ambiente liberal para o
setor privado, na modernização da indústria e na abertura da China para o comércio exterior. Esse percurso
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afastou o país do comunismo de Mao Tsé Tung e "rompia as correntes" do passado, nas palavras do atual
presidente chinês, Xi Jinping.
Consequências
Depois de um longo processo, as mudanças permitiram que a China conseguisse entrar na
Organização Mundial do Comércio em 2001, ingresso que lhe abriu definitivamente as portas para a
globalização e catalisou seu progresso econômico.
Assim, em 2008, quando a crise econômica global estourou e o Ocidente saiu em busca de novos
mercados, a China conseguiu se destacar entre todos os outros e se converteu na "fábrica do mundo".
Apesar do boom econômico, a China luta agora para se descolar dessa função: quer deixar a manufatura
para trás e se tornar um país conhecido pela inovação. À medida que o gigante asiático amadureceu, o
crescimento do seu PIB desacelerou significativamente.
Se em 2007 era de 14,2%, em 2018 esse percentual de expansão foi reduzido para 6,6%. Mas se
olharmos mais para trás, desde 1980, o tamanho da economia chinesa foi multiplicado por 42. Até 2030,
os economistas estimam que o crescimento do país será reduzido a aproximadamente um terço do
percentual atual. Mas ainda assim seria suficiente para superar os Estados Unidos como a maior economia
do mundo?
Em 2009, a China se tornou o maior contribuinte para o crescimento econômico global e superou
a Alemanha como o maior exportador do mundo em 2010. Em 2010, superou o Japão como a segunda
maior economia do mundo. Tornou-se a nação mais rica do mundo em termos de reservas estrangeiras,
com cerca de US$ 3 trilhões. Sua participação na economia mundial cresceu de apenas 1,8% em 1978 para
impressionantes 18,2% em 2017 (SCMP, 12/11/2018).
Desta forma, a China deixou de ser apenas uma economia emergente e retornou ao seu status de
grande potência econômica global, que representou quase 30% da economia mundial nos séculos XV e
XVI. A diplomacia pragmática de Deng Xiaoping desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da
China. Seu boom econômico de quatro décadas de duração foi construído em sua adoção do capitalismo
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global, à medida que as empresas multinacionais transferiram suas linhas de produção para o país asiático,
tornando a China “a fábrica do mundo”.
A despeito do progresso econômico, as reformas trouxeram também consequências negativas para
o país, como a alta desigualdade social e a grave contaminação do ar em diversas cidades chinesas. Mas,
segue intacto o rígido sistema de governo de partido único no país inaugurado com a revolução. Críticos
e ativistas denunciam uma crescente repressão dos direitos humanos e uma concentração de poder ainda
maior em torno do atual presidente Xi Jinping, responsável por restringir ainda mais as liberdades da
população.
Xi Jinping (2013) é tido como o líder chinês com mais poder desde Mao
Mas depois de décadas de alto crescimento e uma influência crescente no mundo, a política externa
e o comportamento diplomático da China passaram por uma tremenda transformação sob Xi Jinping, que
foi eleito secretário geral do Partido Comunista no final de 2012 e se tornou presidente em março de 2013.
Nenhum líder chinês, antigo ou contemporâneo, tem sido tão ativo quanto Xi na diplomacia. Com seu
ambicioso “sonho chinês” de estratégia “Renascimento Nacional”, substituindo a “diplomacia discreta” de
Deng, a China tem sido mais intervencionista e confiante no cenário mundial, com uma política militar e
de segurança cada vez mais assertiva.
Durante seu primeiro mandato de cinco anos, Xi atraiu muitos líderes estrangeiros para a China e
recebeu cinco grandes cúpulas mundiais. E nenhum líder chinês fez mais viagens em tão pouco tempo:
em seu primeiro mandato, Xi fez 28 viagens ao exterior que o levaram a 56 países nos cinco continentes.
Além disso, nunca antes a China teve um impacto tão profundo no desenvolvimento econômico global,
com as iniciativas Banco de Investimento Asiático em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês), o Fundo da
Rota da Seda, o Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como Banco de Desenvolvimento
do BRICS, além dos investimentos em projetos produtivos e infraestrutura em 112 países, fazendo parte
da Iniciativa Um Cinturão, Uma Rota.
Desde que ele aboliu o limite temporal de sua Presidência, em 2018, as notícias sobre
descontentamentos com o governo cruzaram as fronteiras chinesas. Seus críticos o acusam de concentrar
ainda mais o poder e de promover uma campanha de culto a sua personalidade em nível inédito desde os
tempos de Mao. O mandatário também tem estado sob a mira da comunidade internacional por conta
das denúncias sobre sistemas de vigilância massiva da população, de queixas de trabalhadores por
jornadas laborais desmedidas e de detenções de membros da minoria muçulmana em campos de
detenção na região de Xinjiang.
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TEXTO 2: Brics termina com vitória da China e sem vantagem real para Brasil
22.ago.2023 Mateus Maia
TEXTO 3: Lições que a América Latina pode aprender do salto econômico dos
tigres asiáticos
Cecilia Barría, BBC News Mundo, 9 dezembro 2022
' Impulsionados pela rápida industrialização com foco nas exportações, os chamados tigres asiáticos
mantêm alto nível de crescimento econômico desde a década de 1960. Com educação de qualidade para
a população e grande superávit fiscal, Hong Kong, Singapura, Coreia do Sul e Taiwan deixaram para trás
seus altos níveis de pobreza após a Segunda Guerra Mundial e conseguiram inserir-se no panorama
emergente da indústria tecnológica no momento certo. Hoje, os tigres asiáticos estão entre os países mais
ricos do mundo. É claro que as circunstâncias eram diferentes 70 anos atrás. Mas os especialistas afirmam
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que a América Latina pode aprender algumas das lições dos tigres asiáticos para traçar seu próprio
caminho.
A Coreia do Sul, por exemplo, é um dos países onde as pessoas menos dormem no mundo. Existe
alto consumo de antidepressivos e sua taxa de suicídios é a mais alta entre os países desenvolvidos. O
paradoxo é que as pessoas já não morrem de fome, mas muitos morrem devido aos custos de viver em
um país rico. Por isso, muitos especialistas afirmam que vale a pena aprender com o que eles conseguiram
de bom, mas também com o que eles fizeram de negativo.
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A China está promovendo uma enorme comemoração para marcar uma das suas maiores tentativas
de se conectar com o mundo exterior: a Iniciativa do Cinturão e Rota, conhecida como a Nova Rota da
Seda. Líderes e autoridades de todo o mundo estiveram na capital chinesa, Pequim, para participar de uma
cúpula de alto nível que marca o 10º aniversário da iniciativa. Entre eles, estão o presidente da Rússia,
Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán. Também é esperado o representante do
governo do Talebã no Afeganistão. A imprensa chinesa está repleta de notícias sobre as conquistas da
iniciativa, incluindo um documentário em seis episódios apresentado pela TV estatal.
Marca registrada do
presidente chinês Xi Jinping, a
nova rota da seda pretende
aproximar a China do mundo
exterior com investimentos e
projetos de infraestrutura.
Após uma injeção de dinheiro
sem precedentes em cerca de
150 países, a China se
vangloria de ter transformado
o mundo – o que não deixa de
ser verdade.
O "cinturão" é uma
referência aos caminhos
terrestres que conectam a
China à Europa através da Ásia
Central, além do sul da Ásia e
do sudeste asiático. Já a
"Rota" designa a rede
marítima que liga a China aos
principais portos do mundo através da Ásia, até a África e a Europa. A iniciativa começou com fortes
investimentos estatais em infraestrutura no exterior. A maior parte dos gastos (estimados em US$ 1 trilhão,
ou cerca de R$ 5,06 trilhões) foi concentrada em projetos de transporte, como ferrovias e usinas
energéticas.
A China anunciou que o projeto seria vantajoso para todas as partes envolvidas e que os investimentos
estimulariam o desenvolvimento em outros países. Domesticamente, Pequim vendeu a ideia da nova rota
da seda como uma forma de ajudar as empresas chinesas, impulsionar a economia e melhorar a imagem
do país no exterior. Alguns dos objetivos, como a internacionalização da moeda da China – o yuan – e a
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ocupação da capacidade ociosa das companhias chinesas, tiveram sucesso limitado. Mas Pequim colheu
imensos benefícios econômicos no setor comercial. Uma série de acordos trouxe acesso a mais recursos,
como petróleo, gás e minérios, especialmente com a expansão do foco da iniciativa para a África, América
do Sul e Oriente Médio. Cerca de US$ 19,1 trilhões (R$ 96,5 trilhões) em mercadorias foram comercializadas
entre a China e os países da nova rota da seda na última década. "A questão é levar as empresas estatais
chinesas para o exterior... facilitando o fluxo dos recursos de que a China precisa", afirma Jacob Gunter,
analista sênior do Instituto Mercator para Estudos Chineses (Merics, na sigla em inglês), com sede na
Alemanha.
"O objetivo também é expandir e desenvolver os mercados de exportação como alternativas para o
mundo liberal desenvolvido", segundo ele. E esta diversificação passou a ser fundamental em uma época
em que a China enfrenta o aumento das tensões com o Ocidente e seus aliados. A soja é um exemplo. A
China é o maior importador mundial do produto e dependia muito dos Estados Unidos para se abastecer.
Mas uma disputa tarifária com Washington levou Pequim a procurar fornecedores na América do Sul,
especialmente no Brasil, considerado o maior beneficiário de fundos da nova rota da seda na região.
Gasodutos da Rússia e da Ásia central e importações de petróleo da Rússia, Iraque, Brasil e Omã reduziram
a dependência chinesa do Japão, Coreia do Sul e dos Estados Unidos, segundo o Instituto Internacional
de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês).
A 'armadilha do endividamento'
Ao se tornar a primeira opção de muitos
países de média e baixa renda para
empréstimos pela nova rota da seda, a China
agora é o maior credor internacional do
mundo. A verdadeira escala da dívida é
desconhecida. Acredita que ela seja, pelo
menos, da ordem de centenas de bilhões de
dólares. Mas muitos dos empréstimos, de
investidores públicos e privados, são mantidos
em sigilo. Do Sri Lanka e das Maldivas até o
Laos e o Quênia, inúmeros países contraíram dívidas pela Iniciativa do Cinturão e Rota, o que colocou o
governo chinês em maus lençóis. A crise do mercado imobiliário e os livres empréstimos dos governos
locais na China já criaram internamente a "bomba da dívida". Estima-se que essa dívida chegue à casa dos
trilhões de dólares.
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https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jaimespitzcovsky/2021/08/crise-afega-e-retirada-de-tropas-dos-eua-
reforcam-alianca-entre-israel-e-paises-arabes.shtml
(O chanceler israelense, Yair Lapid, em entrevista coletiva em Dubai, em visita aos Emirados
Árabes Unidos - 30.jun.21/Reuters)
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rivalidade com potências árabes deriva de diferenças no mundo muçulmano: os sauditas são
majoritariamente sunitas, enquanto o xiismo prevalece em solo iraniano. Ambições
expansionistas do Irã se verificam em suas ações no Líbano, no Iraque, na Síria e no Iêmen.
Israel e países árabes de maioria sunita se aproximam, portanto, para enfrentar o desafio
arquitetado por Teerã.
No campo geopolítico,
esta divisão tem acirrado as
disputas entre nações onde os
grupos majoritários são distintos.
Apesar de, atualmente, os
sunitas corresponderem a cerca
de 90% dos professantes do
islamismo, alguns países
apresentam uma grande maioria
xiita, como é o caso do Irã, onde
quase 90% da população é xiita, e do Iraque, onde este número gira em torno de 60%. Eles são
a maioria da população no Irã, Iraque, Bahrein, Azerbaijão e, segundo algumas estimativas,
também do Iêmen.
O Oriente Médio, ao final da Guerra Fria, obteve o status de foco principal da política externa de
Washington, pela relevância petrolífera e pelo combate ao terrorismo. No entanto, o consumo do petróleo
vêm caindo em razão da competição do gás natural, menos sujo, com o carvão e do crescimento das
fontes renováveis. Despencaram na pandemia, o maior tombo no consumo de petróleo americano em um
ano desde 1950, e podem cair ainda mais se Biden estiver levando a sério suas promessas de liderar o
mundo na mitigação da catástrofe climática anunciada no dia 9/08/2021 pelo IPCC, o painel do clima da
ONU.
O “pivô para Ásia” é o movimento americano de diminuir presença no Oriente Médio, sem
abandoná-lo, e deslocar recursos políticos e militares para as cercanias da China, no esforço de contenção
de Pequim. A China, com sua meteórica ascensão econômica, virou a prioridade diplomática para a Casa
Branca, pois Pequim transformou-se no primeiro país, desde a desintegração da URSS, a poder colocar em
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xeque a hegemonia global dos EUA. E a saída atabalhoada dos EUA do Afeganistão, país nas vizinhanças
médio-orientais, reforça a tese, de Israel e de países árabes, da necessidade de ampliar cooperação, até
mesmo na área de segurança, para enfrentar um adversário chamado Irã.
George W. Bush invadiu o Afeganistão atrás de O presidente americano Joe Biden discursa sobre
Osama Bin Laden a tomada de controle do Afeganistão pelo
Taleban – “Não é mais interesse dos EUA”
Consumo Importação Exportação Consumo Importação Exportação
20 12 1 18 7,9 8,5
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/08/cabul-pode-ser-a-primeira-vitima-da-ordem-mundial-pos-petroleo.sh
Ao contrário de algumas outras facções palestinas, o Hamas recusa-se a dialogar com Israel. Em 1993,
opôs-se aos Acordos de Oslo, um pacto de paz entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina
(OLP) que desistiu da resistência armada contra Israel em troca de promessas de um Estado palestino
independente ao lado de Israel. Os Acordos também estabeleceram a Autoridade Palestina (AP) na
Cisjordânia ocupada por Israel.
Como parte da sua campanha contra Israel, o Hamas produziu vídeos de propaganda engenhosos
que documentavam passo a passo o seu ataque a Israel. Em alguns vídeos, os seus combatentes usavam
câmeras corporais para filmar as operações enquanto atravessavam as fortificações israelitas e eram
vistos vestidos com uniformes de comando.
O contexto internacional também pode estar por trás dos ataques do Hamas a Israel. Nos últimos anos,
países árabes que antes não reconheciam oficialmente a existência de Israel passaram a normalizar suas
relações com o Estado judeu. Como parte dos chamados Acordos de Abraão, mediados pelos Estados
Unidos, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Sudão estabeleceram relações diplomáticas com
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Israel entre 2020 e 2021. Agora, uma das maiores potências do Oriente Médio, a Arábia Saudita, parece
prestes de fazer o mesmo, em uma aproximação também patrocinada pelo governo americano. As
conversas entre as nações foram privadas até o momento, mas no final de setembro o primeiro-ministro
israelense, Benjamin Netanyahu, disse acreditar que o acordo poderia ser finalizado em breve.
Historicamente, a Arábia Saudita é uma das maiores defensoras da causa palestina, e a aproximação do
país com Israel vinha gerando temores de que a demanda pela criação de um Estado palestino pudesse
ficar em segundo plano na disputa política regional. Como um dos mais radicais grupos militantes
palestinos que se recusa a aceitar a existência de um Estado judeu no Oriente Médio, o Hamas já vinha se
opondo a aproximação saudita com Israel. Para muitos analistas, o ataque do último sábado pode ter sido
uma tentativa de atrapalhar um possível acordo.
Além disso, há décadas o Hamas é apoiado diretamente por uma outra potência da região, o Irã, que
vem canalizando recursos e armamentos para o grupo militante palestino. Além de inimigo declarado de
Israel, o Irã, de maioria xiita, tem uma relação conflituosa com a Arábia Saudita, que é sunita. Uma
aproximação entre os seus dois inimigos na região poderia deixar o regime de Teerã em uma situação
fragilizada.
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