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RELEMBRANDO
As informações da interpretação, nas entrelinhas do texto, não estão expressas de manei-
ra explícita. No entanto, o texto traz informações, palavras ou termos que permitem chegar
à determinada conclusão.
Pressupostos
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
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Obs.: Outros verbos que indicam mudança ou permanência de estado são: começar (a),
continuar, converter-se, deixar (de), ficar, ganhar, parar (de), passar (a), perder, per-
manecer, principiar (a), transformar-se, vir a ser, virar etc.
Obs.: Outros verbos que indicam ponto de vista são: alegar, presumir, pretender, supor etc.
15m
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ATENÇÃO
Em questões de reescritura de textos, geralmente os examinadores sugerem a alteração
da pontuação das orações adjetivas. É importante observar com atenção o comando. Se a
questão sugerir a alteração da pontuação mantendo a correção gramatical, mantém-se a
correção gramatical, mas o sentido é alterado. O mesmo acontece com os adjetivos puros.
Subentendidos
Os subentendidos, por sua vez, são informações deduzidas subjetivamente pelo interlo-
cutor. Em vista disso, os subentendidos nem sempre são verdadeiros ou permitem chegar à
determinada conclusão. Muitas vezes são, inclusive, usados para induzir ao erro na resolu-
ção da questão.
Exemplos:
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ATENÇÃO
Muitas vezes, os subentendidos estão logicamente associados à situação colocada pelo
texto, dentro daquele determinado contexto. No entanto, o texto não permite chegar, com
segurança, a essa conclusão.
No caso de o examinador apresentar um subentendido, normalmente ele será considerado
errado, para fins de prova.
25m
Os pressupostos, por sua vez, são válidos pois podem ser comprovados com elemen-
tos do texto.
DIRETO DO CONCURSO
A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas, um código legal que se
aplicava a Portugal e seus territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações Fili-
pinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher caso a apanhasse em adultério.
ANOTAÇÕES
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Também podia matá-la por meramente suspeitar de traição. Previa-se um único caso de
punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua mulher uma “pessoa de maior
qualidade”, o assassino poderia ser condenado a três anos de desterro na África.
No Brasil República, as leis continuaram reproduzindo a ideia de que o homem era supe-
rior à mulher. O Código Civil de 1916 dava às mulheres casadas o status de “incapazes”. Elas
só podiam assinar contratos ou trabalhar fora de casa se tivessem a autorização expressa
do marido.
Há tempos, o direito de matar a mulher, previsto pelas Ordenações Filipinas, deixou de
valer. O machismo, porém, sobreviveu nos tribunais. O Código Penal de 1890 livrava da con-
denação quem matava “em estado de completa privação de sentidos”. O atual Código Penal,
de 1940, abrevia a pena dos criminosos que agem “sob o domínio de violenta emoção”. Os
“crimes passionais” – eufemismo para a covardia – encaixam-se à perfeição nessas situa-
ções. Em outra bem-sucedida tentativa de aliviar a responsabilidade do homem, os advoga-
dos inventaram o direito da “legítima defesa da honra”.
O machismo é uma praga histórica. Não se elimina da noite para o dia. A criação da Lei
Maria da Penha, em 2006, em que se previu punição para quem agride e mata mulheres, foi
um primeiro e audacioso passo. O segundo passo contra o machismo é a educação.
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado. Brasília, 4/
jul./2013, p. 4-5.
Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).
30m
COMENTÁRIO
Para encontrar a suposta sobreposição mencionada, analisa-se o primeiro período do se-
gundo parágrafo: “No Brasil República, as leis continuaram reproduzindo a ideia de que o
homem era superior à mulher”.
O trecho “a ideia de que o homem era superior à mulher”, remete à ideia de “visão machis-
ta e superioridade masculina”, mencionada pela questão. Essa informação está de modo
explícito no texto.
Já o verbo “continuaram” indica o pressuposto de que essa visão já imperava antes.
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COMENTÁRIO
Analisa-se o trecho do texto que apresenta informações relacionadas à questão:
“A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas, um código legal que se
aplicava a Portugal e seus territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações
Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher caso a apanhasse em adul-
tério. Também podia matá-la por meramente suspeitar de traição. Previa-se um único caso
de punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua mulher uma “pessoa de
maior qualidade”, o assassino poderia ser condenado a três anos de desterro na África”.
Pelo emprego da expressão “pessoa de maior qualidade”, pode inferir-se que se trata de
uma pessoa de classe social elevada.
COMENTÁRIO
Analisa-se o trecho do texto que apresenta informações relacionadas à questão:
Há tempos, o direito de matar a mulher, previsto pelas Ordenações Filipinas, deixou de
valer. O machismo, porém, sobreviveu nos tribunais. O Código Penal de 1890 livrava da
condenação quem matava “em estado de completa privação de sentidos”. O atual Código
Penal, de 1940, abrevia a pena dos criminosos que agem “sob o domínio de violenta emo-
ção. Os “crimes passionais” – eufemismo para a covardia – encaixam-se à perfeição nes-
sas situações. Em outra bem-sucedida tentativa de aliviar a responsabilidade do homem,
os advogados inventaram o direito da “legítima defesa da honra”.
Pelo trecho “O machismo, porém, sobreviveu nos tribunais”, entende-se que as artimanhas
mencionadas no enunciado da questão remetem ao machismo nos tribunais, que ainda se
fazia presente.
35m
ANOTAÇÕES
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GABARITO
1. C
2. C
3. C
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Wagner Alves de Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES
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